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JULIANA CIDRÃO CASTELO SALES GRATUIT O ESTA PU BLICAÇÃ O NÃO POD E SER COMERC IALIZADA . 5 FASCÍCULO Rumo a uma Cultura de Acesso à Informação IntroduçãoSUMÁRIO1. Introdução 66 2. Fundamentos do direito ao acesso à informação 67 3. Conhecendo o direito ao acesso à informação 69 4. A Lei de Acesso à Informação (LAI) 72 5. O modelo do Sistema Estadual de Acesso à Informação no Estado do Ceará 73 6. Entendendo o que é a informação pública 75 7. Casos práticos de acesso à informação 78 8. Considerações finais 79 OBJETIVOS DO FASCÍCULO • Apresentar à sociedade o direito que todo cidadão tem de obter da administração pública a informação pública; • Demonstrar para a população a importância da sua participação por meio do acesso à informação pública; • Compreender o amplo impacto que o cidadão bem informado pode causar na sociedade, contribuindo para a melhoria do serviço público; • Promover a cultura do acesso à informação. Participe e compartilhe o curso Cidadania ParticipATIVA. As inscrições continuarão abertas ao longo do curso e todo o conteúdo estará disponível no site (AVA). INSCREVA-SE: ava.fdr.org.br “O conhecimento e a informação são os recursos estratégicos para o desenvolvimento de qualquer país. Os portadores desses recursos são as pessoas”. (Peter Drucker, autor austríaco da área de administração) Vamos, neste fascículo, descobrir um pouco mais sobre como participar e exercer o controle social. Você já se apropriou de muitas informações acerca da ética, cidadania, participação, ouvidoria e a mídia no controle social. Agora, iremos apresentar a você, usuá- rio(a)/cidadão(ã), um dos direitos mais importantes para a prática e exercício da democracia em um país: o direito à informação! Contudo, para nós não basta saber que ele existe, não é, mesmo? É importante que cada pessoa o exer- cite, e só assim será possível estabelecermos uma cultura de transparência, de acesso à informação. Para que essa mudança cultural seja consolidada, a Lei de Acesso à Informação (LAI) garante a todos amplo acesso às informações que nos dizem respeito. Por exemplo, todos os cidadãos podem ter acesso à in- formação, ou seja, saber qual é a remuneração recebida pelos servidores públicos estaduais do Ceará. Esta in- formação está disponível no Portal da Transparência do Governo do Estado (transparencia.ce.gov.br), inde- pendentemente de ter que pedir ou fazer qualquer so- licitação a alguém ou a qualquer órgão. Está lá! E sabe por quê? Porque a Administração Pública tem o dever, como regra, de prestar informação aos cidadãos, pois o sigilo dessa e de outras informações deve ser visto sempre como exceção. Sabia disso? Mas você sabe que uma Nação bem informada pode causar impacto positivo na vida do seu povo. Informação e conhecimento proporcionam poder. Daí, você pode até nos perguntar: “Mas o que eu tenho a ver com tudo isso?” Só tudo! E é o que nós ve- remos ao longo do nosso estudo deste fascículo. Está pronto? Vamos começar a nos informar agora! FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE66 Fundamentos do direito ao acesso à informação Em primeiro lugar, vamos explicar o que significa direito à informação: O direito à informação pública pode ser compreendido como o direito que todo cidadão tem de ter acesso às informações produzidas por órgãos e entidades públicas, ou por eles guardadas. Daí, podemos entender que a informa- ção pública, antes de ser um direito do cida- dão, é um dever do Estado. Da mesma forma, podemos afirmar também que o direito ao acesso à informa- ção é um direito fundamental. E você pode nos perguntar o que é um direito fundamental? Pois bem, é também fundamental que não se esqueça: Direitos Fundamentais são todos aqueles criados para proteger o cidadão contra possíveis abusos que possam ser praticados pelo Estado, seja na esfera federal, estadual ou municipal. São exemplos de direitos fundamentais: a vida, a saúde e a moradia. Ou seja, são os direitos mais básicos que todas as pessoas necessitam para o seu bem-viver. 67CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS Saiba+ Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados e municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV– os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V– o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. livre circulação. Sem garantir aos cidadãos o direito ao acesso das informações relativas ao Estado, que, por sua vez, só existe em ra- zão de toda uma coletividade (os cidadãos). Assim, podemos dizer que são funda- mentos do direito ao acesso à informação, a democracia e a cidadania. A Constituição Federal de 1988, logo no art. 1º, prevê: “o Brasil constitui-se em um Estado Democrático de Direito”. Pois bem, para que essa democracia saia do plano da fantasia e se torne real é fundamental que sejam disponibilizadas aos cidadãos infor- mações suficientes para que ele exerça a sua cidadania, que é um dos fundamentos de um Estado democrático. A Lei de Acesso à Informação (LAI) é uma conquista (leia-se “direito”), e para fa- zer valer mais esse passo dado em direção à democracia, é fundamental que os cidadãos tenham conhecimento dos seus direitos. Sem informação não é possível conhecer seus direitos nem reivindicá-los! Por muito tempo o cidadão viveu em meio à “cultura do segredo”, na qual to- dos, quando - e se - quisessem obter in- formações públicas, trilhavam caminhos de verdadeira peregrinação e, mesmo assim, muitas vezes, não conseguiam as devidas respostas às suas questões. Hoje, ao contrário, estamos caminhan- do em direção à cultura do acesso à infor- mação, mas ela só será efetivamente con- cretizada com a participação da sociedade. Existem organizações da socieda- de civil, como: Artigo 19, Transparência Para Refletir “O acesso à informação é condição para que a sociedade civil possa se desenvolver plenamente, permitindo aos sindicatos, associações civis, partidos políticos e cidadãos em geral possam acompanhar a atuação das autoridades públicas, participar efetivamente da tomada de decisões, questionar, criticar, exigir prestações de contas, denunciar abusos e casos de corrupção e autoritarismo, bem como cobrar a responsabilização dos seus autores”. (Leonardo Valles Bento, autor brasileiro da área de Acesso à Informação) Após refletir um pouco, concluimos que não há dúvida de que o direito à infor- mação é muito importante para que a de- mocracia se torne realidade no Brasil. Lembrando que a democracia pode ser entendida como o governo do povo. De modo que o governante não deve tomar de- cisões sozinho. Ao contrário, deve se apro- ximar da população para que esta possa contribuir com suas opiniões. Não se pode falar em democracia sem a garantia de que as informações tenham Brasil e Transparência Internacional, entre outras, que exercem um papel muito im- portante para a solidificar esse direito ao acesso à informação. Eles buscam pro- mover e defender os direitos à liberdade de expressão e de acesso à informação, e também buscam combater a corrupção. E uma das maneiras para atingir a esse ob- jetivo é promover a transparência, sabido que a consequência dessa transparência será uma sociedade mais bem informada conhecedora de seus direitos e obrigações. FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE68 Conhecendo o direitoao acesso à informação O direito à informação no mundo Nos últimos 20 anos, percebeu-se um grande crescimento no número de países – atualmente, mais de 100 – que adotaram leis que garantem o acesso à informação públi- ca. A marca do centésimo país a adotar a Lei de Acesso à Informação (LAI) é do Paraguai. O direito à informação é garantido em países como a Suécia, México, Colômbia e nos Estados Unidos. O Brasil, agora, segue no mesmo sentido. A Organização das Nações Unidas (ONU), em 1946, durante a sua primeira sessão afirmou: “A liberdade de informação constitui um direito fundamental e a pedra de toque de todas as liberdades a que se dedica a ONU”. Em 1948, a Assembleia Geral da ONU, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, art. 19, dispôs: “Todos têm o direi- to à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de expressar opi- niões sem interferência e de buscar, receber e transmitir informações e ideias por quais- quer meios e sem limitações de fronteiras”. No mesmo sentido, em 1950, foi apro- vado em Roma o Convênio Europeu para a Proteção dos Direitos Humanos e das Liber- dades Fundamentais, no qual, em seu art. 10, na seção que tratou sobre a liberdade de expressão, foi incluído: “a liberdade de opi- nião e a liberdade de receber ou de transmitir informações ou ideias sem que possa haver ingerência de quaisquer autoridades públi- cas e sem considerações de fronteiras”. Você Sabia? A Suécia, em 1766, foi a primeira nação a desenvolver uma lei que regulou o acesso à informação. Duzentos anos se passaram e os Estados Unidos aprovaram a Lei de Liberdade de Informação, que já recebeu diversas emendas para se atualizar. Já na América Latina, foi a Colômbia, ainda no ano de 1888, que possibilitou o acesso a documentos do Governo, por meio de uma legislação protetiva. O México, em 2002, inovou trazendo uma legislação que previa a utilização de sistemas de acesso, sob a supervisão de um órgão independente. Como você já percebeu, o direito à in- formação constou em vários documentos internacionais, o que demonstra a impor- tância do tema não só no Brasil, mas em todo o mundo. O direito à informação no Brasil No Brasil, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º e 37, previu o direito de acesso à informação: Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos es- trangeiros residentes no país a inviola- bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIII - todos têm direito a receber dos ór- gãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aque- las cujo sigilo seja imprescindível à seguran- ça da sociedade e do Estado; (Acesse o art. 5º da Constituição Federal: senado.gov.br/ atividade/const/con1988/con1988_12.07.2016/art_5_.asp) Ar. 37. A administração pública dire- ta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralida- de, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998): A Convenção Americana sobre Direi- tos Humanos, em 1969, também fala sobre o acesso à informação quando dispôs, em seu art. 13: “Toda pessoa tem direito à Li- berdade de pensamento e expressão. Esse direito compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informações e ideias de toda natureza, sem consideração de fron- teiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qual- quer outro processo de sua escolha”. 69CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS § 3º. A lei disciplinará as formas de partici- pação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - o acesso dos usuários a registros admi- nistrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; Acontece que esse direito ainda não havia sido regulamentado, o que só ocorreu mais de 20 anos depois da Constituição Fe- deral de 1988, com a publicação da Lei Fe- deral nº. 12.527/2011 e do Decreto Federal nº. 7.724/2012. É importante registrar que, para a im- plementação do acesso à informação no Estado, o Poder Público deve se antecipar e já disponibilizar as informações para os cidadãos em formato acessível, em lingua- gem clara e de fácil entendimento. Titulares do Direito de Acesso à Informação As leis são bem claras quanto a quem tem o direito de acesso à informação: qual- quer interessado, seja ele pessoa física ou jurídica, pode solicitar informação aos ór- gãos e entidades públicas. Pessoa física? Jurídica? O que isso significa? É bem simples, veja: toda pessoa huma- na é pessoa física. Por exemplo, a dona Maria dos Anjos, mãe do pequeno Josué que mora lá na rua dos sonhos, é uma pessoa física. As pessoas jurídicas, no entanto, são diversas, de acordo com sua classifi- cação: direito público (interno e externo) ou direito privado. Saiba+ Lei de Acesso à Informação (LAI) Acesse a Lei Federal nº. 12.527/2011 e o Decreto Federal nº. 7.724/2012. De Olho O estado do Ceará foi um dos primeiros a legislar sobre o assunto e editou a Lei nº. 15.175/2012, seguida dos Decretos nº 31.239 e 31.199, ambos de 2013. Acesse a Lei e os Decretos em sua Biblioteca Virtual no AVA. Você Sabia? • Que qualquer interessado pode apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades? • Que o pedido de solicitação de informação deve conter a identificação do requerente, ou seja, não pode ser anônimo, e deve estar detalhado e ser claro sobre qual a informação procurada? • Que para o acesso à informação de interesse público, a identificação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação? Podemos encontrar entre as pessoas jurídicas de direito público: os municípios, os estados, as autarquias, as associações, sociedades, fundações, organizações reli- giosas e partidos políticos; E entre as pessoas jurídicas de direito privado: empresas grandes, médias e pe- quenas, como o mercadinho do seu João, o salão de beleza da dona Flor ou a marmi- taria da dona Maria dos Anjos, desde que devida e formalmente registradas. Pois bem, esses interessados, pes- soas físicas e/ou jurídicas, podem solici- tar informações a qualquer tempo sobre coisas, como o desperdício de recursos na construção de uma ponte, por exemplo, assim como sobre a cobrança de taxa de iluminação pública, a ausência de linhas de ônibus, o mau funcionamento de um pos- to de saúde do bairro, entre outras. Daí, você poderia nos perguntar: Para solicitar uma informação eu preciso de justificativa ou informar um motivo? Não. Aliás, é proibido exigir do(a) cida- dão/cidadã os motivos da solicitação de in- formação de interesse público. FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE70 Saiba+ Se você quiser ler na íntegra todas as dicas da Abraji de como fazer pedidos de informação com maior chance de sucesso, e outras informações essenciais para quem quer mesmo atuar no controle social, acesse: www.abraji.org.br/noticias/como- fazer-pedidos-de-informacao- com-maior-chance-de-sucesso O que o meu pedido de acesso à informação deve conter? Basta conter a identificação do solici- tante e a especificação (detalhes) da infor- mação que se quer obter. Dicas de como fazer um pedido de informação! A Associação Brasileira de Jornalis- mos Investigativo (Abraji) listou algumasdicas úteis para facilitar a vida de quem busca obter uma informação pública. Re- unimos, aqui, algumas delas: a. Peça dados relativos a um período de tempo determinado (por exemplo, de janei- ro de 2016 a janeiro de 2017); b. Organize um pedido em lista, por tó- picos (textos corridos, compridos, podem ser de difícil interpretação quando não são bem escritos, e podem confundir); c. Leia e releia a sua solicitação para ter a certeza de que ela está clara e realmente expressa o que você deseja (senão a sua re- posta pode vir insuficiente ou não ser exa- tamente o que queria); d. Vá fundo, a Lei de Acesso à Informa- ção garante todas as informações, das mais simples às mais complexas, mas lembre-se: coloque no pedido apenas o que realmente for necessário. Por meio de sua solicitação, você poderá ter acesso às mais diversas in- formações, como: gastos com viagens, consultorias, hospedagens, telefones ce- lulares, carros oficiais, benefícios e remu- nerações de autoridades públicas; custos com realização de concursos públicos; gastos com material de papelaria; balan- ço de arrecadação de impostos; custos de reformas de prédios públicos; custos de festas e recepções; quantidade de reclamações contra servidores públicos; quantidades de imóveis desocupados na cidade; gasto com contratação de coleta de lixo; gasto com professores; número de casos de ataque/violência contra o professor; gasto com compra de acervos de bibliotecas ou com sua reforma; quan- tidade de médicos que atuam aos finais de semana em hospitais públicos; núme- ro de sequestros e/ou de homicídios em determinado lugar etc. Como vê, quanto menos segredo, melhor! 71CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS Saiba+ Devem cumprir a Lei de Acesso à Informação (LAI) Estão vinculados pela Lei de Acesso à Informação, a Administração Direta dos Poderes Executivo, Legislativo incluindo as Cortes de Contas (Tribunal de Contas da União, Tribunais de Contas do Estado e Tribunais de Contas dos Municípios) Judiciário e Ministério Público, bem como Autarquias, as Fundações Públicas, as Empresas Públicas, as Sociedades de Economia Mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos deverão cumprir as determinações contidas na legislação específica de acesso à informação e promover todas as medidas necessárias para que o cidadão tenha amplo acesso às informações públicas. A Lei de Acesso à Informação (LAI) A Lei de Acesso à Informação veio para re- gulamentar um direito já previsto na Cons- tituição, que é o direito que todos têm de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, a não ser aquelas cujo sigilo seja imprescindí- vel à segurança da sociedade e do Estado. Com o estudo e a compreensão dos princípios que veremos agora, você enten- derá melhor o que pretendia o legislador quando criou a Lei de Acesso à Informação. Existem princípios, que você não pode deixar de saber, responsáveis por guiar os atos da administração pública. Eles são pensados para que ela se comporte da ma- neira mais justa possível, sem distinção de qualquer natureza. São eles: • Princípio da Legalidade: A adminis- tração pública deve sempre se guiar pelo que diz a lei. O prefeito, o governador e o presidente, por exemplo, não podem tomar decisões contrárias a lei; • Princípio da Impessoalidade: Todos devem ser tratados igualmente pela admi- nistração pública, sem distinção de qual- quer natureza. Não se deve levar em conta interesses particulares próprios ou de ter- ceiros, ou seja, não se pode conceder ou negar a informação pretendida por força de influência política, mas se deve sempre observar o que está disposto na lei, garan- tindo, assim, a igualdade de tratamento para todos; • Princípio da Moralidade: A adminis- tração pública deve-se guiar pela ética e a honestidade, buscando sempre o bem para a coletividade, para todos; • Princípio da Publicidade: Os atos pra- ticados pela administração pública, em regra, devem ser divulgados oficialmente para que atinjam conhecimento público e, assim, possibilitar o seu controle social; • Princípio da Eficiência: Consiste em al- cançar o maior resultado prático possível em favor da população com o menor custo financeiro para a administração pública e, consequentemente, para a sociedade. Esses princípios, se não o são, deve- riam ser seguidos e devem ser exigidos. E agora que já conhecemos os princípios que inspiraram a Lei de Acesso à Informação, será mais fácil compreender como funciona o seu modelo no estado do Ceará. Quer saber como é isso? Vejamos no tópico a seguir. FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE72 O modelo do Sistema Estadual de Acesso à Informação no Estado do Ceará A ideia é fazer com que todos os poderes e órgãos se unam em torno de um só ob- jetivo: possibilitar amplo acesso às infor- mações públicas para o maior número de cidadãos/Cidadãs. Para isso, o estado do Ceará criou o Sis- tema Estadual de Acesso à Informação, que você passará a conhecer a partir de agora. Comitê Setorial de Acesso à Informação (CSAI) Existem, em todos os órgãos e entida- des do Poder Executivo Estadual, os Comi- tês Setoriais de Acesso à Informação (CSAI), que têm a finalidade de assegurar o aces- so imediato à informação disponível. Por exemplo, o CSAI do Gabinete do Governador, o CSAI da Cagece, o CSAI da Controladoria e Ouvidoria Geral do Estadual, entre outros. O acesso às informações é fácil e rá- pido! Basta acessar os seguintes canais: acessoainformacao.ce.gov.br e/ou ouvi- doria.ce.gov.br; Central de Atendimento Telefônico nº155 (8 às 20h - segunda a sexta-feira); E-mail: ouvidoria.geral@cge.ce.gov.br; Facebook: facebook.com/cgeceara; Twitter: @cgeceara Comitê Gestor de Acesso à Informação (CGAI) O CGAI é responsável por decidir so- bre a classificação das informações si- gilosas, sendo composto por diversos órgãos coordenados no Comitê pela Con- troladoria e Ouvidoria Geral do Estado (CGE). Entre eles: Gabinete do Governa- dor, Casa Civil, Procuradoria Geral do Es- tado, Secretaria da Fazenda etc. Para classificação da informação, é ob- servado o seu interesse público, e, a partir de então, utilizado sempre o critério menos restritivo possível. Os prazos máximos são: Classificação da Informação Prazo Ultrassecreta Até 25 (vinte e cinco) anos Ex: Projeto de arquitetura de unidades prisionais; informações referentes a material bélico e controle de armamento. Secreta Até 15 (quinze) anos Ex: Informações estratégicas de articulação para captação de recursos para investimentos do Governo. Reservada Até 5 (cinco) anos Ex: Manifestação de ouvidoria do tipo denúncia. Você Sabia? Que esse banner traz a marca do acesso à informação no Estado do Ceará? Você o encontra em todos os sites de órgãos do Poder Executivo Estadual. Por meio dele, você pode navegar em busca de informações. Acesse: www.cge.ce.gov.br/ index.php/lei-de-acesso Saiba+ Procure conhecer o Decreto Estadual nº 31.199/13, de 30 de abril de 2013, que institui o Código de Ética e Conduta da Administração Pública Estadual. Acesse a sua Biblioteca Virtual no AVA. 73CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS Saiba+ Acesse, em sua Biblioteca Virtual no AVA, a Lei nº 15.175/2012, que define as regras específicas para implementação do disposto na Lei Federal nº 12.527/2011, no âmbito da Administração Pública do Estado do Ceará. Existem casos em que a solicitação de informação pode ser negada?Vamos aprofundar! A própria Lei de Acesso à Informação (LAI) já prevê que, embora as informações, em regra, sejam públicas, existem situações de exceção em que o sigilo (segredo) deve ocorrer. As informações classificadas como sigilosas, são informações públicas, cuja divulgação indiscriminada pode colocar em risco a segurança da sociedade ou do Estado. Por isso, apesar de serem públicas, o acesso a elas deve ser restringido por um período determinado (VER quadro na página 73). A LAI prevê que essas informações podem ser classificadas como reservadas, secretas ou ultrassecretas, conforme o nível de risco que a sua divulgação poderia causar à sociedade e/ou ao Estado. Essa classificação cabe a um Comitê Gestor, que analisa, caso a caso, as informações públicas, julgando se a sua divulgação poderá ou não oferecer mais risco/dano do que vantagem para a coletividade. A LAI determina também que as informações pessoais devem ser resguardadas. Nesse caso, a ideia é proteger a pessoa natural de possíveis danos contra a sua honra, imagem, intimidade e privacidade, protegendo assim os direitos da personalidade contra violações. Para essas informações, o acesso fica restrito pelo prazo máximo de 100 (cem) anos contados a partir da sua produção, independentemente de classificação de sigilo. Sobre o assunto, é importante saber que a Lei permite que você não concorde com a classificação de uma informação, e nesse caso é cabível o pedido de desclassificação ou reavaliação de classificação para a autoridade classificadora. Acesse as perguntas mais frequentes do Governo Federal sobre as exceções da LAI na Biblioteca Virtual do AVA. O Sistema Estadual de Acesso à In- formação é pensado para garantir que as informações possam circular sem difi- culdade. Mas, como enfatizamos, haverá diferenciação entre as informações de in- teresse público e aquelas que são consi- deradas sigilosas. A decisão de tornar uma informação sigilosa não é definida simplesmente pela vontade do gestor. Para que ela possa ser assim classificada, a lei prevê algumas condi- ções que serão avaliadas pelo Comitê Gestor de Acesso à Informação, entre as quais: • Pôr em risco a defesa e/ou a soberania nacional; • Prejudicar ou pôr em risco a negociação ou as relações internacionais do país; • Pôr em risco a vida, segurança ou a saúde da população; • Oferecer alto risco à estabilidade finan- ceira, econômica ou monetária do país; • Prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicas de órgãos de segu- rança pública do Estado; • Prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científi- co ou tecnológico, assim como sistemas, bens, instalações ou áreas e interesse es- tratégico estadual; • Pôr em risco a segurança de institui- ções ou de autoridades estaduais e seus familiares; • Comprometer atividades de inteligên- cia, bem como de investigação ou fiscali- zação em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações. Caso a informação solicitada não seja fornecida, cabe recurso inicialmente ao Co- mitê Gestor de Acesso à Informação e, em última instância administrativa, ao Conselho Estadual de Acesso à Informação (CEAI), que você conhecerá, um pouco, agora. Conselho Estadual de Acesso à Informação (CEAI) O Conselho Estadual de Acesso à In- formação é quem dá a última palavra no Sistema de Acesso à Informação, revendo a classificação de informações ultrasse- cretas ou secretas, prorrogando o prazo de sigilo de informação classificada como ul- trassecreta, sempre por prazo determina- do, enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça à segurança da sociedade e/ou do Estado. O CEAI é composto pelos seguintes poderes e órgãos: Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judiciário, Ministério Pú- blico e Tribunal de Contas do Estado. Importante: O Conselho é a última instân- cia recursal do Sistema Estadual de Aces- so à Informação. FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE74 Entendendo o que é a Informação Pública Muito falamos sobre o acesso à infor- mação, mas, afinal, o que é informação? São dados, processados ou não, que podem ser utilizados para a produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato. Esses dados são chamados de pro- cessados quando passam por qualquer operação ou tratamento por meio de pro- cessamento eletrônico ou de automati- zação com o emprego da tecnologia da informação. A tecnologia como aliada ao desenvolvimento da cultura do acesso à informação Eleger a utilização da tecnologia para estabelecer os meios de comunicação com o(a) cidadão(ã) é tendência mundial. Ora, a internet já é uma realidade na vida de mui- tas pessoas e o seu acesso, atualmente, é bastante facilitado, principalmente depois de sua inserção por meio de aparelhos te- lefônicos. Além da acessibilidade possibili- tada pela tecnologia, ela também favorece a cultura do acesso à informação, na me- dida em que a sua capacidade de armaze- namento de dados possibilita fornecer ao cidadão informações geradas no passado e preservá-las para o futuro. Os órgãos da administração pública e as entidades que recebem recursos trans- feridos por eles têm que divulgar em seus O Portal da Transparência sítios na Internet as informações que sejam de interesse público, independentemente de qualquer requerimento ou solicitação. O Portal da Transparência é a maior fonte, disponível para todos, de informa- ções de interesse geral e coletivo. O seu conteúdo é atualizado diariamente e o seu acesso é fácil, imediato e confiável. Confira: transparencia.ce.gov.br Do que se trata esse Portal? Conforme a Lei Estadual nº 13.875/2007 e o Decreto nº 30.939/2012, o Portal da Transparência tem como objetivo possibi- litar que o cidadão se torne um fiscal das ações públicas, aumentando a transparên- cia da gestão e o combate à corrupção no estado do Ceará. Por meio deste canal, os cidadãos têm fácil acesso a diversas informações impor- tantes do Governo Estadual. Entre elas: as receitas e despesas do Governo (Lei Comple- mentar Federal nº 131/2009) e o acompa- nhamento de contratos e convênios firmados entre Governo e outros parceiros, políticas, resultados de ações, além de diversos indica- dores socioeconômicos de interesse público, que podem também influenciar na atração de investidores externos para o estado. Segundo o Ranking da Transparên- cia, elaborado pelo Ministério Público Fe- deral a partir da avaliação dos Portais da Transparência, o estado do Ceará está entre os 10 estados com maior índice de transparência. São objetivos do Portal da Transpa- rência (resumo): • Possibilitar que o cidadão se torne um fiscal das ações públicas; • Contribuir para a boa e correta aplica- ção dos recursos públicos; • Aumentar a transparência da gestão e o consequente combate à corrupção. Ranking da Transparência: combateacorrupcao.mpf.mp.br/ ranking/mapa-da-transparencia/ arquivos-pdf/nacional2.pdf 75CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS Daí, podermos afirmar que o Portal da Transparência é uma relevante ferramenta de transparência ativa. Não havíamos falado nisso até agora, mas a partir dos próximos tópicos, você saberá distinguir a Transparência Ativa da Passiva. Transparência Ativa Caracteriza-se pela obrigação que os órgãos e entidades têm de, independente- mente de requerimento de qualquer cida- dão/cidadã, divulgar em seus sítios na in- ternet informações que sejam de interesse coletivo ou geral por ele produzidas ou que estejam sob a sua proteção. O Portal da Transparência é o melhor exemplo disso. Acho que é uma boa hora de você dar umaespiadinha nele, não é? Aces- se: transparencia.ce.gov.br Nele, você poderá livremente pesquisar e copiar arquivos disponíveis sem precisar se identificar ou solicitar qualquer consen- timento. Não é uma boa? Também poderá terá acesso a contra- tos licitados pelos órgãos; saber de salários dos servidores; acompanhar as contas pú- blicas do Estado, especialmente no que se refere à captação a aplicação dos recursos; os contratos e parcerias firmadas pelo Go- verno; empreendimentos e resultados da ação governamental; registro de despesas; registro de qualquer repasse ou transferên- cias de recursos financeiros; informações sobre procedimento licitatório; acompa- nhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades, entre outras informações públicas. Transparência Passiva A transparência passiva acontece quando o cidadão solicita de algum órgão informações que sejam de interesse geral ou coletivo e não protegidas pelo sigilo. O interessado, usuário(a), deve apresentar pedido de acesso à informação aos órgãos e entidades por meio de requerimento aos Serviços de Acesso à Informação. São eles: O Sistema de Ouvidoria (SOU): acessoainformacao.ce.gov.br e ouvidoria.ce.gov.br A Central de Atendimento Telefônico nº 155 E-mail: ouvidoria.geral@cge.ce.gov.br Facebook: facebook.com/cgeceara Twitter: @cgeceara Você Sabia? Que após cinco anos da data de criação da Lei de Acesso à Informação do Estado do Ceará, os números já apontam uma maior conscientização da população de que o caminho para a cidadania passa pela informação? A demonstração dessa consciência cidadã é o crescimento no número de acessos ao Portal da Transparência. Não deixe de acessar você também. Acesse: transparencia.ce.gov.br Saiba+ Acesse aqui e click no banner para solicitação de informação www.cge.ce.gov.br/index. php/lei-de-acesso Transparência Passiva: É quando o cidadão(ã) necessita de uma informação ou documentação que não está disponível nos sites dos órgãos ou no Portal da Transparência, e ela, a informação, não está classificada como reservada, secreta ou ultrassecreta. FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE76 Para valer a transparência, a Controla- doria e Ouvidoria Geral do Estado (CGE), em seu sítio eletrônico, divulga relatório esta- tístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos, não atendidos e indeferidos de todos os ór- gãos e entidades do Poder Executivo Es- tadual, bem como informações genéricas sobre os solicitantes. Importante destacar que, tanto as informações emitidas por meio da trans- parência ativa, como pela transparência passiva, devem estar em linguagem cla- ra e de fácil compreensão para qualquer pessoa. A LAI exige isso! Afinal, um povo bem informado, com embasamento e argumentos para as suas exigências, tem maiores condições de reivindicar dos seus representantes os seus direitos. Essa consciência cidadã pode gerar uma verdadeira transformação social, na qual possíveis desvios de conduta e de re- cursos serão identificados e corrigidos mais rapidamente, evitando, reduzindo e comba- tendo assim a corrupção. E não é isso que desejamos: o fim da corrupção, o destino adequado para os recursos públicos, me- lhores serviços de educação, cultura, saúde, segurança, moradia, lazer, melhoria de qua- lidade de vida? Acredite: com o acesso amplo à infor- mação é possível uma verdadeira mudança cultural. Mas não basta a informação estar no Portal ou em qualquer outro meio. Você, enquanto cidadão, tem que se interessar em saber mais e participar. Os canais você já conhece. Agora, utilize-os! O que muda para você? Para solicitar informação relativa ao Poder Judiciário do Estado do Ceará, pode-se acessar: tjce.jus.br. Clique em “Fale conosco - Ouvidoria Geral”. Para solicitar informações relativas à Prefeitura de Fortaleza, o acesso pode ser realizado por meio do seguinte endereço eletrônico: acessoainformacao. fortaleza.ce.gov.br Para solicitar informações relativas ao Governo Federal, o acesso pode ser feito por meio do seguinte endereço eletrônico: esic.cgu.gov.br 77CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS Casos práticos de acesso à informação A teoria relacionada com o direito que todo cidadão tem de obter a informação pública foi amplamente visto neste fascículo. Agora, abordaremos alguns casos práticos do coti- diano para possibilitar que você tenha maior compreensão de que este estudo tem tudo a ver com a sua vida e que pode ser bastante útil não apenas para você, mas para a comu- nidade na qual se insere. Imagine: Caso 1 – Maria das Graças é mãe de José Maria, criança de 7 anos que precisou de atendimento médico no Posto Azul, pró- ximo à sua casa. A espera pelo atendimento foi muito longa, o que levou Maria a se per- guntar qual era a quantidade de médicos na- quele posto e qual a média de atendimentos ali realizados. Inquieta, fez uma solicitação de informação para a Ouvidoria Municipal: “Gostaria de saber o número de médicos, por turno, no Posto Azul e a quantidade de atendimentos por turno realizados no ano de 2016”. Com a resposta e os dados obtidos, Maria registrou uma manifestação de Ou- vidoria sugerindo à Secretaria de Saúde do Município que aumente o número de médi- cos para atendimento no Posto Azul. Atitudes como a de Maria das Graças fazem a diferença. Conhecer, se inquietar, tomar a decisão e agir, faz com que os ser- viços públicos verdadeiramente atendam às necessidades da população. Caso 2 – Pedro Mariano é proprietário de um mercadinho na rua da Saudade. Vá- rios de seus clientes têm noticiado casos de insegurança pública nas redondezas de seu comércio. Preocupado, Pedro Mariano regis- trou um pedido de solicitação de informação à Secretaria de Segurança Pública do Estado: “Quais são as medidas preventivas que es- tão sendo tomadas para prevenir assaltos na rua da Saudade?” A Secretaria de Segurança Pública respondeu a Pedro Mariano que na- quela região tinha, sim, uma viatura da polí- cia fazendo ronda durante todo o dia e que havia previsão, devido ao aumento de casos de violência, de se colocar mais uma viatura para realizar a ronda preventiva. Caso 3 – No bairro da d. Antônia, está sendo construída, há tempos, uma creche. Ela registro a seguinte solicitação de infor- mação à Secretaria da Educação da Prefei- tura Municipal: “Quanto vai custar, ao final, a construção da Creche do Bairro da Amizade e qual o valor que já foi pago, até então, para a obra?”. Com a resposta recebida, a dona Antônia registrou uma denúncia na Ouvi- doria, pois a obra encontrava-se parada há muito tempo e não vinha ninguém, e que, de acordo com a informação, a obra já havia recebido muitos dos recursos destinados à sua construção. A União, os estados e os municípios têm competências expressamente de- limitadas na Constituição, de modo que cada um deve agir de acordo com a maté- ria que lhe é relacionada. Daí, você pode se perguntar: “Como faço para descobrir se o responsável pela informação que necessito é a União, o estado ou o município?” A seguir, para ajudá-lo(a), listamos al- gumas atribuições de cada ente: União (Governo Federal) • Manter relações com Estados es- trangeiros e participar de organizações internacionais; • Declarar a guerra e celebrar a paz; • Assegurar a defesa nacional; • Autorizar e fiscalizar a produção e o co- mércio de material bélico; • Emitir moeda; • Elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; • Manter o serviço postal e o correio aé- reo nacional. Exemplos de Informações que podem ser solicitadas ao Governo Federal: Informa-ções sobre a segurança Nacional; serviço de emissão de moeda; relações internacionais com outros países, Correios, entre outras. Estado (Governo Estadual) As responsabilidades do estado mu- dam de acordo com cada Constituição Es- tadual. Aqui, algumas competências do es- tado do Ceará: • Promoção de medidas de caráter pre- ventivo sobre o fenômeno das secas; • Exploração, diretamente ou median- te autorização, concessão ou permissão FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE78 através de concorrência pública, dos ser- viços de transporte rodoviário intermuni- cipal de passageiros que não transponham os limites estaduais; • A prestação de assistência jurídica inte- gral e gratuita aos que comprovarem insufi- ciência de recursos (Ex: Defensoria Pública); • Defesa do Meio Ambiente; • Exploração, diretamente ou mediante concessão, na forma da lei, dos serviços de gás canalizado em seu território. Exemplos de Informações que podem ser solicitadas ao Governo Estadual: ações relacionadas ao combate da seca; serviços de transporte público interestadual; fun- cionamento de hospitais; investimento na Defensoria Pública, entre outros. Município (Governo Municipal) • Transporte público coletivo; • Manter juntamente com o Governo Fe- deral e Municipal a Educação Infantil e Ensi- no Fundamental; • Prestar, com a cooperação técnica e fi- nanceira da União e do estado, serviços de atendimento à saúde da população; • Promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legisla- ção e a ação fiscalizadora federal e estadual. Exemplos de informações que podem ser solicitadas ao Governo Municipal: fun- cionamento de creches, hospitais munici- pais, postos de saúde, serviço de transporte público no município, entre outros. Considerações finais O caminho do acesso à informação conduz a um futuro próspero, alicerçado na verdade e na transparência, gerando na so- ciedade o sentimento de confiança e inte- resse em participar na gestão pública, como em um diálogo, possibilitando assim o exercício da cidadania e do controle social. Com a cultura do acesso à informação, o Estado se aproxima cada vez mais da so- ciedade, que, por sua vez, estará mais pre- parada para contribuir com a melhoria dos serviços públicos, reivindicando seus direi- tos, cumprindo seus deveres e proporcio- nando para as futuras gerações uma socie- dade mais justa, esclarecida e participativa. Inquiete-se, busque informações, exercite o seu direito de conhecer e partici- par da vida do seu município, do seu estado e de seu país. Você, a sua comunidade, os seus filhos e netos, enfim, as futuras gerações serão beneficiadas e impactadas por meio da prá- tica de uma cidadania ativa. Experimente: participe! Agora você já sabe qual é o caminho! Referências 1. Manual da Lei de Acesso à Informação para Estados e Municípios. Disponível em: http:// encurtador.com.br/jkwHT. Acesso em 04 de abril de 2017. 2. BARCELOS, Ana Paula de. Acesso à Informação: os princípios da Lei nº. 12.527/2011. Disponível em: < https://goo.gl/ GukfaS> Acesso em: 11 de abril de 2017. 3. BENTO, Leonardo Valles. Acesso a informa- ções públicas: princípios internacionais e o direito brasileiro. Curitiba: Juruá, 2015. 4. BRASIL. Lei nº. 12.527/2011. Regula o acesso a informações. Disponível em: http:// zip.net/bpkZf5. Acesso em: 05 de abril de 2017. 5. BRASIL. Decreto Lei nº. 7.724/2012. Regu- lamenta a Lei nº. 12.527. Disponível em: http:// zip.net/bttJq1. Acesso em: 05 de abril de 2017. 6. Cartilha Caminhos da Cidadania (CGE). Disponível em: http://zip.net/bdtJdY. Acesso em: 11 de abril de 2017. 7. CEARÁ. Constituição do Estado do Ceará. Disponível em: http://encurtador.com.br/jDPV1. Acesso em: 27 de junho de 2017. 8. CEARÁ. Lei nº. 15.175/2012. Lei Estadual de Acesso à Informação do Estado do Ceará. Disponível em: http://zip.net/bctHFn. Acesso em: 05 de abril de 2017. 9. CEARÁ. Decreto nº. 31.199/2013. Dispõe sobre a organização e funcionamento dos Comitês Setoriais de Acesso à Informação e dos Serviços de Informações ao Cidadão. Disponível em: file:///C:/ Users/Juliana/Downloads/Decreto%20N.%20 31.199%20(1).pdf. Acesso em: 05 de abril de 2017. 10. CEARÁ. Decreto nº. 31.239/2013. Dispõe sobre a organização e funcionamento do Comitê Gestor de Acesso à Informação. Disponível em: file:///C:/ Users/Jul iana/Downloads/DECRETO%20 N%C2%BA%2031.239_Estrutura%20CGAI%20 (2).pdf. Acesso em : 05 de abril de 2017. Conheça outros canais de acesso à informação Portal da Transparência da União: www.portaltransparencia.gov.br Portal da Transparência de Fortaleza: transparencia.fortaleza.ce.gov.br Portal da Transparência do Ceará: www.transparencia.ce.gov.br Portal da Transparência do Tribunal de Contas do Estado do Ceará: www.tcm.ce.gov.br/transparencia Portal da Transparência do Ministério Público do Estado do Ceará: www.mpce.mp.br/portal-da-transparencia 79CIDADANIA PARTICIPATIVA: CONTROLE SOCIAL AO ALCANCE DE TODOS Juliana Cidrão Castelo Sales Graduada em direito pela Faculdade 7 de Setembro, com especialização em Direito do Estado pela Universidade Anhanguera - Uniderp. Mestranda em Relações Privadas, Direitos Humanos e Desenvolvimento pelo Centro Universitário 7 de Setembro. Exerceu o cargo de ouvidora setorial da Secretaria Especial da Copa e da Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado. Atualmente, presta assessoria na área de Gestão Pública Municipal. SOBRE A AUTORA FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) | Presidência João Dummar Neto | Direção Geral Marcos Tardin UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (Uane) | Coordenação Geral Ana Paula Costa Salmin | Cidadania ParticipATIVA: controle social ao alcance de todos | Coordenação Geral e Editorial Raymundo Netto | Coordenação de Conteúdo Thais Pinheiro Holanda | Coordenação Pedagógica Ana Paula Costa Salmin | Edição de Design Amaurício Cortez | Projeto Gráfico Alessandro Muratore | Editoração Eletrônica Cristiane Frota | Ilustrações Rafael Limaverde | Audiofascículos Alexandra Souza | Catalogação na Fonte Cássia Barroso Alves Este fascículo é parte integrante da coleção Cidadania ParticipATIVA: controle social ao alcance de todos, em decorrência do contrato celebrado entre a Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado do Ceará e a Fundação Demócrito Rocha, sob o nº 01/2017. | ISBN 978-85-7529-802-2 Todos os direitos desta edição reservados à: Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora CEP 60.055-402 - Fortaleza- Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 | Fax (85) 3255.6271 fdr.org.br fundacao@fdr.org.br Realização Apoio 11. CEARÁ. Resolução nº. 001/2013. Aprova o regulamento que dispõe sobre a organização e funcionamento do Conselho Estadual de Acesso à Informação. Disponível em: file:///C:/Users/ J u l i a n a / D o w n l o a d s / R e s o l u % C 3 % A 7 % - C3%A3o%2001-2013.pdf. Acesso em: 05 de abril de 2017. 12. Com a lei de acesso mais antiga do mundo, Suecos tem confiança na política nacional. Disponível em: http://zip.net/bjtHGY. Acesso em: 05 de abril de 2017 13. ELAINA, Jeniffer. John Naisbitt: um futuró- logo consagrado. Disponível em: https://goo. gl/IpXOvF. Acesso em: 11 de abril 2017. 14. Manual da Lei de Acesso à Informação para Estados e Municípios. Disponível em: http://encurtador.com.br/jkwHT. Acesso em 04 de abril de 2017. 15. Convenção para a Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais. Disponível em: http://zip.net/bttJqf. Acesso em: 16 de abril de 2017 16. Convenção Americana Sobre Direitos Humanos. Disponível em: http://zip.net/ bhsw0P. Acesso em: 16 de abril de 2017. 17. UNESCO. Liberdade de Informação: um estudo de direito comparado. Disponível em: http://zip. net/bttJq2. Acesso em: 17 de abril de2017. 18. Ranking Nacional da Transparência. Dispo- nível em: http://www.rankingdatransparencia. mpf.mp.br/. Acesso em: 06 de setembro de 2017.
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