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DIREITO PROCESSUAL PENAL I AULA 7 DIREITO PROCESSUAL PENAL I Conceito de ação penal: é o direito do Estado-acusação ou da vítima de ingressar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, representada pela aplicação das normas de direito penal ao caso concreto. Através da ação, tendo em vista a existência de uma infração penal precedente, o Estado consegue realizar a sua pretensão de punir o infrator. DIREITO PROCESSUAL PENAL I Na• ótica de Rogério Lauria Tucci, ação é a “atuação correspondente ao exercício de um direito abstrato (em linha de princípio, até porque, com ela, se concretiza), autônomo, público, genérico e subjetivo, qual seja o direito à jurisdição” (Teoria do direito processual penal, p. 79). Note• -se que do crime nasce a pretensão punitiva e não o direito de ação, que preexiste à prática da infração penal. Essa é a ótica adotada por Frederico Marques (Elementos de direito processual penal, v. 1, p. 289). DIREITO PROCESSUAL PENAL I Duas espécies de ação penal: a) Pública, quando o autor há de ser o Ministério Público. 1. Pública incondicionada, quando o Ministério Público age, de ofício, sem a requisição ou a representação de quem quer que seja (Art. 5º, LIX, “será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal”) ; 2. Pública condicionada, quando o Ministério Público somente está autorizado a agir, em caso de haver representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça; b) Privada, quando o autor é a vítima ou seu representante legal. DIREITO PROCESSUAL PENAL I Critério identificador da ação pública ou privada: é fornecido diretamente pelo Código Penal ou pela legislação especial : Art. 100, CP - “A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. § 1.º A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça”). Ação pública incondicionada : há silêncio na lei incriminadora. DIREITO PROCESSUAL PENAL I 1. Legitimidade ativa concorrente: Como regra, eleita uma forma (pública ou privada) exclui-se a outra. Exceções: Arta) . 5º, LIX - “será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal” - Art, 29 CPP; Arti. . 29 - CPP Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. • DIREITO PROCESSUAL PENAL I 1. Legitimidade ativa concorrente: Como regra, eleita uma forma (pública ou privada) exclui-se a outra. Exceções: Artb) . 145 – CP. Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código (Crimes contra a honra de servidor público, incluindo injúria racial) Súmulai. 714 – STF : “É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções”. DIREITO PROCESSUAL PENAL I • Súmula 608 – STF x art. 225 CP • Súmula 608 - STF - No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada; • Art. 225- CP: Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. • Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. DIREITO PROCESSUAL PENAL I Processo• x Procedimento Processo • – Movimento de atos destinados à solução da questão penal. Procedimento • - Mera sucessão de atos processuais. Processo a ser realizado por procedimentos diferentes.• Processo x• Procedimento – Relação de continência . É o processo, assim, um • “procedimento em contraditório” , onde as partes são colocadas em paridade simétrica, de modo a preparar o provimento jurisdicional. (Mougenot) DIREITO PROCESSUAL PENAL I Procedimento:• é a seqüência, preordenada pela lei, de atos praticados pelo juiz e pelas partes do processo, desde o recebimento da denúncia até a sentença. • Processo: envolve um conceito mais amplo. No conceito de processo está incluído o procedimento, mas não é só. Também se inclui a relação processual existente entre o juiz, o autor da ação penal e o defensor. Além disso, todos os princípios e garantias fundamentais que derivam do devido processo legal, previsto na Constituição Federal. DIREITO PROCESSUAL PENAL I Conceito• de processo: conforme ensina Hélio Tornaghi, o processo, “em seu aspecto externo, é uma sequência de atos, cada um dos quais é ligado aos anteriores e aos subsequentes, como elos de uma corrente, em determinada ordem e para alcançar um fim também determinado. DIREITO PROCESSUAL PENAL I •Autonomia do Processo: • Prestação Jurisdicional visa à satisfação de pretensões, ou se já, à efetivação de direitos irrealizados. • Possibilidade de existência da relação jurídica processual sem que haja relação jurídica de direito material. DIREITO PROCESSUAL PENAL I Início• e fim do processo: Denuncia/ Queixa e Sentença. Posições• Doutrinárias : Mougenot Bonfim, Nucci e Pacelli/Fischer – oferecimento da denúncia Fundamentos• : art.24 , 42 do CPP,129, I da CF e Sumula 707 STF Art• . 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. • Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. DIREITO PROCESSUAL PENAL I Início• e fim do processo: Denuncia/ Queixa e Sentença. Posições• Doutrinárias : Mougenot Bonfim, Nucci e Pacelli/Fischer – oferecimento da denúncia Fundamentos• : art.24 e 42 do CPP, 129, I da CF e Sumula 707 STF Art• . 129. São funções institucionais do Ministério Público:I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; SÚMULA• 707 – STF- Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo. DIREITO PROCESSUAL PENAL I Posições • Jurisprudenciais – STJ e STF – recebimento da denúncia. Ementa• : EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RATIONE MUNERIS (ART. 102, I, ‘B’, CRFB). PRELIMINARES. EXIGE ̂NCIA DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO LEGISLATIVO PARA PROCESSAR O PREFEITO POR CRIME DE RESPONSABILIDADE. INÍCIO DO PROCESSO POSTERIOR AO FIM DO MANDATO. AUSENTE NULIDADE. (AP 595 – Rel.Min. Luiz Fux -DATA DE PUBLICAÇÃO DJE 10/02/2015) DIREITO PROCESSUAL PENAL III • SISTEMAS PROCESSUAIS • Inquisitivo: é aquele no qual as figuras de julgador, acusador e defensor se reúnem na mesma pessoa. As funções não são divididas. Essa é a principal característica, podendo ser citado ainda que é um procedimento secreto e que não há previsão de princípios e garantias fundamentais. • Acusatório: no sistema acusatório as funções processuais são divididas. Existe uma pessoa para julgar, uma para acusar e outra para defender. Em regra é um procedimento público e respeita os princípios e garantias fundamentais decorrentes do devido processo legal. •Misto: conjuga as características dos dois sistemas anteriores, divididas em fases, uma inquisitiva e outra acusatória.
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