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Aula 07 2017.2 - DIREITOS HUMANOS (CCJ0058/2616750) 9002

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O Sistema Regional Africano de Proteção dos Direitos Humanos
 
O sistema regional africano de proteção dos direitos humanos começou por se desenvolver no seio da Organização de Unidade Africana (OUA), hoje União Africana - criada em 2002 - em substituição a OUA e formada por 54 Estados-membros
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Algumas metas da União Africana:
Obter uma maior unidade e solidariedade entre os países e os povos da África
Respeitar a soberania, a integridade territorial e a independência dos seus Estados Membros
Acelerar a integração política e socioeconômica da África
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Algumas metas da União Africana:
4. Promover a paz, a segurança e a estabilidade da África
5. Promover os princípios e as instituições democráticas
6. Promover e proteger os direitos do homem
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Algumas metas da União Africana:
7. Criar as condições que permitam a África desempenhar o papel que lhe compete na economia mundial
8. Promover o desenvolvimento sustentável e a integração das economias africanas
9. Coordenar e harmonizar as políticas entre as Comunidades Econômicas Regionais existentes e futuras, para a gradual realização dos objetivos da União
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	Principais tratados africanos de proteção dos direitos humanos
O Tratado Geral – A Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos CADHP
 Protocolo à Carta Africana sobre os Direitos das Mulheres em África, de 2003 - até novembro de 2010, 28 Estados eram partes .
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Principais tratados africanos de proteção dos direitos humanos
Carta Africana dos Direitos e do Bem-Estar das Crianças, de 1990, - com 45 Estados Partes até novembro de 2010. 
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Principais tratados africanos de proteção dos direitos humanos
O TRATADO GERAL: CADHP
É principal instrumento de direitos humanos do sistema africano. Adotada em janeiro de 1981 
na Carta temos direitos individuais (como os chamados direitos civis e políticos); direitos dos povos; econômicos; sociais e culturais; e deveres individuais.
 
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O TRATADO GERAL: CADHP
Entre os direitos individuais enunciados, destacam-se os seguintes:
Proibição de qualquer discriminação no gozo dos direitos e liberdades garantidos pela Carta (artigo 2.º);
Direito à igualdade perante a lei e à igual proteção da lei (artigo 3.º);
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Direito ao respeito da vida e da integridade pessoal do ser humano (artigo 4.º);
Direito ao respeito da dignidade inerente à pessoa humana, incluindo a proibição da escravatura, do tráfico de escravos, da tortura e das penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes (artigo 5.º);
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Liberdade de consciência, direito de professar e praticar livremente a sua religião (artigo 8.º);
Liberdade de consciência, direito de professar e praticar livremente a sua religião (artigo 8.º);
Direito à propriedade (artigo 14.º);
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O TRATADO GERAL: CADHP
Entre os direitos dos Povos enunciados, destacam-se, entre outros, os seguintes:
Direito dos povos à igualdade (artigo 19.º);
Direito de todos os povos a dispor livremente das suas riquezas e recursos naturais (artigo 21.º);
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O TRATADO GERAL: CADHP
Direito de todos os povos ao desenvolvimento económico, social e cultural (artigo 22.º);
Direito de todos os povos à paz e segurança a nível nacional e internacional (artigo 23.º);
Direito de todos os povos “a um meio ambiente satisfatório e global, propício ao seu desenvolvimento” (artigo 24.º).
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O TRATADO GERAL: CADHP
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Principais tratados africanos de proteção dos direitos humanos
Além do Tratado Geral – CADHP, existem instrumentos mais específicos;
o Protocolo à Carta Africana sobre os Direitos das Mulheres em África, de 2003 - até novembro de 2010, 28 Estados eram partes e ...
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Principais tratados africanos de proteção dos direitos humanos
a Carta Africana dos Direitos e do Bem-Estar das Crianças, de 1990, - com 45 Estados Partes até novembro de 2010. 
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 Mecanismos de controle da aplicação da CADHP
Os principais órgãos de controle do sistema africano de direitos humanos são:
A Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos
O Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos
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Mecanismos de controle da aplicação da CADHP
Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos
Foi criada pelo artigo 30.º da Carta Africana.
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Este órgão, composto por 11 peritos independentes com assento a título pessoal, é um organismo para-judicial, cujas decisões não são vinculantes, encarregado de fazer o acompanhamento da implementação da Carta, através da promoção dos direitos do Homem e dos Povos e garantia de sua proteção na África.
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Mecanismos de controle da aplicação da CADHP
Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos 
Este Tribunal foi criado pelo Protocolo à CADHP sobre o Estabelecimento de um Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos, adotado em 1998 e entrando em vigor a 25 de Janeiro de 2004. 
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Com sede em Arusha, na Tanzânia, tem competência consultiva e contenciosa, complementando a dimensão de proteção do mandato da Comissão Africana.
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O Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos proferiu a sua primeira decisão a 15 de Dezembro de 2009, no caso Michelot Yogogombaye c. Senegal – que se considerou incompetente para julgar.
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Até 29 de janeiro de 2016, a Corte havia recebido 74 casos, dos quais 25 já foram finalizados. Quatro reclamações foram transferidas para a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.
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As línguas oficiais do Tribunal são as mesmas que as da União Africana, conforme estipuladas no Ato Constitutivo da União Africana como sendo o árabe, o inglês, o francês e o português.
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Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos (cont.)
	Competência do tribunal:
Competência Consultiva
Competência em Matéria Contenciosa
Solução Consensual
	 
 
 
	
 
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Competência Consultiva
	 
Tribunal pode, a pedido de um Estado Membro da União Africana, de qualquer um dos órgãos da União Africana ou de qualquer organização africana reconhecida pela União Africana, emitir um parecer sobre quaisquer questões de natureza jurídica relacionadas com a Carta ou com quaisquer outros instrumentos de direitos humanos pertinentes, desde que o objeto do parecer não esteja relacionado com uma questão que está a ser examinada pela Comissão. 
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Competência em Matéria Contenciosa
O Tribunal tem competência sobre todos os casos e litígios a si submetidos relacionados com a interpretação e a aplicação da Carta, do Protocolo e de quaisquer outros instrumentos de direitos humanos pertinentes ratificados pelos Estados em causa.
Solução Consensual
O Tribunal também tem competência para promover a solução consensual nos processos pendentes perante si, de acordo com as disposições da Carta.
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Quem pode apresentar uma Petição ao Tribunal?
- A Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos;
- Um Estado Parte no Protocolo do Tribunal contra o qual tenha sido apresentada denúncia junto da Comissão;
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- Um Estado Parte no Protocolo do Tribunal cujo cidadão seja vítima de violação de direitos humanos;
- Uma Organização Intergovernamental Africana;
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- Estados Partes no Protocolo do Tribunal com interesse em um caso podem ser autorizados pelo Tribunal a tomar parte no processo;
- Organizações não-governamentais (ONGs) pertinentes com Estatuto de Observador perante a Comissão e indivíduos particulares podem instaurar processos diretamente ao Tribunal, se o Estado Parte da sua origem tiver feito uma declaração para tanto;
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O que deve conter a Petição?
1.Um resumo dos factos do caso e dos elementos de prova que irão ser apresentados;
2.Dados claros do requerente e da parte ou partes contra as quais a ação é intentada;
3.Especificação da alegada violação;
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4.Prova de que foram esgotados todos os recursos do Direito Interno ou de que há um retardamento excessivo em tais vias de recurso internas;
5.A decisão judicial
ou ação inibitória pretendida;
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6.Nos casos em que um requerente, em seu próprio nome ou em nome da vítima, pretenda ser concedido reparação, o requerimento deve incluir o pedido de reparação”.
 
33
Qual é o Direito aplicável para o Tribunal?
O Tribunal aplicará as disposições da Carta e de quaisquer outros instrumentos de direitos humanos pertinentes ratificados pelos Estados em causa.
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Qual é a natureza das conclusões do Tribunal?
Quando o Tribunal conclui que houve uma violação dos direitos humanos e dos povos, irá emitir uma decisão judicial apropriada para corrigir a violação, incluindo o pagamento de justa indemnização ou reparação.
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Em caso de extrema gravidade e urgência e quando necessário para evitar danos irreparáveis às pessoas, o Tribunal pode aprovar medidas provisórias conforme necessário.
36
Trata o Tribunal de Matéria Penal?
O Tribunal Africano dos Direitos Humanos e
 dos Povos não tem competência para lidar
 com matéria penal como genocídio, crimes
 contra a humanidade, crimes de guerra, entre
 outros. 
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Direitos Humanos
Prof. Rafael Iorio
Atividade 07
Questão 1: Assinale se a afirmação é verdadeira ou falsa.
 
	“Os princípios do Ato Constitutivo da U.A. elencados no artigo 4º norteiam-se pela igualdade soberana e interdependência entre os Estados-Membros da União, respeito às fronteiras existentes no momento da acessão à independência.
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Também determina a participação dos povos africanos nas atividades da União, o estabelecimento de uma política comum de defesa para o Continente Africano, a resolução pacífica dos conflitos entre os Estados-Membros da União por meios apropriados que forem decididos pela Conferência da União. 
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A não ingerência de qualquer Estado-Membro da União nos assuntos internos do outro, o direito da União intervir num Estado-Membro em conformidade com uma decisão da Conferência em situações nomeadamente, crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade. 
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A coexistência pacífica dos Estados-Membros da União e seu direito de viver em paz e em segurança e de procurar ajuda, por intermédio da Conferência da União, assim como o direito de a União intervir para restaurar a paz e a segurança. O direito dos Estados-Membros de pedirem a intervenção da União, com vista à restauração da paz e a segurança, promoção da autonomia coletiva no quadro da União. 
42
A promoção da igualdade dos gêneros, respeito pelos princípios democráticos, pelos direitos humanos, pelo Estado de Direito e pelo bom governo. A promoção da justiça social para assegurar o desenvolvimento econômico equilibrado, o respeito pela santidade da vida humana, a condenação e a rejeição da impunidade, dos assassinatos políticos e dos atos de terrorismo e atividades subversivas e condenação e rejeição de mudanças inconstitucionais de governos”.
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Questão 2: Assinale se a afirmação é verdadeira ou falsa.
	A Carta Africana de Direitos Humanos e dos Povos tem a previsão não apenas de direitos civis e políticos, mas de direitos econômicos, sociais e culturais. O próprio preâmbulo da Carta reconhece, no marco do direito ao desenvolvimento, que: “os direitos civis e políticos são indissociáveis dos direitos econômicos, sociais e culturais, tanto na sua concepção, como na sua universalidade, e que a satisfação dos direitos econômicos, sociais e culturais garante o gozo dos direitos civis e políticos”.
44
Questão 3: Assinale se a afirmação é verdadeira ou falsa.
	
	O Tribunal Africano dos Direitos Humanos
 e dos Povos tem competência para lidar com
 matéria penal como genocídio, crimes contra
 a humanidade, crimes de guerra, entre
 outros.
 
45
Obrigado
Prof. Rafael Iorio

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