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Interação droga-receptor Antônio Cláudio Mendes Ribeiro FARMACODINÂMICA É o estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e do seu mecanismo de ação F + Ptns↔ F-Ptns Fármaco (Oral, SL, IM e SC) Absorção Fármaco (IV) TECIDOS Orgãos alvos Inespecíficos Fármaco + Receptores ↔ Fármaco-Receptor Distribuição Farmacodinâmica Metabolismo Excreção Renal Farmacocinética e Farmacodinâmica Farmacocinética Histórico Claude Bernard Histórico A bala mágica (Paul Ehrlich) Existe alguma substância receptora com a qual a atropina e a pilocarpina podem formar um composto John Langley, 1878 Histórico Teoria chave e fechadura Emil Fischer 1895 Conceitos Fármaco Uma substância química que altera a intensidade ou extensão de um processo biológico Receptor Qualquer macromolécula celular que se liga aos fármacos e medeia suas ações farmacológicas 19331933 19541954 19561956 Clark A intensidade do efeito farmacológico é proporcional ao número de receptores ocupados Ariens Afinidade e atividade intrínseca Stephenson Eficácia e potência Teorias de quantificação da interação fármaco- receptor Rang H.P. British Journal of Pharmacology (2006) 147, S9–S16 Interação do fármaco com o receptor RESPOSTA + Fármaco Receptor Complexo F-R K-1 K+1 Afinidade (Km) Atividade intrínseca Concentração do agonista (escala linear) % EFEITO 100 % 50 % 10 20 30 40 50 CE50 Concentração do agonista (escala logarítimica) 100 % 50 % 1 10 100 Hipérbole retangular Sigmóide simétrica % EFEITO CE50 Curvas dose-resposta INTERAÇÃO DA DROGA COM O RECEPTOR D Droga R Receptor livre DR Complexo K+1 K-1 + EFEITO farmacológico Estudos “in vitro” – Quantificação do Efeito em função da dose Concentração da droga 1 10 20 4030 50 Vasoconstricção Diferenças entre Agonistas e Antagonistas 9Agonista 9Fármaco que modifica a atividade de um receptor específico; 9Antagonista 9Uma substância química que se liga a um receptor mas não produz resposta biológica. Parâmetros dose-efeito 9 Eficácia 9 É o efeito máximo, ou a habilidade de um fármaco, uma vez ligado ao receptor, modificar a sua função; 9 Potência 9 Sensibilidade de um órgão ou tecido ao fármaco ou a habilidade de determinada dose provocar uma resposta biológica; 9 Expressa como a quantidade de fármaco que dencadeia 50% da resposta máxima (CE50); 9 Afinidade 9 Mede a força da ligação e é determinada pelos tipos e número de ligações. Inversamente proporcional ao Kd MonitorizaMonitorizaççãoão DoseDose--EfeitoEfeito •• NNíívelvel –– MolecularMolecular (ex. (ex. inibiinibiççãoão enzimenzimááticatica);); –– CelularCelular ((in vitroin vitro culturacultura de de tecidostecidos, , ccéélulaslulas sangusanguííneasneas);); –– TecidoTecido ouou orgãoorgão ((in vitroin vitro ouou in vivoin vivo);); –– OrganismoOrganismo;; •• Os Os resultadosresultados usadosusados parapara medirmedir o o efeitoefeito podempodem ser ser diferentesdiferentes emem cadacada nníívelvel;; •• EfeitoEfeito total = soma dos total = soma dos mmúúltiplosltiplos efeitosefeitos do do ffáármacormaco e a e a respostaresposta fisiologicafisiologica aosaos efeitosefeitos do do ffáármacormaco.. Forças de ligação entre fármaco e receptores Ligações covalentesLigações covalentes Pontes de hidrogênioPontes de hidrogênio Forças de Van der WaalsForças de Van der Waals Ligações iônicas Agonismos total e parcial 100 50 Log [agonista] A B CE50 A CE50 B POTÊNCIA EFICÁCIA Agonista total Agonista parcial Ex. adrenalina (total) e pindolol (parcial) Antagonista Receptor Complexo Antagonista- Receptor Interação fármaco-receptor: antagonismo competi Agonismo inverso Agonista Agonista inverso Concentração do agonista (M) M u d a n ç a n o n í v e l d e a t i v a ç ã o d o r e c e p t o r ( % ) Nível constitutivo de ativação dos receptores Agonista inverso é uma droga com alta afinidade para com o receptor inativado Tipos de antagonismo 9Químico: 9Quelantes; 9Funcional: 9Fisiologicamente antagônicos; 9Competitivo: 9Antagonista e agonista ligam-se no mesmo sítio; 9Não-competitivo: 9Antagonista e agonista ligam-se em locais diferentes. Curvas dose-resposta do agonista na presença do antagonista competitivo reversível Log [AGONISTA] % Resposta 100 50 Agonista Agonista + doses crescentes do Antag. Competitivo REVERSÍVEL CE50 CE50 CE50 CE50 Exs.: propranolol e prazosin Log [AGONISTA] 100 50 Agonista X mg 3x mg 100x mg + Antag. Competitivo IRREVERSÍVEL Exs.: fenoxibenzamina, clopidogrel e hirudina Curvas dose-resposta do agonista na presença do antagonista competitivo irreversível Agonista Receptor Antagonista não competitivo Interação fármaco-receptor: antagonismo não competitivo Curvas dose-resposta do agonista na presença do antagonista não competitivo Log [AGONISTA] 100 50 Agonista + Antagonista não-competitivo CE50 agonista Ex.: Abciximab Diferenças entre os antagonistas Características: A. Não há competição pelo mesmo sítio de ligação – afinidade do agonista não se altera. B. Redução da resposta máxima, mesmo na presença de ↑ [agonista] Características: A. Competição pelo mesmo sítio de ligação - deslocamento da curva para a direita de forma B. Reversível – reversão do bloqueio pelo ↑ [agonista] C. Irreversível – Não há reversão pelo ↑ [agonista] Antagonista não-competitivoAntagonista competitivo Antagonista CompetitivoAgonista Antagonista Não-competitivo Antagonismo funcional 9Fisiologicamente antagônicos 9Exs.: acetilcolina x adrenalina Efeito, agonismo e antagonismo Interações farmacológicas Mecanismos de ação não relacionados a receptores 9Antiácidos 9Antissépticos: álcool 9Quelação de metais pesados Classificação dos Receptores Receptores intracelulares Receptores acoplados a proteína G Canais iônicos dependentes de ligantes Enzimas reguladas por ligantes α β γ Exemplo: Receptores ligados a canais Exemplo: Enzimas reguladas por ligantes EXTRACELULAR INTRACELULAR Exemplo: Receptores acoplados a proteína G Agonistas β adrenérgicos Bloqueio β1 Efetores ou alvos da proteina G incluem : 9Enzima adenilil-ciclase: 9responsável pela formação do AMPc; 9Fosfolipase C: 9responsável pela formação de trifosfato inositol (IP3) e diacilglicerol (DAG); 9Canais iônicos: 9particularmente canais de Ca++ e K+. ATP 2K+ 3 Na+Na + Interstício K+K+ Aldosterona Túbulo distal e ducto coletor Célula epitelial Exemplo de Receptores intracelulares Receptor de mineralcorticóide Espironolactona Eplerenona Luz Tubular Dose-PK-PD Link EFFECT Efficacy parameter Safety parameter DOSE IV, IM, SC Oral Inhalation Rectal Nasal spray DRUG CONCENTRATION Plasma / blood Urine Other biological samples VARIABILITY Effect Drug Concentration Time Drug Concentration Regulação dos receptores 9Os receptores estão sujeitos a várias regulações e aos controles homeostáticos; 9Eles podem ser submetidos a alterações dinâmicas na sua densidade (número por célula) ou na sua afinidade; 9 As variações na sensibilidade do receptor a agonistas pode ocorrer tanto no sentido de diminuição (dessensibilização) comode aumento (hipersensibilização). Farmacocinética e Farmacodinâmica Plasma Intestino Pele Músculo Oral Intramuscular Intravenosa Transdérmica Fígado RinsMetabólitos Urina Sistema porta ADMINISTRAÇÃO ABSORÇÃO – DISTRIBUIÇÃO – BIOTRANSFORMAÇÃO EXCREÇÃOADMINISTRAÇÃO ABSORÇÃO – DISTRIBUIÇÃO – BIOTRANSFORMAÇÃO EXCREÇÃO TECIDOS Fármaco+ Receptor ↔ F-R Sublingual Mucosa oral Fármaco Livre A terapêutica é ciência e arte. Para bem aplicá-la é necessário aliar conhecimentos de farmacocinética e farmacodinâmica, evidências científicas e experiência clínica com sabedoria e bom senso. José Ramires
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