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INTRODUÇÃO O estudo científico, assim como outras práticas laboratoriais, é baseado em observações e medições quantitativas. A partir das quais é possível avaliar um produto ou teoria, e verificar se apresentam os resultados desejados. Portanto, boa precisão e exatidão das medições são fundamentais para estabelecer um resultado confiável. A noção de incerteza é importante a partir do momento que afirmamos algo sobre o mundo externo, sob o qual não temos absoluto conhecimento. Resultados obtidos a partir da matemática ou de estudos teóricos não apresentam incertezas, já que provém de definições criadas pelo homem. Ou seja, estes resultados são, de certa forma, uma reafirmação destas definições. Quando fazemos uma medida experimental, não temos total controle e nem certeza sobre a natureza daquilo que é estudado. Quando se realiza um experimento para medir alguma grandeza, tenta-se eliminar todos os erros que podem ocorrer durante a análise. Porém, é impossível tomar conta de todas as variáveis a que estamos submetidos, como causas ambientais (temperatura, pressão, etc,) calibração de equipamentos, materiais utilizados, reagentes, dentre outros. Por isso, a incerteza é uma característica fundamental de qualquer experimento. As fontes de incerteza podem ser divididas em duas categorias: erros sistemáticos e erros aleatórios. Erros sistemáticos estão associados à exatidão. São aqueles que afetam todas as medidas de uma mesma forma. Como exemplos, podemos citar erros de calibração, de interpretação e de atribuição de valores a constantes. Para lidar com estes erros, podemos revisar o aparato experimental, os métodos utilizados e a teoria. Erros aleatórios, por sua vez, estão associados à precisão e são devidos a variações das condições de medida. Afetam as medidas em todas as direções, já que são de natureza aleatória. Estes erros não podem ser completamente eliminados, mas podem ser atenuados. Podemos controlar grandezas como pressão, umidade, temperatura, horário, fontes de energia, mas sempre haverá flutuações que farão com que uma medida não seja exatamente igual a outra. Para lidar com estes erros e estimar sua magnitude, utilizam-se técnicas de replicatas com avaliação estatística. Entretanto nem sempre é logico medir a mesma quantidade diversas vezes para avaliar flutuações estatísticas. Por exemplo, quando medimos a massa em uma balança, ou o comprimento com uma régua, etc. Nesses casos o erro e a estimativa destes provêm do julgamento de quem a mediu. Uma regra prática é utilizar metade da menor escala para expressar a incerteza. OBJETIVO Apresentar ao aluno os equipamentos e vidraria de uso corrente em trabalhos práticos, bem como a maneira correta de emprega-los. Mostrar ao aluno como se deve fazer a leitura de medidas determinadas no laboratório e como expressá-las cientificamente. Materiais Balança de precisão, balão volumétrico de 25ml e de 250ml, bureta de 50ml, proveta de 10ml, 50ml e de 100ml, béquer de 50ml e de 250ml, pipeta volumétrica de 10ml, pipeta graduada de 10ml, pinça metálica, termômetro de 0 a 100°c, suporte universal com garra, tubos de ensaio, cacos de porcelana, pinça de madeira, chapa de aquecimento. Reagentes: Água destilada, líquido desconhecido “X”. Procedimentos: Ocorreu-se em quatro partes 1ª) Medida da temperatura de ebulição da água: Colocou-se cerca de 150ml de agua destilada em um béquer de 250ml com três perolas de vidro em seguida, colocou-se o béquer sobre a chapa de aquecimento. Aqueceu-se o béquer com a chapa ligada. Aguardou-se a ebulição da água e com auxílio de um termômetro, mediu-se e anotou-se corretamente a temperatura de ebulição da água. 2ª) Cálculo de desvio padrão de uma série de medidas: Encheu-se, com água, uma bureta de 50mL. Zerou-se a bureta. Em seguida encheu-se de água, um tubo de ensaio. Leu-se o volume na bureta. Realizou-se o procedimento em triplicata. Calculou-se o desvio padrão das medidas. 3º) Determinação da densidade de um líquido: Numerou-se dois béqueres de 50mL e em seguida pesou-os anotando corretamente suas massas. Com auxílio de uma pipeta graduada, de 10mL, mediu-se 10mL do líquido desconhecido “X “e adicionou-se ao béquer 1. Para determinar a massa dessa amostra pesou-se o béquer, com líquido e subtraiu-se o valor inicial. Repetiu-se o mesmo procedimento para béquer 2, porém o volume de 10mL do líquido “X” foi medido no próprio béquer. 4°) Capacidade e desvios de aparelhos de medição Anotou-se, com os respectivos desvios, a capacidade de cada um dos seguintes aparelhos: Bureta Provetas Pipeta graduada Pipeta volumétrica Resultados e discussão Nas as práticas realizadas, obtiveram-se os seguintes resultados: Parte 1: Medida da Temperatura de ebulição da água Notou-se que a temperatura de ebulição da água foi de 97,0 ±0,5°C. Durante o aquecimento verificou-se o desprendimento de pequenas bolhas do fundo do béquer juntamente com pequenos saltos das pérolas de vidro, que tem a finalidade de ajudar na homogeneização de calor em toda extensão ocupada pelo líquido. Pressão (mmHg) 600 640 680 720 760 Temperatura (ºC) 94 95 97 98 100 Tabela 1 : Variação da temperatura de ebulição da água em função da pressão atmosférica à 25 ºC Parte 2: Medida do volume de um tubo de ensaio Os resultados obtidos para a medida do volume do tubo de ensaio foram: 1ª leitura: (24,60 ± 0,05) mL 2ª leitura: (24,60 ± 0,05) mL 3ª leitura: (24,50 ± 0,05) mL Volume médio: (24,57 ± 0,05) mL Com os resultados das leituras do volume podemos calcular o desvio padrão das medições, assim; s= ±0.06 Com isso podemos reescrever o valor do volume com o seu desvio padrão: Volume do tubo de ensaio: (24,57 ± 0,06) mL. Parte 3: Determinação da densidade de um líquido Após o procedimento 3 chegamos aos seguintes resultados: Volume do líquido/mL Massa/g 10 Bécher 1 7,96 Bécher 2 6,76 Através dos dados presentes na tabela anterior podemos calcular a densidade do líquido, através da fórmula a seguir: d=m/v d= densidade (g/mL) m=massa (g) v= volume (mL) Ao aplicar os valores da tabela na fórmula acima obtivemos os seguintes valores de densidade para cada bécher. Bécher Densidade g/ml 1 0,796 2 0,676 A diferença de densidade entre o líquido X presente no bécher 1 e líquido X presente no bécher 2, se deve ao fato da graduação da pipeta ser mais precisa que a graduação do bécher. Devido à maior a maior precisão da pipeta graduada, utilizamos a densidade do bécher 1 para descobrir qual é o líquido X. Através dos resultados encontrados e pela análise da tabela de algumas substâncias fornecida no roteiro da aula, percebe-se que o valor encontrado de densidade do bécher está próximo aos valores de densidade dos líquidos a seguir. Substância Densidade g/ml Álcool etílico 0,789 Acetona 0,790 Ciclo hexano 0,779 Com base nos valores encontrados e na análise sensorial da amostra, podemos afirmar que o líquido X é o álcool etílico. Parte 4: Capacidade e desvios de aparelhos de medição Sempre há uma margem de erro nos aparelhos de medição, erros que estão presentes em seu corpo ou são calculados através da metade da sensibilidade (menor graduação presente no aparelho) de cada instrumento utilizado. Aparelho Capacidade / ml Sensibilidade / ml Desvio Estimado / ml Bureta 50 0,1 0,05 Pipeta graduada 10 0,1 0,05 Pipeta volumétrica 10 - 0,02 Proveta 10 1 0,5 Proveta 50 0,5 0,25 Proveta 100 1 0,5 Através dos valores encontrados podemos afirmar: 1. A pipeta volumétrica é o aparelho mais preciso devido ao menor desvio estimado. 2. As provetas de 10 mL e de 100 mL são as vidrarias menos precisas por possuírem maior desvio estimado. Conclusão Na prática descrita acima foram adquiridos conhecimentos de diversas vidrarias presentes em um laboratório,seu emprego e manuseio, além de suas respectivas capacidades e desvios. Através destes conhecimentos podemos decidir qual instrumento utilizar de acordo com cada prática, principalmente aquelas que necessitam de uma maior precisão. Na medição da temperatura de ebulição encontramos um valor diferente ao presente na literatura, que pode ser justificado pela pressão e temperatura deferentes do que é o considerado padrão, entretanto o valor encontrado é um valor aceitável. Na determinação da densidade de um líquido verificamos o erro que pode ser causado ao realizar um procedimento com uma vidraria inadequada. Além disso verificamos que nem sempre é possível determinar uma substância apenas com seu valor de densidade, pois foi necessária a utilização de uma análise sensorial, procedimento mais acessível ao momento, no caso o odor do líquido X. Em todas as práticas realizadas seus respectivos objetivos foram alcançados. REFERÊNCIAS RUSSELL, John. B. Química Geral, Volume I, São Paulo, Editora Mc Graw-Hill do Brasil – 1994. DEMICHELI, Cynthia Peres. Práticas de Química Geral. Belo Horizonte: UFMG, 2006. 87 p. http://fisica.tubalivre.com/2017/09/por-que-temperatura-de-ebulicao-depende.html
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