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DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

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Epidemiologia – Aula 05
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
DOENÇA:
	
Desajustamento ou falha nos mecanismos de adaptação do organismo ou uma ausência de reação aos estímulos a cuja ação está exposto. O processo conduz a uma perturbação da estrutura ou da função de um órgão ou de um sistema ou de todo o organismo ou de suas funções vitais.
Jenicek & Cléroux, 1982
DOENÇA INFECCIOSA:
	
Doença, clinicamente manifesta, do homem ou dos animais, resultante de uma infecção.
INFECÇÃO:
Penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo de uma pessoa ou animal.
Org. Pan-americana de Saúde (OPAS), 1983
INFESTAÇÃO:
Alojamento, desenvolvimento ou multiplicação de artrópodes na superfície do corpo ou nas vestes.
Objetos ou locais infestados são os que albergam ou abrigam formas animais, especialmente artrópodes ou roedores.
DOENÇA CONTAGIOSA:
Doença infecciosa cujos agentes etiológicos atingem os sadios através do contato direto desses com os indivíduos infectados.
DOENÇA TRANSMISSÍVEL:
É qualquer doença causada por um agente infeccioso específico, ou seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão deste agente ou de seus produtos, de uma pessoa ou animal infectados ou de um reservatório, direta ou indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado. Em síntese : é uma doença cujo agente etiológico é um ser vivo e é transmissível.
DOENÇA MANIFESTA:
Doença que apresenta todas as manifestações clínicas que lhe são típicas.
INFECÇÃO INAPARENTE:
O indivíduo não apresenta sinais ou sintomas clínicos manifestos. Também é chamada de forma subclínica ou assintomática. Nesta situação, o indivíduo pode transmitir a doença aos suscetíveis com a mesma intensidade que os que têm a forma manifesta.
FORMA LATENTE:
Doença que não apresenta as manifestações clínicas e o doente ainda não se constitui fonte de contágio. É um período de equilíbrio.
FORMA ABORTIVA ou FRUSTRA:
Doença em que nem todas as manifestações clínicas são apresentadas.
MODO FULMINANTE:
Ocorre de forma excepcionalmente grave, com elevado coeficiente de letalidade.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO:
É o intervalo de tempo que decorre entre a exposição a um agente infeccioso e o aparecimento de sinais ou sintomas da doença.
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE:
Período no qual o agente infeccioso pode ser transmitido direta ou indiretamente de um indivíduo infectado a um sadio.
DOENÇA QUARENTENÁVEL:
São aquelas que podem levar à restrição de atividades aos comunicantes, durante o período máximo de incubação, afim de evitar a propagação da doença. 
DOENÇA DE ISOLAMENTO:
Doenças que exigem a segregação dos indivíduos doentes, durante o período de transmissibilidade, afim de evitar a transmissão direta ou indireta do agente infeccioso a suscetíveis. Dependendo da forma de transmissão, as doenças requerem diferentes tipos e graus de isolamento. 
Pode haver necessidade de isolamento de indivíduos excepcionalmente suscetíveis.
AGENTE INFECCIOSO:
É um ser vivo, vírico, ricketsial, bacteriano, fúngico, protozoário ou helmíntico que, através de uma das formas que assume no seu ciclo reprodutivo (adulto, larva, cisto, ovo, esporo, etc.), pode ser introduzido em outro ser vivo, onde é capaz de se desenvolver ou multiplicar, e, face às disposições intrínsecas do novo hospedeiro, pode aí gerar ou não um estado patológico manifesto.
Atualmente são preferencialmente denominados de Bioagentes Patogênicos.
PROPRIEDADES DOS BIOAGENTES PATOGÊNICOS:
INFECTIVIDADE
Capacidade que têm certos organismos de penetrar e se desenvolver ou multiplicar no novo hospedeiro, ocasionando infecção.
Alguns bioagentes possuem uma alta infectividade, como o vírus da gripe, enquanto outros, como os fungos, têm a infectividade muito baixa.
Vale lembrar que tal capacidade varia dentro da espécie, de cepa para cepa e que costuma diminuir com o tempo de convivência entre as espécies, por mútua adaptação.
PATOGENICIDADE
Capacidade que têm os bioagentes em, uma vez instalado no hospedeiro, produzir sintomas (doença manifesta) em maior ou menor proporção.
Bioagentes dotados de alta patogenicidade, como o vírus do sarampo, produzem sintomas em quase 100% dos infectados. Outros, como o da poliomielite, somente produzem 1 caso de paralisia a cada 100 infectados.
VIRULÊNCIA
Capacidade dos bioagentes em produzir casos graves ou fatais.
No caso do vírus da raiva, a letalidade é de 100%. Na maioria dos casos porém, a virulência varia em função do estado do hospedeiro : o sarampo produz muito mais casos graves no meio rural que no urbano. Isto porque a virulência é função das propriedades bioquímicas (produção de toxinas) e reprodutivas do bioagente, que pode torná-lo mais exigente metabolicamente.
DOSE INFECTANTE:
	
É a quantidade do agente etiológico necessária para iniciar a infecção : varia com a virulência do bioagente e com a resistência do acometido.
	
A picada de um só mosquito infectado pode introduzir parasitas em número suficiente para iniciar um ataque clínico de malária em uma pessoa suscetível, enquanto são necessárias cerca de mil picadas para introduzir filárias em número suficiente para a produção de um caso clínico.
	
Alguns bioagentes produzem doença de forma indireta, pela produção de toxinas. Neste caso, não é necessária a introdução do germe vivo para que o suscetível adoeça. 
P. ex.: Staphylococcus aureus enterotoxígeno, Clostridium botulinum.
PODER INVASIVO:
Capacidade que tem o bioagente de se difundir através dos tecidos, órgãos e sistemas anatomofisiológicos do hospedeiro.
Superficiais: Miscrosporum canis que produz a Tinea corporis;
Linfáticos e adjacentes: Yersínia pestis que é agente da peste bubônica;
Vísceras e órgãos: Micobacterium tuberculosis, que pode produzir tuberculose pulmonar, visceral ou meningite;
Corrente sangüínea: Staphilococcus sp. que pode levar à septicemia
IMUNOGENICIDADE:
	
Capacidade que tem o bioagente para induzir imunidade no hospedeiro.
	
Vírus como o do sarampo, da caxumba e da varicela têm alto poder imunogênico, podendo induzir imunidade permanente.
Outros bioagentes, como o vírus da rinofaringite aguda, as salmonelas e as shigelas conferem imunidade apenas temporária.
HOSPEDEIROS
HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL:
	
Espécie ou indivíduo, pessoa ou animal que em condições naturais, quando penetrada por bioagentes patogênicos, concede subsistência a estes, permitindo-lhes seu desenvolvimento ou multiplicação.
ESPÉCIE REFRATÁRIA:
	
É aquela que inviabiliza o desenvolvimento ou a multiplicação de determinado bioagente que a penetre.
	
	
Homem ou outro animal vivo, inclusive aves e artrópodes, que ofereça, em condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso. 
	
Alguns protozoários e helmintos passam fases sucessivas em hospedeiros alternados, de diferentes espécies.
	
O hospedeiro em que o agente infeccioso atinge a maturidade ou passa sua fase sexuada denomina-se hospedeiro primário ou definitivo. P.ex.: o homem pode sofre infecção da forma adulta da tênia, sendo hospedeiro definitivo da teníase.
	
Aquele em que o agente infeccioso passa sua fase larvária ou assexuada denomina-se hospedeiro secundário ou intermediário. P.ex.: O homem pode abrigar a forma larvária da tênia e, neste caso, ao desenvolver a cisticercose, atua como hospedeiro intermediário.
INDIVÍDUO SUSCETÍVEL OU INFECTÁVEL:
	
Pessoa ou animal sujeito a adquirir uma infecção.
INDIVÍDUO RESISTENTE:
	
É aquele que, embora pertencendo a uma espécie suscetível, por via de algum mecanismo natural ou através de imunização artificial tornou-se capaz de impedir o desenvolvimento, em seu organismo, de determinados agentes infecciosos.
INDIVÍDUO NÃOINFECTADO:
	
Pessoa ou animal pertencente a uma espécie suscetível que, na atualidade, não alberga determinado agente infeccioso
► não exposto
► suscetível exposto, ainda não infectado
► exposto, porém resistente
INDIVÍDUO INFECTADO:
	
Pessoa ou animal pertencente a uma espécie suscetível que alberga determinado agente infeccioso e que apresenta manifestações da doença ou uma infecção inaparente.
► Indivíduo infectante : é aquele do qual se pode adquirir o agente infeccioso em condições naturais.
► Paciente enfermo ou Caso de doença infecciosa : pessoa ou animal que alberga determinado agente infeccioso e que apresenta manifestações da doença.
► Suspeito : é aquele cuja história clínica ou sintomatologia indicam estar acometido por determinada doença ou tê-la em incubação.
PORTADOR:
	
Pessoa ou animal que alberga determinado agente infeccioso sem apresentar manifestações da doença constituindo-se fonte potencial de infecção. Este estado pode ser breve ( portador temporário ou transitório) ou longo ( portador crônico).
► pode tratar-se de indivíduo com infecção inaparente, sendo, neste caso chamado de portador são ou assintomático, ou 
se trata de alguém em fase de incubação ou convalescença da doença.
CARACTERÍSTICAS DOS INDIVÍDUOS HOSPEDEIROS:
RESISTÊNCIA:
	
Sistema de defesa com o qual cada indivíduo, mesmo pertencendo a uma espécie suscetível, impede a difusão ou multiplicação de agentes infecciosos que o invadiram ou os efeitos dos seus produtos tóxicos. Está associada ao estado de nutrição, integridade da pele e mucosas, capacidade de reação e adaptação aos estímulos do meio, fatores genéticos, estado atual de saúde, estresse ou imunidade específica.
RESISTÊNCIA NATURAL: 
É a capacidade de resistir à doença, independentemente de anticorpos ou reação específica dos tecidos. Resulta de fatores intrínsecos do hospedeiro, anatômicos ou fisiológicos; pode ser genética ou adquirida, permanente ou temporária.
INDIVÍDUO IMUNE:
	
É aquele que possui anticorpos protetores específicos ou imunidade celular em conseqüência de uma infecção ou imunização anterior, sendo capaz de reagir eficazmente para prevenir uma infecção ou doença ou ainda formas graves da doença, quando exposto ao bioagente.
AMBIENTE
	
Os fatores específicos do ambiente interagem com os do hospedeiro e do agente na promoção ou manutenção das doenças.
Um mesmo indivíduo poderá ser tomado como hospedeiro, quando sua função for servir de substrato onde evolua a infecção e se exteriorize a doença ou será tomado como fator ambiental ao participar como reservatório do bioagente.
RESERVATÓRIO de agentes infecciosos é o ser humano, ou animal ou artrópode, planta, solo ou matéria inanimada ( ou combinação desses), em que um agente infeccioso normalmente vive e se multiplica em condições de dependência primordial de sobrevivência e no qual se reproduz de modo a poder ser transmitido a um hospedeiro suscetível.
O HOMEM COMO RESERVATÓRIO 
CASOS CLÍNICOS :
�
Atípicos
Abortivos
Benignos
Moderados
Graves
Fatais�
PORTADORES: 
PORTADOR ATIVO 
É aquele que, embora eliminando o bioagente no momento do exame não apresenta sintomas, mas que já os apresentou (convalescente) ou virá a apresentá-los (incubado).
PORTADOR PASSIVO 
É aquele que nunca apresentou sintomas, nem virá a apresentá-los. São chamados de portadores sadios e podem difundir o bioagente de modo intermitente ou contínuo, sem que tal fato seja percebido.
ANTROPONOSES : O homem como único reservatório, único hospedeiro e único suscetível. P.ex.: coqueluche, gripe, febre tifóide, etc. 
 ZOONOSES : infecções comuns aos homens a outros animais :
ANTROPOZOONOSES : o reservatório são populações animais: arboviroses silvestres, leishmaniose tegumentar, brucelose e etc.
ZOOANTROPONOSES : o reservatório são populações humanas : porcos adquirem cisticercose através da ingestão de fezes humanas com ovos de Taenia.
ANFIXENOSES : o reservatório são populações animais ou humanas : doença de Chagas, leishmaniose visceral, etc.
FITONOSES : o reservatório são vegetais e o homem é o suscetível : blastomicose sul americana, etc.
VETORES:
São seres vivos que transportam o bioagente desde o reservatório até o suscetível . 
Nos VETORES MECÂNICOS, os parasitos não sofrem qualquer modificação em seu interior. São chamados de VETORES BIOLÓGICOS aqueles em que os microorganismos desenvolvem uma fase de seu ciclo antes de serem disseminados no ambiente ou inoculados em novo hospedeiro.
VEÍCULOS OU FÔMITES são seres inanimados que fazem a intermediação entre o reservatório e o hospedeiro : são fontes secundárias de infecção.
Transmissão do bioagente:
De um modo geral, percebemos que a transmissão do bioagente se dá em três etapas :
1 – saída do bioagente
2 – estágio ambiental
3 – entrada no novo hospedeiro
Quando o agente é essencialmente saprófito e eventualmente parasita, o primeiro estágio não é evidente. É o caso dos fungos, que geralmente habitam o solo ou vegetais superiores : histoplasmose, blastomicose, zigomicose, etc.
Em algumas situações, a primeira e a terceira etapas são concomitantes, anulando-se a segundo. É a transmissão direta imediata : Isto acontece nas doenças congênitas (transplacentária) , nas de transmissão sexual ou, por exemplo na transmissão da raiva pela mordedura de cão.
PROCESSOS UNITÁRIOS DE TRANSMISSÃO:
1 – Dois fatores vivos (hospedeiro e bioagente) estão envolvidos
1 a – O infectado e o suscetível são da mesma espécie :
1 b – O infectado e o suscetível são de espécies diferentes :
1 c – Caso especial, onde a figura do infectado e a do infectável desaparecem, restando apenas o hospedeiro e o bioagente
2 – Três fatores vivos (hospedeiro definitivo, hospedeiro intermediário e bioagente) estão envolvidos
2 a – O vetor tem função apenas mecânica
2 b – O bioagente realiza parte de seu ciclo vital no vetor
3 – Quatro fatores vivos (hospedeiro normal, hospedeiro suscetível acidental, vetor e bioagente) estão envolvidos
VEÍCULOS
São objetos ou materiais contaminados que sirvam de meio mecânico , auxiliando um agente infeccioso ou suas toxinas, a ser transportado e introduzido em um hospedeiro suscetível.
A contaminação é um caso particular da poluição em que a modificação da substância se dá por agente infeccioso, ou por toxinas de origem bológica.
Muitas vezes, o veículo serve de meio de cultura para os microorganismos, aumentando o número de infectantes, potencializando sua capacidade patogênica.
VEÍCULO TRANSPORTADOR E INTRODUTOR:
Meio físico que transporta e introduz passivamente o agente infeccioso no hospedeiro suscetível.
VEÍCULO SUPORTE:
Meio físico que coloca em contato os fatores envolvidos no processo, permitindo que o agente infeccioso se introduza ativamente no hospedeiro.
AEROSOL PRIMÁRIO:
Micropartículas de secreções ou excreções líquidas em suspensão no ar atmosférico. São denominadas de gotículas de Flügge. Têm alcance de cerca de 1 m.
AEROSSOL SECUNDÁRIO:
Gotículas envoltas em poeira, que necessitam que lhes seja imprimida energia cinética para que sejam suspensas na atmosfera. São chamadas de núcleos de Wells. Forma suspensões mais estáveis, podendo atingir maiores distâncias.
SUBSTRATO DE ELIMINAÇÃO é um material de origem vital produzido em processo fisiológico ou patológico por organismos vivos e que quando destacado desses, carreia consigo formas de sobrevivência do bioagente. A saída do bioagente pode se dar por : eliminação natural ; extração mecânica ; morte dos indivíduos infectados .
Eliminação natural: processo pelo qual um organismo infectado expele para o exterior, por força de ação propulsora natural, contingentes de bioagentes infectantes sem a interferência de auxílios externos.
Extraçãomecânica: processo pelo qual os bioagentes são retirados de seu hospedeiro atual conjuntamente com o substrato onde se encontram no ser vivo por intermédio de agentes vivos ou inanimados.
Morte dos indivíduos infectados: e seu uso posterior como alimento pelo hospedeiro.
	
Fora do meio interno do hospedeiro definitivo, o bioagente vive um de seu ciclo chamado de ESTÁGIO AMBIENTAL, que pode se dar em um hospedeiro intermediário ou em uma etapa de vida livre. Nesta fase, o agente infeccioso poderá :
♦	Infectar de imediato um novo hospedeiro ;
♦	Contaminar o ambiente com possibilidade de vir a infectar um novo hospedeiro imediatamente ou após cumprir uma ou mais etapas de seu ciclo.
	
Alguns bioagentes, como os vírus, são parasitas estritos, com poucas chances de sobrevivência no ambiente. Nesta situação encontramos também as bactérias cuja transmissão se dá por contágio.
	
Muitas bactérias, porém, apresentam estratégias de sobrevivência no ecótopo, adquirindo formas vegetativas que lhes permitem ser transmitidas por veículos, como as bactérias que participam dos processos de infecção hospitalar.
	
Bactérias que esporulam, como as do gênero Clostridium ( C. perfringens – gangrena gasosa; C. tetani – tétano; C. botulinum – botulismo ) podem permanecer muitos anos no ambiente.
	
Embora protozoários como a Entamoeba histolytica e a Giardia lamblia evoluam de formas trofozoíticas para as formas císticas infectantes, outros como os do gênero Sporozoa ( p.ex.: Plasmodium) dependem de ser retirados e inoculados em novo hospedeiro.
	
Os fungos se colocam no extremos oposto ao parasitismo estrito : podem permanecer livres indefinidamente .
Entre os agentes infeccioso que têm necessidade de passar por um hospedeiro intermediário podemos perceber duas situações :
▲ A população adquirida pelo hospedeiro intermediário, que funciona como vetor, é destruída com a morte deste (p. ex.: os plasmódios são destruídos com a morte do Anopheles);
▲ A população infectante é transmitida pelo indivíduo que a adquiriu por gerações e gerações. Sua morte, portanto, não cancela a corrente de transmissão ( p.ex.: um carrapato adquire a Rickettsia ricketsii e a transmite a todas as gerações criando uma cepa de carrapatos infectante que podem transmitir ao homem o agente da febre maculosa).
No ecótopo, o bioagente pode sofrer uma das seguintes transformações:
MATURAÇÃO:
Algumas espécie necessitam de um período de amadurecimento no ecótopo para se tornarem infectantes seja para o hospedeiro intermediário ou para o definitivo.
▲ Os ovos de Ascaris lumbricóides e de Trichuris (Trichocephalus) trichiura podem requerer cerca de três semanas após a eliminação para se tornarem maduros e infectantes;
▲ Os ovos de Schistossoma mansoni devem ter contato com a água para que se dê a eclosão que liberará os miracídios, infectantes para o hospedeiro intermediário intercalado.
MULTIPLICAÇÃO:
Bactérias e fungos podem se colonizar por multiplicação em ambientes apropriados, aumentando em número e potencializando a capacidade infectante.
DESENVOLVIMENTO:
Parte do ciclo biológico do agente pode se dar no ambiente, seja fora ou dentro de um hospedeiro intermediário ou ainda passar parte de seu ciclo fora e parte no meio interno em um hospedeiro intermediário.
A parte do ciclo vital passada no hospedeiro intermediário poderá assumir o caráter de propagação, de desenvolvimento cíclico ou desenvolvimento ciclo – propagativo.
DESENVOLVIMENTO POR PROPAGAÇÃO:
	
A população reproduz indivíduos idênticos e estes dão origem a outros, transformando-se numa carga de grande poder infectante. Os vírus, as riquetsias transmitidas por artrópodes, a Yersínia pestis dispõem deste mecanismo.
DESENVOLVIMENTO CÍCLICO
	
É o desenvolvimento sem multiplicação : o indivíduo passa por uma série de mudas, cumprindo os estágios biológicos de seu ciclo vital. Ao término do ciclo o número de indivíduos é o mesmo. P.ex.: microfilárias de Wuchereria bancrofti são retiradas da corrente sangüínea do homem pelos mosquitos culicídios e neles passam por três estágios larvários sem aumento no número de indivíduos.
CÍCLO PROPAGATIVO
	
Neste caso, há multiplicação e desenvolvimento : o indivíduo passa por transformações e se multiplica, resultando numa população maior e em estágio diferente, como no caso dos plasmódios malarígenos.
ACESSO AO NOVO HOSPEDEIRO
1 – Diretamente de outro indivíduo da mesma espécie ;
2 – Diretamente da mãe para o feto, por via transplacentária ;
3 – Diretamente de indivíduos de outra espécie, igualmente suscetível ;
4 – Introduzido pela ação ou com a contribuição de um vetor biológico infectado ;
5 – Trazido em algum substrato contaminado de origem vital ;
6 – Veiculado por algum elemento não vivo do ecótopo, seja físico ou biológico.
MECANISMOS DE PENETRAÇÃO
1 – Ingestão ;
2 – Inalação através das vias respiratórias superiores ;
3 – Transmissão da mãe para o filho, por via transplacentária ;
4 – Penetração através de mucosas ;
5 – Penetração através de solução de continuidade na pele ;
6 – Deposição na pele, seguida de propagação localizada ;
7 – Penetração ativa por alguma forma do bioagente ;
8 – Introdução no organismo com auxílio de objetos e instrumentos ;
9 – Introdução no tecido muscular ou no sangue por picada e inseto ou mordedura de animais ;
10 – Ingestão com tecido animal utilizado como alimento ;
DOENÇA
Fatores do Bioagente
Infectividade
Patogenicidade
Virulência
Micose Superf.
Baixa
Baixa
Baixa
Tracoma
Baixa
Alta
Baixa
Tétano
Baixa
Alta
Alta
Poliomielite
Alta
Baixa
Baixa
Difteria
Alta
Baixa
Alta
Sarampo
Alta
Alta
Baixa
Varíola
Alta
Alta
Alta
PASSIVA
ATIVA
NATURAL
Via transplacentária
Como conseqüência de uma Infecção
ARTIFICIAL
Pela aplicação do soro específico
Pela vacinação
escarro
Mycobacterium tuberculosis
tuberculose
esperma
HIV
AIDS
exudato - lesões cutâneas
Treponema pallidum
sífilis
exudatos oculares
Clamydia trachomatis
tracoma
fezes
Entamoeba histolytica
amebíase
fígado de ovinos
Echinococcus granulosus
equinococose
leite de vaca
Brucella abortus
brucelose
leite materno
Mycobacterium leprae
hanseníase virchoviana
muco nasal
Mycobacterium leprae
hanseníase
músculo de gado
Taenia saginata
teníase
músculo de porco
Taenia solium
teníase
pus
Staphylococcus aureus
impetigo
sangue
Vírus H B
hepatite B
saliva
Rhabdovirus
raiva
secreção oronasal
Neisseria meningitidis
doença meningocócica
secreção vaginal
Neisseria gonorrhoeae
gonorréia
secreção uretral
Chlamydia (tipos D até K)
uretrite clamidial
suor
Salmonella typhi
febre tifóide (septicêmica)
urina
Schistosoma haematobium 
esquistossomose vesical

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