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AULA 4 - DIREITO À SAÚDE

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DIREITO À SAÚDE 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
• Aspectos de inadequação do sistema de saúde motivaram o 
poder legislativo a propor transformações radicais no sistema 
de saúde brasileiro, quando da elaboração da CF/1988. 
INTRODUÇÃO 
• Quadro de doenças diversas; 
• Má gestão dos recursos públicos aliada à falta de transparência dos gastos 
públicos e falta de controle; 
• Excessiva centralização; 
• Escassez de recursos para a saúde; 
• Desperdício do dinheiro público (em torno de 30%); 
• Baixa cobertura e exclusão dos mais pobres; 
• Indefinição de competências; 
• Descoordenação nas ações; 
• Insatisfação dos profissionais e da população; 
• Baixa qualidade dos serviços; 
• Etc... 
 
INADEQUAÇÕES 
DIAGNÓSTICO DOS FATORES DE INADEQUAÇÃO 
PROPOSTAS DO CNS DE 1986 
CF/88 contendo aspectos relevantes sobre a Saúde: 
1. Conceito de Saúde mais abrangente – Saúde não é só a ausência de doença e sim tem 
como determinantes e condicionantes o meio físico, sócio cultural e econômico, os 
fatores biológicos, e a oportunidade de acesso aos serviços que visem a promoção, 
proteção e recuperação da saúde – política governamental ampla; 
2. CF/88 legitima o direito de todos, sem discriminação às ações de saúde em todos os 
níveis e o dever do Estado no sentido de provê-la; 
3. CF/88 estabelece o SUS – rede regionalizada, hierarquizada e descentralizada, com 
direção única em cada esfera de governo e sob o controle dos usuários; 
DIREITO À SAÚDE 
1986 - 8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE 
 
Participação Popular 
 
1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL CRIA O SUS 
 
Criado com o propósito de alterar a situação de desigualdade na assistência 
à saúde da população, universalizando o acesso ao atendimento, tornando 
obrigatório o atendimento público e gratuito a qualquer pessoa. 
Legitima o direito de todos sem qualquer discriminação às ações 
de saúde em todos os níveis, assim como, explicita que o dever 
de prover o pleno gozo desse direito é responsabilidade do 
Governo, isto é, do poder público. 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
• Trata-se de um direito social arrolados no caput do art. 6º da 
Constituição Federal de 1988. 
 
A SAÚDE COMO UM 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
CF/88 - Art. 6º - São direitos sociais a educação, 
a SAÚDE, a alimentação, o trabalho, a moradia, 
o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. 
• E em outros dispositivos constitucionais como o Art. 196. 
• O direito à saúde é um dever do Estado, sendo inerente ao 
direito à vida com dignidade; 
A SAÚDE COMO UM 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
CF/88 - Art. 196. A saúde é direito de todos e 
dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do 
risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação. 
• É uma nova formulação política e organizacional para 
reordenamento dos serviços e ações de saúde estabelecido 
pela CF/88; 
 
• Segue a mesma doutrina e os mesmos princípios 
organizacionais em todo território nacional, sob a 
responsabilidade das 3 esferas autônomas de Governo: 
Federal, Estadual e Municipal; 
O QUE É O SUS 
DEFINIÇÃO 
Conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições 
públicas federais, estaduais e municipais da administração direta e indireta 
e das fundações mantidas pelo poder público. 
 
 
SUS não é um serviço ou uma instituição, mas um SISTEMA, que significa 
um conjunto de unidades. 
DEFINIÇÃO 
 
• SISTEMA: conjunto de várias instituições dos governos e do setor 
privado contratado e conveniado, que interagem para um fim comum. 
• ÚNICO: a mesma doutrina e a mesma forma de organização em todo 
país, ou seja, os mesmos princípios. 
 
• Destinado à toda população e financiado com recursos arrecadados 
dos impostos que são pagos pela população 
CONSTITUIÇÃO DO SUS 
FAZEM PARTE DO SUS: 
• Centros e postos de saúde, 
• Hospitais, 
• Laboratórios, 
• Hemocentros, 
• Fundações e Institutos de Pesquisa. 
 
• É formado por instituições dos três níveis de governo: União, 
Estados e Municípios. 
 
• O setor privado participa de forma complementar por meio de 
contrato e convênios de prestação de serviços. 
 
ÁREAS DE ATUAÇÃO 
• Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; 
• Controle e fiscalização de alimentos, água e bebidas para o consumo 
humano; 
• Orientação familiar; 
• Participação na área de saneamento; 
• Participação na preparação de recursos humanos; 
• Saúde do trabalhador; 
• Vigilância epidemiológica; 
• Vigilância nutricional; e 
• Vigilância sanitária. 
PÚBLICO X PRIVADO 
 
 
PRIVADO 
 
 
• Só tem direito quem adere ao 
plano. 
• Só tem direito quem pode pagar. 
• A finalidade é o lucro. 
• Idosos pagam mais caro. 
• Só realiza atendimento médico 
hospitalar. 
• Há planos que não cobrem 
internação e procedimentos 
complexos. 
• Não tem compromisso com a 
prevenção de doenças 
 
PÚBLICO 
 
• Todos têm direito, desde o 
nascimento. 
• Os serviços são gratuitos. 
• A finalidade é a promoção e a 
recuperação da saúde. 
• Não há discriminação. 
• Dá atendimento integral. 
• Realiza prevenção de doenças e 
campanhas educativas em saúde 
 
• Baseado em preceitos Constitucionais, a construção do SUS se norteia pelos Princípios da: 
– 1. UNIVERSALIDADE: é a garantia de atenção à saúde, por parte do sistema, à todo 
cidadão; 
– 2. EQUIDADE: é assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a 
complexidade que cada caso requeira. Todo cidadão é igual perante o SUS e será 
atendido conforme suas necessidades até o limite do que o sistema pode oferecer; 
– 3. INTEGRALIDADE: cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade. 
As unidades prestadoras de serviços formam um todo indivisível e devem ser capazes de 
prestar assistência integral. O homem é um ser integral, bio psico social e será tendido 
de forma holística; 
DOUTRINA DO SUS 
Todas as unidades prestadoras de serviços em seus diferentes 
graus de complexidade, formam um todo INDIVISÍVEL, capaz de 
prestar ATENÇÃO INTEGRAL. 
CF/88 - Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao 
Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e 
controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, 
também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. 
Leis orgânicas da Saúde 
Principio da Complementariedade 
CF/88 - Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, 
Principio da Regionalização e Hierarquização 
REGIONALIZAÇÃO 
 
HIERARQUIZAÇÃO 
Os serviços são organizados em nível de 
complexidade tecnológica crescente, dispostos 
numa área geográfica delimitada e com definição 
da população a ser atendida; 
RESOLUTIVIDADE 
Quando o indivíduo busco o atendimento ou 
quando surge um problema de impacto coletivo 
sobre a saúde, o serviço correspondente deve 
estar capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até 
o nível de sua competência; 
DESCENTRALIZAÇÃO 
É entendido como uma redistribuição das 
responsabilidades quanto às ações e serviços de 
saúde entre os vários níveis do governo, a partir 
da ideia de quanto mais perto do fato for tomada 
a decisão mais chance haverá de acerto; 
PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS 
REGIONALIZAÇÃO 
HIERARQUIZAÇÃO 
TERCIÁRIO: Hospitais de referênciaque resolvem os 5% dos casos 
restantes dos problemas de Saúde; 
SECUNDÁRIO: O nível terciário resolve 
15% dos problemas em saúde – 
representado pelos Centros de 
Especialidades 
PRIMÁRIO: O nível primário é 
responsável por resolver 80% dos 
problemas em saúde – representados 
pelas Unidades Básicas de Saúde; 
DESCENTRALIZAÇÃO 
MUNICIPALIZAÇÃO DA 
SAÚDE 
• Profunda redefinição dos vários níveis de governo com nítido reforço do poder 
Municipal sobre a saúde; 
• A maior responsabilidade na promoção das ações de saúde diretamente voltada 
para o cidadão. 
GESTÃO 
PARTICIPATIVA 
É a garantia Constitucional de que a população, 
através de suas entidades representativas, poderá 
participar do processo de formulação das 
políticas de saúde e do controle da sua execução, 
em todos os níveis desde o federal até o local 
PARTICIPAÇÃO DOS 
CIDADÃOS 
CONSELHO DE SAÚDE – representação paritária de usuários, governo, profissionais de 
saúde e prestadores de saúde, com poder deliberativos sobre as principais questões que 
envolve a saúde. 
CONSELHO NACIONAL 
DE SAÚDE 
CONSELHO ESTADUAL 
DE SAÚDE 
CONSELHO 
MUNICIPAL DE SAÚDE 
PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS 
CONFERÊNCIAS E CONSELHOS DE 
SAÚDE 
COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO 
Cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e 
na sequencia, complementar a rede assistencial com o 
setor privado, com os mesmos conceitos de 
regionalização, hierarquização e universalidade; 
PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS 
1. Celebração de contrato conforme as normas de direito público, ou seja, o interesse 
público deve prevalecer sobre o particular; 
2. A instituição privada deverá estar de acordo com os princípios e normas técnicas do 
SUS. Prevalecem, assim, os princípios da Universalidade, Equidade, etc..., como se o 
serviço privado fosse público, uma vez que, quando contratado, atua em nome 
deste; 
3. A integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica organizada pelo 
SUS, em termos de posição definida na rede regionalizada e hierarquizada dos 
serviços. Dessa forma, em cada região deverá ser claramente estabelecido, 
considerando-se os serviços públicos e privados contratados, quem vai fazer o quê, 
em que nível e em que lugar; 
4. Preferência dos serviços não lucrativos conforme a CF; 
PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS 
A CF definiu que quando, por insuficiência do setor público, for necessário a 
contratação do serviço privado, isso deve-se dar sob 03 condições:

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