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NOÇÕES JURÍDICAS FUNDAMENTAIS SOBRE AS PERÍCIAS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE (PRÁTICA)

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2015 
 
 
CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA 
PERÍCIA JUDICIAL: ELABORAÇÃO DE 
LAUDO PERICIAL TRABALHISTA EM 
PERÍCIAS DE INSALUBRIDADE E 
PERICULOSIDADE 
NOÇÕES JURÍDICAS FUNDAMENTAIS SOBRE AS PERÍCIAS DE INSALUBRIDADE E 
PERICULOSIDADE (ELABORAÇÃO PRÁTICA) 
CURSO DE EXTENSÃO - PERÍCIA JUDICIAL: ELABORAÇÃO DE 
LAUDO PERICIAL TRABALHISTA EM PERÍCIAS DE 
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE (2015) 
Módulo II – Noções jurídicas fundamentais sobre as Perícias de Insalubridade e Periculosidade (Elaboração Prática) 
Prof. Ms. Jeane Santos Bernardino Fernandes 
 
 
2 
 
NOÇÕES JURÍDICAS FUNDAMENTAIS SOBRE AS PERÍCIAS DE 
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE (ELABORAÇÃO PRÁTICA) 
MÓDULO PRÁTICO 
APRESENTAÇÃO 
Car@ Alun@, renovo minhas saudações! 
Passaremos por uma nova fase do nosso curso, dedicado à realização prática de peças 
judiciais, de cálculos dos honorários periciais, bem como a apresentação do passo-a-passo da 
confecção do Laudo e do Parecer Pericial, além da forma de resposta aos quesitos propostos, além 
de mecanismos de fundamentação ao rechace a eventuais impugnações. 
Quanto aos procedimentos metodológicos que norteiam o novo módulo do Curso, o 
material ora apresentado funda-se em pesquisa bibliográfica realizada a partir da literatura 
específica do tema, corroborada pela consulta aos repositórios acadêmicos disponíveis e indexados 
em meio eletrônico, jornais, revistas e publicações especializadas. O estudo apresenta como 
problemática compreender que critérios são utilizados para elaboração dos Laudos periciais de 
insalubridade e periculosidade. 
O presente conteúdo encontra-se estruturado da seguinte forma: um tópico 
introdutório, momento em que a temática é apresentada, bem como o objetivo e a justificativa para 
realização do estudo das premissas periciais. Na sequência, serão elencados tópicos que versam 
sobre a retomada do conceito de perícia judicial e a natureza do trabalho do profissional perito, e 
tratar-se-á dos honorários periciais, sua formulação e critério de estipulação, definições, natureza e 
como se encontram disciplinados, além da apresentação de modelos-fonte de elaboração das peças 
judiciais; culminando com as considerações finais. 
Espero que você esteja animado, e confiante de que passaremos momentos agradáveis 
e bastante engrandecedores juntos(Carpe Diem). 
Aos estudos! 
 
INTRODUÇÃO 
Este trabalho, desenvolvido pelo Curso de Extensão em Perícia Judicial, visa à 
maximização do uso da informação legal e técnica extraída do módulo teórico, como fonte na 
produção de prova pericial e ao esclarecimento de litígios judiciais. Pretende-se, também, resgatar 
conceitos, classificações e competências da seara pericial, além da apresentação de modelos de 
facilitação da tarefa prática consagrada por Peritos e Assistentes Periciais. 
Atualmente, verifica-se uma sólida literatura sobre perícia que até segunda metade dos 
anos 90 inexistia. Para tanto, pretende-se demonstrar, com lastro em bibliografia referencial, os 
procedimentos que o profissional deve desenvolver para apresentar de forma técnica o conteúdo 
de um laudo pericial, além da execução de expedientes judiciais rotineiros. 
CURSO DE EXTENSÃO - PERÍCIA JUDICIAL: ELABORAÇÃO DE 
LAUDO PERICIAL TRABALHISTA EM PERÍCIAS DE 
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE (2015) 
Módulo II – Noções jurídicas fundamentais sobre as Perícias de Insalubridade e Periculosidade (Elaboração Prática) 
Prof. Ms. Jeane Santos Bernardino Fernandes 
 
 
3 
 
Em adição a este material bibliográfico, na busca de interagir o conteúdo ora 
apresentado, apresenta-se a experiência obtida na práxis forense, na forma organizada de um plano-
sequência, para ao final, sugerir as etapas de como elaborar metodologicamente um laudo pericial 
para fins judiciais. 
Relembrando os conceitos teóricos já internalizados, referenciamos que os peritos são 
os profissionais que subsidiam com informações técnicas ou científicas os juízes. Estes possuem 
conhecimento diferenciado do saber dos juízes, não fazendo julgamento, mas explicitando a 
realidade das partes conflituosas, muitas vezes obscura pelos ardores da defesa de seus interesses. 
O profissional que assiste o juiz, integrando o Juízo de forma eventual, como visto, 
deve possuir conhecimentos técnico-científicos para examinar, vistoriar, avaliar e arbitrar em seu 
campo de especialidade, qual seja, a Segurança do Trabalho, contudo, tal sujeito processual é 
regido por disposições contidas na Consolidação das Leis do Trabalho e no Código Processo Civil, 
relativo a sua atuação nas discussões da justiça do trabalho. 
Para o engenheiro atuar como perito judicial não é necessário prestar concurso 
público, realizar pós-graduação ou qualquer curso específico sobre perícias, nem estar vinculado a 
alguma instituição ou emprego oficial, a não ser ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura 
e Agronomia – CREA. 
Em geral, podem ser peritos: os aposentados, os profissionais liberais, os recém 
formados, os funcionários públicos e os empregados de empresas em geral, desde que suas 
possuam formação superior. No caso dos Engenheiros, para elaboração das Perícias de 
constatação de circunstâncias insalubres e perigosas no ambiente de trabalho, há a peculiaridade 
da exigência do Art. 195 CLT1, que condiciona a figuração como Engenheiro do Trabalho, seja 
como graduados, seja como pós-graduados. 
A perícia se torna um mercado atrativo aos que procuram segurança numa atividade 
profissional paralela em razão de suas principais características, entre as quais: a flexibilidade de 
horários para executar tarefas, os prazos relativamente largos de entrega do laudo e o cunho 
solitário da atividade, que não admite pressões sobre o trabalho do perito – características estas 
pouco encontradas em outros segmentos onde os engenheiros atuam. Embora o mercado possa 
ser rentável, é de pouco conhecimento dos engenheiros de como nele ingressar. 
O perito-engenheiro é chamado pela Justiça para oferecer laudos técnicos em 
processos judiciais, nos quais podem estar envolvidos pessoas físicas, jurídicas e órgãos públicos. O 
laudo técnico escrito é assinado pessoalmente pelo perito e passa a ser uma das peças (prova) que 
compõem um processo judicial. 
O competente trabalho do perito tem rotina pequena e de fácil assimilação para 
aqueles que não dispõem de experiência em perícias, cabendo-nos orientar em como fazê-lo de 
forma sistêmica e não desgastante. 
 
1 Art. 195 CLT - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do 
Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, 
registrados no Ministério do Trabalho. 
CURSO DE EXTENSÃO - PERÍCIA JUDICIAL: ELABORAÇÃO DE 
LAUDO PERICIAL TRABALHISTA EM PERÍCIAS DE 
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE (2015) 
Módulo II – Noções jurídicas fundamentais sobre as Perícias de Insalubridade e Periculosidade (Elaboração Prática) 
Prof. Ms. Jeane Santos Bernardino Fernandes 
 
 
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Habitualmente, maiores obstáculos são enfrentados para encontrar livros e cursos que 
particularizem como o interessado na atuação como perito deve proceder para penetrar nesse 
mercado de pouca divulgação. 
Objetiva-se com esse material, além de alinhavar modelos de elaboração das peças, 
formalizar o compêndio dos saberes necessários para o bom desempenho da tarefa pericial e 
instituir uma saudável rede de relacionamentos com os Juízes do Trabalho, propiciando o acesso à 
realização das perícias de insalubridade e periculosidade. 
 
1. RETOMADA DE CONSIDERAÇÕES RELEVANTES DO MÓDULO 
TEÓRICO 
Cumpre-nosretomar termos que já assimilamos, no que concerne à Perícia Forense 
tem-se que o termo Perícia vem do latim e significa destreza, competência e habilidade; enquanto, 
Forense se refere ao foro judicial, relativo aos tribunais. 
Pode-se dizer, então, que a Perícia Forense é o termo adotado para identificar os 
métodos científicos para se identificar e obter a evidências necessárias para o auxílio da justiça. 
A perícia forense trabalha investigando o fato narrado na petição inicial buscando 
materializar os termos alegados, por meio da confecção de provas de ordem técnico-científica, que 
comprovem a veracidade do fato, de forma a não deixar dúvida sobre as evidências investigadas. 
Tal função deve-se ao fato de que o juiz, pessoa dotada de grande conhecimento 
jurídico, não dispõe de grande saber científico, o que torna obrigatório a presença dos Peritos, 
profissionais detentores de grande conhecimento em áreas científicas, e pessoas de confiança do 
juiz, o qual utilizará de seus conhecimentos para realização da perícia no objeto questionado, sendo 
que o resultado de seu trabalho será exposto por meio de um laudo, o qual deve ter uma linguagem 
simples, mas sem omitir dados técnicos, que possam ser compreendidos por não especialistas. 
Pode funcionar como Perito o Engenheiro regularmente registrado em um Conselho 
Regional, que exerce atividade de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas 
qualidades e experiência, da matéria periciada. 
O perito é um profissional altamente capacitado e atualizado, o qual possui a 
habilidade necessária para tal tarefa, utilizando meios científicos e técnicos para provar a veracidade 
do fato em questão, elaborando após as diligências cabíveis a análise de todas as evidências de um 
laudo técnico pericial, que por sua vez, passa a ser uma das provas que compõem um processo 
judicial. 
Um exame pericial pode consistir em perícia realizada em imóveis, móveis, pessoas, 
equipamentos, entre muitos outros. 
Para realizar a análise e coleta de evidências fáticas são seguidos procedimentos rígidos 
para que não exista nenhuma irregularidade durante a investigação do fato, o que pode fazer com 
que o juiz considere a prova inadmissível: um processo de perícia trabalhista é necessário seguir 
CURSO DE EXTENSÃO - PERÍCIA JUDICIAL: ELABORAÇÃO DE 
LAUDO PERICIAL TRABALHISTA EM PERÍCIAS DE 
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE (2015) 
Módulo II – Noções jurídicas fundamentais sobre as Perícias de Insalubridade e Periculosidade (Elaboração Prática) 
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procedimentos rigorosos, visando à integridade das provas. Conforme estipula o artigo 212 do 
Código Civil2, a perícia constitui um dos meios de prova. 
O laudo pericial e o parecer pericial têm por limite os próprios objetivos da perícia 
deferida ou contratada. 
Embora não chancelado por um rito, a realização dos afazeres alcançados pela alta 
capacitação profissional apontam que haja uma rotina procedimental, colhida da práxis técnica, que 
não cabe detalhar nesse curso, porquanto se trata de expertise do profissional de engenharia, e das 
condições amoldadas por Normas Técnicas Profissionais. 
No processo de realização da perícia judicial haverá a observância de três fases 
distintas: 1) Fase Preliminar; 2) Fase Operacional; 3) Fase Final. 
É possível sintetizar a Perícia Judicial Trabalhista nos seguintes passos: 
a) Em audiência o Juiz nomeia o Perito; 
b) O Perito é intimado; 
c) O Perito faz carga do processo; 
d) O Perito estuda o processo; 
e) O Perito comunica as partes sobre data e hora da 
diligência; 
f) O Perito efetua a vistoria em campo, e promove as 
análises e indagações necessárias à elaboração do laudo. 
Para ser perito na Justiça do Trabalho em perícias de 
insalubridade e periculosidade, é necessário curso superior em engenharia 
ou medicina e, cumulativamente, ter curso de pós-graduação. No caso, especialização em 
segurança do trabalho, para os engenheiros, ou medicina do trabalho, para os médicos. 
Assim, o perito é chamado pelo Juiz (agente público do Poder Judiciário) para elaborar 
o laudo técnico, escrito e assinado pessoalmente pelo perito, e passa a ser uma das peças (prova) 
que integram um processo judicial. 
Não há horário fixo para o trabalho, podendo ser realizado quando se dispõe de 
tempo. Como a atividade não exige exclusividade, há possibilidade do profissional estar empregado 
ou ter outras atividades e realizar perícias durante seu tempo disponível. Por outro lado, o caráter 
da função e a importância que a reveste provocam interesse e honram o profissional nomeado 
perito, tornado a ocupação incomum. 
Devido às características do encargo, o ideal é o profissional interessado em ser perito 
ter uma renda que possibilite tranquilidade no início da atividade, ou então, já possuir uma ou mais 
atividades, a qual ou as quais a perícia judicial viria se somar, aumentando assim o leque de serviços 
que prestava. 
 
2 Art. 212 CC. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante: V - 
perícia. 
 
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LAUDO PERICIAL TRABALHISTA EM PERÍCIAS DE 
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Quadra registrar, no entanto, que o volume de perícias que dê ao profissional um 
rendimento médio mensal que proporcione trabalhar única e exclusivamente com perícias pode 
levar algum tempo. 
 
2. REALIZAÇÃO DA PERÍCIA E ELABORAÇÃO DE LAUDO E DE 
PARECER PERICIAL: ORIENTAÇÕES GENÉRICAS. 
 
A perícia judicial é uma modalidade específica de perícia cuja definição acontece por 
força de lei. 
Assim, no contexto jurídico-legal pátrio o momento, a necessidade e os procedimentos 
para realização de uma perícia encontram-se disciplinados pelo Código de Processo Civil em vigor 
(Lei n.º 5.869, de 11 de Janeiro de 1973), no capítulo que trata das provas e especialmente no art. 
420, caput, “A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.” Em seu art.421, consta que, “O juiz 
nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo”. (vide Anexos) 
Como já se disse, a prova pericial consiste em exame, vistoria e avaliação, sua 
efetivação dar-se mediante necessidade de, em uma determinada lide processual, o juiz dela 
depender para melhor fundamentar sua decisão e assim realizar a justiça, dotando-se da atuação de 
profissionais de notórios conhecimentos técnicos sobre uma determinada área do conhecimento 
humano. 
No contexto da perícia judicial, o perito é um profissional de relevante saber técnico 
que é nomeado pelo juízo para dirimir controvérsias relacionadas à sua área de conhecimento. 
Quanto ao assistente técnico, este em geral é contratado pelas partes litigantes, ou ao menos uma 
delas, como instrumento para confirmar e/ou contestar as informações apresentadas pelo perito 
judicial, ao fim da perícia, através de um laudo (parecer) técnico. 
A perícia é uma modalidade de prova destinada a levar ao juiz elementos instrutórios 
de ordem técnica, podendo consistir em uma declaração de ciência, na afirmação de um juízo ou 
em ambas as operações simultaneamente. 
O laudo pericial tem a finalidade de apresentar a perícia e, consequentemente, sua 
materialização instrumental, peculiaridade de ser uma função do auxiliar eventual do juízo e 
destinada a fornecer dados instrutórios, enquanto desenvolvida na fase instrucional do processo, 
para a formação dos elementos de provaque serão utilizados pelo magistrado, para poder proferir 
sua sentença com a adequada fundamentação. 
Decorrerá sempre a realização de uma perícia judicial, a produção pelo perito, de um 
laudo pericial, o qual descreverá os procedimentos técnico-científicos e demais instrumentos de 
aferição da (i)legitimidade das informações e documentos contidos no processo, objeto do exame 
por ele realizado. 
Importa ressaltar que os profissionais ao atuarem em processos judiciais como perito 
produzem um documento denominado de “Laudo Pericial”; e quando atuam como assistentes 
técnicos, podem emitir “Parecer Pericial”. 
CURSO DE EXTENSÃO - PERÍCIA JUDICIAL: ELABORAÇÃO DE 
LAUDO PERICIAL TRABALHISTA EM PERÍCIAS DE 
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE (2015) 
Módulo II – Noções jurídicas fundamentais sobre as Perícias de Insalubridade e Periculosidade (Elaboração Prática) 
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O perito-assistente pode, logo após sua contratação, manter contato com o advogado 
da parte que o contratou, requerendo dossiê completo do processo para conhecimento dos fatos e 
melhor acompanhamento dos atos processuais no que pertine à perícia. 
Independente da área em que será realizada a perícia, certamente será necessário 
utilizar técnicas que possam tornar possível a análise dos elementos de prova. 
As técnicas empregadas atualmente são de grande auxílio e tornam possível observar a 
veracidade aos fatos. Para cada tipo de análise, existe uma técnica específica a qual torna possível 
aferir, através de procedimentos, identificar e evidenciar a veracidade dos fatos. 
Seja na marcação da vistoria, seja na realização das diligências, seja na consecução do 
Laudo, será impositiva a realização de um plano-sequência. 
Conceitua-se plano-sequência como a identificação de uma sucessão ininterrupta de 
eventos que permitirá a fixação de bases de mensuração de cada ação de controle humano ou por 
instrumentos tecnológicos e de previsão de comportamentos de controle de gestão. 
Neste sentido, o presente material visa detalhar as ações humanas, materiais 
empregados, os profissionais requeridos para o desenvolvimento das sequências apresentadas e a 
dinâmica da operação pericial. Não tem o intuito de mensurar tempo e valor monetário das ações 
(embora oportunamente apresentemos sugestões), uma vez que as particularidades de elaboração 
do laudo pericial estão relacionadas diretamente com o objeto de pedir da perícia, sua extensão, 
complexidade, elementos necessários na certificação da verdade formal e na limitação legal que a 
perícia pode alcançar. 
Para elaboração de um laudo pericial deve-se determinar os eventos a serem realizados 
de forma hierárquica, contínua e sistêmica. Dessa forma, temos que visualizar, inicialmente, a 
árvore-sequência da unidade de ação pretendida. Em nosso caso específico a Unidade de Ação de 
Elaboração de um Laudo Pericial é formado pelos seguintes Plano-Sequência e Eventos: 
 
UNIDADE DE AÇÃO: ELABORAÇÃO DE LAUDO 
PERICIAL 
PLANO-SEQUÊNCIA 1: CONHECER O OBJETO DA 
PERÍCIA 
PLANO-SEQUÊNCIA 2: OBTER ELEMENTOS – TERMO 
DE DILIGÊNCIA 
PLANO-SEQUÊNCIA 3: ESTRUTURAR O LAUDO 
PERICIAL 
CURSO DE EXTENSÃO - PERÍCIA JUDICIAL: ELABORAÇÃO DE 
LAUDO PERICIAL TRABALHISTA EM PERÍCIAS DE 
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O perito é o olho técnico do Juiz, cabendo-lhe a análise desapaixonada da matéria de 
fato, abstendo-se de manifestar-se sobre matéria de direito ou fazer conclusões que possam induzir 
em erro o Juiz da causa, por conterem juízo de valor, mesmo que velado. 
Às partes e ao Ministério Público, se for o caso, sob a presidência do Juiz da causa, 
cabe orientar o curso da prova através de quesitos objetivos que removam a cortina de fumaça 
existente sobre a matéria de fato, não imputando ao perito a responsabilidade de dar rumo 
definitivo à solução do conflito. 
Como em matéria de segurança do trabalho o perito do juízo, via de regra, planeja os 
seus trabalhos de forma independente, a ele compete dar ciência às partes (aos advogados ou ao 
Ministério Público se for parte), por dever de ofício. Assim, recomenda-se que o perito do juízo 
comunique ao assistente por escrito (e-mail ou carta) o início da perícia, bem como que o assistente 
técnico procure o perito. 
O artigo 431-A do Código de Processo Civil (CPC) diz que “As partes terão ciência da 
data e local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova”. 
O perito, enquanto estiver de posse do processo ou de documentos, deve zelar por sua 
guarda e segurança. 
Cabe ao perito analisar os quesitos ofertados e confrontá-los com o objeto da perícia 
deferida pelo magistrado, bem assim como avaliar e identificar a causa de pedir da ação e as 
resistências da Contestação. 
Depreende-se destas duas conceituações a condição de que o trabalho apresentado 
pelo Perito do juízo exige pleno conhecimento do trabalho a ser desenvolvido. Para alcançar este 
conhecimento, necessário identificar três aspectos fundamentais do processo para o adequado 
planejamento e organização dos trabalhos. 
Deve-se procurar saber a motivação da 
discussão daquele feito, a época dos fatos narrados nos 
autos e o objeto do trabalho pericial requerido pela 
parte. 
Identificado o amplo espectro da discussão, 
busca-se se especializar na área da habilitação do perito. 
A leitura atenta dos quesitos formulados 
permite planejar quais procedimentos técnicos deverão 
ser necessários para o desenvolvimento do trabalho de 
campo de modo a permitir obter elementos consistentes 
para oferecer às respectivas respostas. Este se portar, 
por sua vez, agiliza e resulta em apresentação da 
verdade real, meta que se busca com o trabalho pericial. 
Esta etapa, portanto, constitui na 
identificação em cada quesito do procedimento de perícia necessário para responder plenamente o 
 
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arguido, estimando um lapso de tempo que se levará para cada procedimento. É útil o registro 
neste "Papel de Trabalho" dos documentos, qual a parte que os fornecerá, e o que se objetiva obter 
dos mesmos. 
É válido eventual consulta bibliográfica das questões técnicas formuladas, propiciando 
apresentação de conteúdo científico com o objetivo de evitar ter de prestar, posteriormente, 
esclarecimentos sobre a doutrina científica. Pesquisa e leitura de livros técnicos, pesquisa sobre as 
leis de regência, voltadas exclusivamente para subsidiar as questões técnicas, devem ser efetivadas 
pelo mesmo motivo. 
Evidentemente que não cabe ao Perito-Engenheiro promover análise sobre a 
aplicabilidade das leis, ficando apenas no campo da demonstração qualitativa e quantitativa do 
entendimento jurídico por parte dos litigantes das suas impressões técnico-científicas sobre a 
questão. 
Elabora-se uma matriz qualitativa dos elementos necessários para atender o objeto da 
perícia, e opera-se os procedimentos de aferição da condição narrada e contrariada pelas partes. 
Como primeiro passo desta rotina, verificam-se os documentos que já foram juntados 
ao processo e se avalia a suficiência dos mesmos para o desenvolvimento do trabalho. Caso os 
sejam em volume que não permita uma imediata visualização das argumentações daspartes, devem 
ser relacionados em "Papel de Trabalho", indicando as folhas dos autos e um pequeno histórico do 
que se trata o documento relacionado. Os elementos que não constam dos autos serão objeto de 
procedimento da etapa que se segue. 
Ato contínuo, procede-se à descrição do evento, pela identificação dos procedimentos 
de perícia para fundamentar adequadamente a resposta ao objeto de pedir da perícia, os quesitos 
ofertados e conexos com a justificativa da perícia. A leitura de norma legal, norma e doutrina da 
área científica do profissional é procedimento do evento que propicia maior consistência na 
formação das respostas. 
Mediante Termo de Diligência, o perito deve solicitar por escrito todos os documentos 
e informações relacionadas ao objeto da perícia. 
A eventual recusa no atendimento a diligências solicitadas ou qualquer dificuldade na 
execução do trabalho pericial deve ser comunicada, com a devida comprovação ou justificativa, ao 
Juízo. 
O perito deve utilizar os meios que lhe são facultados pela legislação e normas 
concernentes ao exercício de sua função, com vistas a instruir o laudo pericial ou parecer pericial 
com as peças que julgarem necessárias (vide Art. 429 CPC disponível nos Anexos). 
É prudência do Perito do Juízo não desenvolver Laudo se existir elementos que as 
partes não forneceram e o MM. Juiz ainda não estabeleceu o prazo fatal para sua disponibilização. 
O resultado do não cumprimento desta condição pode resultar na obrigação do Perito de 
desenvolver laudo complementar com base nos elementos juntados posteriormente à entrega do 
laudo, sem que venha a ser possível de cobrança um complemento dos honorários periciais. 
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O perito deve manter registros dos locais e datas das diligências, nomes das pessoas 
que os atenderem, livros e documentos ou coisas examinadas ou arrecadadas, dados e 
particularidades de interesse da perícia, rubricando a documentação examinada, quando julgarem 
necessário e possível, juntando o elemento de prova original, cópia ou certidão. 
A execução da perícia, quando incluir a utilização de equipe técnica, deve ser realizada 
sob a orientação e supervisão do perito, que assume a responsabilidade pelos trabalhos, devendo 
assegurar-se que as pessoas contratadas estejam profissionalmente capacitadas à execução. 
O perito deve documentar os elementos relevantes que serviram de suporte à 
conclusão formalizada no Laudo Pericial, providência congênere deve ser empreendida pelo 
Assistente Pericial na elaboração do Parecer Pericial, por meio de "Papéis de Trabalho", que foram 
considerados relevantes, visando fundamentar o Laudo ou Parecer e comprovar que a perícia foi 
executada de acordo com os despachos e decisões judiciais, bem como as normas legais e Normas 
Regulamentadoras. 
Entende-se por Papéis de Trabalho a documentação preparada pelo perito e pelo 
Assistente Pericial para a execução da perícia. Eles integram um processo organizado de registro de 
provas, por intermédio de Termos de Diligência, informações em papel, meios eletrônicos, plantas, 
desenhos, fotografias, correspondências, depoimentos, notificações, declarações, comunicações ou 
outros quaisquer meios de prova fornecidos e peças que assegurem o objetivo da execução pericial. 
No horário marcado do início de perícia, na vara do trabalho onde ocorre a 
reclamatória ou na empresa do reclamante, o perito deve entrevistar o Reclamante, de forma a 
responder os quesitos. Se a entrevista não for na vara, deve ser marcado um encontro no local de 
trabalho para que se dê a vistoria, na presença do Reclamante. O perito deve avisar a empresa 
sobre a vistoria. 
Então, proceder-se-á pelo Perito aos empenhos necessários para a consagração da 
perícia, e respectiva elaboração do Laudo. No ensejo, o Assistente Pericial adotará as cautelas 
suficientes para apoiar a parte contratada, nos limites da ética. 
De posse de toda a documentação obtida diretamente das partes, juntada aos autos 
pelas mesmas de forma tempestiva, dos eventuais elementos trazidos por terceiros e órgãos 
públicos, o Perito procederá à elaboração do laudo. 
A materialização da ação do Perito no processo é a juntada do laudo por ele elaborado. 
A revisão gramatical é fundamental para que não se cometa erros de ortografia, 
concordância verbal e nominal, bem como a atenção para que o conteúdo apresentado esteja em 
uma linguagem acessível para aqueles que não possuem a especialidade do perito, tendo em vista 
que será o laudo uma prova em que o magistrado poderá se valer para proceder a fundamentação 
de sua sentença. Esta revisão está ligada ao atributo formal de clareza e concisão. 
Outro item de extrema relevância e que se não observado pelo auxiliar do juízo e não 
resolvido, poderá ser objeto de pedido de nulidade da prova e solicitação de segunda perícia, a ser 
realizada por outro expert: é a lógica do pensamento do Perito. 
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LAUDO PERICIAL TRABALHISTA EM PERÍCIAS DE 
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Pela necessidade da existência de uma coerência de raciocínio, este item está conexo 
com o atributo de objetividade e argumentação. Ao elaborar o laudo com os documentos dos 
autos e recepcionados nos limites da verdade formal, o Perito do juízo está materializando os 
atributos formais de exatidão e rigor tecnológico. 
A juntada dos elementos obtidos em trabalho de campo em anexo referendado no 
corpo do laudo é a demonstração da aludida exatidão do laudo. 
Destarte, a revisão do trabalho, com vistas a identificar e perceber se fora satisfeito o 
objeto de pedir e motivação da perícia são os guias que deve mirar-se o Perito para ser pleno o seu 
desempenho funcional. 
Logo, no que concerne à estrutura formal do laudo, a formatação do trabalho, lhe 
dando apresentação e disposição técnica, é a última etapa. 
Os processos judiciais são enfeixados mediante colchetes que juntam as peças de um 
processo em volumes de aproximadamente 200 (duzentas) folhas cada. 
A furação que estas páginas recebem, caso fosse o laudo formatado dentro das normas 
técnicas de apresentação de um relatório técnico, onde este poderia estar inserido, resultaria em 
perda do conteúdo, já que usualmente texto escritos com margem direita inferior à 3 centímetros 
estariam com a leitura prejudicada. Assim, a margem direita deve ser sempre superior à 3,5 
centímetros. 
Não existem normas processuais nem preceitos técnicos que determinem quantas ou 
quais deverão ser as partes que deverão constituir o Laudo Pericial, não se exigindo, paralelamente, 
qualquer espécie de formalismo em sua apresentação. 
Expõe-se que, usualmente, o laudo pericial deve compor de três partes: Preâmbulo ou 
cabeçalho, histórico e conclusões. No preâmbulo, sugere que deva constar a caracterização do 
feito. No histórico descrever o procedimento de trabalho pericial e a conclusão conterem as 
respostas aos quesitos com as considerações que o Perito entende pertinente ao completo 
conhecimento da verdade e esclarecimento da justiça. 
Há quem sustente que uma estrutura lógica de Laudo Pericial deve conter: (a) abertura; 
(b) considerações iniciais a respeito das circunstâncias de determinação judicial e os exames 
preliminaresda perícia; (c) determinação e descrição do objeto da perícia; (d) informação da 
necessidade ou não de diligências e, quando houver, a descrição dos atos e acontecimentos dos 
trabalhos de campo; (e) exposição de critérios, exames e métodos empregados no trabalho; (f) 
considerações finais onde conste a síntese conclusiva do Perito a respeito da matéria analisada; (g) 
transcrição e respostas aos quesitos formulados; (h) encerramento do laudo, com identificação e 
assinatura do profissional, e (i) quando houver, a juntada sequencial, dos Anexos, documentos de 
outras peças explicativas de afirmativas do laudo e ilustrativas deste. 
Nas considerações gerais evidencia-se a parte introdutória da peça técnica pericial, ou 
seja, a parte relativa ao relatório pericial. Pode ser dividida em alguns subtópico: 
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a. No primeiro subtópico deve descrever, sucintamente, o pedido formulado pelo 
proponente da ação constante da inicial e traz à luz os contornos e limites do trabalho pericial. 
b. Um segundo subtópico a ser oferecido é o que relata os procedimentos de trabalho 
e traz à luz os contornos e limites do trabalho pericial, assim como as diligências realizadas pelo 
perito. Informam-se os principais momentos de como foi desenvolvido o trabalho de campo, 
referenciando, inclusive, o termo de diligência. É também pertinente inserir aqui eventuais 
ocorrências que, porventura, tenham sucedido. 
c. O subtópico seguinte visa abordar, de forma breve, os principais procedimentos 
técnicos adotados, colocar alguns limites quanto à responsabilidade do perito no desenvolvimento 
de seu trabalho técnico. Neste tópico pode ser necessário maior divisão no caso da existência de 
planilhas desenvolvidas ou mesmo para um desenvolvimento específico. Este detalhamento é uma 
descrição dos passos de como foram elaborados os trabalhos de análise para que o magistrado e 
partes possam entender o raciocínio lógico e as ilações do perito. 
O perito deve entrar na questão técnica, através das respostas aos quesitos oferecidos, 
ou, na ausência destes, terá o profissional de organizá-la de forma criativa e tecnicamente 
competente. 
Quesitos são as questões técnicas objeto da lide que se apresentam desenvolvidas 
através de perguntas formuladas pelo magistrado ou pelas partes, ou por uma das partes apenas. 
O perito deve observar algumas regras básicas: as respostas devem seguir-se aos 
quesitos e por uma questão hierárquica, são oferecidas, preliminarmente, as resposta s aos quesitos 
formulados pelo magistrado, em seguida as respostas aos quesitos oferecidos pelas partes, pela 
ordem de juntada das mesmas aos autos do processo. 
A conclusão do Laudo Pericial deve considerar as situações enunciadas nas 
manifestações das partes. Entretanto, na existência de interpretação de aspectos legais, sujeito ao 
contraditório formado pelas partes na discussão judicial, a elaboração de alternativas devem ser 
apresentadas. Admite, também, que apresente apenas aspectos qualitativos, sem resultar em 
quantificação de percentuais de comprometimento, nos casos de insalubridade, por exemplo. 
Embora possa parecer um exagero a indicação expressa da exigência da assinatura do 
laudo, a firma dada pelo Perito do juízo perfaz, para as partes e terceiros, a certeza jurídica da 
responsabilidade daquelas informações técnicas apresentadas, podendo imputar ao seu subscritor 
as penalidades da lei quanto a inverdade e falsa perícia. 
Os Anexos ‘ilustram’ as respostas, para evitar que se tornem prolixas ou, então, 
reforçam a opinião. Deve se fazer de forma parcimoniosa, nunca no sentido de ‘inchar’ o laudo, 
admitindo-se a juntada de apenas alguns exemplares de vários documentos. 
Primeiro porque o perito tem a presunção de fé pública; segundo, porque o excesso de 
juntada, em especial de documentos, estará transformando a prova pericial em prova documental. 
Pareceres de outros especialistas ou de notáveis podem ser requeridos para efeito de 
reforço da opinião do perito ou até para suplementá-la e, nesse caso, apensos ficam ao laudo. A 
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inserção no laudo de metodologia, procedimento técnico, formas ou critérios que servem 
exclusivamente para análise do fato periciado, são de percepção do Perito e devem ser sempre que 
possíveis agrupadas, e devem acompanhar o laudo nas preliminares. 
A apresentação de planilhas em anexo elucidativo e explicativo, da mesma maneira que 
mapas demonstrativos ou documentos ilustrativos, devem ser sempre referenciados no corpo do 
laudo, firmando sua conexão com o conteúdo da peça. 
Neste sentido, o laudo em sua parte central representa a síntese do ocorrido durante as 
Diligências e as conclusões do Perito sobre o objeto da perícia. 
Como registro final, resta anotar que o laudo pericial e o parecer pericial são 
documentos escritos, nos quais os peritos devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da 
perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto e as buscas de 
elementos de prova necessários para a conclusão do seu trabalho. 
Os peritos, no encerramento do laudo pericial ou do parecer pericial, devem consignar, 
de forma clara e precisa, as suas conclusões. 
Tem-se que o laudo pericial consiste na exposição minuciosa, circunstanciada, 
fundamentada e ordenada das apreciações e interpretações realizadas pelo Perito, coma 
pormenorizada enumeração e caracterização dos elementos manuseados e examinados. 
Recomenda-se que o Perito evite o uso de linguagem muito técnica, que não permita o 
entendimento por parte do juiz ou a terceiros interessados no trabalho pericial. Expor suas 
conclusões de forma clara e precisa, sem rodeios e excessos de toda ordem. 
Situação peculiar que acontece regularmente é a de processos que parecem ao perito 
tão claramente resolvidos com o que consta dos autos que ele não se permite avançar na 
investigação da matéria de fato, limitando-se a referendar determinados pontos de vista que 
entendem estarem consolidados nos autos. Contudo, o perito deve então abstrair-se de todo o 
processado nos autos e dedicar-se a uma revisão da matéria de fato desde a estaca zero, 
respeitando, é claro, os limites colocados pelo quesitos formulados e limitando-se à área de sua 
especialidade. 
O Parecer do Assistente Técnico é semelhante ao laudo do perito. É possível 
confeccionar o corpo do Parecer de idêntica forma ao corpo do Laudo do Perito. Entretanto, o 
Assistente Técnico deve decidir o que comentar sobre o Laudo do Perito, a fim de não se tornar 
difuso. 
 
PAUSA PARA UM CHISTE! 
Com prática, é fácil elaborar os laudos de periculosidade e insalubridade 
para a Justiça do Trabalho. Um perito pode marcar diversos inícios de 
perícia em um mesmo dia. Em circunstâncias concretas, o Perito vai a um 
distrito industrial, dependendo das condições da perícia, pode, em uma 
tarde, visitar indústrias diferentes, vistoriar o local de trabalho do 
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reclamante e entrevistá-lo, e ainda conversar com os funcionários da 
indústria – ou seja, em apenas uma tarde, faz a vistoria de diversas perícias 
diferentes. Na noite do mesmo dia, esse perito, de acordo com as 
circunstâncias, pode, utilizando os programas de formatação de textos de 
seu computador, utilizando-se da conhecida "teoria lavoisiana", 
vulgarmente apelidada de “copia-e-cola”, elaborar os múltiplos laudos. 3 A 
mesma tônica pode ser apropriada pelo Assistente Técnico: Não há 
porque se desesperar na realização de Laudos ou Pareceres!!! 
 
 
 
3. MÉTODO PRÁTICO DE REALIZAÇÃO DE CÁLCULOS DE 
HONORÁRIOS PERICIAIS 
Os dicionários pátrios apresentam o significado do vocábulo honorário, sob duas 
vertentes. Nesse sentido, quando o mesmo vem escrito no singular, a palavra honorário, é um 
adjetivo e vem do latim “honorariu” e significa honra. No entanto quando escrito com um “s” no 
final, trata-se do plural do substantivo honorário, que é o nome que se dá a remuneração recebida 
pelos profissionais sem vínculo empregatício (tanto os liberais, quanto os autônomos), como 
médico, advogado, despachante, eletricista, mecânico, arquiteto, entre outros. 
Dito de outra forma, os honorários representam os valores recebidos pelo serviço 
prestado, o que equivale ao salário ou remuneração. Assim, não restam dúvidas que à prestação de 
um serviço de natureza profissional e técnica é o fio condutor para compreender-se o significado e 
abrangência dos honorários. 
Uma das dificuldades da maioria dos peritos é calcular adequadamente seus 
honorários, de forma justa e coerente. 
A formulação dos honorários periciais feita pelo perito judicial não se elabora 
mediante uma fórmula prévia, pois que, cada processo tem sua particularidade. 
O perito judicial é remunerado pelo trabalho que realiza, ou melhor, pelos laudo que 
entrega no processo. A atividade é semelhante a de um profissional liberal, porém não o sendo. 
 
3 Disponível em: < http://www.manualdepericias.com.br/pericias-de-insalubridade-e-periculosidade-perito-justica-do-
trabalho/>. Acesso em 01 out. 2015. 
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15 
 
A base de cálculos da remuneração do perito é a tabela de honorários de associação ou 
instituto de peritos, ou a de uma simples tabela de honorários do Conselho de classe, sindicato ou 
associação profissional. 
No cálculo da proposta de honorários, o perito deve levar em consideração o número 
de horas a serem trabalhadas e o número de horas gastos na burocracia do desempenho da função. 
O número de horas total multiplicado pelo valor mínimo da hora técnica, obtido de uma tabela ou 
regulamento de honorários de perito, é a maneira mais comum de propormos honorários. 
Por outro lado, os honorários do perito judicial devem considerar o valor da discussão 
no processo, fazendo o perito uma proposta proporcional a este. 
Ainda que semelhantes os processos, dificilmente serão apresentados honorários 
idênticos, principalmente em razão das variáveis que podem ocorrem quando da realização da 
perícia judicial. 
Nesse sentido, é importante lembrar que diversos fatores como: se os documentos e 
dados necessários à busca da prova pericial estão ou não anexados aos autos; necessidade ou não 
de diligências e acesso aos respectivos locais; quantidade de quesitos apresentados; volume de 
informações a serem trabalhadas; os quais certamente influenciarão o custo final da perícia. 
A fixação da remuneração pericial é um ato arbitral do magistrado, que, normalmente, 
ao decidir, leva em consideração a relevância e a qualidade do trabalho pericial, a complexidade 
técnica da prova, o orçamento apresentado pelo perito, às possibilidades econômico-financeiras 
das partes, bem como as eventuais reações das partes. 
Pelo que se vê, o arbitramento é o mecanismo processual do qual faz uso o 
magistrado, para se quantificar os valores relacionados à remuneração do perito no âmbito de uma 
perícia judicial. 
Na tabela de honorários do site Perito Judicial Online, disponível no endereço 
eletrônico <http://www.manualdepericias.com.br/tabela-do-honorarios-de-perito-judicial-on-line-
calculo-instantaneo/>, o interessado pode digitar o número de horas que estima gastar e ter o 
resultado simultâneo de valor mínimo de remuneração. Contudo, conforme destacado na 
mencionada página, os valores aplicados observam o Regulamento do Instituto Brasileiro de 
Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo. 
A elaboração mais equânime dos referidos honorários há de se balizar pelo custo-
tempo para realização de cada uma das etapas da perícia. 
O número de perícias de insalubridade e periculosidade a serem realizadas é altamente 
significativo na Justiça do Trabalho. É tão grande o número de nomeações que os juízes passam a 
conhecer a fundo o tema versado nos laudos, sabem a quantidade de trabalho que o perito terá e, 
assim, praticamente tabelam os honorários em torno de 4,5 salários mínimos, dependendo da 
região e do juiz. Os resultados com os honorários não são melhores porque existem as limitações 
da Assistência Judiciária Gratuita (AJG). 
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16 
 
Os honorários do perito na Justiça do trabalho serão pagos ao final do processo, e 
pagos pela parte perdedora. 
Na Justiça do Trabalho, acontece primeiro a fase de conhecimento. Se o trabalhador 
vence, se dá a segunda fase: a liquidação de sentença do juiz na reclamatória. Os honorários do 
perito são pagos no final da reclamatória trabalhista, o que pode levar bastante tempo, já que as 
perícias para constatar insalubridade e/ou periculosidade são realizadas praticamente no início do 
processo, e os honorários serão pagos no final da fase de execução de sentença. 
Se o reclamante (trabalhador) for o ganhador a causa, os honorários serão pagos em 
perícias de insalubridade e periculosidade na forma normal. 
Se a reclamada (empresa) ganhar a causa, o perito receberá os honorários através da 
Assistência Judiciária Gratuita – AJG4, se assim o reclamante dispuser. Os honorários serão mais 
baixos nesse caso e também pagos no final da ação. 
O perito da área de insalubridade e periculosidade deve ficar preparado para passar um 
longo tempo sem receber honorários. Passado esse tempo, ele começa a receber os honorários 
com regularidade – trata-se de um compasso de espera. 
Hoje, o Tribunal Regional do Trabalho, em nome da União, paga os honorários da 
Assistência Judiciária Gratuita. 
Na verdade, em meados da primeira década deste século, a Justiça do Trabalho, 
começou a corrigir uma situação que se tornara, durante os tempos, incabível. Antes, o perito na 
Justiça do Trabalho recebia honorários de perícias para determinar insalubridade e periculosidade 
somente se o trabalhador ganhasse a ação. Na época, muitos, a boca-pequena, e soturnamente, 
diziam existir a indústria das perícias, por parte dos peritos, pois esses tendiam dar ganho de causa 
aos trabalhadores, proporcionando a eles o direito à insalubridade e periculosidade, justamente 
para poderem receber honorários.Se antes os peritos judiciais engenheiros, arquitetos e médicos estavam satisfeitos com 
seus ganhos ao trabalhar em perícias de insalubridade e periculosidade, agora com o pagamento de 
seus honorários nos casos de em que o trabalhador não tem razão no pleito, a situação ficou ainda 
melhor. 
A prática é que possibilitará ao profissional a aproximação de tal cálculo à realidade, 
tendo em vista as várias atividades envolvidas numa perícia, como: 
- Retirada e entrega dos autos; 
- Leitura e interpretação do processo; 
- Abertura de papéis de trabalho; 
 
4 "Art. 790-B CLT. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão 
objeto da perícia, salvo se beneficiária de justiça gratuita." Nesse caso, o pagamento dos honorários será de 
responsabilidade da União, conforme disposto na Orientação Jurisprudencial 387 da SDI-1. 
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17 
 
- Elaboração de petições e/ou correspondências para solicitar 
informações e documentos; 
- Realização de diligências e exame de documentos; 
- Pesquisa e exame de livros e documentos técnicos; 
- Realização de análises de resultados; 
- Laudos interprofissionais; 
- Preparação de anexos e montagem do laudo; 
- Reuniões com peritos-engenheiros assistentes, quando for o caso; 
- Reuniões com as partes e/ou com terceiros, quando for o caso; 
- Redação do laudo; 
- Revisão final. 
 
É oportuno consignar um cronograma-fonte das tarefas que serão desempenhadas, 
como mecanismo de identificação do referencial de cálculo dos honorários periciais. 
Tais indicadores serão considerados quando do Planejamento da atividade pericial. 
Abaixo, seguem apontados os fatores que devem ser reputados como relevantes na fixação dos 
honorários estipulados: 
ITEM ATIVIDADE AÇÕES 
TEMPO PRAZO 
T
E
M
P
O
 
E
S
T
I
M
A
D
O 
T
E
M
P
O 
R
E
A
L 
T
E
M
P
O
 
E
S
T
I
M
A
D
O 
T
E
M
P
O 
R
E
A
L 
1 Carga ou Recebimento do Processo 
Após receber a 
intimação do Juiz, 
quando for o caso, 
retirar o processo do 
Cartório/Vara. 
h T h t 
2 Leitura do Processo Conhecer os detalhes h T h t 
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18 
 
acerca do objeto da 
Perícia, realizando a 
leitura e o estudo dos 
Autos. 
3 Aceitação ou não da Perícia 
Após estudo e análise 
dos Autos, 
constatando-se que há 
um impedimento ou 
suspeição, não 
havendo interesse do 
Perito Engenheiro ou 
não estando habilitado 
para fazer a perícia, 
devolver o processo 
justificando o motivo 
da escusa. 
h T h t 
 
Aceitando o encargo 
da perícia, proceder ao 
planejamento. 
h T h t 
4 Proposta de Honorários 
Com base na relevância 
no vulto, no risco e na 
complexidade dos 
serviços, entre 
outros, estima-se as 
horas para cada fase 
do trabalho, 
considerando ainda a 
qualificação do pessoal 
que participará 
dos serviços, o prazo 
para entrega dos 
trabalhos e a confecção 
de laudo 
interprofissional. 
h T h t 
5 Sumário 
Com base na 
documentação 
existente nos autos, 
elaborar o sumário dos 
autos indicando tipo 
do documento e folha 
dos autos onde pode 
ser encontrado. 
h T h t 
6 Assistentes Técnicos 
Uma vez aceita a 
participação do Perito 
Engenheiro Assistente, 
ajuste a forma de seu 
acesso aos trabalhos. 
h T h t 
7 Diligências Com fundamento no h T h t 
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19 
 
conteúdo do processo 
e nos quesitos, 
preparar o(s) Termo(s) 
de Diligência(s) 
necessário(s), onde será 
relacionada a 
documentação ausente 
nos Autos. 
8 Viagens 
Programar as viagens, 
quando necessárias. 
h T h t 
9 Pesquisa Documental 
Com fundamento no 
conteúdo do processo, 
definir as pesquisas, os 
estudos e o catálogo da 
legislação pertinente. 
h T h t 
10 Programa de Trabalho 
Exame de documentos 
pertinentes à perícia: 
- Exame, vistoria, 
indagação, 
investigação, 
arbitramento, 
mensuração, avaliação 
e certificação, tudo em 
conformidade com as 
boas práticas e 
prerrogativas do 
Engenheiro em suas 
diversas áreas do 
conhecimento bem 
como os respectivos 
processos e formas de 
gestão; 
- Entrevistas, vistorias, 
indagações, 
investigações e 
informações 
necessárias; 
- Laudo 
interprofissional e 
pareceres técnicos; 
- Cálculos, 
arbitramentos, 
mensurações e 
avaliações a serem 
elaborados; 
- Preparação e redação 
do Laudo Pericial. 
h T h t 
11 Revisões Técnicas Proceder a revisão final h T h t 
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20 
 
do laudo para verificar 
eventuais correções, 
bem como, verificar se 
todos os apêndices e 
anexos citados no 
laudo estão na ordem 
lógica e corretamente 
enumerados. 
12 Prazo Suplementar 
Diante da expectativa 
de não conclusão do 
prazo determinado 
pelo Juiz, requerer, 
antes do vencimento 
do prazo determinado, 
por petição, prazo 
suplementar 
reprogramando o 
planejamento. 
h T h t 
13 Entrega do Laudo Pericial 
Devolver os autos do 
processo e peticionar 
requerendo a juntada 
do laudo e 
levantamento ou 
arbitramento dos 
honorários 
h T h t 
 
A petição referente à proposta de honorários deverá ser acompanhada de orçamento 
discriminado. 
 
Apenas a título de exemplo, formula-se o cálculo adiante esmiuçado, como fonte 
referencial na fixação dos honorários. 
 
Imagine que através do planejamento dos trabalhos, o Perito-Engenheiro estimou as 
seguintes horas: 
 
Retirada e Análise dos autos: 3 (três) horas 
Confecção das comunicações às partes e demais atos processuais: 2 (duas) horas 
Exames, diligências e outros procedimentos não especificados: 20 (vinte) horas 
Reunião com outros peritos: 3 (três) horas 
Elaboração do Laudo: 5 (cinco) horas 
Total estimado: 33 horas 
 
O Engenheiro deve, então, dividir o seu custo profissional mensal pelas horas de 
atividades disponíveis no mês (deduzido de uma margem para treinamento e procedimentos 
administrativos em torno de 25%). 
 
Se o seu custo corresponder a: 
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21 
 
 
R$ 10.000,00 relativos aos seus próprios custos pessoais de manutenção 
(alimentação, vestuário, moradia, lazer, saúde, educação, dependentes); 
R$ 2.000,00relativos aos custos dos materiais de trabalho (assinatura de 
periódicos, gastos com treinamento, internet, material de expediente, 
deslocamento); 
 
O custo total mensal de sua atividade será de R$ 12.000,00 (doze mil reais). 
 
Considerando uma estimativa de atividades de 8 horas por dia útil (de segunda a sexta-
feira), e uma média de 20 dias úteis por mês, o total de horas disponíveis para atividades será de: 
 
20 (vinte) dias úteis x 8 (oito) horas = 160 horas/mês. 
 
Entretanto, parte de tais horas serão consumidas com procedimentos administrativos e 
treinamento, não remuneráveis. Supondo-se um percentual de horas não remuneradas de 25%, 
então o número de horas efetivamente remuneráveis serão de 160 x (1 – 25%) = 120 horas/mês. 
 
Então o seu custo-hora será: 
 
R$ 12.000,00 (Custo Total da Atividade) 
Dividido por 120 horas/mês 
Igual a R$ 100,00/hora 
 
Este é o custo hora, mas não significa que o Engenheiro deva cobrar este valor. 
Recomenda-se que, na fixação de preço por hora de atividade, leve em conta os seguintes 
acréscimos: 
 
Férias anuais: 12% sobre o valor/hora. 
Margem de risco para atividade (horas ociosas e excesso de horas aplicadas sobre a 
estimativa): 20% sobre o valor/hora. 
 
Desta forma, o preço/hora do perito, neste exemplo, seria fixado em R$ 100,00 + 
12% + 20% = R$ 132,00/hora. 
 
Então, seus honorários seriam fixados como segue: 
 
Total de horas estimadas a serem aplicadas: 33 horas 
Preço/hora: R$ 132,00 
Total dos honorários: 33 x R$ 66,00 = R$ 4.356,00. 
 
Observar que, se a execução dos trabalhos de perícia envolver viagens, deverão ser 
estimados o custo de tais deslocamentos, incluindo alimentação, hospedagem, passagens e outros 
gastos relacionados. 
 
Nos casos em que houver necessidade de desembolso para despesas supervenientes, 
tais como viagens e estadas, para a realização de outras diligências, o perito requererá ao juízo o 
pagamento das despesas, apresentando os respectivos recibos e comprovantes de desembolso, 
desde que não estejam contempladas na proposta inicial de honorários. 
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 Convém enfatizar que alguns Sindicatos, bem como o CREA-ES5, mantém tabelas 
com base de honorários mínimos. O perito deverá respeitar tais tabelas, de forma a preservar a 
ética profissional de honorários em relação ao custo hora mínimo, sob pena de aviltamento. 
Entretanto, pode cobrar honorários superiores, já que o custo hora efetivo de sua atividade, por 
questões específicas (como necessidade de especialização e treinamento contínuo) podem ser 
maiores dos que os indicados em tais tabelas. 
 
Baseado no exemplo acima consignado, e considerando que a perícia envolverá uma 
viagem, cujo custo é de R$ 80,00 e envolverá despesas de alimentação e hospedagem de R$ 120,00, 
teremos o seguinte modelo de Orçamento: 
 
DEMONSTRATIVO DE HONORÁRIOS PERICIAIS 
 
HONORÁRIOS PERICIAIS 
CUSTO DA PERÍCIA HORAS TOTAL 
R$ 1. ESPECIFICAÇÃO DO TRABALHO PREVISTAS R$/HORA 
Retirada e entrega dos autos 1 132,00 132,00 
Leitura e interpretação do processo 2 132,00 264,00 
Planejamento dos trabalhos periciais 1 132,00 132,00 
Elaboração de petições e/ou 
correspondências para solicitar informações 
e documentos 
1 132,00 132,00 
Realização de diligências e exame de 
documentos 
8 132,00 1056,00 
Pesquisa e exame de livros e documentos 
técnicos 
12 132,00 1584,00 
Realização de análises de resultados 2 132,00 264,00 
Laudos Interprofissionais 0 0 0 
Preparação de anexos e montagem do 
Laudo 
1 132,00 132,00 
Reuniões com peritos-engenheiros 
assistentes, quando for o caso 
3 132,00 396,00 
Reuniões com as partes e/ou com terceiros, 
quando for o caso 
0 0 0 
Redação do laudo 2 132,00 264,00 
TOTAL 1 33 4.356,00 
2. OUTRAS DESPESAS: 
Bilhetes de Passagem 80,00 
Alimentação e Hospedagem 120,00 
TOTAL 2 200,00 
TOTAL DOS HONORÁRIOS (1+2) 4.556,00 
 
 
5 Disponível em: <http://www.creaes.org.br/bridgesession/downloads/tabela_honorarios/honorariosibape.pdf>. 
Acesso em: 10 out. 2015. 
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23 
 
O valor sugerido é compatível com o valor habitualmente praticado pela Justiça do 
Trabalho Capixaba, que gira em torno de 4 (quatro) ou 5 (cinco) salários mínimos, valor bem 
inferior ao montante astronômico e ilusório de 10 (dez) salários mínimos sugerido pelo Instituto 
Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Espírito Santo6. 
O presente tópico fez menção às diretrizes que sinalizam os critérios concretamente 
associados ao afazer profissional, ante uma demanda judicial em que um profissional Engenheiro 
atue como perito. 
Nesse sentido, são elementos essenciais à plena demonstração do esforço e 
especialidade inerentes ao trabalho do perito-judicial, e que engloba a proposta de elaboração de 
honorários, a análise da relevância, do vulto, do risco e a complexidade do trabalho pericial. 
A relevância é entendida como a importância da perícia no contexto social e sua 
essencialidade para dirimir as dúvidas de caráter técnico, suscitadas em demanda judicial. 
Também compõem o cálculo dos honorários o vulto, que está relacionado ao valor da 
causa no que se refere ao objeto da perícia; a dimensão determinada pelo volume de trabalho; a 
abrangência pelas áreas de conhecimento técnico envolvido. 
O risco compreende a possibilidade de os honorários periciais não serem 
integralmente recebidos, o tempo necessário ao recebimento, bem com a antecipação das despesas 
necessárias à execução do trabalho, devem também era consideradas as implicações cíveis, penais e 
profissionais e outras de caráter específico no que poderá estar sujeito o perito-judicial. 
A complexidade está relacionada à dificuldade técnica para realização do trabalho 
pericial em decorrência do grau de especialização exigido; a dificuldade em se obter os elementos 
necessários para fundamentação do laudo pericial, e ao tempo transcorrido entre o fato a ser 
periciado e a realização da perícia (bem como o ineditismo da matéria objeto da perícia). 
Os valores expressos na tabela de custo dos honorários podem ser objeto de 
contestação da parte adversa, procedimento exercitado mediante petição feita pelo advogado da 
parte que questiona os valores. 
Acresce destacar que os valores recebidos pelo perito, implicam na responsabilidade 
deste quanto ao pagamento dos impostos e dos encargos referentes ao quantum dos honorários 
periciais. 
Segue, pois, modelo de petição para fixação de honorários: 
PETIÇÃO DE PRETENSÃO DE HONORÁRIOS, COM 
ESCLARECIMENTOS 
 
6 Vide nota 04. 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ..... 
VARA DO TRABALHO 
 Processo Nº 00000.0.0000-0 
RECLAMANTE: 
RECLAMADO:BELTRANO DE TAL (nome do perito em letra maiúscula, grifado em negrito ou 
sublinhado), (qualificação), tendo sido nomeado perito judicial nos autos do processo 
mencionado, vem à presença de Vossa Excelência apresentar proposta de honorários 
para a execução dos trabalhos periciais na forma que segue: 
Para elaboração desta proposta, e pela análise dos quesitos apresentados, 
foram considerados: a relevância, o vulto, o risco e a complexidade dos serviços a 
executar; as horas estimadas para a realização de cada fase do trabalho; a qualificação 
do pessoal técnico que irá participar da execução dos serviços e o prazo fixado; 
retirada e entrega dos autos; leitura e interpretação do processo; planejamento dos 
trabalhos periciais; abertura de papéis de trabalho; elaboração de petições e/ou 
correspondências para solicitar informações e documentos; realização de diligências e 
exame de documentos; pesquisa e exame de livros e documentos técnicos; realização 
de cálculos, simulações e análises de resultados; laudos interprofissionais; preparação 
de anexos e montagem do Laudo; reuniões com peritos assistentes, quando for o caso; 
reuniões com as partes e/ou com terceiros, quando for o caso; redação do laudo 
Revisão Final. 
Estima este perito que o trabalho demanda a utilização em torno de ___ 
(______) horas de trabalho, o que corresponde a uma remuneração de R$ 
________________________, a qual apresentamos como proposta de honorários. 
No ensejo, carreia, ainda, Demonstrativo de Honorários Periciais, com a 
discriminação das tarefas, e a estimativa de horas demandas na consecução das 
providências. 
Esclarece o Perito a Vossa Excelência que a quantia acima deve-se à extensa 
quesitação apresentada pelas Partes, totalizando ..... (número por extenso) quesitos, 
conforme constam de folhas (indicar o número das folhas), o que demandará um 
tempo muito longo de trabalho (pode colocar uma expectativa em dias, semanas, 
meses). Dessa forma, é motivada a realização de várias diligências, além de despesas 
extras com (viagem, pesquisa, foto, filme, etc.). 
O valor desta proposta de honorários não remunera o perito para responder 
Quesitos Suplementares, Art. 425 do Código de Processo Civil, fato que, ocorrendo, 
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25 
 
garante ao profissional oferecer nova proposta de honorários na forma deste 
documento. 
É importante comunicar que, do valor acima, haverá ainda a 
responsabilidade do perito quanto ao pagamento dos impostos e dos encargos 
referentes ao quantum dos honorários periciais. 
Nestes termos 
Pede deferimento. 
_________[assinatura do perito]_______ 
(Nome do Perito) 
Nº do Órgão de Classe 
(ANEXO) 
DEMONSTRATIVO DE HONORÁRIOS PERICIAIS 
 
HONORÁRIOS PERICIAIS 
CUSTO DA PERÍCIA HORAS TOTAL 
R$ 1. ESPECIFICAÇÃO DO 
TRABALHO 
PREVISTAS R$/HORA 
Retirada e entrega dos autos h XX,XX XX,XX 
Leitura e interpretação do processo h XX,XX XX,XX 
Planejamento dos trabalhos periciais h XX,XX XX,XX 
Elaboração de petições e/ou 
correspondências para solicitar 
informações e documentos 
h XX,XX XX,XX 
Realização de diligências e exame de 
documentos 
h XX,XX XX,XX 
Pesquisa e exame de livros e 
documentos técnicos 
h XX,XX XX,XX 
Realização de análises de resultados h XX,XX XX,XX 
Laudos Interprofissionais h XX,XX XX,XX 
Preparação de anexos e montagem do 
Laudo 
h XX,XX XX,XX 
Reuniões com peritos-engenheiros 
assistentes, quando for o caso 
h XX,XX XX,XX 
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26 
 
Reuniões com as partes e/ou com 
terceiros, quando for o caso 
h XX,XX XX,XX 
Redação do laudo h XX,XX XX,XX 
TOTAL 1 h XX,XX 
2. OUTRAS DESPESAS: 
Bilhetes de Passagem XX,XX 
Alimentação e Hospedagem XX,XX 
TOTAL 2 XX,XX 
TOTAL DOS HONORÁRIOS (1+2) XX,XX 
 
 
Acaso haja impugnação por parte de qualquer das partes do valor dos honorários 
suplicados, cabe ao Perito Nomeado oferecer sua resposta ao refute apresentado, mencionando, 
sempre que possível, sua notória capacitação, os esforços e deslocamentos necessários, a eventual 
ocorrência de quesitação extensa e profunda, podendo fazê-lo nos seguintes termos: 
 
PETIÇÃO DE RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO DE PRETENSÃO 
DE HONORÁRIOS 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ..... 
VARA DO TRABALHO 
 Processo Nº 00000.0.0000-0 
RECLAMANTE: 
RECLAMADO: 
 
BELTRANO DE TAL (nome do perito em letra maiúscula, grifado em 
negrito ou sublinhado), Perito deste Juízo, devidamente qualificado nos autos 
processuais, vem, em atendimento a respeitável decisão de folhas (citar número da folha), 
referente à impugnação dos honorários, elucidar e requer à Vossa Excelência: 
a) A quantia requerida para atender a demanda, inicialmente, deve-se à 
grande quesitação, conforme observado nas folhas (citar as folhas onde se encontram os 
quesitos). 
 b) Pelo fato de haver inúmeros questionamentos, motiva-se a realização de 
várias diligências. 
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27 
 
c) (pode-se citar hipóteses complementar para reforçar a argumentação da petição, 
destacando a especificidade do caso e a capacitação pessoal do Perito). 
Isto posto, requer a rejeição da impugnação, deferindo, definitivamente, os 
aludidos honorários, por ser medida legal e de direito, objetivando assim, dar início às 
diligências pericias. 
Nestes termos 
Pede deferimento. 
_________[assinatura do perito]_______ 
(Nome do Perito) 
Nº do Órgão de Classe 
Havendo admissão do honorários estipulados, e arbitramento pelo Juízo do valor 
cogitado, é possível que a parte que se entenda prejudicada interponha algum remédio processual 
para impedir a atuação do perito. Considerando que o prazo para cumprimento do trabalho 
técnico continua a fluir, é salutar que o Perito peticione invocando a suspensão do decurso do 
prazo para realização da Perícia: 
PEDIDO DE SUSPENSÃO DO PRAZO PARA APRESENTAÇÃO 
DO LAUDO PERICIAL 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ..... 
VARA DO TRABALHO 
 Processo Nº 00000.0.0000-0 
RECLAMANTE: 
RECLAMADO: 
 
BELTRANO DE TAL (nome do perito em letra maiúscula, grifado em 
negrito ou sublinhado), Perito deste Juízo, devidamente qualificado nos autos 
processuais, vem, respeitosamente, elucidar e requerer a Vossa Excelência, o que 
segue: 
a) Conforme se pode constatar dos autos, o pedido de honorários periciais 
está em sede de apreciação recursal pelo Egrégio Tribunal; 
b) Não tendo ciência quanto à remuneração pretendida, é necessária a 
suspensão do prazo para entrega do Laudo até a confirmação da remuneração devida 
pelo trabalho pericial, pelo fato de ter compromissos com sua classe e, em especial a 
Tabela do Órgão de seu Instituto, não podendo, dessa forma, desprezar o que lá se 
encontra determinado; 
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28 
 
c) De igual relevância, possível eventual modificação substancial dos 
honorários requerido pode importar em se desviar deste encargo, por motivos alheios 
à sua vontade, e o mais conexo, conforme acima explicitado, o que não mais seria 
possível caso seja determinado o prosseguimento da prova com a entrega da peça 
técnica; 
d) (se houver hipóteses complementares). 
Isto posto, requer, estando ciente os interessados, que o prazo para a entrega 
do Laudo, somente volte a ter curso após a decisão definitiva quanto aos honorários 
periciais cabíveis. 
Nestes termos 
Pede deferimento. 
_________[assinatura do perito]_______ 
(Nome do Perito) 
Nº do Órgão de Classe 
 
4. IMPORTÂNCIA DA ELABORAÇÃO DE QUESITOS7 
 
Os quesitos são extremamente importantes no procedimento pericial. São perguntas 
formuladas pelas partes ou pelo julgador,devidamente registradas nos autos,cujo objetivo é o 
esclarecimento dos fatos e das operações em discussão. 
 
Os quesitos devem ter como objeto questões técnicas de natureza laboral, não 
podendo extrapolar as questões em discussão, observadas a urbanidade e a boa técnica jurídica. 
 
Não cabe ao Perito-Engenheiro a emissão de juízo sobre temas em discussão ou a 
opinião jurídica que requeira interpretação da aplicabilidade de norma legal, ou quanto à veracidade 
de alegações apresentadas. 
 
Caso não sejam apresentados quesitos, o perito judicial nomeado poderá realizar o 
trabalho, observando os aspectos de higiene e segurança do trabalho sobre as questões em 
discussão na lide, ofertando informações técnicas sobre o tema em discussão. 
 
A fim de ilustrar a correta forma de se preparar um rol de quesitos, apresentamos 
alguns dados que devem ser questionados (para o autor): 
 
 função e atividades desempenhadas pelo reclamante durante o seu período 
laboral; 
 
7 Disponível em: < http://www.vendrame.com.br/artigos/artigos_ant07.htm>. Acesso em 01 out. 2015. 
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 descrição do local e posto de trabalho do reclamante durante o seu período 
laboral; 
 existência de agentes físicos, químicos ou biológicos no ambiente de trabalho; 
 no caso de ruídos, qual a dose, ou alternativamente, as medições com os 
respectivos tempos de exposição; 
 no caso de calor, quais as temperaturas de bulbo úmido, bulbo seco (apenas 
para trabalho em ambiente com carga solar) e globo, além do estabelecimento 
do ciclo de trabalho do empregado; 
 no caso de agentes químicos, quais as medições qualitativas e o tempo de 
exposição a cada agente; ou se o enquadramento for qualitativo, a previsão 
legal no anexo nº 13, da NR-15, juntamente com o tempo de exposição; 
 pedir a descrição do instrumental utilizado e calibração, se for o caso; 
 no caso de periculosidade por eletricidade, questionar se o reclamante atuava 
em sistema elétrico de potência e qual o tempo de exposição; 
 no caso de periculosidade por inflamáveis, questionar se o reclamante 
permanecia em área de risco e qual o tempo de exposição. 
 
Apenas como suporte enunciativo, arrolamos as quesitações mais usuais acerca da 
insalubridade e periculosidade que podem ser apresentadas ao Perito: 
 
INSALUBRIDADE: 
 
Quesito nº 1 – O serviço desempenhado pelo reclamante, assim como o local e o 
ambiente em que laborava apresentam condições insalubres? 
 
Quesito nº 2 – Sendo afirmativa a resposta ao quesito n.º 1, o agente constatado se 
enquadra na Portaria do MTb n.º 3.214/1978, em sua NR 15? 
 
Quesito nº 3 – Foi constatada a existência de Equipamentos de Proteção Individual 
(EPI’S)? 
 
Quesito nº 4 – Sendo afirmativa a resposta ao quesito n.º 3, o uso do EPI afasta a 
insalubridade? 
 
PERICULOSIDADE: 
 
Quesito nº 5 – O serviço desempenhado pelo reclamante, assim como o local e o 
ambiente em que laborava apresentam condições perigosas? 
 
Quesito nº 6 – Sendo afirmativa a resposta ao quesito n.º 5, o reclamante exercia suas 
atividades na área de risco? 
 
Quesito nº 7 – Sendo afirmativas as das respostas anteriores, qual o tempo de 
permanecia no a área de risco (quantos dias no mês? quantos minutos ou horas 
diárias?). 
 
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30 
 
Os dados acima são informações simples; que não têm qualquer intenção de dificultar 
a conclusão do trabalho pericial ou mesmo testar os conhecimentos do Perito, já que o objeto da 
perícia é estabelecer, ou não, a insalubridade ou periculosidade. 
 
Oferecer uma enorme lista de quesitos ao Perito, como forma de puni-lo, ou mesmo 
amarrar suas conclusões, de nada adianta; ao contrário, só servem para melindrar o profissional, 
criando um clima de desconforto nos trabalhos. Da mesma forma, a linguagem que se usa na 
formulação dos quesitos deve ser a mais imparcial possível; colocações tendenciosas ou mesmo 
capciosas não farão o Perito inverter sua convicção em favor da parte. 
 
A elaboração de quesitos pode ser parte do trabalho de Perito-Engenheiro Assistente 
técnico contratado pelas partes, pelos respectivos advogados, pelo Juízo ou, ainda, por uma 
consultoria técnica com o objetivo de assessorar advogados e partes. 
 
O Perito-Assistente é o profissional indicado pelas partes (artigo 421, § 1º, I do CPC), 
para auxiliar aos procuradores na interpretação e análise das informações e dados periciáveis, 
podendo acompanhar o perito do juízo (oficial) nas diligências e na avaliação dos documentos e 
informações que irão consubstanciar o trabalho pericial. 
 
Assim, os advogados, em parceria com o Assistente Pericial, devem formular quesitos 
(proposições) que redundem em respostas favoráveis ao seu cliente, e apresentar questionamentos 
que, ao menos, potencializem respostas dúbias ou passíveis de impugnação. 
 
Nas respostas aos quesitos, pode o Perito-Assistente contrapor as que o perito deu, 
apoiar ou dar uma resposta sem se referir a do perito. 
 
A título de exemplificação, carreia-se modelo de petição de formulação de quesitos: 
 
INSALUBRIDADE - FORMULAÇÃO DE QUESITOS 
PERICIAIS 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ..... 
VARA DO TRABALHO 
 Processo Nº 00000.0.0000-0 
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos da Reclamatória 
Trabalhista que promove perante essa MM. Vara do Trabalho em face de EMPRESA 
X, por seu procurador abaixo firmado, vem, respeitosamente, perante Vossa 
Excelência, tendo em vista a designação de perícia técnica para apurar a existência e o 
grau de insalubridade a que estava exposto, formular os seguintes quesitos a serem 
respondidos pelo perito nomeado, a saber: 
Quesito nº 1. Informe que atividade do reclamante exercia na reclamada. 
Quesito nº 2. O serviço desempenhado pelo reclamante, assim como o 
local e o ambiente em que laborava apresentam condições insalubres? 
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