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introdução ao direito público e privado Professora Me. Mariane Helena Lopes Graduação Unicesumar reitor Wilson de Matos Silva vice-reitor Wilson de Matos Silva Filho pró-reitor de administração Wilson de Matos Silva Filho pró-reitor de ead Willian Victor Kendrick de Matos Silva presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi nead - núcleo de educação a distância direção de operações Chrystiano Mincoff coordenação de Sistemas Fabrício ricardo Lazilha coordenação de polos reginaldo Carneiro coordenação de pós-Graduação, extensão e produção de Materiais renato dutra coordenação de Graduação Kátia Coelho coordenação administrativa/Serviços compartilhados Evandro Bolsoni coordenação de curso José renato de Paula Lamberti Gerência de inteligência de Mercado/digital Bruno Jorge Gerência de Marketing Harrisson Brait Supervisão do núcleo de produção de Materiais Nalva aparecida da rosa Moura Supervisão de Materiais Nádila de almeida Toledo design educacional Fernando Henrique Mendes rossana Costa Giani projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho editoração Jaime de Marchi Junior revisão textual Jaquelina Kutsunugi, Keren Pardini, Maria Fernanda Canova Vasconcelos, Nayara Valenciano, rhaysa ricci Correa e Susana Inácio CENTro uNIVErSITÁrIo dE MarINGÁ. Núcleo de Educação a distância: C397 Introdução ao direito Público e Privado / LoPES, Mariane Helena. Maringá - Pr, 2014. 138 p. “Graduação - Ead”. 1. direito Civil. 2. direito Público Privado. 3. direito administrativo 4. direito Internacional Público. 5. direito Penal 6. direito Cons- titucional 7. Ead. I. Título. Cdd - 22 ed. 350 CIP - NBr 12899 - aaCr/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CrB-8 - 6828 Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. a busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos fará grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro universitário Cesumar – assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. diante disso, o Centro universitário Cesumar al- meja ser reconhecida como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. de que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. o Centro universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro universitário Cesumar lhe possi- bilita. ou seja, acesse regularmente o aVa – ambiente Virtual de aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. professora Me. Mariane Helena lopes Sou formada em direito pela Cesumar em 2008, pós-graduada pela Escola da Magistratura do Paraná em 2009 e Mestre em Ciências Jurídicas com ênfase em direitos da Personalidade pelo unicesumar em 2012. Sou professora na instituição desde 2010 e leciono para os cursos de administração, Gestão de recursos Humanos, Jornalismo, Pilotagem de aviões e Turismo no presencial, e na modalidade do ensino à distância, leciono para os cursos de administração, Ciências Contábeis, Gestão de recursos Humanos e Processos Gerenciais. a u to re S SejaM beM-vindoS(aS)! durante este módulo, iremos estudar algumas áreas do direito e, como objetivo da dis- ciplina, busquei fornecer as bases necessárias para que você possa entender as matérias que serão estudadas e que serão importantes no exercício de sua profissão. o direito está presente em todos os eventos do nosso cotidiano. Para ilustrar tal afirma- ção, basta percebermos a simples ação de apagar a luz. apesar de passar despercebido, o que existe nessa relação é um contrato de prestação de serviços fornecido pela com- panhia de energia elétrica. Por relações como essa, conhecer o direito é essencial para a tomada de decisões, tanto na vida pessoal quanto na vida profissional. durante nosso estudo, analisaremos como funciona o nosso país ao discutirmos disci- plinas como o direito e a Moral, e o direito Constitucional. ainda compreenderemos o sistema político adotado por nosso país e o que ele considera como fundamental para o seu funcionamento. Visto isso, passaremos para o direito Civil, onde estudaremos a relação entre pessoas, pessoas e bens e os próprios bens. Essa área do direito estuda os contratos, os bens, o casamento, os alimentos referentes aos filhos e ex-cônjuges. Todavia, aqui nos limitare- mos a estudar a parte contratual do direito Civil. após estudarmos o direito Civil, passaremos para o direito administrativo, em que ana- lisaremos como funciona a administração Pública e os órgãos pertencentes a ela. ainda veremos as formas de se realizar uma licitação, os valores, como as empresas poderão participar e os serviços que a administração pode realizar. Na quarta unidade, analisaremos o direito Internacional, que se divide em dois: Público e Privado.No primeiro estudaremos o funcionamento da oNu, oIT, oEa, Santa Sé, união Europeia e MErCoSuL. No segundo, analisaremos alguns aspectos importantes e rele- vantes para se resolver os conflitos entre particulares. Por fim, em nossa última unidade, mas não menos importante que as demais, estudare- mos o direito Penal Brasileiro. Como ele funciona, o que é protegido por esse ramo do direito, que pode cometer um crime, as formas de punição existentes e as excludentes de punibilidade. Espero que, ao final, você tenha satisfeito algumas dúvidas e despertado a curiosidade para os assuntos discutidos. ApresentAção introdução ao direito público e privado SuMário uNIdadE I direito e Moral, e direito conStitucional 15 Introdução 15 Conceito de Direito 17 Direito objetivo e Direito subjetivo 18 Distinção entre Direito e Moral 18 ramos do Direito 20 Fontes do Direito 22 Aplicação das normas de Direito 23 eficácia 25 princípios Gerais do Direito 27 Direito Constitucional 28 Classificação das Constituições 29 princípios Constitucionais 30 princípios Fundamentais 31 Divisão dos poderes 33 Direitos e Garantias Individuais 41 nacionalidade 42 Direitos políticos 43 Considerações Finais SuMário uNIdadE II direito civil 49 Introdução 49 Conceito 51 emancipação 52 término da existência da pessoa natural 53 pessoa Jurídica 54 Domicílio 55 Bens 57 Fatos Jurídicos 59 elementos dos negócios Jurídicos 59 Defeitos dos negócios Jurídicos 62 responsabilidade Civil 66 Considerações Finais uNIdadE III direito adMiniStrativo 71 Introdução 71 Conceito 72 Administração pública 74 Órgãos da Administração 74 Ato Administrativo 77 Contratos Administrativos 79 Licitação 82 serviços públicos e de Utilidade pública 82 servidor público 83 Considerações Finais uNIdadE IV direito internacional público e privado 89 Introdução 89 Conceito 90 organização das nações Unidas (onU) 95 Corte Internacional de Justiça 96 Conselho econômico e social 97 Conselho de tutela 97 secretariado 100 organização Internacional Do trabalho (oIt) 101 organização dos estados Americanos 103 santa sé 104 União europeia 105 Mercado Comum do sul (MerCosUL) 106 Declarações Internacionais 106 tratados 107 Direito Internacional privado 108 Considerações Finais uNIdadE V direito penal 113 Introdução 113 Conceito 114 Fontes do Direito penal 116 princípios Do Direito penal 117 Imunidade parlamentar 119 sujeito Ativo e passivo 119 objeto do Delito 120 Conceito de Crime 121 Crimes 122 excludentes de Ilicitude 123 Inimputabilidade 124 Circunstâncias Agravantes e Atenuantes 125 penas 126 sursis 126 extinção de punibilidade 132 Considerações Finais SuMário U N ID A D E i Professora Me. Mariane Helena Lopes DIreIto e MorAL, e DIreIto ConstItUCIonAL objetivos de aprendizagem ■ demonstrar a diferença entre direito e Moral. ■ Compreender o direito na sociedade. ■ Compreender a evolução do direito Constitucional. ■ analisar alguns tópicos relacionados à Constituição Federal Brasileira. ■ Conhecer os direitos previstos na Constituição Federal. plano de estudo a seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Conceito de direito ■ direito Natural e direito Positivo ■ direito objetivo e direito Subjetivo ■ direito Público e direito Privado ■ ramos do direito ■ Fontes do direito ■ Princípios gerais do direito ■ direito Constitucional ■ direitos e deveres Individuais e Coletivos introdução Nesta primeira unidade, iremos estudar o conceito de Direito, qual a importância do Direito para a nossa sociedade e para regulamentar a vida humana em socie- dade. Veremos também a divisão do Direito em ramos que facilitarão o nosso estudo e fazem com que a compreensão da matéria seja mais fácil. Analisaremos as fontes do Direito, onde as principais são leis, jurisprudên- cia, costume jurídico e doutrina jurídica, existindo outras fontes, mas de menor importância para esta disciplina. Após essa parte introdutória, passaremos a estudar o Direito Constitucional, a principal e mais importante área do Direito. É a partir da Constituição Federal que todas as demais fontes do nosso ordenamento jurídico devem ser criadas. Caso alguma fonte seja criada em contradição com a Constituição Federal, esta não pode ser aplicada em nossa sociedade, devendo ser considerada inconstitucional. Por fim, veremos alguns direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal. conceito de direito “Conceituar é limitar o significado e o sentido de cada palavra” (MARTINS, 2013, p.26). Para Luis Alberto Warat, uma boa definição de Direito depende dos seguin- tes requisitos: a) não deve ser circular; b) não deve ser elaborada em linguagem ambígua, obscura ou figurada; c) não deve ser demasiado ampla nem restrita; d) não deve ser negativa quando puder ser positiva (WARAT, 1977, p. 6). Todavia, para conseguirmos definir o que vem a ser o Direito, é fundamen- tal analisarmos o pensamento de Aristóteles sobre o assunto. Aristóteles mencionava que o homem é um animal político, destinado a viver em sociedade. Por essa razão, havia a necessidade de regras para que pudesse viver em harmonia, evitando a desordem em sociedade (MARTINS, 2013, p. 4). Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 14 - 15 Ou seja, para Aristóteles, as regras foram necessárias a fim de fazer com que a sociedade pudesse ser harmônica e ainda fosse possível em sua organização. Miguel Reale define o Direito como “a vinculação bilateral atributiva da conduta para a realização ordenada dos valores de convivência” (REALE, 1972, p. 617). O Direito pode ser definido como o conjunto de princípios, regras e insti- tuições destinados a regulamentar a vida humana em sociedade. Vamos desmembrar a definição acima para compreendermos melhor o Direito. Inicialmente, podemos defini-lo como conjunto. De fato, o Direito representa um conjunto por ser composto de várias partes organizadas, formando assim um sistema. Como iremos estudar mais adiante, o Direito é dividido em vários ramos, cada um sobre um determinado assunto. Nesta disciplina estudaremos os seguintes ramos: Direito Constitucional, Direito Civil, Direito Administrativo, Direito Internacional e Direito Penal. Possui também princípios próprios como qualquer ciência, mesmo que não exata. Dentre eles, pode-se citar o da dignidade humana, boa-fé, publicidade, razoabilidade, proporcionalidade dentre outros que estudaremos adiante. No Direito encontramos as instituições, que são entidades que perduram no tempo, como, por exemplo, os sindicatos, os órgãos do Poder Judiciário, do Poder Executivo etc. Por fim, ele é um meio para a realização ou obtenção de um fim, que é a Justiça. Por mais que esta muitas vezes pareça utópica, é para essa finalidade que o Direito existe na sociedade. Nesse ponto, quando se fala em regulamentar a vida humana em socieda- de, deve-se fazer uma reflexão: o direito está em todo lugar? Posso falar que ele existe apenas onde existe a sociedade? DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i Para que o Direito seja cumprido em sociedade, o Estado (e aqui quando se fala em Estado deve-se compreender país), com o uso do seu poder imperativo,prevê a sanção (punição). A sanção no Direito existe para que a norma criada seja cumprida, quando a submissão a ela não ocorre espontaneamente. O Direito, como coloca Sérgio Pinto Martins (2013), tem em uma das mãos a balança e na outra a espada. A balança serve para sopesar o Direito e a espada visa fazer cumprir as determinações do mesmo. A espada sem a balança é a des- proporção. A balança sem a espada é um direito ineficaz. As duas devem caminhar juntas. A proporção do emprego da espada e da balança tem que ser igual para não se criar desigualdades. direito objetivo e direito Subjetivo O Direito Objetivo, nas palavras de Sérgio Pinto Martins (2013, p. 5), “é o com- plexo de normas que são impostas às pessoas, tendo caráter de universalidade, para regular suas relações”. Ou seja, o Direito Objetivo é aquele criado pelo Estado e aplicado a toda a coletividade, independente da vontade do indivíduo, ele existe. Podemos citar como exemplo o Direito Constitucional, que é apli- cado igualmente a todos. Já o Direito Subjetivo é a faculdade, a escolha de a pessoa postular seu direito, objetivando a realização de seus interesses, uma vez que não foram cumpridos. No caso do Direito Subjetivo, diferentemente do Direito Objetivo, ele depen- derá da vontade do indivíduo para existir, ou seja, é necessária a manifestação de vontade para a aplicação de um direito. O exemplo deste seria o Direito do Consumidor. Quando se compra um produto e ele apresenta algum defeito, dependerá da manifestação da vontade daquele que comprou para que o pro- duto seja trocado ou o negócio seja desfeito. direito objetivo e direito Subjetivo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 16 - 17 diStinção entre direito e Moral Para continuarmos nosso estudo sobre o Direito, precisamos estabelecer a dis- tinção entre o que é Direito e o que é Moral. A moral possui um conceito que varia com o tempo, em razão de questões políticas, sociais e econômicas que vão sendo alteradas de acordo com a histó- ria e com a sociedade que é estudada. A Moral é unilateral, pois não há punição uma vez que a norma foi descum- prida. Já no Direito há uma bilateralidade, uma vez que há uma imposição do comportamento do indivíduo na sociedade e, quando este é descumprido, há uma sanção (punição) por parte do Estado. Para melhor compreender, veja a tabela abaixo com a distinção feita por Miguel Reale (1972, p. 626). aSpecto Moral direito Quanto à valoração do ato a) unilateral; b) visa à intenção, partindo da exteriorização do ato. a) bilateral; b) visa à exteriorização do ato, partindo da intenção. Quanto à forma a) é autônoma, proveniente da vontade das partes; b) não há coação. a) pode vir de fora da vonta- de das partes (heterônomo); b) é coercível. Quanto ao objeto a) visa ao bem individual ou aos valores da pessoa. a) visa ao bem social ou aos valores de convivência. Tabela 1: Diferenças entre Moral e Direito Fonte: Martins (2013) raMoS do direito Existe uma vasta classificação da ciência do Direito. A primeira que vamos tra- balhar é a classificação em direito natural e direito positivo. O direito natural nasce a partir do momento em que surge o homem, apa- recendo, portanto, naturalmente para regular a vida humana em sociedade, de DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i acordo com as regras da natureza (MARTINS, 2013, p. 8). Pode-se dizer que seria uma norma criada pela natureza e não pelo homem, logo, não pode ser criada pelo Estado. Seriam princípios gerais e universais para regular os direitos e deveres do homem. O direito natural é aquele que fixa regras de validade universal, não consubstanciadas em regras impostas ao indivíduo pelo Estado. Em verdade, ele se impõe a todos os povos pela força dos princí- pios supremos dos quais resulta, como, por exemplo, o direito de reproduzir, o direito de viver etc. (FÜHRER; MILARÉ, 2009, p. 34). Já o direito positivo compreende o conjunto de regras estabelecidas por meio do poder político em vigor num determinado país e numa determinada época (FÜHRER; MILARÉ, 2009). “O direito positivo é apenas a norma legal, ema- nada pelo Estado e não de outras fontes do Direito. Ele estabelece o que é útil, sendo conhecido por meio de uma declaração de vontade alheia, que é a pro- mulgação” (MARTINS, 2013, p. 8). O Direito Público é aquele que regula as relações em que o Estado é parte; o segundo é o que disciplina as relações entre particulares, nas quais predomina, de modo imediato, o interesse de ordem privada (REIS; REIS, 2006, p. 21). Ainda, pode-se definir o direito público como o ramo que: [...] regula as relações em que predominam os interesses gerais da so- ciedade, considerada como um todo. Nas relações de Direito Público, o Estado participa como sujeito ativo (titular do poder jurídico) ou como sujeito passivo (destinatário do dever jurídico), mas sempre como órgão da sociedade e, portanto, sem perder a posição de supremacia ou poder de império (REIS; REIS, 2006, p. 8). O direito privado é aquele que: [...] regula as relações em que predominam os interesses particulares ou a esfera privada. Nas relações jurídicas de Direito Privado o Estado pode participar como sujeito ativo ou passivo, em regime de coordena- ção com os particulares, isto é, dispensando sua supremacia ou poder de império (REIS; REIS, 2006, p. 8). Assim, conclui-se que o direito público envolve a organização de um Estado, onde são estabelecidas as normas de ordem pública, enquanto o direito privado diz respeito ao interesse dos particulares, decorrente da manifestação de von- tade dos interessados. ramos do direito Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 18 - 19 FonteS do direito Ao se falar em fontes deve-se ter em mente as diversas formas pelas quais nasce o Direito. Como visto, o direito é uma criação do Estado, de acordo com as necessi- dades da sociedade. Por essa razão, a própria sociedade determinará de onde provêm ou emanam as regras que a disciplinará. As fontes primárias do Direito são: lei, costumes, doutrina e jurisprudência. Passaremos a estudar cada uma delas. lei Essa é a fonte do direito de maior importância em nosso país e em nosso orde- namento jurídico. Assim, deve-se buscar na lei a forma correta de proceder em nossas relações sociais. O Art. 5º, inciso II da Constituição Federal estabelece que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Tal fonte é uma regra de conduta editada pelo Poder Legislativo, na qual estão presentes os representantes do povo, ou seja, são os vereadores (nível municipal), os deputados estaduais (nível estadual) e os deputados federais (nível federal). A característica da lei é a generalidade. Ela se aplica de uma maneira geral a todos, não fazendo qualquer tipo de distinção. coStuMe O costume é o comportamento praticado reiteradamente pela sociedade, que acaba se tornando uma lei, sendo então incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro. Ou seja, antes mesmo de se tornar uma lei, já é considerado uma fonte do direito. Como dito anteriormente, a principal fonte do direito é a lei. Todavia, em ©shutterstock DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i alguns casos ainda não há regulamentação, sendo necessário buscar a solução paraestes casos nas regras que a sociedade vem praticando de forma reiterada. Deve-se salientar que o costume não poderá ser aplicado se for contrário a uma determinação expressa em lei. A aplicação do costume varia conforme o ramo do Direito. Por exemplo, no Direito Comercial, o costume tem importância. Já no Direito Penal, o costume é totalmente proibido, pois, conforme prevê o Código Penal e como será estu- dado em nossa última unidade, não há crime sem lei que o defina. doutrina A doutrina consiste na opinião dos juristas, que são os estudiosos do Direito sobre determinado assunto. Seria o conjunto sistemático de teorias sobre o Direito elabo- rado pelos juristas. Pode-se dizer que é um produto da reflexão e do estudo que os grandes juristas desenvol- vem sobre o Direito (COTRIM, 2009, p. 8). juriSprudência Ao lado da doutrina, a jurisprudência realiza a interpretação do direito. Enquanto a doutrina é a interpretação do direito feita pelos juristas, a jurisprudência é a interpretação do Direito feita pelos Tribunais do nosso país. A principal fonte é a lei, porém, ela deve ser interpretada, e esta interpretação é feita tanto pelos juristas quanto pelos Tribunais, no momento em que eles julgam os casos concretos. ©shutter stock Fontes do direito Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 20 - 21 aplicação daS norMaS de direito Ao aplicar uma lei, o juiz busca atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Passaremos a estudar a interpretação e a integração das normas, compreen- dendo assim como se aplica uma lei ao caso concreto. interpretação Quando se fala em interpretar a norma, significa compreender o que o legisla- dor quis dizer com a criação da norma. Quanto às fontes que interpretam a norma, elas podem ser: autêntica, dou- trinária, jurisprudencial. Com relação aos meios: gramatical, lógica, histórica e sistemática. E, por fim, quanto aos resultados: declarativa, extensiva, restritiva, finalística. Vamos analisar as várias formas de interpretação da norma jurídica (MARTINS, 2013, pp. 21-22): a. Gramatical, literal ou filológica: é a verificação do sentido gramatical da norma criada. Analisa-se o alcance das palavras no texto da lei. b. Lógica: estabelece-se uma conexão entre vários textos legais a serem interpretados e aplicados ao caso concreto. c. Teleológica ou finalística: a interpretação da norma é dada de acordo com o fim esperado pelo legislador. d. Sistemática: é feita a interpretação de acordo com o sistema que a norma está inserida, não interpretando isoladamente a lei. e. Extensiva ou ampliativa: dá-se um sentido mais amplo à norma do que ela normalmente teria. f. Restritiva ou limitativa: dá-se um sentido mais restrito, limitando-se à interpretação da norma jurídica. g. Histórica: deve-se analisar a evolução histórica dos fatos, o pensa- mento do legislador não só à época da edição da lei, mas também de acordo com sua exposição de motivos. DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i h. Autêntica: é realizada pelo próprio órgão que criou a lei, no momento em que ela declara o sentido, alcance e conteúdo por meio de norma. i. Sociológica: constata-se a realidade e a necessidade social na elabora- ção da lei e em sua aplicação. No Direito, não há uma única interpretação fora do que foi mencionado acima. Devem ser seguidos os métodos de interpretação supracitados. inteGração A integração é quando o intérprete da lei fica autorizado a suprir as lacunas exis- tentes na norma jurídica por meio da utilização de técnicas jurídicas, que são: analogia, equidade e princípios gerais do direito. A analogia é um meio de preenchimento das lacunas deixadas pelo legis- lador no momento de criação de uma lei. É quando o juiz, ao analisar o caso concreto, aplica uma lei semelhante ao caso. A equidade é justiça, o bom senso. Nesse caso, o juiz irá aplicar ao caso con- creto a solução que considerar como adequada de acordo com o seu entendimento, com o que ele considerar como correto. Ela tem como significado completar a lacuna da lei, porém é vedado julgar contra a lei. Tanto a analogia quanto a equidade serão utilizadas exclusivamente pelo juiz para fundamentar sua decisão quando a lei apresentar alguma lacuna. Já os princípios gerais do direito serão analisados separadamente no decor- rer desta unidade devido a sua complexidade. eFicácia A eficácia pode ser conceituada como “a produção de efeitos jurídicos concretos ao regular as relações” (MARTINS, 2013, p. 25). Compreende na aplicabilidade da norma e se ela é obedecida ou não pelas pessoas. Eficácia Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 22 - 23 A eficácia jurídica é a possibilidade de a norma ser aplicada ao caso con- creto, gerando efeitos jurídicos. Essa eficácia pode ser dividida no tempo e no espaço, que iremos estudar a seguir (MARTINS, 2013, p. 25). eFicácia no teMpo Significa a entrada da lei em vigor, ou seja, quando a lei passará a existir na socie- dade. Geralmente, a lei entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União (DOU). Caso a lei não apresente nenhum prazo, esta começará a vigo- rar 45 dias depois de oficialmente publicada (MARTINS, 2013, p. 26). Com a publicação da lei no Diário Oficial da União objetiva-se torná-la pública para toda a sociedade, não podendo ser alegado o desconhecimento da mesma. Caso a lei não tenha uma vigência temporária, ou seja, não apresente um prazo máximo em que ela existirá na sociedade, ela só poderá deixar de existir até que outra lei a modifique ou a revogue. A lei posterior pode revogar a anterior nas seguintes situações (MARTINS, 2013, p. 26): a. Expressamente o declare: revogam-se as disposições em contrário, ou quando revoga especificamente outra lei ou Artigo de lei; b. For incompatível como, por exemplo, quando prescrever conduta to- talmente contrária à especificada na lei anterior; c. Regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Caso a lei nova estabeleça disposições gerais ou especiais iguais às já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Uma vez que a lei passou a ter vigor, terá efeito imediato e geral, respeitando sempre o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. O ato jurídico perfeito é aquele já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que ela se efetuou. O direito adquirido é o que integra o patrimônio jurídico da pessoa, por já ter implementado todas as condições para adquirir o direito, podendo exercê-lo a qualquer momento. E, por fim, a coisa julgada, que é a decisão judicial que já não cabe mais recurso, não podendo ser modificada DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i (MARTINS, 2013, p. 27). eFicácia no eSpaço Já a eficácia no espaço diz respeito ao território em que será aplicada a norma. Ela se aplica ao Brasil, tanto para os natos como para os estrangeiros que aqui residam (MARTINS, 2013, p. 27). A eficácia no espaço também resolverá os casos em que acontecer alguma atitude contrária à lei, analisando se naquele ter- ritório será aplicada a lei brasileira ou uma lei estrangeira. Para ilustrar, imagine a seguinte situ- ação: o indivíduo A entrou na embaixada brasileira na Holanda e acabou matando o sujeito B. Nesse caso, ainda que a embaixadaesteja localizada na Holanda, será aplicada a lei brasileira, pois o órgão ofi- cial é brasileiro, sendo considerada uma extensão do nosso território. princípioS GeraiS do direito O princípio, como o próprio nome diz, é o início de tudo. Pode-se dizer que ele é o alicerce do Direito. São as proposições básicas, o fundamento, a base que irá informar e orientar as normas jurídicas. A atuação do princípio no Direito se inicia antes de a regra ser feita, ou numa fase pré-jurídica. Em verdade, os princípios acabam influenciando a ela- boração da regra. © sh ut te rs to ck Princípios Gerais do direito Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 24 - 25 FunçõeS GeraiS do princípio As funções dos princípios são: informadora, normativa e interpretativa. A pri- meira função tem como finalidade a inspiração ou orientação ao legislador, servindo para basear a criação de uma norma e como sustentáculo para o orde- namento jurídico (MARTINS, 2013). A segunda função – normativa – atuará nos casos concretos quando não houver uma disposição específica para disciplinar determinada situação. E, por fim, a terceira e última função servirá de critério orientador para os intérpre- tes e aplicadores da lei. Auxiliará na interpretação da norma e também tem sua exata compreensão. Em nosso ordenamento jurídico, os princípios só serão utilizados quando não houver uma norma legal, convencional ou contratual. Será o último elo a que o intérprete irá socorrer para solucionar o caso concreto. Alguns princípios gerais de Direito: 1º. Princípio do respeito à dignidade da pessoa humana: é um dos objeti- vos do nosso país. O Art. 5º, inciso X da Constituição Federal assegura a inviolabilidade à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pes- soas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 2º. Princípio da função social: regula a vida humana em sociedade, estabe- lecendo as regras de conduta que devem ser respeitadas por todos. 3º. Princípio da razoabilidade: as pessoas devem agir com razoabilidade, o que também acontece com as normas jurídicas. 4º. Princípio da proporcionalidade: não se pode impor condutas a não ser que seja em estrito cumprimento do interesse público. Não se pode agir com excessos, nem de forma insuficiente. DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i direito conStitucional Antes de se começar a estudar o Direito Constitucional, é preciso fazer a análise do Art. 1º da Constituição Federal, que dispõe que a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados, muni- cípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamento: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valo- res sociais do trabalho e da livre iniciativa, e o pluralismo político. A Constituição é a lei máxima e fundamental do Estado. Ela ocupa o ponto mais alto da hierarquia das normas, recebendo, por esse motivo, nomes como: Lei Suprema, Lei Maior, Carta Magna, Lei das Leis ou Lei Fundamental (COTRIM, 2009, p. 19). O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público responsável por estu- dar as regras estruturadoras do Estado e garantidoras dos direitos e liberdades individuais (JACQUES, 1954, p. 23). A Constituição pode ser conceituada como um conjunto de princípios e regras relativos à estrutura e ao funcionamento do Estado. Ela é uma norma escrita ou costumeira, que regula a forma de Estado e governo, a sua organização (MARTINS, 2013, p. 60). Por isso na Constituição Federal brasileira são encon- tradas várias regras de Direito Civil, Tributário, Administrativo, Internacional, Penal, do Trabalho, da Seguridade Social entre outras. Ou seja, ela traz um pouco de cada ramo do direito. Possui, ainda, um conteúdo específico, previamente identificável, do que seja ou não próprio de uma Constituição. Seu conteúdo é elástico, variando de acordo com a vontade política do povo. Gilberto Cotrim (2009, p. 19) define a Constituição como: É a declaração da vontade política de um povo, manifestada por meio de seus representantes cujos mandatos resultam de eleição popular. É uma declaração solene expressa mediante um conjunto de as outras que estabelece os direitos e deveres fundamentais das pessoas, das enti- dades e dos poderes públicos. © sh ut te rs to ck direito Constitucional Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 26 - 27 Conclui-se que a Constituição é um documento político, dirigida a todas as pessoas tendo, geralmente, uma linguagem comum e não técnica para que todos possam compreender. claSSiFicação daS conStituiçõeS A Constituição pode ter várias classificações. Vamos estudá-las a seguir: 1º. Quanto ao conteúdo: ■ Material: é o conjunto de normas que disciplinam a organização polí- tica de um país. ■ Formal: é a norma escrita. 2º. Quanto à forma: ■ Escrita: codificada e sistematizada em um único documento. ■ Não escrita: é um conjunto de regras que não são codificadas em um único documento, mas sim em leis esparsas, costumes, convenções. Um exemplo é a Constituição Inglesa. 3º. Quanto ao modo de elaboração: ■ Dogmática: é a Constituição escrita e sistematizada pela Assembleia Constituinte. ■ Histórica: é decorrente da formação paulatina da norma no decorrer do tempo, de acordo com as tradições de um povo. 4º. Quanto à origem: ■ Promulgada: é aquela votada pela Assembleia Constituinte. ■ Outorgada: é a Constituição imposta, não é votada. 5º. Quanto à estabilidade: ■ Imutável: a Constituição não pode sofrer alterações. DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i ■ Rígida: quando ela não pode ser alterada, salvo condição especial. ■ Flexível: são as que podem ser alteradas segundo o critério de modifica- ções da lei ordinária. ■ Semirrígida: são as que possuem uma parte rígida e uma parte flexível. 6º. Quanto à extensão e à finalidade: ■ Analítica: são as normas constitucionais detalhistas, que trazem em seu texto um pouco de vários assuntos diferentes. ■ Sintética: são aquelas que trazem apenas os princípios e as normas gerais, estabelecendo direitos e garantias fundamentais. Conforme conteúdo estudado, a Constituição Brasileira vigente é classificada da seguinte forma: formal, escrita, dogmática, promulgada, rígida e analítica. princípioS conStitucionaiS Passaremos a estudar alguns dos princípios constitucionais previstos na Constituição Federal. 1. Princípio da supremacia da Constituição: a norma constitucional é supe- rior, devendo ser obedecida por todas as demais normas. 2. Princípio da unidade da Constituição: ela deve ser interpretada na sua unidade, ou seja, no seu conjunto. A interpretação deve ser feita de forma a evitar contradições. 3. Princípio da máxima efetividade da Constituição: as normas constitu- cionais devem ter o máximo de eficácia na sua aplicação. 4. Princípio da interpretação conforme a Constituição: caso a norma tenha mais de uma interpretação, deve-se dar preferência àquela que estiver de acordo com a Constituição. Princípios Constitucionais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 1998 . 28 - 29 princípioS FundaMentaiS O preâmbulo da Constituição Federal dispõe que: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Na- cional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, pro- mulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da Repú- blica Federativa do Brasil. Quando se fala em preâmbulo, deve-se entender como uma indicação das inten- ções da Constituição brasileira. Os fundamentos da República Federativa do Brasil são: a. soberania; b. cidadania; c. dignidade da pessoa humana; d. valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; e. pluralismo político, sendo vedada a existência de um partido único. Já os objetivos fundamentais são: a. construir uma sociedade livre, justa e solidária; b. garantir o desenvolvimento nacional; c. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; d. promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i diviSão doS podereS A base da organização do governo está no Art. 2º da Constituição Federal, que prevê: “são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. “Os Poderes são os órgãos que realizam as diversas funções atribuídas ao Estado, quais sejam, as funções: legislativas, administrativas e jurisdicionais” (FÜHRER; MILARÉ, 2009, p. 73). A fórmula ideal para o funcionamento do Estado é que suas operações fundamentais sejam repartidas entre vários órgãos autônomos, cada um atuando na sua esfera de atribuição. poder executivo É o órgão incumbido de executar as leis e administrar o país. Ele é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. O mandato do Presidente da República é de quatro anos com início no dia 1º de janeiro do ano seguinte de sua eleição. A reeleição é permitida em um único período. O presidente pode cometer crimes como: a. de responsabilidade definidos em lei especial; b. comuns, previstos na legislação ordinária. A acusação contra o Presidente da República, para ser admitida, precisa de dois terços de aprovação na Câmara dos Deputados e, após isso, será subme- tida a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade (Art. 86 da Constituição Federal). Para ser eleito, o candidato a presidente e vice-presidente da República deve- rão ter a idade mínima de 35 anos. O governador e o vice-governador de Estado ©shutterstock divisão dos Poderes Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 30 - 31 e Distrito Federal deverão ter no mínimo 30 anos. O pre- feito e o vice-prefeito deverão ter no mínimo 21 anos. poder judiciário O Poder Judiciário tem a função de legislar e admi- nistrar, bem como a função de dizer o direito, aplicando ao caso concreto, mediante um processo regular- mente instaurado, por iniciativa do interessado. É o Poder Judiciário que dirá como as normas serão aplicadas, e assim ele demonstrará como a forma correta de interpretação das leis existentes em nosso ordenamento jurídico. poder leGiSlativo Em nível federal, o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe de duas casas, o Senado e a Câmara dos Deputados, ambos eleitos pelos habitantes dos respectivos estados. Cada estado e o Distrito Federal, de acordo com os Arts. 44 e 45 da Constituição Federal, elegerá três senadores, com dois suplentes cada, com mandato de oito anos, sendo renovada a representação a cada quatro anos de forma alternada. O número total de deputados, bem como a representação por estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por Lei Complementar, proporcionalmente à população, procedendo- se aos ajustes necessários no ano anterior às eleições, para que nenhuma unidade da federação tenha menos de oito e mais de setenta deputa- dos (PALAIA, 2011, p. 40). ©shutterstock ©shutterstock DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i Os deputados são escolhidos pelo sistema proporcional e cada estado da federação, bem como o Distrito Federal, não poderá ter menos de oito e mais de 70 representantes. O mandato dos deputados tem duração de quatro anos e para se elegerem devem ter idade mínima de 21 anos. Já no caso dos senado- res, estes são eleitos pelo sistema majoritário, sendo três para cada estado e para o Distrito Federal. Os mandatos têm duração de oito anos e para se elegerem devem ter idade mínima de 35 anos (MARTINS, 2013). O vereador é um representante do povo na Câmara dos Vereadores. O número de vereadores será proporcional à população do município, observadas as seguintes condições: 1) até um milhão de habitantes: mínimo de 9 e máximo de 20 vereadores; 2) mais de um milhão de habitantes e menos de 5 milhões de habitantes: mínimo de 33 e máximo de 41 vereadores; 3)mais de 5 milhões de habitantes: mínimo de 42 e máximo de 55 vereadores. Para se elegerem deve- rão ter, no mínimo, 18 anos. direitoS e GarantiaS individuaiS Eles foram estabelecidos para coibir os abusos praticados pelas autoridades. Os direitos não se confundem com as garantias. Os direitos são aspectos, manifesta- ções da personalidade humana em sua existência subjetiva ou em suas situações de relação com a sociedade, ou ainda, os indivíduos que a compõem. Já as garan- tias são os instrumentos para o exercício do direito consagrados na Constituição (MARTINS, 2013). Os direitos e deveres são individuais e coletivos. São garantias expressas na Constituição, pois não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que o Brasil é parte (Art. 5º, §2º da Constituição Federal). A Constituição Federal, em seu Art. 5º, assegura que: 1. Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos da Constituição. Poderá haver tratamento diferenciado se assim a Consti- direitos e Garantias Individuais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 32 - 33 tuição estabelecer; 2. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo a não ser em vir- tude de lei. É o princípio da legalidade; 3. Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degra- dante; 4. É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 5. É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da inde- nização por dano material, moral ou à imagem; 6. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a prote- ção aos locais de culto e suas liturgias; 7. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; 8. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocarpara eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter- nativa, fixada em lei; 9. É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comu- nicação, independentemente de censura ou licença; 10. São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pes- soas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 11. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desas- tre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 12. É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráfi- cas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. A norma que trata do assunto é a Lei nº 9.296/96; 13. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i qualificações profissionais que a lei estabelecer; 14. É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 15. É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 16. Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo ape- nas exigido prévio aviso à autoridade competente; 17. É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 18. A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas, independe de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funciona- mento. As sociedades cooperativas são reguladas na Lei nº 5.764/71; 19. As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 20. Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 21. As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legi- timidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 22. É garantido o direito de propriedade; 23. A propriedade atenderá a sua função social; 24. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia inde- nização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição; 25. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 26. A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que traba- direitos e Garantias Individuais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 34 - 35 lhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; 27. Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou repro- dução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 28. São assegurados, nos termos da lei: (a) a proteção às participações indi- viduais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; (b) o direito de fiscalização do apro- veitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; 29. A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tempo- rário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distin- tivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do país; 30. É garantido o direito de herança; 31. A sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja favorável a lei pessoal do de cujus; 32. O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. O Código de Defesa do Consumidor é a Lei nº 8.078/90; 33. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu inte- resse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo de lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 34. São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: (a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (b) a obtenção de certidões em reparti- ções públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 35. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i 36. A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Direito adquirido é o que faz parte do patrimônio jurídico da pessoa, que implementou todas as condições para esse fim, podendo exercê-lo a qualquer momento. Na expectativa de direito, a pessoa não reuniu todas as condições para adquirir o direito no curso do tempo. Ato jurídico perfeito é o que se formou sob o império da lei velha e não pode ser modificado. A lei não pode ser retroativa. Devem ser respei- tadas as situações estabelecidas na vigência de lei anterior, em razão da estabilidade e segurança jurídicas. Chama-se coisa julgada ou caso jul- gado a decisão judicial de que já não caiba mais recurso. Há coisa julgada “quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso”. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imu- tável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário; 37. Não haverá juízo ou tribunal de exceção; 38. É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: (a) a plenitude de defesa; (b) o sigilo das votações; (c) a soberania dos veredictos; (d) a competência para o julgamento dos cri- mes dolosos contra a vida; 39. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia comi- nação legal; 40. A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 41. A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberda- des fundamentais; 42. A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 43. A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anis- tia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 44. Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 45. Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação direitos e Garantias Individuais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 36 - 37 de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles asseguradas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 46. A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: (a) privação ou restrição da liberdade; (b) perda de bens; (c) multa; (d) prestação social alternativa; (e) suspensão ou interdição de direitos; 47. Não haverá penas: (a) de morte, salvo em caso de guerra declarada; (b) de caráter perpétuo; (c) de trabalhos forçados; (d) de banimento; (e) cruéis; 48. A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 49. É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 50. Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permane- cer com seus filhos durante o período de amamentação; 51. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvi- mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 52. Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; 53. Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade com- petente; 54. Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido pro- cesso legal; 55. Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 56. São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 57. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sen- tença penal condenatória; 58. O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i salvo nas hipóteses previstas em lei; 59. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública se esta não for intentada no prazo legal; 60. A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 61. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 62. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunica- dos imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 63. O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permane- cer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 64. O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 65. A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 66. Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 67. Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo ina- dimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; 68. Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ame- açado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 69. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o res- ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 70. O mandado de segurança coletivo deve ser impetrado por: (a) partido político com representação no Congresso Nacional; (b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em direitos e Garantias Individuais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 38 - 39 funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; 71. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobera- nia e à cidadania; 72. Conceder-se-á habeas data: (a) para assegurar o conhecimento de infor- mações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; (b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 73. Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimô- nio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 74. O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que com- provarem insuficiência de recursos; 75. O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; 76. São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (a) o registro civil de nascimento; (b) a certidão de óbito; 77. São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania; 78. A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tra- mitação. São direitos sociais previstos na Constituição Federal: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i nacionalidade Para definir a nacionalidade existem dois critérios: ius sanguini e o ius soli. No primeiro, a pessoa tem a mesma nacionalidade de seus pais, ou seja, ela decorre do sangue. Na segunda, a pessoa tem que nascer no território para adquirir a nacionalidade do Estado. De acordo com o Art. 12 da Constituição Federal, são considerados brasi- leiros natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país (ius soli); b) os nascidos no estrangeiro, depois de atingida a maioridade, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira compe- tente ou qualquer deles esteja a serviço do Brasil (ius sanguini); c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Já os brasileiros naturalizados, serão considerados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes no Brasil há mais de 15 anos inin- terruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. © sh ut te rs to ck © se si .w eb en si no .c om Nacionalidade Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en ale L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 40 - 41 A lei brasileira não poderá fazer qualquer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo as previstas na Constituição Federal (MARTINS, 2013). De acordo com a Constituição Federal, os cargos exclusivos de brasileiros natos são: a) Presidente e Vice-presidente da República; b) Presidente da Câmara dos Deputados; c) Presidente do Senado Federal; d) Ministro do Su- premo Tribunal Federal; e) carreira diplomática; f) oficial das Forças Armadas; g) Ministro de Estado da Defesa. Por fim, existem hipóteses em que será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: a) tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; b) adquirir outra nacionali- dade, salvo nos casos de: 1) reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 2) imposição de naturalização, pela forma estrangeira, ao brasileiro residente em país estrangeiro, como condição para permanência em seu terri- tório ou para o exercício de direitos civis (MARTINS, 2013). direitoS políticoS De acordo com o Art. 14 da Constituição Federal, a soberania popular é exer- cida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e, nos termos da lei, pelo: a) plebiscito; b) referendo; c) iniciativa popular. O sufrágio é o direito subjetivo de uma pessoa eleger alguém ou de ser eleito para algum cargo político. Por ser um direito subjetivo, como visto ante- riormente, significa que ele é uma faculdade do indivíduo. O voto é apenas o direito de eleger uma pessoa, cada indivíduo tem o seu, não podendo vendê-lo nem transmitir a terceiros. O plebiscito é a consulta anterior formulada ao povo para aprovar ou rejeitar o que lhe houver sido submetido, sendo feito por meio do voto. Já o referendo é a consulta posterior formulada ao povo para ratificar ou rejeitar ato legislativo ou administrativo já determinado. DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i Pela Carta Magna, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maio- res de 18 anos e facultativo (opcional) para os analfabetos, os maiores de 70 anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos. Ainda, não poderão fazer o alistamento eleitoral os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. Para ser eleito, é preciso ter idade mínima de: a) 35 anos para Presidente, Vice-presidente da República e senador; b) 30 anos para governador e vice-gover- nador de estado e do Distrito Federal; c) 21 anos para deputado federal, deputado estadual ou distrital, prefeito e vice-prefeito; d) 18 anos para vereador. Contudo, não há uma idade limite para se candidatar. conSideraçõeS FinaiS Na primeira unidade estudamos quais as funções e como se divide o Direito. Diferenciamos ainda o Direito da Moral. Nesse estudo, pudemos constatar que o Direito surge por uma imposição do Estado, que o cria a partir da necessi- dade da própria sociedade, devendo evoluir conforme a evolução da mesma. Já a moral surge a partir da cultura, da religião, da criação de cada pessoa, não exis- tindo uma punição e nem mesmo sendo imposta pelo Estado. Visto isso, passamos a analisar o Direito Constitucional. Observamos como Para saber mais sobre um caso recente de plebiscito que tivemos em nosso país, leia a reportagem “Em plebiscito, eleitores do Pará rejeitam divisão do estado”, disponível em <http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/12/em -plebiscito-eleitores-do-para-rejeitam-divisao-do-estado.html>. Nesse caso foi feita uma proposta de divisão do Estado do Pará, e para tanto, houve uma consulta à população paraense. Com a realização do plebiscito, a popu- lação rejeitou a proposta que acabou não seguindo adiante. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 42 - 43 se classifica a Constituição, por qual razão ela foi criada e qual a sua importân- cia dentro do ordenamento jurídico brasileiro. Vimos ainda que a Constituição brasileira traz uma série de Artigos, prevendo um pouco de cada ramo do Direito. A mesma aborda quais são os fundamentos e os objetivos do nosso Estado e, por fim, os direitos e garantias fundamentais previstos no Art. 5º da Carta Magna. DIREITO E MORAL, E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. i 1. o que é o direito? 2. o que é o direito objetivo? 3. o que é o direito Subjetivo? 4. diferencie direito e Moral. 5. Explique cada uma das fontes do direito. 6. o que é a interpretação da norma? 7. o que é a integração da norma? 8. diferencie analogia de equidade. 9. Como funciona a eficácia da lei no tempo e no espaço? 10. Para que serve o direito Constitucional? 11. Explique os fundamentos da Constituição Federal. 12. Explique os objetivos da Constituição Federal. 13. Como se dividem os poderes no nosso Estado? U N ID A D E ii Professora Me. Mariane Helena Lopes DIreIto CIVIL objetivos de aprendizagem ■ Compreender o que vem a ser o direito Civil. ■ Compreender a importância desse ramo. ■ analisar a capacidade civil e como se classificam os sujeitos existentes na sociedade. ■ Conhecer a responsabilidade civil e as formas de indenização. ■ diferenciar fato, ato e negócio jurídico. plano de estudo a seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Conceito de direito Processual ■ denominação ■ Posição Enciclopédica ■ Evolução Histórica do direito Processual ■ o momento atual e as perspectivas para o futuro introdução Nesta segunda unidade iremos estudar o direito civil. Esse ramo do direito faz parte do direito privado, ou seja, apesar de existirem normas gerais, elas serão aplicadas e analisadas de acordo com cada caso concreto. Ele estuda a relação entre pessoas, pessoas e bens e entre os bens. O Código Civil de 1916 foi elaborado em uma época em que a sociedade era patriarcal e rural. Por conta da evolução da sociedade e da ineficiência do Código de 1916, este foi substituído pelo novo Código Civil, a lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003. conceito O Direito Civil é comum a todas as pessoas por disciplinar o modo de ser e agir, sem quaisquer referências às condições sociais e culturais. Toda a vida social é regida pelo Código Civil, que regula as ocorrências do dia. Sendo assim, esse ramo do direito pode ser conceituado como um conjunto de princípios, regras e instituições que regulam as relações entre pessoas e entre estas e os bens de que se utilizam. peSSoa natural No direito moderno, todo o ser humano é pessoa no sentido jurídico. Duas são as espécies de pessoas reconhecidas pela ordem jurídica: a pessoa natural e a pessoa jurídica, que estudaremos no decorrer desta unidade. O Art. 1º do Código Civil dispõe que: “todo homem é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. © sh ut te rs to ck Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 48 - 49 DIREITO CIVIL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. ii Os animais são excluídos de seu raio de ação. Existem leis específicas de pro- teção aos seres irracionais. Eles são tomados em consideração apenas para finssociais, pela necessidade de se elevar o sentimento humano, evitando-se o espe- táculo degradante de perversa brutalidade (REIS; REIS, 2006, p. 125). Assim, a pessoa natural é o ser humano provindo da mulher e o início da personalidade civil pode começar de duas formas: 1º) do nascimento com vida; 2º) da concepção do feto, ou seja, da divisão celular. Dependerá do autor para saber como ele considera o início da personalidade. Independente de qual forma se entende o início da personalidade, o nas- cituro é um sujeito de direito, podendo, pelo Art. 2º do Código Civil, receber doações e legados, bem como ser adotado e legitimado. capacidade A partir do momento em que o indivíduo adquire personalidade, é sujeito de direitos e obrigações. “A capacidade pode ser definida como a aptidão determinada pela ordem jurídica para gozo e exercício de um direito por seu titular” (MARTINS, 2013, p. 224). O Art. 1º do Código Civil prevê que “toda pessoa é capaz de direitos e deve- res na ordem civil”, implicando a capacidade de ser parte. Duas são as espécies de capacidade: a de gozo ou de direito e a de exercício ou de fato. A capacidade de gozo, de direito, ou jurídica, é a aptidão da pessoa gozar seus direitos. Ela é inerente ao ente humano e toda pessoa a possui. Já a capacidade de exercício, de fato ou processual, é a aptidão de exercitar direitos. A capacidade no Direito Civil é dividida em: 1) absolutamente incapazes; 2) relativamente capazes e; 3) plenamente capazes ou capacidade absoluta. Os absolutamente incapazes devem ser representados por seus pais ou guar- diões e não podem exprimir sua vontade. De acordo com o Art. 3º do Código Civil, são eles: Emancipação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 50 - 51 a. Os menores de 16 anos; b. Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessá- rio discernimento para a prática desses atos; c. Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. É o que ocorre com a pessoa embriagada ou com alguém entorpecida por drogas alucinógenas. Os relativamente incapazes são aqueles que devem ser assistidos por seus pais ou representantes. Eles são incapazes relativamente a certos atos, ou à maneira de exercê-los. De acordo com o Art. 4º do Código Civil, são eles: a. Os maiores de 16 e menores de 18 anos; b. Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência men- tal, tenham o discernimento reduzido. O ébrio habitual é a pessoa que se embriaga com constância. Os viciados são pessoas que usam drogas com frequência; c. Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; d. Os pródigos são as pessoas que gastam desordenadamente, que dissipam ou dilapidam seu patrimônio sem justificativa. Por fim, os plenamente capazes ou que possuem capacidade absoluta são os maio- res de 18 anos, que ficam habilitados para a prática de todos os atos da vida civil. eMancipação O Art. 1.634, inciso V do Código Civil dispõe que, até os 16 anos, os filhos meno- res devem ser representados por seus pais. A partir dos 16 anos até os 18 anos ele é assistido. É nessa possibilidade de assistência que se pode falar na emancipação. A emancipação é a cessação, para os maiores de 16 e menores de 18 anos, de sua incapacidade, antes da idade prevista em lei – diga-se 18 anos – nos DIREITO CIVIL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. ii seguintes casos, de acordo com o Art. 5º do Código Civil: a. Por concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independente- mente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos. Não pode ser feita por instrumento particular; b. Pelo exercício do emprego público efetivo; c. Pela colação de grau em curso de ensino superior; d. Pelo casamento; e. Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria. térMino da exiStência da peSSoa natural A existência da pessoa natural termina com a morte. Tal situação está prevista no Art. 6º do Código Civil que dispõe: “a existência da pessoa natural termina com a morte”. Nesse momento os bens do falecido se transmitem aos herdeiros. A certidão de óbito é o documento que comprova a morte real. Todavia, além desse tipo de morte, o Direito brasileiro prevê também a morte presumida, com relação aos ausentes. Nesses casos, a lei autoriza a abertura de sucessão defini- tiva. Deve-se entender por ausente a pessoa desaparecida do seu domicílio, que deixa de dar notícias por um longo período de tempo (COTRIM, 2009, p. 92). Ainda, o Art. 7º do Código Civil também autoriza a declaração de morte ©shutterstock © sh ut te rs to ck Pessoa Jurídica Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 52 - 53 presumida, independentemente da declaração de ausência: a. Se for extremamente provável a morte daquele que estava em perigo de vida; b. Se a pessoa desaparecida em campanha ou feita prisioneira não for encon- trada até dois anos após o término da guerra. Essa declaração de morte presumida somente poderá ser requerida depois de cessadas as buscas e averiguações, e a sentença de declaração deve fixar a data provável do falecimento. peSSoa jurídica A pessoa jurídica é uma ficção estabelecida pelo Estado diante de certas situa- ções. Não conseguimos ver ou tocar a pessoa jurídica, pois ela é uma entidade constituída por pessoas ou bens com vida, direitos, obrigações e patrimônios próprios. Sendo assim, as pessoas jurídicas podem ser classificadas em pessoas de Direito Público interno ou externo e de Direito Privado. Faz parte do Direito Público externo ou internacional os Estados estran- geiros e todas as pessoas que forem regidas pelo Direito Internacional Público. © sh ut te rs to ck DIREITO CIVIL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. ii São pessoas jurídicas de Direito Público interno: a União; os estados e Distrito Federal; os Municípios; as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas por lei (MARTINS, 2012). São consideradas pessoas jurídicas de direito privado: as associações; as sociedades; as fundações privadas; as organizações religiosas; os partidos polí- ticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada. doMicílio O domicílio da pessoa física é o lugar em que ela estabelece sua residência com ânimo definitivo de ali permanecer. Já a residência é o local em que a pessoa mora, onde faz suas refeições, toma banho etc. Na residência, a pessoa não tem o ânimo definitivo de permanecer ali e na maioria das vezes o domicílio e a residência física são os mesmos. Todavia, pode ser que o domicílio e a residência sejam diferentes, por exemplo, na seguinte situ- ação: moro em Maringá com minha família, mas trabalho em Curitiba, ficando lá de segunda a sexta. Maringá é o meu domicílio, mas Curitiba é a minha residência. O domicílio, na maioria das vezes, é voluntário, ficando a critério do indivíduo escolhê-lo, que também pode ser um domicílio legal, que é aquele determinado por lei, por exemplo, no caso do filho menor, em que seu domicílio será o mesmo de seu representante. Bens Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9
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