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MARKETING 1 Marketing Apostila MARKETING 2 ÍNDICE APRESENTAÇÃO 6 AULA 1: FUNDAMENTOS DE MARKETING 7 INTRODUÇÃO 7 CONTEÚDO 7 HISTÓRICO DO MARKETING 7 CONCEITOS DE MARKETING 9 CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING 10 APLICAÇÕES DO MARKETING 12 FUNÇÕES DO MARKETING 14 APRENDA MAIS 15 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 15 REFERÊNCIAS 17 AULA 2: COMPOSTO DE MARKETING 18 INTRODUÇÃO 18 CONTEÚDO 19 INTRODUÇÃO 19 P DE PRODUTO 20 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS 21 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS DE CONSUMO 22 P DE PREÇO 23 CRITÉRIO DE PRECIFICAÇÃO 23 OS AGREGADOS QUE INFLUENCIAM A PRECIFICAÇÃO 24 PRECIFICAÇÃO SOB A ÓTICA DO MARKETING 26 P DE PRAÇA 27 CANAIS DE MARKETING 28 P DE PROMOÇÃO 29 APRENDA MAIS 32 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 32 REFERÊNCIAS 33 MARKETING 3 AULA 3: SEGMENTAÇÃO DE MERCADO 35 INTRODUÇÃO 35 CONTEÚDO 35 INTRODUÇÃO 35 ESTRUTURA DO MERCADO 36 PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE SEGMENTAÇÃO 39 VANTAGENS DA SEGMENTAÇÃO DE MERCADO 40 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 41 REFERÊNCIAS 42 AULA 4: PESQUISA SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING 43 INTRODUÇÃO 43 CONTEÚDO 43 INTRODUÇÃO 43 OS SUBSISTEMAS DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING – SIM 44 INTELIGÊNCIA DE MARKETING 46 BANCO DE DADOS INTERNOS 46 PESQUISA DE MARKETING 47 ATIVIDADE PROPOSTA 52 APRENDA MAIS 52 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 52 REFERÊNCIAS 53 AULA 5: MARKETING AMBIENTAL E ESTRATÉGIA SUSTENTÁVEL 55 INTRODUÇÃO 55 CONTEÚDO 56 INTRODUÇÃO 56 O MARKETING E A SUSTENTABILIDADE 56 ESTRATÉGIA DE PRODUTOS SUSTENTÁVEIS 58 ATIVIDADE PROPOSTA 60 APRENDA MAIS 61 EXERCÍCIOS 62 REFERÊNCIAS 63 MARKETING 4 AULA 6: MARKETING DIGITAL 64 INTRODUÇÃO 64 CONTEÚDO 64 INTRODUÇÃO 64 ESTRATÉGIAS DE MARKETING DIGITAL 67 BUSCADORES 68 REDES SOCIAIS 69 E-MAIL MARKETING 71 MARKETING VIRAL 72 MOBILE MARKETING 73 ATIVIDADE PROPOSTA 74 APRENDA MAIS 74 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 75 REFERÊNCIAS 76 AULA 7: GESTÃO DE MARCAS 77 INTRODUÇÃO 77 CONTEÚDO 78 INTRODUÇÃO 78 ESTRATÉGIAS DE BRANDING 80 CONSTRUÇÃO DE MARCAS 80 ATIVIDADE PROPOSTA 83 APRENDA MAIS 84 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 84 REFERÊNCIAS 85 AULA 8: PLANEJAMENTO DE MARKETING 86 INTRODUÇÃO 86 CONTEÚDO 86 INTRODUÇÃO 86 O PLANO DE MARKETING 89 ATIVIDADE PROPOSTA 97 APRENDA MAIS: 97 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 97 MARKETING 5 REFERÊNCIAS 98 CHAVES DE RESPOSTA 100 AULA 1 100 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 100 AULA 2 100 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 100 AULA 3 100 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 100 AULA 4 101 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 101 AULA 5 101 ATIVIDADE PROPOSTA 101 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 102 AULA 6 103 ATIVIDADE PROPOSTA 103 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 103 AULA 7 104 ATIVIDADE PROPOSTA 104 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 105 AULA 8 106 ATIVIDADE PROPOSTA 106 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 106 CONTEUDISTA 108 MARKETING 6 Apresentação Durante muito tempo o marketing foi mal visto, pois era confundido como uma prática que visava apenas “ vender ” produtos e serviços de qualidade duvidosa e que nem sempre satisfaziam as necessidades e desejos dos consumidores. Hoje, esse cenário mudou, sendo indiscutível a importância do marketing para as empresas e a sociedade em geral. A maioria das organizações se destacam exatamente pela implementação de corretas e modernas práticas de marketing, cuja essência é satisfazer clientes como meio para alcançar seus objetivos. Sendo assim, essa disciplina tem como objetivos: Entender a importância do marketing para as empresas e sociedade Conhecer os conceitos fundamentais aplicados ao marketing Entender a importância do composto de marketing Entender a importância da segmentação de mercado no desenvolvimento de estratégias de marketing Entender como a pesquisa de marketing pode ajudar o gestor de marketing a tomar decisões de forma segura. Entender a importância do marketing ambiental Conhecer as principais estratégias de marketing digital Entender as principais estratégias de Branding – gestão da marca Entender a importância do planejamento de marketing Conhecer as etapas pra produzir um plano de marketing MARKETING 7 Aula 1: Fundamentos de marketing Introdução Durante muito tempo o marketing foi mal visto, pois era confundido como uma prática que visava apenas “vender” produtos e serviços de qualidade duvidosa e que nem sempre satisfaziam as necessidades e desejos dos consumidores. Hoje, esse cenário mudou , sendo indiscutível a importância do marketing para as empresas e a sociedade em geral. A maioria das organizações se destacam exatamente pela implementação de corretas práticas de marketing, cuja essência é satisfazer clientes como meio para alcançar seus objetivos. Portanto, é importante conhecer o histórico do marketing, bem como os conceitos fundamentais que norteou o seu estudo e seu desenvolvimento durante décadas. De igual forma, é relevante entender que nos últimos anos o marketing apresentou diversas aplicações em muitas áreas das empresas, assumindo importância estratégica, nas tomadas de decisão. Objetivos: Entender a importância do marketing para as empresas e sociedade; Conhecer a evolução e o histórico do marketing; Conhecer os conceitos fundamentais aplicados ao marketing; Conteúdo Histórico do marketing Embora saibamos que o marketing existe desde o começo da humanidade, foi no início do séc. XIX que os estudos sobre o assunto começaram a ganhar MARKETING 8 importância. Em 1948, Alderson e Cox chamaram a atenção para o fato de que muitos problemas empresariais não podiam ser resolvidos adequadamente com base na literatura de outras áreas. O Marketing está por toda parte. Formal ou informalmente, pessoas e organizações envolvem-se em um grande número de atividades que poderiam ser chamadas de Marketing. O bom marketing tem se tornado um ingrediente cada vez mais indispensável para o sucesso nos negócios. E o marketing afeta profundamente nossa vida cotidiana. Ele está em tudo o que fazemos – das roupas que vestimos aos sites em que clicamos, passando pelos anúncios que vemos. (KOTLER 2006) Como estudo da área de administração, o marketing começou a se desenvolver de forma relativamente autônoma, a partir de meado dos anos 1950, no pós- guerra, quando o avanço da industrialização mundial acirrou a disputa pelos mercados trazendo novos desafios, mas a sua consolidação deu-se após a publicação do célebre artigo do professor de Harvard, Teodore Levitt, “Miopia em marketing”, em 1960, que fazia uma reflexão sobre as práticas de algumas empresas que definia o escopo de seus negócios apenas com base em critérios técnicos, políticos ou funcionalidade do produto, em vez de levar em consideração também, as necessidade dos consumidores, de acordo com Oliveira (2012). Apesar de décadas após ser escrito, o artigo de Levitt continua atual ao alertar que empresas líderes e dominantes, podem desaparecer de um momento para outro, ou deixam de ser expressivas em seus segmentos. Até o famoso Henry Ford foi alvo de Levitt, quando comentou que ele foi brilhante, mas também foi insensato quando se recusou dar aos clientes qualquer coisa que não fosse um automóvel preto, apesar de ter desenvolvido MARKETING 9 uma genial linha de produção em série, que barateava o custo final dos automóveis. Hojeo marketing conta com uma poderosa ferramenta que é a tecnologia da informação - TI, que aproximou os consumidores e compradores através de diversas plataformas, que utilizam internet, ou telefonia, conhecido como Marketing digital ou Web Marketing, que é conjunto de ações de marketing intermediadas por canais eletrônicos como a Internet, em que o cliente controla a quantidade e o tipo da informação recebida. Conceitos de marketing Por volta de 1960, os executivos de grandes empresas, reconhecendo que a decisão final sobre a compra estava nas mãos dos consumidores, passaram a adotar práticas como pesquisa e análise de mercado, adequação dos produtos, procurando atender às necessidades dos mercados. Foi nesse contexto que os modernos estudos e conceitos de marketing começaram a ser desenvolvidos. O conceito é amplo e possui várias dimensões, porém a maioria respeita a essência do conceito que é o atendimento das necessidades e desejos dos consumidores. Marketing é uma palavra derivado do inglês, market, que significa mercado. É utilizada para expressar a ação voltada para o mercado. (DIAS, 2005) Processo social que visa para satisfazer as necessidades e os desejos de consumidores e organizações, através da troca ativa de produtos e serviços, que geram valor para as partes envolvidas. (KOTLER, 2006) Processo de planejar e executar a concepção, precificação, promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços. (AMA) MARKETING 10 Conceitos aplicados ao marketing O conceito de marketing se conecta com outras áreas de conhecimento, aplicadas na prática empresarial e a utilização de conceitos originários de outras disciplinas e de ciências como Economia, Estatística, Psicologia e sociologia, entre outras. A teoria da escolha individual como um dos fundamentos teóricos do conceito de marketing, formulada pelo economista clássico Adam Smith (1776): Pressuposto segundo o qual o bem-estar da sociedade resulta da convergência de interesses individuais do comprador e do vendedor, por meio da troca voluntária e competitiva. Os quatro princípios da teoria da escolha individual: Os consumidores buscam experiências que valham a pena; A escolha individual determina a oferta que vale a pena; Por meio da troca, os desejos e necessidades individuais dos consumidores serão realizados; Os consumidores, partindo do princípio da livre escolha, (princípio da soberania do consumidor), são responsáveis pelas suas ações e escolhem o que é melhor para elas. O conceito de mercado originário da Economia é tido como fundamental para a prática do marketing e, se olharmos com atenção, verá a essência do conceito central do marketing, nele contido: O conjunto de pessoas e/ou organizações cujas necessidades podem ser satisfeitas por produtos ou serviços e que dispõem de recursos para adquiri-los. (DIAS, 2005) A seguir apresentaremos conceitos que são utilizados no dia-a-dia dos profissionais da área do marketing: MARKETING 11 Segmento de mercado: um grupo de consumidores com necessidades e características comuns entre si, mas diferentes em relação a outros grupos, que exigem estratégia e programa de marketing diferenciado; Necessidade: entendida com um estado de carência ou privação sentida por um consumidor, que provoca a motivação para consumir algo, como meio de superar tal estado; Necessidade adquirida: derivada do ambiente cultural e social, vivenciada pelo consumidor. Neste contexto, as ações de marketing são importantes para o seu desenvolvimento; Necessidade inata ou genérica: aquela inerente à natureza humana e que não pode ser esgotada, como as necessidades de natureza física ou biológica, por exemplo; Satisfação da necessidade: estado de realização atingido quando o desempenho do produto se iguala à expectativa do cliente ou a supera; Valor para o cliente: a diferença entre os benefícios obtidos e os custos; Produto: termo que designa o que satisfaz a necessidade e o desejo do consumidor; Demanda do produto: resultado da participação do produto na demanda do mercado; Potencial de mercado: nível máximo de demanda a ser atingido com o máximo de investimento de marketing; Demanda de mercado: valor total comprado pelos clientes em determinada condição de investimento de marketing pelas empresas; MARKETING 12 Serviço: bem intangível, perecível, não pode ser estocado. Ex.: serviços médicos, bancários, telefonia e etc.; Ambiente de marketing: o conjunto de fatores externos ou internos (macroambiente e microambiente) à empresa que interferem nas decisões e nos resultados das ações de marketing realizadas; Aplicações do marketing Uma das primeiras aplicações do marketing ficou conhecida como marketing direto, e surgiu nos Estados Unidos na década de 1960, que consistia no envio de catálogos de produtos enviados pelo correio e eram praticados pelas grandes redes de lojas. Com o passar do tempo, evoluiu para uma estratégia de comunicação e comercialização de produtos ou serviços com o cliente, sem intermediação de meios ou canais de terceiros. Originalmente utilizavam-se listas de clientes (mailing lists) e catálogos enviados pelo correio (mala direta), solicitando uma resposta direta do cliente. Atualmente os meios de execução se ampliaram e podem contar com: Vendedores; Televendas; Telemarketing e call center; Correio Eletrônico (e-mail); Internet, etc Database Marketing (DBM); Datamining; MARKETING 13 Marketing de relacionamento: É um conceito que surgiu na década de 1990, como uma evolução do marketing direto. Trata-se de uma estratégia que visa construir uma relação duradoura da empresa com o cliente. Marketing de fidelização ou retenção: É o primeiro nível do marketing de relacionamento. É estratégia para fidelizar ou reter o cliente por meio de ações integradas, sistemáticas e contínuas de comunicação e promoção, gerando frequência e repetição de compra. Marketing um a um ou marketing individualizado: É o estágio mais avançado do marketing de relacionamento. Estágio em que cada cliente é tratado individualmente, e a oferta da empresa é totalmente customizada em função dele. A evolução da TIC – Tecnologia da Informação e comunicação tem contribuído consideravelmente para o seu desenvolvimento através do CRM - Customer Relationship Management mais conhecido como gerenciamento do relacionamento com o cliente. MARKETING 14 Marketing de transação: realização de uma venda simplesmente como transação única, sem perspectiva de continuidade. Marketing pessoal: é a aplicação do composto de marketing para gerar interesse, atenção e preferência com relação a uma determinada pessoa. Marketing social: marketing voltado para organizações sem fins lucrativos, organismos e causas sociais. Marketing institucional: são as ações de marketing direcionadas para a criação de imagem favorável e preferência para uma determinada organização ou empresa. A imagem da empresa, juntamente com a do produto, são fatores determinantes no processo de decisão de compra. Marketing internacional: aplicação do composto de marketing para desenvolver oportunidades de negócios nos mercados externos ao de origem da empresa. Marketing interativo: conjunto de ações de marketing direcionadas para criar uma interação entre o cliente e a empresa, em que o cliente tem um papel ativo, possibilitando a personalizaçãoe a customização de produtos e serviços. Marketing digital ou web marketing: conjunto de ações de marketing intermediadas por canais eletrônicos como a Internet, em que o cliente controla a quantidade e o tipo da informação recebida. Funções do marketing As organizações estão normalmente divididas em áreas funcionais. Essas áreas representam as atividades que são desenvolvidas por departamentos da organização. As áreas ou departamentos mais comuns são: Recursos Humanos, Finanças, Produção e Marketing. MARKETING 15 A área de marketing está relacionada com as atividades de captação e manutenção de clientes satisfeitos, procurando influenciar seu comportamento, e, assim alcançar os objetivos da organização, seja ela pública ou privada, com ou sem fins lucrativos. (SOBRAL; PECI, 2008) O marketing como área do conhecimento, vem se desenvolvendo com a importante função de contribuir para a moderna gestão empresarial. De acordo com a AMA, a gestão de marketing é o processo de definir os objetivos de marketing a partir dos recursos internos e das oportunidades de mercado, planejar, executar as atividades para alcançar tais objetivos, bem como monitorar os resultados, contribuindo para o sucesso da organização. Para que o processo de marketing tenha êxito é necessário que toda organização esteja envolvida, e não apenas o executivo de marketing, embora ele seja responsável pelo planejamento, pela organização e pelo controle das atividades estratégicas e táticas de marketing, visando otimizar o valor para o cliente e simultaneamente, para o acionista. Aprenda mais http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/resenha-do-texto- miopia-em-marketing-de-theodore-levitt/44098/ Exercícios de fixação Questão 1 São as ações de marketing direcionadas para a criação de uma imagem favorável de uma determinada organização. A imagem da empresa, MARKETING 16 juntamente com a dos produtos, são importantes fatores que influenciam a decisão de compra dos clientes. Essa definição refere-se a: a) Marketing internacional b) Marketing pessoal c) Composto de marketing d) Marketing institucional e) Web marketing Questão 2 Marketing um a um é o mesmo que: a) Marketing rural b) Mercado-alvo c) Marketing individualizado d) Marketing interativo e) Segmentação de mercado Questão 3 Qual das opções refere-se exclusivamente ao conceito de marketing? a) Processo de planejar e executar a concepção, precificação, promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços; b) Processo de implementar ações de merchandising apenas no ponto de venda; c) Estratégia de divulgar produtos em feiras, eventos e congressos. d) Conjunto de pessoas e/ou organizações cujas necessidades podem ser satisfeitas por produtos ou serviços e que dispõem de renda para adquiri-los. e) Nível máximo de demanda a ser atingido com o máximo de investimento de marketing MARKETING 17 Referências AMA - American Marketing Association. Disponível em: http://www.marketingpower.com DIAS, R. S. (Org). Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva 2005. LEVITT,T. Miopia em marketing. Harvard Business Review – jul/ago/1960. KOTLER, P.; KELLER K. L. Administração de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. OLIVEIRA, BRAULIO (Org.). Gestão de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. MARKETING 18 Aula 2: Composto de marketing Introdução A partir da década de 1960, os estudos do marketing se intensificaram, com muitos pesquisadores tentando desenvolver mecanismos de gestão, frente a uma realidade competitiva entre as empresas, cada vez mais acirrada devido aos avanços tecnológicos do pós-guerra. Um desses estudos resultou na famosa teoria largamente difundida e utilizada, Composto de Marketing ou Marketing Mix, mas ficou mundialmente conhecida como os 4P’s do Marketing (Produto, Preço, Praça e Promoção), que será o tema desta aula. Embora muitos pensem que foi Philip Kotler, quem criou a teoria dos 4P’s, mas na verdade quem o fez, foi o Prof. Jerome McCarthy. Kotler apenas endossou e a popularizou em seguida. Objetivos: Entender a importância do composto de marketing, Conhecer as variáveis do Composto de marketing. Conhecer os elementos da Comunicação Integrada de Marketing – CIM. Entender como as variáveis do composto de marketing podem ajudar as estratégias de marketing. MARKETING 19 Conteúdo Introdução Em uma época em que as empresas estavam mais preocupadas em produzir e vender, a teoria do composto de marketing ou 4P’s (Produto, Preço, Praça e Promoção) chegou para trazer um pouco de reflexão sobre o ato de consumir. Ficou claro que ao comprar e consumir um determinado produto ou serviço, o comprador está participando de um importante processo, que envolve muitas etapas, pessoas e empresas, e não apenas um simples ato de consumo. No decorrer desta aula vamos refletir sobre a importância de cada item que compõe as variáveis do composto de marketing, conforme figura abaixo: Produto Variedade de produtos Qualidade Design Características Nome de marca Embalagem Tamanhos Serviços Garantias Devoluções Preço Preço nominal Descontos Concessões Prazos para pagamento Condições de crédito Promoção Promoção de vendas Publicidade Propaganda Força de vendas Relações públicas Marketing Direto Praça Canais Cobertura Variedade Pontos-de-venda Estoque Transporte Mix de Marketing Mercado-Alvo Fonte: Kotler, 2006 MARKETING 20 P de produto Na construção desse conceito, o P de produto (product), assume um papel de grande relevância, pois certamente sem ele, os outros P’s não existiriam, pois no planejamento do composto de marketing, tudo começa na formulação de uma oferta para satisfazer as necessidades e os desejos do cliente-alvo. No entanto, ele não pode funcionar de forma isolada, pois como o próprio nome já diz, ele faz parte de um “composto”, ou seja, deve ser considerado juntamente com os outros elementos. Toda e qualquer estratégia de marketing começa a ser desenvolvida a partir da existência de um produto ou serviço, que pode ser definido como “um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis que proporciona benefícios reais ou percebidos com a finalidade de satisfazer as necessidades e os desejos do consumidor”. Assim, podemos entender como produtos tanto bens físicos quanto serviços, pessoas, locais, organizações e ideias. Os produtos possuem cinco níveis distintos que as empresas devem considerar, no momento de planejar sua oferta ao mercado. São eles: Benefício Central: é o nível e benefício mais fundamental que o cliente está realmente comprando. Ex.: Transporte confortável. Produto Básico ou Genérico: o nível em que o benefício principal é transformado em um produto básico, de forma que o consumidor possa usufruí-lo. Ex.: Automóvel. Produto Esperado: é o conjunto de atributos que os consumidores esperam encontrar no produto adquirido. Ex.: Carro com equipamentos e garantia. MARKETING 21 Produto Ampliado: são os serviços, os aspectos e os benefícios acrescentados aos produtos, a fim de encantar o consumidor. Ex.: Carro, com muitos equipamentos e uma maior garantia. Produto Potencial: envolve todas as ampliações e transformaçõesque um determinado produto poderá ter no futuro, em constante evolução. Ex.: Carro completíssimo e com uma super garantia para aquela categoria de carro. Figura: Níveis de produto – Fonte Kotler, 2006. Classificação dos produtos Os produtos podem ser classificados segundo as características de durabilidade, tangibilidade e uso (de consumo ou industriais). Cada tipo de produto necessita de uma estratégia específica e apropriada de mix de marketing (KOTLER, 2006). Quanto à durabilidade e tangibilidade, os produtos podem ser classificados em: MARKETING 22 Duráveis: que resistem por muito tempo a inúmeras utilizações, por exemplo, um eletrodoméstico; Não duráveis: que tem uma durabilidade limitada, que corresponde a alguns poucos usos, como a maioria dos alimentos e produtos de higiene e limpeza; Serviços: que não tem sequer durabilidade, pois se extingue no momento em que são executados, por exemplo, um corte de cabelo. Classificação dos bens de consumo Os bens de consumo podem ser classificados em quatro tipos: Bens de conveniência: são produtos comprados com frequência e pouco esforço, pois não são produtos de alto envolvimento; Bens de compra comparada: são produtos que demandam reflexão da parte do consumidor, pois são comprados com menos frequência e exigem muita deliberação sobre suas características, como adequação qualidade, preço, estilo etc. Bens de especialidade: é um produto com características únicas, o que o torna especial de alguma maneira. Em geral, possui distribuição limitada a umas poucas lojas, e suas características levam os consumidores a fazerem um esforço considerável para sua compra. Bens não procurados: são produtos que ninguém se lembra de que podem ser necessários, até que uma situação específica ocorra, ou então não são procurados por serem desconhecidos do consumidor, como no caso do lançamento de uma tecnologia nova. Esse tipo de bem precisa ser apoiado em propaganda e venda pessoal. Ex.: Seguros de vida, plano funeral e jazigos. MARKETING 23 Os produtos também podem ser classificados em Bens Industriais ou Bens Empresariais, que são bens comprados para uso em uma empresa ou indústria, seja para a fabricação de um produto, seja na gestão do negócio. P de preço O Preço (price) é um elemento do composto de marketing que, junto com os demais P’s determina a percepção que os consumidores criam sobre a oferta. Também é o único elemento que gera receita, os demais produzem custos. Ele também é mais flexível, pois pode ser alterado com rapidez, ao contrário das características do produto, dos compromissos com os canais de distribuição e com as áreas de propaganda. (KOTLER, 2006) O preço não é simplesmente um número ou uma etiqueta, mas é um elemento estratégico para as empresas, que cada vez mais se preocupam em adotar rígidos critérios para precificar seus produtos. Nas micro e pequenas empresas, o preço em geral é determinado pelos próprios dirigentes. Nas grandes, os diretores e gerentes de produtos e vendas, se encarregam da tarefa, mas sempre de acordo com as outras áreas da empresa. Critério de precificação As possibilidades de estabelecimento de preços de uma empresa situam-se entre dois extremos. O primeiro é o limite superior de preços, resultado de uma estratégia voltada à percepção de valor do consumidor informado e que prioriza a possibilidade de geração de lucro por unidade, ou seja, vendem-se poucas unidades, mas com uma boa margem de lucro. No outro extremo está o limite MARKETING 24 inferior de preços, que é decorrente de um menor custo de produção do produto. (DIAS, 2005) Precificação baseada em custos A pressuposição de que o mercado seja capaz de absorver a oferta do produto a um preço que não esteja relacionado à dinâmica competitiva e tampouco à percepção de valor por parte do consumidor; Método da adição de custo: consiste em apurar os custos incorridos na oferta do produto ou serviço e sobre eles aplicar o montante desejado de lucratividade, como um percentual das vendas; Precificação baseada em valor O fabricante que escolher o método baseado em valor parte da percepção de valor por parte do consumidor, e não dos seus custos, para a determinação do preço. Precificação baseada na concorrência Método de equivalência de mercado: consiste em estabelecer o preço do produto alinhado aos preços da concorrência, não necessariamente levando em conta a estrutura de custos da empresa. Método de proposta selada: usualmente é utilizado em concorrências públicas, em que o preço da oferta deve considerar a estrutura de custos da empresa, mas não deve ser superior ao do concorrente. Os agregados que influenciam a precificação O preço é uma variável determinada por uma série de fatores agregados que influenciam no estabelecimento: Estrutura de custos MARKETING 25 O estabelecimento de preços e o conjunto abrangente de agregados: Custos variáveis; Custos fixos; Custos totais. Preço de equilíbrio: aquele que cobre os custos totais, incluindo o custo de capital da empresa. Aspectos organizacionais Mercado: conjunto de ofertantes e demandantes de uma determinada categoria de produto; Concorrência perfeita (oferta): estrutura de mercado em que o número de ofertantes é grande o suficiente, de sorte que a entrada ou saída de um não altera o volume a ser oferecido; Concorrência monopolista: estrutura de mercado que implica um pequeno número de ofertantes, que concorrem entre si em mercados não necessariamente homogêneos; Oligopólio: estrutura de mercado que se caracteriza por poucos vendedores de produtos similares capazes de controlar os preços praticados e as quantidades oferecidas; Monopólio: estrutura de mercado em que só há um ofertante, que controla seu preço pela administração da oferta; Concorrência perfeita: estrutura de mercado em que o número de ofertantes é grande o suficiente, de sorte que a entrada ou saída de um não altera o volume a ser oferecido; MARKETING 26 Concorrência monopolista (demanda): ocorre quando nenhum consumidor, isoladamente, é capaz de influenciar, nem o nível de demanda, nem os preços de mercado; Oligopsônio: mercado constituído por poucos compradores que podem causar significativo impacto sobre a oferta caso decidam reduzir seus níveis de demanda. Precificação sob a ótica do marketing No gerenciamento de preços, o marketing vale-se de uma série de subsídios de outras áreas do conhecimento, como Economia, Matemática, Estatística, Direito, entre outras. Numa linguagem simples, diz-se que o preço é determinado: De dentro da empresa para fora; De fora da empresa para dentro; Por uma combinação das duas formas. Preço de penetração: utilizado para promover um aceleramento das vendas Preço de skimming: intencionalmente fixado num patamar elevado quando um produto novo é posto no mercado, com o objetivo de “desnatar” o mercado. Explora-se, nesse caso, uma camada de consumidores disposta a pagar caro pela inovação. Loss leader ou “boi de piranha”: é aquele preço baixo, aplicado por um curto espaço de tempo, a um produto de alto giro. O objetivo mais comum neste caso é o de gerar um maior fluxo de pessoas àquele ponto de venda que usa essa prática. MARKETING 27 Preço psicológico: é aquele que termina com 99,999 ou algo parecido, como R$9,99, por exemplo. Usado para “sugerir” que o preço é baixo. Price leader: é o preço mais baixo do mercado. Usado intencional e estrategicamente por empresas com grande capacidade de produção e que disputam a liderança do market share (ou fatia de marcado). Premium price: é praticado quando se trata de produto altamente diferenciado (tecnologia avançada, moda, estilo, design, qualidade etc.). P de Praça De nada valeria ter um excelente produto, com um preço adequado, se ele não estiver no local certo, na quantidade certa e da forma correta, pois esse é o “momento mágico”, onde o consumidor encontra finalmente o que procura. O P de Praça (place), também conhecido como ponto de venda quer dizer local onde o produto ou serviço estará disponível, isto envolve todos os esforços empresariais para que tal produto chegue até o consumidor de forma satisfatória, portanto, a distribuição tornou-se um potencial elemento de vantagem competitiva, cuja função é entregar valor ao cliente com a maior eficiência e eficácia possíveis. Disponibilizar o produto é, portanto, uma função logística básica que faz parte das tarefas de marketing. Portanto, a logística diminui o hiato entre a produção e a demanda, permitindo que os consumidores recebam bens e serviços quando e onde quiserem sempre em boa condição física e a um custo aceitável. A logística integrada busca satisfazer da melhor forma as necessidades dos clientes por meio do acompanhamento da evolução dos sistemas e das variáveis ambientais com suas interações. Um sistema logístico eficiente é fundamental para o comércio, pois permite a uma região geográfica explorar suas vantagens inerentes. MARKETING 28 Dá-se o nome de gestão da cadeia de suprimentos ou supplychain management (SCM) ao processo de entrosar e integrar o produtor e os membros dos canais de distribuição. Esse processo consiste em criar uma parceria forte e distintiva, capaz de reduzir os custos totais para todos os membros da cadeia de distribuição, aumentar o valor percebido pelo consumidor final e criar um forte diferencial competitivo. Canais de marketing Canais de marketing - é o conjunto de organizações interdependentes, envolvidas no processo de tornar um produto ou serviço disponível para o uso. Os canais podem envolver, ou não, intermediários, dependendo de variáveis do negócio (bens industriais, por exemplo, frequentemente são comercializados diretamente entre produtor e cliente; bens de consumo, em geral, demandam a participação de intermediários). Fig. Canais de Marketing. Fonte: Adaptado de Kotler e Keller, 2006. Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Produtor Produtor Produtor Produtor Agente Atacado Varejo Consumidor Atacado Varejo Consumidor Varejo Consumidor Consumidor MARKETING 29 P de promoção O P de Promoção (promotion) na verdade quer dizer divulgação, propaganda, comunicação do produto. Sua importância é indiscutível, pois é o ápice de todo processo de marketing. Digamos que é o momento em que o produto ou serviço vira celebridade, “brilha na passarela” dos pontos de venda. Assim como marketing, a comunicação também é elaborada através de um processo, onde o emissor é quem inicia, escolhe o código (codificação) para enviar sua mensagem (conteúdo da comunicação), por intermédio dos meios de comunicação (mídia), dirigida ao receptor, que por sua vez decodifica a mensagem (decodificação), dará feedback, se não houver ruído. Conforme figura abaixo: O processo de comunicação Emissor Codificação Mensagem mídia Decodificação Receptor Ruído feedback Resposta Fonte: Kotler, 1998. Portanto, para o desenvolvimento de uma comunicação eficaz existem algumas etapas que devem ser observadas, como veremos a seguir. MARKETING 30 Fonte: Kotler; Keller 2006. Assim como todas as áreas do marketing, a comunicação também evoluiu juntamente com o processo de marketing. O que antes era apenas comunicação de marketing, agora é Comunicação Integrada de Marketing – CIM. Trata-se de um modo diferenciado de entender e conduzir o processo de comunicação com o mercado, utilizando simultaneamente vários meios e formas diferentes para estabelecer contato com o consumidor. Na Comunicação Integrada de Marketing - CIM, o tema central único é o elemento que agrega e integra a mensagem às diferentes formas e meios de comunicação praticada. Ele expressa a imagem, a mensagem que a empresa MARKETING 31 quer registrar na memória do cliente exposto à seus diferentes esforços de comunicação. Propaganda Desenvolvimento e execução de qualquer mensagem de lembrança, informativa ou persuasiva comunicada a um mercado ou público alvo através de um meio não pessoal. A mensagem é paga e o patrocinador da mensagem ou produto é identificado. Venda Pessoal É uma comunicação individual (por telefone ou cara-a-cara) entre um comprador e um vendedor. É importante, pois permite ao vendedor responder diretamente as preocupações e questões dos consumidores, assim como, dar um feedback imediato de um potencial consumidor. Promoção de Vendas São atividades realizadas com o objetivo de induzir compras para estimular vendas. O comprador pode ser o consumidor final, um intermediário ou a própria equipe de marketing da empresa. Relações Públicas São as atividades realizadas junto aos públicos de interesse e formadores de opinião, através de envio de release que geram publicidade não pagas, favoráveis à empresa. Também é conhecida como Assessoria de comunicação. Esse tipo de ação gera muita credibilidade. Marketing Direto MARKETING 32 Sistema interativo de marketing que usa um ou mais meios de propaganda para efetuar uma resposta mensurável e/ou transação em qualquer localização. Permite a comunicação personalizada e pode ser usado com muitos meios diferentes ou apenas um. É mensurável e estimula uma resposta imediata. Marketing Digital Usa o poder das redes on-line, comunicações de computadores e meios interativos digitais para atingir os públicos alvo ou melhorar as comunicações integradas de marketing. Aprenda mais http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/4_Ps_morreram_Parte_1_O_qu e_sao.htm Exercícios de fixação Questão 1 São ações que fazem parte do desenvolvimento do processo de uma comunicação eficaz: a) Consultoria internacional b) Determinação dos objetivos de comunicação c) Composto de marketing d) Marketing institucional e) Web marketing interativo Questão 2 O P de Praça é o mesmo que: a) Ponto de venda MARKETING 33 b) Ponto de partida c) Ponto de encontro d) Publicidade e) Propaganda Questão 3 Qual das opções refere-se exclusivamente ao conceito de produto? a) Processo de planejar e executar a concepção, precificação, promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços; b) Processo de criar ações de merchandising no ponto de venda; c) Termo genérico que designa o que satisfaz as necessidades e desejos dos consumidores pode ser tangível ou não; d) Análise das oportunidades e/ou ameaças de mercado: resultado do cruzamento das análises do ambiente interno e externo da empresa; e) Grupo de pessoas para o qual a empresa decide direcionar seus esforços de marketing. Referências AMA - American Marketing Association. Disponível em: http://www.marketingpower.com DIAS, R. S. (Org). Gestão de marketing.São Paulo: Saraiva 2005. KOTLER, P.; KELLER K. L. Administração de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. OGDEN, James R. Comunicação integrada de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2002. MARKETING 34 ROCCO, L. (org.) Decisões de marketing – o 4P’s. São Paulo : Saraiva, 2010. OLIVEIRA, BRAULIO (Org.). Gestão de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. MARKETING 35 Aula 3: Segmentação de mercado Introdução Nesta aula iremos conhecer a importância da segmentação de mercado, bem como suas formas e critérios. Assim como o composto de marketing (4P’s do marketing), os estudos que levaram ao estabelecimento dos critérios para segmentação, foi importante, pois fez as empresas voltarem-se para a produção de produtos com a “cara e o jeito” dos consumidores. Hoje, a tarefa de entregar produtos e serviços certos aos consumidores certos, nos locais certos, na quantidade e com o preço certo, não é mais tarefa impossível para os profissionais de marketing. Hoje, as empresas dispõem de conhecimento para tomar decisões de forma segura, em direção ao mercado certo. Objetivos Entender a importância da segmentação de mercado no desenvolvimento de estratégias de marketing; Conhecer os critérios da segmentação de mercado; Conhecer as vantagens da segmentação de mercado. Conteúdo Introdução No início da década de 1960, quando os estudos sobre o marketing se intensificaram, estava claro que a produção em massa, fruto da recente revolução industrial e da euforia do pós-guerra, não atendia às premissas da essência do conceito central de marketing, que é o atendimento das necessidades e desejos dos consumidores. MARKETING 36 Pressionadas pelo aumento da concorrência, e baseadas nas inovações tecnológicas da época, as empresas viram-se obrigadas a repensar suas práticas de ofertas padronizas ao mercado, ao invés de produtos diferenciados. A segmentação de mercado surgiu como um esforço para identificar grupos de consumidores homogêneos em relação a determinadas características, comportamentos, atitudes, necessidades e/ou desejos, processo esse, que permite à empresa obter vantagem competitiva mediante a maior entrega de valor aos consumidores (OLIVEIRA, 2012). Art Weinstein (1995) conceituou segmentação como o processo de dividir mercados em grupos de consumidores potenciais com necessidades e/ou características semelhante e que provavelmente terão comportamentos de compra semelhantes. Portanto, segmentação de mercado é basicamente uma ação de identificação, pois os mercados já se encontram “separados” por grupos com características que os agrupam naturalmente. Cabe apenas ao profissional de marketing identificar e estudar tais segmentos, criando ofertas de produtos e serviços que atendam às suas expectativas. Segmentação de mercado é pré-requisito para futuras ações de marketing (composto de marketing - 4P’s), visando aos indivíduos identificados e eleitos como público-alvo. Estrutura do mercado O conceito de mercado, originário da Economia, é fundamental para o entendimento da prática do marketing. Mercado é o conjunto de pessoas e/ou organizações, cujas necessidades podem ser satisfeitas por produtos ou serviços e que dispõe de renda para adquiri-los. A partir desse, outros termos surgiram como mercado de consumo (pessoas), mercado organizacional MARKETING 37 (empresas) e mercado-alvo, que é aquele para o qual a empresa irá direcionar seus investimentos e suas estratégias de marketing. De acordo com Oliveira (2012), o mercado pode ser estruturado com as seguintes configurações: Demanda homogênea – quando todos os consumidores têm a mesma preferência. Nesse caso, as empresas praticam o chamado marketing indiferenciado, com uma única estratégia para todo mercado, mesmo correndo o risco de não atingir todos os consumidores, mas poupando esforços e recurso. Essa prática está alinhada com a estratégia conhecida como contras segmentação, que consiste em disponibilizar produtos padronizados para todo o mercado. Fonte: Oliveira, 2012 Demanda difusa – quando cada consumidor tem sua preferência, não a compartilhando com os demais. É o limite da segmentação de mercado. Nessa demanda, conhecida também como estratégia de hípersegmentação, a tendência seria a empresa customizar seus produtos e oferecer tantas ofertas quantos fossem os consumidores. No caso de produtos MARKETING 38 industriais, isso é possível, mas no mercado de bens de consumo, isso seria praticamente impossível. Fonte: Oliveira, 2012 Demanda conglomerada – Quando os consumidores têm características similares e podem ser agrupadas em segmentos, é possível praticar o marketing diferenciado, ofertando um composto de marketing específico para cada segmento de mercado, aumentando assim a possibilidade de satisfazer as necessidades dos consumidores. Fonte: Oliveira, 2012 MARKETING 39 Principais critérios de segmentação Os mercados não são homogêneos, de modo que uma empresa não pode atender a todos os consumidores em mercados amplos e diversificados. Os consumidores diferem entre si em muitos aspectos e geralmente podem ser agrupados segundo uma ou mais características, o que leva as empresas a identificar os segmentos de mercado que poderá atender com eficácia. (KOTLER, 2006) Segmentação Demográfica - a demografia estuda estatisticamente as populações e suas características. A segmentação demográfica diz respeito a dividir os mercados com base nessas características da população. Algumas de suas variáveis são: faixa etária, sexos, tamanho médio das famílias, estado civil, números de unidades domiciliares, nacionalidade, religião, raça e genealogia. Segmentação Socioeconômica - divide o mercado com base nas características sociais e econômicas da população. Seu objetivo é identificar segmentos com base nas seguintes variáveis principais: classe social, renda (per capita, discricionária, familiar etc.), escolaridade, ocupação profissional, posse de bens (imóveis, veículos, etc.). Segmentação Geográfica - divide o mercado com base em critérios geográficos, como localização e densidade populacional. Segundo Michael J. Weiss, o lugar em que se vive determina a maneira como se vive. Os critérios para a segmentação geográfica podem ser: países, Estados, municípios, comarcas, bairros e microrregiões dos bairros; MARKETING 40 A seleção do(s) critério(s) será sempre em função dos objetivos de penetração e/ou ocupação de mercado pretendida; Os censos geodemográficos e os dados secundários gerados por órgãos públicos e entidades são as fontes mais comumente utilizadas. Segmentação Psicográfica - divide o mercado com base no modo como as pessoas pensam e levam suas vidas. Por meio da segmentação psicográfica, podem ser analisados: estilo de vida (uma das formas mais comuns), fatores psicológicos, antropológicos e sociológicos, autoconceito; personalidade, valores, atividades, interesses e opiniões. Segmentação por grau de utilização - trata-se de detectarmos a frequência de uso e, portanto, a frequência de compra de determinado produto/serviço. Divide o mercado com base no nível de consumo; Heavy user é um usuário contínuo de determinado produto; Essa segmentação engloba dois componentes importantes: Qual a frequência de uso do produto; Qual a variedade de uso (as formas ou aplicações diferentes para o produto utilizado). Vantagens da segmentação de mercado Conhecendo melhor seu cliente, você poderá servi-lo melhor; Conhecendo quem são seus clientes e tendo-os agrupado, será mais fácil contá-los; Conhecendo as características dos grupos de clientes-alvo, seus costumes e hábitos, poderemos nos comunicar melhor com eles; Fica mais objetiva a tarefa de pesquisar nosso mercado; MARKETING 41 Permite que façamos um trabalho de melhor resultado no que concerne aos esforços de posicionamento de nosso produto; Quando se sabe quem são, onde estão e quantos são, fica mais fácil o trabalho de definirmos o tipo e a intensidade da distribuição que se deve desenvolver. Exercícios de fixação Questão 1 O correto conceito de segmentação de mercado é: a) São ações que fazem parte do desenvolvimento do processo de uma comunicação eficaz. b) O processo de dividir mercados em grupos de consumidores potenciais com necessidades e/ou características semelhante, e que provavelmente terão comportamentos de compra semelhantes. c) Estado de realização atingido quando o desempenho do produto se iguala à expectativa do cliente ou a supera. d) Conjunto de fatores externos ou internos à empresa que interferem nas decisões e nos resultados das ações de marketing realizadas. e) Uma ação ou um desempenho que cria valor por meio de uma mudança desejada no cliente ou em benefício dele. Questão 2 A segmentação demográfica diz respeito a dividir os mercados que tipo de características? a) Localização das cidades; b) Características da população como sexo, idade, etc.; c) Características psicológicas e comportamentais; MARKETING 42 d) Compram muito produtos de uma só vez; e) Renda alta; Questão 3 Vantagens da segmentação de mercado referem-se a: a) Termo genérico que designa o que satisfaz as necessidades e desejos dos consumidores. b) Conhecendo as características dos grupos de clientes-alvo, seus costumes e hábitos, poderemos nos comunicar melhor com eles. c) Características funcionais, formais e estéticas do produto. d) Competência exclusiva da empresa que não pode ser copiada facilmente pelos concorrentes e que gera uma posição de mercado superior e duradoura. e) Resultado da participação do produto na demanda do mercado. Referências DIAS, R. S. (Org). Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva 2005. KOTLER, P.; KELLER K. L. Administração de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. ROCCO, L. (org.) Decisões de marketing – o 4 P’s. São Paulo: Saraiva 2010. OLIVEIRA, BRAULIO (Org.). Gestão de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. WEINSTEIN, Art. Segmentação de mercado. São Paulo: Atlas 1995. WEISS, M.J. The clustering of America…New York: Tiden 1988. MARKETING 43 Aula 4: Pesquisa sistema de informação de marketing Introdução Nesta aula, veremos como as empresas podem contar com uma poderosa ferramenta para a tomada de decisões firmes e segura, com base em informações confiáveis. Essas informações podem ser fornecidas pelo Sistema de Informação de Marketing – SIM, que é uma estrutura dentro da empresa, responsável pela coleta, tratamento e análise de dados e informações relevantes e pertinentes ao seu mercado-alvo, e que são disponibilizados para toda área de gestão, principalmente para a área de marketing. A pesquisa de marketing, como um subsistema do SIM, independentemente da metodologia utilizada, contribui decisivamente para fortalecer a quantidade e a qualidade das informações que são fornecidas visando à correta orientação para que os gestores tomem as decisões corretas. Objetivos Entender como a pesquisa de marketing pode ajudar o gestor de marketing a tomar decisões de forma segura. Conhecer os principais tipos e metodologias de pesquisa de marketing. Entender a importância do Sistema de Informação de Marketing – SIM, bem como conhecer os seus subsistemas. Conteúdo Introdução Vivemos na era da informação, em um ambiente cada vez mais competitivo, onde as decisões podem definir o futuro de uma organização, é necessário que tais decisões sejam tomadas em sintonia com informações confiáveis. MARKETING 44 Entretanto, para que isso ocorra, as empresas precisam investir em uma estrutura de informações conhecida como SIM – Sistema de Informação de Marketing, cuja maior contribuição vem dos dados coletados através das pesquisas de marketing nos seus mais diferentes tipos e metodologias. A prática da pesquisa de marketing teve início no Brasil por volta de 1930, através das agências de propaganda dos Estados Unidos, que aqui se instalaram para atender o governo e grandes empresas multinacionais fabricantes de alimentos eletrodomésticos e automóveis. Pesquisa de Marketing é a coleta, análise e a distribuição sistematizada de informações, conseguidas através de dados primários e secundários, com o objetivo de auxiliar as empresas a tomarem decisões de marketing. A Pesquisa de marketing funciona, como uma função que estabelece um elo entre o consumidor, o público em geral e o profissional de marketing, por meio de informações, que são utilizadas para identificar oportunidades e problemas mercadológicos (CHURCHIL, 2011). Os subsistemas do sistema de informação de marketing – SIM Antes de falarmos especificamente sobre pesquisa de marketing, que é o principal objetivo dessa aula, vamos mostrar como ela se insere como um importante subsistema do SIM. Malhotra (2005) define Sistema de Informação de Marketing - SIM, como um conjunto formalizado de processos para gerar, analisar armazenar e distribuir informações relevantes para a tomada de decisões em marketing. Portanto, nenhum executivo de marketing pode prescindir desse poderoso sistema, que pode fornecer uma grande quantidade de informações, interna e MARKETING 45 externa à organização, garantindo assim, que as decisões sejam tomadas não com base apenas em feeling, mas com segurança e precisão, mesmo em ambientes competitivos, instáveis e em constante mudança. A estrutura de um Sistema de Informação de Marketing – SIM, difere de uma empresa para outra; depende muito de seu tamanho, ramo de atuação e recursos disponíveis, mas geralmente são compostos de subsistemas como: inteligência de marketing, banco de dados internos e pesquisa de marketing. Fonte: Kotler, 2006 MARKETING 46 Inteligência de marketing Subsistema que funciona como uma central analítica de dados, que após rigorosa coleta, separa, analisa criteriosamente os dados e transforma-os em informações sobre o mercado em geral, principalmente sobre os concorrentes diretos. Muitas vezes são dados aparentemente sem importância, mas ao passarem pelo “olhar criterioso” dos analistas, revelam-se muito valiosos para a implementação das ações estratégicas do negócio. As informações que “alimentam” o subsistema inteligência de marketing podem vir de várias fontes, como observar e analisar sistematicamente os pontos de vendas dos concorrentes, monitorar suas vendas e publicidade, através de relatórios, investimentos em novas instalações e até mesmo “bisbilhotar” o lixo descartado, ou checar “boatos” que circulam no mercado. Algumas empresas proíbem descarte de equipamentos de informática como computadores e discos rígidos, pois podemconter algum vestígio de dados armazenados. Nem sempre os critérios éticos são observados nessa prática. Não é raro a imprensa publicar escândalos e processos judiciais envolvendo empresas “espionando” outras, em busca de vantagem competitiva. Hoje, com o grande avanço tecnológico, pessoal capacitado em analisar ambientes mercadológicos, e também da grande massa de informações disponíveis livremente em todos os meios, principalmente na internet, não é difícil montar um banco de dados com informações relevantes sobre problemas e oportunidades da maioria dos segmentos de mercado, adotando métodos éticos e seguros. Banco de dados internos Subsistema que reúne o conjunto de dados e informações que são coletados em registros internos e documentos da empresa. Sabe-se que o volume de MARKETING 47 informações que estão pulverizadas internamente nos diversos departamentos das empresas, aproxima-se de 80% do total das informações necessárias para que as decisões de marketing sejam tomadas com segurança. Os dados mais comuns são coletados nos departamentos de marketing e vendas, que fornece informações sobre relatórios de vendas, mercados e empresas concorrentes, perfil, demografia e comportamento dos consumidores. A força de vendas também contribui com relatórios formais sobre o mercado e também com relatos verbais e informais que tiveram com clientes, revendedores e até mesmo com consumidores finais, que, após serem analisados e sendo julgados importantes, são incorporados ao banco de dados para utilização. O Departamento financeiro e de contabilidade é uma fonte de dados referentes a fluxo de caixa, disponibilidade financeira, necessidade de investimentos, margens de lucros, impostos, etc. O SAC - Serviço de Atendimento ao Consumidor é outra rica fonte de informações, pois registra os atendimentos e reclamações dos clientes. Esses registros são úteis na correção de problemas ocorridos no passado recente e, preciosos para ajudar no planejamento em futuras ações de marketing. Pesquisa de marketing Conforme vimos na introdução dessa aula, esse subsistema é muito importante, pois é uma poderosa ferramenta que os executivos de marketing utilizam reduzindo as incertezas para tomadas de decisões de forma seguras, visando os objetivos organizacionais. MARKETING 48 Tipos de Pesquisas: a classificação da pesquisa de marketing pode ser de dois amplos modelos: exploratório e conclusivo. A pesquisa conclusiva responde às questões sobre fatos e fenômenos necessários para se tomar uma determinada decisão mais precisa, ou seja, com base em dados mais concretos. Já a pesquisa exploratória nunca tem esse objetivo tão rigoroso, pois proporciona um maior entendimento do problema, em vez de fornecer análises e medições matemáticas precisas e quantificáveis. A pesquisa exploratória é uma pesquisa inicial, conduzida para esclarecer e definir um determinado problema e é usada quando se busca um entendimento preliminar sobre a natureza geral desse problema de marketing e as possíveis hipóteses e as variáveis relevantes que precisam ser consideradas e estudadas. Pode ser realizada antes da pesquisa conclusiva, para que o problema da pesquisa fique mais claro e fácil de ser estudado. Ex.: A Adidas pode fazer um estudo exploratório para identificar as razões da queda recente em suas vendas em um determinado mercado. A pesquisa bibliográfica pode ser o primeiro passo para começar qualquer tipo de pesquisa, principalmente a pesquisa exploratória. Ela pode ser desenvolvida de forma independente ou junto com outros tipos de pesquisa. A pesquisa exploratória geralmente utiliza dados secundários, que são os dados já coletados com outras finalidades e que estão à disposição do pesquisador a um custo muito baixo, por exemplo, em livros, revistas, artigos científicos, internet e até em antigas pesquisas de marketing. Geralmente esses dados estão armazenados em um dos subsistemas do Sistema de Informação de Marketing - SIM. Existem vários tipos de estudos exploratórios, mas o mais comum e utilizado por empresas e agências de publicidade é conhecido por Grupo de Discussão MARKETING 49 (Focus Group) ou simplesmente pesquisa qualitativa, como é mais conhecida. A pesquisa qualitativa tornou-se popular por causa da sua simplicidade, versatilidade e rapidez de execução. Trata-se de uma entrevista não estruturada, ou seja, não usa questionário, mas apenas um roteiro, em um formato flexível, que foge do padrão rígido de perguntas e respostas, como ocorre no método conclusivo. A Pesquisa qualitativa á aplicada em um local especial, geralmente uma sala confortável, adaptada ao objetivo da pesquisa, por exemplo, se o problema for saber se o sabor de um determinado alimento não está agradando os seus consumidores, o ambiente deverá estar de acordo com o consumo desse produto. Geralmente os institutos de pesquisas já têm uma sala preparada para esse tipo de entrevistas. Elas possuem espelhos “falsos”, para que analistas pesquisadores e até mesmo o cliente que encomendou a pesquisa, possa ver através desses “espelhos”. Câmeras e microfones para captar sons e imagens também são utilizados para que cada som, gesto ou expressão sejam registrados e posteriormente analisados. Com um pequeno grupo entre seis e dez pessoas. É como se fosse um pequeno e rápido reality show, tipo Big Brother. A grande vantagem desse estudo geralmente é que é feito com um reduzido grupo, entre oito a doze pessoas, e um experiente moderador, que conduz o assunto e encoraja os participantes a discuti-lo entre si. Embora a pesquisa qualitativa, que não utiliza sofisticados métodos matemáticos em suas análises, e é subjetiva por natureza, essa modalidade de pesquisa permite que os entrevistados expressem seus verdadeiros MARKETING 50 sentimentos, opiniões, frustrações e expectativas em relação ao objeto do estudo. O relatório final é uma análise criteriosa das observações, levando em consideração tudo que foi registrado durante a entrevista, inclusive a linguagem não verbal do grupo. A pesquisa conclusiva é elaborada para ajudar o executivo de marketing, como tomador de decisões, a estipular, avaliar e escolher a melhor direção à determinada situação, que exija uma posição firme com base em dados confiáveis. Ex.: uma pesquisa realizada com uma amostra de prováveis consumidores visando o lançamento de um novo produto, onde são realizadas criteriosas entrevistas com a utilização de um questionário estruturado, e tabulado através de sofisticado método estatístico. Classificação de modelos de pesquisa de marketing, Fonte: Malhotra (2005). A pesquisa conclusiva pode ser descritiva, quando analisa as características e comportamentos de um determinado grupo, onde ocorra um determinado fenômeno que mereça ser estudado. MARKETING 51 A pesquisa conclusiva descritiva é usada para retratar variáveis do mercado como percepção e comportamento de consumidores que, como o nome já diz, descreve as características de uma população ou um fenômeno em um determinado mercado, como frequência de compra e uso de um determinado produto ou serviço. Ex.: O Google gostaria de saber qual a relação de uso de internet com a faixa etária e renda dos seus usuários. Os principais tipos de pesquisa conclusiva descritiva, conforme a figura abaixo mostra, são apropriados em casos estudos de participação e potencial de mercado e estudos e análise de vendas, bemcomo em estudos de comportamento dos consumidores quanto à imagem, publicidade, uso e preço de produtos. No estudo das características do mercado como distribuição e análise da concorrência também podem ser feitos a partir desse tipo de pesquisa. Fonte: Malhotra (2005) A pesquisa conclusiva descritiva, também é conhecida como pesquisa quantitativa, é feitas a partir de entrevistas com questionários estruturados e aplicados em amostras da população, cujos resultados são apresentados em números e percentuais. MARKETING 52 A pesquisa descritiva causal, da mesma maneira da pesquisa descritiva quantitativa, também exige um modelo estruturado, e é realizada para identificar as relações de causa e efeito entre as variáveis. Por exemplo, um gerente de marketing gostaria de saber a influência da embalagem sobre as vendas de um determinado produto. Outro exemplo seria identificar se a causa do aumento das vendas de um de um produtos foi causada pela propaganda ou pela simples redução de preço. Atividade proposta Os alunos deverão acessar o site da ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa de Mercado, localizar o Critério Brasil, parâmetro que estabelece os critérios para a identificação de qual classe social o indivíduo pertence. Após a leitura e o entendimento do procedimento descrito no referido critério, fazer um experimento com cinco pessoas de sua escolha, procurando identificar a que classe social cada pertence. http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=802 Aprenda mais http://br.nielsen.com/company/asociacionesc.shtml http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=802 http://www.ibope.com.br/pt-br/Paginas/home.aspx Exercícios de fixação Questão 1 O grupo em foco, discussão em grupo ou focus group é uma prática referente à que metodologia de pesquisa. MARKETING 53 a) Pesquisa conclusiva causal. b) Pesquisa exploratória qualitative. c) Pesquisa de intenção de voto. d) Pesquisa Bibliográfica. Questão 2 Qual a metodologia mais adequada para identificar problemas na área de vendas de um determinado produto, também conhecido como estudos de vendas? a) Pesquisa de opinião pública. b) Pesquisa de clima organizacional. c) Observação. d) Estudo piloto. e) Pesquisa conclusiva descritiva. Questão 3 O Sistema de Informação de Marketing - SIM possui alguns subsistemas que contribuem com o fornecimento de dados e informações que auxiliam na tomada de decisões. Qual das opções abaixo é um dos subsistemas do SIM? a) Pesquisa de boca de urna b) Banco de dados internos c) Cadastro de pessoas físicas d) Banco de dados da prefeitura e) Informações do clima Referências AAKER, D. ; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas, 2004. MARKETING 54 ABEP - Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa de Mercado. Disponível em: http://www.abep.org/novo/default.aspx acesso em 30 de Julho de 2013. AMA - American Marketing Association. Disponível em: http://www.marketingpower.com CHURCHIL, G. A. Pesquisa básica de marketing. São Paulo: Cengage Learning, 2011. KOTLER, P.; KELLER K. L. Administração de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. ZIKMUND, W.G. Princípios da pesquisa de marketing. São Paulo: Thomson Learning, 2006. MARKETING 55 Aula 5: Marketing ambiental e estratégia sustentável Introdução Nesta aula, veremos como os problemas ambientais vêm se intensificando, e a sociedade de um modo geral está se mobilizando pra tentar reverter esse caótico quadro. Neste contexto, o consumidor consciente vem desempenhando um importante papel, e a sua relação com o consumo sustentável, vem sendo alvo de constantes estudos. O marketing ambiental vem sendo estudado desde o final do século XX, e vem se intensificando a cada dia, pois tem se revelado uma importante ferramenta na busca por diferenciais competitivos sustentáveis. As empresas que adotam processos produtivos sustentáveis em seus produtos e serviços estão mais preparadas para competir em mercados do século XXI, cujos consumidores estão muito mais preocupados com as questões de sustentabilidade. Veremos também como as estratégias de marketing ambiental, podem ser relacionadas com o tradicional composto de marketing: produto, preço, praça (distribuição) e promoção (comunicação). Objetivos Entender a sustentabilidade como uma forte aliada na busca de um diferencial competitivo. Entender a importância do marketing ambiental. Conhecer as principais estratégias de produtos sustentáveis. MARKETING 56 Conteúdo Introdução Após o final da segunda guerra mundial, o mundo experimentou um novo ciclo de desenvolvimento com inovações em produção e novos produtos, o que ocasionou uma verdadeira explosão de consumo desenfreado. As décadas seguintes foram marcadas pelo desperdício e descarte puro e simples de embalagens e sobras, em um momento em que as pessoas passaram a ser chamadas não de cidadãos, mas de consumidores. Nascia então, a chamada “sociedade de consumo”, que simboliza uma sociedade que tem um alto nível de industrialização e poder de consumo, comprometendo o equilíbrio ambiental. Esse modelo de desenvolvimento gerou diversos problemas ambientais decorrentes do aumento da produção e utilização de matérias-primas naturais, sem a preocupação com a questão da sustentabilidade. Todos concordam que a maioria dos problemas ambientais são causados pelo grande aumento da população do planeta e pelo consumo exagerado e abusivo dos habitantes dos grandes e desenvolvidos centros urbanos, onde a utilização de processos produtivos que envolvem uma gigantesca estrutura de produção, armazenamento e distribuição, são geralmente insustentáveis, e incompatíveis com a preservação dos recursos naturais. O marketing e a sustentabilidade Nas últimas décadas, do século XX começaram a surgir as primeiras preocupações com as questões ambientais, se expandidos para todos os âmbitos da sociedade, principalmente para a área de marketing, por sua característica intrínseca em antecipar tendências e detectar novos padrões de consumo. MARKETING 57 O conceito de sustentabilidade está ligado à preocupação e a capacidade de produzir, sem interferir nos ambientes envolvidos, buscando um equilíbrio social e natural, de modo a não prejudicar as gerações futuras, Diante dessa nova realidade, os consumidores adotaram uma postura de consumo mais consciente e passaram a exigir produtos cuja produção esteja comprometida com tal equilíbrio. O desafio do marketing então é estimular ações de conscientização nesses consumidores diante de um novo cenário que propõe novos conceitos nas relações de consumo sustentável. A pressão da opinião pública estimulada pela mídia, às ações ambientais dos concorrentes e o rigor da legislação ambiental, estão forçando as empresas a se adequarem a essa nova realidade, obrigando-as a repensar suas estratégias de marketing. O marketing tradicional passou a sofrer duras acusações de contribuir para o aumento da crise ambiental, ao estimular o consumo excessivo de produtos não sustentáveis. A partir de tal constatação, estudiosos e executivos de marketing passaram a considerar a possibilidade de reparação de possíveis influênciasdanosas ao simplesmente incentivar o consumo, sem preocupar-se com a questão da sustentabilidade. O conceito do marketing que, até então estava voltado apenas para a satisfação do consumidor, enfrenta um novo desafio ao considerar a adoção da filosofia da melhoria da qualidade de vida na sociedade, mesmo que isso passe por uma reflexão sobre suas colocações técnicas de persuasão de consumo, bem como o uso de matérias-primas renováveis e não agressivas ao meio ambiente. MARKETING 58 O pesquisador Michael Jay Polonsky conceitua o marketing ambiental, como uma “atividade para gerar trocas, com o objetivo de satisfazer os desejos e necessidades dos consumidores, desde que ocorra com um mínimo de impacto prejudicial sobre o meio ambiente”. Afirma também que as empresas perceberam que o marketing ambiental, conhecido como marketing verde, pode ser um grande aliado nas estratégias para melhorar a imagem perante seus clientes. Anúncio da ONG WWF, alertando para o perigo do desmatamento. Estratégia de produtos sustentáveis Afinal o que significa um produto sustentável? Um produto sustentável pode ser conceituado em função das matérias-primas utilizadas, bem como todas as sobras e resíduos gerados em todo seu processo de produção e distribuição. Um produto verde, ou sustentável é aquele que cumpre as mesmas funções dos produtos equivalentes, mas causando menos danos ao meio ambiente, durante todo o seu ciclo de vida, mantendo algumas características como: MARKETING 59 Produtos fabricados com a utilização de matérias-primas com origem sustentável; Para produtos que possam ser reciclados ou reutilizados; Produtos eficientes que economizem água, energia e investimentos, reduzindo ao máximo o impacto ambiental; Produtos que utilizem embalagens recicláveis e reutilizáveis; Produtos certificados, que atendam a critérios ambientalmente responsáveis (DIAS, 2011). A produção de produtos sustentáveis apresenta algumas diferenças em relação aos produtos tradicionais. Começando pelo uso de matérias-primas, com origens e processamentos diferenciados, onde os fatores ambientais são rigorosamente respeitados. A distribuição é um importante fator na estratégia de produtos sustentáveis e constitui um grande desafio, pois consiste em um processo que permite que o produto chegue ao consumidor em perfeitas condições, respeitando o meio ambiente e coerente com as premissas de sustentabilidade adotadas pela empresa produtora. Essa preocupação começa pelo tipo de transporte, horários e rotas alternativas, combustível utilizado, e até as embalagens (caixas) que podem ser reutilizadas em outras entregas. A utilização de frotas com moderna programação visual contribui com a divulgação da marca e pode ser uma importante ferramenta de marketing que liga a produção ao consumo. A comunicação de produtos sustentáveis precisa ser eficiente, pois seu conteúdo deve ser capaz de criar e manter a imagem da empresa e fazer com que o consumidor conheça os reais benefícios ecológicos do produto. MARKETING 60 De acordo com DIAS 2011, a comunicação deve levar em consideração alguns aspectos: O posicionamento da marca, isto é como a marca e a empresa são percebidas pelo mercado, bem como seu envolvimento com a causa ambiental e o compromisso que seus produtos não agridam a natureza. Mostrar os objetivos, missão e visão corporativa, através de ações, de modo que os consumidores percebam esses valores, permeados em sua comunicação, seja institucional ou até mesmo de varejo. Como por exemplo, a comunicação da Natura. Em relação à determinação de preços dos produtos sustentáveis, o mercado precisa levar em consideração toda sua cadeia produtiva, geralmente mais cara e mais complexa que os produtos tradicionais, elevando seus preços ao consumidor final. Esse fator, impeditivo de compra, principalmente por grupos de consumidores que ainda não possuem uma consciência ambiental formada, tem sido um desafio para a área de marketing que precisa usar a comunicação para divulgar os valores ambientais que estão inseridos no consumo de produtos ecológicos. Atividade proposta Escolha uma empresa que, em sua opinião, produza produtos ou serviços respeitando os princípios da sustentabilidade. Busque informações em sites e outras fontes. Após essa pesquisa, identifique e analise as estratégias de marketing ambiental desenvolvido pela empresa. Procure identificar se essas ações estão de acordo com as premissas do marketing ambiental. MARKETING 61 Aprenda mais http://planetasustentavel.abril.com.br/infograficos/national-viagem-do- lixo.swf http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Multimidia/Videos/Gado-em-terra- Xavante/ http://www.jbs.com.br/JBS/CompromissoAmazonia.aspx http://www.marketingpower.com/ResourceLibrary/Pages/newsletters/mne/20 12/8/interbrand-global-green-brands.aspx http://www.akatu.org.br/Videos http://meumundosustentavel.com/noticias/anuncio-que-precisa-da-luz-do-sol/ MARKETING 62 Exercícios Questão 1 A sustentabilidade do marketing significa: a) Que o marketing ambiental é mais importante que o marketing tradicional; b) Que todos na empresa estão voltados para a diminuição dos impactos negativos sobre os ecossistemas envolvidos; c) Que o marketing precisa ser mais divulgado; d) Que o marketing precisa de mais recursos financeiros. Questão 2 Um produto verde, ou sustentável é aquele que cumpre as mesmas funções dos produtos equivalentes, mas causando menos danos ao meio ambiente, durante todo o seu ciclo de vida, mantendo características como: a) Produtos fabricados com a utilização de matérias-primas com origem sustentável; b) Preços menores que os produtos tradicionais; c) Formulação secreta; d) Aparência mais bonita. Questão 3 O correto conceito de marketing ambiental é: a) Processo social voltado para satisfazer as necessidades e os desejos de organizações. b) Processo de planejar e executar a concepção, precificação, promoção e distribuição apenas de ideias. c) Processo que visa vender produtos sem fins lucrativos. MARKETING 63 d) Atividade para gerar trocas, com o objetivo de satisfazer os desejos e necessidades dos consumidores, desde que ocorra com um mínimo de impacto prejudicial sobre o meio ambiente. Referências ALMEIDA, Fernando. Os desafios da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. DIAS, REINALDO. Marketing ambiental. São Paulo: Atlas 2011. INSTITUTO AKATU: http://www.akatu.org.br/Videos POLONSKY, Michael J. An introduction to marketing green. Department of Management, University of Newcastle, 2001. MARKETING 64 Aula 6: Marketing Digital Introdução As empresas da atualidade estão convivendo com um cenário mercadológico, com mais de 200 milhões de consumidores, quase 270 milhões de linha celulares e mais de 100 milhões de internautas, todos ansiosos para se conectar e consumir produtos e serviços de todos os tipos. Nessa aula, veremos como as tecnologias digitais vêm revolucionando profundamente o marketing tradicional. As redes sociais, tecnologias mobile e multiplataformas digitais, agora fazem parte da realidade do dia a dia dessa nova sociedade que evoluiu da era da informação para a era da inovação. Veremos
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