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Introdução à Teoria Geral dos Contratos

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DIREITO CIVIL III 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
Introdução à Teoria Contratual 
CONCEITO DE CONTRATO 
1 
EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA 
3 
PRÓXIMOS 
PASSOS 
FUNÇÕES DOS CONTRATOS 
2 
PRINCÍPIOS CONTRATUAIS 
4 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Teoria contratual 
 
A teoria contratual vem sofrendo grandes transformações nos últimos anos. 
São fatores que influenciam tais modificações: 
 
 Repersonalização do Direito Privado; 
 Constitucionalização do Direito Privado; 
 Limitações à autonomia privada; 
 Justiça contratual; 
 Novos princípios contratuais; 
 Massificação das relações contratuais; 
 Despersonalização das relações contratuais. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Você consegue perceber a importância dos 
contratos na vida cotidiana? 
 
Não são poucas as relações contratuais que as 
pessoas realizam diariamente. Pense no seu dia a 
dia: quantos contratos você realizou hoje? 
 
Lembre-se: a maioria dos contratos que fazemos 
são informais e sequer possuem forma escrita. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
Messineo afirma que o contrato exerce uma função, 
e apresenta um conteúdo constante: o de ser o 
centro da vida dos negócios. É instrumento prático 
que realiza o mister de harmonizar interesses não 
coincidentes. A instituição jurídica do contrato é um 
reflexo da instituição jurídica da propriedade. É 
veículo de circulação de riquezas. 
 
Por isso, a preocupação não só em revisar o clássico 
conceito de contrato, mas também, de estabelecer 
novas dimensões aos princípios contratuais. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Conceito de contrato 
 
 Para Carlos Roberto Gonçalves (2013, p. 2) “o 
contrato é uma espécie de negócio jurídico que 
depende, para a sua formação, da participação de 
pelo menos duas partes. É, portanto, negócio 
jurídico bilateral ou plurilateral”. 
 
 Para Caio Mário da Silva Pereira (2012, p. 6, 7) 
contrato, em sentido estrito, “é um acordo de 
vontades, na conformidade da lei, e com a 
finalidade de adquirir, resguardar, transferir, 
conservar, modificar ou extinguir direitos”. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Conceito de contrato 
 
 Para Silvio Rodrigues (2011, p. 9, 10) “o contrato 
representa uma espécie do gênero negócio jurídico 
que decorre de acordo de mais de uma vontade em 
vista de produzir efeitos jurídicos. Em sentido 
estrito, o contrato pode ser limitado ao ajuste de 
vontade que constitui, regula ou extingue uma 
relação patrimonial”. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Conceito de contrato 
 
 
Em resumo: classicamente, contrato é definido como o acordo de vontades com finalidade de 
produzir efeitos jurídicos. 
 
É conceito que traduz um monismo valorativo que trata o contrato apenas como uma espécie de 
negócio jurídico, fruto do pleno exercício da autonomia privada (centrada na vontade). E assim foi 
o contrato disciplinado no Código Civil Brasileiro de 1916. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Conceito de contrato 
 
 
O contrato não pode mais ser pensado apenas sob o olhar individual e liberal. Precisa, sim, ser 
pensado e discutido a partir da visão solidarística e funcionalizada estabelecida pela 
Constituição Federal. 
 
Por isso, na atualidade, o contrato deve ser compreendido como um instrumento de realização da 
pessoa e não exclusivamente como instrumento de mercado. 
 
O novo conceito de contrato distancia-se do dogma absoluto da vontade e do individualismo, 
aproximando-se agora dos sujeitos contratantes. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Conceito de contrato 
 
 Segundo Paulo Nalin (2002, p. 255) o contrato deve 
ser compreendido como “uma relação jurídica subjetiva, 
nucleada pela solidariedade constitucional, destinada 
à produção de efeitos jurídicos existenciais e 
patrimoniais, não só entre os titulares da relação, 
como também perante terceiros”. 
 
 
Frise-se: o novo conceito de contrato não exclui sua função econômica, 
apenas deixa de tratá-la como absoluta. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Duplo sentido do contrato 
Plano interno 
 
• “O contrato cria um nexo (relação) entre os 
contratantes. Até nos contratos de execução 
instantânea é importante tê-lo em conta, 
porque o contrato só se extingue quando se 
extinguir o último dos seus efeitos” 
• (José de O. Ascensão, 2008, p. 103); 
 
• O contrato passa a exigir uma relação de 
lealdade e solidariedade. 
Plano externo 
 
• Reconhecimento dos efeitos dos contratos 
no meio social; 
 
• Imposição da função social dos contratos; 
 
• Necessidade do dirigismo contratual; 
 
• "O contrato é autônomo, porque a 
autonomia é essencial para haver vinculação 
[...]. Mas é heterônomo, porque é 
integrante d’um conjunto de que participa" 
(José de O. Ascensão, 2008, p. 105). 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Funções do contrato 
 
Função econômica: o contrato é instrumento de circulação de riquezas; 
 
Função regulatória: o contrato é materialização da autonomia privada (autorregulação de acordo com 
as limitações legais); 
 
Função ambiental: “os fatores ambientais informam dispositivos legais cuja observância constitui 
causa justificativa do exercício da liberdade contratual, pois contidos em normas de ordem pública 
(cogentes), não sendo possível a autorregulamentação da vontade pelas partes derrogá-los” (Lucas 
Barroso, 2012, p. 63); 
 
Função social: reconhece-se que o contrato não apenas gera efeitos entre as partes contratantes, mas 
também, no meio social; 
 
O contrato deve ser pensado como instrumento de conciliação de interesses, de desenvolvimento da 
personalidade, de desenvolvimento econômico e harmonizador social. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Localizando-se: 
 
Os contratos estão previstos no Código Civil de 2002: 
No Livro I da Parte Especial – Do Direito das Obrigações; 
Título V – Dos Contratos em Geral – artes. 421 a 480, CC; 
Título VI – Das Várias Espécies de Contratos – artes. 481 a 853, CC. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Planos de existência, validade e eficácia 
 
Contrato é espécie de negócio jurídico. Portanto, seus planos de existência, validade e eficácia já 
foram estudados dentro da Teoria Geral do Direito Civil. Por isso, neste momento, 
vamos apenas relembrar: 
Existência 
•Vontade; 
•Juridicidade; 
•Finalidade Negocial 
(MARTE). 
Validade 
•Art. 104, CC: 
•Agente capaz; 
 
•Objeto lícito, possível, 
determinado ou 
determinável; 
 
•Forma prescrita ou não 
defesa em lei. 
Eficácia 
•Efeitos 
INEXISTÊNCIA 
INVALIDADE: 
NULIDADE ABSOLUTA 
NULIDADE RELATIVA 
INEFICÁCIA 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Planos de existência, validade e eficácia 
 
Quando se analisa existência do contrato busca-se verificar seus elementos estruturantes (ou 
essenciais); quando se analisa a validade visa-se a observação dos requisitos de conformidade 
com a esfera jurídica; e quando se examina a eficácia, evidencia-se a capacidade de produção de 
efeitos imediatos; 
 
Os pressupostos de existência não foramprevistos expressamente no Código Civil e se referem a 
elementos mínimos que garantem o suporte fático dos negócios. São eles: a) vontade, sendo que 
de sua declaração (exteriorização) surgem os efeitos; b) juridicidade (agente, idoneidade do 
objeto e forma – sem adjetivos!); c) finalidade negocial ou jurídica (é o propósito, o fim, buscado 
pela declaração de vontade); 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Planos de existência, validade e eficácia 
 
Os pressupostos de validade são: a) agente capaz (trata-se de capacidade de exercício ou de fato – 
vide sistema de incapacidades nos artes. 3o. e 4o., CC); b) objeto lícito (que não contraria a lei, a 
moral ou os bons costumes), possível (física e juridicamente) e determinado ou determinável; c) 
forma prescrita ou não defesa em lei; 
 
Os pressupostos de eficácia relacionam-se às consequências desejadas pelas partes contratantes 
e variam de acordo com cada espécie contratual; com a presença de elementos acidentais (termo, 
condição e encargo) e com as consequências do inadimplemento (juros, cláusula penal, 
perdas e danos...). 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Finalidade negocial 
M 
• Modificar - muda-se um elemento da estrutura do direito sem 
alterar sua substância, como, por exemplo, a subrogação e a 
moratória. 
A 
• Adquirir - visa incorporar um direito ao patrimônio do 
contratante (ex.: toda espécie de transferência). 
R 
• Resguardar - visa proteger ou garantir um direito (ex.: 
constituição de hipoteca). 
T 
• Transmitir - provoca a mudança de titular do direito (ex.: toda 
forma de alienação). 
E 
• Extinguir - visa extinguir um direito (ex.: desapropriação). 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais 
 
Os princípios representam valores socialmente 
amadurecidos e reconhecidos pela ordem jurídica 
e, por isso, acabam por simbolizar o momento 
histórico em que foram criados ou desenvolvidos. 
E não é diferente com os princípios contratuais 
que, analisados em sua origem, representam 
claramente os valores do Estado liberal (princípios 
clássicos) e valores do Estado social (princípios 
contemporâneos), não sendo, no entanto, 
necessariamente excludentes entre si. 
Princípios 
Clássicos 
Princípios 
Contemporâneos 
Boa-fé 
Objetiva/Probidade 
Justiça contratual 
Dirigismo contratual 
Função Social 
Autonomia Privada 
Pacta Sunt Servanda 
Intangibilidade 
Relatividade dos 
efeitos 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais 
 
Em virtude da constitucionalização do Direito Privado, a liberdade e a autonomia contratual passaram 
a ser pensadas a partir da dignidade da pessoa humana, da solidariedade e da função social. Por isso, 
foi necessária a revisão dos conceitos clássicos contratuais, pensados agora a partir da ótica solidarista 
e personalista. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais 
 
Autonomia privada 
 
Autonomia da vontade e autonomia privada não se confundem: 
A autonomia da vontade decorre da manifestação de liberdade individual, por isso, não exige 
capacidade de fato. Revela-se na liberdade de contratar; 
A autonomia privada decorre do poder de autorregulamentação das partes contratantes, ou 
seja, no poder que as partes possuem de estabelecer os temos contratuais. Exige capacidade de 
fato e revela-se na liberdade contratual. Foi princípio supervalorizado durante o Estado liberal, 
mas que no Estado social acabou sendo mitigado pelo dirigismo contratual; 
 
A autonomia privada é o fundamento da realização de contratos atípicos previsto no 
art. 425, CC. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais 
 
Força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda) 
 
Reconhecido pelo brocardo: “o contrato faz lei entre as partes”. 
Por longo período, foi considerado princípio absoluto o que impedia até as formas mais simples 
de revisão contratual. 
Dava amplo reconhecimento à liberdade contratual (autonomia privada), tendo por 
fundamentos: a liberdade e a igualdade formal, a necessidade de segurança jurídica e a 
intangibilidade dos contratos, a fim de dar garantia à sua utilidade econômica. 
 
É princípio que se justificava no Estado liberal pelo amplo reconhecimento da liberdade 
contratual. Atualmente, sua força foi mitigada pelos princípios contemporâneos, mas, frise-se 
que essa relativização não retira a força vinculante dos contratos, apenas à condiciona a 
observância de outros valores e princípios. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais 
 
Força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda) 
 
Não se pode afirmar a extinção do princípio a partir da adoção da função social dos contratos, 
mas sim, seu redimensionamento a fim de garantir a justiça contratual, preocupando-se na 
conciliação do útil (interesse econômico das partes) e do justo (preocupação com a repercussão 
social das relações contratuais). 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais 
 
Intangibilidade dos contratos 
 
É princípio que decorre do reconhecimento da própria força obrigatória dos contratos. O 
princípio da intangibilidade impedia qualquer forma de intervenção nos contratos, 
independente de estarem as partes e seu conteúdo equilibrados ou não. 
 
Relatividade (subjetiva) dos efeitos dos contratos 
 
Classicamente este princípio reconhecia que os contratos apenas geravam efeitos entre as 
partes contratantes, não atingindo terceiros ou influenciando o meio social. É princípio que se 
refere à eficácia inter partes do contrato. 
 
A partir da massificação das relações contratuais reconheceu-se não só que os contratos podem 
gerar efeitos sociais, mas que também há formas contratuais que produzem efeitos com relação 
a terceiros. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais contemporâneos 
 
A rigidez dos princípios contratuais clássicos e sua inflexibilidade trouxeram grandes desequilíbrios às 
relações contratuais contemporâneas. 
 
Do reconhecimento que os contratos nem sempre firmam-se entre partes economicamente 
equilibradas, de que nem sempre seu conteúdo será integralmente e previamente conhecido, ou de 
que suas cláusulas poderão ser discutidas surgiu um novo leque de princípios que visam assegurar 
equilíbrio entre as partes contratantes, visando a realização da justiça contratual. 
 
Os novos princípios contratuais, somam-se aos princípios clássicos, relativizando-os sob a perspectiva 
da solidariedade e do personalismo. 
 
Os novos princípios buscam “conciliar o novo com o velho, reformar sem destruir, compreendendo 
que à luz do fenômeno da funcionalização da autonomia negocial às exigências constitucionais, o 
contrato será um projeto edificado por três atores: as partes, o legislador e o magistrado” (FARIAS; 
ROSENVALD, 2015, p. 150). 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais contemporâneos 
 
Função social (princípio da socialidade) 
 
Decorre do princípio constitucional da função social da propriedade. 
A função social busca legitimar a liberdade contratual a partir de valores constitucionalmente 
estabelecidos. Busca harmonizar interesses públicos com interesses privados e, por isso, função 
social do contrato apenas se realiza se: 
 
 Respeitar a dignidade da pessoa humana; 
 Reconhecendo as vulnerabilidades, admitira relativização do princípio da igualdade das 
partes contratantes; 
 Contiver como cláusula implícita a boa-fé objetiva; 
 Respeitar o meio ambiente; 
 Respeitar o valor social do trabalho. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais contemporâneos 
 
Função social (princípio da socialidade) 
 
O reconhecimento da função social permite redimensionar o contrato a fim de se garantir 
proteção à pessoa em detrimento da proteção ao patrimônio. 
 
Está expressamente prevista no art. 421, CC e demonstra a preocupação com efeitos dos 
contratos não apenas entre as partes contratantes, mas sim, junto à ordem econômica e social. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais contemporâneos 
 
Boa-fé objetiva (princípio da eticidade) 
 
Ela pode ser: 
 
Subjetiva: é forma de conduta (psicológica) que diz respeito ao estado mental subjetivo 
dos contratantes (estado de ânimo). Cria apenas deveres de conduta moral negativos 
(não prejudicar o outro) uma vez que de concepção exclusivamente moral. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais contemporâneos 
 
Boa-fé objetiva (princípio da eticidade) 
 
Ela pode ser: 
 
Objetiva: é norma de conduta que determina relações de cooperação entre as partes 
contratantes, que devem se conduzir de forma leal e honesta, agindo com retidão. Cria, 
portanto, deveres de conduta positiva (cooperação) e negativa (não lesar a outra parte), 
ou seja, tutela a confiança de quem acreditou no comportamento exteriorizado pela 
outra parte. 
 
É a boa-fé objetiva que está prevista no art. 422, CC ao lado da probidade, ambos os 
princípios aplicáveis a todas as fases do contrato. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais contemporâneos 
 
Boa-fé objetiva (princípio da eticidade) 
 
A boa-fé objetiva também cria o que a doutrina chama de deveres anexos (laterais, secundários, 
instrumentais ou acessórios) que, nas palavras de Teresa Negreiros (1998, p. 440), são “deveres 
que se referem ao exato processamento da relação obrigacional, isto é, à satisfação dos 
interesses globais envolvidos, em atenção a uma identidade finalística, constituindo o complexo 
conteúdo da relação que se unifica funcionalmente”. 
 
São deveres diretamente decorrentes do princípio da boa fé-objetiva que se destinam ao bom 
desempenho da relação contratual, como os deveres de informação, cooperação, 
transparência e sigilo. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais contemporâneos 
 
Probidade 
 
Resulta do confronto entre o comportamento do contratante e o padrão de homem médio leal 
e honesto e, por isso, só pode ser verificada na análise do caso concreto. 
Difere da boa-fé objetiva, pois enquanto esta analisa o comportamento entre as partes 
contratantes; a probidade analisa o comportamento dos sujeitos em relação ao meio social em 
que o contrato foi firmado. 
 
Dirigismo contratual 
 
Decorre da intervenção do Estado nas relações privadas por meio de normas de ordem pública, 
de natureza cogente ou de interesse social. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais contemporâneos 
 
Normas de ordem pública: disciplinam instituições jurídicas fundamentais e tradicionais com o 
objetivo de garantir segurança das relações jurídicas. 
 
Normas cogentes: estabelecem um único sistema de conduta para tutelar interesse social. 
 
Normas de interesse social: disciplinam relações sociais marcadas pela desigualdade entre as 
partes que se relacionam. 
 
O dirigismo revela-se pela regulação do conteúdo do contrato por disposições imperativas. 
Contrato 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
• Princípios contratuais contemporâneos 
 
Justiça contratual 
 
“O princípio da justiça contratual é revelado na composição harmoniosa quanto aos conteúdos 
jurídico e econômico do contrato, com base na equânime proporção entre forças antagônicas e 
na interação entre elementos contratuais de dimensões diferentes” 
(FARIAS; ROSENVALD, 2015, p. 224). 
 
Fruto do solidarismo constitucional permite a realização da igualdade substancial entre as 
partes contratantes. 
Leitura Complementar 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
ASCENSÃO, J. O. A nova teoria contratual. 
Disponível em: 
<http://www.direito.ufmg.br/revista/index.php
/revista/article/viewFile/66/62>. Acesso em 18 
mar. 2016. 
 
FACHIN, L. E.; PIANOVSKI, C. E. A dignidade da 
pessoa humana no direito contemporâneo: 
uma contribuição à crítica da raiz dogmática do 
neopositivismo constitucionalista. Disponível 
em: <http://www.anima-
opet.com.br/pdf/anima5-Conselheiros/Luiz-
Edson-Fachin.pdf>. Acesso em 18 mar. 2016. 
Leitura Complementar 
AULA 1: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
Direito Civil III 
LÔBO, P. L. N. A constitucionalização do direito 
civil. Disponível em: 
<http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/ha
ndle/id/453/r141-08.pdf?sequence=4>. Acesso 
em 18 de mar. 2016. 
 
LÔBO, Paulo. Princípios contratuais. Disponível 
em: http://jus.com.br/artigos/25359/principios-
contratuais 
 
TEPEDINO, G. As relações de consumo e a nova 
teoria contratual. Disponível em: 
<http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/f
iles/anexos/8788-8787-1-PB.pdf>. Acesso em 
18 de mar. 2016. 
CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA 
 
 
Interpretação dos contratos; 
 
Formação dos contratos; 
 
Negociações preliminares; 
 
Oferta; 
 
Aceitação; 
 
Lugar de formação.

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