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ATOS ADMINISTRATIVOS
Para que possamos entender o tema proposto, faz-se necessário resgatarmos alguns conceitos:
FATO » qualquer acontecimento que ocorre no mundo que vivemos.
FATO JURÍDICO » são acontecimentos que têm repercussão no mundo jurídico.
FATO ADMINISTRATIVO » é o fato jurídico que possui especial relevância para o direito administrativo. Ex: morte de um servidor gera a vacância do cargo.
ATO » é toda conduta imputável ao homem. Decorre de uma manifestação de vontade.
ATO JURÍDICO » é toda conduta humana que tem repercussão no mundo jurídico.
ATO ADMINISTRATIVO » é o ato jurídico que possui especial relevância para o direito administrativo. 
CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO
Como não existe um conceito legal de ato administrativo, os doutrinadores divergem um pouco ao apresentarem suas definições, vejamos:
Para José dos Santos Carvalho Filho, “o ato administrativo é a exteriorização da vontade de agentes da Administração Pública ou de seus delegatários que, sob regime de direito público, visa à produção de efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público”.
Segundo o Professor Hely Lopes Meyrelles, " o ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos seus administrados ou a si própria". 
 	Já para Celso Antônio Bandeira de Mello, “ato administrativo é a "declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes - como, por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, sujeitas a controle de legitimidade por órgão judicial."
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO
A Administração Pública, no exercício de suas diversificadas tarefas, pratica alguns atos jurídicos que não se enquadram no conceito de atos administrativos. Nesse sentido, podemos afirmar que nem todo ato da administração é ato administrativo. Algumas vezes aquela atua na esfera privada ou praticando atos no exercício de função política, exerce atividades meramente materiais, que não traduzem manifestação de vontade, ou ainda, pratica atos legislativos e jurisdicionais no exercício de funções atípicas. Deste modo, podemos apontar como Atos da Administração:
Atos políticos ou de governo » quando há exercício de função política e podem exercê-la tanto os membros do legislativo, como do judiciário e do executivo. Ex: anistia; indulto; veto de lei; declaração de guerra.
Atos regidos pelo direito privado » nos quais a Administração atua sem prerrogativas em igualdade de condições com o particular.
Atos materiais » são os atos de mera execução de atividade. Ex: o ato que determina a demolição de uma obra irregular é ato administrativo, mas a demolição em si é mero ato material.
Atos legislativos e jurisdicionais » praticados excepcionalmente pela Administração no exercício de função atípica. Ex: Medida Provisória.
Cuidado! Ato Administrativo ≠ Contrato Administrativo » O ato administrativo é unilateral, já o contrato é bilateral (há duas partes com objetivos diversos). 
ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
Também chamados pela doutrina de REQUISITOS ou PRESSUPOSTOS, são as condições necessárias à constituição do ato administrativo, apontadas na Lei 4.717/65 (Lei de Ação Popular), de modo que são cinco os ELEMENTOS do ato administrativo: competência; finalidade; forma, motivo; objeto.
Aqui nós temos um bom recurso mnemônico, que ajuda bastante » as letras iniciais formam a palavra COM FIN FOR M OB.
COM – PETÊNCIA / FIN – ALIDADE / F0R - MA / M – OTIVO / OB - JETO
 
COMPETÊNCIA  
Chamado por Di Pietro de SUJEITO, este elemento se refere à pessoa que pratica o ato administrativo.
A competência é requisito vinculado. Para que o ato seja válido, inicialmente é preciso verificar se foi praticado pelo agente competente segundo a legislação para a prática da conduta. No Direito Administrativo é sempre a lei que define as competências conferidas a cada agente, limitando sua atuação conforme suas atribuições. Assim, competência administrativa é o poder atribuído ao agente da Administração para o desempenho de suas funções.
Tem como características:
Incaducabilidade ou imprescritibilidade » a competência não se extingue, exceto por disposição de lei;
Irrenunciabilidade » o agente público não pode abrir mão de sua competência, vez que esta é conferida em prol do interesse público (princ. Da indisponibilidade do interesse público);
Inderrogabilidade » significa que a competência não pode ser alterada por acordo de vontades entre os agentes públicos;
Improrrogabilidade » significa que os agentes públicos não podem praticar atos para os quais a lei não lhe conferiu competência.
Eslareça-se que, a inderrogabiliadade tem caráter absoluto, no entanto a improrrogabilidade tem um caráter relativo, sendo excepcionada pelos institutos da delegação e avocação, desde que haja permissão legal. A lei 9.784/99 traz regras de competência em seus arts. 11 a 21, e determina em seu art. 13, quais as situações em que não caberá delegação (edição de atos normativos; decisão de recursos administrativos; matérias de competência exclusiva).
FINALIDADE  
Requisito vinculado, a finalidade é o objetivo de interesse público pretendido com a prática do ato. A finalidade genérica do ato é o interesse público. No entanto, não basta atender à finalidade genérica, uma vez que cada ato administrativo tem uma finalidade específica para se alcançar o interesse público. Na hipótese de ser violada a finalidade específica, mesmo buscando interesse público, há o desvio de finalidade. Ex: não se pode remover servidor com finalidade de puni-lo.
Todavia, existe uma exceção. Na desapropriação, se houver desvio da finalidade específica, se mantendo a finalidade genérica, por exemplo, ao invés de construir uma escola como previsto no ato, o agente constrói um hospital. Nestes casos desde que atendido o interesse público, não há problema (tredestinação lícita).
FORMA 
É requisito vinculado. É o modo de exteriorização do ato. Ademais, para que um ato administrativo exista validamente sua forma deve ser a prevista na lei. Entretanto, o vício de forma não é absoluto, vez que é sanável quando não gerar prejuízo ao interesse público, face à aplicação do princípio da instrumentalidade das formas. Enfim, a forma é somente o instrumento para se alcançar o objetivo final do ato que é o interesse público.
Em regra os atos administrativos deverão observar a forma escrita, admitindo-se excepcionalmente atos gestuais, verbais ou expedidos por máquinas, como é o caso dos semáforos. 
MOTIVO 
É  a situação de fato e de direito que leva o agente a agir. Celso Antônio define o motivo como “o pressuposto de fato que autoriza ou exige a prática do ato”.
Ressalte-se que não se deve confundir motivo com motivação. Esta é tão somente a exteriorização dos motivos do ato, ou seja, podemos dizer que seria a fundamentação do ato administrativo.
A motivação é um princípio explícito na Lei 9784/99 e, para maioria da doutrina, está implícito na Constituição federal, devendo assim os atos serem motivados. Em alguns casos, todavia, pode ser dispensada a motivação pela lei ou pela própria Constituição, como na hipótese da exoneração do servidor comissionado (exoneração ad nutum).
A propósito, nestas situações se o ato for motivado e o motivo apresentado não for verdadeiro ou for viciado, o ato será inválido. Enfim, a motivação, que é a exteriorização dos motivos, uma vez feita, passa a fazer parte do ato e vincula, portanto, a validade do ato – Teoria dos Motivos Determinantes.
OBJETO
O elemento objeto é o resultado prático do ato administrativo, é a alteração no mundo jurídico que ocorre com a prática do ato.
É aquilo que o ato enumera, dispõe, declara, enuncia,certifica, extingue, autoriza, modifica. A doutrina costuma usar a expressão “é o efeito jurídico do ato”.
Exemplos:
1º- licença para construir; licença é a forma e a permissão para edificar é o objeto;
2º- aplicação de uma multa; multa é a forma e a aplicação da penalidade é o objeto;
3º- em uma nomeação; a nomeação é a forma e a admissão do individua nos quadros da Administração é o objeto.
Por fim, a respeito dos elementos dos atos administrativos é de suma importância tratá-los de acordo com seu caráter vinculado ou não. A competência, finalidade e forma são elementos vinculados, ou seja, a lei os disciplina de forma objetiva, especificando seus requisitos, sem conceder margem de escolha em sua atuação. Já o motivo e o objeto, em regra, são elementos discricionários do ato administrativo, sob os quais o administrador pode atuar de acordo com um juízo de oportunidade e conveniência. No entanto, quando esses dois últimos elementos forem regulados por lei de forma objetiva, sem deixar margem de escolha para ao administrador eles serão vinculados.
ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Os atos administrativos são revestidos de propriedades jurídicas especiais decorrentes da supremacia do interesse público sobre o privado. Nessas características, reside o traço distintivo fundamental entre os atos administrativos e as demais categorias de atos jurídicos, especialmente os privados. A doutrina mais moderna faz referência a cinco atributos: presunção de legitimidade; imperatividade; exigibilidade; autoexecutoriedade; tipicidade.
Presunção de legitimidade
Também conhecido como presunção de veracidade ou presunção de legalidade, significa que o ato administrativo, até prova em contrário, é considerado válido para o Direito. Percebam que se trata de uma presunção relativa – juris tantum – vez que admite prova em contrário a cargo de quem alega a ilegitimidade.
Fundamentos que justificam a presunção de legitimidade: I – princípio da legalidade » como a Administração tem sua atuação adstrita ao mesmo, presume-se que seus atos são legais; II – celeridade no cumprimento » em razão do interesse público faz-se necessária a rapidez de atuação e cumprimento dos atos; III - presença de procedimentos e formalidades para edição dos atos administrativos; IV - constante controle interno e externo sobre os atos.
Imperatividade
Pela imperatividade os atos administrativos serão impostos a terceiros, independentemente da concordância ou não destes. A imperatividade constitui o particular em obrigação de forma unilateral. É o chamado poder extroverso do Estado.
Atenção! Não está presente nos atos enunciativos, como certidões e atestados, nem nos atos negociais, como permissões e autorizações.
Exigibilidade
Não sendo cumprida o obrigação imposta pelo ato administrativo, o poder público terá que – valendo-se de meios indiretos de coerção – executar indiretamente o ato desrespeitado. Ex: Não se respeitando a exigência de não estacionar em via pública, o particular ficará sujeito à aplicação de multa. Nestes casos, o Estado
Auto-executoriedade
Atributo do ato administrativo que permite que o mesmo seja executado sem a necessidade da Administração se socorrer do Judiciário.
Em situações pontuais, a aplicação de meios indiretos de coerção não atendem ao interesse público, tornando-se necessária a aplicação de meios diretos de coação. Nestas situações, o Estado executa diretamente e imediatamente o ato sem a necessidade de acionar o judiciário. Exs: quando um carro é guinchado por estar impedindo a entrada e saída das ambulâncias de um hospital; demolição de obra irregular; interdição de estabelecimento. 
Tipicidade
O ato administrativo deve corresponder a tipos previamente definidos pela lei para produzir os efeitos desejados. Assim, para cada caso, há a previsão de uso de certo tipo de ato em espécie. Nesse sentido, a lei deve sempre estabelecer os tipos de atos e suas conseqüências, garantindo ao particular que a Administração Pública não fará uso de atos inominados, impondo obrigações da forma não prevista na lei. Por igual motivo, busca impedir a existência de atos totalmente discricionários, pois eles sempre deverão obediência aos contornos estipulados em lei.
Parte da doutrina entende que se trata de um desdobramento do princípio da legalidade. 
PERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA
Para que o ato administrativo produza regularmente efeitos no mundo jurídico ele deve cumprir algumas etapas indispensáveis para sua formação, validade e eficácia. Nesse contexto, necessário se faz abordar de forma bem sucinta os institutos da perfeição (existência), da validade e da eficácia.
Perfeição » o ato administrativo é perfeito quando cumpre todos os trâmites previstos em lei necessários a sua constituição, ou seja, completa-se o ciclo de formação.
Validade » adequação do ato às exigências legais. Pode-se dizer que a validade é a compatibilidade entre o ato e o disposto na norma legal. Percebam que somente poederemos avaliar a validade de um ato se ele ao menos existir (perfeito).
Eficácia » é a aptidão para produção de efeitos conferida ao ato administrativo. Alguns têm eficácia imediata, logo após a publicação, outros podem depender de termos iniciais ou condições suspensivas.
Atenção! Um ato administrativo perfeito pode ser eficaz, ainda que inválido, em face da presunção de legitimidade conferida a ele, a qual estipula que, enquanto não provada sua ilegalidade, produzirá efeitos regularmente.
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ATOS ADMINISTRATIVOS
 (2ª parte) 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
A enorme variedade de atos administrativos obriga a doutrina a realizar diversas classificações, a fim de identificar semelhanças e diferenças no regime jurídico aplicável a cada espécie, de modo que nós passaremos a analisar as classificações mais importantes encontradas na doutrina.
QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE
Atos vinculados » Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo possibilidade de apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao administrador apenas a verificação da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática do ato. Caso todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a praticar o ato administrativo; caso contrário, ele estará proibido da prática do ato. Exs: lançamento tributário; licença para construir; aposentadoria compulsória.
Obs* - Não podem ser revogados por não tratarem especificamente de mérito (juízo de conveniência e oportunidade), mas podem ser anulados por vício de legalidade. 
Atos discricionários » são aqueles que a Administração dispõe de uma margem de liberdade para que o agente público decida, diante do caso concreto, qual melhor maneira de atingir o interesse público. Exs: decreto expropriatório; autorização para instalação de circo em área pública; outorga de permissão de banca de jornal. 
Obs 1* - Recai sobre os seguintes elementos do ato administrativo: motivo e objeto.
Obs 2* - O poder judiciário não pode reapreciar as razões de conveniência e oportunidade – mérito – a não ser que o ato venha a transbordar os limites deste e fique configurada um ilegalidade. 
QUANTO À FORMAÇÃO
Atos simples » Resultam da manifestação de vontade de apenas um órgão, seja singular ou colegiado. Exs: licença de habilitação para dirigir; decisão do conselho de contribuintes; declaração de comissão parlamentar de inquérito.
Atos compostos » São os praticados por um único órgão, mas que dependem da verificação, visto, aprovação, anuência, homologação ou o“de acordo”de outro órgão, como condição de exequibilidade. A manifestação do segundo órgão é secundária ou complementar. Exs: adjudicação de licitação que depende de homologação; ato de autorização sujeito a outro ato confirmatório.
Atos complexos » são formados pela conjugação de vontades de mais de um órgão, de modo que a manifestação do segundo órgão é elemento existência do ato. Emsuma, nós temos a soma de duas vontades independentes para a formação de um único ato. Exs: na nomeação de Procurador da Fazenda Nacional, a AGU e o Ministro da Fazenda manifestam vontades, por meio da edição de uma Portaria conjunta; a aposentadoria de servidor público, haja vista depender da atuação do órgão que o agente é subordinado e da aprovação do Tribunal de Contas (que é uma vontade independente da primeira). 
QUANTO AOS DESTINATÁRIOS
Atos gerais » dirigidos a uma quantidade indeterminável de destinatários. São tos portadores de determinações, em regra, abstratas e impessoais Ex: edital de um concurso; circulares de serviço.
Atos individuais » aqueles dirigidos a um destinatário determinado. Ex: promoção de um servidor público.
OBS* - O ato individual pode se referir a vários indivíduos determináveis. Ex: a nomeação de setenta candidatos para assunção de determinado cargo público.
QUANTO AO ALCANCE 
Internos: destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno da Administração Pública, não atingindo terceiros. Exs: portarias; circulares; instrução ministerial.
Externos: tem como destinatárias pessoas além da Administração Pública, e, portanto, necessitam de publicidade para que produzam adequadamente seus efeitos. Ex: licença para funcionamento de estabelecimento.
QUANTO AO OBJETO
Atos de império » Atos onde o poder público (em posição de superioridade / regime de direito público) age de forma imperativa sobre os administrados, impondo-lhes obrigações e limitações. Exs: desapropriação; multas; interdição de estabelecimento.
Atos de gestão » Atos que a Administração pratica em pé de igualdade com o particular sob o regime de direito privado. Exs: locação de imóvel, que a rigor nem é ato administrativo, mas sim ato da Administração; alienação de bem público.
Atos de expediente » São aqueles destinados a dar andamento aos processos e papéis que tramitam no interior das repartições.
QUANTO AO CONTEÚDO (EFEITOS, SEGUNDO PARTE DA DOUTRINA) 
Constitutivo » gera uma nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser outorgado um novo direito, como a admissão de um aluno em escola pública, ou impondo uma obrigação, como cumprir um período de suspensão.
Declaratório » simplesmente afirma ou declara uma situação já existente, seja de fato ou de direito. Não cria, transfere ou extingue a situação existente, apenas a reconhece. Também é dito enunciativo. É o caso da expedição de uma certidão de tempo de serviço.
Modificativo » altera a situação já existente, sem que a mesma seja extinta, não retirando direitos ou obrigações. A alteração do horário de atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato.
Extintivo » pode também ser chamado desconstitutivo, que é o ato que põe termo a um direito ou dever existentes. Cite-se a demissão do servidor público.
QUANTO À EXEQUIBILIDADE 
Perfeito » é aquele que completou seu processo de formação, estando apto a produzir seus efeitos.
Imperfeito » não completou seu processo de formação, portanto, não está apto a produzir seus efeitos, faltando, por exemplo, a homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
Pendente » para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou termo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confunde com o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o casamento. Termo é evento futuro e certo, como uma data específica.
Consumado » é o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para realizar. Exemplifique-se com a exoneração ou a concessão de licença para doar sangue.
QUANTO À VALIDADE (EFICÁCIA, SEGUNDO PARTE DA DOUTRINA) 
Válidos » são aqueles praticados por por autoridades competentes e que atendem todos os requisitos exigidos pela ordem jurídica. 
Nulos » são aqueles que nascem com um vício insanável, ou seja, um defeito que não pode ser corrigido. Não produz qualquer efeito entre as partes. No entanto, em face de alguns atributos dos atos administrativos, ele deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa, seja judicial, declarando sua nulidade, que terá efeito retroativo. Por outro lado, deverão ser respeitados os direitos de terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato nulo. Cite-se a nomeação de um candidato que não tenha nível superior para um cargo que o exija. A partir do reconhecimento do erro, o ato é anulado desde sua origem. Porém, as ações legais eventualmente praticadas por ele durante o período em que atuou permanecerão válidas.
Anuláveis » são os atos que contém defeitos, porém, que podem ser sanados, convalidados. Ressalte-se que, se mantido o defeito, o ato será nulo; se corrigido, poderá ser "salvo" e passar a válido. Atente-se que nem todos os defeitos são sanáveis.
Inexistentes » são aqueles que possuem um vício gravíssimo de no ciclo de sua formação impeditivo da produção de qualquer efeito jurídico. Ex: multa emitida por falso policial.
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
A enorme quantidade de atos administrativos tipificados pela legislação brasileira exige um esforço de identificação das diversas categorias. A mais conhecida sistematização é a de Hely Lopes Meirelles, que divide os atos administrativos em cinco espécies: I – normativos » são aqueles que contêm comandos, em regra, gerais e abstratos para viabilizar o cumprimento da lei; II – ordinatórios » são manifestações internas da Administração decorrentes do poder hierárquico disciplinando o funcionamento de órgãos e a conduta de agentes públicos; III – negociais » manifestam a vontade da Administração em concordância com o interesse de particulares; IV – enunciativos » traduzem opiniões e conclusões dos entes estatais; V – punitivos » aplicam sanções a particulares ou servidores que pratiquem condutas irregulares.
ATOS NORMATIVOS
Decretos/Regulamentos – São editados pelos Chefes do Poder Executivo, Presidente, Governadores e Prefeitos para fiel execução das leis (CF/88,art. 84, IV);
Obs* - Parte da doutrina diferencia “decreto” de “regulamento” da seguinte forma: decreto é a forma e regulamento é o conteúdo. 
Resoluções – São atos administrativos inferiores aos decretos expedidos por Ministros de Estado, presidentes de tribunais, de casas legislativas e de órgãos colegiados;
 Obs* - As agências reguladoras possuem poder normativo que se restringe ao âmbito técnico da prestação de serviços. 
Instruções Normativas – são atos normativos de competência dos ministros praticados para viabilizar a execução de leis e outros atos normativos;
Regimentos – decorrentes do poder hierárquico, são atos administrativos que visam disciplinar o funcionamento interno dos órgãos colegiados e de corporações legislativas;
Deliberações – são atos normativos ou decisórios de órgãos colegiados.
ATOS ORDINATÓRIOS
Instruções – expedidas pelo superior hierárquico e destinadas aos seus subordinados, são ordens escritas e gerais para disciplina e execução de determinado serviço público;
Circulares – meio pelo quais autoridades superiores transmitem ordens uniformes a servidores subordinados, não veicula regras de caráter abstrato como as instruções, mas concretas, ainda que gerais, por abranger uma categoria de subalternos encarregados de determinadas atividades.
Avisos – atos exclusivos de Ministros de Estados para regramento de temas da competência interna do Ministério;
Portarias – são atos internos que iniciam sindicâncias, processos administrativos ou promovem designações de servidores. São expedidas por chefes de órgãos e repartições públicas, não podendo ser baixadas pelos chefes do executivo. 
Ordens de serviço – são determinações específicas dirigidas aos responsáveis por obras e serviços governamentais.
Ofícios - utilizados pelas autoridades administrativas para comunicarem-se entre si ou com terceiros. São as “cartas” oficiais, por meio das quais encaminham-se papéis, documentos e informações em geral.Despachos – são decisões de autoridades públicas manifestadas por escrito em documentos ou processos sob sua responsabilidade.
ATOS NEGOCIAIS
Licença – constitui ato administrativo unilateral, declaratório e vinculado que libera, a todos que preencham os requisitos legais, o desempenho de certas atividades. Trata-se de manifestação do poder de polícia administrativa desbloqueando atividades cujo exercício depende de autorização da Administração. Ex: licença para construir.
Atenção! Exceção à regra: licença ambiental.
Autorização – ato unilateral, discricionário, constitutivo e precário expedido para o exercício de atividades fiscalizadas pelo Estado ou a utilização de bens públicos no interesse predominante do particular. Exs: porte de arma; colocação de mesas em calçadas; abertura de uma clínica.
Permissão – ato unilateral, discricionário e precário que faculta o exercício de serviço de interesse coletivo ou a utilização de bem público no interesse predominante da coletividade (do Estado). Exs: permissão para taxista; banca de jornal.
Obs* - Quanto à permissão de serviço público segundo o art. 175 da CF deve ser precedida de licitação. 
Admissão – ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração  faculta a alguém a inclusão em estabelecimento governamental para o gozo de um serviço público. Ex: ingresso em estabelecimento oficial de ensino na qualidade de aluno; admissão de usuário de uma biblioteca pública.  
ATOS ENUNCIATIVOS
Certidões – tratam-se de verdadeiros espelhos de um registro público, ou seja, servem para certificar algo que já está registrado. Exs: certidão de tempo de contribuição; certidão de regularidade fiscal.
Atestados – são atos que comprovam fatos e situações que não constem de arquivos públicos. São utilizados quando o Poder Público tem de verificar determinada situação de fato, para depois proferir um ato que ateste aquele. Ex: perícia médica.
Pareceres – atos administrativos por meio dos quais se emite opinião. Não têm natureza vinculante, salvo disposição legal em contrário (alguns casos em que a consulta é obrigatória).
Apostilas ou Averbações – servem para acrescentar algo a um registro público, ou seja, quando o particular precisa que conste algo no registro público, ele providencia uma averbação. Ex: averbação de tempo de serviço no âmbito privado junto ao serviço público com a posse em cargo público.
ATOS PUNITIVOS
São atos por meio dos quais o Poder Público determina a aplicação de sanções, em face do cometimento de infrações administrativas pelos servidores públicos ou por particulares. Tanto podem decorrer do poder disciplinar, quanto do poder d polícia repressivo. Exs: demissão; suspensão; multas.
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
3º parte
EXTINÇÃO NATURAL » a extinção natural ocorre quando o ato administrativo produz todos os efeitos que ensejaram sua prática, de modo que, poderá se dar das seguintes formas:
a) esgotamento do conteúdo: o ato exaure integralmente a sua eficácia após o cumprimento do conteúdo. Ex: licença para construir se extingue ao fim da construção;
b) execução material: ocorre quando a ordem expedida pelo ato é materialmente cumprida. Ex: ordem de guinchamento de veículo após sua execução;
c) implemento de condição resolutiva ou termo final: o ato é extinto quando sobrevém o evento preordenado a cessar sua aplicabilidade. Ex: Término do prazo de validade da carteira de habilitação para conduzir veículos.
EXTINÇÃO POR DESAPARECIMENTO DO SUJEITO OU DO OBJETO » o ato administrativo é praticado em relação a pessoas e bens. Desaparecendo um desses elementos, o ato extingue-se automaticamente. Ex: promoção do servidor é extinta com o seu falecimento.
EXTINÇÃO POR RENÚNCIA » ocorre quando o próprio beneficiário abre mão da situação proporcionada pelo ato. Ex: exoneração de cargo a pedido do próprio ocupante.
Obs* - somente se aplica para atos ampliativos, que geram direitos a particulares, haja vista, não ser possível renunciar obrigações.
EXTINÇÃO POR RETIRADA DO ATO » trata-se de uma forma precoce de extinção do ato, por intermédio da qual o mesmo é retirado do mundo jurídico.
Em suma, essa retirada poderá se dar em razão das seguintes hipóteses: I -revogação; II - anulação; III - cassação; IV - caducidade; V - contraposição. 
I -REVOGAÇÃO » É a extinção do ato administrativo perfeitamente válido por motivo de oportunidade e conveniência, ou seja, por razões de mérito. Isso porque a Administração Pública não tem mais interesse na manutenção do ato, apesar de não haver vício que o macule. A revogação é ato discricionário e refere-se ao mérito administrativo. Como o ato é legal e todos os efeitos já produzidos o foram licitamente, a revogação não retroage, impedindo somente a produção de efeitos futuros do ato (ex nunc).
Nesse sentido temos a Súmula 473 do STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Outrossim, na revogação ocorre uma causa superveniente que altera o juízo de conveniência e oportunidade sobre a permanência de determinado ato discricionário, de modo que, somente a Administração, de ofício ou mediante provocação, poderá extingui-lo.
Importante!
1º) O ato revocatório deve ser fundamentado, apresentado-se qual foi o ato superveniente justificador da revogação.
2º) A revogação produz efeitos ex nunc (proativos).
3º) É prerrogativa da administração não podendo ser invocada por meio judicial. 
4º) Não é possível revogar atos consumados uma vez que estes atos já exauriram todos os seus efeitos, bem como, não é possível a revogação de atos vinculados.
II - ANULAÇÃO OU INVALIDAÇÃO » é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração ou pelo Judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc. A propósito, esse é o conceito que se extrai da Lei 9784/99, vejamos:
Art. 53 - A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-lo por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Também cuida do prazo decadencial para se proceder a anulação.
Art. 54 - O direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
Para completar, ainda temos as seguintes súmulas do STF:
Súmula 346 - A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Importante!
1º) A anulação opera efeitos retroativos à data origem do ato, aniquilando todos os efeitos produzidos, ressalvados os direitos adquiridos de terceiros de boa-fé.
2º) A doutrina aponta alguns limites ao dever de anular: ultrapassado o prazo lelegal; consolidação dos efeitos produzidos; for mais conveniente para o interesse público manter a situação fática já consolidada do que determinar a anulação (teoria do fato consumado); houver possibilidade de convalidação.
3º) Além da própria Administração, o Judiciário também pode anular os atos administrativos com vícios de ilegalidade, desde que o faça mediante provocação.
ATO ANULÁVEL – Em determinadas situações, é possível a correção do vício do ato administrativo, ou seja, o vício é sanável. Isso acontece quando nós estamos diante uma nulidade relativa, de modo que, o ato é tido como anulável e não nulo. Outrossim, se o interesse público exigir e for sanável o vício, o ato administrativo pode ser convalidado, em razãoda oprtunidade e conveniência, desde que a convalidação não cause prejuízo a terceiros. Nestes casos, consertado o vício o ato produz efeitos efeitos licitamente, desde sua origem. Ex: nomeação feita por autoridade incompetente pode ser convalidada pela autoridade competente, por meio de ratificação do ato viciado. Decorre dos princípios da eficiência e economicidade, já que é mais útil para a Administração convalidar que anular.
Obs* - O art. 55 da Lei 9784/99 disciplina a convalidação nos seguintes termos: “Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízos a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria administração”. 
A convalidação para boa parte da doutrina é um dever, por força do princípio da estabilidade das relações jurídicas. Assim, sempre que um ato possa ser sanado, tal providência deve ser tomada, pois a anulação é uma fonte de incerteza no ordenamento jurídico. Há autores que afirmam que a convalidação é uma discricionariedade.
III – CASSAÇÃO » Extingue-se quando o beneficiário de determinado ato descumpre condições que permitem a manutenção do ato e seus efeitos.
Trata-se de hipótese de ilegalidade superveniente por culpa do beneficiário. Ex: uma pessoa obteve a licença para o funcionamento de um hotel e, depois de um tempo, modifica a finalidade do empreendimento que passa a ser um motel, sem qualquer comunicação ao poder Público. Na situação descrita, o beneficiário descumpriu os requisitos do ato (licença). Enfim, se inicialmente o ato cumpria os requisitos, deixando de cumpri-los, por culpa do beneficiário, ocorre a cassação.
 
IV - CADUCIDADE » Neste caso, a retirada do ato se funda no advento de legislação posterior que impede a permanência da situação anteriormente consentida, ou seja, é a perda de efeitos jurídicos em virtude de norma jurídica superveniente contrária àquela que respaldava a prática do ato. Percebam que neste caso não há culpa do beneficiário. Ex: autorização de uso de bem público que permite o funcionamento de um circo em determinda área pública. Por lei nova, altera-se o plano diretor da cidade, tornando a área residencial, não sendo possível a manutenção do ato de autorização, inicialmente lícito.
V - CONTRAPOSIÇÃO (DERRUBADA) » Ocorre nas situações em que um ato administrativo novo se contrapõe a um ato anterior extinguindo seus efeitos. Aqui, não há que se falar em ilegalidade originária ou superveniente, mas tão somente na impossibilidade de manutenção do ato, por colidir com ato novo que trata da mesma situação. Ex: nomeação versus exoneração. O ato de exoneração tem como efeito principal extinguir os efeitos da nomeação.

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