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AO JUIZO DA 1° VARA CÍVEL DA COMARCA DE ANÁPOLIS-GO Processo n° 0000 PEDRO PINHO, já qualificado nos autos da AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, pelo rito comum, movida pela empresa XYZ, também já qualificada, vem por seu advogado XXXXXX, com escritório estabelecido na Rua dos Juristas, n° 7, Bairro dos Casuísticos, Rio de Janeiro-RJ, com fulcro no art. 335 do NCPC apresenta CONTESTAÇÃO expondo e requerendo o que se segue: DAS PRELIMINARES I-DA INCOMPETÊNCIA RELATIVA A presente lide não deveria ser proposta nesse foro que agora tramita em virtude do contrato em questão ser de ordem pessoal e não real, tendo o autor adotado o critério incorreto para a propositura da ação, devendo a ação ser proposta de acordo com o art. 46 do NCPC. Art. 46, NCPC: “A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.” Portanto, requer o réu desde logo que seja declarada a incompetência do presente foro para ajuizamento da presente ação e que seja remetido ao juízo pertencente ao foro de domicílio do réu, afim que sejam atendidos os princípios da celeridade e economia processual, e facilite uma efetiva defesa da parte presente no polo passivo da ação. II- DO LITSCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO Na presente ação, devem figurar todos os integrantes do negócio jurídico entabulado, pois nela pleiteia a anulação de negócio jurídico celebrado entre o réu e suas duas filhas e seus efeitos devem se estender a todos, conforme art.114, NCPC. Há então litisconsórcio passivo necessário, devendo elas serem citadas para integrar a presente lide. Da mesma forma, e para os mesmos fins, deverá ser citadas MARIA PINTO, solteira, brasileira, profissão xxxx, inscrita no CPF n° xxx.xxx.xxx-xx, e-mail xxxxx@xxxxx.com, residente e domiciliada na rua xxxxx, n°xx E MARTA PINTO, estado civil, brasileira, profissão xxxx, inscrita no CPF n° xxx.xxx.xxx-xx. e-mail xxxxx@xxxx.com , residente e domiciliada na rua xxxxxx, n° xx. Dispõe o caput do supra referido dispositivo da lei processual que: Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. III- DA FALTA DE REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL Dispõe o art. 104, do Novo Código de Processo Civil, ao regulamentar o mandato judicial, que o instrumento do mandato (procuração) é condição para que o procurador seja admitido em juízo, possibilitando sua atuação nos autos de processo judicial sem procuração desde que por motivo de urgência ou para evitar prescrição ou decadência, neste caso, ficando obrigado a exibir a procuração no prazo de quinze dias, independentemente de qualquer ato da autoridade judicial, eis que o mesmo somente é imprescindível para o caso de prorrogação do referido prazo. Art 104, NCPC: “O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.” Ocorre que, no presente processo, o advogado da autora vem atuando em seu nome, desde o início do processo, sem jamais ter apresentado o instrumento do mandato e, apesar de não ser o caso, mesmo que tivesse havido qualquer das hipóteses previstas pelo NCPC para ingresso no feito sem procuração, o prazo legal de quinze dias esgotou-se há muito, sem ter havido qualquer manifestação do ilustre advogado que assina as petições pela autora, no sentido de postular a apresentação do indispensável documento. PREJUDICIAL DE MÉRITO I- DA DECADÊNCIA Caso sejam vencidas as preliminares, deve ser reconhecido por esse juízo que o prazo para anulação de negócio jurídico já se esgotou, sendo necessário registrar que o caso em questão resta-se fulminado pela ocorrência do prazo decadencial. Conforme se verificou na exposição dos fatos, a autora impetrou a presente ação anulatória em 08 de novembro de 2016. Contudo as doações dos imóveis feitas pelo réu ocorreram exatamente no dia 06 de janeiro de 2012, ou seja, mais de quatro anos antes da propositura da ação. O código civil estabelece em seu art. 178, caput, e no inciso II, o prazo de quatro anos para que se pleiteei a anulação do negócio jurídico, sendo claro que a contagem de tal tempo decadencial inicia-se a partir do dia em que se realizou a avença. Com isso, é nítido que o pedido da autora decaiu, não sendo possível falar em anulação de negócio jurídico já atingido pelo prazo decadencial. DO MÉRITO DO PEDIDO Diante do exposto, requer a esse Juízo: 1- A designação de audiência prévia de conciliação, nos temos do art. 319, VII, do CPC 2- Que seja acolhida a preliminar de coisa julgada, extinguindo o processo sem resolução do mérito. 3- Que seja acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva, determinando que a parte autora promova alteração do polo passivo, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito. 4- Que seja reconhecida a decadência, extinguindo o processo com resolução do mérito (art. 487, CPC). 5- Ultrapassada as preliminares e a prejudicial de mérito, requer que seja julgado improcedente o pedido. 5- A condenação do autor no ônus da sucumbência. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do autor. Pede deferimento. Nova Friburgo, Quarta feira, 28 de outubro de 2017 Nome do Advogado OAB: XXXXXXX-RJ
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