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Aula 09 2017.2 - DIREITOS HUMANOS (CCJ0058/2616750) 9002

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A OEA e o Sistema Interamericano de DH e sua proteção
O Sistema Interamericano de Direitos Humanos - SIDH iniciou-se com a aprovação da Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem, na Nona Conferencia Internacional Americana, realizada em Bogotá em 1948, onde também foi adotada a própria Carta da OEA.
 
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De acordo com a Carta da OEA:
		“o sentido genuíno da solidariedade americana e de boa vizinhança não 		 pode ser outro que o de consolidar neste Continente dentro do marco das 		 instituições democráticas, um regime de liberdade individual e de justiça 		 social, fundado com respeito aos direitos essenciais do homem”.
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A OEA e o Sistema Interamericano de DH e sua proteção
O SIDH sob o aspecto dos mecanismos de proteção sob o plano jurisdicionais, se baseia em dois órgãos: 
	(a) Comissão Interamericana de Direitos Humanos
	(b) Corte interamericana de Direitos Humanos tratado ou convenção Interamericana.
	
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(a) A COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS – CIDH 
A CIDH é um órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA) encarregado da promoção e proteção dos direitos humanos no continente americano.
 
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Sua composição :
É integrada por sete membros independentes, eleitos a título individual, pela Assembleia da OEA, a partir de uma lista de candidatos proposta pelos governos dos Estados-membros. São eleitos para um período de quatro anos, e apenas uma reeleição é permitida.
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Os membros atuam de forma autônoma e pessoal, não sendo assim representantes do país de sua nacionalidade ou do local onde residem. 
Sua sede : Está localizada em Washington, D.C. – EUA, muito embora os Estados Unidos sejam membro da OEA, o país não assinou o Pacto de San José.
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Finalidade da CIDH : promover a observância e a defesa dos direitos humanos e servir como órgão consultivo da OEA nesta matéria.
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A CIDH realiza seu trabalho com base em três pilares:
Sistema de Petição Individual;
- Monitoramento da situação dos direitos humanos nos Estados Membros, e
-
- Atenção à linhas temáticas prioritárias, em geral vinculadas às populações, comunidades e grupos historicamente submetidos à discriminação (tais como crianças e adolescentes, as mulheres, os trabalhadores migrantes, as pessoas privadas de liberdade, os povos indígenas e dos afrodescendentes)
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A CIDH atua também com base:
	- no princípio pro homine - segundo o qual a interpretação de uma norma deve ser feita da maneira mais favorável ao ser humano;
	- na necessidade de acesso à justiça;
	- na incorporação da perspectiva de gênero em todas suas atividades.
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O acesso à CIDH
Se dá por meio de uma denúncia e está sujeito ao cumprimento de certos requisitos formais e substantivos. 
	
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Qualquer pessoa ou organização pode se dirigir à Comissão (independentemente de advogado) e de forma gratuita apresentando uma petição, em seu nome próprio ou em favor de uma terceira pessoa.
 A petição deverá conter :
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✓ Os dados da(s) suposta(s) vítima(s) e de seus familiares;
✓ os dados da parte peticionária, como nome completo, telefone, endereço e e-mail;
✓ a descrição completa, clara e detalhada dos fatos alegados, que inclua como, quando e onde ocorreram, bem como o Estado considerado responsável;
✓ a indicação das autoridades estatais que se consideram responsáveis;
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✓ os direitos que se consideram violados, se possível;
✓ as instâncias judiciais ou as autoridades do Estado a que se recorreu para buscar resolver as violações alegadas;
✓ a resposta das autoridades estatais, em especial dos tribunais judiciais;
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✓ se possível, cópias simples e legíveis dos principais recursos interpostos e das decisões judiciais internas e outros anexos considerados pertinentes, como depoimentos de testemunhas; e
✓ a indicação de se a petição foi apresentada a outro organismo internacional com competência para resolver casos.
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O Sistema Interamericano de DH e sua proteção
MEDIDAS PROVISÓRIAS: Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando seja necessário para evitar danos irreparáveis às pessoas a Corte pode ditar medidas provisórias. 
 
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 FUNÇÃO CONTENCIOSA: 
Se opera em dois procedimentos: 
	*Resolução de casos contenciosos 
					 
	*Mecanismo de supervisão do cumprimento de sentenças
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 FUNÇÃO CONTENCIOSA:
	* Resolução de casos contenciosos 
			# a competência da Corte
			# acesso à Corte 
			# o procedimento na Corte
			
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# a competência da Corte
A Corte Interamericana de Direitos Humanos tem competência cível para conhecer de qualquer caso relativo à interpretação e aplicação das disposições da Convenção Americana sobre Direitos humanos, desde que os Estados-Parte no caso tenham reconhecido a sua competência. 
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# acesso à Corte 
 
Somente a Comissão Interamericana e os Estados Partes da Convenção Americana sobre Direitos Humanos tem legitimidade para submeter um caso à decisão desse Tribunal.
 
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Note-se que, diversamente do sistema europeu, não é reconhecido o direito postulatório (isto é de requerer, pedir a providência da Corte) das supostas vítimas, seus familiares ou organizações não-governamentais diante da Corte Interamericana. 
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Qualquer indivíduo que pretenda submeter denúncia à apreciação da Corte, deve, necessariamente, apresentá-la à Comissão Interamericana.
	» O esgotamento das instâncias internas é um requisito de admissibilidade.
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Porém tem sido flexibilizada quando: 
(a) há inequívoca tentativa de acionar a jurisdição (mas obstáculos intransponíveis não permitem, ex: custas exageradamente altas) 
(b) a ação foi intentada, mas o judiciário não funciona (ex: morosidade); 
(c) não se regulamenta o devido processo legal.
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# O procedimento na Corte
É regido pela Convenção, pelo seu regulamento, assim como pela sua jurisprudência.
 
As sentenças da Corte são definitivas e inapeláveis. São também vinculantes.
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Há uma fase escrita com admissibilidade do caso e apresentação da defesa escrita pelo Estado violador. Em seguida há a fase oral que se expressa em uma audiência pública. A CIDH tem a palavra. São ouvidos peritos, testemunhas e supostas vítimas convocados mediante resolução, os quais são interrogados pelas partes (a Comissão unicamente com respeito aos peritos) e, se for o caso, pelos Juízes. 
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Logo após, a Presidência concede a palavra às supostas vítimas ou a seus representantes e ao Estado demandado para que exponham suas alegações sobre o mérito do caso. 
Depois, há as sessões de julgamento que são privadas e suas deliberações tomadas em secreto. 
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A sentença é comunicada às partes. Caso reconheça que efetivamente ocorreu a violação à Convenção.
A Corte determinará a adoção de medidas que se façam necessárias à restauração do direito então violado, podendo condenar o Estado, inclusive, ao pagamento de uma justa compensação à vítima.
 
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Há possibilidade de manifestação de amicus curiae que oferece voluntariamente sua opinião a respeito de algum aspecto relacionado com o mesmo, para colaborar com o Tribunal na resolução da sentença. 
Qualquer pessoa ou instituição de qualquer país pode apresentar um amicus curiae. 
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Há ainda a participação de Defensor Interamericano, se necessário. O Defensor é uma pessoa ou grupo de pessoas, designadas de ofício por parte do Tribunal em casos em que as supostas vítimas não têm representação legal devidamente acreditada.
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* Mecanismo de supervisão do cumprimento de sentenças
A supervisão implica:
	
@ solicitação de informação ao Estado sobre as atividades desenvolvidas para o cumprimento no prazo outorgado pela Corte, 
@ coleta de observações da Comissão e das vítimas ou seus representantes. 
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A Corte verifica então se houve cumprimento da decisão, orienta as ações do Estado para este fim e informa à Assembleia Geral sobre o cumprimento dos casos que lhe são submetidos.
Também pode convocar uma audiência com o Estado e os representantes das vítimas para supervisionar o cumprimento de suas decisões e nesta escutar o parecer da Comissão.
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Direitos Humanos
Prof. Rafael Iorio
Atividade 09
Questão 1
Direito Internacional – XIV Exame de Ordem
Na hipótese de inadimplência do Estado brasileiro, condenado ao pagamento de quantia certa pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, deverá o interessado
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 executá-la perante a Justiça Federal pelo processo interno vigente para a execução de sentenças contra o Estado.
B) pedir que os autos do processo sejam encaminhados ao Conselho de Segurança da ONU para a imposição de sanções internacionais.
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C) reivindicar pelo processo vigente no país, porque as sentenças proferidas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos são desprovidas de executoriedade.
D) postular perante a Corte a intimação do Estado brasileiro para efetuar o pagamento em vinte e quatro horas ou nomear bens à penhora.
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Gabarito: 
letra A 
Art. 68, nº 2, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica).
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Questão 2:
Julgue a afirmação abaixo, se VERDADEIRA ou FALSA.
“De acordo com a Convenção Americana, só os Estados Partes e a Comissão têm direito a submeter um caso à decisão da Corte. 
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Em consequência, o Tribunal não pode atender petições formuladas por indivíduos ou organizações. 
Desta maneira, os indivíduos ou organizações que considerem que existe uma situação violadora das disposições da Convenção e desejem acudir ao Sistema Interamericano, devem encaminhar suas denúncias à Comissão Interamericana, 
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a qual é competente para conhecer de petições que lhe apresente qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não governamental legalmente reconhecida que contenham denúncias ou queixas de violação da Convenção por um Estado Parte”.
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Gabarito
VERDADEIRA
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Questão 3
Julgue a afirmação abaixo, se VERDADEIRA ou FALSA.
“A Corte Interamericana de Direitos Humanos, sediada em São José da Costa Rica, é um órgão judicial internacional autônomo do sistema da OEA, 
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criado pela Convenção Americana dos Direitos do Homem, que tem competência de caráter contencioso e consultivo. A jurisdição da Corte se estende a todos os países membros da OEA.”
 
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Gabarito: 
FALSO
O fato de um Estado ser membro da OEA não implica automaticamente na sua sujeição à CorteIDH. 
É necessário que o Estado tenha ratificado o Pacto de San José , aceitando a competência contenciosa da Corte.
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Obrigado
Prof. Rafael Iorio

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