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CASO 09 BANCO CONFIANÇA

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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO PERTENCENTE À VARA DO TRABALHO Nº__ DA CIDADE DE ___/__
PROCESSO Nº: ______
RECLAMANTE: PAULO
RECLAMADO: BANCO CONFIANÇA
 O Banco confiança, pessoa jurídica de direito privado, com registro no cadastro nacional de pessoas jurídicas sob o nº: ______/____, tendo sede na Rua ____, nº ____, Bairro ____, Cidade de ____-___, Cep: 00.000-000, vem, respeitosamente, através de seu advogado devidamente qualificado em procuração acostada, registrado na ordem dos advogados do Brasil sob o nº xxx-xx-xx, com escritório situado na Rua___, nº____,Bairro___, da Cidade de____, Cep__, Estado de____ , onde deverá ser notificado de todos os atos provenientes deste feito, OFERECER, com arrimo nos artigos 319, 336 a 343, todos do CPC, aplicáveis subsidiariamente no processo trabalhista, nos termos do artigo 769 da CLT, CONTESTAÇÃO, CUMULADO COM AÇÃO RECONVITÓRIA em face de Paulo, já devidamente qualificado nos autos do presente feito, PELOS SEGUINTES FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS QUE SE PASSA A EXPOR:
BREVE ESBOÇO DOS FATOS
O reclamante move ação trabalhista contra o Banco Confiança, ora reclamado, alegando que foi gerente geral de uma agência do Banco por quase 7 anos completos, sendo nesse período promovido, quando passou a receber o dobro de seu salário anterior. 
Importante registrar que verdadeiramente o reclamante fora gerente do Banco confiança, sedo que este ainda custeou para Paulo a realização de seu MBA em Finanças, investindo na capacitação daquele um total de R$ 30.000,00, como contrapartida, fora estipulado contratualmente uma cláusula de permanência por 2 anos após o término do curso, sob pena de ressarcimento integral caso o empregado viesse a pedir seu desligamento antes do período pactuado. No entanto, Paulo, apesar de muito satisfeito com seu trabalho, recebera uma proposta irrecusável de outra instituição financeira, pedindo assim sua demissão seis meses após o término da especialização profissional concluída. O Banco, por sua vez, lhe pagou corretamente as parcelas decorrentes da extinção do contrato de trabalho, contudo, fora questionado quanto ao pagamento das inúmeras, assim afirma o reclamante, horas extras prestadas desde 2010 até o fim de seu contrato. O Reclamado sustenta não haver direito algum quanto ao pagamento das horas extraordinárias. Ainda assim, Paulo, indignou-se, e ingressou em 25/01/17 com uma reclamação trabalhista postulando as referidas horas extras, com o adicional de 50% e seus reflexos. 
Era o que se tinha de mais a relatar, passe-se agora ao confronto das afirmações, em respeito aos princípios da eventualidade e impugnação específica dos fatos, conforme teor do artigo 341 do CPC/15.
II. PRELIMINARMENTE 
2.1. DA FALTA DE PROCURAÇÃO DO PATRONO DO RECLAMANTE
	Excelência, convém desde logo registrar a falta de representação regular do reclamante, visto a ausência de procuração específica ao patrono da causa nos presentes autos. Assim, requer-se, de modo inicial, a suspensão do processo em tela, afim de que seja concedido prazo para sustação do defeito informado, sob pena de extinção da reclamação trabalhista movida. Nesse sentido:
Art. 76.  Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.
§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. (CPC)
  III. DO MÉRITO 
3.2. DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE HORAS EXTRAS
	Não há razão alguma no pedido de horas extras trazido pelo reclamante, visto que o mesma exercia função gerencial bancária, de extrema confiança, e que com isso sua jornada de trabalho não poderia se igualar aos mandamentos expressos no caput do art. 224 da CLT. Além disso, o autor, ao concluir especialização integralmente custeada pelo Banco, passou a perceber o dobro de sua remuneração que já integrava a gratificação de função de um 1/3 do salário, em total acordo com o que se detém na leitura do parágrafo 2º do artigo aludido. Nesse sentido:
Art. 224 - A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana. (Redação dada pela Lei nº 7.430, de 17.12.1985)
§ 1º - A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo ficará compreendida entre 7 (sete) e 22 (vinte e duas) horas, assegurando-se ao empregado, no horário diário, um intervalo de 15 (quinze) minutos para alimentação. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 2º - As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou que desempenhem outros cargos de confiança, desde que o valor da gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo efetivo. 
Portanto, resta-se evidenciado a não procedência do pleito autoral, requerendo-se assim o indeferimento absoluto do pagamento a horas extras. 
IV. DA RECONVENÇÃO
4.1. DO CABIMENTO
	Com o advento do novo código de processo civil, estabeleceu-se a possibilidade de se mover reconvenção dentro da peça contestatória, como bem dispõe o artigo 343 da lei 13.105/15. Cuja aplicabilidade na justiça trabalhista fora ratificada, podendo-se assim compreender, na instrução normativa nº 39 do TST. 
 	Dito isso, visto as pretensões conexas existentes na espécie, o Banco confiança passa a pleitear a seguinte ação reconvitória sob os fundamentos fáticos-jurídicos que agora passa a expor. 
4.2. DA NECESSIDADE DE RESSARCIMENTO AO BANCO CONFIAÇA DOS VALORES GASTOS COM A ESPECIALIZAÇÃO DO RECLAMANTE
	Conforme já fora relatado na parte fática desta peça, o Banco Confiança, em favor do Reclamante, e como dita a política de aprimoramento profissional da referida instituição financeira, custeou integralmente o curso de especialização MBA para o Senhor Paulo, resultando na promoção de nível e passando a perceber o dobro de seu antigo salário. Deu-se um investimento total de R$ 30.000 (trinta mil reais), sendo firmada uma cláusula de permanência a qual aduzia que o Reclamante não poderia, durante o período de dois anos, pedir dispensa do cargo a qual fora promovido. Como uma garantia de retorno do investimento do Banco, haja vista a quantia considerável despendida. 
	No entanto, o Senhor Paulo, tendo passado somente seis meses após a sua especialização, não resistiu à tentação de uma oferta de emprego oferecida. A que se disse mais vantajosa. Assim, o reclamante não titubeou e requereu sua dispensa ao banco Confiança, este então só restou acatar o pedido de demissão e pagar-lhe regularmente todas as verbas resilitórias. 
Aqui, Excelência, resta-se evidenciado a má-fé em que agira o Reclamante. Sendo o mesmo sabedor da avença firmada, do período em que não poderia pedir demissão do cargo ao qual fora promovido, não se fez de rogado e simplesmente aproveitou a primeira oportunidade para tirar vantagem financeira da instituição bancária. Pois tal salto de salário no intervalo de tão pouco tempo é fenômeno raro de se ocorrer na iniciativa privada. E se não tivesse ainda a ajuda do ora Reclamado, então?!. 
Por isso, se faz necessário o ressarcimento de todo o valor pago pelo Banco Confiança, corrigido monetariamente, sob pena de se pagar juros e ressarcimento de danos a instituição financeira aqui evidentemente lesada, nos termos do artigo 884 do CC e em respeito ao princípio da boa-fé contratual e a vedação ao enriquecimento sem causa do obreiro. Nesse sentido vem decidindo os tribunais regionais trabalhistas:
TRT-1 - Recurso Ordinário RO 12839720115010041 RJ (TRT-1)
Data de publicação: 15/02/2013
Ementa:8ª T U R M A TERMO DE COMPROMISSO. CLÁUSULA DE PERMANÊNCIA. VALIDADE. MULTA CONTRATUAL. Ciente o autor dos termos ajustados quando de sua admissão, não se vislumbra nos autos qualquer vício de consentimento sendo válidos os descontos dos cursos custeados pela ré, por ter pedido demissão antes de completar dois anos de casa.
TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 23160720115020 SP 00023160720115020038 A28 (TRT-2)
Data de publicação: 08/11/2013
Ementa: CLÁUSULA DE PERMANÊNCIA. VALIDADE. O empregado que recebe formação profissional custeada pelo empregador e descumpre cláusula de permanência em serviço, para fins de reversão dos benefícios da formação profissional em prol da empresa e retorno do investimento feito, deve indenizar o empregador acerca dos investimentos da formação profissional.
TRT-5 - Recurso Ordinário 0000692-26.2012.5.05.0612
Ementa: CURSO CUSTEADO PELO EMPREGADOR. CLÁUSULA DE PERMANÊNCIA NO EMPREGO. DESCUMPRIMENTO. REEMBOLSO. Não há qualquer ilicitude na cláusula contratual que prevê seja o empregador reembolsado do custeio do curso de graduação do seu empregado, quando este, comprovadamente, descumpre a obrigação assumida e pede demissão do emprego antes de concluído o curso.
TRT-3 RO 0143500-71.2008.5.03.0023 (TRT-3)
Ementa: CLÁUSULA DE PERMANÊNCIA NO EMPREGO. VALIDADE. é válida a cláusula contratual que estabelece o dever de o trabalhador permanecer no emprego por determinado lapso de tempo ou a reembolsar as despesas com a realização de cursos de aperfeiçoamento ou treinamento realizado às custas do empregador, porquanto o ajuste está em plena harmonia com o nosso ordenamento jurídico e com o princípio da boa-fé, que inspira o Direito do Trabalho.
V. DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, com o devido acatamento e respeito, desde logo, passa-se a requerer, preliminarmente, o reconhecimento da ausência de procuração específica ao patrono da causa do Reclamante nos presentes autos. Dando-se assim a imediata suspensão do processo em tela, afim de que seja concedido prazo para sustação do defeito de representação informado, sob pena de extinção da reclamação trabalhista movida, conforme disposição do artigo 76 do CPC/15, e, no mérito, os seguintes pedidos a seguir especificados:
Seja declarada a improcedência do pedido de horas extras feito pelo Autor, vez que o mesmo exercia função gerencial bancária, de extrema confiança, e que com isso sua jornada de trabalho não poderia se igualar aos mandamentos expressos no caput do art. 224 da CLT. Além disso, o autor sempre percebeu gratificação de função em total acordo com o que se detém na leitura do parágrafo 2º do artigo aludido;
Seja conhecida a ação reconvitória proposta, com base no artigo 343 do CPC e a instrução normativa nº 39 do TST, e dando-lhe assim o seu provimento para que o Reclamante indenize de modo integral e corrigido monetariamente, o valor despendido pelo Banco Confiança para sua formação no curso de especialização em MBA. Tendo o custo exato de R$ 30 mil reais a instituição financeira reconvinte. Tudo em razão do descumprimento da cláusula de permanência descumprida pelo Reclamante, e em respeito ao princípio da boa-fé contratual, e a vedação ao enriquecimento sem causa do obreiro, em consonância ao teor do artigo 884 do CC; 
Protestar em provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, notadamente oitiva de testemunhas e depoimento pessoal, nos termos do artigo 369 do CPC/15
Por fim, requer-se a condenação do autor ao pagamento dos honorários advocatícios sucumbenciais, orçados em 15% sob o valor da causa, nos termos do artigo 82 e ss do CPC/15.
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Cidade-Estado, quinta-feira, 12 de outubro de 2017.
NOME DO ADVOGADO
OAB/UF 
Nº. XX.XXX-X
	
Caso 09

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