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Pessoa Jurídica TRJ

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Pessoa Jurídica 
Conceito: entidades às quais a lei atribui personalidade própria, distinta da dos membros 
que compõe, habilitando tal entidade a ser sujeito de direitos e deveres na ordem jurídica. 
Origem sociológica: propósitos comuns [religião, militar, comércio]; 
 
Pouco desenvolvimento no Direito Romano. 
{sodalis datas: organizações religiosas} 
{collegia: corporações profissionais} 
{municipia: estrutura governamental} 
Idade Média: Univeersitas Personarum--> entidade surgida a partir 
de uma reunião de pessoas; 
 Universitas Rerum--> conjunto de bens (vinculado) a 
uma finalidade. 
Relação Jurídica: 
 
P. N a t u r a l Pessoa Jurídica 
SUJEITO A SUJEITO B 
Pressuposto da existência das pessoas jurídicas. 
1) Vontade humana criadora: existe intenção/consciência da(s) pessoa(s) de criar um 
organismo dotado de personalidade própria. Em outras palavras, pessoa jurídica não é 
acidental/casual. [universitas personarum: reunião de pessoas + propósito comum!] 
Ex.: sócios de uma empresa; 
2) Observância das condições formais de criação: personalidade autônoma é um grande 
benefício concedido por lei --> requisitos pra a justiça existir. Registro dos atos 
constitutivos (empresa--> junta comercial); 
3) Liceidade (licitude) de propósitos: LPR 6.015/73, art. 115. 
 
Quanto a natureza jurídica dessas entidades: 
 
Síntese dessas explicações... 3 teorias! 
Página 1
Organizações/
Entidades quase 
descolam dos 
membros 
(pessoas) que as 
constituíram! 
Passam a ter vida 
Diferentes 
justificativas, 
explicações, dadas 
pelos juristas e 
estudiosos do porquê 
essas entidades se 
encontram reguladas 
em lei. 
#1 Temas negativistas: Interesse histórico. Negam que pessoas Jurídicas tenham 
personalidade própria. Ideia desnecessária! 
R. Von Ihering: somática da personalidade dos membros. 
M. Planiol: Pessoa Jurídica => condomínio (cotitularidade de Dto. de Propriedade); 
 (Objetivo comum) (não existe, necessariamente, objetivo comum...). 
Windshedt: P.J. é só um patrimônio aplicado a certa finalidade. 
#2 Teorias ficcionistas: Pessoa Jurídica tem personalidade própria, mas isso é uma ficção 
da lei, a personalidade é uma criação do legislador; ou seja, a pessoa jurídica não tem 
existência real. 
-Teoria da ficção legal, por Savigny. Crítica atual! 
#3 Teoria Realista: a Pessoa Jurídica tem personalidade própria e tem existência real 
(não é uma ficção do legislador). 
 
 
Teoria da Realidade objetiva: Oto Von Gierke, Andreas Von Tuhr; 
 Plena equação entre P.J. e Pessoa Natural; (EXAGERO) 
 Teoria da Realidade Jurídica: Orlando Gomes e Clovis Bevilaqua. Foi uma atenuação da 
teoria anterior. A personalidade autônoma das p.j. nada mais é do que uma solução técnica 
para justificar a existência de tais entidades nos polos de uma relação jurídica (sujeitos do 
direito). 
 TEORIA INSTITUCIONALISTA: Maurice Hauriou (influências do direito canônico) 
 Toda pessoa jurídica teria sempre um caráter 
institucional. Explicação parcial... 
Classificação das Pessoas 
Jurídicas: 
	 Pessoas jurídicas: direito público 
(externo e interno) e privado. 
Pessoas Jurídicas do direito publico externo, 
(CC - Lei nº 10.406), art. 42: São pessoas 
jurídicas de direito público externo os 
Estados estrangeiros e todas as pessoas que 
forem regidas pelo direito internacional 
público. 
Ou seja, organismos regulados pelo direito internacional público. Organismos como: ONU, 
OTAN, FMI… 
Página 2
Direito público: suponhamos o Estado romano, 
o direito público era o direito. 
Ou seja, é o conjunto de normas que disciplina os 
interesses do Estado, seja internamente como em relação 
aos interesses particulares. É o ordenamento jurídico de 
natureza pública e caráter social, que preza pela soberania 
do Estado e a ordem das relações entre a sociedade. 
Direito privado: a disciplina dos cidadãos, 
critério utilitário que o digesto e as institutos 
assentaram como elemento diferenciador. 
Ou seja, se refere ao conjunto de normas jurídicas de 
natureza privada, especificamente toda norma jurídica que 
disciplina a relação entre os particulares.
Pessoas Jurídicas de direito publico externo, (CC - Lei nº 10.406), art. 41 Art. 41. São 
pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas [entidades provisórias]; 
(Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005) 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito 
público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, 
quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. 
Pessoas Jurídicas de direito privado, Art. 44 da Lei nº 10.406 
São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 
2011) (Vigência) 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 
2011) (Vigência) 
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das 
organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou 
registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 
10.825, de 22.12.2003) 
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades 
que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 
22.12.2003) 
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades 
que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 
22.12.2003) 
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei 
específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei 
específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
	 — Quanto as associações, (art. 53 a 61, CCB). 
Art. 53: reunião de pessoas em torno de objetivos não econômicos. 
- os objetivos econômicos —> atividade econômica para produção e/ou comercialização de 
bens ou serviços no mercado consumidor. 
- os objetivos não econômicas —> definição por exclusão. 
 Ex: assistências, recreativas, corporativos. 
Página 3
 
 

Página 4
objetivos formais 
da pessoa jurídica 
consta nos atos 
constitutivos 
existencia fática de 
lucros 
 
jamais é 
vedada
≠
NÃO SE DEVE ANALISAR A 
GERAÇÃO DE LUCROS, MAS 
SIM, O SEU OBJETIVO 
FORMAL! OU SEJA, A NÃO 
GERAÇÃO DE LUCROS.
Constituição da associação: - 1º. Reunião da Assembleia Geral (membros que se 
propõe a criar a associação —> ATA ); 
 - Aprovação dos Estatutos —> Regulamento de como 
a associação vai funcionar; 
 - Registro LRP, Art. 114 (Reg. Civil de P.J.).
Arts. 54 a 61: Esclarecimentos sobre o conteúdo dos Atos constitutivos e funcionamento das 
associações. 
— Denominação, fins, sede, requisitos de ingresso e exclusão de associado, direitos e deveres 
dos associados, fontes de custeio, modo de administração, funcionamento das assembleias 
gerais. —> (quantos as assembleias gerais: órgãos deliberativosmáximos); casos dissolução, 
dissolução, destinação do patrimônio. 
Associações: art. 53, p. único: Não há entre os associados direitos e obrigações recíprocos. 
 Não há entre os associados CONTRATO SOCIAL. (típico das sociedades). 
Os associados aprovam os estatutos (1º assembléia) e levam à registros… 
 
Surgimento de uma 
 associação é um 
 negócio jurídico 
 unilateral 
 A • 
 B • 
 C • 
 D • 
 E • X
Associação 
 (tem personalidade)
Art. 56: caput. a qualidade de associado é intransmissível salvo se o contrário dispuserem 
os estatutos. 
P. Único: Distinção entre: associados quotistas 
 : simplesmente associados 
————————————————————————————————————————————————————————— 
 
Empresa X 

Página 5
Associação 
recreativa dos 
funcionários 
da empresa X
Empresa 
Jurídica 
sem fins 
lucrativos
A• ————-> $ 
B•—————> $ 
C•—————> $ 
D•—————> $ 
E•—————> $ 
ASSOCIADOS QUOTISTAS 
(criou o patrimônio)
FUNCIONÁRIOS:
compra e adaptação do 
local (instalações) do 
centro recreativo 
Nos anos subsequentes, adesão de novos 
associados. Requisito básico para ser um 
associado: ser da empresa X. 
Exemplo: morte do associado E: 
herança para os filhos 
- apartamento; 
- carro; 
- conta bancária; 
- cotas patrimoniais da associação.
Taxa universal de manutenção: 
———> SIMPLESMENTE ASSOCIADOS: 
 (só ajudou a conservar o patrimônio) 
A divisão entre os filhos: Os filhos de E 
quando, por herança, recebem a quota 
patrimonial do associação se tornam 
automaticamente associados? 
• Não, visto que não são necessariamente 
funcionários da empresa.
Art. 55: Os associados deverão 
ter iguais direitos, mas os 
estatutos podem prever 


Página 6
• Previsão expressa nos 
Estatutos. 
Ex.: “sócio” remido do clube. 
(REMISSÃO: Perdão isento de 
pagar a mensalidade da 
conservação).
	 Sociedades: direito de Empresa- art. 966 a 1.195 —> REUNIÃO DE PESSOAS: objetivo econômico formal. 
• o que muda entre associações e sociedades são as finalidades. 
Art. 981: Contrato de sociedade (Não é pessoa jurídica ainda!) 
 {atividade econômica e partilha dos resultados} 
Tipos de Sociedade: art. 982 (Lei 10.406/02) 
	 Art.966: sociedade empresária (atividade econômica) 
 sociedade simples 
Em geral, as sociedades serão empresárias. [meramente comerciais, industriais mercantis] 
• Sociedade simples—> situações especificas de atividade econômica; atividades com acentuado, 
fiscalização e regulamentação (cooperativas — 982, p. único); estatal e, também atividades com 
limitações éticas. 
	 Art. 982 CCB. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto 
o exercício da atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967), e simples, as demais. 
	 P. Único: Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e 
simples, a cooperativa. 
 •Sociedades empresárias—> Registro Público de Empresas Mercantis. [JUNTA COMERCIAL] 
	 	 	 	 Lei 8.934/94 
 •Sociedade simples—> Registro civil de pessoas jurídicas. 
	 	 	 LRP, art. 114 
Observações: 
1) Cooperativas: p.j. atípicas (sui generes) 
 	 CCB, art. 1.093 a 1.096 
 	 Lei 5.764/71—> sociedades civis sem (CONCEITO 
 fins lucrativos!	 ULTRAPASSADO) 
	 Atualmente, 982, P. Único—> sociedades simples.	 
	 Cooperados como “associados”; Registro na Junta Comercial. 
2) Outra classificação das sociedades:’ 
	 sociedades de pessoas: vincula subjetivo dos sócios affection societatis; 
	 sociedades por ações: patrimônio da empresa (capital); 
	 sociedades anônimas: 982, p. único. Lei 6.404/1976. 
3) Empresas públicas e sociedades de economia mista 
	 Administração Publica Indireta: Entidades criadas por lei e controladas pelo Estado tecnicamente 
	 são pessoas jurídicas do direito privado. 
	 	 Estado—> atividade econômica. 
	 •C.F./88; 173, II (Não pode utilizar seu patamar de poder pública para dominar outro 	
	 	 mercado; deve se submeter as mesmas regras submetidas as outras empresas). 
	 Fundações: Art. 62 e 69 
•Pessoas Jurídicas do tipo “universitas rerum”: (conjunto de bens); 
•Patrimônio afetado (aplicado) a uma finalidade NÃO econômica; 
•Lei 13.151/2015 ——-> ALTERAÇÕES 
 
Página 7
Com relação a 
finalidade: assemelha-
se as Associações.
Quanto ao lucro? 
É permitido uma 
Fundação ter lucro! 
Mas não como seu 
objetivo formal!
CC - Lei nº 10.406 de 10 
de Janeiro de 2002 
Institui o Código Civil. 
Art. 41. São pessoas 
jurídicas de direito 
público interno: 
V - as demais entidades 
de caráter público criadas 
por lei.
Art. 62: P. Único—> A fundação somente 
poderá constituir-se para fins de: 
(Redação dada pela Lei 13.151/02) 
FINALIDADE
Criação: 
•testamento (um só instituidor) 
•escritura pública (tabelionato) —> um ou 
mais instituidores! 
•lei= instituidor (art, 41, V; P.Único)= poder 
público 
A LEI NÃO VEDA OU 
PROÍBE O LUCRO, MAS 
NÃO PODE SER O 
OBJETIVO FINAL DE 
UMA FUNDAÇÃO, OU 
ASSOCIAÇÃO!
Art. 62. Para criar uma 
fundação, o seu 
instituidor fará, por 
escritura pública ou 
testamento, dotação 
especial de bens livres, 
especificando o fim a que 
se destina, e declarando, 
se quiser, a maneira de 
administrá-la.
AFETAÇÃO 
PATRIMONIAL
Requisitos: 
• finalidade (definição de natureza não econômica); 
• dotação de bens suficientes => art. 63 bens insuficientes 
[ambos os tópicos se tratam de requisitos exigíveis] 
• modo de administração (parte final caput art.62) “…se quiser…” 
• designação de um grupo de pessoas responsáveis pela 
implantação da fundação (obrigatório). art. 65: As pessoas… 
elaboração dos estatutos e aprovação pelo ministério público. 
[ambos os tópicos se tratam de requisitos facultativos]
art. 66: Valerá pelas fundações o MP… [há fiscalização] 
arts. 67 e 68: Possibilidade de alteração dos estatutos! 
art. 67 se refere aos requisitos (CPC, art. 764): 
 • Aprovação por 2/3 dos gestores (conselho de 
 pessoas e não individual); 
	 • Respeito (preservação) das finalidades origi- 
 nais [finalidades de natureza não econômica]. 
art. 68 garante o direito de impregnação da alteração pela minoria 
vencida. [Deve haver aprovação do Ministério Público]
Art.64: Registrados os atos constitutivos torna-se pessoa jurídica. 
 —> A partir dai a transferência dos bens para o nome da 	 
 fundação é obrigatória e irreversível. 
 O patrimônio deixa de ser da pessoa e passa a ser da 
 fundação. 
 Existência Material/ Formal da Pessoa Jurídica: 
—> Existência FORMAL de uma pessoa jurídica começa com o registro (art. 45) 
—> Em termos ideais 
—> Na prática: surgimento de P.J aparentes (irregulares, sem registro) 
 
—> Gravidade da situação nas Sociedades => {visto que exercem 
	 	 	 	 atividade econômica formal} 
 
—> Proteção de terceiros de boa fé (no geral) 
—> CCB, art. 986 a 996 => sociedades irregulares; 
	 	 	 sociedades não personificadas; 
 sociedades em comum. 
—> Indenização de prejuízos => art.990 
	 Sócios de fato —> responsabilidade solidária; 
—> Pessoa Jurídica FORMAL => Regularmente registrado. 
	 art. 46 Conteúdo Mínimo: 
	 	 - Denominação, fins, sede; 
	 	 - Patrimônio (fundo social); 
	 	 - Qualificação dos instituidores; 
	 	 - Modo de administração; 
	 	 - Reforma dos atos constitutivos; 
	 	 - Casos de dissolução. 
 art. 46 Inciso III: o modo por que se administra e representa a pessoa jurídica.• Quem pratica atos em nome da p.j. são representantes legais dela. 
	 	 • Alusão ao art. 47 o qual obriga a pessoa jurídica os atos praticados pelos 
seus administradores nos limites dos poderes conferidos pelos atos constitutivos. 
	 	 • Dto. Empresarial: Teoria dos órgãos [gestores de uma p.j. são órgãos 
	 	 	 	 	 	 	 	 dela e não representantes] 
 - Quanto a boa fé de terceiros: 
 • Irregularidade na “representação” de uma pessoa jurídica 
[há uma indução em erro sobre quem seja o verdadeiro 
administrador da pessoa jurídica] 
	 • Teoria da aparência- instituto pelo qual se desconsideram 
(se contornam) eventuais irregularidades na “representação” de 
uma pessoa jurídica, como forma de proteger a boa fé de terceiros 
que com ela negociam. 
– Inciso V, (art. 46): Se os membros respondem ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
da pessoa jurídica; – Texto precário: Atualmente, na generalidade dos casos, a 
responsabilidade dos sócios é uma imposição legal.

Página 8
Aparentes 
(irregulares) 
A palavra
“representante”
sugere impropriedade, 
embora usual. 
Enfoque: 
•Sociedades (atividade 
economica formal) 
Conceito de responsabilidade 
civil. O patrimônio, o bem do 
devedor é a garantia genérica do 
cumprimento de suas obrigações. 
Risco de perder os bens (processo 
de execução). 
•CCB, art. 391 e CPC, art. 798
 
 
Pessoa Jurídica (inciso V- art. 46) 
=> Responsabilidade dos sócios 
=> Responsabilidade civil (bens do devedor garantem o cumprimento das obrigações) 
 CCB, art. 391 — CPC, art. 789 
- Sociedade irregular (em comum) 
- Falta de registro —> Responsabilidade pessoa e limitada dos sócios (art.990) 
- Sociedade regularmente constituída (registro) 
Há uma Regra Geral presente no art. 1024, CCB (Lei nº 10.406, 10 de Janeiro de 2002): 
 Da sociedade personificada => Os bens particulares dos sócios não podem ser 
executados por dividas da sociedade, senão depois executados os bens sociais. 
Quanto as Exceções: 
	 1) art. 1016: Responsabilidade pessoal dos administradores de uma p.j. (sócios ou 
não); por atos culposos praticados na gestão. 
	 CULPA: culpa escrita (negligência, impudência, imperícia) + dolo (intenção/
premeditação) 
	 2) Direito Tributário: CNT — Lei 5.172/66, arts. 134/135 
	 - Dívidas tributárias da P.J. 
	 - Responsabilidade pessoal dos sócios e administradores 
	 3) Teoria da desconsideração da P.J. 
	 - origem EUA (Rolf Serick - empresas): Fachada de empresa para acobertar atos 
ilícitos. Os 	 juízes desconsideravam a autonomia da P.J., patrimônio pessoal dos sócios. 
	 — Obra de Rubens Reg. -> Palestra 1964 (RT. 410/ 1255) 
	 Teoria da desconsideração —> ≠ de despersonificação 
	 - assimilação no dto. brasileiro 
	 - jurisprudência- doutrina.	 
	 Concepções em torno da aplicação da desconsideração 
Teoria Maior: para aplicar a desconsideração; requisito especifico: 
	 —> objetiva: desvio de finalidade/ confusão patrimonial; 
	 —> subjetiva: a intenção de sócios ou administradores usarem a pessoa jurídica com 
objetivos fraudulentos. {CULPA GRAVE} 
Teoria Menor: sempre que a autonomia da p.j. representar obstáculos ou dificuldades para 
os credores conseguirem receber o que lhes é devido, aplica-se a Teoria da desconsideração! 
Página 9
Com relação às sociedades e a responsabilidade civil: 
	 	 	 Sócio A —————> patrimônio 
	 	 	 	 	 pessoal A 
	 	 	 Sócio B —————> patrimônio 
	 	 	 	 	 pessoal B 
	 	 	 Sócio C —————> patrimônio 	 
	 	 	 	 	 pessoal C 
Empresa Y 
(personalidade 
autônoma)
Patrimônio Y 
(patrimônio próprio)
 Responsável! 
Previsão Legislativa: Código de Defesa Do Consumidor - Lei 8.078/90 
Distinção: Resp. Civil Subjetiva 
	 Resp. Civil Objetiva 
Responsabilidade Civil Subjetiva: se fundamenta em prova de culpa do devedor (art. 186) 
	 	 	 	 	 	 	 (culpa estrita (negligencia, imprudência, 
	 	 	 	 	 	 	 	 imperícia); dolo como intenção)	 
	 	 	 	 	 	 	 —> Descumprimento de contratos 
Responsabilidade civil objetiva: ela nao se fundamenta em prova de culpa, mas sim no risco 
	 	 	 	 de certas atividades. 
CCB, art. 927, p. único —> Teoria do Risco criado, como concederia da energia elétrica, e 
transporte de passageiros; ou seja, danos causados ao particular a responsabilidade é 
objetiva.) 
1) Atividade empresarial: — art. 931 
Danos causados pelos produtos postos em circulação. 
CDC, Lei 8.078/90, art. 12, 13 e 14 
2) Pessoas jurídicas de dto. público interno (art. 41) 
• Art. 37 § 6º, CF/88 = Art. 43, CCB 
EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO: 
(não há como extinguir sem o pagamento de dívidas) 
Dissolução da pessoa jurídica (art.51) —> Liquidação 
§1º averbação do ato da dissolução no Registro 
(o que esta no meio disso chama-se = liquidação) 
§3º cancelamento dos atos constitutivos 
Associações - art. 61 (são liquidadas) 
- pagamento de dividas; 
- patrimônio remanescente; 
- devolução aos associados — quotistas do valor das respectivas quotas; 
- devolução aos simplesmente associados das contribuições que tiverem feito; 
- bens restantes: incorporação a outra entidade de fins semelhantes… (previsão 
estatutária e decisão da assembleia geral). 
Fundações - art. 69 (são liquidadas) 
- sempre uma decisão judicial (CPC, art. 765); 
- casos de ilicitude, impossibilidade (insolvência), inutilidade, término do prazo (fundação 
temporária); 
- pagamento de dividas; 
- se existir patrimonio restante; 
Página 10
Encadeamento de atos (às vezes administrativos, às vezes 
judiciais), preparatórios do cancelamento dos atos constitutivos, 
para que o desaparecimento da p.j. não cause prejuízos a 
terceiros. 
- levantamento contábil; 
- conclusão de negócios pendentes; 
- incorporação a outra entidade de fins semelhantes; 
- cuidado= “se outra coisa não dispuser o Estatuto”. 
Sociedades - art. 1.033 e 1.034 (ocorre dissolução) 
3 tipos: - convencional; 
	 - legal; 
	 - administrativa. 
	 
1) dissolução convencional — 1.033, II: Consenso unânime de sócios 
2) dissolução legal — pedir a dissolução das sociedades é uma prerrogativa de qualquer 
sócio mesmo que não haja consenso 
 - 1.033, I: possibilidade de prorrogação (termino do prazo); 
 - 1.033, II: decisão dos sócios por maioria absoluta; 
 - 1.033, IV: falta de pluralidade de sócio não constituída no prazo de 180 dias. 
	 Exaurimento ou inexequibilidade [que não pode-se mais executar]. 
• anulação dos atos constitutivos. 
 3) dissolução administrativa: art. 1.033, V. 
 
Dissolução das sociedades	 	- convencional; 
	 	 	 	 	- legal; 
	 	 	 	 	- administrativa. 
D isso lução parc ia l das sociedades: art 1.028 a 1.032. 
	 - Resolução da sociedade em relação a um sócio; 
	 - Retirada de sócio dissidente p.j. —> sócios remanescentes. 
Art. 52: - Direitos da personalidade 
	 - Pessoas Jurídicas 
- Direito ao nome; ao sigilo das comunicações; a honra 
objetiva (credibilidade); 
Súmula 227/STJ —> Pessoa Jurídica pode sofrer dano 
moral. 
SINTESE:
ESPÉCIES DE PESSOAS JURÍDICAS 
O Código Civil afirma que existem dois grupos de pessoas jurídicas: 
1) Pessoas jurídicas De direito PÚBLICO 
As pessoas jurídicas de direito público dividem-se em: 
1.1) Pessoas de direito público INTERNO: 
• União, Estados, Distrito Federal, Municípios e Territórios; 
• as autarquias (incluindo as associações públicas); 
• as demais entidades de caráter público criadas por lei. Ex: fundações públicas. 
1.2) Pessoas de direito público EXTERNO: 
• Estados estrangeiros. Exs: Alemanha, EUA. 
• Pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Exs:ONU, OIT, Santa Sé. 
2) Pessoas jurídicas De direito PRIVADO 
São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações;II - as sociedades (simples ou empresárias); 
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Súmula é o resumo de 
vários julgamentos de 
um tribunal sobre 
determinada matéria, 
quando as decisões são 
no mesmo sentido.
III - as fundações; 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos; 
VI - as EIRELI (empresas individuais de responsabilidade limitada). 
Obs: a doutrina afirma que esse rol, previsto no art. 44 do CC, é exemplificativo, podendo ser 
reconhecidas outras pessoas jurídicas de direito privado (enunciado 144 da Jornada de Direito 
Civil). 
FUNDAÇÕES PRIVADAS 
Espécies de fundações 
Existem duas espécies de fundações: 
a) Fundações PÚBLICAS (fundações governamentais): 
- São classificadas como pessoas jurídicas de direito público. 
- São instituídas pela Administração Pública e estudadas no Direito Administrativo. 
- Desempenham atividades de caráter social, como assistência social, assistência médica e 
hospitalar, educação e ensino, pesquisa, atividades culturais etc. Não podem desenvolver 
atividades industriais ou econômicas. 
- Integram a Administração Pública indireta. 
- A fundação pública pode ser instituída pela Administração com natureza jurídica de direito 
público ou privado. Se tiverem natureza de direito público serão consideradas uma espécie de 
autarquia (fundação autárquica). 
- Se forem de direito público, são criadas diretamente pela lei. 
- Se forem de direito privado, a lei apenas autoriza a sua instituição e será necessário que o Poder 
Público registre seu estatuto no Registro Civil de Pessoas Jurídicas para que adquiram 
personalidade jurídica. 
- Exemplos de fundações públicas de direito público: Fundação Nacional do Índio (FUNAI), 
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Nacional de Saúde 
(FUNASA) etc. 
- Exemplo de fundação pública de direito privado: Fundação Padre Anchieta (fundação instituída 
pelo Estado de São Paulo e responsável pela TV Cultura). 
b) Fundações PRIVADAS 
A fundação privada é... 
- uma pessoa jurídica de direito privado 
- criada por iniciativa de um particular (um grupo de particulares) 
- que decide separar um patrimônio (dinheiro, imóveis etc.) 
- e destiná-lo (afetá-lo) para que seja utilizado 
- na realização de determinada finalidade de interesse coletivo. 
Ex: João, indivíduo milionário, decide instituir uma fundação para ajudar crianças carentes 
(assistência social). Para isso, ele vai até um cartório de Tabelionato de Notas e, por meio de 
escritura pública, doa R$ 5 milhões para custear a fundação (é chamado de dotação especial de 
bens livres). Em seguida, o próprio instituidor, ou alguém a seu pedido, elabora o estatuto da 
fundação especificando o fim a que se destina e a maneira de administrá-la. Esse estatuto é 
submetido à análise do Ministério Público, que poderá aprová-lo ou não. Imaginemos que o MP 
aprovou. A partir daí, o estatuto é registrado no cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas 
(RCPJ) e a fundação passa a ter existência legal. 
A Lei n.º 13.151/2015 altera algumas regras sobre as FUNDAÇÕES PRIVADAS conforme veremos 
abaixo. 
FINALIDADES DAS FUNDAÇÕES PRIVADAS 
A fundação privada pode ser instituída para o desempenho de quais finalidades? 
O parágrafo único do art. 62 do Código Civil prevê as finalidades para as quais a fundação pode ser 
instituída. 
A Lei n.º 13.151/2015 alterou esse dispositivo aumentando o rol de finalidades permitidas. 
Vejamos: 
FINALIDADES DAS FUNDAÇÕES PRIVADAS 
Antes da Lei 13.151/2015 
Art. 62 (...) 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais 
ou de assistência. 
ATUALMENTE 
Art. 62 (...) 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: 
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I – assistência social; 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento 
sustentável; 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de 
sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e 
científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; 
IX – atividades religiosas; 
A alteração representou uma grande inovação jurídica? 
NÃO. Isso porque a doutrina, mesmo antes da Lei n.º 13.151/2015, já afirmava que o rol do 
parágrafo único do art. 62 do CC era exemplificativo. Assim, sempre se entendeu que a fundação 
poderia ser instituída para o exercício das atividades agora previstas na nova redação do 
dispositivo. Existiam, inclusive, dois enunciados das Jornadas de Direito Civil nesse sentido: 
Enunciado 8 – Art. 62, parágrafo único: a constituição de fundação para fins científicos, 
educacionais ou de promoção do meio ambiente está compreendida no CC, art. 62, parágrafo 
único. 
Enunciado 9 – Art. 62, parágrafo único: o art. 62, parágrafo único, deve ser interpretado de 
modo a excluir apenas as fundações com fins lucrativos. 
Desse modo, a alteração foi interessante como uma forma de deixar expressa essa possibilidade. No 
entanto, como já dito, representa apenas a consagração de algo que já era pacífico na doutrina. 
É possível a instituição de fundação privada para o desempenho de atividades de 
“habitação de interesse social”? 
Penso que essa pergunta pode ser feita em provas objetivas de concurso e a resposta deverá ser 
NÃO. Explico. Repare que a nova redação do parágrafo único do art. 62 termina no inciso IX. No 
entanto, a Lei n.º 13.151/2015 previa a existência do inciso X dizendo que a fundação poderia ser 
instituída para fins de “X - habitação de interesse social.” 
Esse inciso X foi vetado pela Presidente da República sob o seguinte argumento: 
“Da forma como previsto, tal acréscimo de finalidade poderia resultar na participação ampla de 
fundações no setor de habitação. Essa extensão ofenderia o princípio da isonomia tributária e 
distorceria a concorrência nesse segmento, ao permitir que fundações concorressem, em ambiente 
assimétrico, com empresas privadas, submetidas a regime jurídico diverso.” 
A preocupação da Presidente foi a de que pessoas jurídicas fossem criadas sob a roupagem de 
“fundação” e desempenhassem atividades de habitação concorrendo com sociedades empresárias 
em vantagem competitiva já que as fundações gozam de alguns privilégios. 
Em provas objetivas de concurso público, o examinador poderá perguntar quais são as finalidades 
possíveis das fundações e colocar, dentre as alternativas, a frase “habitação de interesse social”. 
Neste caso, esta alternativa estará incorreta porque a questão estará querendo saber apenas o texto 
literal do Código Civil. 
FISCALIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES PRIVADAS 
Quem fiscaliza o funcionamento das fundações privadas? 
O Ministério Público estadual. Depois de criada, as fundações serão fiscalizadas pelo Ministério 
Público do Estado onde situadas. Isso está previsto no caput do art. 66 do CC: 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
O caput do art. 66 fala em Ministério Público do Estado. E se a fundação estiver 
situada no Distrito Federal, quem irá fiscalizá-la? Quem vela pelas fundações 
localizadas no DF? 
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). 
A Lei n.º 13.151/2015 alterou o § 1º do art. 66 do CC com o objetivo de deixar isso expresso no texto 
do Código. Comparemos: 
QUEM FISCALIZA AS FUNDAÇÕES SITUADAS NO DF? 
Redação do CC antes da Lei 13.151/2015 
Art. 66 (...) 
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao Ministério 
Público Federal. 
REDAÇÃO ATUAL 
Art. 66 (...) 
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§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério 
Público do DistritoFederal e Territórios. 
A alteração representou uma grande inovação jurídica? Antes da Lei n.º 
13.151/2015 quem fiscalizava as fundações localizadas no DF? 
NÃO. A alteração não representou inovação jurídica. Mesmo antes da Lei n.º 13.151/2015 quem 
fiscalizava as fundações localizadas no DF já era o Ministério Público do Distrito Federal (e não o 
Ministério Público Federal). 
Mas no quadro aí em cima está escrito que o § 1º do art. 66, antes da Lei n.º 
13.151/2015, mencionava o Ministério Público Federal... 
Vamos com calma. O § 1º do art. 66 do Código Civil, em sua redação original, afirmava que as 
fundações localizadas no DF seriam fiscalizadas pelo Ministério Público Federal. Ocorre que isso 
não tinha nenhuma razão lógica, considerando que o DF possui autonomia política e 
administrativa em relação à União e quem é o responsável pela atuação no DF em temas 
“estaduais” é o Ministério Público do Distrito Federal (e não o MPF). 
Com base nisso, tão logo o CC foi aprovado, ainda em 2002, foi proposta uma ADI contra esse § 1º 
do art. 66. 
O STF julgou a ação procedente e declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 66 do CC, 
afirmando que a atribuição de fiscalizar as fundações privadas localizadas no DF é do MPDFT. 
O MPF possui a atribuição de velar pelas fundações federais, funcionem, ou não, no Distrito 
Federal ou nos eventuais Territórios. 
(STF. Plenário. ADI 2794, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgado em 14/12/2006) 
Desse modo, por isso, mesmo antes da alteração da Lei n.º 13.151/2015, por força de decisão do 
STF, a atribuição para fiscalizar as fundações privadas localizadas no DF já era do MPDFT. 
Veja como o tema foi cobrado em prova: 
(Procurador Federal AGU 2007 CESPE) De acordo com o STF, cabe ao Ministério Público do 
Distrito Federal e Territórios velar pelas fundações públicas e de direito privado em funcionamento 
no DF, sem prejuízo da atribuição, ao Ministério Público Federal, da veladura das fundações 
federais de direito público que funcionem, ou não, no DF ou nos eventuais territórios. (CERTO) 
A Lei n.º 13.151/2015 corrige a falha do Código Civil e se adequa ao que foi decidido pelo STF, 
deixando claro que se a fundação privada funcionar no Distrito Federal ou em Território caberá o 
encargo ao MPDFT. 
E se a fundação abranger mais de um Estado/DF? Se ela funcionar em dois, três, 
quatro Estados/DF, quem fiscaliza? 
Se as atividades da fundação se estenderem por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um 
deles, ao respectivo Ministério Público (§ 2º do art. 66). Ex: fundação “Leia Livros” atua em SP, RJ 
e DF. O MPSP irá fiscalizar as atividades dessa fundação em SP, o MPRJ no RJ e o MPDFT no DF. 
Veja como o tema já foi cobrado em prova: 
(Procurador Federal AGU 2007 CESPE) Se uma fundação estender suas atividades por mais de um 
estado, independentemente de ser federal ou estadual, sua veladura caberá ao Ministério Público 
Federal. (ERRADO) 
Obs: esse art. 66 do CC não exclui (não impede) que o MPF fiscalize as fundações públicas que 
forem instituídas pela Administração Pública federal ou que recebam recursos federais. Uma coisa 
não tem nada a ver com a outra. Nesse sentido: 
Enunciado 147 – Art. 66: A expressão “por mais de um Estado”, contida no § 2o do art. 66, não 
exclui o Distrito Federal e os Territórios. A atribuição de velar pelas fundações, prevista no art. 
66 e seus parágrafos, ao MP local – isto é, dos Estados, DF e Territórios onde situadas – não 
exclui a necessidade de fiscalização de tais pessoas jurídicas pelo MPF, quando se tratar de 
fundações instituídas ou mantidas pela União, autarquia ou empresa pública federal, ou que 
destas recebam verbas, nos termos da Constituição, da LC n. 75/93 e da Lei de Improbidade. 
ALTERAÇÕES NO ESTATUTO DA FUNDAÇÃO 
As fundações são regidas por um ESTATUTO, que é aprovado pelo Ministério Público e 
posteriormente registrado no cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
Depois de registrado, esse estatuto só poderá ser alterado se cumpridas algumas formalidades. 
Para se alterar o estatuto da fundação é necessário que: 
a) haja a deliberação de 2/3 das pessoas competentes para gerir e representar a fundação; 
b) a mudança não contrarie ou desvirtue a finalidade da fundação; 
c) o Ministério Público aprove essa mudança (se este negar, o juiz pode supri-la, a requerimento). 
Existe algum prazo máximo para que o MP analise a proposta de mudança do 
estatuto? 
45 dias. Esse prazo foi acrescentado pela Lei n.º 13.151/2015: 
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PRAZO PARA QUE O MP ANALISE A PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO ESTATUTO 
Antes da Lei 13.151/2015: Não havia prazo. 
ATUALMENTE: 45 dias. 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DE FUNDAÇÕES QUE SE CARACTERIZEM COMO 
ENTIDADES EDUCACIONAIS E ASSISTENCIAIS 
O art. 150, VI, c da CF/88 prevê que as “instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos” gozam de imunidade tributária quanto aos impostos, desde que atendidos os requisitos 
previstos na lei. Vejamos a redação do dispositivo constitucional: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
VI — instituir impostos sobre: 
C) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
Algumas fundações privadas podem se incluir nesse conceito de instituições de educação e de 
assistência social e, com isso, gozarem de imunidade tributária. Para isso, no entanto, precisam 
cumprir os requisitos previstos em lei. 
Requisitos gerais previstos no art. 14 do CTN 
Para gozarem da imunidade, as entidades devem obedecer aos seguintes requisitos elencados no 
art. 14 do CTN: 
a) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
b) aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos 
institucionais; 
c) manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes 
de assegurar sua exatidão. 
Sem fins lucrativos 
Tais entidades podem e devem ter superávit, até para que consigam se manter e ampliar o 
atendimento dos fins sociais propugnados. O que não podem é visar ao lucro. Se houver resultado 
positivo (superávit), este deverá ser reaplicado na própria instituição e em suas finalidades 
institucionais. 
Não se pode confundir também a apropriação particular do lucro (o que é proibido) com a 
permitida e natural remuneração dos diretores e administradores da entidade imune, como 
contraprestação pelos seus trabalhos. 
A remuneração não pode ser proibida, desde que ela represente com fidelidade e coerência a 
contraprestação dos serviços profissionais executados, por meio de pagamento razoável ao diretor 
ou administrador da entidade, sem dar azo a uma distribuição disfarçada de lucros. Portanto, 
admite-se salário, desde que a preço de mercado e sem benefícios indiretos. 
Lei n.º 9.532/97 
Além dos requisitos previstos no art. 14 do CTN, se a fundação quiser ter imunidade de impostos 
federais deverá observar as regras da Lei n.º 9.532/97 que, em seu art. 12, prevê o seguinte: 
Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea c, da Constituição, considera-se 
imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais 
houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter 
complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos. 
No § 2º do art. 12 da Lei n.º 9.532/97 são elencados alguns requisitos que devem ser preenchidos 
pela entidade para gozar da imunidade. Veja: 
§ 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a 
atender aos seguintes requisitos: 
(...) 
A Lei n.º 13.151/2015alterou alínea a do § 2º do art. 12 prevendo a possibilidade de serem pagos 
salários aos dirigentes das entidades sem que, com isso, elas percam a imunidade. Confira: 
ALTERAÇÃO NA LEI 9.532/97 
Antes da Lei 13.151/2015 
Art. 12 (...) 
§ 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a 
atender aos seguintes requisitos: 
A) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; 
ATUALMENTE 
Art. 12 (...) 
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§ 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a 
atender aos seguintes requisitos: 
A) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados, exceto no caso 
de associações assistenciais ou fundações, sem fins lucrativos, cujos dirigentes 
poderão ser remunerados, desde que atuem efetivamente na gestão executiva, 
respeitados como limites máximos os valores praticados pelo mercado na região 
correspondente à sua área de atuação, devendo seu valor ser fixado pelo órgão de 
deliberação superior da entidade, registrado em ata, com comunicação ao 
Ministério Público, no caso das fundações; 
A mudança proposta é salutar considerando que, conforme já explicado, não há razão que 
justifique a proibição de que os dirigentes de fundações recebam remuneração. Esta é importante 
até para que eles possam se dedicar de forma exclusiva aos serviços da entidade. O que não se pode 
permitir é que tal remuneração seja exorbitante a ponto de ficar caracterizada uma burla e uma 
forma de lucrar com a fundação como se essa fosse uma empresa. 
FUNDAÇÕES DECLARADAS COMO SENDO DE UTILIDADE PÚBLICA E 
REMUNERAÇÃO DE SEUS DIRIGENTES 
As fundações privadas podem ser declaradas como sendo de utilidade pública. 
O título de utilidade pública é o reconhecimento conferido pelo Poder Público aos relevantes 
serviços prestados pelas associações e fundações privadas, que servem desinteressadamente à 
sociedade. 
Essa qualificação de “utilidade pública” pode ser dada tanto pela União, como pelos Estados e 
Municípios. Cada ente tem a sua legislação na qual especifica os requisitos necessários para que a 
fundação possa receber o título. 
No âmbito federal, o título de “Utilidade Pública Federal” (UPF) é concedido pelo Ministro da 
Justiça (Decreto 3.415/2000) e os requisitos para que as fundações possam ser enquadradas como 
tal estão previstos no art. 1º da Lei n.º 91/1935. 
O art. 1º, c, da Lei n.º 91/1935 previa que se os dirigentes ou conselheiros da fundação recebessem 
remuneração, esta não poderia ser reconhecida como de “utilidade pública”. A Lei n.º 13.151/2015 
altera essa regra e estabelece a possibilidade de serem pagos salários desde que respeitados alguns 
parâmetros. Confira: 
ALTERAÇÃO NA LEI 91/1935 
Antes da Lei 13.151/2015 
Art. 1º As sociedades civis, as associações e as fundações constituidas no paiz com o fim exclusivo 
de servir desinteressadamente á collectividade podem ser declaradas de utilidade pública, 
provados os seguintes requisitos: 
(...) 
C) que os cargos de sua diretoria, conselhos fiscais, deliberativos ou consultivos não são 
remunerados. 
ATUALMENTE 
Art. 1º As sociedades civis, as associações e as fundações constituidas no paiz com o fim exclusivo 
de servir desinteressadamente á collectividade podem ser declaradas de utilidade pública, 
provados os seguintes requisitos: 
(...) 
C) que os cargos de sua diretoria, conselhos fiscais, deliberativos ou consultivos não são 
remunerados, exceto no caso de associações assistenciais ou fundações, sem fins 
lucrativos, cujos dirigentes poderão ser remunerados, desde que atuem 
efetivamente na gestão executiva, respeitados como limites máximos os valores 
praticados pelo mercado na região correspondente à sua área de atuação, devendo 
seu valor ser fixado pelo órgão de deliberação superior da entidade, registrado em 
ata, com comunicação ao Ministério Público, no caso das fundações. 
FUNDAÇÕES RECONHECIDAS COMO ENTIDADES BENEFICENTES E 
REMUNERAÇÃO DE SEUS DIRIGENTES 
As fundações privadas (e outras entidades sem fins lucrativos) que realizem atividades de 
assistência social, saúde ou educação, poderão ser reconhecidas como “entidades beneficentes de 
assistência social”. 
A fundação certificada como “entidade beneficente” e que cumprir os demais requisitos previstos 
no art. 29 da Lei n.º 12.101/2009 gozará de ISENÇÃO do pagamento das contribuições 
previdenciárias de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212/91. 
Vale ressaltar novamente que, além de conseguirem o certificado de entidade beneficente, as 
entidades deverão cumprir alguns requisitos previstos no art. 29 da Lei n.º 12.101/2009. 
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Se os dirigentes da fundação recebessem remuneração, em regra, esta não poderia ter direito à 
isenção das contribuições previdenciárias. Isso estava previsto no art. 29, inciso I c/c § 1º, I, da Lei 
n.º 12.101/2009. A Lei n.º 13.151/2015 alterou essa regra. Vejamos: 
ALTERAÇÃO NA LEI 12.101/2009 
Antes da Lei 13.151/2015 
Art. 29. A entidade beneficente certificada na forma do Capítulo II fará jus à isenção do 
pagamento das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 
1991, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos: 
I - não percebam, seus dirigentes estatutários, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, 
remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em 
razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos 
constitutivos; 
(...) 
§ 1º A exigência a que se refere o inciso I do caput não impede: 
I - a remuneração aos diretores não estatutários que tenham vínculo empregatício; 
II - a remuneração aos dirigentes estatutários, desde que recebam remuneração inferior, em seu 
valor bruto, a 70% (setenta por cento) do limite estabelecido para a remuneração de servidores 
do Poder Executivo federal. 
ATUALMENTE 
Art. 29. A entidade beneficente certificada na forma do Capítulo II fará jus à isenção do 
pagamento das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 
1991, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos: 
I - não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores remuneração, 
vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das 
competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos 
constitutivos, exceto no caso de associações assistenciais ou fundações, sem fins 
lucrativos, cujos dirigentes poderão ser remunerados, desde que atuem 
efetivamente na gestão executiva, respeitados como limites máximos os valores 
praticados pelo mercado na região correspondente à sua área de atuação, devendo 
seu valor ser fixado pelo órgão de deliberação superior da entidade, registrado em 
ata, com comunicação ao Ministério Público, no caso das fundações; 
O § 1º do art. 29 da Lei n.º Lei n.º 12.101/2009 continua em vigor e não foi alterado pela Lei n.º 
13.151/2015, o que poderá gerar dúvidas porque a nova redação do inciso I do art. 29 é mais ampla 
e permissiva que esse § 1º. O ideal seria que o § 1º tivesse sido revogado. 
Bem, essas são as principais alterações operadas pela novidade legislativa aprovada hoje. 
A Lei n.º 13.151/2015 não possui vacatio legis e já se encontra em vigor. 
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