Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PATOLOGIA BÁSICA INFLAMAÇÃO Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Conteúdo Programático desta aula Explicar o processo inflamatório. Explicitar os sinais cardinais da inflamação. Descrever os fenômenos da inflamação. Analisar os mecanismos anti-inflamatórios. Avaliar os tipos as formas de inflamações. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Inflamação ou flogose (da latim inflamare e do grego phagos, que significam pegar fogo): é uma reação dos tecidos vascularizados a um agente agressor caracterizada pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício. “é uma resposta vascular a injúria” Causas Infecção Trauma Injúria física (extremos de temperatura ou radiação ionizante) Injúria química Injúria imunológica Tecido morto (alterações infamatórias ocorrem no tecido viável adjacente a áreas necróticas) Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Abscesso agudo em ângulo mandibular. Veja a coloração avermelhada (eritematosa) que a reação inflamatória aguda origina. O local da inflamação é extremamente quente devido ao aumento da vascularização e do aporte sanguíneo. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica A inflamação constitui um mecanismo de defesa local, exclusivo de tecidos mesenquimais lesados. Pode ser definida como sendo uma... "... resposta local do tecido vascularizado agredido, caracterizada por alterações do sistema vascular, dos componentes líquidos e celulares, bem como por adaptações do tecido conjuntivo vizinho". Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica SINAIS CARDINAIS RUBOR (vermelho devido a dilatação dos vasos) DOR (devido ao aumento da pressão exercido pelo acúmulo de fluído intersticial e devido mediadores químicos como a bradicinina) CALOR (devido ao aumento do fluxo sangüíneo) TUMOR (devido ao acúmulo extravascular de fluído) PERDA DA FUNÇÃO Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Leucodiapedese, um mecanismo de migração dos leucócitos (L) para fora da luz vascular. Esta é uma das modificações celulares que ocorrem durante a inflamação. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica INFLAMAÇÃO AGUDA Alterações no calibre vascular: Aumento da permeabilidade vascular: Contração endotelial (formando lacunas intercelulares) Retração juncional Agressão endotelial direta (com necrose e descolamento endoteliais) Agressão endotelial mediada por leucócitos Extravasamento a partir de capilares em regeneração. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica INFLAMAÇÃO AGUDA Eventos celulares: Diapedese leucocitária e fagocitose Marginação leucocitária Rolagem Adesão Diapedese leucocitária Quimiotaxia Ativação leucocitária Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Saída de células e líquidos de dentro do vaso. Esse fenômeno corresponde à fase exsudativa, a qual é resultado da fase irritativa e da fase vascular. Note como se abrem grandes fendas na parede vascular para permitir a passagem da célula. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Tecido necrótico (necrose por liquefação) em abscesso, um processo de inflamação aguda. Os quadros de destruição tecidual fazem parte das inflamações, assim como as tentativas de reparação dessa destruição concomitantemente à morte do tecido. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Essa foto já ilustra também a página de apresentação da inflamação, em que se mostra a origem grega do termo "flogose", que quer dizer "queimar". Esse verbo indica um sinal cardinal, o calor; aqui ainda distinguimos os outros sinais, ou seja, rubor, tumor (ou aumento de volume), provavelmente dor e perda de função, em que o paciente tem dificuldade de abrir a boca devido ao aumento de volume e à dor. Esse quadro é característico de processos agudos (no caso, é de abscesso agudo em mandíbula) envolvendo praticamente todas as fases da inflamação. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica INFLAMAÇÃO AGUDA Fagocitose Reconhecimento e acoplamento da partícula Englobamento Destruição ou degradação Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO Aminas Vasoativas Histamina Serotonina Sistema proteolítico de contato O plasma contém sistemas proteolíticos que, uma vez ativados, reagem em cascata e produzem efeitos específicos ou geram peptídeos com atividades biológicas importantes na regulação da homeostase, especialmente na microcirculação e sobre as células fagocitátiras Proteases Plasmáticas SISTEMA COMPLEMENTO Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica SISTEMA COMPLEMENTO Conjunto de proteínas (pró-enzimas) que ativam em cascata, formando sobre a célula onde o sistema foi ativado um complexo macromolecular que se aprofunda na membrana e cria um poro hidrofílico através do qual a célula perde eletrólitos e morre. Durante o processo de ativação, são gerados outros produtos com efeitos diversos Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica CASCATA DO COMPLEMENTO Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Alguns mediadores e sua influência, no decorrer do tempo, em relação à quantidade de líquido de edema (exsudação plasmática) que extravasa devido à ação desses fármacos na parede vascular. Veja que a histamina e a serotonina atuam nas primeiras horas, sendo de mediação rápida. Já as cininas atuam mais tardiamente, mas não provocam tanto aumento da permeabilidade vascular (há diminuição da quantidade de edema). Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO Como os fatores do complemento afetam a inflamação: Fenômenos vasculares: C3a e C5a (anafilotoxinas) Adesão, quimiotaxia e ativação leucocitária: C5a Fagocitose: C3b e C3bi são opsoninas SISTEMA CININA Gera peptídeos a partir de proteínas plasmáticas chamadas cininógenos através de proteases específicas chamadas calicreína Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO SISTEMA DA COAGULAÇÃO X INFLAMAÇÃO: Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Metabólitos do ácido araquidônico Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica ÁC. ARAQUIDÔNICO Fosfolipídeos da membrana celular Fosfolipases Inibidas pelos esteróides 5HPETEHPETE 5HETE Quimiotaxia Leucotrieno A4 Leucotrieno C4 Leucotrieno D4 Leucotrieno E4 LOX Lipo-oxigenases COX Ciclo-oxigenases Prostaglandina G2 Prostaglandina H2 Prostaglandina PGI2 Tromboxane A2 Leucotrieno B4 PGD2 PGF2 PGF2 Inibição da agregação plaquetária Vasodilatação e promoção do edema Promoção da agregação plaquetária Vasoconstrição Vasodilatação Quimiotaxia Vasoconstrição Broncoespasmo Permeabilidade Inibida pelos AINEs Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO Fator de Ativação plaquetária Citocinas Óxido Nítrico (NO) Componentes lisossômicos dos leucócitos Radicais livres derivados do oxigênio Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica INFLAMAÇÃO CRÔNICA CARACTERÍSTICAS DA INFLAMAÇÃO CRÔNICA: Infiltração por monomorfonucleares (linfócitos, macrófagos e plasmócitos) Destruição tecidual Reparação mediante substituição por tecido conjuntivo (angiogênese e fibrose) INFILTRAÇÃO MONOMORFONUCLEAR Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica INFLAMAÇÃO CRÔNICA REPARAÇÃO POR TECIDO CONJUNTIVO (FIBROSE): Angiogênese Migração e proliferação fibroblástica Deposiçãode matriz extra-celular Maturação e organização do tecido fibroso (remodelamento) Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica INFLAMAÇÃO CRÔNICA INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA Granuloma de corpo estranho Granuloma imunológico LINFÁTICOS NA INFLAMAÇÃO Ajuda a drenar o líquido do edema Agente agressor pode causar linfangites ou linfadenites Pode levar o agente agressor à corrente sangüínea Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica PADRÕES MORFOLÓGICOS Padrões morfológicos nas inflamações agudas e crônicas: Inflamação serosa Inflamação fibrinosa Inflamação supurativa Úlceras Efeitos Sistêmicos na Inflamação Febre: IL-1 e IL-6 Leucocitose Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS CICATRIZAÇÃO POR 1ª INTENÇÃO: Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Fechamento primário ou por primeira intenção Ocorre, classicamente, nas feridas fechadas por aproximação de seus bordos, seja por sutura com fios, clipes ou fita, ou ainda pela utilização de enxertos cutâneos ou fechamento com retalhos. Caracteriza-se por rápida reepitelização e mínima formação de tecido de granulação, apresentando o melhor resultado estético. Este método é empregado geralmente em feridas sem contaminação e localizadas em áreas bem vascularizadas. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Cicatrização por segunda intenção Fechamento secundário ou por segunda intenção ou espontâneo Neste tipo, as feridas são deixadas propositadamente abertas, sendo a cicatrização dependente da granulação e contração da ferida para a aproximação das bordas. Exemplos incluem biópsias de pele tipo punch, queimaduras profundas e feridas infectadas (contagem bacteriana acima de 105 colônias/grama de tecido). Resposta inflamatória reparadora Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Quadro de uma cicatrização por segunda intenção. Acima: cicatrização por segunda intenção numa ferida aberta não infectada. A fenda é primeiramente preenchida por tecido de granulação, o qual se contrai e torna-se uma cicatriz. Abaixo: cicatrização por segunda intenção em uma ferida infectada (as setas vermelhas representam as bactérias). A ferida é preenchida com tecido de granulação, o qual produz pus até as bactérias serem eliminadas. Depois disso o tecido de granulação contrai e produz uma cicatriz. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Vênula exibindo infiltrado inflamatório (composto de líquidos e células) bem próximo à sua parede. Observe como esta é fina e delicada, sendo formada por somente uma camada de células bem espaçadas. Esse detalhe anatômico confere à vênula maior permeabilidade do que a arteríola. Clique sobre a foto e compare com uma arteríola. Ela possui parede bem mais espessada e rija e maior número de células justapostas (HE, 400X). Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Vaso sangüíneo em momento de exsudação, tanto plasmática quanto celular. Veja os poros (P) que surgem entre os endoteliócitos (o meio intravascular está a direita) (HE, 1000X). Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Edema inflamatório oriundo de trauma (batida). Veja que, além do aumento de volume oriundo do acúmulo de líquido, notam-se outros sinais cardinais, como rubor (eritema) e perda de função. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Momento de exsudação plasmática (L) e celular. Veja que há formação de poros (P) entre as células endoteliais (setas), o que permite a passagem de hemáceas e leucócitos. Observe em destaque (círculo cinza) um neutrófilo passando pela parede e outro próximo ao poro. Esses momentos flagrados nesse corte histológico são decorrentes de mecanismos de marginação leucocitária, diapedese e adesividade dessas células aos endoteliócitos (HE, 1000X). Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Fenômenos celulares. Marginação leucocitária (M), paviementação (P), migração para o interstício (MI) e as células fora da luz vascular. Esses fenômenos são guiados por propriedades inerentes às células sangüíneas (como adesividade aos endoteliócitos) e por fatores quimiotáticos (HE, 400X). Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Vemos aqui algumas células inflamatórias comuns de serem detectadas em exames de tecidos inflamados. Canto superior esquerdo: neutrófilo (repare no citoplasma tendendo a eosinofílico (rosa) e o núcleo lobulado); canto superior direito: eosinófilo (o citoplasma é granuloso e sua coloração é bem eosinofílica (rósea); essas duas células são comuns em processos agudos. Canto inferior esquerdo: linfócitos (núcleo basofílico (azul) e citoplasma escasso; podem ser do tipo B ou T); canto inferior direito: monócito (núcleo menos basofílico e citoplasma mais amplo; dará origem ao macrófago); essas duas células são mais comuns em processos crônicos (HE, 1000X). Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Inflamação causada por um agente químico, no caso um cimento cirúrgico (CC). Esse cimento é utilizado após cirurgias, como protetor do local, e em geral não provoca reações no paciente. Veja como esse hospedeiro reagiu a esse agente químico: vemos os sinais cardinais da inflamação e um foco de necrose. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Diferentes padrões morfológicos de inflamações. Ambos foram causados por agentes biológicos, porém o da esquerda foi originado do bacilo da tuberculose e o da direita, de uma bactéria piogênica. No quadro da esquerda temos uma inflamação granulomatosa, e no da direita, uma inflamação supurativa (HE, 100 e 200X). Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Vemos aqui grande quantidade de fungos do gênero Candida, tanto na forma de hifas (H) quanto de esporos (E). As características desse agente, associadas à baixa defesa do hospedeiro, estão propiciando a intensa proliferação desse fungo, como vemos em destaque no círculo, o qual evidencia a esporulação. As células teciduais já apresentam sinais de degeneração, como as vacuolizações que estão evidentes no citoplasma. Esse quadro é de candidíase em um paciente HIV positivo (citologia exfoliativa, 1000X). Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Vemos aqui um quadro exacerbado de gengivite, o qual é causado por agentes biológicos, químicos e físicos, todos atuando conjuntamente. As inflamações aqui presentes são resolvidas mediante tratamento até certo ponto simples e eficaz; porém, se o paciente tiver alguma alteração sistêmica, a resolução dessa inflamação pode ser difícil. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Drenagem da coleção purulenta de um abscesso em mandíbula. A retirada desse conteúdo, aliada a outras medidas terapêuticas, promove a resolução desse foco inflamatório. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Grande quantidade de neutrófilos presentes no tecido adiposo do mesoapêndice cecal; esse tecido, por ser frouxo, permite a intensa difusão de células. Note também a intensa hiperemia (H), característica nesse tipo de inflamação (HE, 200X). Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Hiperplasia gengival medicamentosa. Devido à agressão na gengiva por agente químico (no caso, medicação anticonvulsivante), instala-se um processo inflamatório produtivo, clinicamente observado pelo aumento de volume generalizado por toda a gengiva. Além do medicamento, a placa bacteriana também contribui para o processo inflamatório. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Tuberculose miliar, um exemplo de granuloma difuso, composto, complexo e, provavelmente, imunitário. As setas apontam os focos de caseificação (ou de necrose caseosa), fruto da união de vários granulomas. Nesse tipo de tuberculose, esses focos ocupam todos os espaços aéreos, mapeando os alvéolos pulmonares. Tema da Apresentação AULA 6 Patologia Básica Tema da Apresentação
Compartilhar