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ÁGUAS RESIDUÁRIAS
Mecanismos de contaminação:
Contato direto da pele com o solo contaminado por larvas de helmintos - estrongiloidíase ou ancilostomose;
Contato direto da pele com coleções de água contaminada por cercáreas;
Ingestão de alimentos contaminados diretamente pelos dejetos ou pela água contaminada - ascaridíase, amebíase, febre tifóide e paratifóide;
Ingestão de alimentos contaminados por vetores;
Ingestão de alimentos diretamente contaminados pela mão do homem (diarréias infecciosas);
Ingestão de carnes contaminadas por cisticercos de T. solium e T. saginata
Objetivos do saneamento:
Evitar o contato direto ou indireto do homem com os dejetos;
Evitar a poluição do solo e dos mananciais de abastecimento de água;
Evitar o contato de vetores com as fezes;
Propiciar a instituição de hábitos higiênicos na população;
Promover o conforto e atender ao senso estético;
O aumento da vida média da população através da redução da mortalidade por doenças infecto-parasitárias;
Redução do custo da assistência médica no que tange a doenças evitáveis;
Redução no custo do tratamento da água de abastecimento, pela prevenção da poluição de mananciais;
Controle da poluição de praias e dos locais de recreação, permitindo a promoção da indústria hoteleira e de turismo, com conseqüente aumento da renda;
Preservação da fauna aquática, em especial de criadouros de peixe.
Ciclo do nitrogênio na natureza: (ver figura)
Disseminação das bactérias no solo:
Destinos inadequados para os dejetos:
Fossa negra: é a fossa construída de modo inadequado e que acaba por atingir o lençol subterrâneo de água;
Privada construída sobre cursos de água ou lagoas. Inclui-se aqui a prática estúpida e irracional, infelizmente ainda muito utilizada no Brasil, em que águas residuárias de residências ou condomínios são coletadas e jogadas diretamente no mar, em rios ou em manguezais;
Privadas sem fossa, construídas a pequena altura do solo, sendo o dejeto lançado diretamente sobre o solo, servindo de alimento a porcos ou galinhas;
Lançamento dos dejetos em valas a céu aberto (valões).
Soluções individuais para o destino dos dejetos:
1) SEM TRANSPORTE HÍDRICO:
A) PRIVADA COM FOSSA SECA: localização adequada
B) PRIVADA COM FOSSA ESTANQUE
C) PRIVADA COM FOSSA DE FERMENTAÇÃO
D) PRIVADA QUÍMICA
2) COM TRANSPORTE HÍDRICO:
Embora 98 % dos municípios brasileiros possuam sistemas de abastecimento de água, pelo menos nas zonas urbanas, apenas 52 % das residências que têm água encanada estão ligadas a sistemas de esgotos sanitários. Isto inclui grande parte das grandes cidades e capitais. Nesta situação, é possível a construção do banheiro dentro da casa e a utilização de vasos sanitários. Mesmo quando ainda se utiliza a casinha fora do domicílio, podemos utilizar vasos sanitários com dispositivos de descarga
a) fossa ou tanque séptico
b) fossa OMS ou tanque de Imhoff
Destino dos efluentes nas soluções com transporte hídrico:
Fossa absorvente ou Sumidouro
Fossa de pedra ou Biofiltro
Campo Absorvente
Trincheira filtrante
Cursos d’água: O lançamento de efluentes em cursos d'água deve considerar a capacidade de autodepuração e o uso que é feito da água. Corpos d’água fechados, como lagos e represas, devem ser evitados. O risco diminui consideravelmente quando o efluente é previamente tratado. Para lançá-los ao mar, devemos utilizar emissários que os levem a correntes perenes e que se afastam da costa.
Sistemas urbanos de coleta e tratamento de águas residuárias
As águas residuárias apresentam composição variada, mas de um modo geral são constituídas de 99,9% de água e o restante são impurezas orgânicas e minerais, bactérias e vírus. Os sólidos em suspensão e sedimentáveis interessam no projeto das Estações de Tratamento, para se conhecer o volume do lodo formado. A determinação de coliformes é importante à medida da correlação entre sua concentração e a presença de organismos patogênicos.
Os esgotos domésticos incluem as águas imundas contendo matéria fecal e as águas de lavagem, resultantes de banho, lavagem de roupas, de utensílios e pisos;
Os resíduos líquidos industriais dependem do tipo de indústria: resíduos líquidos orgânicos, procedentes de indústrias de alimentos, matadouros, etc; águas residuárias agressivas, procedentes de indústrias metalúrgicas, químicas, etc. e; outras águas residuárias procedentes de diversos outros procedimentos industriais.
As águas pluviais, procedentes das chuvas e outras precipitações;
As águas de infiltração, que são águas de subsolo que se introduzem na rede: esta parcela está ligada às condições de construção da rede, ao nível do lençol freático e a fatores climáticos.
Tipos de sistemas urbanos de esgoto:
I) Unitário;
II) Separador absoluto: CONSTITUINTES a) condutos: condutos residenciais, coletores prediais (ramal domiciliar), coletores terciários (rede de rua), interceptores e emissários; b) órgãos acessórios: poços de visita – colocados no início das linhas, na junção de dois coletores, nas mudanças de direção ou a cada 100 ou 200 metros, destinam-se a permitir a inspeção para fins de desobstrução ou limpeza; tanques fluxíveis – dispositivos que permitem a descarga periódica de grandes quantidades de água, afim de evitar depósito do material sólido; c) estações elevatórias – na impossibilidade do esgoto continuar fluindo pela ação da gravidade, há nestas estações, bombas especiais para pressurização do mesmo; d) estações de tratamento;
III) Misto.
Tratamento aeróbio do esgoto: O mecanismo básico da depuração aeróbia apóia-se na atividade de bactérias, alimentando-se de matéria orgânica dos próprios resíduos e de oxigênio para a sua respiração. Três alternativas básicas para o tratamento biológico aeróbio dos esgotos:
No primeiro caso, o oxigênio é introduzido através de uma aeração forcada do esgoto.
No segundo caso, o esgoto é reduzido a finas gotículas ou a uma película liquida delgada em contato direto com o ar atmosférico.
No terceiro caso, o oxigênio é produzido pela atividade de microrganismos fotossintetizantes.
I) Grades: A finalidade das grades é reter materiais grosseiros (papéis, materiais plásticos, pedaços de madeira, estopas, latas, etc.). Sua limpeza pode ser feita manual ou mecanicamente, podendo o material ser enterrado, incinerado ou triturado e novamente lançado no esgoto. As grades são a primeira unidade que se encontra numa estação de tratamento de esgotos. Fazem simultaneamente as duas operações, isto e, retenção e trituração.
II) Caixas de areia: Destinadas a reter areia e outros detritos inertes e pesados que se encontram no esgoto (terra, partículas de metal, carvão, etc.) e que provém de lavagem, enxurradas, infiltrações, industrias, etc. Com isso, protegem-se bombas, evitam-se entupimentos e obstruções de canalizações e impede-se deposito de material inerte em decantadores, digestores, etc.
III) Tanques de remoção de óleos e graxas: São decantadores muito utilizados nos restaurantes e postos de lubrificação de automóveis. Tanques nos quais se obtém a sedimentação de matérias em suspensão, capazes de se depositar dentro de um período de tempo conveniente. São de dois tipos:
a) decantadores primários: utilizados antes do lançamento final, caso haja somente tratamento primário ou antes do tratamento secundário.
b) decantadores secundários: utilizados para remoção dos materiais finos que passaram pelo decantador primário.
Filtros biológicos: O mais antigo processo de tratamento de esgotos consistia no seu lançamento, pura e simplesmente, sobre uma grande superfície de solo. Criava-se uma película líquida delgada em contato com o ar atmosférico. A natureza granular do solo aumentava muito a superfície de exposição da película liquida. Desenvolvia-se uma matéria gelatinosa, o "húmus" ou "Zoogléia", que obstruía ou colmatava os espaços, tornando o solo impermeável, obrigando a mudança do local de lançamento. Quando, porém, os grãoseram maiores, o "húmus" formado levava muito tempo para colmatar o solo. A areia foi substituída por cascalhos de pedra ou pedra britada, de tamanho incomparavelmente maior que os grãos de areia e cujos espaços intersticiais são também muito grandes. Mas, aumentando o tamanho dos grãos ou cascalhos, menor é a superfície total banhada pelo líquido e, por conseguinte, a extensão ocupada por estes filtros deveria ser maior. Eliminam-se previamente do esgoto as suas matérias sólidas ou insolúveis que são as de mais difícil e lenta depuração. Essa remoção prévia é conseguida através de decantação primária, realizada em grandes tanques ou decantadores. O efeito depurador não resultava de uma atividade filtrante, como a princípio se supunha. A película do "húmus" é constituída de um grande numero de microrganismos, tais como bactérias, fungos, protozoários, etc., que formam colônias de consistência gelatinosa sobre os grãos de areia. Essa formação se deve à presença de matéria orgânica como alimento, e de oxigênio para a sua respiração, uma vez que se trata de seres aeróbios. O líquido sobrenadante do decantador primário, formado basicamente de água, compostos em solução e diminutas partículas em suspensão permanente e que não se decantam, é encaminhado ao filtro de cascalho, no processo dos filtros biológicos. Neste filtro, o processo é em tudo semelhante ao observado nos filtros de areia. Há formação de "húmus" e os seres microscópicos que o constituem não só adsorvem as partículas em suspensão permanente, como também se alimentam destas e dos compostos orgânicos solúveis existentes no líquido, transformando-se em gás carbônico e sais minerais através da respiração aeróbia.
Lodos ativados: Ao se agitar o líquido sobrenadante do decantador primário, com o objetivo de aumentar sua aeração, surgem flocos de material flutuante, que na verdade são formações de zoogléia livres da base material. Estes flocos podem se depositar no fundo, formando um lodo de alta capacidade de depuração, que é denominado de “lodo ativado”. Em alguns sistemas, este lodo ativado é recirculado e misturado ao esgoto fresco, aumentando a atividade biológica.
Lagoas de estabilização: Esse sistema é, na verdade, um sistema ecológico básico, idêntico aos ciclos biológicos naturais que se observam em nosso planeta. Um elemento indispensável ao funcionamento das lagoas é a luz. Por isso as lagoas devem ser rasas (em geral cerca de 1 a 1,5 m de profundidade) e não devem conter muita matéria em suspensão, isto é, deve ser feita uma decantação prévia, em um decantador ou em uma lagoa primária: esta funciona não somente como tanque de decantação, mas também como digestor anaeróbio.
Emissários submarinos: Este tratamento consiste em conduzir o esgoto por dentro do mar até que este se choque contra uma corrente submarina perene. Como conduzem água em temperatura e velocidade muito diferentes da água circundante, as margens das correntes submarinas são bastante delimitadas e ao se chocar com elas, o esgoto é agitado, formando um turbilhão que vai até à superfície, onde capta ar atmosférico e aumenta a quantidade de oxigênio dissolvido, possibilitando o tratamento aeróbico.
Tratamento de Lodos: Os materiais retidos pelos decantadores constituem os lodos de esgoto que, de acordo com a procedência, tem sua denominação própria. Os lodos procedentes do decantador secundário, depois da filtração biológica, chamam-se lodos secundários ou "húmus" e, depois do processo por lodos ativados, chamam-se lodos ativados. Os lodos retirados do decantador são lodos frescos, em início de putrefação são sépticos, após a digestão são denominados lodos digeridos. Como os lodos resultantes da decantação primária e secundária são altamente putrescíveis, devido à matéria orgânica, e apresentam alto teor de água (95 a 99%), há necessidade de estabilização e desidratação, o que se consegue com a digestão e secagem dos mesmos.
Digestão de Lodos: A digestão dos lodos é um processo de decomposição anaeróbia, feita nas instalações denominadas digestores e tem por finalidade: destruir as bactérias patogênicas; reduzir o volume dos lodos; aproveitar os gases resultantes: metano, gás carbônico, nitrogênio e, com menos freqüência e em pequenas quantidades, hidrogênio e gás sulfídrico. Sob o ponto de vista térmico, o gás de esgoto classifica-se pouco acima do gás obtido do carvão. O lodo resultante apresenta substâncias nutritivas para as plantas.
Secagem de Lodos: Os lodos são subprodutos do tratamento e devem ter destino conveniente: afastamento, aproveitamento ou eliminação, o que se dá através de lançamento ao mar, incineração ou secagem e aproveitamento posterior como adubo. De uma forma geral, não convém utilizá-los como adubo de vegetais que podem ser ingeridos crus.
Desinfecção de efluentes: Geralmente consiste em uma cloração do efluente da estação de tratamento. A desinfecção deve ser feita sempre que o problema a ser resolvido for o da contaminação por bactérias, desejando-se manter as condições sanitárias do corpo de água receptor, utilizado, por exemplo, para abastecimento de água ou para atividades desportivas. É feita particularmente no caso de efluentes de hospitais e de sanatórios onde existam portadores de doenças transmissíveis.

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