Buscar

PROCESSO CIVIL II PROCEDIMENTOS NO NCPC PARTE II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 02
Posturas do Juiz diante da Petição Inicial
1 – Introdução 
	Com o oferecimento da PI, o processo se inicia e depois da autuação e registro, os autos são encaminhados para o juiz, que terá o primeiro contato com a PI. Vamos agora enfrentar as possíveis reações do juiz nesse momento procedimental.
1ª Reação – Declaração da incompetência absoluta – artigo 64, CPC
	A primeira reação possível é o reconhecimento da incompetência absoluta de ofício, determinando a remessa dos autos ao órgão competente. A incompetência absoluta tem, em regra, natureza dilatória (exceção – Juizados – artigo 51, III), sendo que, chegando os autos ao novo órgão jurisdicional, volta-se ao tema a ser enfrentado nesse ponto da matéria.
2ª Reação – Emenda da Petição Inicial – artigo 321, CPC
	Em razão do caráter instrumentalista que norteia o processo civil moderno, a emenda (complementação) da PI ganha cada vez mais espaço e importância. Defende-se que, sempre que for possível a escolha entre a emenda da PI e o seu indeferimento, deve o juiz optar pela emenda, deixando o indeferimento para as situações em que for absolutamente impossível de ser sanada ou corrigida (princípio da primazia das decisões de mérito – artigo 6º, CPC).
	A emenda da PI é um direito do autor, não podendo o juiz indeferir a PI antes de oportunizar o seu saneamento, sempre que isso se mostrar possível no caso concreto (REsp 1.143.968).
	Ler artigo 321.
	Admite-se no caso concreto que o juiz amplie esse prazo quando entender muito exíguo para o saneamento exigido, com fundamento no artigo 139, VI, CPC. Se faltar o endereço do patrono, o prazo é o contido no artigo 106, § 1º, CPC (5 dias).
	É possível considerar que o autor, instado a emendar a PI o faça de forma incompleta. Nesses casos, doutrina e jurisprudência entendem que é possível a abertura de novo prazo para que o autor complemente sua primeira emenda. O limite das emendas sucessivas deve ser apreciado no caso concreto (Nery, Scarpinella). 
3ª Reação – Indeferimento da Petição Inicial – artigo 330, CPC
1 – Introdução
	Nas situações em que o juiz se deparar com vícios insanáveis, de nada adiantará abrir o prazo de 10 dias para o autor emendar a PI, pois a emenda não será capaz de sanar a irregularidade ou vício constatado no caso concreto. É disso que trata o artigo 330, CPC, que determina ao magistrado, em situações específicas, o indeferimento liminar da PI. Ainda, será caso de indeferimento da PI quando a irregularidade não for sanada no prazo concedido para emenda. 
	Tanto no 1º grau quanto nos processos de competência originária, só podemos falar em indeferimento da PI antes da citação do réu. Se o réu já tiver sido citado, ainda que o juiz acolha alguma das causas contidas no artigo 330, não será mais caso de indeferimento, mas sim de extinção do processo sem resolução do mérito por ausência das condições da ação ou de algum dos pressupostos processuais. 
2 – Hipóteses de Indeferimento da Petição Inicial – artigo 330
Inciso I – Inépcia da PI
	O § 1º do artigo 330 indica as situações nas quais a PI é considerada inepta. Ler.
Inciso II – Manifesta Ilegitimidade da parte
Inciso III – Falta de interesse de agir – texto do trabalho
Inciso IV – Ausência de emenda à PI
	
3 – Procedimento
	O recurso cabível da decisão de indeferimento da PI é o de apelação (1.009, CPC). O artigo 331 prevê a possibilidade de o juiz se retratar da decisão que indefere a PI. A retratação pode ocorrer de ofício. Ler.
	Havendo a retratação, o juízo sentenciante anulará a sentença e dará andamento regular ao procedimento, com a citação do réu. Essa decisão interlocutória não desafia AI, porque não consta no rol do artigo 1.015. 
	O artigo 331, § 1º informa que em caso de apelação, o réu é citado para integrar o processo e responder o recurso. O § 2º contém um erro ao prever que a sentença pode ser reformada pelo tribunal, considerando que, mesmo tendo a apelação fundamento em um error in judicando, seu acolhimento levará à anulação (ela é afastada para que o juiz a quo profira outra) da decisão recorrida, e não à sua reforma (o tribunal substitui a sentença do juiz a quo). 
	Após o julgamento da apelação no tribunal, o prazo para a contestação é contado a partir da intimação do réu sobre o retorno dos autos.
	O § 3º informa que não interposta a apelação, o réu é intimado do trânsito em julgado da sentença. Essa ciência é importante porque existem hipóteses de sentenças terminativas em que só se admite a repropositura da ação se saneado o vício que levou o primeiro processo à extinção sem resolução do mérito (486, § 1º); e também porque nos casos de extinção sem resolução do mérito há a competência absoluta do juízo na eventual repropositura da ação (286, II).
4ª Reação – Julgamento de Improcedência Liminar – artigo 332, CPC
	O objetivo desse artigo é o encerramento de demandas repetitivas – típicas da sociedade de massa em que vivemos – nas quais a mesma questão jurídica é alegada em diversas demandas individuais. A economia processual e a celeridade do processo são os fundamentos principais que levaram o legislador a prever um instituto processual que possibilita o encerramento definitivo da demanda (sentença de mérito com CJ material) antes mesmo da complementação da relação jurídica processual com a citação do réu.
1 – Requisitos para o julgamento de improcedência liminar
	Para que o julgamento de improcedência liminar seja possível, é necessária a existência de um requisito fixo, previsto no caput do artigo 332, cumulado com algum de outros quatro requisitos alternativos, previstos nos incisos I a IV.
	O requisito fixo contido no caput é o seguinte: o julgamento liminar de improcedência só é possível nas causas que dispensam a fase instrutória (provas).
	Os requisitos alternativos dizem respeito a diferentes formas de consolidação de entendimentos com eficácia vinculante do STF e do STJ, bem como em havendo enunciado de súmula do TJ sobre direito local.
	O § 1º autoriza o julgamento liminar de improcedência nos casos de decadência e prescrição. É uma liminar de mérito. O artigo 487, PÚ autoriza, somente nesse caso, que ela seja feita de ofício. Nos demais casos, devemos observar o artigo 9º, CPC.
	Ler § 1º.
	O julgamento liminar de improcedência, desde que preenchidos os seus requisitos, passa a ser um dever do juiz, e não mera faculdade, considerando a eficácia vinculante dos entendimentos consolidados pelos tribunais que admitem essa espécie de julgamento liminar.
	O § 2º informa que não interposta a apelação, o réu é intimado do trânsito em julgado da sentença.
	Se o autor apelar, o § 3º permite ao juiz se retratar no prazo de 5 dias.
2 – Julgamento da apelação pelo tribunal
	Se o juiz não se retratar da sentença de improcedência liminar, o §3º informa que a apelação do autor será recebida pelo 1º grau e encaminhada ao tribunal competente. Antes disso, o réu é citado para integrar o processo e apresentar as contrarrazões (§ 4º).
	Não conhecido o recurso ou negando-se provimento a ele, o tribunal mantém o entendimento da sentença recorrida, com a permanência do réu como o vitorioso na demanda. O provimento do recurso, por outro lado, ocorre sempre que o tribunal entender não ser aplicável no caso concreto o artigo 332. Nesse caso, o tribunal deverá anular a sentença e remeter o processo de volta para o 1º grau, para que o réu seja intimado para apresentar a contestação, seguindo a demanda normalmente.
	Assumpção tem entendimento no sentido de que, em caso de inaplicabilidade do artigo 332, CPC, estando o processo maduro para julgamento, ou seja, não havendo controvérsia fática e estando a solução da lide pendente exclusivamente de aplicação do direito ao caso concreto, deverá o tribunal aplicar por analogia o artigo 1.013, § 3º, I do CPC, anulando a sentença de improcedência liminar e passando imediatamente para o julgamento de mérito da ação. Caso o processo não esteja maduro para imediatojulgamento, o processo retorna para o 1º grau, intimando-se as partes para a audiência de conciliação ou de mediação.
	Fora desse entendimento isolado, há doutrina que entende possível o tribunal reformar a sentença recorrida, julgando procedente o pedido feito pelo autor na demanda (Nery, Scarpinella, Didier, Bondioli). Não haverá ofensa ao contraditório porque o réu apresentou contrarrazões ao recurso. Esse julgamento de reforma da sentença só será possível quando o processo estiver maduro para julgamento; não estando, a sentença deve ser anulada e os autos retornam ao 1º grau.
AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO E DE CONCILIAÇÃO
1 – Introdução
	No procedimento comum previsto no CPC/2015, cria-se no artigo 334 uma audiência de conciliação ou de mediação, que poderá ser realizada por meio eletrônico (§ 7º), a ocorrer após a citação do réu e antes do momento da apresentação da sua resposta.
	O réu só será citado e no mesmo ato intimado para contestar em 15 dias se o direito versado no processo não admitir a autocomposição, casos extremamente raros. Assim, a regra é a citação e, no mesmo ato, a intimação do réu para comparecer à audiência de conciliação ou de mediação. Cabe ao juiz indicar desde esse momento se o meio consensual mais adequado é a mediação ou a conciliação, de forma que o processo possa ser direcionado ao centro adequado de solução consensual de conflitos. 
2 – Prazo 
	Nos termos do artigo 334, caput, a audiência será designada com antecedência mínima de 30 dias, devendo o réu ser citado com pelo menos 20 dias de antecedência. O prazo de antecedência mínima para a citação do réu deve ser necessariamente atendido, sob pena de violação ao princípio do contraditório. A nulidade, porém, é sanável, devendo o réu comprovar que, citado em prazo menor, teve prejuízo.
3 – Conciliador e Mediador – artigo 165
	A realização da audiência de conciliação ou de mediação por mediadores e conciliadores é boa porque as partes terão menor receio de expor suas razões diante de um sujeito que não julgará seu processo na eventualidade de não ser obtida a solução consensual.
4 – Local de realização da audiência – 334, § 1º
	Caso não exista tal centro, caberá ao próprio juiz da causa a realização da audiência.
5 – Número de Sessões – artigo 334, § 2º
	O ideal é que a solução consensual seja obtida na 1ª sessão destinada a tal finalidade. Caso haja uma aproximação das partes, mas não seja possível, naquele momento, chegar à solução consensual, ao invés de dar por encerrada a tentativa, é mais produtivo que seja designada uma nova sessão, para que a aproximação havida na sessão anterior se potencialize e seja possível chegar ao consenso.
6 – Intimação do autor – artigo 334, § 3º
	O fato de o autor ter manifestado contra a realização da conciliação ou mediação não é suficiente para que ela não seja realizada, porque a não realização da audiência depende da manifestação no mesmo sentido pelo réu. Ou seja, mesmo que o autor diga que não tem interesse na sua realização, o juiz deve designar a audiência para citar o réu.
7 – Desinteresse das partes na realização da audiência – artigo 334, § 4º
	O legislador foi claro. Há, porém, corrente doutrinária, com fundamento na autonomia da vontade da parte e da isonomia, que entende que o desinteresse de apenas uma das partes já é suficiente para a não realização da audiência (Câmara, Medina e Scarpinella). Trata-se de infeliz opção legislativa de ignorar o ditado popular, mas que deve ser respeitada.
	O § 5º prevê o momento adequado para a alegação do desinteresse, de modo que há preclusão temporal em caso de não demonstração.
8 – Desinteresse na realização da audiência e litisconsórcio – artigo 334, § 6º
9 – Ato atentatório à dignidade da Justiça – artigo 334, § 8º
10 – Presença de advogado ou defensor público – artigo 334, § 9º
	Esse § não diz qual é a consequência do seu descumprimento. Entendo que não se trata efetivamente de um dever, mas de uma faculdade da parte, considerando que conciliar e mediar são atos da parte, que independe de capacidade postulatória. A ausência do advogado não pode impedir a solução consensual.
11 – Representante com poderes para negociar e transigir – artigo 334, § 10 – pode ser advogado ou 3º
12 – Redução a termo da homologação por sentença – artigo 334, § 11
13 – Pauta – artigo 334, § 12

Outros materiais