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JURISDIÇÃO CONSTITUICIONAL AV1

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JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL 
AÇÕES CONSTITUCIONAIS: MANDADO DE INJUNÇÃO E AÇÃO POPULAR
AÇÃO POPULAR - art. 5º, LXXIII, da CF e Lei n.º 4.171/65
- conceito: ação constitucional de natureza civil posta à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio federal, estadual ou municipal, ou ao patrimônio de autarquias, entidades paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com dinheiro público. Popular – deriva da natureza impessoal do interesse defendido, da coisa do povo.
- Além do patrimônio público, protege também a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico cultural.
- Trata-se de instrumento de exercício direto da soberania popular.
- Legitimidade ativa: só pode ser proposta por cidadão brasileiro (titularidade e gozo plenos dos direitos políticos) – exceção: cidadão português sob a égide do estatuto da reciprocidade (art. 12, parágrafo 1º, CRFB). Não cabe impetração de AP por pessoa jurídica. Qualquer cidadão pode atuar como litisconsorte do autor popular.
- Objeto da ação: é combate ao ato ilegal e lesivo ao patrimônio público, não se exigindo esgotamento de todos os meios administrativos e jurídicos de prevenção ou repressão aos atos ilegais ou imorais lesivos ao patrimônio público.
- Ato ilegal ou imoral deve ser ao mesmo tempo lesivo – a lesividade deve se cumular com a ilegalidade/imoralidade do ato.
- Legitimidade passiva: litisconsórcio necessário entre entidade lesada, os autores e responsáveis pelo ato e os beneficiários do mesmo. Arts. 6º e 7º, I, Lei 4717/1965.
- Ministério Público é parte sempre - é parte autônoma, só não pode defender o ato. Deve obrigatoriamente acompanhar a ação e a produção probatória, bem como promover a responsabilidade civil, criminal e administrativa dos responsáveis, assim como pode promover a execução da sentença condenatória. Pode ainda assumir o polo ativo e continuar a ação em caso de desistência do autor popular, bem como pode ou não interpor recurso das decisões proferidas.
- Fins da ação: preventivo, repressivo e supletivo.
- Competência: é determinada pela origem do ato impugnado, aplicando-se as regras normais (constitucionais e legais) de competência.
- Procedimento: segue o rito ordinário com algumas adaptações previstas na Lei 4717/1965.
- Liminar: é possível. Se concedida cabe agravo de instrumento, correição parcial e mandado de segurança. Se negada cabe agravo de instrumento.
- Sentença: se procedente o pedido, o juiz deverá decretar a invalidade do ato, a condenação ao ressarcimento de perdas e danos por parte dos responsáveis, pelos atos praticados com dolo ou culpa. Art. 11, Lei 4717/1965. O autor vencido é isento de custas.
Se a ação popular for julgada improcedente por ser infundada, o ato permanece válido, porém, se a mesma decorrer de insuficiência probatória, apesar da manutenção de validade do ato, a decisão de mérito não terá eficácia de coisa julgada erga omnes, havendo, assim, a possibilidade de ajuizamento de nova ação popular com o mesmo objeto e fundamento.
Em ambos os casos, ficará o autor popular isento de custas e do ônus da sucumbência, salvo comprovada má-fé.
Natureza jurídica da ação é desconstitutiva e condenatória ao mesmo tempo. A sentença de improcedência tem natureza meramente declaratória.
- Coisa julgada: art. 18, Lei 4717/1965.
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AÇÕES CONSTITUCIONAIS: HABEAS CORPUS, MANDADO DE SEGURANÇA, HABEAS DATA. DIREITO DE PETIÇÃO
HABEAS CORPUS - art. 5º, LXVIII, da CF. Conceito: ação penal de natureza constitucional, cuja finalidade é prevenir ou sanar a ocorrência de violência ou coação na liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
- Sujeito ativo: Impetrante: qualquer pessoa, homem, mulher, maior, menor, capaz, incapaz, nacional, estrangeiro, não exigindo sequer que tenha capacidade postulatória (não é necessário advogado para impetrar habeas corpus). Pode ser impetrado em favor de terceiro (paciente) – neste caso, pode ser impetrado por pessoa jurídica. Pode ser impetrado pelo Ministério Público.
- Sujeito passivo: contra ato de qualquer agente, no exercício de função pública (coator). Assim, sempre que alguém atuar em nome do Estado e, nesta qualidade, constranger ilegalmente a liberdade de outrem cabe HC.
A Constituição não excluiu a possibilidade de habeas corpus contra ato de particular, há controvérsia doutrinária sobre o tema, mas há tendência majoritária na doutrina e jurisprudência em admitir o cabimento contra ato de particular (ex: retenção de paciente em hospital particular, em que se encontra internado até que seja paga a conta, e também de trabalhador em imóvel rural para pagamento de eventuais dívidas).
- Espécies: preventivo e liberatório: O "habeas corpus" preventivo é aquele impetrado quando existe uma ameaça ao direito de ir e vir de uma pessoa.
- Súmulas do STF: 690 a 695.
Por outro lado, o "habeas corpus" liberatório é utilizado quando a pessoa já sofreu violação ao seu direito de locomoção. Quando o "habeas corpus" preventivo for concedido será expedido salvo-conduto, que visa impedir a prisão ou detenção pelos motivos que ensejaram a impetração. Art. 648 do Código de Processo Penal.
Nada impede que possa ser expedida liminar em habeas corpus, até porque, a lei não admite, mas também não proíbe. O deferimento da liminar pode versar tanto em caráter preventivo, quanto liberatório. É o trajeto com o objetivo de proteger e satisfazer, através de uma sentença, visando impedir a demora da decisão final para que não ocorra um processo sem efeito.
- Competência originária: arts. 102, I, alíneas d e i; 105, I, c; 108, I, d; 109, VII; todos da Constituição da República. Justiça Estadual:
Constituição Estadual e Lei de Organização Judiciária. Competência recursal: Se a ordem impetrada perante o juiz singular for denegada, o interessado poderá interpor recurso em sentido estrito, conforme disposto no art. 581, X, do CPP (tal recurso depende de capacidade postulatória); ou impetrar outro "habeas corpus" diretamente no Tribunal competente. Já se a ordem for denegada por Juiz Eleitoral, o interessado poderá apenas interpor o recurso em sentido estrito, com fundamento no art. 581, X, do CPP (art, 364 do Código Eleitoral). Entretanto, se a denegação partir do Tribunal Regional Eleitoral, poderá ser interposto recurso ordinário-eleitoral, no prazo de três dias, para o Tribunal Superior Eleitoral, com fulcro no art. 276, II, "b" e § 1º do Código Eleitoral; cabendo também ao interessado impetrar outro writ no TSE. Justiça Militar: Supremo Tribunal Militar.
MANDADO DE SEGURANÇA - art. 5º, LXIX, da CF. Ação constitucional de natureza civil para tutelar direito líquido e certo não amparável por habeas corpus, habeas data ou ação popular contra ato ilegal ou abuso de poder de autoridade coatora. Antecedente: doutrina brasileira do habeas corpus (1891). Mandado de segurança surge com a Constituição de 1934 e permanece na ordem constitucional brasileira desde a Constituição de 1946.
Sujeito passivo: autoridades públicas e agentes de pessoas jurídicas privadas no exercício de atribuições do Poder Público.
Autoridade coatora: art. 6º, parágrafo 3º, Lei 12016/2009. É proposto contra a autoridade coatora e não contra a pessoa jurídica. Autoridade coatora: será sempre aquela que concretiza a lesão a direito individual como decorrência de sua vontade (aquela que tem poder de desfazer o ato). Art. 7º, Lei 12016/2009: legitimado passiva é a pessoa jurídica que irá suportar a decisão, pois é responsável pelo ato – autoridade coatora pode ser considerada co-réu ou terceiro interessado (para evitar direito de regresso contra si). Em ambos os casos, pode recorrer, mas por fundamentos diversos.
No ato colegiado (formado por varias vontades) deve ser impetrado contra o presidente, no ato complexo (se forma pela vontade da autoridade, mas dependendo de referendo de autoridade superior)é impetrado contra a autoridade inferior que elaborou o ato, já que a autoridade superior fez mera conferência. Não cabe MS contra ato de particular.
Sujeito ativo: só o próprio titular do direito violado, qualquer pessoa natural ou jurídica. Litisconsórcio – admite-se no polo ativo e passivo, direito líquido e certo: é a certeza quanto à situação de fato. É o direito certo quanto a sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento da sua impetração. Pode ser provado documentalmente.
Prazo para interposição: 120 dias. Procedimento: ART. 7º e seguintes, Lei 12016/2009: recebida a petição, notifica a autoridade para, em 10 dias prestar informações; Pessoa Jurídica tem 15 dias para contestar (prazo corre em paralelo com a prestação de informações); em seguida os autos vão ao MP para parecer, em 5 dias, seguindo-se, imediatamente, a sentença. Não há dilação para provas. As informações não tem natureza de contestação e sua falta não gera confissão.
Liminar: é possível – pode ter natureza de cautelar ou de antecipação de tutela. Sentença: só faz coisa julgada material quanto enfrentar o mérito, ou seja, quando declarar a Legalidade ou ilegalidade do ato. Recurso: súmula 597 do STF. Agravo de instrumento: liminar em mandado de segurança. Contra o mérito, cabe apelação. Não cabem embargos infringentes em mandado desegurança. Art. 25, Lei 12016/2009.
Competência: Arts. 102, I, d; 105, I, b; 108, I, c; 109, VIII; 121, parágrafo 4º, V, todos da Constituição da República. Justiça Estadual: Constituição Estadual e lei de organização judiciária. Não cabe mandado de segurança na Justiça Federal contra ato de sociedade de economia mista federal. Art. 2º, Lei 12016/2009: autoridade coatora federal.
Súmulas do STFA: 101, 266, 267, 268, 510. 597 e 626. Súmula do STJ: 333.
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO - art. 5º, LXX, da CF
- legitimidade ativa: só pode ser impetrado por partido político com representação no CN; ou organismo sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados (neste último caso, há necessidade de demonstrar a pertinência temática). O impetrante atua como substituto processual dos associados, ou seja, age em nome próprio na defesa de interesse de terceiro (deve ser autorizada - estatuto).
- legitimidade passiva: se os associados estiverem sob a área de atuação de autoridades diferentes, a impetrada será a que estiver sobre todos, ainda que não tenha praticado o ato (não há litisconsórcio)
Objeto: as relações jurídicas precisam ser determinadas, mas não precisam ser todas demonstradas na inicial. Direitos coletivos e individuais homogêneos – não cabe contra direitos difusos.
Arts. 21 e 22 da Lei 12016/2009
HABEAS DATA - art. 5º, LXXII, da CF
- conceito: é uma ação constitucional, que tem por finalidade proteger a esfera íntima dos indivíduos, possibilitando-lhes a obtenção e retificação de dados e informações constantes de entidades governamentais ou de caráter público. Art. 1º , parágrafo único, Lei 9507/1997.
- objeto: assegurar o direito de acesso e conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante e o direito à retificação desses dados. Lei 9507/1997: admite o habeas data também para complementação de dados. Art. 7º, Lei 12016/2009.
- características: a) é uma ação de natureza civil, pois invoca a tutela jurisdicional, devendo preencher as condições da ação; b) de natureza mandamental; c) seu conteúdo é de natureza constitutiva quando visa a retificação ; d) é ação personalíssima, não se admite pedido de terceiros, nem sucessão no direito de pedir
Legitimidade ativa: pessoa física ou jurídica, ou mesmo órgão despersonalizado.
Deve ser instruída com prova pré-constituída da recusa ou omissão da Administração Pública ou do responsável pelo banco de dados em fornecer, retificar ou complementar as informações. Súmula 2 do STJ. Arts. Arts. 2º a 4º da Lei 9507/1997.
Não cabe para pedir informações de terceiros (HD 87-AgR STF), exceto no caso dos herdeiros ( HD 1, Tribunal Federal de Recursos)
Procedimento: Lei 9507/1997, arts. 8º a 14. Cabe apelação da sentença que conceder ou negar cabe apelação: art. 15 da Lei 9507/97. Competência: art. 20 da Lei 9507/1997.
- sigilo - art. 5º, XXXIII - dispõe que o direito de receber dos órgãos públicos informações não inclui aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Direito de petição: cidadão pode reclamar junto aos poderes constituídos em defesa de direitos e contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 5º, XXXIV, a).
Não tem caráter processual ou judicial.
Resposta da autoridade pública é obrigatória (cabe mandado de segurança para configurar omissão da autoridade pública em responder à petição que lhe foi dirigida).
Direito de certidão: art. 5º, XXXIV, b, da Constituição da República e Lei 9051/1995. Ato vinculado. Prazo para expedição: 15 dias.
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PROCESSO E GARANTIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
AULA: CONTROLE CONCENTRADO E AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN)
- Controle concentrado de constitucionalidade:
A- Exercício atípico da jurisdição: não há litígio ou situação concreta a ser solucionada mediante aplicação da lei pelo julgador.
B- Objeto: pronunciamento acerca da lei ou do ato normativo
C- Destina-se à própria proteção do ordenamento jurídico
D- Juízo de inconstitucionalidade é o próprio objeto da ação, questão principal a ser enfrentada
E- Autor: indica os atos infraconstitucionais que considera incompatíveis com a Constituição, as normas em face das quais estão sendo questionados e as respectivas razões.
f) Tribunal atua como legislador negativo: paralisa a eficácia de uma norma existente, mas não inova o ordenamento jurídico
g) No Brasil, o controle concentrado é desempenhado no âmbito federal pelo STF, tendo como paradigma a Constituição da República e, no âmbito estadual, pelo Tribunal de Justiça, tendo como paradigma a Constituição estadual.
- Antecedentes históricos : EC 16/1965 – introduz o controle abstrato no Direito brasileiro, com a criação da ação genérica de inconstitucionalidade, de legitimidade exclusiva do Procurador Geral da República 
- Constituição/1988: art. 102, I, a. 
- Cuida de processo de natureza objetiva, só existem partes em sentido formal.
Legitimidade ativa:
1) Legitimados universais: aqueles cujo papel institucional autorizam a defesa da Constituição em qualquer hipótese.
2) Legitimados especiais: atuação é restrita a questões que repercutem diretamente sobre sua esfera jurídica ou de seus filiados e em relação às quais possam atuar de forma adequada.
3) Pertinência temática: equivale ao interesse de agir do processo subjetivo e deve ser demonstrada pelos legitimados especiais. Refere-se à necessidade de demonstração de que o objeto de atuação da instituição, órgão ou entidade guarda relação com o pedido da ação direta.
4) Art. 103, caput, CRFB/1988
- Legitimidade passiva: órgãos ou autoridades responsáveis pela lei ou pelo ato normativo objeto da ação. Prestam informações no processo
A defesa da norma impugnada (federal ou estadual) cabe ao Advogado Geral da União, que funciona como curador da presunção de constitucionalidade dos atos emanados do Poder Público.
Pessoas privadas não podem ocupar o pólo passivo da ADIN (STF: MC-ADIN 1434-SP).
- Legitimados ativos:
A- Presidente da República
B- Mesa diretora da Câmara dos Deputados
C- Mesa diretora do Senado Federal
D- Procurador Geral da República: pode atuar como autor da ação, exercendo juízo discricionário, mas necessariamente deve atuar como custos legis (fiscal da lei), emitindo parecer nas ADIN´s.
E- Conselho Federal da OAB
F- Partido político: deve ter representação no Congresso Nacional. Não precisa demonstrar pertinência temática (STF: MC-ADIN 1096-RS). Conforme decidido nas ADIN´s 2054-QO e ADIN (Agr) 2159-DF, a representação no Congressopara fins de aferição de legitimidade ativa do partido político deve ser feita no momento da propositura da ação, sendo irrelevante posterior perda de representação
G- Mesa diretora de Assembléia Legislativa ou Câmara Legislativa
H- Governador de Estado
I- Confederação sindical: conforme decidido na ADIN 505-DF pelo STF, deve obedecer ao disposto no art. 535 da CLT – deve ser composta por pelo menos três federações sindicais
J- Entidade de classe de âmbito nacional: deve ter filiados em pelo menos nove Estados (analogia com os partidos políticos). Classe: atividade econômica ou profissional (ADIN 42-DF). Composição: pode ser constituída por pessoas físicas ou por associações estaduais que tenham por objetivo a defesa de uma categoria social (STF: ADIN 3153-DF)
- Legitimados universais: Presidente da República, Mesa diretora da Câmara dos Deputados, Mesa diretora do Senado Federal, Procurador Geral da República, partidos políticos e Conselho Federal da OAB
- Legitimados especiais: Governador de Estado, Mesa diretora da Assembléia ou Câmara Legislativa, confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional.
- Amicus curiae: hipótese de intervenção de terceiros no processo objetivo de controle de constitucionalidade. Possibilidade de determinados órgãos ou entidades se manifestarem acerca da matéria sob julgamento.
- Amicus curiae: só pode ser admitido em caso de relevância do tema e representatividade do postulante.
Admissão da participação é ato discricionário do Relator. Se deferida, enseja o direito à manifestação escrita e à sustentação oral.
Objeto da ADIN: lei – art. 59 da Constituição
- Emenda à Constituição
- Lei Complementar
- Lei ordinária
- Lei delegada
- Decreto legislativo
- Resolução
- Medida provisória: STF: ADIN 1753-2. O controle dos pressupostos constitucionais é político e discricionário, feito pelo Presidente e pelo Congresso. STF não pode fazê-lo, salvo em caso de falta de razoabilidade ou abuso do poder de legislar. Controle do mérito é admitido. Se for convertida em lei, petição inicial deve ser aditada.
Atos normativos:
a) Decretos autônomos – inovam a ordem jurídica, atuando com força de lei. Ex: regimento interno de tribunal, instrução normativa da Receita Federal, etc.
b) Lei estadual
c) Tratados internacionais: declaração de inconstitucionalidade recai sobre os decretos de aprovação e promulgação. Os tratados não deixam de viger nem se tornam nulos, mas deixam de produzir efeitos no Direito brasileiro
Não cabe ADIN contra:
a) Ato normativo secundário: não inovam validamente a ordem jurídica, estando subordinados à lei. Atos materialmente administrativos.
b) Leis anteriores à Constituição: não cabe controle abstrato, pois se for materialmente incompatível não terá sido recepcionada e, logo, terá sido implicitamente revogada. STF: ADIN 521.
c) Lei que tenha sido revogada: revogação ou exaurimento dos efeitos leva a perda de objeto da ação. Pode ocorrer perda superveniente de interesse processual.
d) Lei municipal: não pode ser objeto de ADIN, não foi incluída no art. 102, I, a.
e) Lei ou ato normativo do Distrito Federal: Súmula 642 do STF. Não cabe ADIN se o ato do DF foi editado no exercício de competência municipal.
f) Súmula: proposição jurídica que consolida jurisprudência de um tribunal sobre um tema. Não tem caráter normativo, mas sim interpretativo. Não cabe controle. STF: ADIN 594. 
Procedimento: Lei 9868/99.
Petição inicial: dispositivo impugnado, fundamentos jurídicos do pedido e o pedido com suas especificações. STF não está adstrito aos fundamentos invocados pelo autor, podendo alegar fundamentos diversos para decidir. MC-ADIN 2396-MS.
Procuração: deve conter expressamente poderes especiais para ajuizar ADIN. Não precisam de procuração: Presidente da República, Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa do Senado Federal, Governador de Estado ou do DF, Mesa de Assembléia ou Câmara Legislativa, Procurador Geral da República e Conselho Federal da OAB – todos estes têm capacidade postulatória própria. Precisam de procuração: partido político, confederação sindical e entidade de classe de âmbito nacional. ADIN 2187-7/BA.
Se a petição inicial for inepta ou rejeitada liminarmente, cabe agravo regimental desta decisão.
2) Relator: pede informações aos responsáveis pela edição do ato.
3) Falam então o PGR e o AGU.
4) Não se admite desistência.
5) Amicus curiae: art. 7, parágrafo 2º, Lei 9868/99.
6) Medida cautelar: art. 102, I, q, da CRFB/1988. Requisitos: a) plausibilidade da tese jurídica; b) possibilidade de prejuízo decorrente do retardamento; c) irreparabilidade ou insuportabilidade dos danos emergentes; d) necessidade de garantir os efeitos ulteriores da decisão.
Indeferimento: não tem efeito vinculante, mas importa na suspensão dos julgamentos pendentes até a decisão do STF. Não cabe pedido de reconsideração, mas liminar pode ser ajuizada novamente. Efeitos: erga omnes e ex nunc. Não retroagem, salvo disposição em contrário.
7) Decisão: maioria absoluta dos votos dos Ministros. Irrecorrível, salvo hipótese de embargos de declaração.
Efeitos: erga omnes e ex tunc. Efeito vinculante sobre o Poder Judiciário e a Administração Pública. Eficácia preclusiva: a questão constitucional decidida não pode ser rediscutida. Efeito objetivo: nulidade e ineficácia da norma. Efeito temporal: retroativa (salvo aplicação do art. 27 – modulação temporal dos efeitos).
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CONTROLE DIFUSO E INCIDENTAL DE CONSTITUCIONALIDADE
O controle incidental de constitucionalidade foi introduzido no Brasil com o advento da República, a partir do modelo norte-americano.
Características gerais: é exercido no desempenho normal da função jurisdicional, que consiste na interpretação e aplicação do Direito para a solução de litígios. Pressupõe a existência de um processo, uma ação judicial, um conflito de interesses no âmbito do qual tenha sido suscitada a inconstitucionalidade da lei que deveria reger a disputa, devendo o juiz, caso reconheça a incompatibilidade entre a norma invocada e a Constituição, negar-lhe aplicação no caso concreto.
Nomenclatura: controle de constitucionalidade por via de defesa ou de exceção: originalmente, era reconhecida como argumento a ser deduzido pelo réu, como fundamento para desobrigar-se do cumprimento de uma norma inconstitucional – em lugar de atacar o ato diretamente, aguardava-se para que a autoridade postulasse sua inconstitucionalidade.
Controle incidental ou incidenter tantum: para decidir acerca do direito em discussão o órgão judicial precisa formar um juízo acerca da constitucionalidade ou não da norma; a questão constitucional é um incidente processual, uma questão prejudicial.
Controle difuso: cabe a todos os órgãos jurisdicionais indistitamente, de primeira ou segunda instância, bem como aos Tribunais Superiores, exercer o controle de constitucionalidade no caso concreto.
Objeto: a questão constitucional pode ser levantada em processos de qualquer natureza, seja de conhecimento, cautelar ou execução. O que se exige é que exista um conflito de interesses, uma pretensão resistida, um ato concreto de autoridade ou ameaça de que venha a ser praticado. Somente pode se dar na tutela de pretensão subjetiva. O objeto não é o ataque à lei, mas a proteção de um direito que seria por ela afetado.
Pode ser exercido em relação a normas emanadas dos três Poderes, de qualquer hierarquia, inclusive as anteriores à Constituição. Órgão jurisdicional pode deixar de aplicar leis federais, estaduais, distritais e municipais, se incompatíveis com a Constituição, assim como atos normativos, ainda que secundários como regulamentos, resoluções e portarias.
Legitimidade para provocação: diferente das origens deste tipo de controle, pode ser provocado pelo autor, pelo réu, pelo terceiro interveniente, pelo Ministério Público (como parte e como custos legis), pelo juiz de ofício. Ainda, o órgão judicial pode fazê-lo tanto na primeiracomo na segunda instância, sem que opere a preclusão, ressalvada a hipótese de recurso extraordinário, em que o prequestionamento é condição específica para o seguimento do recurso.
Cláusula de reserva de plenário: a inconstitucionalidade de uma lei só pode ser declarada, nos tribunais, pela maioria absoluta dos votos dos membros do pleno do tribunal ou do seu órgão especial aonde ele exista – arts. 93, XI c/c art. 97, CRFB/1988.
Nenhum órgão fracionário pode declarar a inconstitucionalidade de uma norma, a menos que esta inconstitucionalidade tenha sido anteriormente reconhecida pelo plenário do próprio tribunal ou pelo órgão especial do próprio tribunal ou pelo plenário do Supremo Tribunal Federal. Art. 481, parágrafo 1o, CPC. Súmula vinculante número 10.
Efeitos da decisão: eficácia subjetiva: limitada às partes no processo, sem afetar terceiros (art. 470 do CPC).
Objeto da demanda é fixado pelo pedido apresentado em juízo. Eficácia objetiva se limita ao que foi pedido e decidido. A questão constitucional não é objeto do pedido, mas razão de decidir.
Efeitos são inter partes e ex tunc (retroativos ao momento da edição da norma). 
Aplica-se, no entanto, o art. 27 da Lei 9868/1998: pode haver no controle difuso a modulação dos efeitos temporais, sempre a cargo do STF.
Papel do Senado Federal: art. 52, X, CRFB: havendo declaração de inconstitucionalidade no controle difuso pelo STF, o mesmo deve comunicar o Senado Federal para que suspenda, no todo ou em parte, a execução da lei ou ato normativo impugnado. Atuação do Senado tem caráter discricionário, é um ato político da Casa Legislativa, não se sujeita a prazo. A resolução do Senado que suspende a execução da lei tem efeitos erga omnes e ex nunc (prospectivos).
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PROCESSO E GARANTIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
AULA: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Conceito de controle de constitucionalidade: verificação da compatibilidade entre uma lei ou qualquer outro ato do Poder Público e a Constituição.
Pressupostos: a) supremacia constitucional; b) rigidez constitucional
Objetivos: a) garantia da integridade do ordenamento jurídico-constitucional; b) defesa dos direitos fundamentais
Distinção entre Poder Constituinte e Poderes
Constituídos Inconstitucionalidade e teoria geral do Direito. Planos da existência, da validade e da eficácia.
Supremacia constitucional: todas as situações jurídicas devem se conformar com os princípios e preceitos da Constituição
Rigidez constitucional: processo mais complexo e qualificado de elaboração e reforma da Constituição em relação àquele para a produção de normas infraconstitucionais
Inconstitucionalidade: relação de desconformidade entre a lei ou ato do Poder Público e a Constituição, sendo esta o parâmetro de controle e o ato legislativo o objeto.
I. Quanto ao parâmetro de verificação da compatibilidade com a Constituição:
1. Formal: ocorre quando o ato legislativo é produzido em desconformidade com as normas de competência ou com o procedimento estabelecido para seu ingresso no mundo jurídico. Violação do processo legislativo previsto na Constituição. Subdivisões:
a) Orgânica: inobservância de regra de competência para a edição do ato. Ex: Estado-membro legisla sobre Direito Penal, sem ter havido delegação pela União
b) Formal propriamente dita: inobservância de processo legislativo próprio.
Processo legislativo: fases: iniciativa, deliberação, votação, sanção ou veto, promulgação e publicação.
Vício de iniciativa: somente o titular da competência reservada pode dar início ao processo legislativo naquela matéria. Ex: iniciativa privativa de lei do Presidente da República – art. 61, parágrafo 1º, CRFB
Certas matérias são reservadas para serem tratadas por espécie normativa específica – ex: somente lei complementar pode trata das normas gerais de Direito Tributário – art. 146, III, CRFB
Outros tipos de vícios: inobservância de quórum de votação, tramitação irregular do ato legislativo.
2. Inconstitucionalidade material: o conteúdo do ato infraconstitucional se encontra em contrariedade com alguma norma substantiva prevista na Constituição, seja um princípio ou uma regra. Tem como parâmetro todas as categorias de normas constitucionais. Caracteriza-se como um desvio ou excesso de poder por parte do legislador, em razão da edição de normas que se afastam dos fins constitucionais. Ex: lei que viola o princípio da igualdade.
Reconhecimento da inconstitucionalidade formal ou da material produz mesma conseqüência jurídica: invalidade da norma, paralisando sua eficácia.
II. Quanto ao tipo de atuação estatal:
1- Inconstitucionalidade por ação: atos legislativos ou administrativos que contrariem princípios ou normas constitucionais. Conduta positiva do Poder Público em violar ou contradizer a Constituição. Pode se originar de qualquer um dos três Poderes.
2- Inconstitucionalidade por omissão: casos em que não são praticados atos legislativos ou executivos requeridos para tornar plenamente aplicáveis as normas constitucionais. Inércia ilegítima do Poder Público. Aplicável também aos três Poderes.
- Legislação como faculdade e como dever jurídico: mera inércia do legislador não implica que se esteja diante de uma omissão inconstitucional. A princípio, o órgão legislativo tem liberdade de conformação: pode ou não criar uma lei sobre determinada matéria. Todavia, se a Constituição impõe que o faça, ou seja, se há a obrigação jurídica de conteúdo positivo de criar a norma, e o legislador não o faz, descumprirá um mandado constitucional de que atue positivamente, sua abstenção será ilegítima, configurando a omissão inconstitucional.
- Pode ocorrer em relação a normas de organização do Estado e em relação às normas definidoras de direitos e garantias (neste último caso, há direito subjetivo do indivíduo de exigir a criação da norma). Não se aplica, no entanto, às normas programáticas.
- Tipos de inconstitucionalidade por omissão.
A omissão inconstitucional pode ser absoluta ou parcial. No primeiro caso, há um completo vazio normativo. No segundo, há uma atuação incompleta do Poder Público na regulamentação ou operacionalização do preceito constitucional.
O Poder Judiciário pode atuar no enfrentamento da omissão inconstitucional absoluta por meio da jurisdição constitucional das seguintes maneiras:
1. Pode reconhecer autoaplicabilidade à norma e fazê-la incidir diretamente (geralmente constitui mora e defere prazo antes de fazê-lo);
2. Pode apenas declarar a existência da omissão, constituindo em mora o órgão competente para saná-la;
3. Não sendo a norma autoaplicável, pode criar a norma faltante para o caso concreto.
Caso emblemático que representa esta tendência apontada no número 1 é o MI 283-5 do STF, cujo Relator foi Sepúlveda Pertence, cujo ementa é a seguir reproduzida: Mandado de injunção: mora legislativa na edição da lei necessaria ao gozo do direito a reparação econômica contra a União, outorgado pelo art. 8., par. 3., ADCT: deferimento parcial, com estabelecimento de prazo para a purgação da mora e, caso subsista a lacuna, facultando o titular do direito obstado a obter, em juízo, contra a União, sentença liquida de indenização por perdas e danos.
Por sua vez, quanto à possibilidade apontada no item 3, jurisprudência recente do STF, mais especificamente os Mis 698, 708 e 712, é exemplo desta forma de enfrentamento da inconstitucionalidade por omissão absoluta:
O Tribunal, por maioria, nos termos do voto do Relator, conheceu do mandado de injunção e propôs a solução para a omissão legislativa com a aplicação da Lei nº 7.783, de 28 de junho de 1989, no que couber, vencidos, parcialmente, os Senhores Ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, que limitavam a decisão à categoria representada pelo sindicato e estabeleciam condições específicas para o exercício das paralisações. Votou a Presidente, Ministra Ellen Gracie. Não votou oSenhor Ministro Menezes Direito por suceder ao Senhor Ministro Sepúlveda Pertence, que proferiu voto anteriormente. Ausente, justificadamente, a Senhora Ministra Cármen Lúcia, com voto proferido em assentada anterior. Plenário, 25.10.2007.
Por sua vez, inconstitucionalidade parcial pode ser relativa (quando há violação ao princípio da isonomia) ou parcial propriamente dita (quando não se viola a isonomia, mas há atuação normativa insuficiente).
Possibilidades de atuação judicial na omissão relativa:
A- Declaração de inconstitucionalidade da lei que criou a desequiparação;
B- Declaração de inconstitucionalidade por omissão parcial da lei, com ciência ao órgão legislador para que tome as providências necessárias.
C- Extensão do benefício a categoria dele excluída.
Súmula 339 do STF
Omissão parcial propriamente dita – exemplo: lei que define o salário mínimo – ADIN 1458-7
III. Outras classificações: Quanto à extensão da impugnação do ato pela inconstitucionalidade 
1- Inconstitucionalidade total: atinge a íntegra do diploma legal ou do ato normativo impugnado
2- Inconstitucionalidade parcial: recai sobre dispositivos, fração deles, ou mesmo uma palavra, permanecendo válido o restante do diploma legal ou ato normativo
Quanto ao momento de configuração da incompatibilidade:
1. Inconstitucionalidade originária: defeito congênito do ato legislativo, já no momento do seu ingresso no mundo jurídico era incompatível com a Constituição em vigor
2 .Inconstitucionalidade superveniente: conflito entre ato legislativo e Texto Constitucional decorrente de uma emenda ou de promulgação de uma nova Constituição
Quanto à necessidade ou não de mediação:
1. Inconstitucionalidade direta: afronta frontal e imediata à Constituição pelo ato impugnado
2. Inconstitucionalidade indireta ou reflexa: antes de Contrastar com a Constituição, o ato impugnado conflita com uma lei
- Natureza jurídica da norma inconstitucional
- Tradição norte-americana – caso Marbury vs. Marshal: a norma declarada inconstitucional é nula, a eficácia da sua invalidação retroage à data da edição do ato, atingindo todos os efeitos produzidos (eficácia ex tunc). Concepção dominante acerca da natureza jurídica da norma inconstitucional
Kelsen – Constituição austríaca: a norma declarada inconstitucional é anulável. Preservação da segurança jurídica. Presunção da constitucionalidade das leis. A declaração de inconstitucionalidade tem eficácia ex nunc, a invalidação do ato produz efeito a partir da declaração, atos anteriores praticados com base no ato legislativo são preservados, os efeitos da declaração de inconstitucionalidade são prospectivos, se projetam para o futuro.
Modulação da eficácia temporal: sem negar a nulidade da norma inconstitucional, sistemas constitucionais têm adotado a formular de, no caso concreto, regular os efeitos da declaração de inconstitucionalidade no tempo, de forma a preservar a segurança jurídica e a boa-fé. Art. 27 da Lei 9868/1999 no Brasil.
Modalidades de controle de constitucionalidade
Controle de constitucionalidade preventivo: realizado previamente à conversão de um projeto de lei em lei, visando impedir que um ato inconstitucional entre em Vigor. Realizado pelos três Poderes.
1. Pelo Poder Legislativo: Comissão de Constituição e Justiça da Casa Legislativa
2.Pelo Poder Executivo: veto jurídico
3. Pelo Poder Judiciário: mandando de segurança ajuizado por parlamentar, grupo de parlamentares ou partido político com representação no Congresso Nacional contra proposta de emenda constitucional que viole os limites materiais de reforma da Constituição (art. 60, parágrafo 4o).
- Controle de constitucionalidade repressivo: realizado a posteriori, atingindo a validade e visando paralisar a eficácia do ato inconstitucional. Como regra, é desempenhado pelo Poder Judiciário. Hipóteses excepcionais de atuação pelos outros Poderes:
- Pelo Poder Legislativo
a) sustação dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou da delegação legislativa
b) juízo prévio acerca das medidas provisórias
- Pelo Poder Executivo: descumprimento de lei inconstitucional
Sistemas de controle de constitucionalidade:
1. Sistema norte-americano: controle a posteriori, difuso, por meio de exceção.
2. Sistema francês: Conselho Constitucional. Controle político, a priori, concentrado, por meio de ação.
3. Sistema europeu continental: Tribunais Constitucionais (Alemanha, Itália, Áustria, etc.): controle concentrado, a posteriori, por via de ação.
4. Sistemas mistos: combinam elementos dos sistemas anteriores, não predominando um determinado modelo. Ex: Brasil e Portugal.
Controle de constitucionalidade sobre o ordenamento jurídico preexistente:
Incompatibilidade material com o novo Texto Constitucional: a lei ou ato normativo não subsiste, é revogada implicitamente
Incompatibilidade formal com o novo Texto Constitucional: a norma preexistente permanece compatível com o novo ordenamento constitucional, é recepcionada, mas a matéria se submete, no futuro, a nova disciplina em termos de procedimento, forma e competência.
Espécies normativas e controle de constitucionalidade: objeto – atos materialmente normativos (sentido restrito) e atos jurídicos em geral (sentido amplo). Lei: art. 59 da Constituição. Ato normativo: atos expedidos pelos poderes constituídos, contendo regras gerais e abstratas, que não estejam no conceito de ato legislativo do art. 59 da CRFB/1988.
JURISPRUDÊNCIA:
Inconstitucionalidade formal:
EMENTA: 1. Ação direta de inconstitucionalidade: L. est. 11.348, de 17 de janeiro de 2000, do Estado de Santa Catarina, que dispõe sobre serviço de loterias e jogos de bingo: inconstitucionalidade formal declarada, por violação do art. 22, XX, da Constituição Federal, que estabelece a competência privativa da União para dispor sobre sistemas de sorteios. 2. Não está em causa a L. est. 3.812/99, a qual teria criado a Loteria do Estado de Santa Catarina, ao tempo em que facultada, pela legislação federal, a instituição e a exploração de loterias pelos Estados membros (STF, ADIN 2996/SC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Data do julgamento: 10/08/2006).
Atenuação à doutrina da nulidade na norma inconstitucional / modulação da eficácia temporal, com atribuição de efeitos prospectivos à declaração de inconstitucionalidade:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MUNICÍPIOS. CÂMARA DE VEREADORES. COMPOSIÇÃO. AUTONOMIA MUNICIPAL. LIMITES CONSTITUCIONAIS. NÚMERO DE VEREADORES PROPORCIONAL À POPULAÇÃO. CF, ARTIGO 29, IV. APLICAÇÃO DE CRITÉRIO ARITMÉTICO RÍGIDO. INVOCAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DA RAZOABILIDADE. INCOMPATIBILIDADE ENTRE A POPULAÇÃO E O NÚMERO DE VEREADORES. INCONSTITUCIONALIDADE, INCIDENTER TANTUM, DA NORMA MUNICIPAL. EFEITOS PARA O FUTURO. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL.
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AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO,MANDADO DE INJUNÇÃO E REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL
Conceito: trata-se de processo objetivo de guarda do ordenamento constitucional, afetada por lacuna normativa ou pela existência de ato normativo ou administrativo insatisfatório ou inexistente.
Trata-se de espécie de ação direta de inconstitucionalidade.
Competência: Supremo Tribunal Federal – art. 102, I, a.
Legitimidade ativa: art. 103, caput, da Constituição Federal – são os mesmos legitimados ativos para a propositura da ADIN.
Art. 12-A da Lei 9868/1999, com redação dada pela Lei 12063/2009.
Objeto: art. 103, parágrafo 2o, da Constituição Federal – inclui atos normativos primários, mas possui objeto mais amplo, abrange atos normativos secundários, atos materialmente administrativos e mesmo atos próprios dos órgãos judiciários.
Perda do objeto no caso de revogação da norma constitucional que necessitava de regulamentação para sua efetividade. Precedente: Questão de Ordem, Ação de Inconstitucionalidade por Omissão número 1836.
“Esta Corte já firmou o entendimento, em faceda atual Constituição, de que, quando há a revogação do ato normativo atacado como inconstitucional em ação direta de inconstitucionalidade, esta fica prejudicada por perda de seu objeto. Essa orientação, por identidade de razão, se aplica tanto à ação direta de inconstitucionalidade de ato normativo quanto à ação direta de inconstitucionalidade por omissão de medida destinada a tornar efetiva norma constitucional, sendo que, neste último caso, isso ocorrerá quando a norma revogada for a que necessitava de regulamentação para a sua efetividade”
Procedimento: Lei 9868/1999, com redação dada pela Lei 12063/2009. Arts. 12-A a 12-H.
Art. 12-B. A petição indicará:
I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa;
II - o pedido, com suas especificações.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, se for o caso, será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação de omissão.
Art. 12-C. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.
O pedido consiste na comunicação ou ordem para que seja sanada a lacuna normativa. Órgãos ou autoridades aos quais se imputa a omissão devem prestar informações. A Advocacia Geral da União se manifesta apenas na omissão parcial. 
Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, as disposições constantes da Seção I do Capítulo II da Lei 9868/1999.
§ 1o Os demais titulares referidos no art. 2o desta Lei poderão manifestar-se, por escrito, sobre o objeto da ação e pedir a juntada de documentos reputados úteis para o exame da matéria, no prazo das informações, bem como apresentar memoriais.
§ 2o O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 3o O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for autor, terá vista do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para informações.
Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não se admitirá desistência.
Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. § 1o A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. § 2o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procurador-Geral da República, no prazo de 3 (três) dias. § 3o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela omissão inconstitucional, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal.
Art.12-G. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar, em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União, a parte dispositiva da decisão no prazo de 10 (dez) dias, devendo solicitar as informações à autoridade ou ao órgão responsável pela omissão inconstitucional, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I do Capítulo II desta Lei.
Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias.
§1o Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido.
§2o Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, o disposto no Capítulo IV da Lei 9868/1999.
Os efeitos subjetivos são erga omnes. Os efeitos objetivos não decorrem diretamente da decisão judicial, mas da atuação do órgão omisso, sanando-a.
O mandado de injunção é um mecanismo de controle incidental da omissão inconstitucional. Art. 5o, LXXI, CRFB/1988. Trata-se de tutela de direitos subjetivos em face da omissão inconstitucional no caso concreto.
Art. 5o, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente (art. 2º, parágrafo único, Lei 13300/2016).
A competência para julgamento do mandado de injunção é difusa, mas particularmente relevante no contexto dos tribunais. Arts. 102, I, q e II, a; 105, I, h; 121, parágrafo 4o, inciso V, todos da Constituição Federal.
Legitimados ativos: titulares dos direitos subjetivos cujo exercício é prejudicado pela omissão inconstitucional. São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2o e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora (art. 3º da Lei 13300/2016).
Admite-se o mandado de injunção coletivo. Procedimento: Lei 13300/2016. Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as normas do mandado de segurança Segundo UADI LAMMÊGO BULOS, “o mandado de injunção tem a natureza de uma ação civil, de caráter essencialmente mandamental e procedimento específico, destinado a combater a síndrome da inefetividade das constituições”.
Luciana Teixeira de Silva Pinto sintetiza assim as posições existentes acerca dos efeitos do mandado de injunção:
1- Teoria não-concretista: Predominou, majoritariamente, por muitos anos no âmbito da Suprema Corte, estabelecendo-se que ao Poder Judiciário caberia apenas o reconhecimento formal da inércia legislativa e, conseqüente comunicação ao órgão competente para a elaboração da norma regulamentadora necessária ao exercício do direito constitucional inviabilizado. Entendia-se que a adoção de posição diversa feriria a separação dos Poderes (art. 2, Constituição Federal).
2- Teoria concretista geral: Adotada recentemente em algumas decisões prolatadas pelo Supremo Tribunal Federal (ex. MI 670, 708 e 712), preconiza que, diante da ausência de norma regulamentadora, cabe ao Poder Judiciário o suprimento da lacuna. Deste modo, o Judiciário, mediante sentença, regularia a omissão em caráter geral, ou seja, além de viabilizar o exercício do direito pelo impetrante do MI, também estenderia os efeitos a todos aqueles em idêntica situação (efeito erga omnes).
3- Teoria concretista individual: Também está sendo adotada pelo STF em algumas situações (ex. MI 721). Segundo este entendimento, diante da lacuna, o Poder Judiciário deve criar a regulamentação para o caso específico. Ou seja, a decisão viabiliza o exercício do direito somente pelo impetrado, vez que a decisão teria efeitos inter partes.
4- Teoria concretista intermediária: Traduz-se na fusão da teoria não-concretista com a teoria concretista individual, vez que, preconiza o dever do Poder Judiciário, em um primeiro momento, de limitar-se a declarar a omissão ao órgão responsável pela elaboração da norma regulamentadora, fixando-lhe prazo para suprimento da lacuna. Expirado o prazo assinalado pelo Poder Judiciário, ficaria este autorizado a suprir a lacuna para o caso concreto, isto é, somente para o impetrante.
MI 721/DF: MANDADO DE INJUNÇÃO– NATUREZA. Conforme disposto no inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada.
MANDADO DE INJUNÇÃO – DECISÃO – BALIZAS. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele revelada.
A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual e indicará, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que está vinculado.
Recebida a petição inicial, será ordenada: I - a notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser enviada a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações; II - a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito.
Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.
Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.
A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora.
Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator.
Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de direito.
A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável
O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:
I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição Federal.
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição Federal.
Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria.
No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o do art. 9o. da Lei 13300/2016
O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.
Objetivo: defesa da Constituição estadual, que será o parâmetro de controle. Objeto: Direito estadual e Direito municipal.
Art. 125, § 2º, CRFB/1988 - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
Lei: processo legislativo estadual e municipal.
Ato normativo
Quanto ao objeto e ao procedimento, aplica-se no que coube o disposto quanto à ADIN. Arts. 104 a 107 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
Legitimidade ativa: depende do disposto na Constituição estadual. A competência é sempre do Tribunal de Justiça, trata-se de controle concentrado e abstrato. No caso do Rio de Janeiro:
Art. 162 - A representação de inconstitucionalidade de leis ou de atos normativos estaduais ou municipais, em face desta Constituição, pode ser proposta pelo Governador do Estado, pela Mesa, por Comissão
Permanente ou pelos membros da Assembléia Legislativa, pelo Procurador-Geral da Justiça, pelo Procurador-Geral do Estado, pelo Defensor Público Geral do Estado, por Prefeito Municipal, por Mesa de Câmara de Vereadores, pelo Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, por partido político com representação na Assembléia Legislativa ou em Câmara de Vereadores e por federação sindical ou entidade de classe de âmbito estadual. **
* Indeferida pelo STF medida cautelar de suspensão das expressões destacadas, na ADIN 558-8, publicada no DORJ I de 23.03.93, pendente de julgamento final.
** Alterado pela Emenda Constitucional nº 16, de 14.12.00 (DORJ II de 15.12.00)
§ 1º - O Procurador-Geral da Justiça deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade.
§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade, por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em 30 (trinta) dias. 
§ 3º - Quando não for o autor da representação de inconstitucionalidade, o Procurador- Geral do Estado nela oficiará. § 4º - Declarada a inconstitucionalidade, a decisão será comunicada à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal.
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TEMA: CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE (CONTINUAÇÃO), REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO E SÚMULA VINCULANTE
Recurso extraordinário é um instrumento processual que permite a análise e discussão de questões constitucionais pelo Supremo Tribunal Federal
Art. 102, III, Constituição/88: compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
- contrariar dispositivo desta Constituição;
- declarar a inconstitucionalidade detratado ou lei federal;
- julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
- julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Prequestionamento: Apesar do Constituinte de 1988 não fazer expressa menção ao requisito do prequestionamento, sedimentou-se a orientação segundo a qual o recurso não será admitido caso inexista, sobre a questão, decisão proferida pelas instâncias ordinárias sobre a matéria constitucional. O ônus de demonstrar o efetivo prequestionamento da questão objeto do recurso extraordinário, recai sobre o próprio recorrente. (Andrea Metne Arnaut). Não se discute matéria de fato, mas apenas matéria de direito em sede de recurso extraordinário. Súmula 279/STF. Art. 1034, caput, CPC/2015.
Súmula 356 do STF: O PONTO OMISSO DA DECISÃO, SOBRE O QUAL NÃO FORAM OPOSTOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS, NÃO PODE SER OBJETO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO, POR FALTAR O REQUISITO DO PREQUESTIONAMENTO.
Repercussão geral das questões constitucionais suscitadas:
art. 102, parágrafo 3º, CRFB/1988: no recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros
O art. 543-A, § 1º, do CPC, dispõe que “para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa”
Novo Código de Processo Civil (2015): arts. 1034 e 1035
Origem no writ of certiorari, adotado pela Suprema Corte Norte-Americana, responsável pela triagem dos recursos a serem analisados. Sabidamente que nos Estados Unidos o acesso a Suprema Corte é extremamente restrito. Em 90% das causas necessita-se do writ of certiorari, fazendo valer special and important reasons, se a parte quiser que o Tribunal conheça de uma questão, sendo que de doze apresentadas, apenas uma causa é conhecida (Adriane Brasil Blanco do Couto e Silva )
A repercussão geral não se destina, por si só, reformar a decisão recorrida. Ela não existe de forma autônoma e visa a admissão do recurso extraordinário, a fim de que seu fundamentos sejam considerados. Se não houver repercussão, o mérito do recurso não será analisado. Assim, nos termos do CPC, bem como do art. 102, ­§ 3º da CF, a repercussão geral é um requisito de admissibilidade, merecendo ser entendido como um filtro constitucional (Larissa Friedrich Reinert).
Art. 1035, § 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;
II - tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos;
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal.
Amicus curiae: art. 1035, parágrafo 4º, CPC/2015.
Art. 1035, parágrafo 5º, CPC/2015: Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional. Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica (art. 1035, parágrafo 8º, CPC/2015).
Art. 103-A da Constituição: o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
Art. 103-A, § 1º, da CRFB/88: a súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
Além do próprio STF, que poderá de ofício iniciar esse processo, as mesmas pessoas ou órgãos que podem ingressar com ação direta de inconstitucionalidade poderão propor ação de aprovação revisão ou cancelamento de súmula, cabendo salientar que essa legitimidade poderá ser ampliada mediante lei federal (Rodrigo Pinheiro)
A súmula vinculante terá eficácia erga omnes e efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública Direta e Indireta, podendo o STF proceder à sua revisão ou cancelamento na forma estabelecida em lei (Rodrigo Pinheiro). Não vincula o legislador, seja ele ordinário ou constituinte reformador.
Art. 927, II, CPC/2015.
Regulamentação: Lei 11417/2006
Art. 1º, parágrafo 2º, Lei 11417: manifestação obrigatória do Procurador Geral da República
Legitimação: art. 3º da Lei 11417/2006. Além daqueles que podem propor ADI, admite também os tribunais superiores e de instância intermediária e, incidentalmente, os Municípios
Amicus curiae: art. 3º, parágrafo 2º, Lei 11417/2006
Art. 103-A, § 3º, CRFB/88: do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
A abstrativização do controle difuso prega a aproximação dos efeitos da decisão que aprecia a inconstitucionalidade tanto no controle difuso, quanto no abstrato. Isto porque se o Supremo, apreciando, como exemplo, um recurso extraordinário, afetar a matéria ao plenário da casa, este último irá emitir decisão sobre lei ou ato normativo em tese, desvinculado do próprio caso concreto, tal como faz nas hipóteses de controle abstrato (Adin, ADC, ...). Diante disso, argumentam os defensores da abstrativização, que não há razões para não se atribuir efeitos erga omnes e vinculantes as decisões emitidas pelo plenário (Fredie Didier; Marcus Vinicius Montez).
RE 197917/STF; MI´s 698, 708 e 712/STF; HC 82959/STF – decisões em sede de controle difuso com efeitos erga omnes.
STF, no entanto, afastou a teoria da abstrativização do controle difuso ao julgar a Rcl 4335-AC, principalmente em virtude do exposto no art. 52, X, da CRFB. Min. Teori Zavascki se manifestou neste sentido, mas admitiu que em certos casos as decisões do STF podem ter força expansiva (o Ministro rejeitou que tivessem eficácia erga omnes)
Reclamação. 2. Progressão de regime. Crimes hediondos. 3. Decisão reclamada aplicou o art. 2º, § 2º, da Lei nº 8.072/90, declarado inconstitucional pelo Plenário do STF no HC 82.959/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 1.9.2006. 4. Superveniência da Súmula Vinculante n. 26. 5. Efeito ultra partes da declaração de inconstitucionalidade em controle difuso. Caráter expansivo da decisão. 6. Reclamação julgada procedente. (STF – Rcl 4335-AC – Relator: Min. Gilmar Mendes).

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