Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DA COMARCA DE CIDADE/ESTADO Processo N°: XXX Autor: Ministério Público de Minas Gerais Réu: Jose Antônio Crispim dos Anjos ALEGAÇÕES FINAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO O Ministério Público de Minas Gerais, nos autos do processo em epígrafe, vem apresentar na forma da lei, suas alegações finais, fazendo-o sob os fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor. I – DO RELATÓRIO O Ministério Público denunciou José Antônio Crispim dos Anjos como incurso nas sanções cominadas no artigo 217-A, Caput, do Código Penal, em razão da prática dos seguintes fatos: No ano de 2010, em dia e horário desconhecido, na residência localizada à rua das Palmeiras n° XX, bairro XX, Município de Cidade/Estado, o acusado manteve conjunção carnal com C.L.L., que à época dos fatos, era menor de idade, possuindo 13 anos. A denúncia foi recebida em 30/01/2014. O acusado José Antônio Crispim dos Anjos foi devidamente citado e apresentou resposta à acusação em 29/02/2014. Por ocasião da instrução e julgamento, realizou-se a oitiva da vítima e de sua genitora, restando frustrada a oitiva do acusado que não compareceu em juízo para o interrogatório. É O RELATÓRIO. II – DA FUNDAMENTAÇÃO O presente processo desenvolveu-se regularmente, em consonância com os preceitos constitucionais e legais, assegurando-se ao acusado as garantias do contraditório e da ampla defesa, não havendo nulidades a serem sanadas, razão pela qual passa-se, a seguir, a análise do mérito. As provas colhidas nos autos dão a inequívoca certeza de que o denunciado praticou o grave crime sexual que lhe foi atribuído na inicial acusatória, ainda que o acusado alegue que foi com o consentimento da vítima. Como se vê nos autos, a vítima relatou, com segurança e riqueza de detalhes, como foi constrangida pelo acusado à prática da conjunção carnal e, apesar de o acusado ter relatado que o ato foi consentido pela vítima, uma pessoa menos de 14 anos não tem condições de discernir sobre vontades e desejos sexuais, tendo o acusado se aproveitado da mesma, inclusive tendo a machucado conforme depoimento retro. Como é cediço, nos delitos de natureza sexual, cometido geralmente as escondidas, a palavra da vítima assume preponderante importância, servindo para a condenação, desde que coerente e harmônica com o conjunto dos autos. A redação do artigo 217-A, caput, do Código Penal é clara em estabelecer que a prática de conjunção carnal com menor de 14 anos configura crime. A idade é elemento objetivo que fixa de modo absoluto a responsabilidade do agente, não havendo mais que se falar em presunção de violência, ou seja, de acordo com a lei, aquele que mantém relações sexuais com menor de 14 anos, seja em qual circunstância for, incide no tipo penal previsto no artigo 217-A, caput do Código Penal. III – DO PEDIDO Ante o exposto e considerando a inexistência de qualquer causa que exclua a ilicitude do fato, o Ministério Público requer a condenação de José Antônio Crispim dos Anjos nas sanções do artigo 217-A do Código Penal Brasileiro. Cidade/Data Promotora de Justiça
Compartilhar