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Biossegurança em Odontologia

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BIOSSEGURANÇA 
NA 
ODONTOLOGIA 
 
 
 
 
 
CONTROLE DA 
INFECÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTORES 
Sérgio Luiz Guandalini 
Prof. Adjunto do Departamento de Estomatologia da Universidade Federal do Paraná 
Ex-Presidente da Comissão de Controle de Infecção Odontológica da Universidade Federal 
do Paraná e da Associação Brasileira de Odontologia - Secção Paraná 
Ex-Diretor do Centro de Ensino e Aperfeiçoamento Profissional do Sindicato dos 
Odontologistas no Estado do Paraná 
Especialista em Periodontia pela Associação Odontológica Norte do Paraná 
Norma Suely Falcão de Oliveira Melo 
Profª.Adjunto do Departamento de Estomatologia da Universidade Federal do Paraná 
Presidente da Comissão de Controle de Infecção Odontológica da Universidade Federal do 
Paraná 
 Mestre em Odontopediatria 
 
Eduardo Carlos de Peixoto Santos 
Prof. Adjunto Aposentado da Universidade Estadual de Londrina 
Ex-Prof. de Odontologia da Faculdade Tuiuti de Curitiba 
Ex-Vice Presidente da Comissão de Controle de Infecção Odontológica da Associação 
Brasileira da Odontologia -Secção Paraná. 
Especialista em Saúde Publica pela Escola de Saúde Publica /Universidade Federal do 
Paraná/ FIOCRUZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
PREFÁCIO............................................................................................................................... 
AGRADECIMENTOS.............................................................................................................. 
INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 
COMO CONTROLAR A INFECÇÃO NA 
ODONTOLOGIA....................................................... 
1) MEDIDAS PARA O CONTROLE DA INFECÇÃO NA ODONTOLOGIA.................. 
1.1ANAMNESE................................................................................................... 
2.EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL....................................... 
 2.1GORRO.............................................................................................. 
2.2 AVENTAL.......................................................................................... 
 2.2.1.AVENTAL NÃO CIRÚRGICO E CALÇA.............................. 
 2.2.2.AVENTAL CIRÚRGICO ESTÉRIL........................................ 
 2.2.3.COMO VESTIR O AVENTAL CIRÚRGICO.......................... 
 2.2.4.COMO RETIRAR O AVENTAL............................................. 
2.3 MÁSCARA.......................................................................................... 
 2.3.1. EFICIÊNCIA DA FILTRAÇÃO DAS MÁSCARAS............... 
2.4 ÓCULOS DE PROTEÇÃO............................................................ 
2.5 SAPATILHAS..................................................................................... 
2.6 LUVAS............................................................................................... 
 2.6.1 LUVAS COMERCIAIS......................................................... 
 2.6.2 LUVAS PARA EXAME CLÍNICO........................................ 
 2.6.3 LUVAS DE LÁTEX NÃO ESTÉREIS PARA 
 PROCEDIMENTOS SEMICRÍTICOS.............................. 
2.6.4 LUVAS CIRÚRGICAS ESTÉREIS....................................... 
 2.7 ROUPAS COMPLEMENTARES...................................................... 
2.7.1 CAMPOS CIRÚRGICOS DE MESA..................................... 
2.7.2 CAMPOS PARA O PACIENTE............................................ 
2.7.3CAMPOS PARA O EQUIPAMENTO................................... 
3.PROCEDIMENTO DE LAVAGEM DAS MÃOS 
3.1 TÉCNICA BÁSICA DE LAVAGEM DAS MÃOS......................... 
3.2 TÉCNICA BÁSICA DE LAVAGEM DAS MÃOS SEM ÁGUA E 
SABÃO................................................................ 
3.3 TÉCNICA DE DEGERMAÇÃO CIRÚRGICAS DAS MÃOS 
4.CALÇAMENTO DAS LUVAS............................................................ 
 4.1 – REMOÇÃO DAS LUVAS APÓS PROCEDIMENTO........... 
 5. PREPARO DO PACIENTE....................................................................... 
 5.1.EQUIPAMENTO PARA PROTEÇÃO DO PACIENTE............... 
 5.2.ANTISSEPSIA DO PACIENTE.............................................. 
 5.2.1.ANTISSEPSIA DO PACIENTE PARA 
PROCEDIMENTOS SEMICRÍTICOS.............................................................. 
 5.2.2.ANTISSEPSIA DO PACIENTE PARA 
PROCEDIMENTOS CRÍTICOS............................ 
 5.2.2.1.PREPARO DA BOCA............................ 
 5.2.2.2.PREPARO EXTRABUCAL................................ 
6.ESTERILIZAÇÃO ............................................................................. 
6.1 PRÉ-LAVAGEM..................................................................................... 
 6.1.1.PRÉ-LAVAGEM COM CUBA DE ULTRASOM............................. 
 6.1.2.PRÉ-LAVAGEM POR PROCESSO MANUAL................................ 
 6.2 SECAGEM.............................................................................................. 
 6.3 EMBALAGEM...................................................................................... 
 6.4 MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO....................................................... 
 6.4.1.PROCESSOS FÍSICOS 
6.4.1.1.MICROESFERAS DE VIDRO....................... 
6.4.1.2 FILTRAÇÃO..................................................................... 
6.4.1.3 RADIAÇÕES ESTERILIZANTES POR RAIO GAMA 
 COBALTO 60 ............................................................... 
6.4.1.4.RADIAÇÕES ESTERILIZANTES POR RAIOS 
 ULTRAVIOLETA............................................................... 
6.4.1.4 CALOR SECO-ESTUFA OU FORNO DE 
PASTEUR............. 
6.4.1.5 CALOR ÚMIDO-AUTOCLAVE...................................... 
 6.4.2.PROCESSOS QUÍMICOS.................................................................. 
6.4.2.1.ÓXIDO DE ETILENO............................................................ 
6.4.2.2 PLASMA DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO.................... 
6.4.2.3 SOLUÇÕES QUÍMICAS..................................................... 
6.4.2.4 PASTILHAS DE FORMOL................................................ 
7.MONITORAÇÃO DA ESTERILIZAÇÃO..................................................... 
 7.1 . MONITORAÇÃO QUÍMICA 
 7.2. MONITORAÇÃO BIOLÓGICA....................................................... 
8.DESINFECÇÃO EM ODONTOLOGIA ................................................................... 
 8.1DESINFECÇÃO QUÍMICA DO INSTRUMENTAL............................. 
 8.2DESINFECÇÃO DO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO................. 
 8.2.1DESINFECÇÃO DO PISO........................................................ 
 8.2.2DESINFECÇÃO DAS PAREDES DA SALA CLÍNICA............. 
 8.2.3DESINFECÇÃO DO EQUIPAMENTO........................................ 
 
8.2.3.1.REFLETOR............................................................................. 
8.2.3.2.CUSPIDEIRA......................................................................... 
8.2.3.3.CADEIRA.............................................................................. 
8.2.3.4.SUCTORES............................................................................. 
8.2.3.5.EQUIPO ODONTOLÓGICO................................................ 
 8.2.3.6.MANGUEIRAS DE ALTA-ROTAÇÃO, MICROMOTOR 
 E SERINGA TRIPLICE.............................................................. 
8.2.3.7.CAIXA DE COMANDO DO EQUIPO................................ 
8.2.3.8.MICROMOTOR E ALTA-ROTAÇÃO................................. 
 8.2.4.DESINFECÇÃO DO RESERVATÓRIO DE ÁGUA DO 
 CONSULTÓRIO.................................................................8.2.5.DESINFECÇÃO DO SISTEMA DA ÁGUA DAS PEÇAS DE 
MÃO...... 
8.2.6 .DESINFECÇÃO DE ARMÁRIOS E BANCADAS.......................... 
8.2.7.DESINFECÇÃO INTERNA DOS SUCTORES E PONTAS DE 
 SUCÇÃO............................................................................................... 
 8.2.7.1SUCTOR DE ALTA POTÊNCIA...................................... 
8.2.7.2SUCTOR COM RESERVATÓRIO OU DEPÓSITO............. 
8.2.7.3SUCTOR DE AR DO PRÓPRIO EQUIPAMENTO.............. 
9.REQUISITOS PARA INSTALAÇÃO DO CONSULTÓRIO 
 ODONTOLÓGICO............... 
10.OUTROS PROCEDIMENTOS 
 10.1. BROCAS 
 10.1.1BROCAS PARA PROCEDIMENTOS 
 SEMICRÍTICOS........... 
 10.1.2.BROCAS PARA PROCEDIMENTOS 
 CRÍTICOS.................. 
 10.1.3..BROCAS ENDODÔNTICAS...................................... 
10.1.4. BROCAS DE LABORATÓRIO DE PROTESE.................. 
 
10.2.ANESTUBES....................................................................................... 
 10.3. LIXO 
 10.3.1.LIXO GERAL....................................................................... 
 10.3.2.LIXO COM RESÍDUOS DE AMÁLGAMA......................... 
 10.3.3.LIXO PATOLÓGICO............................................................ 
 10.3.4.LIXO QUÍMICO.................................................................... 
 10.3.5.LIXO INFECCIOSO.............................................................. 
 10.3.6.LIXO INFECCIOSO CONTUDENTE............................. 
10.3.7.LIXO FARMACÊUTICO...................................................... 
10.4.LAVAGEM CAMPOS OPERATÓRIOS............................................. 
 10.5.LAVAGEM DAS ROUPAS DO CONSULTÓRIO............................. 
 10.6.DESINFECÇÃO DO ISOLAMENTO ABSOLUTO.......................... 
 10.7.CONTROLE DA INFECÇÃO NA IMAGINOLOGIA 
11.CONTROLE DA INFECÇÃO NAS ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS.............. 
1.EXAME CLÍNICO...................................................................................... 
2.CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL............................................................ 
 2.1.ATENDIMENTO EM CENTRO CIRÚRGICO................................. 
 2.2.ATENDIMENTO EM AMBULATÓRIO OU CONSULTÓRIO 
 ODONTOLÓGICO............. 
3 PERIODONTIA ...................................................................................... 
4 IMPLANTODONTIA....................................................................................... 
5 ENDODONTIA................................................................................................. 
6 DENTISTICA RESTAURADOURA............................................................. 
7 ODONTOPEDIATRIA..................................................................................... 
8 ORTODONTIA............................................................................................... 
9 PRÓTESE DENTÁRIA............................................................................ 
10 OUTROS MATERIAIS E PRODUTOS.......................................................... 
 
 
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREFÁCIO 
 
 
 
 
 
A segunda edição deste livro significa para mim a certeza da aceitação dos trabalhos 
realizados anteriormente, por professores, colegas e estudantes de nossa área de atuação. 
 
É fato, que todo trabalho é incompleto e portanto apresenta sempre necessidade de 
aprimoramento, renovação, e, maior abrangência da matéria, de modo a dar uma visão 
dinâmica e atual das informações contidas, e esta edição o faz brilhantemente. 
 
Como estudante do tema devo dizer que, a 2ª edição amplia, permite maior clareza de 
entendimento e aprendizado. 
 
O desenvolvimento do trabalho é objetivo e muito didático, com qualidade científica ímpar; 
o desprendimento dos autores, cedendo para utilização didático-pedagógica nas escolas, 
especialmente a parte prática, demonstra de maneira indelével sua preocupação constante 
com a saúde de todos nós : Profissionais, Estudantes e Paciente. 
Finalmente, estou honrado e grato, por tomar parte nesta contextualização. 
 
Prof. Pedro Carlos Ferreira Tonani 
Setembro de 2003 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 As esposas Marilize e Lacy e ao esposo Daniel, pelo incentivo e 
compreensão. 
 
 
 Aos filhos Andrei, Barbara e Felipe, pelos momentos ausentes. 
 
 
 
 
 A Gnatus pela nova oportunidade e pela divulgação deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Na Odontologia o profissional e equipe são expostos diariamente a uma 
grande variedade de microorganismos da microflora bucal do paciente, principalmente 
pelos aerossóis produzidos pela alta-rotação e seringa tríplice. Eles podem ser patogênicos 
e transmitir doenças infecto-contagiosas tais como: resfriado comum, pneumonia, 
tuberculose, AIDS, hepatite B, hepatite C, entre outras. O emprego de medidas de controle 
da infecção como os equipamentos de proteção individual (EPIs), esterilização do 
instrumental, desinfecção do equipamento e ambiente, antissepsia da boca do paciente e 
outras medidas, podem prevenir a transmissão destas doenças na Odontologia. 
 A American Dental Association (ADA) há mais de seis décadas vem 
recomendando o emprego desta medidas, mesmo antes do surgimento de doenças infecto-
contagiosas como a AIDS, que ainda não tem tratamento adequado. No Brasil, a 
preocupação com esse controle na clínica odontológica somente teve início na década de 
80. Hoje em alguns estados o controle se tornou lei e algumas Universidades o 
introduziram em seu currículo como disciplina, tornando-se uma realidade. 
 Também as industrias de equipamentos odontológicos tem participado e 
investem na qualidade dos equipamentos quanto ao controle da infecção. Isto tem sido 
observado e aprovado pela classe, que as vê como uma proteção adicional para toda a 
equipe e os pacientes. 
 Apesar de todos este progresso ainda estamos no começo e devemos 
também somar a exigência dos pacientes na realização destas ações pelo profissional e 
equipe. 
 Este trabalho tem por objetivo colaborar e ajudar com mais uma fonte de 
consulta rápida e prática, para que num futuro bem próximo possamos realizar na 
Odontologia um efetivo controle da infecção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMO ? 
 
PORQUÊ ? 
 
QUANDO ? 
 
COM O QUÊ ? 
 
 
CONTROLAR A INFECÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para que o dentista mantenha efetivo controle de infecção odontológica 
durante a realização dos procedimentos clínicos, é necessária a criação de uma classificação 
dos instrumentos e dos procedimentos clínicos quanto ao risco de transmitirem infecção 
exógena. Uma adaptação a classificação de Spaulding para materiais e equipamentos 
hospitalares em: críticos, semi críticos e não-críticos pode ser adotada para os instrumentos 
odontológicos. E a Portaria no 930/9216 classifica as cirurgias médicas e odontológicas 
segundo o seu risco de contaminação em: limpas, potencialmente contaminadas, 
contaminadas e infectadas. Nesta classificação as cirurgias odontológicas são consideradas 
contaminadas, por serem realizadas em tecidos ricos em flora residente, de difícil 
descontaminação. São classificadas como infectadas quando existe a presença de supuração 
no local da cirurgia ou em feridas traumáticas sujas e que tenham ocorrido mais de seis 
horas antes da intervenção. 
 Os instrumentos são classificados em: 
 A) Instrumentos Críticos: são aqueles que penetram nos tecidos sub-epiteliais, 
atingindo o sistema vascular. Ex.: afastadores, pinças, instrumentos de corte ou ponta e 
outros. Estes instrumentosdevem ser obrigatoriamente esterilizados. 
 B) Instrumentos Semi-críticos: são aqueles instrumentos que entram em contato 
com a mucosa ou pele íntegra, como: moldeiras e espelhos extrabucais, instrumentais para 
amálgama. Estes instrumentos são desinfetados e quando possível, esterilizados. 
 C) Instrumentos Não-Críticos: são aqueles que entram em contato apenas com a 
pele íntegra ou não entram em contato com o paciente. Ex. muflo, pinça perfuradora, arco 
de Young,: etc.; estes podem ser desinfetados ou esterilizadas, quando posível. 
Na Odontologia, são muito poucos os instrumentos que não são enquadrados como críticos 
e semi-críticos devido serem os procedimentos sempre em ambiente com presença de 
secreções orgânicas (saliva, sangue, etc). 
 Os procedimentos odontológicos clínicos e cirúrgicos são também 
classificados segundo o risco de contaminação em: 
 A) Procedimentos críticos: são aqueles em que há penetração no sistema 
vascular. Ex.: Cirurgias em tecidos moles e duros, Cirurgias Periodontais, Exodontias, 
Raspagens Subgengival ou Curetagens Periodontais, etc. Nestes procedimentos os cuidados 
com a esterilização do instrumental, a desinfecção do consultório, preparo do paciente e da 
equipe odontológica devem ser máximos. 
 B) Procedimentos Semi-críticos: são aqueles que entram em contato com 
secreções orgânicas (saliva) sem invadir o sistema vascular. Ex.: entulhamento de material 
restaurador, terapia endodôntica conservadora, colocação de aparelho ortodôntico, etc. O 
instrumental deve estar previamente esterilizado ou desin fectado, o consultório limpo e 
desinfectado, o paciente preparado com bochecho prévio com solução antisséptica e a 
equipe preparada, para evitar infecções cruzadas pela presença das secreções orgânicas 
sobre o equipamento, bancada, instrumental. 
 C) Procedimentos Não Críticos: são aqueles quando não há penetração no 
sistema vascular e não entram em contato com as secreções orgânicas. Em Odontologia não 
existe procedimento que possa ser classificado dentro desta categoria. 
 
 
 
 
 
1. MEDIDAS PARA O CONTROLE DA INFECÇÃO NA ODONTOLOGIA. 
 Para a realização de controle de infecção efetivo, durante o atendimento 
do paciente, o dentista e sua equipe devem seguir a uma série de medidas básicas. 
 Estas medidas, que serão discutidas a seguir, têm como principais 
objetivos a prevenção e a proteção na transmissão de doenças infecto-contagiosas como a 
Hepatite B, Hepatite C, Hepatite D, AIDS/SIDA, Tuberculose, Herpes Simples, Resfriado 
Comum, Cárie e outras. 
 1.1) ANAMNESE 
 É a primeira e uma das mais importantes medidas de proteção para o 
Cirurgião-Dentista, pessoal auxiliar e paciente, já que através da anamnese é possível 
coletar dados a respeito da história pessoal, médica passada e presente do paciente. 
 Deve-se dar real importância a esta etapa, pois somente pela anamnese 
será possível averiguar se o paciente fez transfusões de sangue ou se contaminou com 
algum agente patogênico, se é usuário de drogas etc. Devem considerar-se questões 
específicas sobre a história médica atual e pregressa, de medicamentos que o paciente esteja 
tomando, de doenças sistêmicas (diabete, hepatite, cardiopatias, tumores, epilepsia, prótese 
ortopédicas), transfusões sangüíneas, pacientes transplantados, condições fisiológicas 
(lactação e gestação) e outras112, na sua primeira avaliação clínica com o profissional e nas 
reconsultas. 
 
FICHA DE ANAMNESE 
 
 Esta ficha é de uso exclusivo do profissional, e todas as informações aqui 
prestadas são sigilosas e importantes para o sucesso do tratamento a ser realizado, 
responda corretamente, obrigado. 
 Nome completo:_________________________________________________ 
 Profissão:_____________________ Data de Nascimento ___/___/___ 
 Sexo:____________________ Estado Civil:__________________ 
 RG:_________________CPF:______________________________________ 
 Nome do Pai:___________________________________________________ 
 Nome da Mãe:__________________________________________________ 
 End. Residencial:________________________________________________ 
 Cidade:______________ UF:________ CEP:________/_____ 
 End. Comercial:_________________________________________________ 
 Cidade:______________ UF:________ CEP:________/_____ 
 Fone Res.:______________ Com:_______________ Celular:_____________ 
 Indicado por:___________________________________________________ 
 QUEIXA PRINCIPAL: 
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 RESPONDA S (PARA SIM) E N (PARA NÃO) E PRENCHA OS ESPAÇOS 
HISTÓRIA MÉDICA 
 
Esta ficha é de uso profissional, todas as informações aqui prestadas são sigilosas e 
importantes para o sucesso do tratamento a ser realizado, responda corretamente, 
obrigado. 
 
Responda sim ou não e quando houver espaço complete 
 
1. Você se sente nervoso durante o tratamento odontológico? 
2. Você já teve alguma experiência ruim em consultório odontológico? 
3. Está em tratamento médico? 
Caso afirmativo, que doença(s):__________________________________________ 
Nome do médico:____________________________________Fone:____________ 
4. Você foi hospitalizado nos últimos dois anos? 
Motivo:_____________________________________________________________ 
5. Já fez alguma cirurgia odontológica em hospital? 
6. Você tomou ou está tomando algum medicamento sob receita médica ou por conta 
própria? 
Caso afirmativo, qual(is):_______________________________________________ 
___________________________________________________________________ 
7. Você é alérgico? (poeira, pólen, renite, alimentos, animais,....) 
Caso afirmativo, que tipo de alergia:______________________________________ 
8. Você é alérgico a algum tipo de medicamento? (penicilina, sulfa, aspirina, ...) 
Caso afirmativo, qual(is):_______________________________________________ 
9. Você já teve algum tipo de sangramento que necessitou tratamento hospitalar? 
10. Quando caminha ou sobe escadas tem que parar por dor no peito? 
11. Suas articulações incham durante o dia? 
12. Você ganhou ou perdeu peso nos últimos anos, sem regime alimentar ou 
medicamentoso? 
13. Você acorda durante a noite com falta de ar? 
14. Você está em alguma dieta especial? 
15. Alguma vez seu médico lhe disse que tinha algum tumor? 
16. Somente Mulheres: Está grávida? 
Está tomando anticoncepcional? 
Você está planejando gravidez em breve? 
17. Você fuma? Caso afirmativo, quantos cigarros por dia? ____________ 
18. Você bebe? Com que freqüência?______________________________ 
19. Você tem tendência em desmaiar? 
20. Você tem náuseas ou vômitos com freqüência? 
21. Você tem com freqüência dor de cabeça ou enxaqueca? 
Com que freqüência?___________________ 
 
 
 
 
 
22. Abaixo existe uma lista de doenças, por favor assinale as que já teve ou as que tem 
no momento: 
A- De origem geral 
Aids 
Anemia 
Derrame cerebral 
Diabetes 
Epilepsia 
Glaucoma 
Hemofilia 
Hepatite A, B, C, D 
Herpes 
Hipertireoidismo 
Problema renal 
Ulcera 
Gastrite 
B – Referente ao coração 
 Angina do peito 
 Ataque cardíaco 
 Doença cardíaca congênita 
 Febre reumática 
 Infarto 
 Pressão alta 
 Problema cardíaco 
 Prolapso de válvula mitral 
 Sopro cardíaco 
 
3C - Referente a pulmão e à respiração 
 Asma 
 Bronquite crônica 
 Enfizema 
 Sinusite 
 Tuberculose 
D – Você já fez ? 
 Cirurgia cardíaca 
 Colocação de marcapasso 
 Colocação de válvula cardíaca 
 Prótese ortopédica 
 Quimioterapia 
 Radioterapia 
 Transfusão de sangue 
 Uso de drogas 
 Uso de cortisona/corticóide 
 
 
 
 
23. Você tem algum problema ou doença que não foi relacionada acima ? 
Em caso afirmativo, qual(is):_______________________________________________ 
 
______________________________________________________________________Por ser verdade, dou fé. 
 
 
 Curitiba, _____de _____________________de ________ 
 
 
 
 ____________________________________________ 
 Paciente ou responsável quando menor 
 
 
AVALIAÇÃO DO PACIENTE 
 
Comentário:____________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 
Classificação Médica quanto ao ASA:______________________________ 
 
Classificação quanto a medicação atual:_____________________________ 
 
Pressão arterial: __________________/________________ 
 
Pulso:______________ Peso:______________ Temperatura:_______________ 
 
Freqüência respiratória:___________________________ 
 
 
 
MODIFICAÇÕES SUGERIDAS AO PACIENTE 
 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
 
DIAGNÓSTICO QUANTO A FOBIA/DENTISTA:____________________________ 
 
 
 2. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL(EPI) 
 O equipamento de proteção individual é um uniforme para os trabalhos 
clínicos. Este uniforme constitui-se de gorro descartável ou reutilizável, avental clínico, 
avental cirúrgico, calça, sapatilhas ou sapato próprio do consultório, máscara descartável, 
óculos de proteção e luvas. 
 
 
 
 Profissional paramentado para procedimento crítico 
 
 
 Profissional paramentado para procedimento semi-crítico 
 
 
Profissional preparado incorretamente, note que a roupa sob o avental está passível 
de contaminação 
 
 2.1. GORRO 
 O gorro é de uso obrigatório para o Cirurgião-Dentista, pessoal auxiliar e 
paciente durante a realização de trabalhos com alta rotação, micro-motor e peças de mão 
por produzirem aerossóis contendo sangue e outros fluidos corpóreos. Estes aerossóis são 
constituídos de microrganismos, alergênicos, substâncias tóxicas etc., que atingem os 
cabelos da equipe odontológica e do paciente. O uso de gorro impede que o profissional e 
pessoal auxiliar levem para casa ou outros locais os microorganismos que colonizaram seus 
cabelos, as orelhas e também evita uma contaminação direta, por exemplo, 
paciente/profissional.(por microrganismos ou insetos - piolho). 
 RECOMENDAÇÕES: 
 1) prender o cabelo sem deixar mechas pendentes; 
 2) colocar o gorro recobrindo todo o cabelo e orelhas; 
 3) ao retirar o gorro, puxe-o pela parte superior central e descarte-o no lixo 
contaminado; 
 4) o gorro deve ser trocado a cada atendimento. 
 
Gorro utilizado incorretamente, repare que o cabelo e as orelhas permanece 
exposta. 
 
 
 Gorro utilizado corretamente, sem cabelos e orelhas expostas. 
 
 Como remover o gorro sem contaminação 
 
 2.2 .AVENTAL 
 2.2.1. AVENTAL NÃO CIRÚRGICO E CALÇA 
 O avental não cirúrgico e a calça, elementos do uniforme para 
procedimentos semi-críticos, não devem ter obrigatoriamente a cor branca, apesar de 
possibilitar a visualização de sujidade. Estes devem ser trocados diariamente ou quando 
apresentarem contaminação visível por sangue ou outros fluidos corpóreos. Após o dia de 
trabalho este uniforme deve ser descartado em saco plástico para roupa suja.. O profissional 
deve lembrar que a calça e o avental não estéril são de uso exclusivo do consultório e não 
devem ser usados fora deste local. 
 O avental não cirúrgico, de preferência, deve ter gola alta do tipo “gola de 
padre", com mangas longas e comprimento de 3/4 com punhos em elásticos ou ribanas. Ele 
pode ser confeccionado em algodão ou polipropileno. 
 
 
 Avental para procedimentos semi-críticos 
 2.2.2 AVENTAL CIRÚRGICO ESTÉRIL: 
 O avental estéril é parte do uniforme empregados para realização de 
procedimentos críticos.. Sua gola também é do tipo "gola de padre", com comprimento de 
3/4 cobrindo os joelhos e mangas longas com punho em elástico ou ribana e com abertura 
nas costas. Os materiais para sua confecção são os mesmos empregados para o avental não 
cirúrgico. 
 O avental estéril é vestido após o profissional estar devidamente 
paramentado e realizado a degermação cirúrgica das mãos. 
 
 Avental para procedimentos críticos 
 2.2.3 COMO VESTIR O AVENTAL CIRÚRGICO 
 Segurar o avental pela parte superior de tal modo que este se desdobre pela ação 
da gravidade tendo o lado interno voltado para quem o veste. A seguir, deve-se introduzir o 
braço na manga do lado correspondente. Não toque na face externa do avental. Quando há 
necessidade de ajuste faça com a outra mão coberta com a manga do avental. Após o ajuste 
das mangas as tiras do pescoço devem ser amarradas com ou sem auxílio de assistente. As 
bordas do avental são unidas através do ajuste do avental ao corpo e amarram-se as tiras da 
cintura. Calçar as luvas estéreis somente após o ajuste total do avental. 
 
 
 Profissional ao se vestir para procedimento crítico, segura o avental estendido sem tocar o 
corpo, pelo lado avesso. 
 
 Profissional colocando o avental, introduz os braços. 
 
 
 
 
 Auxiliar acaba de vestir o avental e amarra o avental, por trás. 
 
 2.2.4. COMO RETIRAR O AVENTAL: 
 Terminada a cirurgia as luvas contaminadas devem ser removidas. O primeiro 
passo, com a mão oposta pegar a luva pela parte externa, remove-la e segurar com os 
dedos. Após com a mão sem luva pegar a outra e remove-la colocando a luva anterior no 
interior e descartar as luvas cirúrgicas no lixo contaminado. Lavar as mãos, retirar a 
máscara e/ou óculos de proteção. Em seguida a assistente, desata as alças(tiras) do pescoço 
e da cintura, tendo-se o cuidado de não tocar a face externa do avental. O avental deve 
deslizar pelo corpo sendo seguro pela parte interna e dobrado com o lado avesso. Depositá-
lo em saco de roupa suja (contaminada), juntamente com os campos, protetores de cadeira, 
mangueira e outros. 
 RECOMENDAÇÕES: 
 1) colocar o avental somente na sala clinica ou cirúrgica; 
 2) efetuar antes de vesti-lo a lavagem cirúrgica das mãos e a secagem das 
mesmas; 
 3) calçar as luvas cirúrgicas estéreis após o vestimento do avental estéril; 
 4) o avental, quando não for descartável, depositá-lo em saco de roupa 
contaminada evitando excessiva manipulação. Estas roupas devem ser desinfetadas, lavadas 
e esterilizadas, mesmo que não tenham sujidade visível. 
 5) ao embalar, após a lavagem, dobre de tal forma que ao segurá-lo para vestir, ele 
se desdobra por ação da gravidade. 
 
A auxiliar circulante desata os laços nas costas do cirurgião ou auxiliar estéril, 
deslocando o avental cirúrgico até os ombros. 
 
 
 Após, pelo lado interno da manga o cirurgião ou auxiliar estéril puxa o avental 
 cirúrgico. Sempre sem tocar no lado de fora do avental. 
 
 
 Descartar o avental em recipiente(ramper) apropriado 
 
 2.3.MÁSCARA 
 A máscara se constitui na mais importante medida de proteção das vias 
aéreas superiores contra os microorganismos presentes nas partículas de aerossóis 
produzidas durante os procedimentos clínicos ou durante um acesso de tosse, espirro ou 
fala. Estes aerossóis são considerados uma fonte de infecção de doenças respiratórias 
crônicas ou agudascomo o resfriado comum, tuberculose, parotidite, coqueluche e outras. 
 2.3.1.EFICIÊNCIA DE FILTRAÇÃO DAS MÁSCARAS: 
 Ao comprar máscara o profissional deve considerar as características da 
máscara ideal. que são: ser confortável; ter boa adaptação aos contornos faciais; não tocar 
lábios e ponta do nariz; não irritar a pele; não provocar embaçamento do óculos; não ter 
odor; ser descartável , barata e avaliar a sua capacidade de filtrar partículas de aerossóis 
 As máscaras são confeccionadas com diferente tipos de material e cada 
um apresenta uma capacidade de filtração diferente.. As máscaras de tecido (pano), espuma 
e papel, embora confortáveis, têm baixa capacidade de filtração dos aerossóis bacterianos. 
Micick e cols92 em seu estudo sobre a eficiência da máscara como medida de proteção 
mostra o seguinte resultado: 
 
 
 MATERIAL UTILIZADO CAPACIDADE DE 
FILTRAÇÃO 
 
 fibra de vidro 99% 
 fibra sintética 99% 
 algodão(pano) 18 a 50% 
 papel 32% 
 espuma 14% 
 
 
 
 
 As máscaras com maior capacidade de filtração foram capazes de filtrar 
partículas de aerossóis bacterianos com diâmetro médio de 5mm. 
 Ranali e cols119 em um estudo realizado, demonstraram a capacidade de 
filtração das máscaras encontradas no comércio nacional. Os aerossóis avaliados neste 
trabalho foram produzidos pela turbina de alta-rotação durante a remoção de tecido cariado 
de dentes com cárie profunda. Tendo como resultado o seguinte:. 
 
 MÁSCARAS EFICIÊNCIA DE FILTRAÇÃO (%) 
 
 filtrosan 90 
 celutex simples 50 
 filtradora automotiva 50 
 celutex dupla 30 
 anatômica 20 
 algodão(pano) 20 
 controle 10 
 
 
 RECOMENDAÇÕES: 
 01) solicitar ao fabricante o potencial de filtração da máscara; 
 02) diminuir a produção de aerossóis e respingos durante os procedimentos 
empregando uma sucção efetiva (suctor de alta potência) e uso de isolamento absoluto; 
 03) instruir o paciente para escovar os dentes ou bochechar uma solução anti-
séptica com solução a base de clorexidina 0,12% antes do atendimento; 
 04) certificar-se, antes do início dos trabalhos, que a máscara está bem adaptada; 
 05) não puxar a máscara para a região do pescoço (a máscara é considerada 
material contaminado); 
 06) não reutilizar as máscaras descartáveis; 
 07) trocar a máscara quando esta ficar úmida e no intervalo de cada paciente. (as 
máscaras molhadas perdem o poder de filtração e facilita a penetração dos aerossóis 
bacterianos); 
 08) falar o mínimo possível enquanto estiver usando máscara; 
 09) não tocar na máscara após sua colocação; 
 10) retirar a máscara somente após a retirada das luvas e lavagem das mãos; 
 11) jogar a máscara em saco plástico para lixo contaminado ou saco plástico para 
roupa suja; 
 12) trocar a máscara quando espirrar ou tossir. 
 
 2.4. ÓCULOS DE PROTEÇÃO 
 Os óculos de proteção são óculos especiais que devem ser usados para 
evitar que respingos de sangue ou secreções corpóreas produzidos durante o atendimento 
atinjam os olhos do paciente, do profissional ou do pessoal auxiliar. 
 Apesar dos olhos serem susceptíveis a infecção cruzada, a epidemiologia 
de doenças transmitida através da conjuntiva é desconhecida. No entanto, a literatura 
pesquisada relata um caso de uma enfermeira que desenvolveu hepatite em 101 dias após 
uma gota de sangue de um paciente contaminado pelo vírus, ter acidentalmente atingido 
seus olhos75 . 
 Em Odontologia os vetores das infecções causadas na conjuntiva são 
principalmente as grandes partículas projetadas da boca do paciente durante os 
procedimentos de remoção de restaurações de amálgama, remoção de cárie, raspagens 
periodontais, profilaxia dentária, etc,. Como também a ejeção de grandes partículas 
aquosas, produzidas principalmente pelo uso da seringa tríplice. Este fato se confirma 
quando o cirurgião-dentista que usa óculos de correção apresenta após uma profilaxia com 
jato de bicarbonato de sódio, suas lentes muito sujas dificultando, muitas vezes, a 
visualização do campo operatório. Por estas razões, o uso de óculos de proteção torna-se 
necessário e obrigatório, principalmente quando o profissional realiza uma intervenção 
odontológica com o uso de aparelhos que produzam aerossóis. É necessário também o uso 
de óculos de proteção para o paciente, esses tem a finalidade de proteger seus olhos a 
produtos irritantes, contaminados e pérfuro-cortantes. 
RECOMENDAÇÕES: 
 1) quando os óculos de proteção apresentarem sujidades sem a presença de 
secreções orgânicas devem ser lavados no aparelho de ultra-som com solução enzimática; 
 2) quando os óculos de proteção apresentam contaminação por secreções 
orgânicas, além da lavagem com sabão enzimático, em aparelho de ultra-som, eles devem 
ser desinfetados com glutaraldeído a 2% por 30 minutos ou ácido peracético 0,2% por 10 
minutos, sob imersão (o glutaraldeído pode danificar partes metálicas dos óculos); 
 3) o profissional e/ou pessoal auxiliar devem ter mais de um par de óculos de 
proteção para as suas atividades diárias; 
 4) os óculos embassam com facilidade, use antiembassante e adapte bem a 
máscara. Pode usar fita para prender a máscara ao nariz, diminuindo este efeito. 
 5) use óculos “tipo motoqueiro” que lhe dá melhor proteção e maior conforto no 
uso. 
 
 
 
 
 
 
 
Óculos de proteção ideal, veda bem a união com a face e permite que o profissional 
trabalhe com seu óculos de correção. 
 
 
Profissional que utiliza lente de correção, o óculos de proteção deve adaptar-se sobre as 
mesmas 
 
 
Paciente também deve usar óculos de proteção durante procedimentos odontológicos. Evita 
acidentes com partículas sólidas, 
 
 2.5. SAPATILHAS 
 As sapatilhas se constituem em uma das medidas mais apropriadas para o 
controle da transmissão de microrganismos entre os diferentes ambientes do consultório. 
Entretanto, quando usadas de maneira incorreta podem intensificar a transferência de 
microrganismos para os mais diferentes locais do consultório como a sala de recepção e 
escritório. Isto se deve ao fato de que durante os procedimentos cirúrgicos as secreções 
orgânicas podem ser lançadas ao chão acidentalmente e serem pisoteadas favorecendo a 
disseminação de microorganismos. 
 As sapatilhas são de uso facultativo em procedimentos semi-críticos 
sendo, neste caso, substituídas por sapatos de uso exclusivo do consultório.. 
 Trabalhos mais recentes mostram que o chão é um fator insignificante na 
transmissão do agente infeccioso, sendo o seu uso facultativo também nos procedimentos 
críticos e mais para o controle da sujidade. 
 As sapatilhas podem ser confeccionadas em plástico, algodão, ou 
polipropileno com ou sem solado de brim ou outro material resistente. 
 
 Sapatilhas com solado de lona ou vinil 
 
 
 Sapatilhas descartável 
 
 
Maneira correta de remover a sapatilha para não contaminar 
 RECOMENDAÇÕES: 
 1) as sapatilhas podem ser de qualquer cor; 
 2) deve-se lavar as mãos após a colocação e retirada das sapatilhas; 
 3) as sapatilhas podem ser confeccionadas em tecido de algodão com solado 
duplo; em malha toda dupla; pano de brim ou plástico (polipropileno) com solado de korino 
ou couro ou descartáveis. 
 4) quando não houver contaminação com sangue ou secreções deve-se lavar as 
sapatilhas com água e sabão; 
 5) as sapatilhas em procedimentos semi-críticos são utilizadas no controle da 
sujidade ou marketing. 
 2.6. LUVAS 
 As luvas são consideradas como uma "segunda pele" e se constitui na 
melhor barreira mecânica para as mãos como medida deproteção do profissional, pessoal 
auxiliar e do paciente. Sua prática é indispensável durante os procedimentos odontológicos 
clínicos, cirúrgicos e laboratoriais em função destes procedimentos levarem ao contato 
direto ou indireto com sangue e saliva. Apesar da importância da luva como medida de 
proteção muitos profissionais não as utilizam rotineiramente. O argumento destes 
profissionais é de que as luvas provocam perda da agilidade manual, da sensibilidade táctil, 
tem um custo elevado e que algumas marcas não apresentarem tamanho adequado, além 
disso, estes profissionais relatam que as luvas deixam um odor desagradável em suas mãos 
após a sua retirada. Entretanto, estudos tem demonstrados que não há diferença 
significativa, em termos de tempo e qualidade de trabalho final, com ou sem o uso de luvas. 
A isto se soma a possibilidade do acúmulo de sangue embaixo das unhas por um período 
superior a 05 dias quando se realiza um procedimento invasivo e não se utilizam luvas 
 
 
 
FOTO 9 Tipos de luvas, cirúrgicas, procedimentos, ginecológicas ou exame e comercial 
Uma de cada em atividade 
 
 
 TIPOS DE LUVAS 
 2.6.1. LUVAS COMERCIAIS 
 São luvas de látex, grossas, em tamanho pequeno, médio e grande, em 
várias cores, comercializadas em supermercados ou lojas de departamento. Devem ser 
usadas pelo profissional ou pessoal auxiliar quando manipularem material e instrumental 
contaminado e durante os procedimentos de limpeza e desinfecção do consultório. Devendo 
estes profissionais empregar um par de luvas de cor diferente para cada procedimento 
acima citado. Na aquisição destas luvas o dentista dá preferência ás luvas forradas por 
serem mais resistentes aos danos físicos. 
 
 RECOMENDAÇÕES: 
 1) as luvas empregadas para manipulação de material e instrumental contaminado, 
devem ser destinadas somente para este fim. Após o uso desinfete-as, lave-as e deixe secar 
de ponta à cabeça; 
 2) as luvas para limpeza e desinfecção do consultório deverão ser lavadas com 
água e sabão e secadas ao ar de ponta à cabeça; 
 3) para facilitar a identificação das luvas para limpeza e desinfecção cores 
diferentes devem ser adotadas. 
 
 
 
 
 Luvas Comerciais, forradas para maior proteção 
 
2.6.2. SOBRE LUVAS 
 São luvas de plástico(vinil), também conhecidas como 
"ginecológicas", são luvas esterilizadas , descartáveis, de baixo custo e encontradas em 
casas de artigos médico-hospitalares. Estas luvas são usadas na odontologia como uma 
“sobre luva” para evitar a contaminação da luva principal quando do uso de equipamentos 
acessórios como, por exemplo, o aparelho fotopolimerizador ou o aparelho de raio X 
durante o atendimento clínico. Após o procedimento, descarte-as no lixo contaminado. 
 RECOMENDAÇÕES: 
 1) se em ato semi-crítico deve ser calçada ao atender a porta, telefone, 
assinar documentos,.... 
 2) se em ato crítico (cirurgia) devem ser dispensadas previamente sobre a 
mesa cirúrgica estéril; 
 3) após o uso, descarte-as no lixo contaminado. 
 
 
 
Sobre Luvas ou luvas genicológicas embalada individualmente esterilizadas 
 2.6.3. LUVAS DE LATÉX NÃO ESTÉRIES PARA 
PROCEDIMENTOS SEMI-CRÍTICOS 
 São luvas ambidestras, de tamanho variado de acordo com a 
marca. São indicadas para procedimentos semicríticos, como em restaurações, alguns 
procedimentos endodônticos , colocação de aparelho ortodôntico, prótese e outros 
procedimentos em que não haja invasão do sistema vascular. 
 RECOMENDAÇÕES: 
 1) lavar as mãos com água e sabão líquido antes de se calçar as luvas; 
 2) após calçar as luvas para procedimentos faça uma desinfecção prévia com 
substância química (álcool 70 em forme de gel) ou água e sabão; 
 3) não reutilize as luvas; 
 4) descarte-as após o uso no lixo contaminado. 
 
 
 Luvas de procedimento, ambidestras não estéreis 
 
 2.6.4. LUVAS CIRURGÍCAS ESTÉREIS 
 São luvas esterilizadas por meio de óxido de etileno ou raios 
gama-cobalto 60 com período de validade de esterilização variados. As luvas estéreis são 
embaladas em envelopes duplos individualmente (mão direita e esquerda) e apresentam 
tamanhos que variam desde 5,5 a 9,0 dependendo do fabricante. Seu uso é indicado para 
todos os procedimentos críticos, todos aqueles em que haja invasão do sistema vascular, 
como cirurgias buco-maxilo-facial, exodontias, biópsia, cirurgias periodontais, 
implantodontia, raspagem periodontal e demais procedimentos que incluam sangue, pus ou 
qualquer outra secreção corpórea. 
 RECOMENDAÇÕES: 
 1) é proibido reprocessar ou reutilizar essas luvas; 
 2) descarte-as após o uso no lixo contaminado; 
 3) em procedimentos de longa duração, acima de 2 horas, recomenda-se a 
troca das luvas durante o procedimento101; 
 4) lavar as mãos antes e após a retirada das luvas. 
 
 
 
Luvas cirúrgicas esterilizadas com raio Gama ou óxido de Etileno de uso único 
 
 
POR QUE NÃO REPROCESSAR OU REUTILIZAR LUVAS ? 
 As luvas não devem ser reutilizadas porque perdem a 
qualidade, como barreira de proteção, após 03 horas de uso contínuo em presença de 
umidade. Estudos de Otis e Cottone mostraram que durante um tratamento dentário de 
rotina os danos as luvas variam entre 38 a 44%, sendo que somente 5% destes danos são 
diagnosticados a olho nu. Outros estudos revelam que cirurgiões hábeis e experientes 
produzem 14,5% de danos nas suas luvas durante procedimentos e esse número aumenta 
substancialmente quando comparado a acadêmicos no inicio da atividade clínica. Por estas 
razões recomenda-se a troca de luvas, em procedimentos longos, a intervalos de 02 horas. 
Outro fato é que as luvas podem apresentar perfurações de fábrica, que variam de 0,7 a 
41,3%. Em pacientes sabidamente de risco o profissional e/ou pessoal auxiliar deve usar 
luvas duplas. Vale salientar o fato de alguns profissionais, apesar de detectarem danos 
visíveis em suas luvas, continuam o procedimento mesmo sabendo que a efetiva barreira 
produzida pela luva foi perdida. A relação custo e benefício do reprocessamento de luvas 
ser em geral alta, sendo desaconselhada a sua realização. 
 Segundo Douglas e col.45, mesmo sendo a descontaminação das luvas, pela 
lavagem com sabão desinfetante, que são usadas como uma "segunda pele" ser mais efetiva 
que a descontaminação das mãos, as luvas perdem a sua capacidade como barreira 
mecânica após 2 horas de uso contínuo em ambiente úmido. A umidade aumenta a 
permeabilidade das luvas possibilitando a passagem de microrganismos. 
 2.6.5.ROUPAS COMPLEMENTARES 
 As roupas complementares são consideradas barreiras 
mecânicas no controle da infecção odontológica. São roupas complementares o campo 
cirúrgico de mesa, o campo fenestrado e/ou campo do paciente, e os revestimentos para o 
equipamento( cadeira, mangueiras, refletor, mochos,...) 
 2.6.5.1. CAMPOS CIRURGICOS DE MESA 
 O campo cirúrgico de mesa é um pedaço de tecidos 
geralmente em algodão ou polipropileno de tamanho e formas variáveis. Geralmente o 
campo cirúrgico de mesa excede em 30 centímetros o tamanho da mesa auxiliar nas 
laterais. Aconselha-se confeccionar esse campo em duplo tecido, como exemplo: de 
algodão para o lado da mesa e brim para o instrumental ou duplo dos dois lados em 
polipropileno. Este cuidado evita que os instrumentos perfuro-cortantes acidentalmente 
perfurem o campo e se contaminem ao tocar a mesa cirúrgica. 
 2.6.5.2. CAMPOS PARA O PACIENTE: 
 O campo fenestrado ou o campo do paciente também é feito 
em algodão ou polipropileno de tamanho que cubra a cabeça do paciente excedendo em 30 
centímetros a lateral da cadeira odontológica . Este campo apresenta aproximadamente 1 
metro de largura por 1,5 metro de comprimento. 
 
 
 
2.6.5.3.REVESTIMENTOS PARA O EQUIPAMENTO: 
 Os revestimentos para os equipamentos (cadeira,braços da 
cadeira, encosto da cabeça da cadeira, alça do refletor, alça do equipo, mangueira e seringa 
tríplice, mangueira do micro-motor, mangueira da alta rotação, mangueira do sugador e 
outros) confeccionados em brim ou polipropileno de cor clara e com um desenho que 
facilite o manuseio para evitar contaminação no momento da sua colocação. Este tipo de 
revestimento deve ser empregado sempre que for realizado um procedimento crítico. Os 
revestimentos empregados para procedimentos semi-críticos podem ser os acima citados ou 
em seu lugar pode-se usar um filme plástico de PVC.( para uso doméstico) empregado 
também na proteção de aparelho de Rx, o fotopolimerizador, o amalgamador e outros. 
 
 
Equipamento preparado para um procedimento crítico 
 
 RECOMENDAÇÕES: 
 1) após o uso dos campos descarte-os em saco plástico para roupa 
contaminada; 
 2) a desinfecção, lavagem e esterilização das roupas complementares é a 
mesma preconizada para o avental estéril; 
 3) os campos cirúrgicos descartáveis não podem ser reprocessados ou 
reutilizados para reutilização. 
 4) após o uso dos revestimentos descarte-os em saco plástico para roupa 
contaminada; 
 5) a embalagem para esterilização, deve ser feito de maneira ordenada para 
facilitar a colocação e evitar a contaminação. 
 6) os filmes plásticos de PVC devem ser trocados entre pacientes. Aqueles 
que não foram efetivamente utilizados não necessitam ser trocados, a menos que, 
apresentem sujidade visível pela contaminação com aerossóis produzidos durante o 
tratamento; 
 7) o material recomendado para confecção é o brim ou o polipropileno, esse 
tem maior grau de impermeabilidade do que o tecido de algodão. 
3. PROCEDIMENTO DE LAVAGEM DAS MÃOS 
 A lavagem das mãos é uma das principais medidas para o 
controle da infecção cruzada no consultório e deve ser realizada antes e após o contato com 
o paciente, instrumental e artigos contaminados. A simples prática de lavagem das mãos 
com água e sabão líquido é capaz de reduzir em até 80% as infecções cruzadas. A 
degermação das mãos é capaz de remover boa parte da sua microflora transitória. 
 
 
3.1. TÉCNICA BÁSICA DE LAVAGEM DAS MÃOS 
 A técnica básica de lavagem das mãos é realizada com o 
emprego de sabão comum, na forma líquida, e visa reduzir os microorganismos transitórios 
e alguns residentes, como também células descamativas, pelos, sujidade e oleosidade. Esta 
técnica deve ser realizada antes e após os procedimentos semi-críticos. O processo deve ser 
realizado na seguinte seqüência19: 
 01) retirar anéis, pulseiras, relógio das mãos e antebraços; 
 02) ficar em posição confortável, sem dobrar a coluna; 
 03) não tocar na pia com o corpo; 
 04) abrir a torneira com a mão não dominante, ou cotovelo, ou acionar a 
torneira no comando de pé ou colocar as mãos sob a torneira com sensor elétrico que a 
aciona; 
 05) umedecer as mãos em água corrente com a temperatura em torno de 24 
ºC; 
 06) colocar 3ml de sabão comum líquido na palma da mão e espalhar pelas 
duas mãos e antebraços; 
 07) friccionar as palmas das mãos uma contra a outra e o dorso das mãos; 
 08) abrir os dedos e friccionar as regiões interdigitais, primeiro de uma e 
após a outra; 
 09) friccionar as pontas dos dedos e as unhas na palma da mão oposta; 
 10) dobrar os dedos e friccionar a região articular contra a palma da mão 
oposta; 
 11) friccionar a região lateral da mão contra a mão oposta; 
 12) finalmente friccionar o polegar e sua região interdigital; 
 13) enxaguar as mãos em água corrente, e repetir o procedimento; 
 14) enxugar as mãos com papel toalha descartável ou compressa ou toalha 
de pano de uso individual; 
15 fechar a torneira com auxílio de papel toalha descartável ou compressa ou 
toalha de pano em caso de torneiras convencionais; 
 
 
 
 Primeira etapa : molhar as mãos e antebraços com água 
 
 Segunda etapa : dispensar sabão líquido e espalhar pelas mãos e antebraços 
 
 
 Terceira etapa : friccionar antebraços no sentido das mãos, palma e dorso das mãos 
 
 
 Quarta etapa : friccionar região interdigital, lateral das mãos, polegares e linhas das mãos 
 
 Quinta etapa : enxágüe das mãos até o cotovelo e secagem com papel toalhadescartável 
 
 RECOMENDAÇÕES: 
 01) ao término das atividades clínicas do dia usar um creme hidratante a base de 
uréia a 10% para evitar o ressecamento da pele e rachaduras. Estes danos à pele 
possibilitam a adesão de microorganismos e dificultam a sua remoção; 
 02) lavar as mãos antes e depois do atendimento ao paciente; 
 03) o uso de sabão ou sabonete em barra (sólido) não é permitido, pois eles se 
transformam em fonte de infecção cruzada por propiciar o crescimento de microrganismos. 
 04) caso seja utilizada uma toalha de pano ou compressa, elas devem ser de uso 
individual para cada paciente; 
 05) quando houver ferimentos nas mãos, antes da lavagem, eles devem ser 
protegidos com curativos impermeáveis e uso de luvas duplas para sua proteção. Nestes 
casos, o melhor é o profissional não trabalhar enquanto o ferimento não cicatrizar. 
 06) a colocação de porta-toalhas na sala clínica e/ou cirúrgica deve ser evitada 
porque se torna depósito de microorganismos facilitando o aparecimento de infecção 
cruzada; 
 07) as toalhas de pano e compressas após o uso devem ser imersas em solução de 
hipoclorito ou fervidas em água e sabão por 30 minutos; 
 08) o tempo de fricção das mãos não deve ser menor que 30 segundos. 
 
 3.1.1. TÉCNICA BÁSICA DE LAVAGEM DAS MÃOS SEM ÁGUA E SABÃO. 
 Utilização de álcool para a higiene das mãos,inclusive sem utilizar água. 
Técnica proposta pela CDC (Centers for Disease Control and Prevention) em 2002. 
O Guideline da CDC recomenda a utilização de gel alcoólico quando as mãos não estão 
visivelmente sujas para todas as oportunidades de higienização, entre elas: antes de 
atendimento direto com pacientes, antes da calçar luvas estéreis para inserção de cateters ou 
outro dispositivo invasivo que não exija procedimento cirúrgico, após contato com a pele 
integra do paciente, após contato com fluídos corporais ou excreções, secreções de 
membrana mucosa, pele não integra ou troca de vestimenta, durante a mudança de 
manipulação de um sítio contaminado para outro sítio limpo ao cuidar de paciente, ao 
contato com objetos inanimados ao redor do paciente. 
 Esta técnica foi proposta devido a falta de adesão, de tempo entre um atendimento e outro, 
principalmente em ambulatório, em casos de emergência e os resultados obtidos nos 
estudos, foram os principais fatores da introdução desta técnica. 
Os produtos testados quanto a sua eficácia nesta técnica foram o gel alcoólico para 
higienização da mãos (propanol e etanol), Pittet et al, 2000, Lancet constataram que o 
propanol foi significativamente melhor que o etanol para a redução da contaminação das 
mãos. Porém a concentração de álcool deve ser de 70 a 80% e a sua aplicação deve durar 
no mínimo de 30 segundos com 03 ml da solução. 
 Outro trabalho realizado foi em 2004 no Hospital Israelita Albert Einsten na tese de 
doutorado de Julia Yaeko Kawagoe, sobre a higiene das mãos: comparação da eficácia 
antimicrobiana do álcool – formulação gel e líquida – nas mãos com matéria orgânica. 
A técnica utilizada era a lavagem das mãos com água e sabão, imersão em caldo de cultura 
com o Streptococus marcescens e a lavagem das mãos sem água com os seguintes 
produtos: 
A – álcool etílico – gel a 62% (p/p) 
B – álcool etílico – gel a 70%(p/p) 
C- álcool etílico – líquido 70% glicerinado 
D – álcool 2-propanalol 60%(padrão) 
Após foi feita cultura das mãos e obteve como redução acima de 99,9% no numero da 
bactérias. 
Hoje temos no comercio vários produtos com diferentes composição para o uso desta 
técnica, mas o mais barato e acessívelé o item B usado no trabalho acima – álcool etílico 
gel a 70%(p/p), inclusive da desinfecção das luvas de procedimento. 
 
 
 
 3.2. TÉCNICA DE DEGERMAÇÃO DAS MÃOS PARA CIRURGIAS 
 Esta técnica tem a mesma seqüência da técnica básica de lavagem das 
mãos, mas no lugar do sabão comum líquido são empregadas somente soluções degermante 
ou a associação destas soluções com escovação das mãos. O tempo necessário para uma 
escovação das mãos efetiva ainda não foi estabelecido, porém este tempo não deve ser 
inferior a 5 (cinco) minutos. No entanto, Coelho e col33 em 1983 avaliando o tempo de 
escovação pré-operatória das mãos, e concluiu que quando uma solução anti-séptica de 
ação rápida é associada à escovação das mãos, verificou que não havia diferença entre os 
tempos de escovação de 03, 05 e 10 minutos em relação à eficiência na redução do número 
de bactérias da pele das mãos e antebraços. 
 Recomendamos utilizar fricção com solução degermante por 3 a 5 
minutos escovando somente a parte das unhas e reentrâncias da mão Após a degermação 
cirúrgica das mãos devemos realizar a secagem com compressa , toalha de mão estéril ou 
toalhas de papel descartável estéreis. 
 
TECNICA 
 
1) retirar anéis, pulseiras, relógio das mãos e antebraços; 
2) ficar em posição confortável, sem dobrar a coluna; 
3) não tocar na pia com o corpo; 
4) abrir a torneira com a mão não dominante, ou acionar a torneira no 
comando de pé ou colocar as mãos sob a torneira com sensor elétrico que a aciona; 
5) umedecer as mãos e antebraços em água corrente com a temperatura 
em torno de 24 ºC; 
6) colocar 3ml de sabão na antisséptico degermante na palma da mão e 
espalhar pelas duas mãos e antebraços; 
7) friccionar as palmas das mãos uma contra a outra, o dorso das mãos e 
antebraços; 
8) abrir os dedos e friccionar as regiões interdigitais, primeiro de uma 
mão e após a outra; 
9) friccionar as pontas dos dedos e as unhas na palma da mão oposta; 
10) dobrar os dedos e friccionar a região articular contra a palma da mão 
oposta; 
11) friccionar a região lateral da mão contra a mão oposta; 
12) finalmente friccionar o polegar e sua região interdigital; 
13) enxaguar as mãos em água corrente, sempre no sentido das pontas dos 
dedos para o cotovelo, sem retorno; 
14) repetir os procedimentos 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12 
15) com auxílio de uma escova estéril ou estéril descartável friccionar as 
partes mais retentivas da mão ( unhas, articulações, linhas das mãos, regiões 
interdigitais,...). Desprezar a escova na pia. 
16) enxaguar as mãos em água corrente, sempre no sentido das pontas dos 
dedos para o cotovelo, sem retorno 
17) enxugar as mãos com papel toalha descartável ou compressa ou 
toalha de pano de uso individual; 
18) fechar a torneira com auxílio de compressa estéril ou toalha de pano 
estéril em caso de torneiras convencionais. 
 
Pia com produtos para lavagem das mãos 
 
Profissional umedecendo as mãos 
 
Auxiliar colocando sabão 
 
Espalhando o sabão pelas mãos e antebraços 
 
 Friccionando as palmas das mãos 
 
Friccionando o dorso das mãos 
 
Friccionando as regiões interdigitais 
 
Friccionando lateral das mãos 
 
Friccionado os polegares 
 
Friccionando pontas dos dedos, unhas e linhas da palma da mão 
 
Enxaguando as mão e antebraços 
 
 
Repetir todos os passos acima novamente 
 
Uso de escova descartável com PVPI nas regiões de difícil lavagem 
 
 Enxágüe das mãos e antebraços 
 
 
 
 Profissional mantendo as mãos mais altas que o cotovelo 
 pegando a compressa estéril 
 
 
 
 
 Secagem das mãos e antebraços utilizando compressas estéreis. A seqüência evita a 
contaminação durante a secagem, a parte que seca o cotovelo é virada para dentro 
após enxugar o lado direito. Observe sempre a seqüência, primeiro as mãos, apóso 
braço somente em um sentido até o cotovelo, vire a compressa e faça a mesma 
seqüência do lado oposto. 
 
PRODUTOS USADOS NA DEGERMAÇÃO CIRURGICA DAS MÃOS 
 
 Os produtos químicos (sabões ou degermantes), que recomendamos para 
a degermação cirúrgica das mãos são os seguintes32: 
1 Polivinilpirolidona - Iodo degermante a 10% 
2 Clorexidina degermante a 4% 
3 Sabão líquido comum + álcool glicerinado 
4 Sabão liquido comum + álcool 70 ou 77 
 
 
4. CALÇAMENTO DAS LUVAS 
 A técnica descrita a seguir deverá ser empregada quando as luvas 
esterilizadas forem usadas em procedimentos críticos. O calçamento das luvas estéreis deve 
ser feito após a degermação cirúrgica das mãos e colocação do avental estéril. Este 
procedimento pode ser realizado da seguinte maneira: 
1)abrir a embalagem pelas abas e dispensar o envelope sobre a mesa que 
deve estar coberta com campo estéril ou o auxiliar estéril abre o pacote e o mantém aberto; 
2) desembalar as luvas cuidadosamente para não tocar sua face externa; 
3) pega-se uma das luvas pelo punho, aba dobrada no lado externo, que é 
calçada pela mão oposta com a palma voltada para cima, não adapte sobre a manga do 
avental; 
4) em seguida, pega-se a outra luva, aba dobrada no lado interno, com a 
mão já com a luva(quatro dedos no interior da dobra) e calça a outra mão; 
 5) após calçar, ajuste as luvas sobre o punho do avental estéril; 
 6) introduza os dedos na aba dobrada da primeira mão e ajusta sobre o 
avental; 
 7) ajuste a luva as mãos, iniciando-se pelos dedos; 
 8) mantém as mãos elevadas e sem tocar em nada que não seja estéril. 
Obs: caso haja erro de algum dedo durante o calçamento das luvas, 
somente o ajuste após calçar a outra luva. 
 
 Auxiliar abrindo o pacote das luvas 
 
 
 Luvas sobre a mesa estéril, profissional abrindo o envolucro protetor 
 
 Profissional pegando a luva esquerda, pelo lado externo 
 
 Colocando a luva esquerda, segurando pelo lado externo do colarinho 
 
Luva esquerda solta na mão esquerda, detalhe do colarinho ainda dobrado 
 
Pegando a luva com a mão esquerda a luva direita, quatro dedos pelo lado interno do 
colarinho 
 
Calçando a luva direita, detalhe dos dedos por dentro do colarinho e sem tocar o polegar 
 
Luva direita colocada sobre o avental estéril e mão esquerda com o colarinho ainda dobrado 
 
 Pegando por dentro do colarinho da luva esquerda 
 
 Duas luvas colocadas sobre o avental cirúrgico 
 
 
Outra maneira é a auxiliar estéril calçar a luva diretamente no cirurgião 
 
 
 
Recomendações 
 O ajuste de óculos, máscara, gorro ou mesmo o gesto de coçar constitui-se em 
contaminação da luva estéril, e requer a sua troca imediata. Estes procedimentos 
devem ser feitos pela auxiliar não estéril ou circulante. 
 
 4.1 – Remoção das luvas após procedimento 
 Ao Término do procedimento crítico as luvas devem ser removidas de 
maneira a não contaminar as mãos do cirurgião e pessoal auxiliar. A seqüência é 
mostrada nas fotos abaixo. 
 
 
 
 
 
5. PREPARO DO PACIENTE 
 O preparo do paciente compreende a colocação dos equipamentos para proteção 
do paciente e do preparo da pele e da boca pelos processos de antissepsia e profilaxia e uso 
de isolamento absoluto. 
 
 
5.1.EQUIPAMENTO PARA PROTEÇÃO DO PACIENTE 
 O equipamento para proteção do paciente pode ser dividido de acordo 
com o procedimento a ser realizado. Para procedimentos semi-críticos o equipamento para 
o paciente constitui-se de óculos de proteção, campos limpos para proteção das vestes e 
gorro descartável. Os óculos de proteção evitam acidentes com instrumentos perfurantes ou 
partículas de aerossóis sólidas ou líquidas ouácidos restauradores, que são projetadas da 
boca durante os procedimentos clínicos atinjam o globo ocular. O gorro descartável protege 
o cabelo do paciente dos aerossóis produzidos pelos instrumentos rotatórios e seringa 
tríplice. 
 Nos procedimentos críticos é obrigatório o emprego para proteção do 
paciente o gorro, roupa cirúrgica (campo para proteção das vestes e campo fenestrado) e 
sapatilha. 
 
 
 
 
 
 5.2. ANTISSEPSIA DO PACIENTE 
 Antissepsia do paciente também será dividida de acordo com o 
procedimento a ser realizado. Para procedimentos semi-críticos a antissepsia dos pacientes 
consta basicamente do preparo da boca para redução da sua carga microbiana67. 
 
 5.2.1.ANTISSEPSIA DO PACIENTE PARA PROCEDIMENTOS SEMI-
CRÍTICOS. 
 Após a colocação do equipamento de proteção um preparo da boca do 
paciente deve ser feito. Este preparo quando da realização de qualquer procedimento semi-
crítico, se constitui de um bochecho ou embrocação ou escovação dos dentes. Este 
procedimento, preferencialmente, fazer com uma solução antisséptica a base de 
polivinilpirolidona – iodo a 10% ou clorexidina 0,12% e na sua falta, com água. O preparo 
da boca tem por objetivo reduzir a carga microbiana dos aerossóis produzidos durante o uso 
de instrumentos odontológicos que produzem aerossóis. Esta redução será ainda maior se 
for associada a uma escovação dos dentes ou a uma escavação do tecido cariado, 
principalmente em caso de dentes com cáries profundas, com instrumentos manuais. 
5.2.2.ANTISSEPSIA DO PACIENTE PARA PROCEDIMENTOS 
CRÍTICOS 
Antes de adentrar a sala clínica e/ou cirúrgica, paramente o paciente; este passo constitui-se 
de troca de roupa (quando houver vestiário), retirar ornamentos, maquiagem pela lavagem 
do rosto com água e sabão, colocar de gorro e sapatilha. 
 
 
 5.2.2.1. PREPARO EXTRABUCAL 
 A antissepsia da pele do paciente deve ser feita com produtos 
antissépticos degermantes a base de polivinilpirolidona - iodo (PVPI) a 10% com veículo à 
base de éterlaurilsulfato de sódio ou solução degermante à base de clorexidina a 4%, com 
auxílio de compressas estéreis ou escovas esponjas estéreis. O objetivo desta degermação é 
reduzir a população microbiana e com isto, diminuir a probabilidade de invasão destes 
microorganismos na ferida cirúrgica. 
 O procedimento de degermação pode ser realizado da seguinte maneira: 
 A primeira etapa é a remoção de resíduos e cosméticos através da lavagem do 
rosto com água e sabão. Após a auxiliar deve preparar 03 pincéis com gazes, previamente 
esterilizadas presa com uma pinça longa. Gaze, na mão oposta, presa entre os dedos da 
mão oposta para facilitar a coleta de possíveis gotas da solução que possam escorrer pela 
face. 
 Na segunda etapa o pincel de gaze é embebido com solução anti-séptica. Em 
seguida delimita-se o campo para degermação. Em cirurgia oral o limite é abaixo dos olhos 
e vai até a altura da clavícula. Com movimentos de cima para baixo na região de pescoço e 
abaixo dos olhos e movimentos circulares na região peri-bucal sem voltar com o mesmo 
pincel nas porções já pintadas. Isto feito, despreza-se tal pincel e coloca-se um novo pincel 
de gaze na pinça. Procede-se com a mesma manobra até a completa cobertura da área. Após 
a terceira aplicação da solução degermante, com outro pincel de gaze úmida em solução de 
soro fisiológico ou água destilada estéril faz a remoção da solução degermante para evitar 
coceira ou reação alérgica local. 
 
Paciente antes de procedimentos críticos deve lavar o rosto com água e sabão para remover 
maquiagem e sujidade. 
 
 Paciente na cadeira com campos auxiliares, profissional paramentado para procedimento 
crítico, com pinça com boneca de gaze, frasco com substância degermante (PVPI) 
 
Profissional aplicando a substância degermante, iniciando pela região peri-bucal. 
 
 
 Observe a extensão da degermação, vai até o pescoço. Após a aplicação 
com gaze estéril com água destilada ou soro fisiológico estéreis se faz 
a remoção do PVPI aplicado. 
 
Terminado a degermação da face 
instalamos o campo fenestrado. 
 
 5.2.2.2. . PREPARO DA BOCA 
 O preparo da boca deve ser feita através de bochecho por 01 minuto ou 
embrocação com o uso de uma solução antisséptica aquosa de polivinilpirolidona (PVPI) a 
10 % ou de clorexidina a 0,12%.. 
 Após este passo, o paciente é coberto com as roupas complementares 
esterilizadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Auxiliar depositando PVPI tópico Paciente cuspindo a solução 
 na boca da paciente para bochecho na cuspideira 
 
 RECOMENDAÇÕES: 
1) os produtos a base de mertiolate e mercurio-cromo não devem ser utilizados na boca 
como antissépticos, pois não apresentam ação na presença de sangue, pus, saliva, conforme 
Portaria 930/92 do Ministério da Saúde; 
 2) quando necessitar fazer a degermação da face do paciente por mais de uma vez, 
o profissional e/ou pessoal auxiliar deverá trocar os pincéis de gaze e fazer outro para nova 
aplicação; 
 3) após o ato operatório deve-se remover a solução anti-séptica da face do 
paciente. Este procedimento é realizado com bonecas de gaze umedecidas com água estéril 
ou soro fisiológico. Os movimentos devem ser leves e de cima para baixo. Para realização 
deste procedimento o profissional deve estar usando luvas estéreis; 
 4) após a terceira aplicação, remover o excesso com gaze estéril úmida em soro 
fisiológico ou água destilada estéril. 
 
6. ESTERILIZAÇÃO 
 Os processos de esterilização constitui-se, sem dúvida, numa das mais importantes 
etapas de um programa de controle de infecção. 
 Não existe instrumental “ quase estéril “, ou ele está ou não está esterilizado. 
 Definimos esterilização como um processo capaz de destruir a maioria das formas 
de vida microbiana como bactérias, fungos e vírus, inclusive na sua forma vegetativa e 
esporulada. 
 Porém, devemos lembrar que a eficiência da esterilização depende de preparo 
prévio do instrumental, a saber: 
6.1. PRÉ-LAVAGEM 
 Procedimento que visa a facilitar a remoção de partículas impregnadas na superfície 
do instrumental. 
5.1.1. Pré-lavagem com cuba de ultra-som : 
 Estes aparelhos são constituídos por osciladores piezoeléctricos situados no 
envolucro de aço inoxidável e por uma cuba para imersão do instrumental em solução 
desencrostante ou enzimática. 
 
 
 
 
 
 
Foto 41- Aparelho de ultra-som com instrumental no seu interior e tampa que deve ser 
mantida fechada durante o procedimento de limpeza do instrumental. 
 
Fig 42- Parte interna do aparelho de ultrasom, mostrando as placas piezoelétricas. Notem 
que a placa está trincada na foto do meio e quebrada na da direita. Em ambos os casos não 
tem mais ação e o fato ocorre principalmente por instrumental em contato com o fundo da 
cuba 
 O volume de água com sabão enzimático a ser colocado na cuba deve seguir as 
recomendações do fabricante do aparelho e do sabão enzimático. 
 Um dos efeitos básicos do ultra-som é a cavitação, fenômeno que se caracteriza pela 
capacidade de liberar gazes, de produzir ressonância linear das bolhas de gaz. e pelo 
rompimento destas bolhas vaporizadas. 
 Estas características melhoram a limpeza de pequenas e delicadas superfícies, 
praticamente inacessíveis na técnica de escovação manual, aspecto este de suma 
importância, considerando as dimensões e conformação dos instrumentos utilizados em 
endodontia, periodontia, implantodontia,..... 
 Naqueles aparelhos que não possuem o ciclo de lavagem, ao término do tempo de 
trabalho, que varia de 02 a 10 minutos, após lavar o instrumental em água corrente. 
 Entre as vantagens do emprego do ultra-som podemos ressaltar: 
1. maior eficiência na limpeza; 
2. redução na formação de aerossol de partículas infectadas, principalmente quando 
do fechamento do aparelho durante a sua utilização; 
3. incidência reduzida de lesões perfuro-cortantes; 
4. redução do tempo de trabalho; 
5. nãonecessita escovação manual. 
5.1.2. Pré-lavagem por processo manual : 
 Neste processo o instrumental fica mergulhado por um período de 02 a 20 minutos 
em uma cuba plástica contendo sabão enzimática . 
 Para a preparação da solução enzimática adicionamos 4 a 10 ml do produto em um 
litro de água( conforme recomendação do fabricante) e fica de molho de 02 a 10 minutos 
 Ao final do tempo de imersão o instrumental é removido com uma pinça e 
lavado em água corrente sob escovação intensa. 
 
 
 
Foto 42 . Remoção do instrumental contaminado com luva comercial, usando pinça de 
Colins 2S sem contato manual com o instrumental, colocados na cuba tipo “tapeware” 
perfurada 
Foto 43- Instrumental sujo de matéria orgânica de molho dentro da cuba maior em solução 
enzimática. Notamos a ação da substância sobre a matéria orgânica. 
Foto 44- Enxágüe do instrumental em água corrente na parte perfurada das cubas 
Foto 45- Escovação do instrumental em água corrente, segurando o instrumento com pinça 
 
Recomendações para a pré-lavagem 
1. o instrumental destinado à pré-lavagem encontra-se contaminado, portanto 
requer equipamento de proteção individual adequado (gorro, máscara, óculos de 
proteção, avental, luvas grossas “tipo doméstico”); 
2. aquele instrumental que apresenta articulações e ou conexões deve ser 
desarticulado ou desconectado antes da pré-lavagem; 
3. não se recomenda o uso de detergentes comerciais de uso doméstico(aniônicos) ; 
4. O processo de pré-lavagem das canetas de alta rotação e micro-motores 
autoclaváveis deve ser realizado com o aparelho de ultra-som e tem por objetivo 
a remoção de partículas aderidas de graxas, óleo, resíduos metálicos ou 
resinosos, fragmentos de dente e matéria orgânica(sangue, saliva); 
5. as brocas e pontas montadas de alta e baixa rotação devem ser pré-lavadas no 
aparelho de ultra-som em cuba pequena, tipo backer, para não ficar em contato 
com o fundo do aparelho; 
6. a escova empregada para a limpeza manual do instrumental deve ser de uso 
exclusivo. Sua desinfecção é feita pela imersão em solução de glutaraldeído a 
2% por 30 minutos ou ácido peracético 0,2% por 10 minutos; 
7. a pré-lavagem não esteriliza o material, sendo portanto necessário cuidados com 
o seu manuseio bem como a utilização de equipamento de proteção individual 
adequado; 
8. o instrumental, broca, grampos ou qualquer outro material em contacto com o 
fundo do aparelho de ultrasom em uso, danifica o aparelho. 
 
6.2. SECAGEM 
 A secagem do instrumental pode ser realizada das seguintes maneiras21: 
1. pano limpo e seco(toalha); 
2. secadora de ar quente ou frio; 
3. estufa(regulada em torno de 50 graus para este fim); 
4. ar comprimido medicinal. 
 Pela facilidade e baixo custo, recomenda-se a utilização do pano claro atoalhado , 
limpo e seco, que deve ser trocado quando apresentar sujidade visível. 
 
 
 
 
 
Secagem do instrumental com toalha de cor clara, dupla, por palpação 
 É importante que sejam tomadas precauções no sentido de evitar lesões causadas 
por instrumentos perfuro-cortantes, lembrando que o instrumental ainda se encontra 
contaminado. 
6.3. EMBALAGEM 
 Após a secagem o instrumental realiza-se a embalagem para a esterilização. 
Algumas normas devem ser seguidas: 
 
1. na autoclave(calor úmido) pode se utilizar como embalagem: tecido de algodão 
cru, tecido sintético a base de polipropileno, caixa metálicas perfuradas próprias 
para autoclave, caixas plásticas perfuradas, papel grau cirúrgico, papel crepado, 
papel kraft , pequenos vidros , tubos de ensaio ou envelopes em nylon; 
2. algodão ou similar permeável ao vapor, podem ser utilizadas para esterilização 
em autoclave(calor úmido), mas devem ser lavadas entre uma esterilização e 
outra; 
3. o tecido sintético a base de polipropileno é uma medida econômica para a 
esterilização, pois após lavado pode ser reutilizado para nova esterilização, desde 
que não haja rompimentos no tecido; 
4. caixas plásticas e metálicas perfuradas podem ser utilizadas em instrumentais de 
uso seqüencial, tipo material de exame clínico, que são utilizados no prazo 
menor que 24 horas. Não podem ser armazenados; 
5. papel grau cirúrgico ou rolo gral é hoje o mais indicado para a esterilização em 
autoclave. O papel não apresenta amido e nem corante, mantendo a esterilização 
por mais tempo permitindo o armazenamento.Pode ser autovedante ou a vedação 
pode ser feita com seladora; 
6. papel crepado, de auto custo e solta resíduos durante a esterilização danificando 
a autoclave; 
7. papel kraft contém amido e corantes. O amido pode funcionar como um caldo de 
cultura e invalidar a esterilização e o corante desprende-se durante o ciclo de 
esterilização causando danos a autoclave e a estufa. 
8. tubos de vidro ou de ensaio, devem ser vedados na tampa com gaze ou algodão 
permeável ao vapor e estes vidros ou tubos de ensaio devem ser posicionados 
com a abertura voltada para baixo para evitar a condensação de vapor no seu 
interior; 
9. nylon permite a esterilização em autoclave e estufa e também podem ser vedados 
com seladora. Apresentam como desvantagem o custo e a dificuldade de abertura 
das embalagens durante o preparo da mesa cirúrgica; 
10.na estufa(calor seco) pode-se utilizar como embalagem o papel Kraft n.º 80 
monolúcido83, tubos de ensaio, pequenos vidros, envelopes em nylon ou caixas 
metálicas; 
11.as caixas metálicas favorecem o contacto entre metais possibilitando a formação 
de correntes galvânicas39. A má adaptação da tampa da caixa favorece a 
contaminação devendo ser vedada com fita adesiva que suporte as altas 
temperaturas da estufa; 
12.para esterilização em estufa(calor seco) do instrumental clínico e outros 
recomenda-se a embalagem com caixas metálicas, nylon ou papel alumínio. As 
limas, alargadores, brocas e outros instrumentos ou materiais esterilizáveis de 
tamanho pequeno devem ser embaladas em tubos de ensaio ou pequenos vidros 
revestidos por papel alumínio. A utilização do vidro proporciona maior validação 
da esterilização por impedir a perfuração da embalagem; 
13.todas as embalagens devem ser identificadas com seu conteúdo. Embalar o 
instrumental separadamente para evitar a formação de correntes galvânicas80,83 
que favorecem a perda do corte e alteração da tempera do aço; 
14.embalar o instrumental segundo a necessidade de uso para que se evite 
esterilizações desnecessárias. Por exemplo, não devemos esterilizar vários jogos 
de limas endodônticas em uma mesma embalagem pois estaríamos 
reesterilizando jogos de limas não utilizados; 
15.quando uma embalagem é aberta, todo o instrumental aí contido será 
contaminado, necessitando nova esterilização; 
 
 
 
 
 
Diversos tipos de embalagens para esterilização em autoclave disponíveis no 
comércio 
 
6.4. MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO 
 A esterilização pode ser realizada através de vários métodos: 
 
 5.4.1. PROCESSOS FÍSICOS: 
5.4.1.1.microesferas de vidro; 
5.4.1.2.filtração; 
5.4.1.3.radiações esterilizantes por raios gama cobalto 60; 
5.4.1.4.radiações esterilizantes por raios ultravioleta; 
5.4.1.5.calor seco - estufa ou forno de Pasteur; 
 5.4.1.6.calor úmido - autoclave 
 5.4.2. PROCESSOS QUÍMICOS: 
 5.4.2.1. óxido de etileno 
 5.4.2.2. plasma de peróxido de hidrogênio 
 5.4.2.3. soluções químicas 
 5.4.2.4. pastilhas de formol 
 
 6.4.1. PROCESSOS FÍSICOS 
 
 6.4.1.1.MICROESFERAS DE VIDRO 
 O aparelho contém um recipiente com microesferas de vidro, que são aquecidas 
eletricamente até uma temperatura de aproximadamente 230 ºC01. 
 Os instrumentos endodônticos, cones de papel absorvente ou bolinhas de algodão 
são introduzidos no compartimento permanecendo de 3 a 8 segundos sob aquecimento. 
 Alguns autores preconizam a substituição das microesferas de vidro por sal de 
cozinha. 
 Estes aparelhos têm sido questionados principalmente pela dificuldade em se 
controlar a temperatura da resistência e pela possibilidade da aderência de resíduos

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