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PROCESSO CIVIL II PROCEDIMENTOS NO NCPC

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AULA 01
PROCEDIMENTO
	Por procedimento devemos entender uma sucessão de atos interligados de maneira lógica e consequencial, visando a obtenção de um objetivo final. O procedimento é a exteriorização do processo, aspecto visível, considerando-se que a noção de processo é teleológica, voltada para a finalidade do exercício da função jurisdicional no caso concreto, enquanto a noção de procedimento é formal, sendo uma sucessão de atos com um objetivo final.
	Ainda que não seja possível confundir o procedimento com o processo, o certo é que o processo não vive sem o procedimento. 
1 – Procedimentos antes do CPC/2015
	Na vigência do CPC/73, os procedimentos do processo eram divididos em Procedimento Comum e Procedimentos Especiais. O procedimento comum tinha duas espécies: ordinário e sumário. A identificação do procedimento a ser seguido era feita no caso concreto da seguinte maneira: não sendo cabível qualquer dos procedimentos especiais, verificava-se se o caso se enquadrava em alguma das hipóteses do procedimento sumário; em não sendo cabível neste, o procedimento seria o ordinário (residual).
	Além deles, havia e ainda há o procedimento sumaríssimo dos juizados especiais. Na JE ele não é cogente, porque a sua utilização é uma faculdade do autor, que poderia optar pelo procedimento comum ou pelo Juizado.
2 – Procedimentos no CPC/2015 – artigo 318, CPC
	O NCPC suprimiu os procedimentos ordinário e sumário, passando a prever um único procedimento comum. O artigo 1.046, § 1º, CPC informa que os processos ajuizados até a vigência do código sob o rito sumário continuarão a tramitar por ele até a sua extinção, aplicando-se as normas do CPC/73.
PETIÇÃO INICIAL
1 – Introdução
	O PRINCÍPIO DA INÉRCIA da jurisdição (artigo 2º, CPC) impede que o juiz inicie um processo de ofício, devendo aguardar a manifestação da parte interessada, sendo extremamente rara a exceção a essa regra (com as ações sincréticas, na qual o mesmo processo se desenvolve em duas fases procedimentais sucessivas, a exemplo do artigo 536). Essa manifestação da parte interessada é feita por meio da petição inicial.
2 – Funções da Petição Inicial
2.1 – Provocar a instauração do processo;
2.1 – Identificar a demanda, diferenciando-a de outra pelas partes, causa de pedir e pedido. A identificação da demanda gera alguns efeitos processuais de suma importância:
a) permite a aplicação do princípio da congruência, indicando os limites objetivos e subjetivos da sentença;
b) permite a verificação de eventual litispendência, coisa julgada ou conexão;
c) fornece os elementos para a fixação da competência;
d) indica desde logo ao juiz a eventual ausência de alguma das condições da ação;
e) pode influenciar na determinação do procedimento.
	Como é uma peça que inicia o processo, permitindo o seguimento do processo pela citação do réu, a PI deve ser redigida sob a obediência de alguns requisitos formais. Por isso, dizemos que a PI é um ato processual solene. A ausência de um dos requisitos pode gerar uma nulidade sanável (emenda) ou insanável (indeferimento liminar) da peça.
3 – Requisitos da Petição Inicial – artigos 319 e 106, I, CPC
	O artigo 319 é o artigo central sobre os requisitos da PI. Além dele, o artigo 106, I traz um requisito também indispensável: o endereço do patrono que a subscreve. Ler. A indicação do endereço em papel timbrado, nota de rodapé ou na procuração cumpre a exigência formal.
Inciso I – Juízo singular ou colegiado a que é dirigida a PI
	A indicação do destinatário da PI (1º grau ou competência originária do tribunal) é necessária para a remessa da PI e formação dos autos perante o órgão pretensamente competente para o conhecimento da demanda.
	Ainda que saibamos quem é o juiz que receberá a demanda, não é correto indicá-lo no endereçamento, mas sim o juízo que representa. A indicação pessoal do juiz não é correta. Há todavia, caso o advogado faça isso, mera irregularidade, não produzindo efeitos significativos no processo.
Inciso II – Indicação das partes e sua qualificação
	Tais elementos identificadores se prestam a duas funções principais: permitir a citação do réu e a individuação dos sujeitos processuais parciais, importante para distingui-los de outros sujeitos e fixar com precisão os limites objetivos da demanda e da futura e eventual coisa julgada material.
	O que importa na análise do preenchimento do requisito é se a irregularidade ou mesmo a ausência de algum deles gera alguma espécie de prejuízo ao réu ou ao processo. Sem a comprovação de efetivo prejuízo não haverá nulidade (pas de nullité sans grief), aplicando-se ao caso o princípio da instrumentalidade das formas. 
	Os §§ 1º a 3º demonstram a preocupação do legislador com a dificuldade do autor em qualificar o réu. Ler. 
Inciso III – Os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido
	Os fatos são a causa de pedir próxima; os fundamentos a causa de pedir remota. Considerando que dos fatos nasce o direito, cumpre ao autor narrá-los e demonstrar a razão jurídica que, em decorrência desses fatos, seja merecedor da tutela jurisdicional pretendida.
Inciso IV - Pedido
PEDIDO
1 – Conceito
	O pedido pode ser analisado sob duas óticas. Pela ótica processual, o pedido representa a providência jurisdicional pretendida (condenação, constituição, declaração, acautelamento ou satisfação). Sob a ótica material, o pedido representa o bem da vida perseguido, o resultado prático (vantagem fática) que o autor pretende obter com a demanda. A doutrina chama a ótica processual de pedido imediato e a ótica material de pedido mediato. 
2 – O réu pede?
	Apesar de tradicionalmente considerarmos que o réu não pede, mas apenas impede. Doutrina moderna entende que a improcedência do pedido é o pedido do réu por uma sentença declaratória de (in) existência do direito material alegado pelou autor.
	Justamente porque o réu faz pedido é que nem sempre a natureza da sentença será determinada pelo pedido feito pelo autor. 
3 – Pressupostos do Pedido – artigo 322
	A certeza e a determinação do pedido são os pressupostos cumulativos do pedido. 
3.1 – Certeza
	A certeza exige que o pedido seja expresso. O artigo 322, § 2º, porém, prevê que a interpretação do pedido deve considerar o conjunto da postulação. Para o STJ, deve-se promover a interpretação lógico-sistemática do pedido, extraindo-se o que o autor pretende com a instauração da demanda de todo o corpo da PI e não apenas da leitura da parte conclusiva, porém, não se admite que a mera descrição dos fatos que poderiam ensejar em tese um pedido, sem que haja qualquer cogitação tendente a exigi-lo, admita a sua concessão pelo juiz (REsp 1.155.274).
	Também o STJ já decidiu que mesmo tendo sido narrados fatos que comportem, em tese, indenização por dano moral, não cabe a condenação do réu sem pedido expresso do autor nesse sentido (REsp 1.155.274).
	O pedido, portanto, deve ser sempre expresso, ainda que conste apenas da fundamentação da PI.
	A certeza é exigida tanto no aspecto processual quanto no material do pedido. No pedido imediato, o autor deve indicar de forma precisa e clara qual a espécie de tutela jurisdicional pretendida, enquanto no pedido mediato deve indicar o gênero do bem da vida pleiteado. O direito brasileiro não admite o pedido incerto, porque impede a defesa do réu e o próprio julgamento do mérito.
3.2 - Determinação
	A determinação do pedido só se refere ao pedido mediato, significando a liquidez do pedido, a quantidade e a qualidade do bem da vida pretendido. A determinação é a regra. O artigo 324, § 1º, CPC prevê as situações nas quais é permitida a realização de pedido genérico, casos também aplicáveis à reconvenção, nos termos do § 2º do citado artigo.
4 – Pedido Genérico	
	Pedido genérico é aquele que deixa de indicar a quantidade de bem da vida pretendida (quantum debeatur) pelo autor, sendo admitido apenas quando houver permissão legal. Mesmo que o pedido seja genérico, cabe ao autorfazer o pedido certo, ou seja, deve determinar a espécie de tutela e o gênero do bem da vida (HTJ e Marinoni). 
4.1 – Universalidade de Bens – artigo 324, § 1º, I, CPC
	As ações universais são aquelas que têm por objeto uma universalidade de bens numa situação na qual falte ao autor condições de precisar, já na PI, os bens efetivamente pretendidos. Essa universalidade pode ser física (livros que compõem o acervo de uma biblioteca) quanto jurídica (herança).
4.2 – Demanda de Indenização quando impossível a fixação do valor do dano – artigo 324, § 1º, II, CPC
	Essa impossibilidade decorre da circunstância de o ato ainda não ter exaurido os seus efeitos danosos no momento de propositura da demanda. Nesses casos, cabe ao autor especificar o prejuízo que pretende ver ressarcido, ainda que não tenha condições de indicar o quantum debeatur. Expressões genéricas como “condenação em lucros cessantes” ou “condenação em perdas e danos” não servem para individualizar o bem pretendido pelo autor, prejudicando a defesa do réu. 
	Sobre o dano moral, interessante norma no artigo 292, V determina que o valor da causa nas ações indenizatórias, inclusive naquelas fundadas em dano moral, será a quantia que o autor pretende receber. Duas interpretações são possíveis:
a) o autor passa a ser obrigado a indicar o valor desejado, de forma que estaria afastada a possibilidade de pedido genérico;
b) o pedido pode ser genérico, sendo o arbitramento do valor do DM tarefa exclusiva do juízo, podendo a parte autora apenas indicar um valor estimado. Nesse caso, nada mudou em relação ao CPC/73, e o valor da causa só será o do dano moral quando o autor optar por quantificar sua pretensão, sendo um valor meramente estimativo quando o pedido for genérico.
4.3 – Valor depender de ato a ser praticado pelo réu – artigo 324, § 1º, III, CPC
	A impossibilidade de indicação do valor deriva de ser o réu responsável por tal indicação, o que cria um obstáculo material intransponível ao autor no momento da propositura da demanda. 
5 – Pedido Implícito
	O pedido deve ser expresso, porque o juiz não pode conceder aquilo que não tenha sido expressamente requerido pelo autor, com fundamento no artigo 492, regra que proíbe a concessão diferente (extra) ou a mais (ultra) do que foi pedido pelo autor.
	Todavia, essa regra sofre exceções, sendo permitida a concessão de tutela não requerida pelo autor.
	Assumpção critica a nomenclatura utilizada, alertando que devemos entender por pedido implícito tudo aquilo que não foi pedido pelo autor, mas que a lei permite que o juiz conceda de ofício (Dinamarco). Literalmente, pedido implícito seria aquilo que decorre de outro pedido, mas, repita-se, aqui devemos entender por implícito as tutelas que a lei expressamente permite que sejam concedidas sem que o autor tenha formulado pedido expresso nesse sentido.
	O STJ vem ampliando o conceito de pedido implícito acima apresentado, para alcançar o pedido não elaborado pelo autor, mas desde que decorra logicamente do pedido presente na PI. 
	Vejamos agora quais são as hipóteses de cabimento do pedido implícito:
a) Despesas e Custas Processuais (artigo 322, § 1º, CPC);
b) Honorários Advocatícios (artigo 322, § 1º, CPC);
c) Correção Monetária (artigos 404, CC e 322, § 1º, CPC);
d) Prestações vincendas e inadimplidas na constância do processo em caso de contratos de trato sucessivo (artigo 323, CPC);
e) Juros legais/moratórios (artigo 404 e 406, CC). Atenção: os juros convencionais ou compensatórios não podem ser considerados como pedidos implícitos. É extra petita a sentença que os concede sem pedido expresso (REsp 1.171.095).
	Sobre os juros moratórios, a Súmula 254, STJ admite a sua inclusão na liquidação de sentença, mesmo quando omissa a sentença liquidanda. Cuida-se de caso de “condenação implícita”, pois o autor tem direito a eles mesmo que o juiz não os conceda expressamente na sentença. 
	O mesmo raciocínio é aplicado pela jurisprudência do STJ à correção monetária, por se tratar de atualização do valor do dinheiro, visando a recomposição do valor da moeda aviltada pelo processo inflacionário (REsp 1.112.524). Os índices de deflação na correção monetária também são admissíveis, desde que preservado o valor nominal do crédito (REsp 1.361.191).
6 – Cumulação de Pedidos
6.1 – Requisitos para a Cumulação
	O artigo 327, caput CPC prevê que a cumulação é possível mesmo que entre os pedidos não haja conexão, ou seja, mesmo que os pedidos não derivem de uma mesma causa de pedir. Assim, o autor pode cumular causas de pedir em sua PI, cumulando também os pedidos gerados por cada uma delas, desde que preencha os requisitos do artigo 327, § 1º, CPC.
	Embora o artigo 327, caput, afirmar que a cumulação é possível “contra o mesmo réu”, o STJ admite a cumulação de pedidos para cada um dos diferentes réus em litisconsórcio passivo, desde que preenchidos os requisitos do § 1º e que não haja tumulto procedimental e/ou prejuízo ao exercício da ampla defesa (REsp 727.233).
6.1.1 – Pedidos não podem ser incompatíveis entre si
6.1.2 – Mesmo juízo competente para todos os pedidos 
6.1.3 – Identidade procedimental 
6.2 – Espécies de Cumulação de Pedidos
6.2.1 – Cumulação Própria / Em sentido Estrito – ocorre quando é possível a procedência simultânea de todos os pedidos.
	Ela se subdivide em:
a) Cumulação Simples – os pedidos são absolutamente independentes entre si. O resultado de um pedido não gera qualquer consequência para o outro pedido, de forma que o resultado de um não condiciona o resultado dos outros pedidos. Todos os pedidos podem ser acolhidos, rejeitados ou acolhidos em parte
b) Cumulação Sucessiva – a análise do pedido posterior depende da procedência do pedido anterior. Há uma relação de prejudicialidade entre os pedidos, de forma que sendo o pedido anterior rejeitado, o pedido posterior perderá o seu objeto (prejudicado), nem chegando a ser analisado. 
6.2.2 – Cumulação Imprópria / Em sentido Amplo – ocorre quando formulado mais de um pedido, somente um deles puder ser concedido. 
	Ela se subdivide em:
a) Cumulação Subsidiária ou Eventual – artigo 326, CPC – o segundo pedido somente será analisado se o primeiro pedido não for concedido. O autor estabelece uma ordem de preferência entre os pedidos, deixando claro na PI que prefere o pedido 1, e que somente na eventualidade de o pedido 1 ser rejeitado ficará satisfeito com o acolhimento do pedido 2. 
b) Cumulação Alternativa – artigo 326, parágrafo único, CPC – o autor faz mais de um pedido com a intenção de que o juiz acolha qualquer um deles. O autor não estabelece uma ordem de preferência entre os pedidos, ficando a escolha a cargo do juiz. 
Atenção: o artigo 325, CPC traz a expressão “pedido alternativo”. Ele não cria uma hipótese de cumulação de pedidos, mas sim de cumulação de forma de satisfação da OB caso o pedido seja julgado procedente. O pedido é um só, cabendo ao réu, entretanto, mais de uma forma de satisfazê-lo. 
	O PÚ do artigo 325 afasta a possibilidade de o autor sacrificar o direito de escolha do réu quando indevidamente deixa de fazer pedido alternativo. Note-se que sendo a escolha do autor e tendo ela sido feita na PI, não poderá o juiz acolher o pedido para determinar o cumprimento da OB de outra forma que não aquela escolhida pelo autor. Quando a escolha for do réu, porém, o autor deve se limitar a pedir a satisfação da OB, cabendo a escolha da forma de satisfação ao réu.
Inciso V – Valor da Causa – combinar com os artigos 291 e 292
	Ler artigo 291. Ainda que o bem material objeto da pretensão do autor não tenha um valor economicamente aferível, é necessária a indicação de valor da causa, ainda que seja calculado de forma meramente estimativa.
	A exigência de atribuição de valor à causa decorre de diversos reflexos que esse requisito gera sobre o processo:
a) Determinação de competência do juízo segundo as leis de organização judiciária, como a fixação de competência dos forosregionais;
b) Definição do rito procedimental (se Comum ou Sumaríssimo);
c) Recolhimento das taxas judiciárias;
d) Fixação do valor para fins de aplicação de multa por litigância de má-fé, ainda que seja para desprezar o valor da causa nos casos em que ele for irrisório ou inestimável;
e) Fixação do depósito prévio na ação rescisória (5 %, nos termos do artigo 968, II, CPC);
f) Nos inventários e partilhas o valor da causa influi sobre o rito a ser adotado (inventário ou arrolamento).
	É errado afirmar que o valor da causa serve para a fixação dos honorários advocatícios. O sistema processual possui outros critérios além do valor da causa para tanto, de forma que, mesmo que a causa não tenha valor, o juiz pode fixar os honorários, valendo-se dos critérios constantes no artigo 85, § 2º, CPC.
	O artigo 292, CPC indica as regras específicas para o cálculo do valor da causa. Ler. A principal novidade está no inciso V. Ao tornar o pedido de dano moral uma espécie de pedido determinado, exigindo-se do autor a indicação do valor pretendido, o inciso contraria posição consolidada do STJ de admitir o pedido genérico nesses casos, ainda que tenha corrente doutrinária que defenda que o pedido de dano moral pode continuar a ser genérico.
	O inciso VI só é aplicado às duas espécies de cumulação própria de pedidos (simples e sucessiva), nas quais o autor pode receber todos os pedidos que elabora, e o valor da causa deve representar todo o benefício econômico alcançável.
	Não sendo hipótese de aplicação do critério legal, caberá ao autor descobrir o valor referente à vantagem econômica que se busca com a demanda judicial. Basta verificar o valor econômico do bem da vida e indicá-lo como valor da causa (REsp 692.580). Não tendo o bem da vida valor econômico ou sendo o valor inestimável, o autor deve atribuir à causa qualquer valor. Em casos assim, vemos nas PI a expressão cafona “R$, meramente fiscais”. 
	Se o autor cumula dois pedidos, sendo que um deles não possui valor econômico, deve indicar apenas o valor do pedido aferível no valor da causa. 
Inciso VI – Provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados
	Caso os operadores do direito levassem mais a sério essa regra, as petições viriam com a devida especificação das provas. Entretanto, atualmente a regra não é cumprida, bastando o autor que indique genericamente “todos os meios de prova em direto admitidos” para que o requisito se considere preenchido.
	Essa prática faz com que o juiz, na fase de saneamento do processo tenha que proferir um evitável despacho para que as partes especifiquem as provas que desejam produzir, aumentando o tempo de duração do processo. O STJ entende que mesmo que a parte tenha feito o pedido genérico de produção de prova, se não especificar o seu pedido após o despacho, perderá o direito de produzir a prova, pela ocorrência da preclusão temporal (REsp 329.034).
Inciso VII – Opção do autor quanto à realização da audiência de conciliação ou de mediação
	Tema a ser tratado adiante. Sendo omissa a PI, compreende-se que o autor não se recusa a participar da audiência, que será realizada. 
4 – Documentos indispensáveis à propositura da demanda – artigo 320
	Ler. A ausência de tais documentos enseja a possibilidade de emenda da PI, considerando que o vício gerado pela não juntada de tais documentos é sanável. Caso o autor não tenha acesso a tais documentos, o juiz poderá requisitá-los de ofício ou a requerimento. 
	Se o autor não emendar a PI, ela será indeferida (330, IV). Caso o juiz só perceba a ausência de tais documentos após a citação do réu, a PI não pode mais ser indeferida, mas sim, deverá, caso o autor não emende após a citação do réu, extinguir o processo sem resolução do mérito por falta de pressuposto processual (485, IV).
	Documentos indispensáveis são aqueles cuja ausência impede o julgamento do mérito da demanda, não se confundindo com os documentos indispensáveis à vitória do autor, ou seja, o julgamento de procedência do pedido. Estes são documentos úteis ao autor, mas podem ser dispensáveis.
	O STJ já admitiu uma ação revisional de contrato na qual o autor não apresentou a cópia do contrato que buscava rever. Entendeu o Tribunal que na sociedade massificada que vivemos, com inúmeros contratos de adesão, é possível a elaboração de uma PI nesse tipo de ação sem a necessidade de sua instrução com a cópia do contato. Foi feito o pedido de exibição do contrato pelo réu na própria ação, acatado pelo STJ. (REsp 896.435).

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