Buscar

MODELO AGRAVO EM RESP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

IDEALISMO NA LUTA POR DIREITOS
EXMA. SRA. MINISTRA RELATORA
Referência: 		 AREsp Nº 1096538/ RJ 
Relatora: 			MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES
Decisão agravada em total confronto com Jurisprudência dominante do STJ e com a interpretação determinada pela LC 95/98.
 			AMAURY PACIELLO, já identificado nos autos referenciados, por seu advogado constituído, vem ante V. Exª interpor:
AGRAVO INTERNO
Em virtude da respeitável Decisão Monocrática que não conheceu do recurso (publicado em 09/08/17), pugnando desde já pelo juízo de retratação ou, pela colocação em mesa do agravo regimental anexo, tudo com base no artigo 1.021, §2º, do CPC/15 e artigo 258 do Regimento Interno do STJ.[1: “Art. 258. A parte que se considerar agravada por decisão do Presidente da Corte Especial, de Seção, de Turma ou de relator, poderá requerer, dentro de cinco dias, a apresentação do feito em mesa, para que a Corte Especial, a Seção ou a Turma sobre ela se pronuncie, confirmando-a ou reformando-a.”]
Termos em que
Pede e espera deferimento
Welington Dutra Santos – Advogado
OAB 155.434 - RJ
RAZÕES DO AGRAVO
Referência:		 AREsp Nº 1096538/ RJ 
Agravante:			AMAURY PACIELLO 
Agravado:	 UNIÃO FEDERAL
Relatora: 			MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES
Egrégio Tribunal
A lide e a Decisão agravada
O recorrente interpôs Recurso Especial com fulcro no artigo 105, III, “a” e “c”, da Carta Fundamental, contra acórdão do TRF2 que negou provimento a recurso de apelação, cujo pedido consistia na implementação ao respectivo PROVENTO do acréscimo remuneratório de 38,71% (a partir de 1º de setembro de 2007, com o consequente pagamento dos atrasados) concedido aos militares do (atual) Distrito Federal por meio do Decreto nº. 28.371/07, de 23 de outubro de 2007, tudo com base na equiparação legal prevista no art. 65, § 2º da Lei nº. 10.486/2002, e pacificada no âmbito desse E.STJ (ERESP nº. 1.121.981-RJ, REsp n. 1.083.066, entre outros)
Regularmente autuado, o Resp. foi distribuído à ínclita Ministra Relatora, que apreciando as razões do recurso, exarou a seguinte decisão:
(...)
Nas razões do Recurso Especial, interposto com base no art. 105, III, a, do permissivo constitucional, a parte agravante aponta violação: a) do art. 535 do CPC/73, sustentando a nulidade do acórdão impugnado; b) do art. 65, § 2°, da Lei 10.486/2002 e do art. 40, § 1°, da Lei Complementar 73/93, ao fundamento de que faz jus ao reajuste de 38,71%, deferido aos militares do Distrito Federal, por força do Decreto 28.371/2007, haja vista o disposto no art. 65, § 2° da Lei 10.486/2002, que vinculou o regime jurídico dos militares do antigo DF, com aqueles do atual DF. Por fim, requer "seja monocraticamente reformado o acórdão hostilizado, dando eficácia às normas insertas nos artigos 65, §2°, da Lei 10.486/02, e artigos 40, §1° da LC 73/93, para condenar a União Federal a implementar ao soldo do recorrente, mês a mês, o acréscimo de 38,71%, a partir de 1° de setembro de 2007, com o consequente pagamento dos atrasados, na forma do pedido inicial" (fl. 270e). Sem contrarrazões (fl. 302e). Negado seguimento ao Recurso Especial (fls. 308/309e), foi interposto o presente Agravo (fls. 313/327e). Foi oferecida contraminuta (fls. 332/334e). A pretensão recursal não prospera. Inicialmente, em relação à apontada violação do art. 535 do CPC/73, deve-se ressaltar que o acórdão recorrido, julgado sob a égide do CPC/73, não incorreu em omissão, uma vez que o voto condutor do julgado apreciou fundamentadamente, todas as questões necessárias à solução da controvérsia, dando-lhes, contudo, solução jurídica diversa da pretendida pela parte recorrente. Vale ressaltar, ainda, que não se pode confundir decisão contrária ao interesse da parte com ausência de fundamentação ou negativa de prestação jurisdicional. Nesse sentido: STJ, AgRg no AREsp 408.492/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 24/10/2013; STJ, AgRg no AREsp 406.332/MS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 14/11/2013; STJ, AgRg no REsp 1.360.762/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 25/09/2013. Ademais, ainda que para fins de prequestionamento, os Embargos de Declaração são cabíveis somente quando há, na decisão combatida, omissão, contradição ou obscuridade, bem como para corrigir a ocorrência de erro material (REsp nº 1.062.994/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, DJe de 26/8/2010), hipóteses que não estão presentes na espécie. 
(...)
Quanto à questão de fundo e à apontada violação do art. 65, § 2°, da Lei 10.486/2002 c/c art. 40, § 1° da Lei Complementar 73/93, é firme o entendimento no âmbito do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o art. 65 da Lei 10.486/2010 expressamente determina que, aos militares da ativa, inativos e pensionistas dos ex-Territórios Federais do Amapá, Rondônia e de Roraima, e aos militares inativos e pensionistas integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do antigo Distrito Federal, sejam estendidas as vantagens instituídas por aquela Lei, sem, contudo, fazer qualquer vinculação quanto a vantagens que viessem a ser criadas por legislação superveniente e destinadas, exclusivamente, aos Militares do Distrito Federal.
No caso, o Decreto 28.371, de 23/10/2007, do Governador do Distrito Federal, autorizou a inclusão de parcela na folha de pagamento dos servidores e militares ativos, aposentados e pensionistas, integrantes das carreiras de Delegado de Polícia, Policial Civil, Policial e Corpo de Bombeiro Militar do Distrito Federal, correspondentes ao índice estabelecido nos seus Anexos I, II e III, no mês de novembro de 2007, de modo que, com base no entendimento supra, não há que se falar na extensão de tal benefício aos militares do antigo Distrito Federal. Ademais, a pretensão autoral esbarra na orientação do Supremo Tribunal Federal, cristalizada na Súmula Vinculante 37 e na Súmula 339, do STF, segundo as quais "não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia". Assim, o acórdão regional ao rejeitar a pretensão autoral, o fez em sintonia com o entendimento firmado no âmbito do STJ, ensejando, desse modo, a incidência, na espécie, da Súmula 568/STJ, segundo a qual "o relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar provimento ao recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema".
(...) ( Grifo nosso)
Data máxima vênia, apesar do denodo e da competência que notabilizam a Exma. Ministra Relatora, pertencente do escol da magistratura pátria, tem-se que a decisão da indigitada, apesar de prestigiar a jurisprudência deste Egrégio sodalício para afastar a deserção aplicada pelo Tribunal de origem, conhecendo, portanto, do Agravo regimental, não o proveu, de outro lado, com argumentos que, permissa a vênia possuem como esteio distorções conceituais que acarretam na interpretação inconstitucional do art. 32 da CRFB, na violação da separação dos poderes, bem como em afronta ao disposto no art. 65§ 2º da Lei 10.486/02 e no art. 7º da LC 95/98.
DA CONFUSÃO ONTOLÓGICA DO DISTRITO FEDERAL COM A CAPITAL FEDERAL E A VIOLAÇÃO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES POR INOVAÇÃO NO ART. 42 DA CRFB:
Antes de adentrar ao polo metodológico da discussão do presente recurso mister se faz adentrar a erro conceitual que acaba engendrando equívocos nos demais aspectos da análise da questio em análise.
Contudo, como ciência deve o Direito ter os seus conceitos azeitados com o fito de não engendrar incoerências nocivas ao ordenamento, como concessa vênia, a presente na análise da pretensão em exame.
Nesta toada, vale aduzir que o Distrito Federal é um Ente federativo autônomo sui generis, enquanto a capital federal é a circunscrição federal por referido Ente representada.
Tem-se que tanto a afirmação é verdadeira que a tradição constitucional pátria sempre foi no sentido de definir o distrito federalcomo a capital federal, como, por exemplo, o fez a norma paradigma de 1946 que em seu art. 1º § 2º.
Ora, já neste sentido se apercebe a diferença entre os conceitos em comento já que jamais se poderia definir algo, ainda mais na Constituição, com um sinônimo.
Neste sentido, a Carta Magna de 1988 é ainda mais didática consoante lição do venerando Ministro do pretório Alexandre de Moraes:
A Constituição Federal determina que Brasília é a capital federal ( CF, art. 18 §1°) tratando-se de inovação do legislador constituinte de 1988, que não mais definiu o Distrito Federal como a Capital, pois esse é o ente federativo que engloba aquela, ao qual é vedado dividir-se em municípios ( CF, art. 32, caput).
Assim, ficam diferenciadas a Capital Federal do país da circunscrição territorial representada na Federação pelo Distrito Federal.
 Tem-se que aduzir” antigo e novo Distrito Federal” constitui-se, como se vê em erro conceitual, visto que a alteração perpetrada pela lavra do presidente Juscelino Kubischek foi a de capital federal, não do Ente federativo Distrito Federal da República Federativa do Brasil ( a época Estados Unidos do Brasil), que como se sabe é apenas o Ente federativo a atuar na representação do território destinado a sediar o governo, com uma série de peculiaridades, exata e precisamente para que um ente federado, por sediar o governo não tivesse poder influência maior que os demais nos destinos do governo central.
Neste sentido “João Barbalho, comentando a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, advertia a necessidade do Governo Federal ter sua sede em território neutro, que não pertencesse a nenhum dos Estados, para estar em sua própria casa.” 
Ou seja, o Distrito Federal de nossa união visa a neutralidade do território escolhido como capital, seja ele qual for.
Assim, tem-se que os militares investidos no pretérito para tal mister como os que o são hodiernamente, são, pois do Distrito Federal, sendo os convênios as questões financeiras de seu custeio questões meramente periféricas que não guardam relação, data a máxima vênia com a res iudicium deducta, visto que não é a fonte de custeio que define a natureza jurídica da obrigação mas sim o ordenamento pátrio e, no caso, a motivação que lhe deu ensejo fático, sendo decisiva neste caso a teoria dos motivos determinantes da lavra Jéze Gaston quando no Conselho de Estado francês no que tange os atos administrativos como no caso em comento.
Neste sentido tem-se que na federação pátria possui dois Entes federativos sui generis, União Federal com o fito de representar o Brasil e o Distrito Federal com o desiderato de representar a capital federal, seja ela qual for.
Neste diapasão tem-se o art. 42 da Constituição pátria aduz que os policiais e bombeiros militares serão vinculados aos Estados, Distrito Federal e territórios:
Art. 42 - Os membros da Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.”[2: Nesse mesmo sentido:Art. 144 .............“§ 6º” - As Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares, forças auxiliares e reservas do Exército, subordinam-se, juntamente com as Polícias Civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.”]
Ora, como a literalidade do texto magno deixa insofismável só existem três regimes jurídicos possíveis aos policiais militares, se vinculando alternativamente ao Distrito Federal ou aos Estados ou, por fim, aos territórios, não existindo em tal redação qualquer menção a dicotomia entre militares do “ atual” e “ antigo” Distrito Federal, não podendo, por conseguinte, esta Egrégia Corte de sobreposição diferenciar, sob pena de estar, por via obliqua legislando como constituinte reformador, violando a separação dos poderes.
O FUNDAMENTO DO RECURSO ESPECIAL E A JURISPRUDÊNCIA DO STJ QUANTO AO TEMA:
A base do direito postulado escuda-se em dispositivos da Lei Federal de regência específica para a questão ora em exame, a saber:
Lei 10.486/2002:[3: “Dispõe sobre a remuneração dos militares do Distrito Federal e dá outras providências.”]
Art. 65. As vantagens instituídas por esta Lei se estendem aos militares da ativa, inativos e pensionistas dos ex-Territórios Federais do Amapá, Rondônia e de Roraima, e aos militares inativos e pensionistas integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do antigo Distrito Federal.
(...)
§ 2º O mesmo procedimento aplicado aos militares do Distrito Federal, será adotado para os remanescentes do antigo Distrito Federal. 
Lei Complementar nº. /93:[4: “Institui a Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União e dá outras providências”. Publicado no DOU de 11.2.1993.]
“Art. 40. Os pareceres do Advogado-Geral da União são por este submetidos à aprovação do Presidente da República.
§ 1º O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial vincula a administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento.
§ 2º O parecer aprovado, mas não publicado, obriga apenas as repartições interessadas, a partir do momento em que dele tenham ciência.”
 		Na decisão agravada, a Douta Ministra Relatora afirma que “Assim, o acórdão recorrido encontra-se em conformidade com a jurisprudência do STJ, ao negar o direito à extensão aos militares do antigo Distrito Federal das vantagens devidas exclusivamente aos militares do atual Distrito Federal, por ausência de previsão legal.”
Equiparação legal prevista no art. 65 §2º da Lei 10.486/02 pacificada no âmbito do STJ, STF, TRF2 e Turmas Recursais do RJ
Ocorre que, esclarecida a confusão conceitual acima, tem-se que, permissa a vênia, a respeitável sentença contém outro erro conceitual, qual seja, aduzir que a lei 10.486/02 não teria instituído uma equiparação genérica entre “ os militares do antigo e atual Distrito Federal” mas tão somente uma isonomia acerca das verbas por ela instituídas.
Contudo, não se pode olvidar que a hodiernamente conta o hermeneuta de standards interpretativos Ope legis de escol e que não podem ser dispensados, exata e precisamente por estar na legislação pátria, sob pena de equívocos hermenêuticos consideráveis.
Nesse sentido, tem-se a dita “ lei das leis “ a lei complementar 95 de 1998 que dispõem de forma indubitável em seu art. 7 ° que o artigo primeiro de cada legislação é que haverá de trazer a temática por ela disciplinada e mais, preconiza referido dispositivo a impossibilidade de disciplina concomitante por lei posterior, salvo se esta advém para complementação ( e a contrário senso para revogação) conforme se verifica da literalidade de tal dispositivo:
Art. 7º O primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o respectivo âmbito de aplicação, observados os seguintes princípios:
I - excetuadas as codificações, cada lei tratará de um único objeto;
II - a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão;
III - o âmbito de aplicação da lei será estabelecido de forma tão específica quanto o possibilite o conhecimento técnico ou científico da área respectiva;
IV - o mesmo assunto não poderá ser disciplinado por mais de uma lei, exceto quando a subseqüente se destine a complementar lei considerada básica, vinculando-se a esta por remissão expressa.
Ora 	Excelências, nesse sentido tem-se que o artigo 1° da lei 10.486/02, expressamente tutela a remuneração dos militares do Distrito Federal, bem como sua composição, sendo induvidoso, portanto, ser este o objeto da norma em comento.
Como consectário lógico, aceita a premissa teórica de que a lei 10.486/02 trata genericamente da remuneração dos militares do Distrito Federal e que tal lei determinou a equiparação entre os militares que ora atuam na atual capital federal com aqueloutros que atuaram na vetusta Guanabara consoante o disposto no art. 65 § 2° de tal diploma, só se pode entender de acordo com o quedispõem o art. 7°, IV da lei complementar 95/98 que as leis posteriores só podem lhes servir de complemento, tendo como norte a equiparação determinada pela lei de regência, visto que nenhuma delas se coaduna com hipóteses de revogação de tal regramento.
 		Neste sentido, vale ressaltar, reiterar que a jurisprudência do STJ, na verdade, pacificou-se no sentido de reconhecer a vinculação jurídica remuneratória entre os militares do "atual" e do antigo DF, consoante o deliberado nos EMBARGOS de DIVERGÊNCIA em RESP nº. 1.121.981-RJ julgado em 08.05.13 pela TERCEIRA SEÇÃO daquele E.Tribunal, cujo precedente de azo ao INFORMATIVO n. 0521, assim redigido:
TERCEIRA SEÇÃO - DIREITO ADMINISTRATIVO. EXTENSÃO DA VPE CRIADA PELA LEI 11.134/2005 AOS MILITARES DO ANTIGO DISTRITO FEDERAL
A vantagem pecuniária especial (VPE) criada pela Lei 11.134/2005 e devida aos militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do atual Distrito Federal deve ser estendida aos inativos e pensionistas do antigo Distrito Federal. Isso porque o art. 65, § 2º, da Lei 10.486/2002 assegurou aos militares inativos e pensionistas integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do antigo DF as vantagens previstas para os policiais militares do atual DF. Percebe-se, assim, que a Lei 10.486/2002 estabelece uma vinculação jurídica permanente entre os militares do antigo e do atual DF, sendo todos igualmente remunerados pela União. A intenção do legislador, ao estabelecer essa vinculação entre os servidores deste e do antigo DF, não foi outra senão a de conferir as vantagens que porventura fossem criadas para os servidores deste distrito àqueles do antigo, até por medida de efetiva justiça. Dessa forma, é desnecessária a menção expressa no art. 1º da Lei 11.134/2005 de que a VPE também deve ser paga aos militares do antigo DF. 
(EREsp 1.121.981-RJ, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira, julgado em 8/5/2013)
Fonte: Jurisprudência do STJ (Informativo nº 0521)
Vê-se, portanto, que a questão em torno da equiparação legal havida entre as duas categorias, militares do antigo e do (atual) DF, está cristalizada por meio da jurisprudência supra apontada.
Outrossim, por ocasião do julgado suso indicado, a Ministra relatora ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA, com precisão que é peculiar, definiu:
“(…) a interpretação do sistema legislativo a que estão submetidos tais servidores, sobretudo do artigo 65 da Lei nº 10.486/02, não permite outra conclusão senão a extensão das vantagens conferidas pela lei nova aos servidores do Distrito Federal aos servidores do antigo Distrito Federal, não por isonomia, mas pela vinculação jurídica existente entre eles.”
Meritíssimo, deve ser ressaltado que o entendimento acima consubstanciado no EREsp 1.121.981-RJ foi endossado no STF por meio de recente julgado no AG. REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 795.191 (Rel. MIN. LUIZ FUX), cuja decisão, unânime, negou provimento ao recurso da União nos seguintes termos:[5: AG.REG. NO RE 795.191. MIN. LUIZ FUX. PRIMEIRA TURMA.]
“(...) o Tribunal de origem decidiu a questão atinente à possibilidade de se conceder aos militares inativos e pensionantes do antigo Distrito Federal, especificamente policiais e bombeiros militares, a cognominada Vantagem Pecuniária Especial – VPE, com amparo na interpretação da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis nº 10.486/2002 e nº 11.134/2005). Portanto, não há se falar em aumento de vencimentos com fundamento na isonomia.”[6: DJE25/03/2015. A decisão pode ser acessada em: file:///C:/Documents%20and%20Settings/DUTRA/Meus%20documentos/Downloads/texto_15321816358.pdf]
DA OBRIGATORIEDADE DOS PRECEDENTES NO ORDENAMENTO PÁTRIO E O VÍCIO DE FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA:
	
		 Neste sentido, não se pode olvidar da sistemática dos precedentes no ordenamento pátrio, visto que consoante o art. 489 § 1º, VI do CPC uma vez invocado precedente pela parte só há três opções ao órgão jurisdicional: a) aderir ao entendimento; b) realizar o distinguish do julgado invocado ou c) realizar a superação do julgado através da técnica de overruling, respeitados os parâmetros dos axiomas da segurança jurídica, da proteção da confiança, isonomia e de sua própria competência.
 Assim, pode-se esquematizar a consequência da invocação de precedente no ordenamento pátrio da seguinte forma:
Tal questão ganha vulto no Recurso em comento onde foram invocados precedentes desta Egrégia corte EREsp 1.121.981-RJ que reconheceu a isonomia entre os militares que ingressaram no distrito federal antes da transferência da capital para Brasília e do Pretório Excelso que não função de guardião da norma paradigma não vislumbrou no AG. REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 795.191 a aplicação da súmula 339 de sua jurisprudência, súmula esta que serviu de principal tese argumentativa da decisão ora agravada.
A identidade entre os precedentes invocados pode ser apercebida do esquema abaixo:
	EREsp. nº 1.121.981/RJ e RE AG. REG. NO RE 795.191 .
	RESP n ° 1633940 / RJ AMAURY PACIELLO x UNIÃO
	Beneficiários: Militares do “ antigo” Distrito Federal e suas pensionistas 
	Beneficiária: militar do “ antigo” DF
.
	 Fundamentação: a equiparação de vencimentos entre militares do “ atual” DF com os do “ antigo” DF fundada no art. 65 § 2 ° da lei 10.486/02 
	Fundamentação : a equiparação de vencimentos entre militares do “ atual” DF com os do “ antigo” DF fundada no art. 65 § 2 ° da lei 10.486/02.
	A equiparação é mera aplicação do art. 65 § 2º da lei 10.486 não se aplicando a súmula 339, não sendo, segundo o STF, matéria constitucional 
	A equiparação é mera aplicação do art. 65 § 2º da lei 10.486 não se aplicando a súmula 339
 
	A vantagem objeto da pretensão do precedente é fundada em lei posterior a lei 10.486/02 
	A vantagem objeto da pretensão da demanda é fundada em lei posterior a lei 10.486/02. 
Assim, ante a total identidade verificada é indubitável que resta impossível o distinguish face aos precedentes invocados e o overruling também se torna impossível, visto que o esteio argumentativo utilizado pela Preclara Relatora para a suposta superação seria a súmula 339/STF que segundo a corte que tutela a higidez constitucional pátria não se aplica ao presente caso.
Art. 65, §2º da Lei 10.486/02 e Parecer AGU/WM-4/2002 da Advocacia Geral da União – Equiparação estipendial expressamente reconhecida – Efeito vinculante à Administração Pública – Art. 40 §1º LC 73/93
Meritíssimo, em verdade, a União Federal obrigou-se a pagar, integralmente, os proventos a que têm direito os militares (e respectivas pensionistas) Policiais e Bombeiros remanescentes do antigo Distrito Federal, independentemente da data da inativação, em padrões, registre-se, equânimes aos homólogos do Distrito Federal.
A Advocacia Geral da União, inclusive, já teve a oportunidade de examinar o tema, exarando o Parecer nº. AGU/WM-4/2002 (emanado no Processo nº. 00001.002474/2002-56, referendado pelo Parecer JB-2/2002 e assinado pelo Sr. Pres. da República) que restou assim ementado:[7: Publicado no DJU de 14/11/2002.]
“EMENTA: A partir de 1º de outubro de 2001, os pensionistas e os inativos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do antigo Distrito Federal passaram a ser regidos pelo disciplinamento pertinente aos servidores das correspondentes corporações do atual Distrito Federal.”
O dito parecer concluiu que, a partir de 1º/10/2001, todas as pensionistas e os inativos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do antigo Distrito Federal passaram a ser regidos pelo disciplinamento pertinente aos servidores das correspondentes corporações do atual Distrito Federal, afirmando, ainda, que compete à União custear integralmente as despesas com as pensões e os proventos desse pessoal e efetuar seu pagamento.
Frisa que o parecer nº. AGU/WM-4/2002 foi editado com o propósito de pacificar a questão levantada pelo Ministério da Fazenda com vistas ao alcance do art. 65 e respectivo § 2°,da Lei 10.486/02. O referido parecer, com esbanjada lição interpretativa, ratificou o mesmo direito federativo e a mesma regência a ser aplicadas entre os militares do “atual” e do “antigo” D.F., endossando a consagração da vinculação remuneratória entre as categorias sobreditas. Outrossim, no aludido parecer está consignado que:
“O conteúdo material do art. 65 em análise não dissente do disposto no art. 42 da Constituição, incapaz de obstar: I) a regência do pessoal e pensionistas do antigo Distrito Federal pelas normas aplicáveis aos Militares do Atual Distrito Federal; II) o ônus assumido pela União.”	
(Grifei).
Observa-se, pois, que além de pregar a similitude legal entre as categorias (no que tange ao tratamento remuneratório) e atribuir responsabilidade financeira à União, o dito parecer expressamente estabelece uma correlação entre o art. 65 da Lei 10.486/02 e o art. 42 da CF/88, cuja previsão constitucional está assim redigida:
“Art. 42 - Os membros da Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.”[8: Nesse mesmo sentido:Art. 144 .............“§ 6º” - As Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares, forças auxiliares e reservas do Exército, subordinam-se, juntamente com as Polícias Civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.”]
(Grifei).
Meritíssimo, o Parecer em comento foi aprovado e adotado pelo Advogado-Geral da União, e, ao final, aprovado pelo Senhor Presidente da República, devidamente publicado no DOU de 14 de novembro de 2002, importando ressaltar, nesse sentido, que a Lei Complementar nº. 73/93 é clara ao estipular que o parecer emitido pela Advocacia-Geral da União, quando for por esta aprovado, e sendo este aprovado e publicado pela Presidência da república, vincula a Administração Pública Federal, cujos órgãos e entidades se obrigam a lhe dar fiel cumprimento, in verbis:
“Art. 40. Os pareceres do Advogado-Geral da União são por este submetidos à aprovação do Presidente da República.
§ 1º O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial vincula a administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento.
(Grifei).
DA NÃO INCIDÊNCIA DA SUMULA 339/STF
Salienta-se que não incide no caso a vedação disposta na Súmula 339 do STF, tendo em vista que não se está, no caso, procedendo a reajuste com base na isonomia, mas tão somente aplicando o regramento que o próprio legislador ordinário determinou.
A Desembargadora Federal VERA LUCIA LIMA (8ª Turma especializada do TRF2), julgando caso similar nos autos da Apelação Civel nº. 0100377 51.2012.4.02.5113 (E-DJF2R 30.10.2013), nesse sentido afirmou:"...o reconhecimento da pretensão ora buscada não implica "aumento" de vencimentos, não incidindo, portanto, o verbete da Súmula nº 339 do STF".
		DA INBSERVÂNCIA DO ART. 927 § 4º DO CPC/15
 			Meritíssimo, conforme bem apontou acima, por ocasião do EREsp 1.121.981-RJ, julgado em 8/5/2013 (cristalizado no Informativo 0521), a jurisprudência do STJ pacificou-se no sentido de que “a Lei 10.486/2002 estabelece uma vinculação jurídica permanente entre os militares do antigo e do atual DF” (Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira). Essa mesma posição foi chancelada no REsp n. 1.083.066.
 			No TRF2 temos inúmeros julgados recentes acerca chancelando a posição do STJ, quanto a equiparação desses servidores, militares do antigo e atual DF.
 			Concessa maxima venia, Excelência, o NCPC é expresso afirmando que a eventual modificação de jurisprudência pacificada e enunciado de súmula, deverá considerar os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia, nesses termos:
Art. 927.  Os juízes e os tribunais observarão:
...................
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
 			A Lei 10.486/02 é a lei de remuneração de ambas categorias, militares do antigo e atual DF, as duas categorias são regidas pela mesma norma, possuem o mesmo SOLDO, e pertencem ao mesmo ente, DISTRITO FEDERAL, ambos remunerados pela União Federal.
 			Outrossim, conforme apontado acima, a matéria (Equiparação remuneratória entre militares do antigo e atual DF), foi cristalizada no âmbito do STJ por meio dos precedentes suso apontados, com essa mesma causa pretendi , de modo que, abruptas modificações de entendimento devem ser fundamentadas à luz dos princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia, tratando-se, portanto, de um critério objetivo de balizamento da decisão, à luz de um sistema processual baseado na soberania dos precedentes. 
Dos Pedidos
Assim, em face do exposto, a recorrente REQUER:
i. seja ADMITIDO o presente recurso, eis que aviado ao feitio da lei processual civil e do Regimento Interno da Corte;
ii. em especial ao Exmo. Sr. Ministro Relator para que, exercendo o Juízo de Retratação, modifique sua decisão, reformando o decisum agravado; e,
iii. ao final, se mantida a decisão atacada, SEJA O PLEITO COLOCADO EM MESA, para que apreciadas as RAZÕES expostas, venha o PROVIMENTO DO AGRAVO INTERNO, com a consequente reforma da decisão para, negando seguimento ao Resp, venha seu desprovimento, reconhecendo a eficácia às normas insertas nos ARTIGOS 65, §2º, da Lei 10.486/02, e ARTIGOS 40, §1º da LC 73/93, mantendo a condenação da UNIÃO FEDERAL a implementar ao soldo do recorrente, mês a mês, o acréscimo de 38,71%, a partir de 1º de setembro de 2007, com o consequente pagamento dos atrasados, na forma do pedido inicial.
Termos em que 
Pede e espera deferimento
Rio de Janeiro, 31 de Agosto de 2017.
				
Welington Dutra Santos – Advogado
OAB 155.434 – RJ
Gustavo Souza – Advogado
OAB 176.033– RJ
AME/RJ - Setor Jurídico
www.ameriodejaneiro.com.br
Rua Camerino, 114, Centro, Rio de Janeiro/RJ, CEP: 20080-010. Tel: (21) 2233-1144

Outros materiais