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- Com uma extensão de 2.800 km, o São Francisco é a bacia hidrográfica mais importante do nordeste brasileiro. 
- Ao longo de décadas, já sofreu intervenções que prejudicam o seu equilíbrio natural e que são responsáveis pelo desmatamento de cerca de 96% de suas matas ciliares, e pela remoção de mais de 150 mil pessoas para a construção de hidrelétricas e barragens.
- O rio passa por cinco estados e 521 municípios, sendo sua nascente geográfica no município de Medeiros e sua nascente histórica na serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, centro-oeste de Minas Gerais.
- Este gigante apresenta importância histórica para o desenvolvimento das regiões por onde passa. Suas águas servem de fonte principal para o manejo agrícola e para a pecuária. Graças a esta fartura o rio são Francisco é considerado um tesouro natural. E por isso, hoje, é a principal arma contra a seca, no nordeste brasileiro. 
Xxxxx
- Um projeto ambicioso do governo federal pretende levar as águas do velho Chico para as áreas mais áridas do sertão nordestino. 
- A proposta é transportar o gigante brasileiro por nada menos que 720 km até o seu destino final. 
- Uma obra ambiciosa, e desafiadora. Composta por: 
720 km de extensão, 
12 milhões de beneficiados, 
13 aquedutos, 
9 estações de bombeamento, 
27 reservatórios, 
9 subestações de energia, 
270 km de linhas de transmissão, 
alem do maior túnel da America latina com 15 km de extensão, 
 e um custo de mais de 9,6 bilhões, tudo isso para levar água para 390 cidades.
 
- A transposição do rio São Francisco será dividida em dois eixos: 
Eixo Sul e Eixo Norte. 
- O eixo norte com 477 km, levará água para os sertões de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, 
alimentando quatro rios, três sub bacias e mais dois açudes: Entre Montes e Chapéu. Ficando seu ponto de captação de águas próximo à cidade de Cabrobó (PE). 
- A integração das águas é vital ao desenvolvimento e segurança hídrica do Ceará, pois irá garantir a manutenção dos mananciais no estado.
- Por outro lado, os impactos decorrentes das mudanças climáticas têm provocado alterações na quantidade e na qualidade dos recursos hídricos. 
- Com base em estudos, e no próprio RIMA” a demanda por água tende a aumentar, enquanto a disponibilidade hídrica tende a diminuir, como tem ocorrido principalmente nas regiões de baixas latitudes no semi-árido brasileiro.
- O Projeto de Integração das Águas do Rio São Francisco com as bacias hidrográficas do Nordeste resolverá o abastecimento de cerca de 12 milhões de pessoas que vivem em 390 cidades dos Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
- Contudo, é preciso considerar alguns fatores negativos trazidos pela transposição. 
- O relatório de impacto ambiental, encomendado pelo governo federal, atesta que o desvio das águas do São Francisco vai reduzir a geração de energia no rio e provocar desemprego antes de combater a seca no Nordeste.
- O relatorio calcula que 3.500 familias tenham de ser remanejadas para dar espaço aos canteiros de obras e à construção dos canais, estações de bombeamento de água, aquedutos, túneis e reservatórios. 
- Durante a construção do empreendimento, está prevista a geração de cerca de 5.000 postos de trabalho. Mas esses postos serão somente nesse período, não representando um grande incremento em relação ao emprego total", 
- O relatorio, propõe como solução a contratação de trabalhadores das próprias comunidades para a obra, cuja duração prevista seria de quatro anos. 
Outro ponto negativo é o aumento da população de piranhas e pirampebas, peixes que podem prejudicar a pesca pelos desvios do São Francisco, até a redução da energia elétrica gerada no rio.
 	- Esse último impacto é uma das principais críticas à obra.
- Mas os pontos negativos não param por ai, foram listados ainda a ameaça ao patrimônio cultural, risco a vegetação nativa e as terras destinadas a produção agrícola, alem da especulação imobiliária. Mas o que afetou mais a população, foi a remoção das áreas produtivas. Hoje eles vivem em terras inférteis, e sem água. 
Do ponto de vista jurídico, há que se considerar outro fatores.
Qualquer projeto de transferências de águas deve buscar o amparo legal. Ainda assim, é de extrema necessidade realizar diversas pesquisas e estudos para a viabilização do projeto e a concessão da Licença Ambiental. Segundo o art. 22 da CF é competência da União legislar sobre as águas.
Dessa forma, a União tem o dever de estabelecer estratégias que combata a seca exaustiva e a migração forçada devido aos problemas expostos.
Há que se considerar a fragilidade da natureza. Assim o art. 225 da CF visa dar proteção ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado.
O caso da transposição do Rio São Francisco, a princípio colide com alguns direitos fundamentais importantes, que são os pretextos de redução de desigualdades sociais e regionais 
Para que um projeto de tamanha dimensão resguarde os princípios, é de suma importância que as análises e pesquisas sejam realizadas de forma minuciosa. 
Cabe lembrar que em caso de conflitos em que o meio ambiente está em jogo, a regra basilar é de que seja feita uma interpretação favorável à proteção ambiental. 
Assim, após entregue o estudo, muitos críticos alegaram que o governo federal deixou de lado certos fatores que poderiam afetar o meio ambiente, e buscaram de forma assídua a não realização ou paralisação do projeto da transposição do rio.
Mesmo com as ações judiciais, o IBAMA concedeu a Licença Ambiental ao Ministério da integração nacional. alegando que todos os estudos realizados seguiram a resolução 01/86 do CONAMA.
Ainda assim, diante de tudo que fora exposto, e levando em conta o panorama atual da obra de transposição do rio São Francisco, a referida obra é de extrema importância para a região do nordeste brasileiro, principalmente no que consiste na execução do objetivo principal, que é a erradicação da seca no sertão nordestino, levando água para estas regiões menos abastecidas e mais afetadas pela seca. 
O Estudo de impacto ambiental, elenca positivamente alguns dos principais benefícios que está obra irá trazer, são a Segurança Hidrica; já que a oferta de água irá aumentar nas regiões mais secas do pais, o que leva a um maior abastecimento das zonas afetadas, principalmente a zona rural o que provocaria um aumento na produção alimentícia, queda significativa na morte dos rebanhos e acabaria com a baixa produtividade no campo.
As águas do Rio São Francisco apresentam uma qualidade muito superior àquelas existentes nas bacias receptoras, sendo que estas bacias, ao apresentarem água de melhor qualidade, ajudarão a diminuir o número de doenças ligadas ao consumo de água contaminada ou imprópria para consumo humano, e aquelas ligadas também à falta de água tal qual a desidratação, que pode levar a morte de milhares de crianças e idosos – parcela mais frágil da população, bem como dos animais.
O Estudo de impacto ambiental prevê que até 2025, uma região equivalente a mais de 160 mil campos de futebol, seja irrigada, abastecendo até 12.4 milhões de pessoas, que poderão produzir mais, girando a roda da economia, aumentando o número de empregos nas regiões beneficiadas.
A obra por si só, que deveria durar 4 anos, porém já dura bem mais do que isso, emprega hoje, direta e indiretamente mais de 7 mil pessoas, um número pequeno se comparado aos beneficiados pela transposição do rio, porém bastante significativo no que tange à movimentação econômica da região onde esses trabalhadores se instalam.
O mesmo Estudo de impacto ambiental relaciona alguns impactos negativos que devem ser considerados. Os aspectos negativos são vários, porém podem ser subdivididos em categorias, como Energia, Meio Ambiente, Economia e Fator Humano. 
No que tange ao meio ambiente, a bacia do Rio São Francisco teve 152 espécies de peixes nativos identificados, e algumas dessas espécies são migratórias, devendo se deslocar para se reproduzir.Com as obras de transposição muitas dessas espécies não terão mais os lugares de reprodução, o que fará com que a população desses peixes diminua drasticamente. 
Outro ponto que se deve atentar, é 	relativo a flora do rio propriamente dito e de seu entorno, que vem sofrendo constantes devastações antes mesmo das obras começarem, extinguindo assim o habitat natural de muitas espécies de pássaros, mamíferos, insetos e répteis. 
Apesar do rio apresentar água de boa qualidade em muitos trechos, outros são extremamente poluídos por conta do despejo de esgoto sem tratamento em suas águas, e que poderia ocasionar a transferência dessa água poluída para os açudes já existentes. Além disso há o risco de salinização e erosão do rios receptores, que nem sempre tem capacidade para receber o volume de água repassado.
No quesito energia, a obra é inviavelmente onerosa, chegando ao ponto de ser contra produtiva energeticamente, já que para chegar às regiões a água será bombeada a uma altura estimada de 165 metros de altura, e serão necessários o equivalente ao potencial energético de 3 usinas de Três Marias, levando – se em conta também a energia que deixará de ser produzida nas outras hidrelétricas, abaixo de sobradinho. 
 Hoje nos estamos na cidade de brejo santo, interior do ceara, uma das cidades beneficiadas pelas águas da transposição, e um dos pontos mais importantes desta gigantesca obra. É aqui, já na divisa com a cidade de Jati, que esta sendo construída uma das barragens que abastecerá os canais de distribuição do eixo norte
Viemos identificar de perto como a transposição das águas do velho Chico esta afetando a fauna, flora, e a vida dos moradores desta região. 
Visivelmente, pode-se perceber que um dos principais impactos nesta região, é o desmatamento e a desapropriação. 
Percebe-se que no entorno da obra, há pequenas moradias, certamente estas pequenas propriedades, tiveram que ser desapropriadas no todo ou em parte para que a obra pudesse ser feita. 
Tentamos entrevistas com engenheiros e supervisores técnicos que trabalham na construtora do eixo norte, mas não tivemos autorização para filmar ou gravar os relatos. O supervisor de trecho, Ivanir, conversou com a gente, a respeito dos impactos ambientais e as medidas adotadas. 
O projeto, menina dos olhos do ministério da Integração Nacional, Custaria inicialmente R$ 2,8 bilhões. Esse dinheiro, segundo o governo, virá da privatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), ainda sem data marcada. 
Apresentada como uma dos principais projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, a transposição ainda segue sem data prevista para o vim de suas obras, o que atrasa a água prometida para 12 milhões de pessoas na Paraíba, no Ceará e no Rio Grande do Norte.
Em conversa com os acadêmicos da UNILEÃO, Ivanir, supervisor de trecho II da Magna Engenharia, uma das construtoras que atuam nesse trecho da transposição, avalia os impactos ambientais e falou sobre o andamento das obras da transposição que seguem em fase de acabamento. Ressaltou a importância da obra e sobre os locais que serão beneficiados: a partir deste trecho, serão beneficiados diretamente as cidades de brejo santo, penaforte, jati, mauriti e barro e indiretamente, outras dezenas de cidades, haja visto que parte da água da transposição será despejada em açudes e rios locais para manter os níveis de abastecimento suficiente para uso nas residências e na pecuária e agricultura. 
Em relação ao fator humano e as relações socioambientais, Ivanir destaca, que cerca de 300 famílias tiveram que ser desalojada, sendo estas famílias indenizadas e remanejadas para as agrovilas, construídas especialmente para elas. Mas nem todos os moradores estão felizes em suas novas moradias. 
Quanto as relações socioeconômicas e culturais, estima-se que tenha havido impactos irreversíveis a curto prazo. 
Outro fator negativo levantado pelo rima, foi a questão do acesso migratório das espécies. Estimou-se que algumas espécies poderiam ter dificuldades em acessar áreas necessárias para sua sobrevivência e reprodução. Ivanir destacou que, em pontos estratégicos do canal, formam instalados passagens subterrâneas ou em forma de pontes. Mas admite que algumas passagens foram mal instalada, e que isso pode dificultar o acesso a curto prazo. Entretanto essas passagens não foram refeitas, o que ele considera um fator negativo da obra que afeta diretamente a fauna. 
Quanto a flora, perguntamos sobre o que seria feito com os canteiros, após o termino da obra. Ivanir nos disse, que estas áreas serão doadas para a prefeitura, e que a administração dessas áreas, desmatadas para a captação de sedimentos e instalação de estações de trabalho será feita pelos municípios. Quando perguntado se seria feito, por exemplo, o reflorestamento dessas áreas, a resposta que tivemos, foi que ele não sabia. Entretanto, o RIMA determina que as áreas desmatadas sejam revitalizadas para que a longo prazo a natureza possa se recuperar. 
Perguntamos ainda sobre as comunidades locais, como ficariam suas relações comerciais, de sobrevivência e quais os principais fatores negativos sentidos por ele. Ivanir, alertou que a curto prazo as relações de produção terão que ser iniciadas do zero, reconhecendo que muitas famílias podem ter sido realocadas em localidades com baixa fertilidade do solo e impróprias para a pecuária. Isso afetaria tanto a sobrevivência das famílias como a economia local. Destacou ainda que o maior impacto sofrido pelas famílias, foi o desmatamento, desalojamento e falta de água, uma vez que muitas dessas novas terras não possuem poços ou reservatórios naturais, e pelo fato de as águas da transposição demorarem muito a chegar na região.

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