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Penas e Prescrição no Direito Militar

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DIREITO MILITAR – AULA DE 12 DE MAIO DE 2008
ANOTAÇÕES ACERCA DAS PENAS E DA PESCRIÇÃO NO DIREITO PENAL MILITAR
O Código Penal Militar divide as penas em principais e acessórias. As principais são decorrência natural do cometimento da conduta típica e estão previstas na parte especial do código. As acessórias, como o próprio nome já diz, dependem da aplicação das principais. Estão disciplinadas na parte geral do diploma castrense.
O art. 55, do CPM, prevê as seguintes penas principais: morte, reclusão, detenção, prisão, impedimento, suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função e reforma.
a) Pena de Morte: é prevista em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX, da CF (art. 5º, XLVII). A exceção, portanto, autorizada pela Constituição Federal, que recebe interpretação restritiva, só ocorre quando houver guerra motivada por agressão estrangeira. Ver crimes de traição, art. 355 e de favor ao inimigo, art. 356. Se vier a ser aplicada, pode o Presidente da República indultar o condenado ou comutar a pena em outra menos grave.
b) Reclusão e detenção: constituem as penas privativas de liberdade que, praticamente não guardam diferença entre si, exceto aquela que se liga à gravidade do delito. As penas de reclusão são previstas para os delitos mais graves, sendo a pena mínima de um ano. Na detenção a pena mínima é de 30 dias (art.58,CPM).
c) Prisão: a diferença relaciona-se à questão do cumprimento. Ver art. 59. do CPM.
d) Impedimento: é a pena prevista para o crime de insubmissão. Segundo o art. 63, do CPM, o condenado por insubmissão poderá locomover-se dentro dos limites de sua unidade, estando sujeito à instrução militar durante o cumprimento da pena. 
e) Suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função: é aquela que está disciplinada no art. 64, do CPM. O tempo de suspensão não é contado como tempo de serviço.
f) Reforma: esta pena sujeita o militar à situação de inatividade. Está prevista no art. 65, cuja segunda parte não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988.
OBS. O Código Penal militar não prevê penas alternativas ou pena de multa. Ao condenado militar que cumpre a pena em estabelecimento militar não se aplica LEP e o regime é sempre o fechado. Aos civis ou ex-militares que cumprem pena em Presídio Comum aplica-se a LEP, sendo que a execução fica a cargo do Juiz da VEC.
A suspensão condicional da pena está autorizada no art. 84, do CPM e no art. 606, do CPPM. Nos crimes enumerados nos arts. 88, do CPM e 617, do CPPM, não pode ser aplicado o sursis.
O art. 98, do CPM enumera as chamadas penas acessórias. As três primeiras foram, desde sempre, consideradas inconstitucionais.
O posto é o grau hierárquico do oficial militar. Patente é o diploma confirmatório dos postos dos Oficiais, sendo conferidas aos Oficiais das Forças Armadas pelo Presidente da República e aos Oficiais das polícias e bombeiros militares pelos Governadores dos Estados. A emenda constitucional de 1969 já afastava a possibilidade de que a perda do posto e da patente constituísse uma conseqüência automática da condenação do Oficial a uma pena privativa de liberdade superior a dois anos (ver art. 99, do CPM). A Constituição Federal de 1988 trata do assunto no art. 142, VI e VII e no art. 125, parágrafo 4º.
A Indignidade e a incompatibilidade para o Oficialato (ver arts. 100 e 101 do CPM) também não se aplicam como penas acessórias, dependendo ou da decisão do tribunal, de acordo com o que prevê a Constituição Federal, ou de decisão do Conselho de Justificação, em âmbito administrativo.
A exclusão das forças armadas é prevista no art. 102 do CPM. Tal pena acessória deve constar expressamente da sentença que condena a praça a pena privativa de liberdade superior a dois anos. Por força do parágrafo 4º, do art, 125, da CF, na Justiça Militar estadual, a perda da graduação das praças também dependerá de decisão do Tribunal, não funcionando como pena acessória.
A perda da função pública, nos termos do art. 103, do CPM, aplica-se ao civil condenado por crime militar, ou ao militar da reserva ou reformado nos casos do parágrafo único. A aplicação desta pena acessória depende de manifestação expressa na sentença. 
A prescrição, como causa extintiva da punibilidade, vem prevista no art. 123, IV, do CPM. A prescrição, segundo o Código, divide-se em prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão executória. Regula-se pelo máximo da pena in abstrato e pela pena in concreto quando a sentença tiver transitado em julgado para a acusação (art. 125, CPM). O parágrafo primeiro admite a prescrição intercorrente e a retroativa. A prescrição nos casos de reforma ou suspensão do exercício do posto, graduação. Cargo ou função é sempre de 4 anos. O art. 132 impede a imprescritibilidade do crime de deserção, crime permanente que é, ao estabelecer que embora não cessada a permanência, o crime estará prescrito quando o desertor atingir 45 ou 60 anos, no caso de oficial.

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