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Fascículo 5 - Rumo a uma Cultura de Acesso à Informação

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JULIANA CIDRÃO CASTELO SALES
GRATUIT
O
ESTA PU
BLICAÇÃ
O
NÃO POD
E SER 
COMERC
IALIZADA
.
5
FASCÍCULO
Rumo a
uma Cultura de 
Acesso à Informação
IntroduçãoSUMÁRIO1. Introdução 66
2. Fundamentos do direito ao acesso à informação 67
3. Conhecendo o direito ao acesso à informação 69
4. A Lei de Acesso à Informação (LAI) 72
5. O modelo do Sistema Estadual de Acesso 
à Informação no Estado do Ceará
73
6. Entendendo o que é a informação pública 75
7. Casos práticos de acesso à informação 78
8. Considerações finais 79
OBJETIVOS DO FASCÍCULO
• Apresentar à sociedade o direito que todo cidadão tem 
de obter da administração pública a informação pública;
• Demonstrar para a população a importância da sua 
participação por meio do acesso à informação pública;
• Compreender o amplo impacto que o cidadão bem 
informado pode causar na sociedade, contribuindo para a 
melhoria do serviço público;
• Promover a cultura do acesso à informação. 
Participe e compartilhe o curso Cidadania ParticipATIVA. As 
inscrições continuarão abertas ao longo do curso e todo o 
conteúdo estará disponível no site (AVA).
INSCREVA-SE: ava.fdr.org.br
“O conhecimento e a informação 
são os recursos estratégicos para o 
desenvolvimento de qualquer país. 
Os portadores desses recursos 
são as pessoas”. 
(Peter Drucker, autor austríaco 
da área de administração) 
Vamos, neste fascículo, descobrir um pouco mais 
sobre como participar e exercer o controle social.
Você já se apropriou de muitas informações acerca 
da ética, cidadania, participação, ouvidoria e a mídia no 
controle social. Agora, iremos apresentar a você, usuá-
rio(a)/cidadão(ã), um dos direitos mais importantes 
para a prática e exercício da democracia em um país: o 
direito à informação! 
Contudo, para nós não basta saber que ele existe, 
não é, mesmo? É importante que cada pessoa o exer-
cite, e só assim será possível estabelecermos uma 
cultura de transparência, de acesso à informação. 
Para que essa mudança cultural seja consolidada, 
a Lei de Acesso à Informação (LAI) garante a todos 
amplo acesso às informações que nos dizem respeito. 
Por exemplo, todos os cidadãos podem ter acesso à in-
formação, ou seja, saber qual é a remuneração recebida 
pelos servidores públicos estaduais do Ceará. Esta in-
formação está disponível no Portal da Transparência 
do Governo do Estado (transparencia.ce.gov.br), inde-
pendentemente de ter que pedir ou fazer qualquer so-
licitação a alguém ou a qualquer órgão. Está lá! E sabe 
por quê? Porque a Administração Pública tem o dever, 
como regra, de prestar informação aos cidadãos, pois 
o sigilo dessa e de outras informações deve ser visto 
sempre como exceção. Sabia disso?
Mas você sabe que uma Nação bem informada pode 
causar impacto positivo na vida do seu povo. Informação e 
conhecimento proporcionam poder. 
Daí, você pode até nos perguntar: “Mas o que eu 
tenho a ver com tudo isso?” Só tudo! E é o que nós ve-
remos ao longo do nosso estudo deste fascículo. Está 
pronto? Vamos começar a nos informar agora!
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE66
Fundamentos do direito 
ao acesso à informação
Em primeiro lugar, vamos explicar o que 
significa direito à informação:
O direito à informação pública pode 
ser compreendido como o direito 
que todo cidadão tem de ter acesso 
às informações produzidas por 
órgãos e entidades públicas, ou por 
eles guardadas. 
Daí, podemos entender que a informa-
ção pública, antes de ser um direito do cida-
dão, é um dever do Estado.
Da mesma forma, podemos afirmar 
também que o direito ao acesso à informa-
ção é um direito fundamental. 
E você pode nos perguntar o que é um 
direito fundamental? Pois bem, é também 
fundamental que não se esqueça:
Direitos Fundamentais são todos 
aqueles criados para proteger o 
cidadão contra possíveis abusos que 
possam ser praticados pelo Estado, 
seja na esfera federal, estadual ou 
municipal.
São exemplos de direitos 
fundamentais: a vida, a saúde e a 
moradia. Ou seja, são os direitos 
mais básicos que todas as pessoas 
necessitam para o seu bem-viver.
67CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS 
Saiba+
Art. 1º. A República Federativa do 
Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos estados e municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em 
Estado Democrático de Direito 
e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV– os valores sociais do 
trabalho e da livre iniciativa;
V– o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana 
do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, 
nos termos desta Constituição. 
livre circulação. Sem garantir aos cidadãos o 
direito ao acesso das informações relativas 
ao Estado, que, por sua vez, só existe em ra-
zão de toda uma coletividade (os cidadãos). 
Assim, podemos dizer que são funda-
mentos do direito ao acesso à informação, a 
democracia e a cidadania. 
A Constituição Federal de 1988, logo no 
art. 1º, prevê: “o Brasil constitui-se em um 
Estado Democrático de Direito”. Pois bem, 
para que essa democracia saia do plano da 
fantasia e se torne real é fundamental que 
sejam disponibilizadas aos cidadãos infor-
mações suficientes para que ele exerça a 
sua cidadania, que é um dos fundamentos 
de um Estado democrático. 
A Lei de Acesso à Informação (LAI) é 
uma conquista (leia-se “direito”), e para fa-
zer valer mais esse passo dado em direção à 
democracia, é fundamental que os cidadãos 
tenham conhecimento dos seus direitos. 
Sem informação não é possível conhecer 
seus direitos nem reivindicá-los!
Por muito tempo o cidadão viveu em 
meio à “cultura do segredo”, na qual to-
dos, quando - e se - quisessem obter in-
formações públicas, trilhavam caminhos 
de verdadeira peregrinação e, mesmo 
assim, muitas vezes, não conseguiam as 
devidas respostas às suas questões. 
Hoje, ao contrário, estamos caminhan-
do em direção à cultura do acesso à infor-
mação, mas ela só será efetivamente con-
cretizada com a participação da sociedade.
Existem organizações da socieda-
de civil, como: Artigo 19, Transparência 
Para Refletir
“O acesso à informação é condição 
para que a sociedade civil possa se 
desenvolver plenamente, permitindo 
aos sindicatos, associações civis, 
partidos políticos e cidadãos em 
geral possam acompanhar a atuação 
das autoridades públicas, participar 
efetivamente da tomada de decisões, 
questionar, criticar, exigir prestações 
de contas, denunciar abusos e casos 
de corrupção e autoritarismo, bem 
como cobrar a responsabilização 
dos seus autores”. (Leonardo 
Valles Bento, autor brasileiro da 
área de Acesso à Informação)
Após refletir um pouco, concluimos 
que não há dúvida de que o direito à infor-
mação é muito importante para que a de-
mocracia se torne realidade no Brasil.
Lembrando que a democracia pode 
ser entendida como o governo do povo. De 
modo que o governante não deve tomar de-
cisões sozinho. Ao contrário, deve se apro-
ximar da população para que esta possa 
contribuir com suas opiniões. 
Não se pode falar em democracia sem 
a garantia de que as informações tenham 
Brasil e Transparência Internacional, entre 
outras, que exercem um papel muito im-
portante para a solidificar esse direito ao 
acesso à informação. Eles buscam pro-
mover e defender os direitos à liberdade 
de expressão e de acesso à informação, e 
também buscam combater a corrupção. E 
uma das maneiras para atingir a esse ob-
jetivo é promover a transparência, sabido 
que a consequência dessa transparência 
será uma sociedade mais bem informada 
conhecedora de seus direitos e obrigações. 
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE68
Conhecendo o direitoao 
acesso à informação
O direito à informação no mundo
Nos últimos 20 anos, percebeu-se um 
grande crescimento no número de países – 
atualmente, mais de 100 – que adotaram leis 
que garantem o acesso à informação públi-
ca. A marca do centésimo país a adotar a Lei 
de Acesso à Informação (LAI) é do Paraguai. 
O direito à informação é garantido em 
países como a Suécia, México, Colômbia e 
nos Estados Unidos. O Brasil, agora, segue 
no mesmo sentido.
A Organização das Nações Unidas 
(ONU), em 1946, durante a sua primeira 
sessão afirmou: “A liberdade de informação 
constitui um direito fundamental e a pedra 
de toque de todas as liberdades a que se 
dedica a ONU”. Em 1948, a Assembleia Geral 
da ONU, na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, art. 19, dispôs: “Todos têm o direi-
to à liberdade de opinião e expressão; este 
direito inclui a liberdade de expressar opi-
niões sem interferência e de buscar, receber 
e transmitir informações e ideias por quais-
quer meios e sem limitações de fronteiras”.
No mesmo sentido, em 1950, foi apro-
vado em Roma o Convênio Europeu para a 
Proteção dos Direitos Humanos e das Liber-
dades Fundamentais, no qual, em seu art. 
10, na seção que tratou sobre a liberdade de 
expressão, foi incluído: “a liberdade de opi-
nião e a liberdade de receber ou de transmitir 
informações ou ideias sem que possa haver 
ingerência de quaisquer autoridades públi-
cas e sem considerações de fronteiras”.
Você Sabia?
A Suécia, em 1766, foi a primeira nação 
a desenvolver uma lei que regulou o 
acesso à informação. Duzentos anos 
se passaram e os Estados Unidos 
aprovaram a Lei de Liberdade de 
Informação, que já recebeu diversas 
emendas para se atualizar. 
Já na América Latina, foi a Colômbia, 
ainda no ano de 1888, que possibilitou 
o acesso a documentos do Governo, 
por meio de uma legislação protetiva. 
O México, em 2002, inovou trazendo 
uma legislação que previa a utilização 
de sistemas de acesso, sob a 
supervisão de um órgão independente.
Como você já percebeu, o direito à in-
formação constou em vários documentos 
internacionais, o que demonstra a impor-
tância do tema não só no Brasil, mas em 
todo o mundo.
O direito à informação no Brasil
No Brasil, a Constituição Federal de 
1988, em seu art. 5º e 37, previu o direito de 
acesso à informação:
Art. 5º. Todos são iguais perante a 
lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos es-
trangeiros residentes no país a inviola-
bilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes:
XXXIII - todos têm direito a receber dos ór-
gãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, 
que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aque-
las cujo sigilo seja imprescindível à seguran-
ça da sociedade e do Estado;
(Acesse o art. 5º da Constituição Federal: senado.gov.br/
atividade/const/con1988/con1988_12.07.2016/art_5_.asp)
Ar. 37. A administração pública dire-
ta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios obedecerá aos princípios 
de legalidade, impessoalidade, moralida-
de, publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 1998):
A Convenção Americana sobre Direi-
tos Humanos, em 1969, também fala sobre 
o acesso à informação quando dispôs, em 
seu art. 13: “Toda pessoa tem direito à Li-
berdade de pensamento e expressão. Esse 
direito compreende a liberdade de buscar, 
receber e difundir informações e ideias de 
toda natureza, sem consideração de fron-
teiras, verbalmente ou por escrito, ou em 
forma impressa ou artística, ou por qual-
quer outro processo de sua escolha”.
69CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS
§ 3º. A lei disciplinará as formas de partici-
pação do usuário na administração pública 
direta e indireta, regulando especialmente: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - o acesso dos usuários a registros admi-
nistrativos e a informações sobre atos de 
governo, observado o disposto no art. 5º, 
X e XXXIII;
Acontece que esse direito ainda não 
havia sido regulamentado, o que só ocorreu 
mais de 20 anos depois da Constituição Fe-
deral de 1988, com a publicação da Lei Fe-
deral nº. 12.527/2011 e do Decreto Federal 
nº. 7.724/2012. 
É importante registrar que, para a im-
plementação do acesso à informação no 
Estado, o Poder Público deve se antecipar 
e já disponibilizar as informações para os 
cidadãos em formato acessível, em lingua-
gem clara e de fácil entendimento. 
Titulares do Direito de 
Acesso à Informação
As leis são bem claras quanto a quem 
tem o direito de acesso à informação: qual-
quer interessado, seja ele pessoa física ou 
jurídica, pode solicitar informação aos ór-
gãos e entidades públicas.
Pessoa física? Jurídica? 
O que isso significa? 
É bem simples, veja: toda pessoa huma-
na é pessoa física. Por exemplo, a dona Maria 
dos Anjos, mãe do pequeno Josué que mora 
lá na rua dos sonhos, é uma pessoa física.
As pessoas jurídicas, no entanto, 
são diversas, de acordo com sua classifi-
cação: direito público (interno e externo) 
ou direito privado. 
Saiba+
Lei de Acesso à Informação (LAI)
Acesse a Lei Federal nº. 12.527/2011 
e o Decreto Federal nº. 7.724/2012.
De Olho
O estado do Ceará foi um dos primeiros 
a legislar sobre o assunto e editou a Lei 
nº. 15.175/2012, seguida dos Decretos 
nº 31.239 e 31.199, ambos de 2013.
Acesse a Lei e os Decretos em 
sua Biblioteca Virtual no AVA.
Você Sabia?
• Que qualquer interessado 
pode apresentar pedido 
de acesso a informações 
aos órgãos e entidades?
• Que o pedido de solicitação 
de informação deve conter a 
identificação do requerente, 
ou seja, não pode ser anônimo, 
e deve estar detalhado 
e ser claro sobre qual a 
informação procurada?
• Que para o acesso à informação 
de interesse público, a 
identificação do requerente 
não pode conter exigências 
que inviabilizem a solicitação?
Podemos encontrar entre as pessoas 
jurídicas de direito público: os municípios, 
os estados, as autarquias, as associações, 
sociedades, fundações, organizações reli-
giosas e partidos políticos;
E entre as pessoas jurídicas de direito 
privado: empresas grandes, médias e pe-
quenas, como o mercadinho do seu João, o 
salão de beleza da dona Flor ou a marmi-
taria da dona Maria dos Anjos, desde que 
devida e formalmente registradas.
Pois bem, esses interessados, pes-
soas físicas e/ou jurídicas, podem solici-
tar informações a qualquer tempo sobre 
coisas, como o desperdício de recursos na 
construção de uma ponte, por exemplo, 
assim como sobre a cobrança de taxa de 
iluminação pública, a ausência de linhas de 
ônibus, o mau funcionamento de um pos-
to de saúde do bairro, entre outras.
Daí, você poderia nos perguntar: Para 
solicitar uma informação eu preciso de 
justificativa ou informar um motivo? 
Não. Aliás, é proibido exigir do(a) cida-
dão/cidadã os motivos da solicitação de in-
formação de interesse público.
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE70
Saiba+
Se você quiser ler na íntegra todas as 
dicas da Abraji de como fazer pedidos 
de informação com maior chance 
de sucesso, e outras informações 
essenciais para quem quer mesmo 
atuar no controle social, acesse: 
www.abraji.org.br/noticias/como-
fazer-pedidos-de-informacao-
com-maior-chance-de-sucesso
O que o meu pedido de acesso à 
informação deve conter? 
Basta conter a identificação do solici-
tante e a especificação (detalhes) da infor-
mação que se quer obter.
Dicas de como fazer um 
pedido de informação!
A Associação Brasileira de Jornalis-
mos Investigativo (Abraji) listou algumasdicas úteis para facilitar a vida de quem 
busca obter uma informação pública. Re-
unimos, aqui, algumas delas: 
a. Peça dados relativos a um período de 
tempo determinado (por exemplo, de janei-
ro de 2016 a janeiro de 2017); 
b. Organize um pedido em lista, por tó-
picos (textos corridos, compridos, podem 
ser de difícil interpretação quando não 
são bem escritos, e podem confundir); 
c. Leia e releia a sua solicitação para ter 
a certeza de que ela está clara e realmente 
expressa o que você deseja (senão a sua re-
posta pode vir insuficiente ou não ser exa-
tamente o que queria); 
d. Vá fundo, a Lei de Acesso à Informa-
ção garante todas as informações, das 
mais simples às mais complexas, mas 
lembre-se: coloque no pedido apenas o 
que realmente for necessário.
Por meio de sua solicitação, você 
poderá ter acesso às mais diversas in-
formações, como: gastos com viagens, 
consultorias, hospedagens, telefones ce-
lulares, carros oficiais, benefícios e remu-
nerações de autoridades públicas; custos 
com realização de concursos públicos; 
gastos com material de papelaria; balan-
ço de arrecadação de impostos; custos 
de reformas de prédios públicos; custos 
de festas e recepções; quantidade de 
reclamações contra servidores públicos; 
quantidades de imóveis desocupados na 
cidade; gasto com contratação de coleta 
de lixo; gasto com professores; número 
de casos de ataque/violência contra o 
professor; gasto com compra de acervos 
de bibliotecas ou com sua reforma; quan-
tidade de médicos que atuam aos finais 
de semana em hospitais públicos; núme-
ro de sequestros e/ou de homicídios em 
determinado lugar etc. Como vê, quanto 
menos segredo, melhor!
71CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS
Saiba+
Devem cumprir a Lei de 
Acesso à Informação (LAI)
Estão vinculados pela Lei de Acesso 
à Informação, a Administração 
Direta dos Poderes Executivo, 
Legislativo incluindo as Cortes de 
Contas (Tribunal de Contas da União, 
Tribunais de Contas do Estado e 
Tribunais de Contas dos Municípios) 
Judiciário e Ministério Público, bem 
como Autarquias, as Fundações 
Públicas, as Empresas Públicas, as 
Sociedades de Economia Mista e 
demais entidades controladas direta 
ou indiretamente pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, todos 
deverão cumprir as determinações 
contidas na legislação específica de 
acesso à informação e promover 
todas as medidas necessárias 
para que o cidadão tenha amplo 
acesso às informações públicas.
A Lei de Acesso à 
Informação (LAI)
A Lei de Acesso à Informação veio para re-
gulamentar um direito já previsto na Cons-
tituição, que é o direito que todos têm de 
receber dos órgãos públicos informações 
de seu interesse particular ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no 
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, a 
não ser aquelas cujo sigilo seja imprescindí-
vel à segurança da sociedade e do Estado.
Com o estudo e a compreensão dos 
princípios que veremos agora, você enten-
derá melhor o que pretendia o legislador 
quando criou a Lei de Acesso à Informação.
Existem princípios, que você não pode 
deixar de saber, responsáveis por guiar os 
atos da administração pública. Eles são 
pensados para que ela se comporte da ma-
neira mais justa possível, sem distinção de 
qualquer natureza. São eles:
• Princípio da Legalidade: A adminis-
tração pública deve sempre se guiar pelo 
que diz a lei. O prefeito, o governador e o 
presidente, por exemplo, não podem tomar 
decisões contrárias a lei;
• Princípio da Impessoalidade: Todos 
devem ser tratados igualmente pela admi-
nistração pública, sem distinção de qual-
quer natureza. Não se deve levar em conta 
interesses particulares próprios ou de ter-
ceiros, ou seja, não se pode conceder ou 
negar a informação pretendida por força 
de influência política, mas se deve sempre 
observar o que está disposto na lei, garan-
tindo, assim, a igualdade de tratamento 
para todos;
• Princípio da Moralidade: A adminis-
tração pública deve-se guiar pela ética e a 
honestidade, buscando sempre o bem para 
a coletividade, para todos;
• Princípio da Publicidade: Os atos pra-
ticados pela administração pública, em 
regra, devem ser divulgados oficialmente 
para que atinjam conhecimento público e, 
assim, possibilitar o seu controle social;
• Princípio da Eficiência: Consiste em al-
cançar o maior resultado prático possível 
em favor da população com o menor custo 
financeiro para a administração pública e, 
consequentemente, para a sociedade. 
Esses princípios, se não o são, deve-
riam ser seguidos e devem ser exigidos. E 
agora que já conhecemos os princípios que 
inspiraram a Lei de Acesso à Informação, 
será mais fácil compreender como funciona 
o seu modelo no estado do Ceará. 
Quer saber como é isso? Vejamos no 
tópico a seguir.
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE72
O modelo do Sistema Estadual 
de Acesso à Informação 
no Estado do Ceará
A ideia é fazer com que todos os poderes 
e órgãos se unam em torno de um só ob-
jetivo: possibilitar amplo acesso às infor-
mações públicas para o maior número de 
cidadãos/Cidadãs. 
Para isso, o estado do Ceará criou o Sis-
tema Estadual de Acesso à Informação, que 
você passará a conhecer a partir de agora.
Comitê Setorial de Acesso à 
Informação (CSAI)
Existem, em todos os órgãos e entida-
des do Poder Executivo Estadual, os Comi-
tês Setoriais de Acesso à Informação (CSAI), 
que têm a finalidade de assegurar o aces-
so imediato à informação disponível. Por 
exemplo, o CSAI do Gabinete do Governador, 
o CSAI da Cagece, o CSAI da Controladoria e 
Ouvidoria Geral do Estadual, entre outros.
O acesso às informações é fácil e rá-
pido! Basta acessar os seguintes canais: 
acessoainformacao.ce.gov.br e/ou ouvi-
doria.ce.gov.br; 
Central de Atendimento Telefônico 
nº155 (8 às 20h - segunda a sexta-feira); 
E-mail: ouvidoria.geral@cge.ce.gov.br; 
Facebook: facebook.com/cgeceara; 
Twitter: @cgeceara
Comitê Gestor de Acesso à 
Informação (CGAI)
O CGAI é responsável por decidir so-
bre a classificação das informações si-
gilosas, sendo composto por diversos 
órgãos coordenados no Comitê pela Con-
troladoria e Ouvidoria Geral do Estado 
(CGE). Entre eles: Gabinete do Governa-
dor, Casa Civil, Procuradoria Geral do Es-
tado, Secretaria da Fazenda etc.
Para classificação da informação, é ob-
servado o seu interesse público, e, a partir 
de então, utilizado sempre o critério menos 
restritivo possível. Os prazos máximos são: 
Classificação da Informação Prazo
Ultrassecreta
Até 25 (vinte e cinco) anos
Ex: Projeto de arquitetura de unidades 
prisionais; informações referentes a material 
bélico e controle de armamento.
Secreta
Até 15 (quinze) anos
Ex: Informações estratégicas de articulação para 
captação de recursos para investimentos do Governo.
Reservada
Até 5 (cinco) anos
Ex: Manifestação de ouvidoria do tipo denúncia.
Você Sabia?
Que esse banner traz a marca do acesso 
à informação no Estado do Ceará? 
Você o encontra em todos os sites 
de órgãos do Poder Executivo 
Estadual. Por meio dele, você pode 
navegar em busca de informações.
Acesse: www.cge.ce.gov.br/
index.php/lei-de-acesso
Saiba+
Procure conhecer o Decreto Estadual 
nº 31.199/13, de 30 de abril de 2013, 
que institui o Código de Ética e Conduta 
da Administração Pública Estadual. 
Acesse a sua Biblioteca Virtual no AVA.
73CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS
Saiba+
Acesse, em sua Biblioteca Virtual 
no AVA, a Lei nº 15.175/2012, 
que define as regras específicas 
para implementação do disposto 
na Lei Federal nº 12.527/2011, 
no âmbito da Administração 
Pública do Estado do Ceará.
Existem casos em que a solicitação 
de informação pode ser negada?Vamos aprofundar!
A própria Lei de Acesso à Informação (LAI) já 
prevê que, embora as informações, em regra, 
sejam públicas, existem situações de exceção 
em que o sigilo (segredo) deve ocorrer.
As informações classificadas como sigilosas, 
são informações públicas, cuja divulgação 
indiscriminada pode colocar em risco a 
segurança da sociedade ou do Estado. Por 
isso, apesar de serem públicas, o acesso a 
elas deve ser restringido por um período 
determinado (VER quadro na página 73).
A LAI prevê que essas informações 
podem ser classificadas como reservadas, 
secretas ou ultrassecretas, conforme o 
nível de risco que a sua divulgação poderia 
causar à sociedade e/ou ao Estado.
Essa classificação cabe a um Comitê Gestor, 
que analisa, caso a caso, as informações 
públicas, julgando se a sua divulgação 
poderá ou não oferecer mais risco/dano 
do que vantagem para a coletividade.
A LAI determina também que as informações 
pessoais devem ser resguardadas. Nesse 
caso, a ideia é proteger a pessoa natural de 
possíveis danos contra a sua honra, imagem, 
intimidade e privacidade, protegendo 
assim os direitos da personalidade contra 
violações. Para essas informações, o acesso 
fica restrito pelo prazo máximo de 100 (cem) 
anos contados a partir da sua produção, 
independentemente de classificação de sigilo. 
Sobre o assunto, é importante saber que a 
Lei permite que você não concorde com a 
classificação de uma informação, e nesse 
caso é cabível o pedido de desclassificação 
ou reavaliação de classificação para a 
autoridade classificadora. Acesse as perguntas 
mais frequentes do Governo Federal sobre as 
exceções da LAI na Biblioteca Virtual do AVA.
O Sistema Estadual de Acesso à In-
formação é pensado para garantir que as 
informações possam circular sem difi-
culdade. Mas, como enfatizamos, haverá 
diferenciação entre as informações de in-
teresse público e aquelas que são consi-
deradas sigilosas. 
A decisão de tornar uma informação 
sigilosa não é definida simplesmente pela 
vontade do gestor. Para que ela possa ser 
assim classificada, a lei prevê algumas condi-
ções que serão avaliadas pelo Comitê Gestor 
de Acesso à Informação, entre as quais: 
• Pôr em risco a defesa e/ou a soberania 
nacional;
• Prejudicar ou pôr em risco a negociação 
ou as relações internacionais do país;
• Pôr em risco a vida, segurança ou a 
saúde da população;
• Oferecer alto risco à estabilidade finan-
ceira, econômica ou monetária do país;
• Prejudicar ou causar risco a planos ou 
operações estratégicas de órgãos de segu-
rança pública do Estado;
• Prejudicar ou causar risco a projetos 
de pesquisa e desenvolvimento científi-
co ou tecnológico, assim como sistemas, 
bens, instalações ou áreas e interesse es-
tratégico estadual;
• Pôr em risco a segurança de institui-
ções ou de autoridades estaduais e seus 
familiares;
• Comprometer atividades de inteligên-
cia, bem como de investigação ou fiscali-
zação em andamento, relacionadas com a 
prevenção ou repressão de infrações.
Caso a informação solicitada não seja 
fornecida, cabe recurso inicialmente ao Co-
mitê Gestor de Acesso à Informação e, em 
última instância administrativa, ao Conselho 
Estadual de Acesso à Informação (CEAI), 
que você conhecerá, um pouco, agora.
Conselho Estadual de Acesso à 
Informação (CEAI)
O Conselho Estadual de Acesso à In-
formação é quem dá a última palavra no 
Sistema de Acesso à Informação, revendo 
a classificação de informações ultrasse-
cretas ou secretas, prorrogando o prazo de 
sigilo de informação classificada como ul-
trassecreta, sempre por prazo determina-
do, enquanto o seu acesso ou divulgação 
puder ocasionar ameaça à segurança da 
sociedade e/ou do Estado.
O CEAI é composto pelos seguintes 
poderes e órgãos: Poder Executivo, Poder 
Legislativo, Poder Judiciário, Ministério Pú-
blico e Tribunal de Contas do Estado.
Importante: O Conselho é a última instân-
cia recursal do Sistema Estadual de Aces-
so à Informação.
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE74
Entendendo o que 
é a Informação Pública
Muito falamos sobre o acesso à infor-
mação, mas, afinal, o que é informação? 
São dados, processados ou não, que 
podem ser utilizados para a produção e 
transmissão de conhecimento, contidos 
em qualquer meio, suporte ou formato. 
Esses dados são chamados de pro-
cessados quando passam por qualquer 
operação ou tratamento por meio de pro-
cessamento eletrônico ou de automati-
zação com o emprego da tecnologia da 
informação.
A tecnologia como aliada ao 
desenvolvimento da cultura do 
acesso à informação
Eleger a utilização da tecnologia para 
estabelecer os meios de comunicação com 
o(a) cidadão(ã) é tendência mundial. Ora, a 
internet já é uma realidade na vida de mui-
tas pessoas e o seu acesso, atualmente, é 
bastante facilitado, principalmente depois 
de sua inserção por meio de aparelhos te-
lefônicos. Além da acessibilidade possibili-
tada pela tecnologia, ela também favorece 
a cultura do acesso à informação, na me-
dida em que a sua capacidade de armaze-
namento de dados possibilita fornecer ao 
cidadão informações geradas no passado 
e preservá-las para o futuro.
Os órgãos da administração pública e 
as entidades que recebem recursos trans-
feridos por eles têm que divulgar em seus 
O Portal da Transparência
sítios na Internet as informações que sejam 
de interesse público, independentemente 
de qualquer requerimento ou solicitação. 
O Portal da Transparência é a maior 
fonte, disponível para todos, de informa-
ções de interesse geral e coletivo. O seu 
conteúdo é atualizado diariamente e o seu 
acesso é fácil, imediato e confiável. Confira: 
transparencia.ce.gov.br
Do que se trata esse Portal?
Conforme a Lei Estadual nº 13.875/2007 
e o Decreto nº 30.939/2012, o Portal da 
Transparência tem como objetivo possibi-
litar que o cidadão se torne um fiscal das 
ações públicas, aumentando a transparên-
cia da gestão e o combate à corrupção no 
estado do Ceará.
Por meio deste canal, os cidadãos têm 
fácil acesso a diversas informações impor-
tantes do Governo Estadual. Entre elas: as 
receitas e despesas do Governo (Lei Comple-
mentar Federal nº 131/2009) e o acompa-
nhamento de contratos e convênios firmados 
entre Governo e outros parceiros, políticas, 
resultados de ações, além de diversos indica-
dores socioeconômicos de interesse público, 
que podem também influenciar na atração de 
investidores externos para o estado. 
Segundo o Ranking da Transparên-
cia, elaborado pelo Ministério Público Fe-
deral a partir da avaliação dos Portais da 
Transparência, o estado do Ceará está 
entre os 10 estados com maior índice de 
transparência.
São objetivos do Portal da Transpa-
rência (resumo):
• Possibilitar que o cidadão se torne um 
fiscal das ações públicas;
• Contribuir para a boa e correta aplica-
ção dos recursos públicos;
• Aumentar a transparência da gestão e 
o consequente combate à corrupção.
Ranking da Transparência: 
combateacorrupcao.mpf.mp.br/
ranking/mapa-da-transparencia/
arquivos-pdf/nacional2.pdf
75CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS
Daí, podermos afirmar que o Portal da 
Transparência é uma relevante ferramenta 
de transparência ativa. 
Não havíamos falado nisso até agora, 
mas a partir dos próximos tópicos, você 
saberá distinguir a Transparência Ativa 
da Passiva.
Transparência Ativa
Caracteriza-se pela obrigação que os 
órgãos e entidades têm de, independente-
mente de requerimento de qualquer cida-
dão/cidadã, divulgar em seus sítios na in-
ternet informações que sejam de interesse 
coletivo ou geral por ele produzidas ou que 
estejam sob a sua proteção. 
O Portal da Transparência é o melhor 
exemplo disso. Acho que é uma boa hora de 
você dar umaespiadinha nele, não é? Aces-
se: transparencia.ce.gov.br 
Nele, você poderá livremente pesquisar 
e copiar arquivos disponíveis sem precisar 
se identificar ou solicitar qualquer consen-
timento. Não é uma boa?
Também poderá terá acesso a contra-
tos licitados pelos órgãos; saber de salários 
dos servidores; acompanhar as contas pú-
blicas do Estado, especialmente no que se 
refere à captação a aplicação dos recursos; 
os contratos e parcerias firmadas pelo Go-
verno; empreendimentos e resultados da 
ação governamental; registro de despesas; 
registro de qualquer repasse ou transferên-
cias de recursos financeiros; informações 
sobre procedimento licitatório; acompa-
nhamento de programas, ações, projetos e 
obras de órgãos e entidades, entre outras 
informações públicas.
Transparência Passiva
A transparência passiva acontece 
quando o cidadão solicita de algum órgão 
informações que sejam de interesse geral 
ou coletivo e não protegidas pelo sigilo. O 
interessado, usuário(a), deve apresentar 
pedido de acesso à informação aos órgãos 
e entidades por meio de requerimento aos 
Serviços de Acesso à Informação. São eles: 
O Sistema de Ouvidoria (SOU): 
acessoainformacao.ce.gov.br e 
ouvidoria.ce.gov.br 
A Central de Atendimento Telefônico nº 155
E-mail: ouvidoria.geral@cge.ce.gov.br
Facebook: facebook.com/cgeceara
Twitter: @cgeceara 
Você Sabia?
Que após cinco anos da data de 
criação da Lei de Acesso à Informação 
do Estado do Ceará, os números já 
apontam uma maior conscientização 
da população de que o caminho para 
a cidadania passa pela informação? 
A demonstração dessa consciência 
cidadã é o crescimento no número de 
acessos ao Portal da Transparência. 
Não deixe de acessar você também. 
Acesse: transparencia.ce.gov.br
Saiba+
Acesse aqui e click no banner 
para solicitação de informação 
www.cge.ce.gov.br/index.
php/lei-de-acesso
Transparência Passiva: É quando 
o cidadão(ã) necessita de uma 
informação ou documentação que não 
está disponível nos sites dos órgãos 
ou no Portal da Transparência, e ela, a 
informação, não está classificada como 
reservada, secreta ou ultrassecreta.
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE76
Para valer a transparência, a Controla-
doria e Ouvidoria Geral do Estado (CGE), em 
seu sítio eletrônico, divulga relatório esta-
tístico contendo a quantidade de pedidos 
de informação recebidos, atendidos, não 
atendidos e indeferidos de todos os ór-
gãos e entidades do Poder Executivo Es-
tadual, bem como informações genéricas 
sobre os solicitantes.
Importante destacar que, tanto as 
informações emitidas por meio da trans-
parência ativa, como pela transparência 
passiva, devem estar em linguagem cla-
ra e de fácil compreensão para qualquer 
pessoa. A LAI exige isso!
Afinal, um povo bem informado, com 
embasamento e argumentos para as 
suas exigências, tem maiores condições 
de reivindicar dos seus representantes 
os seus direitos. 
Essa consciência cidadã pode gerar 
uma verdadeira transformação social, na 
qual possíveis desvios de conduta e de re-
cursos serão identificados e corrigidos mais 
rapidamente, evitando, reduzindo e comba-
tendo assim a corrupção. E não é isso que 
desejamos: o fim da corrupção, o destino 
adequado para os recursos públicos, me-
lhores serviços de educação, cultura, saúde, 
segurança, moradia, lazer, melhoria de qua-
lidade de vida?
Acredite: com o acesso amplo à infor-
mação é possível uma verdadeira mudança 
cultural. Mas não basta a informação estar 
no Portal ou em qualquer outro meio. Você, 
enquanto cidadão, tem que se interessar 
em saber mais e participar. Os canais você 
já conhece. Agora, utilize-os!
O que muda 
para você?
Para solicitar informação relativa ao 
Poder Judiciário do Estado do Ceará, 
pode-se acessar: tjce.jus.br. Clique 
em “Fale conosco - Ouvidoria Geral”.
Para solicitar informações relativas 
à Prefeitura de Fortaleza, o acesso 
pode ser realizado por meio do 
seguinte endereço eletrônico: 
acessoainformacao.
fortaleza.ce.gov.br
Para solicitar informações relativas 
ao Governo Federal, o acesso pode 
ser feito por meio do seguinte 
endereço eletrônico: esic.cgu.gov.br
77CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS
Casos práticos de 
acesso à informação
A teoria relacionada com o direito que todo 
cidadão tem de obter a informação pública 
foi amplamente visto neste fascículo. Agora, 
abordaremos alguns casos práticos do coti-
diano para possibilitar que você tenha maior 
compreensão de que este estudo tem tudo 
a ver com a sua vida e que pode ser bastante 
útil não apenas para você, mas para a comu-
nidade na qual se insere. Imagine:
Caso 1 – Maria das Graças é mãe de 
José Maria, criança de 7 anos que precisou 
de atendimento médico no Posto Azul, pró-
ximo à sua casa. A espera pelo atendimento 
foi muito longa, o que levou Maria a se per-
guntar qual era a quantidade de médicos na-
quele posto e qual a média de atendimentos 
ali realizados. Inquieta, fez uma solicitação 
de informação para a Ouvidoria Municipal: 
“Gostaria de saber o número de médicos, 
por turno, no Posto Azul e a quantidade de 
atendimentos por turno realizados no ano 
de 2016”. Com a resposta e os dados obtidos, 
Maria registrou uma manifestação de Ou-
vidoria sugerindo à Secretaria de Saúde do 
Município que aumente o número de médi-
cos para atendimento no Posto Azul.
Atitudes como a de Maria das Graças 
fazem a diferença. Conhecer, se inquietar, 
tomar a decisão e agir, faz com que os ser-
viços públicos verdadeiramente atendam às 
necessidades da população. 
Caso 2 – Pedro Mariano é proprietário 
de um mercadinho na rua da Saudade. Vá-
rios de seus clientes têm noticiado casos de 
insegurança pública nas redondezas de seu 
comércio. Preocupado, Pedro Mariano regis-
trou um pedido de solicitação de informação 
à Secretaria de Segurança Pública do Estado: 
“Quais são as medidas preventivas que es-
tão sendo tomadas para prevenir assaltos na 
rua da Saudade?” A Secretaria de Segurança 
Pública respondeu a Pedro Mariano que na-
quela região tinha, sim, uma viatura da polí-
cia fazendo ronda durante todo o dia e que 
havia previsão, devido ao aumento de casos 
de violência, de se colocar mais uma viatura 
para realizar a ronda preventiva.
Caso 3 – No bairro da d. Antônia, está 
sendo construída, há tempos, uma creche. 
Ela registro a seguinte solicitação de infor-
mação à Secretaria da Educação da Prefei-
tura Municipal: “Quanto vai custar, ao final, a 
construção da Creche do Bairro da Amizade 
e qual o valor que já foi pago, até então, para 
a obra?”. Com a resposta recebida, a dona 
Antônia registrou uma denúncia na Ouvi-
doria, pois a obra encontrava-se parada há 
muito tempo e não vinha ninguém, e que, 
de acordo com a informação, a obra já havia 
recebido muitos dos recursos destinados à 
sua construção.
A União, os estados e os municípios 
têm competências expressamente de-
limitadas na Constituição, de modo que 
cada um deve agir de acordo com a maté-
ria que lhe é relacionada. Daí, você pode se 
perguntar: “Como faço para descobrir se o 
responsável pela informação que necessito 
é a União, o estado ou o município?”
A seguir, para ajudá-lo(a), listamos al-
gumas atribuições de cada ente:
União (Governo Federal)
• Manter relações com Estados es-
trangeiros e participar de organizações 
internacionais;
• Declarar a guerra e celebrar a paz;
• Assegurar a defesa nacional;
• Autorizar e fiscalizar a produção e o co-
mércio de material bélico;
• Emitir moeda;
• Elaborar e executar planos nacionais 
e regionais de ordenação do território e de 
desenvolvimento econômico e social;
• Manter o serviço postal e o correio aé-
reo nacional.
Exemplos de Informações que podem 
ser solicitadas ao Governo Federal: Informa-ções sobre a segurança Nacional; serviço de 
emissão de moeda; relações internacionais 
com outros países, Correios, entre outras. 
Estado (Governo Estadual)
As responsabilidades do estado mu-
dam de acordo com cada Constituição Es-
tadual. Aqui, algumas competências do es-
tado do Ceará:
• Promoção de medidas de caráter pre-
ventivo sobre o fenômeno das secas;
• Exploração, diretamente ou median-
te autorização, concessão ou permissão 
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE78
através de concorrência pública, dos ser-
viços de transporte rodoviário intermuni-
cipal de passageiros que não transponham 
os limites estaduais;
• A prestação de assistência jurídica inte-
gral e gratuita aos que comprovarem insufi-
ciência de recursos (Ex: Defensoria Pública);
• Defesa do Meio Ambiente;
• Exploração, diretamente ou mediante 
concessão, na forma da lei, dos serviços de 
gás canalizado em seu território.
Exemplos de Informações que podem 
ser solicitadas ao Governo Estadual: ações 
relacionadas ao combate da seca; serviços 
de transporte público interestadual; fun-
cionamento de hospitais; investimento na 
Defensoria Pública, entre outros.
Município (Governo Municipal)
• Transporte público coletivo;
• Manter juntamente com o Governo Fe-
deral e Municipal a Educação Infantil e Ensi-
no Fundamental;
• Prestar, com a cooperação técnica e fi-
nanceira da União e do estado, serviços de 
atendimento à saúde da população;
• Promover a proteção do patrimônio 
histórico-cultural local, observada a legisla-
ção e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Exemplos de informações que podem 
ser solicitadas ao Governo Municipal: fun-
cionamento de creches, hospitais munici-
pais, postos de saúde, serviço de transporte 
público no município, entre outros. 
Considerações finais
O caminho do acesso à informação 
conduz a um futuro próspero, alicerçado na 
verdade e na transparência, gerando na so-
ciedade o sentimento de confiança e inte-
resse em participar na gestão pública, como 
em um diálogo, possibilitando assim o 
exercício da cidadania e do controle social.
Com a cultura do acesso à informação, 
o Estado se aproxima cada vez mais da so-
ciedade, que, por sua vez, estará mais pre-
parada para contribuir com a melhoria dos 
serviços públicos, reivindicando seus direi-
tos, cumprindo seus deveres e proporcio-
nando para as futuras gerações uma socie-
dade mais justa, esclarecida e participativa.
Inquiete-se, busque informações, 
exercite o seu direito de conhecer e partici-
par da vida do seu município, do seu estado 
e de seu país. 
Você, a sua comunidade, os seus filhos 
e netos, enfim, as futuras gerações serão 
beneficiadas e impactadas por meio da prá-
tica de uma cidadania ativa.
Experimente: participe! Agora você já 
sabe qual é o caminho!
Referências
1. Manual da Lei de Acesso à Informação para 
Estados e Municípios. Disponível em: http://
encurtador.com.br/jkwHT. Acesso em 04 de 
abril de 2017.
2. BARCELOS, Ana Paula de. Acesso 
à Informação: os princípios da Lei nº. 
12.527/2011. Disponível em: < https://goo.gl/
GukfaS> Acesso em: 11 de abril de 2017.
3. BENTO, Leonardo Valles. Acesso a informa-
ções públicas: princípios internacionais e o 
direito brasileiro. Curitiba: Juruá, 2015.
4. BRASIL. Lei nº. 12.527/2011. Regula o 
acesso a informações. Disponível em: http://
zip.net/bpkZf5. Acesso em: 05 de abril de 2017.
5. BRASIL. Decreto Lei nº. 7.724/2012. Regu-
lamenta a Lei nº. 12.527. Disponível em: http://
zip.net/bttJq1. Acesso em: 05 de abril de 2017.
6. Cartilha Caminhos da Cidadania (CGE). 
Disponível em: http://zip.net/bdtJdY. Acesso 
em: 11 de abril de 2017.
7. CEARÁ. Constituição do Estado do Ceará. 
Disponível em: http://encurtador.com.br/jDPV1. 
Acesso em: 27 de junho de 2017.
8. CEARÁ. Lei nº. 15.175/2012. Lei Estadual 
de Acesso à Informação do Estado do Ceará. 
Disponível em: http://zip.net/bctHFn. Acesso 
em: 05 de abril de 2017.
9. CEARÁ. Decreto nº. 31.199/2013. Dispõe sobre 
a organização e funcionamento dos Comitês 
Setoriais de Acesso à Informação e dos Serviços de 
Informações ao Cidadão. Disponível em: file:///C:/
Users/Juliana/Downloads/Decreto%20N.%20
31.199%20(1).pdf. Acesso em: 05 de abril de 2017.
10. CEARÁ. Decreto nº. 31.239/2013. Dispõe sobre 
a organização e funcionamento do Comitê Gestor 
de Acesso à Informação. Disponível em: file:///C:/
Users/Jul iana/Downloads/DECRETO%20
N%C2%BA%2031.239_Estrutura%20CGAI%20
(2).pdf. Acesso em : 05 de abril de 2017.
Conheça outros canais 
de acesso à informação
Portal da Transparência da União: 
www.portaltransparencia.gov.br
Portal da Transparência de Fortaleza: 
transparencia.fortaleza.ce.gov.br
Portal da Transparência do Ceará: 
www.transparencia.ce.gov.br
Portal da Transparência do 
Tribunal de Contas do Estado do Ceará: 
www.tcm.ce.gov.br/transparencia
Portal da Transparência do Ministério 
Público do Estado do Ceará: 
www.mpce.mp.br/portal-da-transparencia
79CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS
Juliana Cidrão Castelo Sales
Graduada em direito pela Faculdade 7 de Setembro, com especialização em Direito do 
Estado pela Universidade Anhanguera - Uniderp. Mestranda em Relações Privadas, Direitos 
Humanos e Desenvolvimento pelo Centro Universitário 7 de Setembro. Exerceu o cargo 
de ouvidora setorial da Secretaria Especial da Copa e da Controladoria e Ouvidoria Geral 
do Estado. Atualmente, presta assessoria na área de Gestão Pública Municipal.
SOBRE A AUTORA
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) | Presidência João Dummar Neto | Direção Geral Marcos Tardin 
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (Uane) | Coordenação Geral Ana Paula Costa Salmin | Cidadania 
ParticipATIVA: controle social ao alcance de todos | Coordenação Geral e Editorial Raymundo Netto | Coordenação 
de Conteúdo Thais Pinheiro Holanda | Coordenação Pedagógica Ana Paula Costa Salmin | Edição de Design 
Amaurício Cortez | Projeto Gráfico Alessandro Muratore | Editoração Eletrônica Cristiane Frota | Ilustrações 
Rafael Limaverde | Audiofascículos Alexandra Souza | Catalogação na Fonte Cássia Barroso Alves
Este fascículo é parte integrante da coleção Cidadania ParticipATIVA: controle social ao alcance de todos, em 
decorrência do contrato celebrado entre a Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado do Ceará e a Fundação 
Demócrito Rocha, sob o nº 01/2017. | ISBN 978-85-7529-802-2
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
CEP 60.055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 | Fax (85) 3255.6271
fdr.org.br 
fundacao@fdr.org.br
Realização
Apoio
11. CEARÁ. Resolução nº. 001/2013. Aprova o 
regulamento que dispõe sobre a organização e 
funcionamento do Conselho Estadual de Acesso 
à Informação. Disponível em: file:///C:/Users/ 
J u l i a n a / D o w n l o a d s / R e s o l u % C 3 % A 7 % -
C3%A3o%2001-2013.pdf. Acesso em: 05 de 
abril de 2017.
12. Com a lei de acesso mais antiga do mundo, 
Suecos tem confiança na política nacional. 
Disponível em: http://zip.net/bjtHGY. Acesso 
em: 05 de abril de 2017
13. ELAINA, Jeniffer. John Naisbitt: um futuró-
logo consagrado. Disponível em: https://goo.
gl/IpXOvF. Acesso em: 11 de abril 2017.
14. Manual da Lei de Acesso à Informação 
para Estados e Municípios. Disponível em: 
http://encurtador.com.br/jkwHT. Acesso em 
04 de abril de 2017.
15. Convenção para a Protecção dos Direitos 
do Homem e das Liberdades Fundamentais. 
Disponível em: http://zip.net/bttJqf. Acesso 
em: 16 de abril de 2017
16. Convenção Americana Sobre Direitos 
Humanos. Disponível em: http://zip.net/
bhsw0P. Acesso em: 16 de abril de 2017.
17. UNESCO. Liberdade de Informação: um estudo 
de direito comparado. Disponível em: http://zip.
net/bttJq2. Acesso em: 17 de abril de2017.
18. Ranking Nacional da Transparência. Dispo-
nível em: http://www.rankingdatransparencia.
mpf.mp.br/. Acesso em: 06 de setembro de 2017.

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