Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DE UBERABA LUCAS SILVA COELHO ROTINA DE CÁLCULO PARA VERIFICAÇÃO DE PERFIS METÁLICOS W E H SIMÉTRICOS CONFORME ABNT NBR 8800:2008 UBERLÂNDIA – MG 2014 LUCAS SILVA COELHO ROTINA DE CÁLCULO PARA VERIFICAÇÃO DE PERFIS METÁLICOS W E H SIMÉTRICOS CONFORME ABNT NBR 8800:2008 Trabalho apresentado à Universidade de Uberaba, como parte das exigências à conclusão da disciplina TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO, do DÉCIMO período, do curso de ENGENHARIA CIVIL Orientador: Prof. Túlio Augusto Caleiro Acerbi. UBERLÂNDIA – MG 2014 "Existe trabalho que é trabalho e diversão que é diversão; e existe diversão que é trabalho e trabalho que é diversão. E somente em uma destas opções reside a felicidade." (Gelett Burgess) DEDICATÓRIA A Deus pela vida concedida, à minha esposa, meus pais e minha irmã. AGRADECIMENTOS Agradeço à minha esposa Laís, aos meu pais Eliene e Luis, à minha irmã Vanessa pelo apoio, incentivo e amor durante esta graduação, importante etapa em minha vida. RESUMO O presente trabalho consiste no desenvolvimento de um programa computacional baseado integralmente nas recomendações da ABNT NBR 8800:2008 utilizando rotinas de cálculo de verificação de perfis W e H laminados e soldados, auxiliando o usuário na análise de resultados de vários perfis simultaneamente a partir da situação de cálculo e esforços solicitantes fornecidos pelo usuário. Este programa computacional permite o acesso às características mecânicas e geométricas a qualquer seção cadastrada (limitadas aos perfis W e H, soldados ou laminados), bem como o cadastro de novas seções. Por ser um material homogêneo com limites de ruptura e escoamento bem definidos, ter maior facilidade em ampliações e reforços estruturais, transporte, manuseio e menor carga da estrutura para a fundação são vantagens, além de interessantes, incentivadoras para a análise de resultados e comportamento pelo estudante de engenharia. Palavras-chave: ABNT NBR 8800:2008, MS Access, perfil W, perfil H, verificação, dimensionamento, estruturas metálicas. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Exemplo dos tipos principais de ligação em perfis W ou H ..................... 16 Figura 2 - Menu de Controle .................................................................................... 38 Figura 3 - CADASTRO E EDIÇÃO DE PERFIS ....................................................... 38 Figura 4 - Caixa de texto - Tipo do Perfil ................................................................. 39 Figura 5 - Cadastro de um novo perfil ..................................................................... 41 Figura 6 - Botão FECHAR JANELA ......................................................................... 41 Figura 7 - CALCULO DE PERFIS ............................................................................ 42 Figura 8 - Botão DÚVIDA......................................................................................... 43 Figura 9 - ESCOLHA O TIPO DE APOIO ................................................................ 43 Figura 10 - CÁLCULO PERFIS 1 SITUAÇÃO ........................................................ 46 Figura 11 - CÁLCULO PERFIS 1 SITUAÇÃO TODOS .......................................... 47 Figura 12 - SELECIONE O PERFIL A SER VERIFICADO - 1 ............................... 48 Figura 13 - SELECIONE O PERFIL A SER VERIFICADO - 2 ............................... 49 Figura 14 - VERIFICAÇÃO DE PERFIL ISOLADO ................................................ 49 Figura 15 - CALCULO DE PERFIS – Botão “Várias Situações” ............................. 51 Figura 16 - CALCULO VÁRIAS SITUAÇÕES ........................................................ 52 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resistência à tração do metal de solda ................................................... 17 Tabela 2 – Materiais usados em parafusos ............................................................... 18 Tabela 3 – Valores dos coeficientes de ponderação das resistências gm ................ 27 Tabela 4 – Fragmento da Tabela G.1 – Parâmetros referentes ao momento fletor resistente ................................................................................................................... 28 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS COECALC Programa computacional desenvolvido com base nas linguagens SQL e VBA. VBA Visual Basic for Applications SQL Structured Query Language LISTA DE SÍMBOLOS Nsd ......é a força axial de compressão solicitante de cálculo Nrd ......é a força axial de compressão resistente de cálculo c ..........é o fator de redução associado à resistência à compressão Q .........é o fator de redução total associado à flambagem global Ag ........é a área bruta da seção transversal da barra l0........é o índice de esbeltez reduzido Ne ........é a força axial de flambagem elástica E ..........é o módulo de elasticidade do aço Fy ........é a resistência ao escoamento do aço h ..........é a altura da alma tw .........é a espessura da alma Aef .......é a área efetiva da seção transversal FLA ......flambagem local da alma FLM .....flambagem local da mesa FLT ......flambagem lateral com torção Cb ........fator de modificação para diagrama de momento fletor não uniforme It ..........momento de inercia à torção uniforme Lb ........comprimento destravado ou, distância entre suas seções contidas à flambagem lateral com torção G .........módulo de elasticidade transversal do aço Mcr ......momento fletor de flambagem elástica Mpl ......momento fletor de plastificação da seção Mr ........momento fletor correspondente ao início de escoamento, incluindo a influência das tensões residuais SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 12 1.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 12 1.2 OBJETIVOS ........................................................................................... 13 1.3 Objetivo Geral ........................................................................................ 13 1.4 Objetivos Específicos ............................................................................. 13 1.5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. 13 1.5.1. Ligações por solda .................................... Erro! Indicador não definido. 1.5.2. Ligações por parafuso ............................... Erro! Indicador não definido. 1.6 Tensões resistentes e admissíveis .........................................................16 1.6.1. Tensão admissível de tração e compressão .......................................... 19 1.6.2. Tensão admissível de cisalhamento ...................................................... 19 2 METODOLOGIA ..................................................................................... 19 2.1 Pesquisa e seleção do tema .................................................................. 20 2.2 Dados básicos a serem solicitados pelo programa ................................ 20 2.3 Determinação das linguagens de programação utilizadas ..................... 25 2.4 Determinação do modelo estrutural a ser suportado pelo programa ...... 25 2.5 Programação das rotinas de cálculo no programa através das linguagens SQL e VBA com base na ABNT NBR 8800:2008 ...................................................... 25 2.5.1. Índice de esbeltez .................................................................................. 26 2.5.2. Verificação à compressão ...................................................................... 26 2.5.3. Esbeltez da alma .................................................................................... 26 2.5.4. Esbeltez da mesa ................................................................................... 27 2.5.5. Perfis soldados ....................................................................................... 27 2.5.6. Perfis laminados ..................................................................................... 28 2.5.7. Determinação de carga de flambagem elástica Ne ................................ 30 2.5.8. Esforço resistente à compressão Nc,Rd ................................................... 30 2.5.9. Verificação à flexão ................................................................................ 31 2.5.10. Verificação de flambagem lateral com torção (FLT) ............................... 31 2.5.11. Verificação de flambagem local da mesa comprimida (FLM) ................. 33 2.5.12. Verificação de flambagem local da alma (FLA) ...................................... 34 2.5.13. Verificação ao cisalhamento................................................................... 35 2.5.14. Verificação para esforços combinados ................................................... 37 2.5.15. Verificação dos cálculos realizados pelo programa através do memorial de cálculo ............................................................................................................... 37 3 UTILIZAÇÃO DO COECALC .................................................................. 37 3.1 CÓDIGOS DE PROGRAMAÇÃO ........................................................... 52 3.2 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO .......................................................... 53 3.3 REFERÊNCIAS ...................................................................................... 54 3.4 APÊNDICES .............................................. Erro! Indicador não definido. 1 INTRODUÇÃO As construções em estruturas metálicas são conhecidas por alguns aspectos interessantes como a rápida execução e limpeza no canteiro de obras, exatidão das medidas de projeto, leveza do ponto de vista arquitetônico, ampliações/manutenções e reforços estruturais facilitados, os quais propiciam substancial liberdade de projeto em setores de empresas como shoppings, supermercados, hospitais, aeroportos e estádios. Além disso, as estruturas de aço apresentam significativas vantagens em relação às estruturas de concreto, como menor tempo de obra, racionalização de materiais, obra limpa, dentre outras. As linguagens de programação utilizadas serão “VBA” (Visual Basic for Applications) para as rotinas de cálculo e sub-rotinas de execução de consultas e módulos e “SQL” (Structured Query Language) para as rotinas de cálculo. A parte visual deste programa computacional, chamado a partir desta etapa do trabalho de COECALC, será construído através do programa Microsoft Access, desenvolvido pela empresa Microsoft. Todos os parâmetros utilizados no desenvolvimento das rotinas de cálculo seguiram rigorosamente as recomendações da ABNT NBR 8800:2008. 1.1 JUSTIFICATIVA A constante necessidade do dimensionamento de estruturas metálicas por engenheiros num mercado crescente exige soluções cada vez mais automatizadas e de fácil compreensão para o estudo acadêmico com análise de resultados pelos estudantes de engenharia, por isso, o COECALC segue completamente as várias recomendações da ABNT NBR 8800:2008, verificando todos os perfis cadastrados de uma só vez. Além disso, o COECALC pode servir como ponto de partida para estudantes de cursos de engenharia na criação de melhorias operacionais ou atualizações das rotinas de cálculo de acordo com as próximas edições da ABNT NBR 8800:2008. 13 1.2 OBJETIVOS Fornecer, através de relatório impresso e dinâmico em tela, dentre os perfis cadastrados no sistema, o perfil resistente de menor peso próprio de acordo com os dados de projeto inseridos pelo usuário através do formulário “DADOS” com acesso pelo “MENU DE CONTROLE”. 1.3 Objetivo Geral Fornecer os perfis resistentes às solicitações com base em dados básicos de projeto tais como comprimento da barra, quantidade de travamentos intermediários, relativos à flambagem lateral, e esforços solicitantes, classificando-os em ordem crescente do peso próprio, ou seja, do mais leve ao mais pesado. 1.4 Objetivos Específicos • Fazer a verificação das seções de perfil W e H cadastradas de acordo com os esforços solicitantes e de dados básicos do projeto fornecidos pelo usuário. • Apresentar os perfis W e H simétricos aprovados na referida verificação, classificados em ordem crescente do peso próprio, possibilitando a escolha do perfil de menor custo. • Desenvolver um programa computacional para tais cálculos de verificação com base nas recomendações da ABNT NBR 8800:2008. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo Pfeil e Pfeil, “o primeiro material de origem siderúrgica utilizado na construção foi o ferro fundido, entre 1780 e 1820, sendo sua utilização voltada apenas para solicitações de compressão”. Para as solicitações de tração, utilizava- se ferro forjado1. 1 Tratamento térmico em forno próprio para aumento de resistência à tração, compressão e corrosão. 14 Mesmo com significativas e comprovadas vantagens na utilização do ferro forjado a partir do século XVIII, só passou a ser produzido e utilizado a partir do século XIX em decorrência de preço mais competitivo com a invenção de um forno capaz de produzir aço (ferro beneficiado) em larga escala através do processo de Bessemer, por Henry Bessemer2. O aço moderno é fabricado com tecnologia baseada no processo de Bessemer. O aço é uma liga composta por ferro, carbono e possíveis outros elementos como manganês, fósforo, silício, enxofre, etc. Dentre os tipos de aço existentes, podemos destacar dois deles, utilizados em estruturas, que são aços-carbono e aços de baixa liga. Os aços-carbono são os mais utilizados, onde o aumento da resistência é obtido através de variação no teor de carbono ou, em menor escala de produção, pela variação no teor de manganês. Ao mesmo tempo que se aumenta a resistência do aço com a variação de carbono, é diminuída sua ductilidade, ou seja, sua capacidade de deformação. No processo de produção de estruturas de aço, utiliza- se o processo de soldagem3, por isso utiliza-se, de preferência, aços com teor baixo ou moderado de carbono, que podem ser soldados sem procedimentos especiais. Pode-se citar dois tipos de aço-carbono mais utilizados em estruturas de aço, que são: ASTM A572 e ASTM A36. Aços estruturais são fabricados sob diversas formas,como: cabos, cordoalhas, barras, chapas, fios trefilados, perfis laminados e soldados. Os perfis podem ser sub-divididos de acordo com sua forma, como “W”, “H”, “C”, “L”, “I”. No caso, este trabalho terá foco único no dimensionamento de perfis W e H simétricos de aço. Os perfis “W” e “H”, são divididos em famílias, sendo cada família com altura “h” constante e largura das mesas “bf” variável, bem como espessura das mesas “tf” e da alma “tw”, conforme Figura 1. 2 Engenheiro metalurgista e inventor do Reino Unido. 3 União permanente de dois materiais por fusão através de aparelho próprio. 15 Figura 1 - Seção transversal de Perfil W e H Fonte: COECALC Os perfis de aço estruturais são unidos entre si através de elementos e meios de ligação que compõem os dispositivos de ligação, conforme Figura 2. Dentre tais elementos, destacam-se alguns por serem utilizados com mais frequência, como: • Consolos; • Cantoneiras; • Placas de base; • Chapas de ligação; • Enrijecedores; • Telas de emenda; • A própria peça envolvida. 16 Figura 2 - Exemplo dos tipos principais de ligação em perfis W e H Fonte: Manual de Construção em Aço – CBCA – 2011 2.1 Tensões resistentes e admissíveis A ABNT NBR 8800:2008 é baseada no método dos estados limites (LRFD), ou seja, considera-se que a resistência do perfil seja menor que a carga solicitante, considerando a utilização de coeficientes de majoração, dos referidos carregamentos, baseados em probabilidades. O método de cálculo pelos estados 17 limites também é conhecido como “cálculo pela resistência última”, “cálculo pela resistência”, “cálculo plástico”, “cálculo pelo fator de carregamento”, “análise limite” e, recentemente, “cálculo pelos fatores de carregamento e resistência (LRFD – Load and Resistance Factor Design), também utiliza métodos probabilísticos para o cálculo de momento de 1ª e 2ª ordem. No Canadá, por exemplo, o método dos estados limites é utilizado desde 1974 e, em 1978, passou a ser o único método utilizado. No Brasil, este método começou a ser utilizado pela ABNT NB1:1978 (Projeto e execução de obras de concreto armado). Existem dois tipos de estados limites: • Estados Limites Últimos, relativos ao colapso total ou parcial da estrutura, podendo ocorrer por: o Perda de equilíbrio; o Ruptura por qualquer tipo de solicitação; o Instabilidade global; o Flambagem das barras comprimidas. • Estados Limites de Utilização, relativos ao comportamento da estrutura, comprometendo seu uso para o fim a que se destina, podendo ocorrer por: o Deformações excessivas; o Vibrações excessivas. De acordo com Pfeil e Pfeil (2003), a partir da Equação 1, a qual mostra a obtenção das solicitações combinadas de projeto através da soma das cargas permanentes, variáreis e suas combinação com as ações de base, caracterizando o método dos estados limites, utilizado como base pela ABNT NBR 8800:2008, também conhecido pela literatura americana por LRFD (Load and Resistance Factor Design), que significa projeto com fatores às cargas e resistências. O método dos estados limites também é conhecido como método das resistências e dos coeficientes das ações, baseado na utilização de coeficientes de ponderação nos esforços solicitantes e resistentes, conforme Figura 1. Este método, 18 atualmente, é utilizado pelas normas ABNT NBR 7190:1996 (Projeto de estruturas de madeira), NBR 14762:2001 (Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio - Procedimento), NBR 8800:1986 (Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios) e sua revisão NBR 8800:2008, NBR 6118/2003 (Projeto de estruturas de concreto - Procedimento) e pelas normas internacionais AISC/91 do Instituto Americano de Construção em Aço (American Institute of Steel Construction) e AISI/1996 do Instituto Americano de Ferro e Aço (American Iron and Steel Institute). (1) O método dos estados limites, utilizado pela ABNT NBR 8800:2008, obriga que nenhum estado-limite seja excedido em qualquer combinação de cálculo, caso contrário, a estrutura passa a não atender mais os objetivos para os quais foi dimensionada. No caso de peças submetidas à compressão, por exemplo, seu dimensionamento é dependente diretamente do fenômeno de flambagem, ou seja, quando maior a esbeltez da peça em questão, menor sua resistência. A flambagem pode se resultar em fenômenos locais e globais, ou ainda, em situações que somam todos os dois fenômenos, onde a peça sempre deve ser dimensionada de acordo com as combinações de cargas solicitantes majoradas por coeficientes de ponderação tabelados na norma regulamentadora. Pode-se citar alguns pontos importantes para a verificação de perfis metálicos de acordo com a ABNT NBR 8800:2008: • Os cálculos de esforços internos podem ser feitos dentro do regime plástico, considerando a redistribuição do momento fletor causado por plastificação, ou seja, efeitos de 2ª ordem; • As cargas consideradas são as reais, também conhecidas como permanentes, acidentais e excepcionais, multiplicadas por coeficientes de ponderação. A verificação é considerada satisfatória quando a soma dos esforços solicitantes for inferior aos esforços resistentes do perfil em questão, onde, de acordo com a ABNT NBR 8800:2008, a estrutura deve ser verificada de acordo com 19 os estados limites (LRFD), ou seja, a situação a partir da qual a estrutura perde a capacidade de sustentação, podendo ocorrer a ruptura de seções, colapso da estrutura, perda de estabilidade ou deterioração por fadiga. 2.1.1. Esforço resistente de tração As tensões admissíveis de tração e compressão são relativas à área líquida, considerando furos ou cortes, do perfil e à tensão de resistência característica de escoamento do material Fy. No caso de seções com a existência de furos e solicitadas à tração, segundo a ABNT NBR 8800:2008, é necessário que sejam feitas verificações considerando o limite de escoamento da área bruta (Ag) e o limite de ruptura da área efetiva (Aef). 2.1.2. Esforço resistente de compressão A tensão admissível de tração são relativas à área da seção transversal, ou seja, é a resultante dos esforços em um sólido, caracterizada pela sua capacidade de redução de volume ou encurtamento. 2.1.2.1. Índice de esbeltez da peça O índice de esbeltez de uma peça metálica é uma medida mecânica adimensional utilizada para adotar um limite antes que uma solicitação se resulte em flambagem (oriunda da compressão), ou seja, que o regime de trabalho se resulte apenas em compressão. 2.1.3. Força resistente de cisalhamento A tensão admissível de cisalhamento, também conhecida como tensão tangencial ou cortante, é gerada por forças aplicadas em sentido perpendicular ou longitudinal à barra. 2.1.4. Momento fletor resistente 20 Momento fletor é a resultante momento dos carregamentos e momentos de um trecho isolado sobre outro trecho na direção transversal ao eixo longitudinal. O tipo de deformação em direção perpendicular ao eixo longitudinal, oriundo de momento fletor, é denominado “flexão”. 3 METODOLOGIA Para a construção deste projeto, seguiu-se pelas seguintes etapas: 1. Pesquisa e seleção do tema; 2. Dados básicos a serem solicitados pelo programa; 3. Determinação da linguagem de programação utilizada; 4. Determinação dos modelos estruturais a serem suportados pelo COECALC; 5. Programação das rotinas e sub-rotinas de cálculo do programa através das linguagens SQL e VBA com base na ABNT NBR 8800:2008; 6. Verificação dos cálculos realizados pelo COECALC;7. Programação da interface visual do COECALC; 8. Análise final de resultados e conclusão. 3.1 Pesquisa e seleção do tema Sendo o objetivo deste trabalho a verificação de perfis metálicos W e H simétricos a partir de dados básicos fornecidos pelo usuário, os quais serão exemplificados neste capítulo. 3.2 Dados básicos a serem solicitados pelo programa Na tela inicial do programa são solicitadas informações básicas ao usuário para a verificação dos perfis, que são: • Comprimento do vão, conforme exemplo na Figura 3; 21 Figura 3 - Exemplo de comprimento do vão Fonte: Ftool – Two-Dimensional Frame Analysis Toll • Quantidade de travamentos intermediários, conforme exemplo da Figura 4; Figura 4 - Exemplo de travamentos intermediários Fonte: COECALC • “Coeficiente de flambagem por flexão de elementos isolados” (ABNT NBR 8800:2008); 22 Figura 5 - Coeficiente de flambagem por flexão de elementos isolados Fonte: ABNT NBR 8800:2008 • Módulo de elasticidade do material, que é a tangente de qualquer ponto nas linhas do gráfico tensão x deformação, conforme Figura 6; Figura 6 - Módulo de Elasticidade - Gráfico tensão x deformação 23 Fonte: Gerdau – Tabela de bitolas PERFIS GERDAU AÇOMINAS • Tensão de escoamento do material, indicada pelos círculos vermelhos na Figura 6. • Momentos fletores solicitantes, conforme Figura 7; Figura 7 - Exemplo de diagrama de momento fletor Fonte: Ftool – Two-Dimensional Frame Analysis Toll • Esforço cortante solicitante; Figura 8 - Exemplo de diagrama de esforço cortante 24 Fonte: Ftool – Two-Dimensional Frame Analysis Toll • Esforço axial solicitante. Figura 9 - Exemplo de diagrama de esforço axial solicitante Fonte: Ftool – Two-Dimensional Frame Analysis Toll 25 3.3 Determinação das linguagens de programação utilizadas As linguagens de programação utilizadas nas rotinas de cálculo são SQL e VBA. Para a construção de um banco de dados, a linguagem SQL, além de ser de fácil compreensão pelo autor, tem vantagens importantes, como: • Independência de fabricante de programas computacionais de programação; • Portabilidade entre sistemas diferentes; • Consulta interativa; • Múltiplos tipos de visualização dos dados de consultas; • Manipulação dinâmica dos dados. Também existem vantagens importantes na linguagem VBA, como: • Rapidez do desenvolvimento à execução e localização de erros; • Pela existência de menor quantidade de linhas de programação, possíveis manutenções são mais simples; • Bom desempenho em rede; • Possui ótimo gerador de relatórios, talvez, o melhor do mercado; • Excelente adaptação em entradas de dados. 3.4 Determinação da configuração de apoios a ser suportada pelo programa O COECALC faz verificações interpretando qualquer configuração de apoios que, no caso, é caracterizada pelo coeficiente de flambagem por flexão de elementos isolados, conforme Tabela E.1 da ABNT NBR 8800:2008. 3.5 Programação das rotinas de cálculo no programa através das linguagens SQL e VBA com base na ABNT NBR 8800:2008 26 Neste capítulo serão explicadas, com detalhes, todas as rotinas, por ordem de execução, utilizadas na verificação de perfis W e H simétricos pelo COECALC com base nas recomendações da ABNT NBR 8800:2008. 3.5.1. Índice de esbeltez Conforme a ABNT NBR 8800:2008 item 5.3.4, a limitação do índice de esbeltez das barras, tomado como a maior relação entre o comprimento destravado do perfil L e o raio de giração correspondente r, não deve ser superior a 200, conforme tabela 3.5.2. Verificação à compressão Na verificação à compressão, é necessário calcular a esbeltez da alma e da mesa do perfil, para a obtenção do fator de redução total associado à flambagem global, também chamado de Q, conforme segue abaixo. 3.5.3. Esbeltez da alma Segundo o anexo F da norma, conforme Figura 3 , para se obter a esbeltez da alma do perfil é necessário analisar a seguinte inequação: ���� � 1,49� ƒ� Caso a inequação acima for verdadeira, então Qa=1,0. Se for falsa, Qa<1,0. Figura 10 - Trecho da “Tabela F.1 – Valores de (b/t)lim” – Item 2 Fonte: ABNT NBR 8800:2008 Para a determinação do Qa, no caso de <1,0: 27 �� = ����� (1) Onde a área efetiva (Aef) é dada por: ��� = �� − (∑(� − ���)) × � (2) E a espessura da mesa (bef) é dado por: ��� = 1,92 × � × !" × #1 − $%& '( × !") � � (3) Obs.: Ca = 0,34 e � = ƒy. Onde, segundo a ABNT NBR 8800:2008, Ca é um coeficiente, igual a 0,38 para mesas ou almas de seções tubulares e 0,34 para todos os outros elementos. � é a tensão que pode atuar no elemento analisado, tomada igual a � = ƒy. Com o valor de Qa determinado, conserva-se o mesmo para posterior utilização. 3.5.4. Esbeltez da mesa A esbeltez da alma é determinada de maneira separada para perfis soldado e laminado. 3.5.5. Perfis soldados Após Qa calculado, se faz necessária a obtenção do valor de Qs para satisfazer a equação a seguir, conforme anexo F item F.1.3 da ABNT NBR 8800:2008: � = �+ × �� (1) Para isso, conforme Figura 4, determina-se a inequação: &' � 0,64 × . ! /0 1�2 345 67 8 (2.1) 28 Figura 11 - Trecho da “Tabela F.1 – Valores de (b/t)lim” – Item 5 Fonte: ABNT NBR 8800:2008 Onde Kc é dado por: :$ = ; < '=( , >?@AB 0,35 � :$ � 0,76 (2.2) Em caso positivo da inequação (2.1), Qs=1,0. Em caso negativo da inequação (2.1), então Qs<1,0, segundo o anexo F item F.2.c) (perfil soldado), onde é determinado pela inequação: &' � 1,17 × . ! /0 1�2 345 67 8 (3.1) Que, em caso positivo da inequação (3.1), Qs é igual à equação (4.1) e, em caso negativo, Qs é igual à equação (5.1): �+ = 1,415 − 0,65 × &' × �2(34×!) (4.1) �> = E,FE×!×34�2×GHIJK (5.1) Assim, obtêm-se a resolução da equação (1) para perfis soldados: � = �+ × �� (1) 3.5.6. Perfis laminados 29 Após Qa calculado, se faz necessária a obtenção do valor de Qs para satisfazer a equação a seguir, conforme anexo F item F.1.3 da ABNT NBR 8800:2008: � = �+ × �� (1) Para isso, conforme figura 5, determina-se a inequação: &�'� � 0,56 × !�2 (2.2) Figura 12 - Trecho da “Tabela F.1 – Valores de (b/t)lim” – Item 4 Fonte: ABNT NBR 8800:2008 Em caso positivo da inequação (2.2), Qs=1,0. Em caso negativo da inequação (2.2), então Qs<1,0, segundo o anexo F item F.2.b) (perfil laminado), onde é determinado pela inequação: &' � 1,03 × !�2 (3.2) Que, em caso positivo da inequação (3.2), Qs é igual à equação (4.2) e, em caso negativo, Qs é igual à equação (5.2): �+ = 1,415 − 0,74 × &' × �2! (4.2) �+ = E,LF×!�2×GHIJK (5.2) 30 Assim, obtêm-se a resolução da equação (1) para perfis laminados: � = �+ × �� (1) 3.5.7. Determinação de carga de flambagem elástica Ne Para esta etapa, são obtidos os valores de Ne nas principais direções, X, Y e Z, adotando o menor valor das equações (6), (7) e (8), conforme abaixo: M�N = OK×!×PQ(RQ×SQ)K (6) M�T = OK×!×P2UR2×S2VK (7) M�W = XYZK × OK×!×[=(R\×S\)K + ^ × _' (8) 3.5.8. Esforço resistente à compressão Nc,Rd Calcula-se, então, o esforço resistente à compressão Nc,Rd da seção, satisfazendo o item 5.3.2 da ABNT NBR 8800:2008, dado pela equação (9): M$,ab = c×d×��×�2e%f (9) Onde cccc é dado por (11), Q é dado por (1), Ag é a área bruta da seção e gal é dado pelo quadro 3, conforme abaixo: gE = d×��×�2h� (10) Em caso positivo da inequação (11), cccc é dado por (12) e, em caso negativo, é dado por (13), conforme abaixo: gE � 1,5 (11) i = 0,658jZK (12)i = E,klljZK (13) 31 Quadro 1 - Valores dos coeficientes de ponderação das resistências gm Fonte: ABNT NBR 8800:2008 Tem-se então, o valor da carga resistente de cálculo à compressão Nc,Rd. 3.5.9. Verificação à flexão Nesta etapa os perfis são verificados à flexão, obtendo-se os momentos resistentes Mrd nos seguintes casos: • Flambagem lateral com torção; • Flambagem local da mesa comprimida; • Flambagem local da alma. 3.5.10. Verificação de flambagem lateral com torção (FLT) Por recomendação na ABNT NBR 8800:2008, utiliza-se o Anexo G e Tabela G.1, sendo o caso “Seções I e H com dois eixos de simetria, fletidas em relação ao eixo de maior momento de inercia”. Quadro 2 - Fragmento da tabela G.1 – Parâmetros referentes ao momento fletor resistente 32 Fonte: ABNT NBR 8800:2008 Determina-se os valores de (14), (15), (16), (17), (18) e (19) para uso posterior somente neste item. g = SHY2 (14) gm = 1,76 × !�2 (15) nX = U�2o"pV×q!×r (16) st = P2×Ubo'�VK; (17) gY = X,uk×vP2×rY2×r×wf × �1 + 1 + xl×[=×wfKP2 (18) y$Y = [H×OK×!×P2SHK × [=P2 × G1 + 0,039 × r×SHK[= J (19) Com a determinação da inequação (20), satisfazendo o item G.2.1.c da norma, se a inequação (20) for verdadeira, Mrd é igual a (21). g z gY (20) yab = {4pe%f � {|}e%f (21) Se a inequação (20) for falsa, analisar a inequação (22), conforme o item G.2.1.b sugerido pela norma, que, se for verdadeira, Mrd é igual a (23). gm � g � gY (22) 33 yab = [He%f × ~ym − Uym − yYV × joj|jpoj| � {|}e%f (23) E, finalmente, conforme o item G.2.1.a da norma, se a inequação (22) for falsa, então Mrd é igual a (25). ym = × T (24) yab = {|}e%f (25) Tem-se então definido o momento fletor resistente à flambagem lateral com torção, Mrd (FLT). 3.5.11. Verificação de flambagem local da mesa comprimida (FLM) Por recomendação na ABNT NBR 8800:2008, utiliza-se o Anexo G e Tabela G.1, sendo o caso “Seções I e H com dois eixos de simetria, fletidas em relação ao eixo de maior momento de inercia”. Obtém-se então os valores de (26) e (27). g = &' (26) gm = 0,38 × !�2 (27) Segundo a nota 6 sugerida para verificação de flambagem local da mesa comprimida, para perfis soldados e laminados utiliza-se (28) ou (29), respectivamente. gY = 0,83 × � !U�2pV 4 (28) gY = 0,83 × !U�2o"pV (29) Determina-se então a inequação (30), recomendada pelo item G.2.2.c da norma, que, se verdadeira, então Mrd é igual à (31). g z gY (30) 34 yab = {4pe%f � {|}e%f (31) Onde Mcr é dado por (31.1) ou (31.2), para perfis laminados ou soldados, respectivamente. y$Y = E,LF×!jK × $ (31.1) y$Y = E,FE×!×34jK × $ (31.2) Se a inequação (30) for falsa, então determina-se a inequação (33), recomendada pelo item G.2.2.b da norma, que, se verdadeira, então Mrd é igual a (35). gm � g � gY (33) ym = × T (34) yab = [He%f × ~ym − Uym − yYV × joj|jpoj| � {|}e%f (35) Se a inequação (32) for falsa, então Mrd é igual a (36). yab = {|}e%f (36) Tem-se então definido o momento fletor resistente à flambagem local da mesa comprimida, Mrd (FLM). 3.5.12. Verificação de flambagem local da alma (FLA) Por recomendação na ABNT NBR 8800:2008, utiliza-se o Anexo G e Tabela G.1, sendo o caso “Seções I e H com dois eixos de simetria, fletidas em relação ao eixo de maior momento de inercia”. Obtém-se então os valores das equações (37), (38) e (39), bem como o valor da inequação (40), satisfazendo a recomendação da norma item G.2.2.c. g = <'= (37) gm = 3,76 × !�2 (38) 35 gY = 5,70 × !�2 (39) g z gY (40) Se a inequação (40) for verdadeira, então Mrd é igual a (41). yab = Xe%f × [H×3|�×OK×!×qQ4jK � 3|�×qQ4×�2e%f (41) Onde Kpg é dado por (42). :m� = 1 − �pXxEEuEE×�p × #<4'= − 5,70 × !�2) � 1,0 (42) Onde, segundo a ABNT NBR 8800:2008, ar é a relação entre a área da alma e da mesa comprimida, sendo que a seção não pode ter esta relação com valor superior a 10. Caso for falsa a inequação (40), então Mrd é definido pela inequação (43), satisfazendo o item G.2.2.b da norma, que, se verdadeira, Mrd é igual a (44). gm � g � gY (43) Se a inequação (43) for falsa, Mrd é igual a (45), satisfazendo o item G.2.2.a da norma. yab = [He%f × ~ym − Uym − yYV × joj|jpoj| � {|}e%f (44) yab = {|}e%f (45) ym = × T (46) Tem-se então definido o momento fletor resistente à flambagem local da alma, Mrd (FLA). Obtidos os três valores de Mrd (FLT, FLM, FLA), define-se o valor do momento mínimo resistente de cálculo do perfil adotando o mais crítico, ou seja, o menor valor. 3.5.13. Verificação ao cisalhamento 36 Neste momento é verificado o esforço resistente de cálculo ao cisalhamento Vrd, dependente do coeficiente de flambagem local por cisalhamento kv. Define-se kv a partir do uso ou não de enrijecedores transversais na alma do perfil. Se no perfil não há enrijecedores transversais, então kv é igual a 5, caso contrário, faz-se a verificação da inequação (47) que, se verdadeira, então kv é igual a 5. �< z 3 (47) Se a inequação (47) for falsa, se faz a verificação da inequação (48) que, se falsa, então kv é igual à inequação (49) e, se verdadeira, kv é igual a 5. �< z xLE(< '=⁄ )x (48) : = 5 + (� <⁄ )K (49) Obtém-se então os valores das equações (50), (51) e (52), bem como o valor da inequação (53), satisfazendo a recomendação do item 5.4.3.1.1 da norma. g = <'= (50) gm = 1,10 × 3×!�2 (51) gY = 1,37 × 3×!�2 (52) g � gm (53) Se a inequação (53) for verdadeira, Vrd é igual a (54). ab = |}e%f (54) Se a inequação (53) for falsa, faz-se a verificação da inequação (55) que, se verdadeira, Vrd é igual a (56). gm < g � gY (55) ab = j|j × |}e%f (56) m = 0,60 × �t × T (57) 37 Se a inequação (55) for falsa, então Vrd é igual a (58). ab = 1,24 × Gj|j Jx × |}e%f (58) 3.5.14. Verificação para esforços combinados Obtidos os valores resistentes de cálculo à compressão (Nrd), flexão (Mrd) e cisalhamento (Vrd), finalmente, atendendo às recomendações do item 5.5.1.2 da norma, faz-se a verificação para esforços combinados. Determina-se o valor da inequação (59) que, se verdadeira, a expressão final de interação é a inequação (60) e, se falsa, é a inequação (61). hh ≥ 0,2 (59) hh + kF × {Q,{Q, + {2,{2, � 1,0 (60) hx×h + {Q,{Q, + {2,{2, � 1,0 (61) Em ambos os casos de verificação, tanto a inequação (60) quanto a (61), devem ser verdadeiras para que o perfil suporte às solicitações. 3.5.15. Verificação dos cálculos realizados pelo programa através do memorial de cálculo Neste capítulo será feita a verificação dos cálculos realizados pelo programa a partir de um perfil W soldado disponível no mercado brasileiro. Relatório de memorial de cálculo emitido pelo COECALC no ANEXO 1. 4 UTILIZAÇÃO DO COECALC Neste capítulo será explicada e exemplificada a rotina de comandos para a verificação de um perfil W 310 x 38,7. A tela inicial é o “MENU DE CONTROLE”, conforme figura 2, onde temos os botões “DADOS, PERFIS” e “PERFIS CADASTRADOS”. 38 Figura 13 - Menu de Controle Fonte: COECALC Inicialmente, é necessário que o usuário verifique se os perfis cadastrados atendem suas necessidades e, para isso, basta um clique no botão “PERFIS CADASTRADOS” para a geração do “RELATÓRIO DE PERFIS CADASTRADOS”, conforme ANEXO 2. Caso o usuário, após a análise do “RELATÓRIO DE PERFIS CADASTRADOS”, tenha a necessidade de inserção de um perfil com propriedades diferentes, é necessário que abra o formulário de cadastro e edição de perfis, bastando um clique sobre o botão “PERFIS”, localizado no “MENU DE CONTROLE”. Ao abrir o referido formulário, temos acesso a todosos perfis cadastrados, com permissão para adição e edição dos registros. A navegação através dos registros de perfis cadastrados é feita através da barra de navegação, localizada na região inferior esquerda da tela, através dos botões “PRIMEIRO REGISTRO”, “REGISTRO ANTERIOR”, “PRÓXIMO REGISTRO”, “ÚLTIMO REGISTRO” e do campo “PESQUISAR” para a localização automática de um determinado perfil. Figura 14 - CADASTRO E EDIÇÃO DE PERFIS 39 Fonte: COECALC Para o cadastramento de um novo perfil, basta um clique sobre o botão “CADASTRAR NOVO PERFIL” e, então, iniciar o preenchimento dos campos: 1) NOME, onde é inserido o nome do perfil, o qual aparecerá nos relatórios de dimensionamento, portanto, é importante que, no nome, contenha uma propriedade geométrica do perfil e o peso próprio por metro linear; 2) TIPO, onde, através de uma caixa de texto com duas opções, é escolhido se o perfil é do tipo LAMINADO ou SOLDADO. Figura 15 - Caixa de texto - Tipo do Perfil 40 Fonte:COECALC 3) Demais propriedades do perfil: a. d – Altura da seção transversal; b. h – Altura da alma; c. d’ – Altura efetiva da alma; d. bf – Largura da mesa; e. tf – espessura da mesa; f. tw – espessura da alma; g. Ag – Área bruta da seção transversal; h. Wx – Módulo de resistência elástico em relação ao eixo X; i. Rx – Raio de giração em relação ao eixo X; j. Wy – Módulo de resistência elástico em relação ao eixo Y; k. ry – Raio de giração em relação ao eixo Y; l. Ix – Momento de inércia da seção transversal em relação ao eixo X; m. Iy – Momento de inércia da seção transversal em relação ao eixo Y; n. J – Calculado pelo programa; o. It – Momento de inércia à torção uniforme (Calculado automaticamente pelo programa); p. Zx – Módulo de resistência plástico em relação ao eixo X; 41 q. Zy – Módulo de resistência plástico em relação ao eixo Y; Figura 16 - Cadastro de um novo perfil Fonte: COECALC Para qualquer janela do COECALC, basta um clique no botão “FECHAR JANELA”, conforme Figura 5. Figura 17 - Botão FECHAR JANELA Fonte: COECALC 42 De volta ao “MENU DE CONTROLE”, para iniciar a verificação, é necessário que abra o formulário “CALCULO DE PERFIS”, bastando apenas um clique no botão “DADOS”, onde são inseridos os dados das solicitações. Figura 18 - CALCULO DE PERFIS Fonte: COECALC Com o formulário “CALCULO DE PERFIS” aberto, conforme Figura 6, pode- se notar os seguintes campos para preenchimento: 1) Dados da barra a. “Vao L [cm]” – Comprimento do vão ou comprimento total da barra; b. “Trav. Interm.” – Quantidade de travamentos intermediários; c. “Comprimento destravado Lb” – Comprimento máximo destravado da barra, calculado automaticamente pelo programa, em função do “Vao L [cm]” e da quantidade do “Travamentos”; d. “Tipo de Apoio” – Campo onde é selecionado o valor do coeficiente de flambagem por flexão de elementos 43 isolados, conforme Tabela E.1 da ABNT NBR 8800:2008. i. Em caso de dúvida sobre qual o coeficiente deve ser utilizado, o usuário pode clicar no botão “DÚVIDA”, conforme Figura 7, para abrir a tela de seleção “ESCOLHA O TIPO DE APOIO”, conforme Figura 8. Ainda na tela de seleção “ESCOLHA O TIPO DE APOIO”, para selecionar o tipo de apoio, basta clicar uma vez sobre um dos seis desenhos de acordo com a situação em questão. Figura 19 - Botão DÚVIDA Fonte: COECALC Figura 20 - ESCOLHA O TIPO DE APOIO 44 Fonte: COECALC 2) Dados do material a. “E [KN/cm²]” – Módulo de elasticidade do material do perfil; b. “Fy [KN/cm²]” – Tensão admissível de compressão do material do perfil. 3) Solicitações a. “Momento Max [KN.cm]” – Momento fletor máximo, em módulo; b. “Msd – 1/4 [KN.cm]” – Momento fletor à distância de 1/4 da barra, em módulo; 45 c. “Msd – 1/2 [KN.cm]” – Momento fletor no meio da barra, em módulo; d. “Msd – 3/4 [KN.cm]” – Momento fletor à distância de 3/4 da barra, em módulo; e. “Cortante [KN]” – Força cortante, em módulo; i. Se, no projeto a ser calculado, o esforço cortante for nulo, basta preencher o campo com valor “1”, pois o COECALC não permite valores nulos nos esforços solicitados. f. “Axial [KN]” – Esforço axial, em módulo; i. Se, no projeto a ser calculado, o esforço axial for nulo, basta preencher o campo com valor “1”, pois o COECALC não permite valores nulos nos esforços solicitados. 4) Escolha o tipo de cálculo a. Botão “1 SITUAÇÃO”; Após todos os dados acima descritos (Dados da barra, Dados do material, Solicitações), clica-se no botão “1 SITUAÇÃO” para que o botão “ATUALIZAR SOLICITAÇÕES” apareça para que, após a conferência dos dados fornecidos, seja clicado para atualizar os referidos dados nas rotinas de verificação de cada perfil cadastrado e, ao mesmo tempo, também faz com que apareça os botões para execução das rotinas de cálculo, que são “CALCULAR!” e “VERIFICAR SOMENTE UM PERFIL”. I. Ao clicar em “CALCULAR!”, são executadas as rotinas de cálculo de todos os perfis cadastrados em função dos dados de projeto fornecidos e, na sequência das rotinas, abre a tela resumida de resultados das verificações, listando todos os perfis aprovados, pela ABNT 46 NBR 8800:2008, em ordem crescente do peso próprio, conforme Figura 9. Figura 21 - CÁLCULO PERFIS 1 SITUAÇÃO Fonte: COECALC Na tela “CÁLCULO PERFIS 1 SITUAÇÃO”, você pode imprimir todos os resultados em um relatório, conforme Anexo 1. Também é possível visualizar os resultados de todos os perfis, bastando clicar uma vez no botão VISUALIZAR TODOS, que abre a tela “CÁLCULO PERFIS 1 SITUAÇÃO TODOS”, conforme Figura 10, mostrando todos os perfis cadastrados, apresentando, em percentual, o valor final da equação de cálculo para esforços combinados, que pode ser chamado de “percentual de aproveitamento” do perfil, o qual tem cores diferentes para realçar as faixas de percentuais, onde é vermelho quando o resultado é maior que 100% (as cargas de solicitação são maiores que a carga resistente final do perfil, ou seja, o perfil não suporta à solicitação), laranja quando o resultado está entre 90% e 99,99% e verde quando o resultado está entre 0,01% e 89,99%. Nesta mesma tela, o botão “IMPRIMIR” tem a mesma função do botão IMPRIMIR da tela anterior (“CÁLCULO PERFIS 1 SITUAÇÃO”), que é a impressão através da geração do relatório resumido de todos os perfis constantes na tela, porém, no relatório para impressão, são 47 mostrados somente os perfis resistentes, ou seja, somente os perfis com percentual de aproveitamento menor que 100% (que resistem às solicitações). Em todas as telas de resultados de verificações, o usuário pode ter acesso ao memorial de cálculo detalhado (somente análise ou impressão) passo a passo, conforme exigências da ABNT NBR 8800:2008, referente a qualquer perfil presente nas referidas telas. Figura 22 - CÁLCULO PERFIS 1 SITUAÇÃO TODOS 48 Fonte: COECALC II. Ao clicar em “VERIFICAR SOMENTE UM PERFIL”, uma tela de seleção de perfil é aberta, onde o usuário seleciona o perfil para verificação, conforme Figura 11. Após a seleção do perfil e um clique no botão “ATUALIZAR BD !”, os dados do projeto são atualizados em função do perfil selecionado e então, os botões “VERIFICAR PERFIL !” e “FECHAR” aparecem, conforme Figura 12. Ao clicar no botão “VERIFICAR PERFIL !”, a tela “VERIFICAÇÃO DE PERFIL ISOLADO” é aberta, apresentando o resumo da verificação do perfil selecionado, conforme Figura 13. Nesta tela, é possível imprimir o relatórioresumido da verificação para análise e impressão, conforme Anexo 1, bem como selecionar outro perfil a ser verificado, utilizando os mesmos dados básicos do projeto já cadastrados. Figura 23 - SELECIONE O PERFIL A SER VERIFICADO - 1 49 Fonte: COECALC Figura 24 - SELECIONE O PERFIL A SER VERIFICADO - 2 Fonte: COECALC Figura 25 - VERIFICAÇÃO DE PERFIL ISOLADO 50 Fonte: COECALC b. Botão “VÁRIAS SITUAÇÕES”; Com a opção “VÁRIAS SITUAÇÕES”, é possível determinar os perfis resistentes em comum para várias situações de cálculo, ou seja, para pilares P1, P2, P3 e/ou vigas V1, V2, por exemplo, viabilizando melhor análise em situações diferentes. O COECALC tem o limite de oito situações de cálculo diferentes para esta opção. Após todos os dados básicos do projeto inseridos no formulário “CÁLCULO DE PERFIS” (Dados da barra, Dados do material, Solicitações), clica-se no botão “VÁRIAS SITUAÇÕES” para que o botão “ATUALIZAR SOLICITAÇÕES” apareça para que, após a conferência dos dados fornecidos, seja clicado para atualizar os referidos dados na primeira rotina de verificação em cada perfil cadastrado e, ao mesmo tempo, também faz com que apareça o botão de navegação para a segunda situação de cálculo, que é “IR PARA PRÓX. SITUAÇÃO !” que, por sua vez, ao ser clicado, armazena todos os dados na memória temporária de cálculo de todos os perfis cadastrados e permite que novos dados (“Dados da barra”, “Dados do material”, “Solicitações”) da segunda situação de cálculo sejam inseridos e assim sucessivamente até a oitava situação. Lembrando que, a partir da inserção da segunda situação de cálculo, o usuário pode, a qualquer momento, seja na terceira, 51 quarta, quinta, sexta, sétima ou oitava situação, interromper a inserção de novos dados e clicar no botão “CALCULAR AS 2 SOLICITAÇÕES” ou “CALCULAR AS 3 SOLICITAÇÕES” ou “CALCULAR AS 4 SOLICITAÇÕES” ou “CALCULAR AS 5 SOLICITAÇÕES” ou “CALCULAR AS 6 SOLICITAÇÕES” ou “CALCULAR AS 7 SOLICITAÇÕES” ou “CALCULAR AS 8 SOLICITAÇÕES”, conforme Figura 14. Figura 26 - CALCULO DE PERFIS – Botão “Várias Situações” Fonte: COECALC Ao clicar em algum dos botões “CALCULAR AS 2 SOLICITAÇÕES” ou “CALCULAR AS 3 SOLICITAÇÕES” ou “CALCULAR AS 4 SOLICITAÇÕES” ou “CALCULAR AS 5 SOLICITAÇÕES” ou “CALCULAR AS 6 SOLICITAÇÕES” ou “CALCULAR AS 7 SOLICITAÇÕES” ou “CALCULAR AS 8 SOLICITAÇÕES”, a tela “CÁLCULO VÁRIOS” é aberta apresentando todos os perfis comuns às situações de cálculo fornecidas pelo usuário, onde o sistema apresenta um resultado de esforços combinados (apresentado em percentual, chamado de percentual de aproveitamento do perfil) para cada perfil, ou seja, o percentual de aproveitamento mais crítico dentre todas as referidas situações de cálculo, conforme Figura 15, em ordem crescente do perfil de menor peso ao de maior peso próprio. Na opção de várias situações de cálculo, o COECALC apresenta apenas os perfis resistentes e em comum de todas as situações fornecidas pelo usuário. 52 Clicando uma vez no botão “IMPRIMIR” um relatório de análise e impressão de resultados é gerado apresentando todos os perfis cadastrados e seu percentual de aproveitamento conforme o cálculo de esforços combinados já executado, conforme ANEXO 1. Figura 27 - CALCULO VÁRIAS SITUAÇÕES Fonte: COECALC 5 CÓDIGOS DE PROGRAMAÇÃO UTILIZADOS 53 Neste capítulo, serão descritos todos os códigos de programação utilizados nas rotinas de cálculo para cada perfil. A tabela de armazenagem dos dados básicos do projeto é dada por “TD” e, a tabela de armazenagem das propriedades de cada perfil é dada por “TP”. 6 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 1° Trimestre 2° Trimestre Período Quinzenas Quinzenas Etapas 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 1. Análise e escolha da linguagem de programação a ser utilizada X X X 2. Definição do banco de dados a ser utilizado X 3. Análise e estudo da ABNT NBR 8800:2008 X X X X X X X X 4. Elaboração das rotinas de cálculo com base na ABNT NBR 8800:2008 X X X X X X X 5. Modelagem e análise dos resultados em formulários e relatórios X X X X 6. Redação do relatório final do projeto X X X X X X 7. Envio de trabalho para a banca. X 54 7 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR: 8800:2008: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007. ANDRADE, P. A. Porque construir com estruturas metálicas. Artigos. São Paulo, 2000. Disponível em: http://pauloandrade.com.br/frameset_links_artigos.htm. Acesso em: 02 de setembro de 2012. SAMBLANCAT, Vicente Cudós. Calculo de estructuras de acero. Madrid: Selecciones Gráficas, 1978. SCULTE, H.; YAGUI, T. Estruturas de aço: Elementos básicos. São Carlos: Seção Publicações USP, 1977. HARVORSON, Michael. Microsoft Visual Basic 2008: passo a passo / Michael Halvorson; tradução Edson Firmankiewicz. Porto Alegre: Bookman, 2009. MICROSOFT. Microsoft access 97: passo a passo. In: . Microsoft access 97; passo a passo.. São Paulo, 1997. . 276 p..Tombo/Volume: 1M0006/01-01. MCCORMAC, J.C., Structural Steel Design: LRFD Method, Harper Collins College Publishers, New York, 1995. PFEIL, W., Estruturas de Aço: Dimensionamento Prático, Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda., Rio de Janeiro, 1988. GERDAU AÇOMINAS, Tabela de Bitolas, São Paulo, 2007. MIC, Manual Brasileiro para Cálculo de Estruturas Metálicas, Rio de Janeiro, 1986. Ambrose, J., Simplified Design of Steel Structures, John Wiley & Sons, Inc., New York, 1997. 55 8 ANEXOS Neste capítulo são apresentados os anexos. 56 9 RESULTADOS E CONCLUSÕES Conclui-se...
Compartilhar