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ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Professor Me. Juliano Mario da Silva GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância: Administração de Vendas. Juliano Mario da Silva. Maringá - PR, 2015. 136 p. “Graduação - EaD”. 1. Administração. 2. Planejamento . 3. Vendas 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-8084-504-4 CDD - 22 ed. 658.85 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção Operacional de Ensino Katia Coelho Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Editoração Priscila Stadler Revisão Textual Jaquelina Kutsunugi Maria Fernanda Canova Vasconcelos Ilustração André Luís Onishi Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Diretoria Operacional de Ensino Professor Me. Juliano Mario da Silva Possui mestrado em Administração pela Universidade Estadual de Maringá- UEM (2007), MBA - Gestão Empresarial pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2000), Especialização em Educação a Distância pela Universidade Católica de Brasília - UCB (2010), graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE - Campus Cascavel (1998) e graduação em Administração Cesumar (2012). A U TO RE S SEJA BEM-VINDO(A)! Certa vez, um dos meus professores de graduação me disse que hoje e cada vez mais as coisas mais simples em uma empresa seriam comprar produtos, é claro, e produzir produtos e serviços. Fiquei pensativo, pois até que comprar produtos eu concordei que é relativamente simples, agora, produzir tem lá o seu grau de dificuldade. Sua afirmação se referia que o processo mais complexo e empolgante dentro de uma empresa era vender e vender com qualidade, formar valor percebido nos clientes, criar uma marca forte. Confesso que de imediato não concordei muito, pois na minha cabe- ça produzir era o mais importante nesse mercado, então, depois de anos ingressei em uma grande empresa na área de vendas e aí sim consegui compreender aquelas sábias palavras. O contato com uma estrutura complexa de vendas me levou a entender a importância da Administração de vendas sob todos os aspectos. Ter um produto de qualidade é o primeiro passo para quem quer a liderança do mercado, fazer este produto ou serviço chegar até onde tem que estar é um grande desafio, por isso a importância do estudo da administração de vendas. Então, caro(a) aluno(a), neste livro abordaremos os conteúdos que são mais importantes dominar no estudo da administração mercadológica. Os conhecimentos aqui apresen- tado reúnem conceitos já vistos ou que serão vis- tos adiante no curso, além disso, como esses co- nhecimentos se correlacionam para a melhoria do desempenho da equipe de vendas. Entre os conhecimentos que veremos adiante podemos destacar o estudo do planejamento estratégico, do marketing, da economia, estudos sobre moti- vação da equipe e negociação. Inicialmente, abordaremos as questões relacio- nadas à filosofia empresarial em específico a filosofia de vendas, em resumo, a preocupação que o administrador ou gestor tem que ter em relação à divulgação de como os gestores pen- sam a empresa e como isso pode contribuir para o desempenho da força de vendas. Em um segundo momento, ainda na unidade, será abordado o estudo do ambiente em que a empresa está inserida, bem como o ambiente or- ganizacional, pontos estes, indispensáveis para definição da estratégia empresarial.APRESENTAÇÃO ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Na segunda unidade, o foco é dado para a caracterização do setor de vendas dentro da organização bem como a interdependência que este setor tem com os demais, tanto no recebimento de informações operacionais, como na geração de informa- ções para a definição do planejamento da empresa. Além disso, iremos entender qual profissional se adequa ao perfil do setor de vendas, mas não nos limitaremos aqui a falar do perfil do vendedor, mas sim do administrador de vendas, profissional este que compreende a organização como um todo e que tem capacidade de co- municação com a alta gestão, bem como com sua equipe comercial. Como destacamos no início o estudo será geral, desta forma, entender o consumi- dor é importante para definir as estratégias comerciais, por isso estudaremos aqui a necessidade do consumidor e com isso definir os estágios no processo de vendas. É bastante comum, principalmente em pequenos negócios, que a administração de vendas não tenha um organização definida, isso leva a empresa a não conquistar suas metas, aliás, em alguns casos nem mesmo metas existem, as vendas vão acon- tecendo ao sabor do mercado, se o mercado está aquecido a venda acontece, caso contrário não se registram vendas, ou seja, não existe administração no processo. Por isso a importância da previsão de vendas, assim como é comum a previsão de despesas, gastos e custos em outros setores. A organização tem que ter em suas mãos o controle de tudo o que acontece e se possível se antecipar às variações do ambiente em que está inserida. Para que tudo isso aconteça de forma harmoniosa é necessário um bom nível de comunicação dentro da administração de vendas, bem como entre os demais se- tores. Entenda a força de vendas como um importante filtro entre o mercado e a empresa, esta equipe tanto leva informações ao mercado como também traz essas informações. Tudo isso está relacionado à administração de vendas, a organização de todos esses processos cabe ao administrador, pois é um segmento dentro do estudo da admi- nistração muito dinâmico, aliás estudaremos as tendências dentro desse processo de vendas, analisando o que está por vir para auxiliar ou desafiar o setor de vendas nas empresas. Desta forma, para um adequado aprendizado disponibilizamos entre as unidades sugestões de leituras em “LEITURA COMPLEMENTAR”, questões que levem à refle- xão dos assuntos apresentados em “REFLITA” e ATIVIDADE DE AUTOESTUDO. É mui- to importante que você utilize todas essas ferramentas a fim de aproveitar todas as possibilidades de aprendizagem deste conteúdo. Grande Abraço, Prof. Me. Juliano Mario da Silva APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL 14 Introdução 15 A Filosofia Empresarial 20 A Análise do Ambiente em Vendas 31 A Relação entre o Departamento de Vendas e os demais Setores da Organização 36 Considerações Finais UNIDADE II OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS 40 Introdução 41 Vendas: Características, Conceitos e Termo 44 Gerente de Vendas 48 Supervisor de Vendas 50 Vendedor 52 Assistente de Vendas 54 O Perfil do Profissional de Vendas 57 Habilidades de Profissionais de Vendas 60 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE III ORGANIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS 66 Introdução 67 Necessidade do Consumidor 71 Os Estágios no Processo de Vendas 75 Alternativas de Dimensionamento da Equipe de Vendas 80 Formas de Estruturação de Equipes de Vendas 83 Opções de Organização na Administração de Vendas 85 A Definição de Territórios e Rotas de Vendas 88 Considerações Finais UNIDADE IV MÉTODOS PARA PREVISÃO DAS VENDAS 94 Introdução 95 As Etapas de Vendas e os Métodos de Vendas 99 O Orçamento e a Tomada de Decisão em Vendas 101 A Previsão e o Planejamento na Administração de Vendas 104 Considerações Finais SUMÁRIO 11 UNIDADE V ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS 110 Introdução 111 Comunicação em Vendas 113 Os Relatórios Comerciais e seus Indicadores de Vendas 121 A Tecnologia na Administração de Vendas 123 Remuneração em Vendas 126 As Avaliações da Equipe de Vendas 128 Tendências no Processo de Vendas 130 Considerações Finais 132 Conclusão 134 Referências U N ID A D E I Professor Me. Juliano Mario da Silva VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL Objetivos de Aprendizagem ■ Correlacionar a administração de vendas com a filosofia empresarial. ■ Avaliar que estratégias atenderão ao mercado. ■ Entender a relação do setor de vendas dentro do contexto organizacional. ■ Relacionar vendas com as estratégias de Marketing. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ A filosofia Organizacional ■ A análise do ambiente em vendas ■ A relação entre o departamento de vendas e os demais setores da organização INTRODUÇÃO Muito se fala em filosofia, mas como essa forma de conhecimento se aplica no cotidiano de uma organização, mais especificamente, como pode ser útil na Administração de Vendas? Nesta Unidade I, estudaremos a importância da definição e divulgação de forma clara da filosofia de trabalho da empresa, toda essa informação deve ser acessada pelo corpo gestor e também operacional da empresa, pois esses são os principais interessados no contexto interno da gestão. Além disso, veremos como acontece a relação do departamento de vendas no contexto organizacional, mais especificamente, a relação que deve existir entre a administração de vendas e as questões estratégicas dessa empresa. O departamento de vendas não pode ser um departamento alheio aos objetivos da empresa, também não pode ser o único orquestrador do ritmo de funciona- mento dos demais setores das empresas. A empresa constitui-se de um conjunto de setores que devem ser organizados, previstos e controlados assim como o departamento de vendas. Por isso, o foco principal desta unidade será a apresentação dos conceitos relacionados a filosofia empresarial considerando a filosofia empresarial como o norteador de todos os planejamentos da empresa e, consequentemente, a rela- ção do setor de vendas com esses planejamentos. Essa relação acontece ora como gerador de informações para a tomada de decisão, ora como executor de ativi- dades previamente planejadas. Para que os conhecimentos sejam assimilados de forma adequada é impor- tante que você leia atentamente este texto, participe das atividades propostas no curso, bem como procure complementação de assuntos que lhe chamaram mais a atenção em livro na biblioteca do polo ou do UNICESUMAR, bem como na biblioteca virtual que está disponível no ambiente do aluno, acesse os livros que estão disponíveis lá, você vai se surpreender com a quanti- dade e qualidade das obras disponibilizadas. Ótimo estudo e ótimo aprendizado nesta unidade. 15 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I A FILOSOFIA EMPRESARIAL Na essência, a filosofia é um ramo do conhecimento, ela nos leva, como seres racio- nais, a pensar no porquê das coisas. Nas empresas, essa filosofia compreende a excelência da organiza- ção reforçando princípios, valores e diretrizes de fun- cionamento organizacional. Por isso, estimula a ética na empresa e, consequente- mente, o desempenho ideal dos processos empresariais. Essa filosofia empresarial envolve todas as funções da empresa com foco em todosos envolvidos no processo empresarial, sejam os consumidores, fornecedo- res, colaboradores ou concorrentes. A empresa deve estar voltada às necessidades de mercado e diante disso questionar o que fazer ou como fazer algo que a dife- rencie das demais. A definição da filosofia de trabalho é muito importante para a condução de todos os processos na organização. Em grandes corporações é comum observarmos uma placa com a visão ou a missão da empresa. De certa forma, aquelas placas representam a filosofia de tra- balho da empresa, no entanto isso não é regra. Em empresas de menor porte isso ainda não é um costume comum de ser observado. No entanto, todas as empre- sas podem e deveriam apresentar de forma clara sua filosofia de trabalho para orientar seus profissionais. Para Gobe (2007), várias são as empresas que não dão atenção a isso, no entanto, empresas de sucesso têm se preocupado não somente em descrever sua filosofia, missão e política de qualidade, mas também, e o que é mais importante, a divulgação disso aos colaboradores, clientes e fornecedores. Historicamente, ocorreu um grande equívoco, mesmo em grandes 17 A Filosofia Empresarial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . organizações, que não divulgaram sua forma ou filosofia de trabalho ficando isso restrito à alta administração. O equívoco estava em os gestores terem a preocupação de que pessoas de fora da organização pudessem utilizar essas infor- mações para benefício mercadológico, no caso de concorrentes. Atualmente, isso é superado e a filosofia da empresa tem servido ao seu verdadeiro fim que é a de orientação dos profissionais da empresa. Principalmente para a equipe de ven- das que é a linha de frente das organizações. Assim como na teoria da evolução das espécies pela seleção natural de Darwin, nas empresas, de certa forma, isso também ocorre, ou seja, as empre- sas que não têm capacidade de se adaptar ao seu ambiente tendem a desaparecer. Para dar agilidade e capacidade de adaptação às empresas é necessário que todos dentro dela tenham conhecimento da filosofia que está por trás da orga- nização. Por isso a necessidade de multiplicação dessa filosofia a todos. Uma das práticas que levou a melhoria deste cenário foi os processos de reen- genharia e, posteriormente, de qualidade total. Esses processos de reavaliação dos processos e consequente divulgação da filosofia de trabalho da empresa têm iní- cio a partir de meados da década de 80 em que se intensificaram a aplicação dos procedimentos de implantação de qualidade total nas empresas brasileiras. Para Gobe (2007), os procedimentos da qualidade total exigem que tudo seja escrito inclusive a filosofia que é retratada na missão e visão da empresa. A partir da determinação de questões filo- sóficas da empresa é possível entender melhor os fatores críticos do sucesso da empresa. Esses fatores críticos estão diretamente liga- dos ao setor de vendas das empresas. Para Hax e Majlut (1991), esses fatores apesar de serem em número limitado, devem adaptar- -se de acordo com mudanças organizacionais que podem ser influenciadas por mudanças ambientais, sendo: VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ■ Preço: é uma variável que define a compra do produto ou serviço pelos consumidores, no entanto, não é a única. Deve-se considerar o valor per- cebido pelo cliente, as estratégias de marketing e as questões relacionadas à qualidade do produto em relação aos concorrentes. ■ Serviços: a realidade atribulada dos dias de hoje tem exigido uma presta- ção de serviços impecável por parte das empresas. Serviços com um bom estacionamento, iluminação, serviços associados aos produtos, serviços de atendimento ao consumidor tem superado até mesmo a guerra de pre- ços na hora de definir a compra e principalmente a satisfação dos clientes. ■ Qualidade: a qualidade tem grande importância na definição do sucesso de um produto ou mix de produtos, principalmente produtos de alto valor agregado. O ideal é aumentar a competitividade oferecendo produtos de alta qualidade com um diferencial de preço. Em mercados com renda média mais baixa, produtos com qualidade podem ter maiores dificulda- des de competir, no entanto, geralmente são os mais procurados quando a renda média da população tende a aumentar. ■ Portfólio de Produtos: a variedade de produtos oferecidos pode ser uma alternativa de fidelização da marca, à medida que a empresa sempre tem um produto que se adéque à variação das necessidades dos clientes. Essa preocupação em atender todas as necessidades dos clientes em geral leva a empresa a ter produtos no seu portfólio com baixo giro. Isso é uma carac- terística de um portfólio muito grande. ■ Imagem do Produto: a imagem do produto é uma forma como o pro- duto se comunica com o consumidor. Imagem do produto como rótulo, informações ou formato da embalagem podem definir o sucesso ou não de um produto. Essa percepção do consumidor está relacionada à corre- lação que este faz entre o produto e a qualidade do mesmo. A equipe comercial tem que ser bem capacitada para que a variável preço não seja o único argumento em vendas, aspectos com qualidade, serviços associados e tradição devem ser destacados em uma negociação. 19 A Filosofia Empresarial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Imagem da Empresa: assim como a imagem do produto, a imagem da empresa também proporciona vendas. Essa imagem relaciona-se como o mercado vê a empresa no que diz respeito a sua preocupação com aten- dimento e sua responsabilidade social. ■ Reação rápida às necessidades de mercado: a eficiente reação frente às necessidades do mercado pode definir a empresa líder no segmento. Exemplo que observamos é a indústria automobilística que responde às novas aspirações dos seus consumidores ou da indústria alimentícia que regularmente adota novas tecnologias para atender novas demandas. Em especial, a qualidade deve ser aprofundada aqui. Para que se atinja um nível aceitável de qualidade e, consequentemente, de competitividade a filosofia da empresa deve estar voltada para isso. E não somente para os processos em si, mas também para o estímulo à inovação. Empresas que não inovam tendem a repartir um mercado de tamanho defi- nido e, consequentemente, diminuir seus lucros. Mas como começar o estímulo à inovação? Assim como a educação é importante para o país, para as empresas isso não é diferente, a empresa é responsável por dar condições a seus colabora- dores a ter acesso à educação, seja ela em nível superior ou técnico. A inovação vem do conhecimento. Cabe destacar também aqui que a compreensão da filosofia empresarial passa por valores individuais, ou seja, existem questões-chave no âmbito pessoal que devem ser consideradas sendo: VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I 1. Como, historicamente, equilibramos a intenção entre querer fazer e o como fazer algo. 2. A persistência em desenvolver algo. 3. A busca pelo crescimento pessoal seja familiar, social ou profissional; a questão não é o que você ganha hoje e sim o que está fazendo para o mer- cado lhe pagar mais no futuro. 4. Como estabelece seus objetivos e como os segue. 5. Como percebe a realidade, quais os objetivos futuros e como se articu- lar a partir de hoje para atingi-los. 6. Como percebe o conhecimento e o que ele podetransformar na sua vida; além disso, a formação superior lhe garantirá um lugar ao sol nesse mer- cado competitivo, a educação continuada pode lhe trazer sucesso efetivo. 7. A grande questão da coerência, deve-se fazer algo e entender para cobrar resultados de alguém e não ao contrário, exigindo que os outros façam o que não fazemos. 8. Você identifica o que lhe motiva na vida pessoal no cotidiano da sua vida profissional. Com isso, podemos observar que a filosofia da empresa tem grande importân- cia, pois permite à organização, em especial, à equipe de vendas olhar o mercado e suas oportunidades na perspectiva do que a empresa entende e quer desse mercado. Isso quer dizer que a empresa tem que se preocupar com o ambiente interno e o ambiente externo em que atua. Assim, a equipe de vendas é um dos fios condutores dessa relação com o ambiente, por isso, no próximo tópico estu- daremos a importância da análise do ambiente. 21 A Análise do Ambiente em Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . A ANÁLISE DO AMBIENTE EM VENDAS No seu livro A Arte da Guerra Zun Tsu tem uma interessante afirmação sobre a necessidade de conhecimento interno e externo. Se conhecemos o inimigo (ambiente externo) e a nós mesmos (ambiente interno), não precisamos temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecemos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas. Devemos entender que muito de uma guerra é aplicado ao mercado, uma das filosofias é a conquista de territórios ou participação de mercado. As empre- sas brigam por um parcela maior do mercado e por melhor desempenho nesse mercado. Uma das vertentes dos estudos organizacionais estuda as organiza- ções enquanto um sistema aberto, ou seja, um sistema que tem direta reação com o ambiente em que está inclu- ída. Nessa relação, recebe e transmite influências ao mesmo tempo. Assim, para que a empresa tenha condições para se desenvol- ver é necessário que esteja sempre acompanhando o ambiente com objetivo de prever com maior acerto o que possa a vir acontecer no mercado. VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Uma das análises que a empresa deve levar em consideração é a análise do macroambiente. Essa análise considera variáveis econômicas, sociais, sindicais, demográficas, políticas, tecnológicas, legais, ecológicas, culturais e mercadoló- gicas. Para essa análise existem técnicas específicas como é o caso da análise de cenários em que todas essas variáveis são incluídas e alternadas de acordo com a necessidade. No estudo do planejamento estratégico também se considera a análise do ambiente interno e externo, sendo eles as oportunidades, as ameaças, as forças da empresa e suas fraquezas. As oportunidades são situações atuais ou que podem vir a se realizar e que a empresa pode se aproveitar influenciando positivamente. As ameaças são situações externas que podem influenciar negativamente a organização e por isso deve-se conhecê-las para antecipar-se e minimizar seus reflexos. As forças são características da empresa atual ou que podem ser potenciali- zadas no sentido de melhorar o desempenho, geralmente essas forças têm relação com a administração de vendas. As Fraquezas são características da empresa que podem influenciar negati- vamente o desempenho levando a empresa a perca da participação de mercado. Considerando o conhecimento das suas características internas e externas o administrador tem condições de projetar cenários, principalmente na admi- nistração de vendas. A projeção desses cenários é muito importante para o sucesso das estratégias definidas pela alta gestão. Essa projeção de cenários tem como objetivo formar uma imagem do futuro mais próxima da realidade. Com essas informações a empresa, conhecedora de suas potencialidades e fraquezas A pesquisa de mercado é um processo que toma muito tempo, então algu- mas empresas contratam institutos de pesquisa, apesar que isso tem grande custo no Brasil e ainda poucos institutos. Uma alternativa é o aproveitamen- to da força de vendas para levantamento de informações. Interessante artigo sobre projeção de cenários. Disponível em: <http://www.mudancasabruptas.com.br/Projecao%20 de%20Cenarios%20Financeiros.pdf>. 23 A Análise do Ambiente em Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . internas e externas, pode promover alterações importantes à manutenção da competitividade. Por isso a necessidade de pessoal capacitado, como futurólogos, não são bem-vin- dos nessa atividade, para isso é necessário conhecimento do setor e da empresa em que pode-se identificar pontos relevantes e ações necessárias de serem toma- das no curto, médio ou até no longo prazo. Mas o que influencia o futuro de uma empresa atualmente? As variáveis são inúmeras, porém algumas devem receber atenção. Em uma estrutura capitalista como a que estamos inseridos, o poder econômico tende a crescer mais que o poder político. Políticos influentes como os que vemos hoje no cenário nacional, tendem a diminuir sua expressão diante da tendência de aumento e organização do mercado. O sistema político tende a cumprir seu verdadeiro papel, em uma economia de mercado, que é o de estimular, regularizar e estimular os agentes econômicos. O que é impensável hoje em termos de interação vai se realizar pela evolu- ção dos meios de comunicação que tendem a se convergirem tanto no caso de software como nos de hardware. Outro ponto importante diz respeito ao sistema tributário, assim como as empresas estão se organizando, o sistema tributário também o faz. É comum observarmos nos últimos anos notícias de que a Receita Federal brasileira cresce sua arrecadação, mesmo em períodos de crise econô- mica, isso se deve à modernização do sistema, aliás pode-se até em um futuro próximo haver uma reforma tributária que resulte em diminuição da carga tribu- tária, aliás, hoje já necessitamos disso para melhorar a competitividade brasileira perante a economia mundial. VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Uma tendência forte é a inserção de milhões de pessoas na condição de consu- midores, ou seja, mudança de faixa de renda. Isso tem sido marcante nas últimas décadas no Brasil, China e Índia. Isso reflete até mesmo na forma como con- sumimos hoje. Um contingente tão grande de pessoas, como o caso de China e Índia, passando a consumir nos padrões de hoje podem exaurir vários recursos naturais, ou seja, a forma como se consome também deve ser um ponto a con- siderar nas projeções de cenários mercadológicos. Para empresas que têm operações mundiais o que deve mudar, aliás, já tem mudado, são os regimes políticos. A democracia é um sistema falho, porém tem se mostrado com melhores resultados que regimes autocráticos, salvo raras exce- ções. Nos casos extremos de ditaturas a mudança tem sido radical. No Egito, Líbia, Síria entre outros, a democracia tem um diferencial importante nesse con- texto que é a permissão de tentar algo diferente, de empreender. As empresas têm que pensar no futuro com mais cooperação e relações diferentes entre con- correntes, funcionários e clientes como governos. A responsabilidade social e ambiental aumenta no futuro, as empresas se res- ponsabilizarão por todo o ciclo do produto e seus agregados.Isso será possível com a ampliação dos sistemas de rastreamento que já acontecem no agronegó- cio e em outros segmentos. A empresa passa a se responsabilizar por todas as fases do produto, inclusive em vários casos parte da receita da empresa virá do aproveitamento dos resíduos desses produtos. Em se falando dos consumidores ou da população em geral, à medida que esses consumidores ganham status há a tendência de consumir novos produtos 25 A Análise do Ambiente em Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . e serviços, assim como há uma tendência de crescimento dos segmentos volta- dos ao lazer. Em resumo, atualmente, ao se pensar em projetar cenários é indispensável pensar em pontos como diminuição de poder político em detrimento ao cresci- mento do poder econômico; evolução das comunicações; aumento do mercado consumidor e diversificação dos produtos e serviços; mudanças dos regimes políticos autoritários; aumento da consciência social e ambiental e crescimento de segmentos como os serviços voltados ao lazer. Assim, para a elaboração de cenários se indicam os seguintes procedimentos: ■ Identifique as incertezas que podem afetar determinado setor da empresa considerando as principais variáveis econômicas, sociais, sin- dicais, demográficas, políticas, tecnológicas legais, ecológicas, culturais e mercadológicas. ■ Identifique quais desses fatores podem estar determinando a incerteza. ■ O que poderá acontecer para que mude a demanda no setor? Qual a forma de atuação dos concorrentes nesses mercados? Eles irão reagir a sua entrada? ■ Elabore uma lista de causas prováveis a mudanças nesse mercado, como a inclusão de nova tec- nologia ou redução do poder aquisitivo da população. ■ Elabore três cenários com esses dados: um pessimista, um rea- lista e outro otimista. Não considere o oti- mista como tomada de decisão e sim uma possibilidade. ■ Analise a estrutura da empresa em cada um destes cenários considerando a necessidade de reação da empresa nas situações adversas. VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ■ Determine o curso que cada empresa deve seguir em cada cenário, pois uma capacidade ociosa atualmente pode ser uma excelente oportunidade de dar resposta de pronto em caso de aquecimento, saindo na frente dos concorrentes que necessitam investir na produção. ■ Faça a previsão de cada cenário considerando os resultados quantitati- vos como o faturamento, o lucro, a participação de mercado, o retorno de investimento entre outros. Após a verificação de cenários do macroambiente deve-se considerar também o microambiente, sendo estas as forças próximas à empresa que afetam sua habi- lidade de servir bem aos seus clientes por meio dos canais de marketing e todos os demais caminhos que posam existir. Para isso, se considera as expectativas internas e externas que possibilita o planejador a inclusão de informações no plano de marketing. EXPECTATIVAS EXTERNAS - COMUNIDADE: ■ Geração de emprego local: que tipo de empregos serão gerados e qual a remuneração média desses empregos, se a remuneração vem acompa- nhada de benefícios. ■ Apoio a entidades da comunidade (de classe, religiosa, beneficente): a integração da empresa com a sociedade proporciona um ambiente posi- tivo no qual a empresa se destaca pelas ações de apoio às necessidades da sociedade em que está inserida. Modelo de projeção de cenários Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/ bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/livro_ideias/livro-11.pdf 27 A Análise do Ambiente em Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Educação, cultura e esporte: o incentivo a estas práticas é importante no sentido de aproximar jovens da empresa e promover ações que afastem esses jovens da marginalidade, é também uma ótima forma de divulga- ção da empresa. ■ Apoio ao desenvolvimento tecnológico: a empresa não é uma ilha, ela necessita incentivar outros setores, seja antes do seu processo produtivo, após ou mesmo desenvolver tecnologia para seu processo produtivo. O desenvolvimento tecnológico melhora a utilização dos materiais e pro- cesso baixando custo ou criando novas soluções. Essa inovação acontece geralmente em parceria com instituições de ensino superior ou centros tecnológicos. ■ Controle da poluição: conforme já destacamos no texto, o controle da poluição é importante para o planeta, iniciando pelo bairro ou parque industrial em que a empresa está instalada. Como ainda estamos na fase inicial desse processo de conscientização, empresas pioneiras no con- trole da poluição conseguem melhorar sua imagem perante à sociedade. EXPECTATIVAS EXTERNAS – CLIENTES: ■ Preços competitivos: o cliente tem expectativa quanto ao preço, que ele esteja dentro de uma faixa aceitável pelo mercado. ■ Boa assistência técnica: como parte do pós-venda a assistência técnica de qualidade tanto fideliza clientes como pode trazer novos clientes por indicação de clientes com as expectativas atendidas. Pode-se dizer que hoje a sustentabilidade está na pauta da maioria dos de- bates empresariais. Um dos eixos da sustentabilidade diz respeito às ques- tões sociais, por isso a importância do envolvimento empresarial com a co- munidade. VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ■ Qualidade: deveria ser a preocupação número um do mercado. Empresas perdem participação do mercado por falta de qualidade, muitas vezes per- cebem isso tarde e depois para retomar esse mercado é moroso e caro. Cliente quer a melhor qualidade possível com preço mais baixo possí- vel, é um grande desafio para as empresas equilibrar essa equação. ■ Prazo de entrega adequado: atender aos prazos médios do mercado, caso não seja possível trabalhar com prazos curtos, que os prazos negociados sejam atendidos, o que se promete a um cliente tem que ser cum- prido à risca. ■ Apoio a novos desenvolvi- mentos: em alguns casos a empresa não vende a clientes finais, mas sim para clientes intermediários que vão utili- zar seus produtos para montar outros produtos, e nesses casos, é comum que o seu cliente solicite ade- quação do produto ou dos processos produtivos, geralmente quando isso é atendido os dois lados ganham. ■ Capacidade para aumento da demanda: outro ponto importante na rela- ção com cliente, além da adequação de produtos ou processos produtivos, é o acompanhamento do crescimento do segmento, para isso são neces- sários investimentos que devem ser estudados criteriosamente. ■ Agilidade para resolver problemas: problemas são parte das empresas, aliás são excelentes oportunidades de aprendizagem, para isso é neces- sário organização com foco na melhoria contínua. Alguns problemas devem ser resolvidos em conjunto com seus clientes, geralmente a solu- ção é mais precisa e com menor custo. 29 A Análise do Ambiente em Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . EXPECTATIVAS EXTERNAS – FORNECEDORES: ■ Continuidade do negócio: fornecedores investem para atender seus clien- tes, no entanto é importante a garantia de continuidade da empresa, caso contrário o investimento do fornecedor se transformaem ociosidade pro- dutiva e consequente aumento dos custos. ■ Flexibilidade de entrega e nos pagamentos: as empresas têm que ver seus fornecedores como parceiros. Por isso a filosofia da empresa deve ser voltada ao bom atendimento e boa gestão financeira. Fornecedores fazem parte da cadeia e devem ser tão bem atendidos quanto os clien- tes internos. ■ Programação confiável: a programação e controle da produção envol- vem não somente os processos internos da empresa, envolvem também os fornecedores, que investem para atender a essa programação. Uma programação não confiável traz aumento de custos a toda a cadeia o que geralmente resulta em aumento dos preços e baixa competitividade ou prejuízo para a empresa e fornecedores. ■ Pagamento no prazo contratado: assim como deve-se exigir que for- necedores entreguem no prazo combinado é importante que o prazo de pagamento seja atendido rigorosamente na data combinada, isso faz parte da construção de confiança entre as empresas. Em muitos casos, a troca de informações entre empresa e fornecedor leva a mudanças de processos produtivos que resultam em diminução de custos para ambos. VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I EXPECTATIVAS INTERNAS – ACIONISTAS: ■ Boa rentabilidade: além da rentabilidade os acionistas esperam uma empresa sadia, o que garante resultados futuros. ■ Equilíbrio entre a estrutura do poder: que as relações de poder dentro da empresa estejam de acordo com a estrutura funcional da empresa. ■ Crescimento sustentado: o crescimento sustentado é que garante os resul- tados futuros da empresa, por isso a gestão da empresa deve se preocupar com a questão econômica, ambiental e social. EXPECTATIVAS INTERNAS – ALTA ADMINISTRAÇÃO: ■ Parque industrial atu- alizado: para que a alta administração atinja seus objetivos de renta- bilidade dos acionistas é necessário que sejam dire- cionados investimentos na estrutura da empresa garantindo a produção com menor custo e maior competitividade. ■ Pessoal capacitado: assim como estrutura, máquinas e equipamentos atualizados a empresa necessita de pessoal capacitado para operar toda essa estrutura, harmonizando os recursos da empresa. ■ Plano complementar de aposentadoria: Plano complementar de aposen- tadoria é um diferencial oferecido principalmente pelas grandes empresas que atraem os melhores gestores do mercado, é um atrativo que traz novas cabeças para a empresa oxigenando ou atualizando sua forma de gestão. 31 A Análise do Ambiente em Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . EXPECTATIVAS INTERNAS – FUNCIONÁRIOS: ■ Política salarial compatível com mercado: a força de trabalho, ou os cola- boradores de uma empresa participam de um mercado como qualquer outro, nesse caso, o mercado de trabalho sofre os mesmos efeitos de oferta de demanda. Trabalhadores com qualidade recebem mais, enquanto tra- balhadores com menos qualificação recebem menos. Por isso a empresa tem que se manter dentro da faixa de remuneração média do mercado. ■ Plano de cargos e salários: assim como o empresário, o trabalhador fun- cionário necessita de perspectiva para investir na carreira, uma das formas de operacionalizar isso é pela implantação de planos que regularizam as políticas de cargos salários e benefícios. ■ Participação nos resultados: outro atrativo que as empresas podem ofere- cer é a participação nos resultados, isso traz comprometimento da equipe e em geral melhor desempenho no mercado. ■ Administração participativa: muitas vezes conseguimos dicas e solu- ções de pessoas que menos esperávamos, isso se consegue formalmente com a utilização de formas de gestão em que o colaborador participe de decisões na empresa. ■ Segurança no emprego: manter um clima de tranquilidade e transparên- cia na gestão de recursos humano é positivo no sentido de que isso traz segurança aos colaboradores e tende a melhorar o desempenho de todos. Artigo sobre gestão participativa Disponível em: <http://www.unioeste.br/campi/cascavel/ccsa/IISemina- rio/trabalhos/As%20organiza%C3%A7%C3%B5es%20o%20individuo%20 e%20a%20gest%C3%A3o%20participativa.pdf>. VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ■ Ambiente interno adequado: questões como limpeza, ilumi- nação, ergonomia e segurança é necessário para a saúde do colaborador, além de serem exigências trabalhistas que garantam boas condições humanas no trabalho. ■ Cabe destacar aqui que nem sempre o conhecimento dessas informações, tanto do macroambiente como do microambiente, são simples de serem feitas. Porém, mesmo em pequenas empresas é indicado que se consiga agrupar o máximo dessas informações. Isso proporciona maior segurança aos administradores, o que leva a melhores acertos nas estratégias que se pretende tomar. A RELAÇÃO ENTRE O DEPARTAMENTO DE VENDAS E OS DEMAIS SETORES DA ORGANIZAÇÃO Percebe-se que as variáveis apontadas anteriormente estão diretamente rela- cionadas aos procedimentos administrativos, como é o caso da definição do planejamento estratégico da empresa. Com as informações do macroambiente é possível definir as oportunidades e ameaças que a empresa tem no mercado. As variáveis do microambiente podem contribuir para a definição dos pon- tos forte e fracos. Quanto ao plano de Marketing, esse deve estar fundamentado e estruturado com base na estraté- gia escolhida pela empresa (GOBE, 2007). Neste caso, é importante que se definam os valores investidos no 33 A Relação entre o Departamento de Vendas e os demais Setores da Organização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . composto de marketing para que possa ser executado o que foi planejado. Após definir quanto vai se investir no plano de marketing e ter a possibilidade de pro- jetar os crescimentos nos segmentos de mercado e o volume de vendas, assim como a participação de mercado global que a empresa deseja atingir. Nessa estratégia global da organização, o marketing é decisivo, pois envolve um conjunto de funções que vai da concepção de um produto ou de um serviço até a compra incluindo-se o comportamento do consumidor final, última e deci- siva etapa do processo mercadológico (CARVALHO, 1989). Para definição do composto de marketing são considerados valores com base no volume de vendas desejado e a participação de mercado que se pre- tende dominar. Baseado em volume de vendas ou na participação de mercado Valores destinados à Estratégia empresarial Ferramentas do composto de Marketing Valores destinados ao programa de Marketing Figura 01: Definição das ferramentas do composto de marketing Fonte: Gobe (2007). Desta forma, após a definição dos itens do composto de marketing (preço, praça, promoção e produtos) é necessário entender em que segmentação a empresa quer atuar, por isso a necessidade de definição das condições internas e externas das empresas. Outro aspecto importante da segmentação são os critérios geo- gráficos; demográficos e socioeconômicos; comportamentais; relacionadas aos aspectos do produto e canais de distribuição. Entendendo essas variáveis, poderemos entender porque muitas vezes empre- sas que aparentemente têm potencial para explorar outros segmentos não os fazem. Isso porque as estratégias definidas pela empresa ou demais análises como adap- tação ao novo ambiente mostram-se desinteressantespara a empresa naquele momento. No entanto, isso não fica claro muitas vezes para a equipe de vendas, por isso a necessidade de clara comunicação conforme já destacado. VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I Outro ponto que se deve destacar aqui é a importância da pesquisa de marke- ting. As pesquisas de marketing têm como foco descobrir as necessidades dos clientes que a empresa se propõe a atender. Isso se dá pelo levantamento de informações dos clientes, concorrentes, vendedores e fornecedores. De posse dessas informações é possível o gerenciamento de informações precisas e atu- ais caracterizando fielmente o que o mercado deseja. As pesquisas de marketing permitem também planejar de forma mais eficaz as estratégias, assim como, a equipe de vendas passam a entender melhor o mercado em que atuam. Em mui- tos casos, nem mesmo a equipe de vendas consegue perceber uma oportunidade no mercado, por isso, uma pesquisa bem feita pode elucidar informações impor- tantíssimas para a alta cúpula da empresa, que direciona sua energia para atender aquele nicho de mercado. Essas pesquisas de marketing geralmente se dividem em etapas, podendo ser (MALHOTRA, 2006): a. Inicialmente identificar qual o problema se quer solucionar, sendo que essa definição deve envolver todos tanto pessoal interno como a pes- quisa no mercado nunca perdendo o foco do que se quer solucionar. Considerando o alinhamento das estratégias de vendas com as estratégias gerais da empresa, é interessante que o gerente participe da elaboração do planejamento estratégico das empresas. Modelo de como elaborar uma pesquisa de mercado Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/arquivos/parasuaempresa/ planodemercado/mercado.pdf>. 35 A Relação entre o Departamento de Vendas e os demais Setores da Organização Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . b. A partir da identificação do problema é necessário planejar qual a abordagem será adotada para o referido caso. Assim, com uma hipó- tese formata-se uma estrutura teórica com modelos analíticos a partir de perguntas pré-definidas. c. Com a estruturação da pesquisa se voltam às atividades a pesquisa de mercado efetivamente. É importante a aplicação de teste piloto que apre- sentará deficiências não identificadas no momento do planejamento. De posse dos dados é o momento de análise das informações, esta etapa é importante, pois tão importante quanto a qualidade das informações coletadas, é o tratamento analítico que será dado a essas informações. Em pesquisas qualitativas em que geralmente as respostas são abertas é necessário uma estrutura operacio- nal maior, pois na maioria dos casos é feita a transcrição de gravações para textos digitados e, posteriormente, a codi- ficação das expressões presentes nesses textos. A etapa final é a apresentação dos relatórios, o responsável pela elabora- ção da pesquisa de marketing tem que se certificar que todas as informações relevantes vão chegar de forma clara aos profissionais que realmente importam com isso. O resultado de todo esse processo é atingido e a empresa tem cresci- mento no mercado. Quanto aos tipos de pesquisas essas podem ser de segmentação, de preço, produto, promoção e praça: ■ Na pesquisa de segmentação o foco é o conhecimento aprofundado do segmento procurando determinar seu potencial, perfil, estilo do público consumidor, imagens de produtos existentes e a sensibilidade desse segmento. VENDAS E A GESTÃO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. I ■ Com a pesquisa de preço procura-se entender a política de preços ado- tada, bem como a relação entre preços e marcas diferentes, e a Elasticidade preço da demanda, ou seja, qual a resposta que este segmento tem em relação ao consumo com aumentos ou diminuições dos preços. ■ A pesquisa de pro- duto tem como objetivo entender como o pro- duto melhor se apresenta em determinado mer- cado no que se refere à forma como ele se comu- nica com o consumidor referente à forma, cor e posicionamento. ■ O estudo da praça auxilia na definição do tipo de distribuição que melhor se adequa ao produto, participação dos concorrentes tanto no mercado atacadista como no varejo e a fatia que se pretende competir. Além disso, busca-se conhecer os Mark-ups nos diferentes segmentos. ■ A pesquisa de promoção visa a definição dos recursos destinados aos diferentes produtos e segmentos, despesas com equipe de vendas no lança- mento de novos produtos ou de produtos em segmentos não trabalhados anteriormente e avaliação dos resultados alcançados com as diferentes propagandas utilizadas. 37 Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . CONSIDERAÇÕES FINAIS Tivemos nas últimas décadas muitas mudanças na Administração, mudança na produção, a formalização dos sistemas de qualidade, a melhoria das relações humanas na empresa, o estudo do marketing, o empreendedorismo, o foco na melhoria dos processo pelo estudo da logística e me parece que a mais recente fronteira a ser conquistada é a evolução das relações comerciais. Esta fronteira tem seu estudo na administração de vendas. Durante muito tempo o vendedor foi mal visto pelo consumidor por empurrar qualquer coisa de qualquer forma. E era isso mesmo que acontecia, até porque muitas vezes ele tinha qualquer coisa na pasta para vender, com qualquer qualidade sem qual- quer formação e, consequentemente ,compromisso. Por isso a importância do estudo da administração de vendas iniciando pela filosofia e estratégia da empresa, hoje vendedores são consultores que atende a interesses diferentes. De um lado a necessidade de crescimento das empresas e de outro o atendimento pleno nas necessidades do consumidor. Como vimos, o mercado não permite mais administrar de dentro para fora, ou seja, a empresa é quem define o produto, o preço, onde e como vai ser vendido, hoje a empresa tem que administrar de fora para dentro. Por isso a importância do administrador de vendas conhecer a projeção de cenários e entender o mer- cado que pretende competir. Outro ponto que cabe destacar no fechamento desta unidade é do indis- pensável relacionamento que este setor tem que ter com os demais setores da empresa. Isso mostra ao mercado que existe uma única empresa com foco para atender o mercado. Espero que a unidade tenha superado sua expectativa, além disso, ressalto a importância de assistir as teleaulas e acessar os conteúdos complementares pro- postos nesta unidade. 1. Que importância existe para a empresa a definição da sua filo- sofia empresarial? 2. Por que é importante a organização das informações relacio- nadas ao macro e microambiente? 3. Que relação existe entre a definição do composto de marke- ting e o planejamento estratégico na empresa? U N ID A D E II Professor Me. Juliano Mario da Silva OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Objetivos de Aprendizagem ■ Descrever as atividades e responsabilidades dos integrantes de uma equipe de vendas. ■ Apresentar os diferentes perfis dos profissionais de vendas. ■ Identificar as habilidades dos profissionais de vendas. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Vendas: Características, Conceitos e Termo ■ Gerente de vendas ■ Supervisor de vendas ■ Vendedor ■ Assistente de vendas■ Promotor de vendas ■ O Profissional de vendas ■ O perfil do profissional de vendas ■ Habilidades de profissionais de vendas INTRODUÇÃO Várias empresas, geralmente as menores, des- cobriram a importância da administração de vendas e da formação de uma equipe de ven- das profissional e com foco nos resultados. Treinamento, capacitação e boas contratações devem ser práticas comuns em boas equipes de vendas. Para isso, um dos importantes profissionais é o gerente de vendas, é ele quem dá ritmo a toda essa estrutura, os valores empenhados nas atividades de formação ou capacitação de equipes de vendas não devem ser con- siderados como despesa, na verdade, é um excelente investimento. Nesta unidade, além de estudarmos sobre os componentes de uma equipe de vendas veremos os perfis dos profissionais de vendas e as habilidades neces- sárias para um bom desempenho no setor comercial. Conhecer e definir o que se espera de um profissional de vendas, seja o gerente, supervisor, assistente de vendas, vendedor ou promotor de vendas pode facilitar a descoberta de talen- tos dentro da organização ou fora dela. Destaco isso, pois nem todos os colaboradores de uma organização conhe- cem bem a carreira de vendas antes de optar por ela, aliás, em vários casos o profissional nem sabia do seu potencial em vendas antes de ter contado com a profissão. Para Futrell (2003), existem pontos em comum que levam um profis- sional a escolher pela carreira na área comercial. Entre eles podemos destacar: ■ Existe uma grande variedade de empregos disponíveis nessa área. ■ Nos casos de representação comercial existe uma considerável liberdade de trabalhar por conta própria. ■ Os desafios que a profissão de vendedor apresenta ao profissional. ■ É uma profissão que permite crescimento dentro da hierarquia da empresa. ■ Geralmente, vendedores têm uma boa recompensa financeira. Para um melhor aprendizado sugerimos a leitura deste conteúdo além de assis- tir as aulas disponibilizadas no ambiente virtual de aprendizagem, bem como a leitura complementar apresentada no corpo deste texto. 41 Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II VENDAS: CARACTERÍSTICAS, CONCEITOS E TERMO Conceitualmente, vendas é o método pelo qual são distribuídos produtos e ser- viços por meio de contatos pessoais ou via sistemas considerando princípios éticos e de preços estabelecidos nas relações do mercado em que se atua. Nessa estrutura, o que temos de mais comum é de um lado uma empresa produzindo e/ou comercializando algo e do outro lado o consumidor na busca pela satis- fação da sua necessidade, como resultado dessas forças na negociação temos o preço, ou seja, eu estou disposto a lhe vender algo no preço que você está dis- posto a pagar. Finalmente, um conjunto incontável dessas relações formam os mercados e esses as economias. Porém, já foi a época em que vender era o simples ato de apresentar algo a uma pessoa, hoje vender é uma atividade que exige do profissional grande conhe- cimento tanto do produto ou serviço que representa como uma grande capacidade de relacionamento. Las Casas (1999) vai mais longe ainda destacando que a venda não é uma mera atividade de troca de mercadoria por dinheiro, muito menos o entendimento entre duas pessoas. Vendas, atualmente, é na verdade a habi- lidade de estimular no cliente seu desejo identificando uma necessidade deste. Para desempenhar seu papel adequadamente, o profissional de vendas tem que apresentar os diferenciais e os benefícios do seu produto ou serviço dire- cionando ao atendimento das necessidades do cliente, necessidades essas que devem ser identificadas habilmente durante a negociação. Tem que levar o cliente a entender que aquela compra não é uma despesa e sim um investimento, seja na saúde, no bem-estar, na aprendizagem ou no prazer de adquirir algo desejado. Historicamente, podemos considerar que a partir do momento que o homem passou a cultivar alimentos e criar animais iniciou a troca. Já nos primórdios o objetivo das trocas era a satisfação das necessidades. Diante disso, temos o prin- cípio do comércio, sendo esta uma das atividades mais antigas na história da humanidade, e com a utilização do dinheiro, seja ele como conhecemos hoje ou com suas características da antiguidade, temos a venda como importante habi- lidade do homem historicamente. 43 Vendas: Características, Conceitos e Termo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Na história recente da atividade de vendas tivemos alguns fenômenos em que a procura era maior que a capacidade, isso aconteceu em vários setores, o que não exigiu uma evolução nas competências dos vendedores. Após a Revolução Industrial a produção aumentou consideravelmente e a necessidade de vender também. Como não tínhamos vendedores capacitados para aquele momento, sur- giram os vendedores que faziam qualquer negócio para vender, para não dizer atrapalhados. Em alguns segmentos isso ainda se reflete em descrédito na classe de profissionais de vendas. Essa realidade tem mudado de forma muito rápida, aliás, algumas empresas chamam seus profissionais de vendas de consultores de vendas, e é isso mesmo que eles têm feito ultimamente, prestado um serviço de qualidade no que se refere à negociação e atendimento das necessidades dos seus consumidores. Atualmente, o profissional de vendas deve pensar e agir como um empresá- rio, independente do cargo que ocupe na estrutura de vendas, de promotor de vendas a administrador de vendas, o profissional tem que entender que tem sob sua responsabilidade recursos produtivos como carro, aparelhos eletrônicos e uma carteira de clientes que bem trabalhados devem gerar riqueza à empresa e, claro, sua remuneração. Para isso é importante entender o que está ocorrendo no mundo, hoje o perfil do cliente muda rapidamente, assim como mudam tam- bém as empresas. Mas o que tem mudado na área de vendas ultimamente? Podemos apontar algumas situações que talvez você mesmo se identifique, enquanto consumidor: Cada vez mais as pessoas estão aprendendo a administrar seus recursos financeiros e mais, estão aprendendo a trabalhar com o crédito que está dispo- nível, seja pelo estudo ou pela dor de ter o nome nas listas de restritos ao crédito. Sob a ótica da economia o resultado elementar de um mercado é o preço, ou seja, é o mercado, em livre concorrência, que determina o preço de um produto ou serviço. OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II O marketing está cada vez mais arrojado e eficiente utilizando diferentes canais para propaganda. Um exemplo disso são sites que estudam o comportamento dos seus usuários. Isso tem despertado novas necessidades e, consequentemente, mudado o padrão de consumo e de relação entre o profissional de vendas e o mercado. À medida que os profissionais de vendas melhoram seu atendimento o mercado também se acostuma a este padrão e passa a exigir mais desses pro- fissionais, o que impede que amadores ou profissionais de outras áreas que não tiveram sucesso passem a vender como aconteceu no passado. Hoje é necessá- rio conhecimento na área comercial para começar a atuar, isso exige formação, capacitação e iniciativa. Esse novo padrão tem exigido dos profissionais de vendas habilidades que anteriormenteesses não tinham muita preocupação, como uma preocupa- ção maior com o planejamento, um entendimento maior de Administração Mercadológica, uma organização maior da sua carteira de clientes, a busca pela formação continuada e uma preocupação maior com a imagem da empresa que representa, ou seja, o profissional de vendas literalmente projeta, com sua pos- tura, o que a empresa é. Dentro de uma estrutura de vendas temos vários profissionais, o gerente, o supervisor de vendas, o vendedor, o assistente de vendas e o promotor de ven- das, todos com suas importâncias dentro da equipe. No entanto, os profissionais que mais utilizam os conhecimentos da administração de vendas são os geren- tes, esses são responsáveis pelo ritmo e capacidade de superação dos integrantes dessa equipe. Por isso apresentaremos a seguir as funções e atividades de cada um desses cargos. 45 Gerente de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . GERENTE DE VENDAS Como em uma orquestra, o gerente de vendas é o maestro que deve organizar sua equipe e dar o ritmo de trabalho primando pelo melhor resultado possí- vel. Por isso é uma pessoa com sensibilidade para entender a melhor forma de aproveitar os diferentes talentos na equipe. Isso evita que a equipe funcione em ritmos diferentes em determinado momento. Motivar uma equipe não é tarefa fácil, pois o que leva uma pessoa a motivar-se é pessoal, cada pessoa motiva-se por motivos diferentes. O que o gerente tem que saber é como dar condições para que a maioria da equipe esteja sempre motivada. Às vezes, até mesmo momentos fora da empresa podem desmotivar O gerente de vendas moderno deixou de ser um profissional preso em buro- cracia da empresa passando a acompanhar mais as operações no mercado, bem como aumentou o contato com clientes. OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II um vendedor. Para Johnson (1992), a desmotivação leva os indivíduos a desen- volverem comportamentos evasivos que prejudicam a produtividade, uma das funções dos gerentes em vendas é manter os temores que levam a esse compor- tamento longe da equipe de vendas. Identificar essas situações e agir sobre elas é um dos principais papéis do gerente de vendas. Assim como os demais profissionais de vendas, Gobe (2007) afirma que o gerente deve estar sempre avaliando as oportunidades de mercado considerando seu público-alvo. Além disso, deve quantificar essas oportunida- des, pois com números precisos e claros, sua tarefa de estimular e executar um plano de ação para a conquista de resultados favoráveis, é a sua organização tor- nar-se mais tranquila e com maior possibilidade de sucesso. Além de tudo, a responsabilidade dos profissionais de vendas, seja o gerente ou vendedores, não está limitada apenas à comercialização dos produtos. Essa, na verdade, é uma função de representação da empresa no mercado. Geralmente, os consumidores não sabem distinguir a pessoa de sua função, logo é impor- tante que a equipe de vendas saiba que ela é a empresa no mercado. É comum ser chamado de João da Volkswagen, Carlos da Coca-Cola, Antônio do Banco Safra e por aí vai. Além da função de líder de sua equipe o gerente de vendas faz a ligação das informações geradas pela equipe com a alta administração da empresa. Outas funções do gerente é o de agregador de talentos, agente de mudanças, coorde- nador estrategista da equipe de vendas, enfim, auxiliar nas tomadas de decisões da administração da empresa que dizem respeito ao setor de vendas. Com o que foi destacado sobre o gerente na administração de vendas a seguir é apresentado as macrofunções e as respectivas tarefas dos gerentes de vendas: PLANEJAMENTO DA FORÇA DE VENDAS ■ Definir objetivos: a partir da definição dos objetivos de faturamento da empresa e do lucro líquido esperado para o período é necessário saber quanto será produzido e a que preço será vendido, então é papel do gerente de vendas analisar e sugerir números globais que posteriormente serão 47 Gerente de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . divididos para cada supervisor e daí para cada vendedor. ■ Propor estratégias: para que se atinjam os números estipulados é neces- sários estratégias comerciais. Essas estratégias podem estar direcionadas a produtos, família de produtos, territórios, regiões entre outros. ■ Organizar (estruturar) a força de vendas: entender uma equipe de ven- das como um recurso produtivo da empresa, ou seja, se recursos sobram isso é custo para a empresa, se ele falta reflete no faturamento, assim a correta organização de como essa equipe vai funcionar é uma importante função do gerente de vendas. ■ Dimensionar o tamanho da força de vendas: a definição do número de vendedores, supervisores e promotores bem como a frequência das visitas nos diferentes clientes também é importante para a adequada otimização do custo com as operações comerciais. ■ Criar um sistema remuneração atrativa: a empresa tem que atrair gran- des talentos para sua corporação, em vendas uma das formas de atração de bons profissionais se dá pela remuneração, além disso uma remunera- ção atrativa mantém os bons profissionais satisfeitos na equipe. ADMINISTRAÇÃO DA FORMAÇÃO DE VENDAS ■ Recrutar e selecionar equipes: uma das habilidades importantes ao gerente de vendas é a de saber conduzir a entrevista com objetivo de esco- lher os melhores profissionais para sua equipe. Com essas informações é possível montar uma equipe com profissionais que se completem poten- cializando os resultados de vendas. ■ Prover liderança: um bom gerente preocupa-se em prover lideranças seja abaixo de seu cargo como é o caso da identificação de potenciais supervi- sores, bem como a identificação de supervisores com potencial de assumir sua posição de gerente. Pode parecer inconcebível que um gerente se pre- ocupe em escolher alguém para lhe substituir, porém, vendo por outro lado, ele pode perder uma promoção para diretor por não ter quem o substitua naquele momento. OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II ■ Motivar equipes: é primordial na administração de vendas que a equipe esteja motivada. Ter esta percepção e escolher profissionais que tenham automotivação traz grande diferencial nos resultados. ■ Avaliar desempenhos: além de definir as metas, o gerente de vendas tem que se preocupar com o acompanhamento destes números, mas não para por aí, além de acompanhar é necessário avaliar os indicadores apresen- tados. Essa avaliação e a tomada de decisão para reorientar a equipe são habilidades indispensáveis ao gerente de vendas. DESENVOLVIMENTO DA FORÇA DE VENDAS ■ Treinar: o gerente é por si só um treina- dor, falar em público, conhecer técnicas pedagógicas e saber contratar empre- sas ou profissionais para treinamento da equipe é indispensá- vel para manter essa equipe capacitada e com os melhores resultados possíveis. ■ Aprimorar relacionamentos: o gerente de vendas deve promover um bom relacionamento entre a equipe e também entre as equipes. Equipes em uma organização são complementares, vendas com bom relaciona- mento com o pessoal da administração, do marketing ou da produção traz bons resultados a todos. Considerando essas funções que um gerente deve ter, é de se esperar que a empresa invista no ocupante desta função, pois uma adequadadesenvoltura nessas fun- ções trará um resultado esperado aos objetivos da empresa. De acordo com a 49 Supervisor de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . representação que a equipe de vendas naturalmente faz da empresa, um gerente com essa consciência estimula a sua equipe que representará formidavelmente sua marca no mercado. Para Moraes (2009), a nova dinâmica da administração de vendas necessita de um gerente “antenado” nas forças influenciadoras de vendas. Problemas são naturais, e devem ensinar algo ao gerente e sua equipe, em praticamente tudo existe uma oportunidade, basta observar com atenção. O estímulo à equipe deve ser foco constante do administrador de vendas com objetivo de sempre tirar o máximo do que o mercado oferece. SUPERVISOR DE VENDAS Imagine a hierarquia de vendas como uma pirâmide, em que na ponta temos o Diretor ou Gerente de vendas (depende do tamanho da empresa) depois temos os supervisores; os assistentes de vendas, que dão suporte aos dois últimos e aos vendedores e, por último, o promotor de vendas. Talvez essa estrutura seja a que ainda esteja mais verticalizada de todas nas organizações, sim, pois em geral essas estruturas foram horizontalizadas nas últimas décadas, principalmente as do setor administrativo. Esta tendência de achatamento da hierarquia tende a acontecer na adminis- tração de vendas também e o cargo que mais tem sido influenciado com isso é o dos supervisores. Gerentes e vendedores têm definido suas funções dentro da organização e é cada vez mais comum vermos o gerente sair do escritório e visi- tar clientes junto com seus vendedores ou representantes, bem como observamos Devido ao grande número de variáveis que envolvem o setor de vendas é aconselhável que se façam reuniões semanais com toda equipe para manter o nível de informações atualizado, isso melhora os resultados de vendas. OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II cada vez mais vendedores capacitados com formação superior e com competên- cias muitas vezes maiores que muitos supervisores. E é bem aí que está o problema, historicamente os supervisores serviram como os “capatazes” da rota, ou seja, suprindo deficiências dos vendedores em vários aspectos. Muitos até foram vendedores esforçados que conseguiram uma pro- moção para supervisor, mas não tinham a mínima condição de ocupar o cargo, pois esta posição exige uma visão gerencial tanto quanto operacional. Em casos extremos havia, ou ainda há, supervisores que são secretários de luxo do sistema de vendas, distribuidores de brindes ou o cara que consegue os 10% a mais de desconto naquela negocia- ção difícil. Claro que essas caracte- rísticas não são aplicadas a todos os supervisores, exis- tem estruturas de vendas em que o supervisor tem grande importância, como é o caso dos sistemas de vendas pro- gramadas do varejo, nos quais o número de variáveis envolvidos no processo é grande e o acompanha- mento do supervisor para garantir o acontecimento das metas operacionais é indispensável. Em geral, a responsabilidade do supervisor é a de acompanhar a aplicação das políticas de vendas e das metas definidas para a força de vendas, no entanto, em algumas empresas as exigências como o desenvolvimento de novos merca- dos ou a sugestão de novos produtos também são características do supervisor o que o torna mais parecido com a função do gerente de vendas. Entre os conhecimentos necessários para esta função podemos destacar: ■ Conhecer profundamente os produtos e serviços, bem como as estratégias que devem ser utilizadas na negociação de cada um deles nos diferen- tes mercados. ■ Conhecer as diferentes características dos diferentes canais de vendas. 51 Vendedor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ■ Dominar todas as estratégias comerciais para acompanhar o trabalho dos vendedores e sugerir capacitação caso necessário. ■ Ser capaz de se relacionar tanto com a hierarquia superior como com os vendedores e promotores de vendas, identificando os pontos de motiva- ção de cada um. ■ Conhecer relatórios de vendas com objetivo de acompanhar o desem- penho dos vendedores e desenvolver premiações de incentivo às vendas. ■ Indicar profissionais que se encaixam no perfil exigido pela empresa. ■ Ter capacidade de multiplicar conhecimento em treinamentos voltados para vendedores. ■ Analisar cada produto e seu comportamento nos diferentes mercados sugerindo melhoria para a elaboração de estratégias pelo gerente e pes- soal de marketing. VENDEDOR Possivelmente, o vendedor é o profissional com maior número de funções den- tro da estrutura de vendas. Esse profissional juntamente com o supervisor de vendas pode ser considerado como um filtro entre a empresa e o mercado. Tanto leva informações para o mercado como promoções, novos produtos, preços, novas embalagens ou material de propaganda (comunicação do produto), como traz informações importantes para a definição da estratégia das empresas como informações de concorrentes, do desempenho dos diferentes produtos, novos serviços oferecidos entre outros. Como premissas, as funções do vendedor podem destacar: ■ No caso de vendedor externo cumprir a carga de visitação, se for vende- dor interno cumprir a relação de ligações e atendimentos diários. ■ Conhecer e oferecer os produtos adequados aos canais de vendas. OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. II ■ Sugerir novos produtos aos clientes, quando estes tem potencial de vendas. ■ Administrar os estoques dos clientes, preocupando com o giro dos pro- dutos e vencimento. ■ Distribuir e gerenciar sua meta global por cliente. ■ Conhecer e aplicar a política comercial da empresa. ■ Zelar pela imagem do produto, posicionamento, precificação, limpeza, iluminação, quando for o caso, pontos extras de vendas, propaganda fora e dentro dos pontos de vendas. ■ Estimular clientes com potencial de crescimento nos diversos segmen- tos em que atua. ■ Orientar os promotores sobre abastecimento, reposição, degustação dos produtos ou adequada apresentação dos serviços. ■ Cadastrar novos clientes. ■ Manter os clientes informados quanto a novidades da empresa e o mer- cado em que atua. ■ Manter o asseio pessoal. ■ Levantar informações dos concorrentes e do mercado como um todo. ■ Levantar e dar solução a reclamações, se for o caso levar até o supervisor para a devida solução. ■ Administrar a concessão de crédito de acordo com o potencial dos clientes. ■ Manter um bom relacionamento com a equipe de vendas e com os clientes. O vendedor deve criar uma relação de confiança com seus clientes. Deve atender e vender com qualidade para vender sempre. Não existe mais es- paço para vendedores aventureiros que se preocupam exclusivamente con- sigo. Os vendedores modernos preservam os interesses da empresa que representam e também dos seus clientes. 53 Assistente de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . ASSISTENTE DE VENDAS O assistente de vendas geralmente assessora diretamente o gerente de ven- das, apesar disso, não está hierarquicamente acima do supervisor de vendas, aliás,
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