Buscar

1. TRANSPLANTE DE ORGAOS E TECIDOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

TRANSPLANTE DE ORGAOS E TECIDOS – BIOÉTICA
Transplante: É um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor), por outro órgão ou tecido normal de um doador vivo ou morto. O médico entra em todas as partes desse processo; e tem que proteger tanto o doador quanto o receptor.
Tipos de Transplante:
Auto – transplante: é o tipo de transplante onde se retira uma parte do seu corpo para implantá-la em outra parte do próprio corpo, por ex: retira-se pele de certo local e coloca onde houve a queimadura. A questão da rejeição por tecido diferente não vai acontecer.
Iso-transplante ou transplante isogênico: são transplantes realizados entre gêmeos univitelinos. O risco de rejeição é zero.
Alo transplante ou transplante alogenico: É o mais frequente. Ocorre entre indivíduos da mesma espécie com características genéticas diferentes, ex: eu e meu tio. Nesse tipo de transplante geralmente ocorre rejeição, é preciso que o receptor tome remédios imunossupressores.
Xeno-transplante: é o transplante entre animais de espécies diferentes, não é só necessária à compatibilidade genética, mas sim a consideração do tamanho do órgão. 
No Brasil, a lei do transplante vem se alterando ao longo do tempo. Apenas depois de 1997 que ficou bem determinado e depois foi sofrendo varias alterações para cada vez facilitar mais a questão do transplante.
Lei 9.434, de 4 de fevereiro de 1997
 Art.1º Disposição GRATUITA de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post morte, para fins de transplante e tratamento, é permitida na forma desta Lei”. 
Paragrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão compreendidos entre os tecidos a que se refere este artigo o SANGUE, O ESPERMA E O ÓVULO.
Os transplantes são na forma de espécie através do SUS (90%). Alguns planos cobrem alguns transplantes, mas é o SUS que carrega o maior numero de deveres quanto ao transplante no Brasil, o que gera um gasto enorme para o país. 
Deve ficar claro que, independentemente da forma como o transplante é pago (pelo SUS ou não), a chance de receber um órgão é a mesma.
Além disso, a lei de 97 define que sobre o pós-morte:
Art.3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo destinado a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de MORTE ENCEFÁLICA, constatada e registrada por DOIS MÉDICOS não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por Resolução do Conselho Federal de Medicina1480/1997.
Pelo menos 1 dos médicos deve ser Neurologista. 
 Art. 4º Na ausência de manifestação de vontade do potencial doador, o pai, a mãe, o filho ou o cônjuge poderá manifestar-se contrariamente à doação, o que será obrigatoriamente acatado pelas equipes de transplante e remoção.
Na realidade é a família quem decide. Poderá respeitar ou não a vontade do falecido.
Lei 9.434/97 e Decreto 2.268/97 - Cadastro Único de Receptores.
- A ordem da lista é seguida com rigor, sob supervisão do Ministério Público.
- O cadastro é separado por órgãos, tipo sanguíneo e outras especificações técnicas.
“Art.9 É permitido à pessoa JURIDICAMENTE CAPAZ dispor gratuitamente de tecidos, órgãos ou partes do próprio corpo vivo para fins de transplante.” -> ex.: doação de rim.
- O termo de Declaração de morte encefálica é assinado por dois neurologistas, e é feito de acordo com a idade da criança. São feitos dois diagnósticos com intervalo de tempo de acordo com a idade. -> Na prática 2 médicos, sendo 1 neurologista.
 
Lei nº 10.211 de 23 de março de 2001
 "Art. 4º A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte."
Ainda em 2007, regulamentando o transplante, temos também o artigo 13:
Lei nº 11.521, de 18 de setembro de 2007
Art.13 Parágrafo único. Após a notificação prevista no caput deste artigo, os estabelecimentos de saúde não autorizados a retirar tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinado a transplante ou tratamento deverão permitir a imediata remoção do paciente ou franquear suas instalações e fornecer o apoio operacional necessário às equipes médico-cirúrgicas de remoção e transplante, hipótese em que serão ressarcidos na forma da lei.” (NR)
Ainda temos a legislação para anencéfalos, que também podem ser utilizados para transplante, uma vez que o conselho federal de medicina determina que isso é um estado irreversível. Temos então:
Resolução CFM 1.752, de 13 de setembro de 2004, que concede autorização ética para o uso de órgãos e/ou tecidos de anencéfalos para transplante, mediante autorização dos pais. Resolução CFM nº 1.480/97, artigo 3º: a morte encefálica deverá ser consequência de processo irreversível e de causa conhecida, portanto o anencéfalo é um resultado de processo irreversível, de causa conhecida e sem qualquer possibilidade de sobrevida, por não possuir a parte vital do cérebro.
PORTARIAS: As portarias no Brasil foram feitas para cada vez mais estabelecer esses conceitos e montar condições para que possa agilizar o processo de transplante. Hoje, temos no Brasil uma estrutura montada para o transplante de órgãos: 
Organização estrutural do sistema de captação de órgãos:
Processo de doação:
Existe a notificação da morte encefálica, portanto um potencial doador (tem que apresentar idade suficiente e livre de doenças, caso tenha doença passa a ser um doador limítrofe). Esse potencial doador é avaliado clinicamente e a família é abordada pela equipe (formadas basicamente por enfermeiros, psicólogos) para a doação de órgãos e tecidos; essa família deve ser (ponto crucial para o transplante) abordada e esclarecida sobre morte e doação. Quando tenho o não procedo como à cima e finalizo o processo. Se sim, temos dois processos importantes, a retirada do órgão vai ser feita e esse corpo, se foi uma morte natural vai para o Serviço de Verificação de óbito (SVO) para depois fazer a declaração de óbito e devolvido a família. Se for morte violenta vai para o IML e depois devolvida à família. 
Acidente automobilístico vai para onde? IML.
Órgãos que podem ser doados em Vida: um dos rins, parte do pulmão, parte do fígado, medula óssea
Órgãos e Tecidos que podem ser doados após a morte: rins, pulmões, coração, válvulas cardíacas, pâncreas, intestino, córneas, ossos, cartilagem, tendão, veias, pele. 
Para ser um doador: não é necessário fazer nenhum documento por escrito, basta que a sua família esteja ciente da sua vontade e que seja constatado a morte encefálica.
 Não doadores: pacientes que já tiveram Hepatite B e C, AIDS, exceto aos receptores portadores dessas enfermidades. Também não podem ser doadores os portadores de doenças infecciosas ativas - septicemia ou cânceres. Fumantes também fazem parte da lista de não-doadores de pulmão.
Manutenção do Potencial Doador: 
Importante para os médico e enfermeiros que fazem parte da equipe de atendimento (não da equipe de transplante) ao paciente que é um potencial doador é a mantê-lo como um potencial doador.
Deve-se assegurar a viabilidade do órgão, diminuir o risco de evolução para parada cardíaca (por que alguns órgãos devem ser retirados antes da parada cardiorrespiratória acontecer), manter o órgão em melhores condições para que não haja dano ao receptor.
Manter estabilidade hemodinâmica, oxigenação adequada, manutenção do equilíbrio hidro-eletrolítico, manter pálpebras fechadas e hidratadas, prevenir ou tratar infecções.
Isso tudo é responsabilidade do médico ctiista e não dos médicos responsáveis por fazer o transplante.
DOADOR LIMITROFE: é aquele doador que tem uma restrição patológica. Muito comum em vivo para vivo. É permitido pacientecom câncer de pele fornecer o rim, apesar de ser um doador limítrofe, devido a grande fila de espera. Mas o receptor deve ser notificado sobre os riscos que ele pode correr. 
Obs: a pessoa que tem melanoma não pode ser doadora, mas os outros cânceres de pele não impedem, e a pessoa passa a ser um doador limítrofe.
*HIV também exclui a possibilidade de ser um doador limítrofe.
Esse doador limítrofe depende do órgão que o receptor precisa. Por exemplo, existem doenças que permitem a doação de rim, mas existem outras que impossibilitam a doação do rim. Vai depender da patologia que o doador tem e o órgão que o receptor precisa para saber se a doação será compatível ou não.
 Existe um registro para isso – termo de consentimento livre e esclarecido.

Outros materiais