Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Carla Caprara Parizi 5 Nesta terceira unidade, abordaremos os conceitos dos Recursos Humanos utilizados na construção civil. O material foi organizado em: Leitura: 1) Esquema Gráfico Relembrando a representação visual da organização da disciplina contemplando os conteúdos e suas relações. 2) Contextualização e problematização Texto introdutório relembrando os conteúdos que serão abordados; 3) Apresentação Narrada Apresentação que aborda os principais conceitos que serão retomados no texto teórico; Motivação Modelos de Gestão de Recursos Humanos Hierarquia de uma Empresa Introdução Produtividade Compreender toda a Problemática que envolve os Recursos Humanos da Construção Civil, bem como as ações para sua melhoria, tanto em nível operacional quanto em nível gerencial. 6 4) TextoTeórico Texto base da disciplina, desenvolvido pelo tutor; Atividades: 1) Atividade de sistematização, com autocorreção pelo Blackboard Atividades tipo teste de múltipla escolha, baseadas nos conteúdos estudados no “Texto teórico”, no livro sugerido, e leituras complementares 2) Atividade de Fórum de discussão Atividade interativa, cujo objetivo é fazer com que vocês relatem experiências relativas as estratégias utilizadas para qualificação da mão-de-obra na construção, bem como outras discussões voltadas para os Recursos Humanos. Como método de estudo, você deverá realizar as atividades de leitura, na sequência as atividades de fixação dos conteúdos, e as atividades de interação. Utilize os fóruns de discussão e a lista de e-mails para sanar as dúvidas. Em um cenário de mudanças permanentes do mercado, a busca permanente por informações atualizadas pode ter um impacto positivo no nível de competitividade da empresa. A mão-de-obra operacional da construção civil, na maioria das vezes desenvolve suas atividades por processos de repetição desenvolvendo suas atividades observando dentro da obra como os colegas com mais experiência realizam suas atividades, nem sempre da forma mais correta, na maioria das vezes o processo de repetição é o responsável pela qualificação dos trabalhadores que apresentam-se cheios de vícios e práticas erradas. Por outro lado vários pesquisadores tem constatado que, os trabalhadores da construção mesmo que preparados, muitas vezes não sabem o que executar, não dispondo de equipamentos adequados e nem de um local em boas condições para que o trabalho possa fluir de forma adequada. Portanto é neste contexto que estudaremos as duas abordagens para definir Recursos Humanos, uma delas como citado acima refere-se a mão-de-obra operacional que já é um tema por si só bastante complicado, e a outra é a mão-de-obra gerencial, seja em nível da obra, ou em nível empresarial. 7 Como já estudamos nas Unidades anteriores foi na década de 90 do século passado que a idéia de qualidade começou a chegar na Construção Civil. O enfoque para qualidade provocou maior preocupação com a padronização dos processos empresariais e com o treinamento de pessoas, para a mão-de-obra operacional. Segundo Souza (1997 apud HOLANDA e BARROS, 2004) quando o treinamento e a valorização dos operários das obras são bem feitos, a resposta é rápida e eficaz. Também é importante considerar que a Construção Civil, assim como em qualquer outro setor necessita de bons gerentes. Vamos considerar neste trabalho duas abordagens para definir Recursos Humanos, uma delas como citado acima refere-se a mão-de-obra operacional que já é um tema por si só bastante complicado, e a outra é a mão-de-obra gerencial, seja em nível da obra, ou em nível empresarial. Vamos começar resgatando o conceito de Hierarquia Empresarial. Resgatando os níveis de hierarquia estudados na Unidade I, tem-se: a) Superior – Direção b) Intermediário – Gerência c) Inferior - Produção A direção é responsável pelo planejamento estratégico, trata-se do nível em que as decisões são tomadas e são estabelecidos os objetivos e as metas, este nível não está diretamente envolvido com a obra, no caso específico da Construção Civil. A gerência faz a articulação entre os níveis da direção e da Produção. É responsável pelo planejamento tático, organizando os procedimentos e programas de trabalho, para que as tarefas sejam realizadas com eficiência. O nível de produção é o responsável pela execução das tarefas e as operações realizadas; envolve o trabalho básico. A Hierarquia pode ser estabelecida a partir de diferentes Organizações, como por exemplo a comparação entre os níveis de uma empresa e de um canteiro de obras, como mostra a figura 1. Informação Comentários: Notem que mesmo no nível operacional da Obra existe uma hierarquia Mestre, encarregado, oficiais e serventes. 8 Figura 1: Comparação dos Níveis Hierárquicos Empresa/Obra Fonte: Fajerzstajn et al. (2008) O quadro 1 mostra as funções e quem são os responsáveis pelos níveis hierárquicos de um Canteiro de Obras Quadro 1: Níveis Hierárquicos em um Canteiro de Obra Níveis Quem são Função Estratégico Gerente de contrato/empreendimento; Coordenador de obras; etc. Coordena mais de um empreendimento Tático Engenheiro ou Arquiteto Residente: responsável por uma obra (edifício ou empreendimento) Liderança do processo de produção Planeja; Organiza; Dirigi; Controla. Operacional Mestre, encarregado, oficiais e serventes Execução dos serviços Distribuição de pessoal e suprimentos Defini e solicita os suprimentos do dia-a-dia com antecedência Trabalhos de medição Definição do leiaute do canteiro de obras Garante o cumprimento das especificações, prazos, custos e qualidade Aplicação dos procedimentos de Segurança e Medicina do Trabalho 9 No nível tático as funções são: a) Planejar - programar as atividades; prever, antecipar b) Organizar - identificar as competências necessárias para a realização do trabalho; definir condicionantes que limitam o trabalho; definir e obter meios a serem postos à disposição para realização do trabalho; prever as interfaces; coordenar as atividades. c) Dirigir - fixar objetivos globais da equipe e particulares de cada membro; passar as informações necessárias para alcançar os objetivos e garantir que sejam corretamente entendidas; garantir o comprometimento das pessoas que participam do trabalho a ser realizado. d) Controlar - criar e aplicar indicadores que permitam garantir a obtenção dos resultados pretendidos e corrigir rapidamente desvios que venham a existir. No próximo subitem vamos tratar somente dos Níveis Estratégico e Tático de como adquirir habilidades gerenciais 2.1 – Como adquirir habilidades Gerenciais Competências de gerenciamento ou interpessoais são a chave determinante para o progresso e a realização organizacional. Será que características gerenciais podem ser aprendidas, ou será que são herdadas geneticamente? É certo que algumas características gerenciais que são herdadas são cruciais para o desenvolvimento de habilidades gerenciais, bem como os anos de experiência que também contribuem para o seu desenvolvimento ou seja algumas característicassimplesmente não são aprendidas em sala de aula. É certo também que a maioria das habilidades de gerenciamento pode ser reforçada e aperfeiçoada com modelos práticos e corretos. Não podemos pensar que as regras conceituais da maioria das habilidades gerenciais são fáceis de serem praticadas, é por esta razão que estas habilidades criam vantagem competitiva para as pessoas. E para quem já as possui elas também podem ser melhoradas. Mais uma certeza é que as habilidades gerenciais não se dominam apenas com esperança, intuição ou bem senso, requer esforço e persistência. “Se você quiser ser um grande gerente, há muito a aprender mas a lição mais fundamental é que tudo começa com a sua própria efetividade pessoal. Conheça a si mesmo. Ouça o que os outros dizem. Desenvolva suas forças. Faça o que diz que fará. Gerencie seu tempo. Se pudermos encontrar gerentes que façam isso bem, o restante tenderá a se resolver por conta própria. “ Beth Bledsoe ( s.d. apud BALDWIN; RUBIN e BOMMER, 2008). 10 O gerenciamento efetivo começa de dentro. Em termos simples, só os que primeiro conseguem gerenciar a si mesmos serão capazes de gerenciar os outros. O aspecto mais fundamental da competência pessoal é conhecer a si próprio e entender claramente como se pode aprender novas habilidades e motivar a si mesmo para melhorar sua capacidade. O modelo descrito a seguir é sugerido por Baldwin; Rubin e Bommer (2008): Avalie seu perfil gerencial conforme sete dimensões: a. Capacidade cognitiva – pensamento Crítico e Analítico capacidade de reconhecer rapidamente e com precisão padrões quantitativos e verbais. Inclui a capacidade de adquirir conhecimento b. Inteligência emocional - capacidade de reconhecer e entender com precisão as emoções próprias e de outros e usar a informação emocional de um modo produtivo. c. Inteligência cultural - Capacidade de funcionar efetivamente no contexto das diferenças. d. Traços de personalidade - Características primárias de personalidade que permanecem relativamente estáveis durante a vida. e. Preferências de personalidade - Preferência para direcionamento de energia, tomada de decisões, aquisição de informações e orientação em relação ao mundo externo. f. Valores pessoais - as pessoas variam no que diz respeito ao que mais valorizam em seu mundo e em seu trabalho. Tais diferenças podem afetar relacionamentos de trabalho e compatibilidade da equipe. g. Orientação de carreira - É uma preferência por um tipo específico de ocupação e contexto de trabalho. Após a análise das sete dimensões acima siga o modelo de auto-gerenciamento: • Faça uma auto-avaliação à procura de padrões de consistência, para identificar forças e fraquezas gerenciais. • Gerencie o estresse melhorando seu vigor físico e psicológico. • Aplique técnicas de gerenciamento de tempo para resolver prioridades sob estresse. 11 As melhores estratégias de auto-observação envolvem registrá-las e não perder de vista o comportamento. Esse registro pode ser simples como contar quantos minutos você se atrasou para uma reunião Às exigências do trabalho estão aumentando cada vez mais e as organizações esperam que os gerentes façam cada vez mais com cada vez menos. Quando se fala em excesso de trabalho, possivelmente venha a tona a palavra Estresse . O estresse pode inibir a capacidade de observação, de concentração e de tomada decisão, portanto podem vir a causar grandes prejuízos para as pessoas de um modo geral, e principalmente para os gerentes, que dependem fundamentalmente dessas características para sua sobrevivência nos negócios, sem contar no prejuízo que pode vir a causar para a saúde. Apesar de todas as consequências prejudiciais, um certo nível de estresse é essencial para o alto desempenho. O pai da pesquisa do estresse, Hans Selye (s.d. apud BALDWIN; RUBIN e BOMMER, 2008), denominou isso de “EUSTRESSE” (ou estresse do bem), que ele definiu como um estresse produtivo ou controlado. Baldwin; Rubin e Bommer (2008) mostraram que é mais provável que aborrecimentos diários estejam associados com o estresse do que eventos mais importantes na vida do indivíduo. De fato, alguns pesquisadores constataram que os aborrecimentos diários são a influência mais significativa sobre o estado de espírito, a fadiga e a carga de trabalho percebida. A resistência ao estresse pode desencadear no desenvolvimento de habilidades, importantes, tais como a combinação, de gerenciamento de conflitos e tomada de decisões. O controle do estresse é, em grande parte, uma função do nosso vigor físico, nosso vigor psicológico e nosso “poder” de gerenciar o tempo. O primeiro grande passo para gerenciar o tempo é ter disciplina. Prestem atenção na Lei de Pareto e tente aplicá-la Lei de Pareto, regra 80/20, afirma que: Somente 20% de trabalho produz 80% de valor. Por exemplo que 80% de vendas vem de 20% de clientes, e que 80% do restante do trabalho produz apenas 20% de valor (BALDWIN; RUBIN e BOMMER, 2008). Portanto, é importante analisar quais são as tarefas que compõem 20% das tarefas mais importantes e dedicar maior parte de seu tempo a elas. 12 Ampliando a Lei de Pareto, uma boa opção para o gerenciamento do tempo é a utilização da “matriz de gerenciamento do tempo”, conforme quadro 2, onde as atividades são divididas de acordo com sua relativa importância e urgência. Quadro 2: Matriz de Gerenciamento do Tempo Urgente Não-Urgente Importante Quadrante I - Crises - Problemas prementes - Projetos com prazos de entrega fixados Quadrante II - Prevenção - Desenvolvimento - Reconhecimento de Novas oportunidades - Planejamento - Recreação Não-Importante Quadrante III - Interrupções - Algumas Visitas - Algumas Correspond. - Alguns Relatórios Quadrante IV - Trivialidade - Telefonemas Fonte: Baldwin; Rubin e Bommer (2008) Claro que uma das decisões mais difíceis que você tem de tomar é determinar o que é importante e o que é urgente. Outra discussão importante em relação ao tempo é que cada um de nós tem um tempo preferencial externo e um interno. O tempo preferencial interno é aquele período do dia em que costumamos trabalhar melhor, por exemplo as horas que você pensa com mais clareza. O tempo preferencial externo é o melhor período para atender pessoas. É importante para quem quer gerenciar seu tempo conseguir analisar qual seu melhor período de produção, e qual é o melhor período para atender as pessoas (claro que em alguns casos isto não é possível). 13 Bem agora que já se sabemos quem são os recursos humanos na construção Civil, podemos dedicar este item à “Como gerir esses Recursos Humanos”. A importância dos Recursos Humanos está em obter maior comprometimento das pessoas envolvidas em todos os níveis hierárquicos para o crescimento da empresa e/ou eficiência nos canteiros. A Gestão de Recursos Humanos é a maneira pela qual a empresa se organiza para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho. Os modelos de Gestão de Recursos Humanos apresentam um conjunto de princípios, estratégias, políticas e práticas ou processos de gestão voltados aos Recursos Humanos. Por meio desses mecanismos, implementa diretrizes e orienta os estilos de atuação dos gestores em sua relação com aqueles que trabalham. 3.1- Modelos de Gestão - Comportamento: Teoria X e Y Mcgregor (1960 Fajerzstajn et al. 2008) compara dois estilos opostos e antagônicos de administrar: de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional, mecanicista e pragmático(Teoria X), de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do comportamento humano (Teoria Y). Quadro 3 – Pressuposições da Teoria de Macgregor Pressuposições da Teoria X Pressuposições da Teoria Y • As pessoas são preguiçosas e indolentes • As pessoas evitam o trabalho • As pessoas evitam a responsabilidade, a fim de se sentirem mais seguras. • As pessoas precisam ser controladas e dirigidas • As pessoas são ingênuas e sem iniciativa. • As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer • O trabalho é tão natural quanto brincar ou descansar. • As pessoas procuram e aceitam desafios. • As pessoas podem ser automotivadas e auto dirigidas. • As pessoas são criativas e inteligentes. Fonte: Mcgregor (1960 Fajerzstajn et al. 2008) 14 Dentre muitas habilidades que um bom gerente deve ter está a de motivar outras pessoas, criar um ambiente no qual as pessoas estão altamente motivadas a dar o melhor de si é a marca registrada do grande gerenciamento. 4.1 – Teorias de Motivação Pessoal Algumas Teorias de Motivação são descritas a seguir para melhor compreensão de como somos tratados ou tratamos as pessoas no ambiente do trabalho. 4.1.1 – Teoria de Motivação de Maslow ou das Necessidades Uma das Teorias de motivação é a de Maslow (1943 Fajerzstajn et al. 2008). Maslow concebe a motivação como algo constante, infinito e complexo. O homem deseja e raramente alcança um estado de completa satisfação. Teoria da Hierarquia das Necessidades, cujo princípio é que “funcionamos melhor quando estamos lutando por alguma coisa que necessitamos, quando desejamos alguma coisa que não temos.” Observem a Pirâmide na figura 2 nela percebemos que somente quando um nível inferior de necessidade está satisfeito é que o nível mais elevado surge, ou seja somente quando as necessidades mais básicas são satisfeitas é que manifesta-se um nível mais elevado das necessidades, como mostrado na pirâmide. Vocês sabem o porquê é importante motivar a mão-de-obra? Por que Permite diminuir a rotatividade, aumentar a qualidade e produtividade. Comentário: Imaginem se alguém pode pensar em auto-realização, se não satisfizer suas necessidades mais básicas, como por exemplo, não ter o que comer ou onde morar. 15 Figura 2: Teoria da Hierarquia das Necessidades Fonte: Fajerzstajn et al. (2008) 4.1.2 - Teoria de Herzberg: Teoria dos dois fatores O princípio da Teoria dos dois fatores é que os fatores determinantes da satisfação profissional são diferentes dos fatores da insatisfação profissional. Ou seja, o oposto de satisfação é não-satisfação e não insatisfação. A Teoria de Herzberg é também chamada de Teoria dos dois fatores, onde um dos fatores é o HIGIÊNICO e o outro é o de SATISFAÇÃO. a. Fatores Higiênicos: pontos negativos que precisam ser eliminados para evitar insatisfação. Exemplo de Fatores Higiênicos são: condições ruins de trabalho; baixo salário; falta de segurança etc. b. Fatores de Satisfação: pontos positivos devem ser valorizados para promover a satisfação. Exemplo de Fatores de Satisfação: interesse intrínseco no trabalho; reconhecimento por realização; envolvimento em decisões etc. 4.1.3 - Teoria da Determinação de Metas de Edwin Locke Locke (1968), teoria baseada na necessidade das pessoas vislumbrarem objetivos claros e diretrizes bem definidas 16 Na Teoria da Determinação de Metas, como o próprio nome já diz as metas devem ser pré-estabelecidas com a participação dos envolvidos na sua consecução e retorno quanto aos resultados, para que os envolvidos possam ter meios de avaliar seus progressos e a efetividade de seus esforços. 4.2 – Técnicas de Motivação Podemos simplificar as técnicas de motivação e dividi-las, grosso modo, em motivar as pessoas por medo ou por incentivo. A motivação por medo acaba desenvolvendo nas pessoas insensibilidade e tolerância excessiva, por exemplo pessoas que sofrem humilhações de seus chefes, e acabam se acostumando. 4.2.1 – Teoria Democrática/Autoritária Baseadas nas teorias X e Y, a gerência pode utilizar por exemplo a Autoridade coagindo a mão-de-obra a trabalhar ou a Democrática que valoriza e busca a satisfação do indivíduo. 4.2.2 – Motivação pelo Dinheiro A motivação pelo dinheiro pode ser oferecida pela remuneração por tarefas, por desempenho acima da média ou ainda por desempenho conjunto, por exemplo. 4.3 –Capacitação Além da Motivação está a necessidade de capacitação da mão-de-obra, pois o desempenho do trabalhador não depende apenas da motivação Capacitação da mão-de-obra segundo Fajerzstajn et al. (2008) é o processo de capacitar, de desenvolver novas capacidades /conhecimentos, atitudes ou habilidades de um indivíduo ou grupo. Treinamento da mão-de-obra é uma das estratégias de capacitação; na construção civil. Modelo de Treinamento de mão-de-obra sugerido por Holanda e Barros ( 2004): Fase 1 – Podem ser considerados indicadores de necessidades de treinamento: • A incorporação de novos métodos e técnicas construtivas. • A utilização de novos componentes, equipamentos, ferramentas e materiais. • O não cumprimento de prazos • Erros e desperdícios • Baixa Produtividade • Acidentes no Trabalho • Absenteísmo • Alta rotatividade dos operários 17 As necessidades de treinamento podem ser levantadas levando-se em consideração não só o estágio atual em que se encontra a empresa, mas também podem ser pensadas de acordo com os objetivos que se deseja alcançar a médios e longos prazos. Fase 2 - Estabelecimento de objetivos e metas de treinamento Podem ser: • Aumento de Produtividade em 50% • Diminuição do índice de acidentes em 80% • Eliminação total do entulho • Conscientização dos operários para a utilização de equipamentos de segurança Fase 3 – Planejamento e Programação de Treinamento. Deve-se obter respostas para algumas questões • Que tipo de treinamento deve ser realizado? • Quando e onde deve ocorrer este treinamento? • Que métodos e técnicas deverão ser utilizados? E principalmente • Quem deverá ser treinado? • Nesta fase deverão ser definidas as ações que deverão ser empreendidas e um cronograma de execução deverá ser elaborado, em conjunto com uma previsão dos possíveis gastos a serem realizados. • Devem ser definidos claramente os parâmetros que serão utilizados na avaliação da eficiência do treinamento Escolha dos Métodos, Técnicas e Recursos a serem utilizados no treinamento Deve ser levado em conta: • Número de operários a serem treinados • As principais características dos treinados e o tipo de comportamento a ser adquirido • A disponibilidade temporal e financeira da empresa • O custo dos métodos escolhidos Métodos de Treinamento e suas principais técnicas: I) Método: Prático a. Estratégia: Aprender fazendo b. Técnica:Aprendizagem metódica do trabalho, Entrevistas, Estágios e Rodízio de tarefas 18 c. Vantagens:Resultados rápidos, possibilita a participação de semi-analfabetos ou analfabetos. d. Desvantagens: Aprendizagem de vícios funcionais, restringe o número de pessoas. II) Método: Conceitual a. Estratégias: Aprender pela teoria b. Técnicas:Debates, Explanação oral, Estudo dirigido, Instrução Programada, Painel, Material Impresso. c. Vantagens: Correspondem rapidamente as expectativas e possibilita a participação de um grande número de pessoas. d. Desvantagens:Não garante aprendizagem real, não estimula atitudes e comportamentos III) Método: Simulado a. Estratégias: Aprender imitando a realidade b. Técnicas: Estudo de caso, dramatizações, jogos e exercícios diversos e projetos. c. Vantagens: Facilita compreensão conceitual, reforça o entendimento racional, e é indicado para treinar uma nova técnica. d. Desvantagens: Altos custos, as técnicas em geral utilizadas são para pequenos grupos. IV) Método: Comportamental a. Estratégias: Aprender por desenvolvimento psicológico b. Técnicas: Aconselhamento psicológico, dinâmica de grupo. c. Vantagens: Estimula o desenvolvimento intelectual e mudanças de comportamento e atitudes dos treinados. d. Desvantagens: Resultados a longo prazo, acompanhamentos são imprescindíveis. Fase 4 – Aplicação do treinamento. • Deve-se colocar em prática tudo que foi planejado e programado. • Os instrutores devem ter capacidade de transmitir o conteúdo de forma simples e organizada para os operários. 19 Fase 5 – Avaliação do Treinamento. Deve ser considerado em três níveis: • Reação dos operários • Aprendizagem do Conteúdo do treinamento • Mudança de comportamento na execução dos serviços Algumas ferramentas da fase 5 • Provas escritas ou ilustradas, individuais ou em grupos, provas práticas no canteiro ou no protótipo. Considerações que devem ser feitas para a escolha dos Recursos que podem ser utilizados no treinamento, ilustrado também no quadro 4 • Retemos: 10% do que lemos, 20% do que escutamos, 30% do que vemos, 50% do que vemos e escutamos, 70% do que ouvimos e logo discutimos, 90% do que ouvimos e logo realizamos. Quadro 4 – Métodos de Ensino Fonte: Holanda e Barros ( 2004): Se os objetivos não forem atingidos o treinamento deve ser reestruturado, e se os objetivos forem atingidos devem ser registrados em um banco de procedimentos para o treinamento. 20 Produtividade é a eficiência em se transformar entradas em saídas, por meio de um processo produtivo (SOUZA, 1998). Uma tarefa muito importante quando se fala em qualidade na construção civil é a de poder medir a produtividade. Segundo Souza (1998) a forma mais direta de se medir a produtividade é utilizar–se da quantificação da mão-de-obra necessária (expressa em homens-hora demandados) para se produzir uma unidade (por exemplo, 1 metro quadrado de revestimento de argamassa de fachada). O indicador utilizado, denominado razão unitária de produção (RUP), que é calculado a partir da equação 5.1. RUP = Entradas/Saídas equação 5.1 Para se calcular as entradas e saídas deve-se definir o período de tempo em que as entradas por meio de um processo transformaram-se em saídas. No que se refere às entradas, o cálculo do número de homens-hora demandados é, em geral obtido pela multiplicação do número de homens envolvidos pelo período de tempo de dedicação ao serviço. As saídas podem ser consideradas como a produtividade de um determinado dia, ou seu valor pode representar um estudo de longa duração (SOUZA, 1998). 5.1 – Estudo de Caso desenvolvido por Souza (1998) Para se calcular as entradas e saídas deve-se definir o período de tempo em que as entradas por meio de um processo transformaram-se em saídas. No que se refere às entradas, o cálculo do número de homens-hora demandados é, em geral obtido pela multiplicação do número de homens envolvidos pelo período de tempo de dedicação ao serviço. As saídas podem ser consideradas como a produtividade de um determinado dia, ou seu valor pode representar um estudo de longa duração (SOUZA, 1998). 21 Como regra geral da obra, tem-se uma jornada diária de 9 horas de trabalho. E, como base para as avaliações que se faz a seguir, considera-se que, no dia em estudo, se tenha produzido 50 metros quadrados de alvenaria líquida (SOUZA, 1998). ENTRADA = Hh = 4 * 9 = 36 SAÍDAS = QS= podem ser consideradas como a produtividade de um determinado dia, considera-se 50 metros quadrados de alvenaria líquida RUP = Hh / QS RUP = 36/50 = 0,72 Hh/m² O quadro 5 e 6 mostram as comparações entre as equipes estudadas, Quadro 5 – Equipes – 9 horas trabalhadas Fonte: Souza (1998) Quadro 6 - Equipes com diferentes jornadas Fonte: Souza (1998) Comentários: Lembram-se quando falamos sobre motivação, imaginem que em alguns casos, os operários recebam prêmios por produção, o empenho iria ser muito maior e o tempo seria o mesmo, já que os benefícios viriam em função da tarefa feita e não das eventuais horas-extras cumpridas. 22 Estes índices de produtividade foram específicos de uma obra, é claro que se calculássemos a RUP de outras obras iríamos obter resultados diferentes. Existe na literatura um Livro que é muito utilizado como referência para se obter a produtividade na construção civil que é o TCPO – Tabela de Composição de Preço para Orçamentos. Outra forma de se obter a produtividade que também é bastante comum é que algumas empresas tem um histórico de Produtividade (de obras anteriores), utilizado como parâmetro para se calcular o tempo de execução de cada serviço. Para tornar-se um bom gerente é necessário sem dúvida o desenvolvimento de habilidades, conhecimento técnico e experiência adquirida. Lembrando que para isto é necessário também coragem, disposição e persistência para mudanças de comportamento. Os desafios para ser um gerente de sucesso são muitos, mas as recompensas também são. Como texto complementar desta Unidade, indico a leitura do livro. Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais. Autores: Thimothy Baldwin, Robert Rubin e William Bommer. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2008 disponível na Biblioteca da Universidade. E consultas ao TCPO – Tabelas de Composição de Preços para Orçamentos – SP: PINI – poderá ser qualquer ano de publicação. Também disponível na Biblioteca da Universidade. 23 BALDWIN, Timothy; RUBIN, Robert; BOMMER William. Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais. Rio de Janeiro: Campus, 2008 . FAJERZSTAJN, Hermes; MELHADO, Silvio B.; SOUZA Ubiraci E. Lemes de. Gestão de Recursos Humanos.São Paulo: Anotações de Aula EPUSP. São Paulo, 2008. HOLANDA, Erica Paiva Tenório; BARROS M.S. Bottura de. Características da mão-de- obra na construção civil e diretrizes para o seu treinamento. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia de Construção Civil. Boletim técnico, 2004. SOUZA, U.E.L. Produtividade e custos dos sistemas de vedação vertical. Tecnologia e gestão na produção de edifícios: vedações verticais. São Paulo: PCC- EPUSP, 1998. 24 _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ 25
Compartilhar