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Resumo do Livro de Economia

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Resumo do Livro de Economia 
Unidade 1
Tópico 1:
O que é Economia?
A palavra “economia” tem origem grega, sua divisão se dá por duas palavras: oikos, que significa casa; e nomos, que significa norma, lei. Assim, com a junção das duas palavras, temos oikonomia, que significa “administração da casa” ou “administração da coisa pública”.
A economia, ou ciência econômica, busca compreender como a sociedade e os indivíduos utilizam os seus recursos, que são escassos, na produção de determinados bens e serviços. Estuda-se ainda a forma como esses bens são distribuídos entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer as necessidades de todos os indivíduos. Portanto, a ciência econômica preocupa-se com a alocação dos recursos de forma que não se comprometa as gerações futuras com o problema da escassez dos recursos.
ECONOMIA COMO UMA CIÊNCIA SOCIAL
A ciência social que estuda como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilização alternativa, na produção de bens e serviços de modo a distribui-los em várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. A economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade decidem empregar os recursos escassos. é “uma ciência social que tem por objeto de estudo a questão da escassez”. “economia é, pois, a ciência que estuda as formas do comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos”.
A ciência econômica é uma ciência social e preocupa-se em estudar como a sociedade se organiza e de que forma administra seus recursos que são limitados, com o propósito de produzir bens e serviços e atender às necessidades das populações que são ilimitadas.
Todavia, a ciência econômica pode ser considerada uma ciência social, pois é a ciência que estuda a organização e a distribuição dos bens, por consequência, o funcionamento das sociedades.
A economia é, portanto, uma ciência social, pois se ocupa do comportamento humano e de estudar como as pessoas e as organizações na sociedade se empenham na produção de bens e serviços.
A CIÊNCIA DA ESCASSEZ
As necessidades envolvem tudo o que realmente precisamos para sobreviver, como alimentação, moradia, saúde, educação, roupas, sapatos. Já os desejos são roupas caras e de marca, perfumes importados, celular de última geração etc.
Poderíamos nos perguntar: o que é a escassez e por que existe o problema da escassez? A escassez significa que um determinado produto ou serviço não tem uma disponibilidade ampla no mercado. Quer dizer, não consegue se produzir determinado bem para todas as pessoas e, se ele é escasso, possivelmente seu preço é mais elevado e nem todas as pessoas poderão comprá-lo. Assim a escassez existe pelo fato de que as necessidades das pessoas são ilimitadas. Tente pensar quais produtos e serviços você precisa para sobreviver e se reproduzir em um mês do ano, por exemplo. Você precisa consumir incontáveis bens e serviços, como alimentos, roupas, casa, transporte, escola, precisa ir ao médico, ir à faculdade, precisa abastecer seu carro, enfim, a lista se tornaria imensa, por isso, se diz em economia, que as necessidades são infinitas e ilimitadas. A pobreza, em termos simplistas, significa ter poucos e poder adquirir também poucos bens. Enquanto a escassez, significa que se tem mais desejos do que bens para satisfazê-los, ainda que hajam muitos bens. 
FIGURA 1 – O PROBLEMA DA ESCASSEZ ILUSTRADO
O problema da escassez é um dos problemas básicos da ciência econômica.
3	OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS
FIGURA 2 – PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS DAS SOCIEDADES
O que e quanto produzir?
Considerando que os recursos utilizados para a produção de bens e serviços são escassos, a sociedade precisa fazer escolhas, o que vai produzir e quanto vai produzir.
Como produzir?
Este problema se refere aos recursos que utilizará para produzir bens e serviços. Em geral, os produtores tendem a escolher aqueles que tiverem um baixo custo para produzir bens e serviços.
Para quem produzir?
Neste problema, a sociedade observará como as pessoas podem participar da distribuição de bens e serviços. Neste ponto se leva em conta as rendas dos indivíduos, ou seja, quem pode pagar por determinado bem.
BENS E SERVIÇOS EM UMA ECONOMIA
Falamos até aqui do problema da escassez e dos problemas econômicos fundamentais. A escassez, em economia, significa a falta de algum bem ou serviço. Quando se diz que um bem é escasso, significa dizer que ele é raro no mercado, mas precisamos entender o que são os bens e serviços em uma economia. Por “bem” pode-se entender que é tudo aquilo que permite satisfazer determinada necessidade humana. Só faz sentido um “bem” ser procurado se ele satisfazer as necessidades, ou seja, porque ele é útil. Em economia, os bens são classificados em bens livres e bens econômicos.
• Os bens livres são os que existem em quantidade ilimitada e podem ser obtidos com pouco ou nenhum esforço humano. Exemplos: a luz solar e o ar que respiramos, estes são considerados bens, pois de certa forma eles atendem às necessidades humanas. São bens livres, pois não possuem preço ou pelo menos ainda não pagamos por isso!
• Bens econômicos são caracterizados pelo esforço humano para obtenção desse bem. E além disso, estes bens têm como característica básica um preço, além de serem escassos.
Os bens econômicos são classificados em dois grandes grupos: bens materiais e bens imateriais ou serviços. Os primeiros são os bens materiais, ou seja, podem ser tangíveis, os quais podem ser atribuídos peso, altura etc. Exemplos desses bens são alimentos, roupas, livros. Os serviços são intangíveis, significa que não podem ser tocados nem medidos. Exemplos de serviços: atendimento médico, serviços de um advogado, serviços de transportadoras etc. Uma importante característica é que os serviços não podem ser estocados, por exemplo.
Os bens materiais são classificados em bens de consumo e bens de capital. Os bens de consumo estão relacionados com a satisfação das necessidades humanas.
Os bens de capital são os bens que permitem a produção de outros bens, como máquinas, equipamentos, computadores, instalações etc.
Os bens de consumo e bens de capital são considerados bens finais, pois já passaram por todos os processos de transformações possíveis para serem colocados no mercado e à disposição da população, por isso são os ditos “bens acabados”. Os bens intermediários, que são aqueles que ainda não foram finalizados, como vidros utilizados na produção de carros. 
Os bens privados referem-se àqueles produzidos de forma privada, como carros, computadores, celulares. Os bens públicos são aqueles fornecidos pelo Estado, são bens públicos: segurança, justiça, educação, saúde etc.
FIGURA 3 – SÍNTESE DOS BENS DE UMA ECONOMIA
4	OS RECURSOS PRODUTIVOS
Os recursos produtivos, ou fatores de produção, são elementos utilizados no processo produtivo de bens (mercadorias) com a finalidade de satisfazer as necessidades humanas. 
Os recursos produtivos de uma economia são classificados em trabalho, terra ou recursos naturais, capital, tecnologia, e capacidade empresarial.
•	Terra (ou recursos naturais): como o próprio nome já deixa claro são os recursos naturais, as florestas, a energia solar, os recursos minerais, o solo, as águas etc
•	Trabalho: trata-se do valor humano necessário para a produção de determinado bem.
•	Capital (ou bens de capital): é definido por um conjunto de bens utilizados no processo de produção de outros bens e não essencialmente para atender às necessidades das pessoas.
•	Tecnologia: na atualidade, a tecnologia tem papel fundamental na atividade econômica
•	Capacidade empresarial: este fator de produção consiste na capacidade empresarial, no “saber fazer” do empresário que exerce atividades e funções fundamentais no processo produtivo.
REMUNERAÇÃO DOS RECURSOS PRODUTIVOS
Para a produçãode qualquer bem ou serviço é necessário o empego dos recursos produtivos.
Com relação ao trabalho, o trabalhador é o proprietário dos recursos, e a remuneração que ele recebe na forma de salários no final de cada período trabalhado constitui a sua renda – paga pelo dono da empresa –.
QUADRO 1 – FATORES DE PRODUÇÃO E SUA REMUNERAÇÃO
	FATOR DE PRODUÇÃO
	TIPO DE REMUNERAÇÃO
	Trabalho
	Salário
	Terra (recursos naturais)
	Aluguel
	Capital
	Juro
	Tecnologia
	Royalties
	Capacidade empresarial
	Lucro
Para cada fator de produção ou recurso produtivo, haverá o pagamento pelos serviços prestados. Este pagamento corresponde a uma remuneração recebida por determinado serviço prestado.
5	OS AGENTES ECONÔMICOS
É muito simples, todos nós efetuamos transações (de compra e venda) com os diferentes agentes, é só observar o seu dia a dia. Vamos ver mais adiante cada um dos agentes especificamente, e ficará mais claro para você compreender como se dão as transações entre os agentes no mercado.
5.1	AS FAMÍLIAS
Na economia, quando se fala em famílias, refere-se a todos os indivíduos que exercem o papel de consumidores de bens e serviços, com a finalidade de atender as suas necessidades.
5.2	AS EMPRESAS
A empresa, no âmbito da ciência econômica, é o termo utilizado para designar uma unidade produtiva que é responsável pela produção ecomercialização de bens e serviços.
Os empresários são aqueles que realizam os investimentos produtivos para ampliar a sua capacidade de produção, ou seja, para aumentá-la, utilizarão os investimentos para contratar e treinar trabalhadores e investir em novas máquinas e equipamentos. 
Em resumo, podemos dizer que a empresa é responsável pelo uso e processo dos fatores de produção para satisfazer as necessidades e desejos das famílias (consumidores), e que uma das suas finalidades é a maximização do lucro.
5.3	GOVERNO
O governo tem o papel de intervir no sistema econômico com a finalidade de corrigir suas falhas. Além disso, concentra-se nas atividades de supervisão, regulação, oferta de bens públicos, redistribuição das riquezas.
Vejamos cada uma delas:
•	Supervisão, regulação e regulamentação: diz respeito ao papel de legislador dos temas que dizem respeito aos assuntos econômicos de uma economia. É papel do Estado, neste caso, certificar-se do cumprimento de um conjunto de regras válidas para todos os agentes econômicos.
•	A oferta de bens públicos: o Estado oferta bens e serviços com o dinheiro recolhido e redistribui por meio de arrecadação de tributos das famílias e das empresas. O bens públicos mais comuns são saúde, educação, escolas, universidades, iluminação pública, rodovias etc.
• Redistribuição das rendas: em economias de mercado é comum desigualdades na distribuição das rendas e riquezas na população, o que traz graves consequências sociais, aí a necessidade de intervenção estatal, fazendo uma mais equitativa redistribuição das rendas por meio de tributos, auxiliando com trasferências e subsídios às famílias mais desprovidas.
• As falhas de mercado: o mercado possui falhas, ou seja, não consegue se autoajustar, situações de externalidades (por exemplo, uma empresa que polui o meio ambiente), ou ainda, em situações de concorrência imperfeita (o monopólio ou de monopsônio causam falhas de mercado), de modo que o Estado intervém para o ajuste de tais falhas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
5.4	O RESTO DO MUNDO
Resto do mundo é o termo utilizado em economia para expressar as relações comerciais e de troca entre as diferentes nações.
QUADRO 2 – AGENTES ECONÔMICOS E SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES
	AGENTES
ECONÔMICOS
	PRINCIPAL FUNÇÃO NA ECONOMIA
	Famílias
	Consumo de bens e serviços.
	Empresas
	Produção de bens e serviços.
	Governo
	Satisfação das necessidades coletivas e redistribuição da renda.
	Resto do Mundo
	Troca de bens, serviços e capitais.
5.5	MERCADO
O mercado não se trata especificamente de um agente econômico, mas é no mercado que a relação entre as famílias (consumidores) e as empresas (unidades produtivas) acontece. O mercado é um local físico ou não físico, onde se encontram compradores e vendedores para realizarem as trocas de bens e serviços.
6	A DIVISÃO DO ESTUDO DA ECONOMIA
De forma muito introdutória, veremos as duas grandes divisões do estudo da teoria econômica, que se dividem em duas grandes áreas: a teoria microeconômica e a teoria macroeconômica.
A teoria microeconômica, ou microeconomia, é preocupada em examinar o comportamento econômico das unidades individuais que são representadas pelos consumidores, pelas empresas e pelos proprietários de recursos produtivos. A microeconomia estuda a interação entre as empresas e os consumidores, bem como a maneira pela qual a produção e preço são determinados em mercados específicos.
A microeconomia estuda o comportamento dos agentes econômicos individuais. Preocupa-se com o comportamento dos consumidores, das empresas, sua produção, seus custos; preocupa-se com a determinação de preços dos bens, dos serviços e fatores.
A teoria macroeconômica, ou macroeconomia, estuda o comportamento da economia como um todo. A macroeconomia estuda os grandes agregados nacionais, tais como a produção total dos bens e serviços, o PIB, as taxas de inflação e desemprego, o total de poupança captada em um país, as receitas e despesas totais de determinada economia, os investimentos por parte do governo, o balanço de pagamento e as contas nacionais etc. (PASSOS; NOGAMI, 2012; ROSSETTI, 2003).
A macroeconomia estuda o comportamento do sistema econômico como um todo. Preocupa-se com o comportamento dos agregados nacionais: PIB, inflação, investimento agregado, poupança agregada, entre outros.
 MICROECONOMIA X MACROECONOMIA
	CARACTERÍSTICAS
	MICROECONOMIA
	MACROECONOMIA
	Visão
	Individual.
	Global.
	
Objetivo de estudos
	Comportamento dos indivíduos, das famílias, das empresas e do mercado.
	
Comportamento da economia como um todo.
	
Variáveis fundamentais de estudo
	Oferta e demanda, geração dos preços, o comportamento do consumidor, produção das empresas, mercados competitivos.
	Produção total, nível geral de preços, emprego x desemprego, taxas de juros, inflação, salários e taxas de câmbio.
Tópico 2:
2	O QUE É UM SISTEMA ECONÔMICO?
Conceito básico em economia é o de sistema econômico. Os elementos básicos de um sistema econômico, segundo Vasconcellos e Garcia (2004), são:
• estoques de recursos produtivos ou os chamados fatores de produção (os quais incluem recursos produtivos, trabalho humano, capacidade empresarial), aí entram os fatores que veremos mais adiante, o capital, os recursos naturais e a tecnologia;
• o complexo de unidades de produção, constituídos pelas empresas;
• o conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais, as quais são base para a organização da sociedade.
Assim, toda economia opera segundo um conjunto de normas e regras, leis e regulamentos, e por isso é chamado de “sistema econômico”. De maneira geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos: o sistema socialista ou de economia planificada; e o sistema capitalista ou de economia de mercado.
No primeiro caso, em economia planificada ou socialista, as questões econômicas são resolvidas por um órgão central, no qual predomina a propriedade pública dos meios de produção, que são os bens de capital, os recursos naturais, bancos, prédios etc. Um exemplo de uma economia planificada atualmente é Cuba.
Já o sistema capitalista, ou de economia de mercado, leva este nome justamente por ser regido pelas forças do mercado, na qual predomina a livre iniciativa e a propriedade privada dos meios de produção. Nas economias de mercado, que são boa parte dos países do mundo, as questões fundamentais são resolvidas por meio do mecanismo de preços e por meio da oferta e da demanda. Ressalta-se que mesmo com a livre iniciativa e o livre mercado no sistema capitalista,o Estado tem papel fundamental para o bom funcionamento da atividade econômica.
O que é um sistema econômico? Este pode ser definido como a forma na qual determinada sociedade se organiza nos termos econômicos e sociais para desenvolver determinadas atividades econômicas e produtivas, com a finalidade de efetuar as trocas de bens e serviços para atender às necessidades ilimitadas das pessoas.
3	ECONOMIA CAPITALISTA OU DE MERCADO
•	Capital: para o senso comum, capital é entendido como um grande montante de dinheiro. O conceito de capital na economia é mais abrangente, ele significa o conjunto de bens econômicos, como máquinas, equipamentos, fábricas, terras, matérias-primas, que são capazes de produzir outros bens e serviços. O capital, na sua forma física, é chamado de capital tangível. E o capital representado por documentos, ações e papéis chama-se capital intangível (SANDRONI, 1999).
• Propriedade privada: as economias capitalistas recebem este nome justamente porque o capital é essencialmente propriedade privada de alguém: o capitalista. É por meio da propriedade privada que o capitalismo se apropria de parte da renda gerada nas atividades econômicas, a partir disso surge a concorrência (SANDRONI, 1999).
• Divisão do trabalho: nas economias capitalistas é marca a especialização do trabalho, ou seja, a produção massiva de bens é possível graças à divisão do trabalho máximo de vantagem, suas aptidões em determinadas tarefas. A especialização dos processos produtivos tem a finalidade de dinamizar e tornar cada vez melhor um processo produtivo. O processo de divisão do trabalho faz com que cada trabalhador, de acordo com a sua especialidade, adquira uma maior agilidade no processo produtivo, acentue a sua agilidade dentro do processo de produção, o que faz com que a produtividade se eleve (SANDRONI, 1999).
• Moeda: juntamente com o capital e a especialização, a moeda vem a ser mais uma característica das economias capitalistas. Dentro de uma economia, a moeda tem algumas funções básicas, sendo estas: meio de troca, reserva de valor, unidade de conta e padrão para pagamentos. A moeda como meio de troca facilita as negociações em uma economia (SANDRONI, 1999).
• Preço: o preço está presente nas economias de mercado e expressa a relação de troca de um bem por outro bem. Em outras palavras, significa a quantidade em dinheiro que se dá em troca de algum bem ou mercadoria, representando assim o valor monetário da mercadoria ou serviço. Ainda em economias capitalistas de mercado, o preço tem função de assegurar a concorrência da economia como um todo. De acordo com o preço dos bens e serviços, as pessoas escolhem o que comprar e as empresas escolhem o que produzir (SANDRONI, 1999).
• Lucro: uma das finalidades dos empresários é, obviamente, obter lucros, retornos positivos sobre seu negócio, no qual foi investido capital. O lucro é a diferença entre a receita e o custo da produção. Um dos principais objetivos da empresa no capitalismo é obter lucros para seu proprietário
 Capitalismo é um sistema marcado pela propriedade privada dos meios de produção. Capital são os bens utilizados na fabricação de outros bens. Nas economias capitalistas ou de mercado é a oferta e demanda dos bens que determina o preço e organiza a produção.
4	ECONOMIAS SOCIALISTAS OU PLANIFICADAS
Nas economias planificadas ou socialistas apresentam-se três problemas básicos. Como nas economias capitalistas de mercado, todavia, a forma de resolvê- lo é que se distingue. Os problemas fundamentais, o que e quando produzir, para quem e como produzir, são decisões tomadas por órgãos planejadores centrais. Estes determinam tais questões, já que nas economias planificadas não há orientação pelo sistema de preços como nas economias de mercado. Um exemplo hoje ainda de economia planificada, é a experiência cubana. Nas economias socialistas o planejamento é formulado da seguinte maneira:
• Planejamento sobre as necessidades das pessoas a serem atendidas;
• levantamento sobre os recursos e as técnicas disponíveis para a produção de bens e serviços;
• dada a premissa básica da economia, de que as necessidades são ilimitadas e que os recursos são limitados, surge também a necessidade de selecionar quais destas necessidades humanas serão prioridades para se produzir, quando se decidir isto, se determina o que, quanto, como e para quem serão produzidos determinados bens e serviços para atenderem as necessidades dos indivíduos dentro de uma determinada sociedade (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
Quem define esse planejamento e as prioridades do que será produzido são os órgãos centrais planejadores. Nas economias socialistas, o sistema de preços não funciona como meio regulador, mas sim para facilitar os objetivos de produção estabelecidos pelo Estado. As características do funcionamento de uma economia socialista são: os preços e a organização da produção, os preços e a distribuição da produção, propriedade pública dos meios de produção.
• Os preços e a organização da produção: ao contrário das economias de mercado em que o preço aparece como fundamental, no sistema socialista, ao contrário, não é a oferta e a demanda que definem os preços, mas sim, o órgão máximo de planificação central.
• Os preços e a distribuição da produção: os preços dos bens de consumo são determinados pelo governo com intuito de evitar qualquer excesso ou qualquer falta dele na produção.
• Propriedade pública: na economia socialista os meios de produção, as máquinas, os equipamentos, os edifícios, as matérias-primas, as terras e os bancos, todos são considerados de toda população que habita aquele país, tendo como característica a propriedade coletiva dos meios de produção.
Nas economias planificadas não existe a propriedade privada dos meios de produção. A oferta e demanda de bens e serviços, assim como os preços e salários estão sob responsabilidade de um órgão planejador central.
5	ECONOMIAS MISTAS
Neste sistema, umas parcelas dos meios de produção são pertencentes ao Estado, por meio das chamadas firmas públicas, e outra parcela pertence ao setor privado, são as firmas privadas.
Já o contrário acontece no âmbito do setor privado, a questão é solucionada de acordo com o mercado e com os preços.
Nas economias mistas, assim como nas economias de mercado, é marcada a concentração das rendas, e neste caso, o Estado oferece subsídios como ensino público, assistência médica, entre outros. Exemplos da ação do Estado nesse sentido são: seguro-desemprego, o estabelecimento de salários-mínimos, entre outros.
Um exemplo concreto das chamadas economias mistas ou modelo de social democracia são as experiências dos países nórdicos, como a Noruega, Dinamarca, Suécia e Finlândia. Estes países ostentam um alto índice de desenvolvimento humano, de longevidade e de educação, além de taxas de desemprego baixíssimas e taxas de inflação operando a 1%
Nas economias mistas prevalecem as “leis de mercado”, mas com forte atuação do Estado na economia.
Tópico 3:
Curva de possibilidade de produção. Esta curva representa graficamente o problema da escolha e da escassez de uma determinada empresa ou de uma determinada sociedade.
A ciência econômica se preocupa com as ilimitadas necessidades humanas, bem como a limitação por parte dos recursos produtivos. Assim, o estudo da economia está ligado a uma questão central, a escolha. Deste problema surge na ciência econômica a curva de possibilidade de produção, que tem por finalidade ilustrar graficamente a escassez dos fatores de produção e das possibilidades de escolha. A curva de possibilidade de produção cria, graficamente, um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, país ou sociedade.
A curva de possibilidade de produção representa a capacidade máxima de produção de uma empresa ou de uma sociedade, de acordo com os recursos produtivos disponíveis na empresa ou na sociedade naquele dado momento. A curva de possibilidade de produção representa uma lista de várias combinações de escolhas possíveis de bens quese quer produzir em uma economia ou em uma empresa.
A curva de possibilidade de produção é representada de forma simplificada em um gráfico em que cada eixo significa determinado bem. No gráfico, a curva de possibilidade de produção é representada por uma curva que une os eixos e os pontos referentes às quantidades máximas e às diferentes combinações possíveis de produzir de cada um dos bens.
2	A FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA TÊXTIL
Considerada uma empresa exemplo, possui uma determinada extensão de instalações, máquinas e equipamentos próprios para as atividades que ali são desenvolvidas e um número de pessoas empregadas nesta atividade produtiva. O empresário deverá optar por aquilo que ele vai produzir e como produzir. Fazendo a escolha, o empresário estará optando por como seus recursos produtivos serão alocados ao restante das combinações dos bens possíveis.
Por exemplo, ao escolher se especializar na produção de dois produtos, cobertores e toalhas, o empresário precisa decidir como organizar a produção, quantos trabalhadores utilizará para a produção de cada bem, se haverá espaço na empresa para a produção de um terceiro produto do ramo têxtil. No exemplo que estamos utilizando, em uma empresa hipotética, o empresário optaria pela produção de dois produtos: toalhas e cobertores.
Neste caso, se o dono da fábrica orientar a sua produção apenas para a produção de cobertores, não haverá recursos disponíveis para produção de toalhas. E de outro lado, se optar apenas pela produção de toalhas, não haverá recursos disponíveis para a produção de cobertores.
Assim, estamos diante de uma situação de escolha, aí podem existir outras possibilidades de solução que possam intermediar o problema, poder-se-á utilizar parte da produção para a produção de toalhas e parte para a produção de cobertores.
QUADRO 4 – AS POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA
	POSSIBILIDADES
	COBERTORES (UNIDADES)
	TOALHAS (UNIDADES)
	A
	0
	8000
	B
	1000
	7500
	C
	2000
	6500
	D
	3000
	5000
	E
	4000
	3000
	F
	5000
	0
A opção F demonstra o contrário, o empresário optaria por produzir apenas cobertores e produziria 5000 unidades. As possibilidades B, C, D e E representam as possibilidades do empresário caso optasse por produzir os dois bens, toalhas e cobertores, em suas instalações
GRÁFICO 1 – POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA
O eixo das coordenadas (vertical) representará a quantidade de toalhas que a empresa poderá produzir. No eixo das abscissas (horizontal) representa-se a quantidade de cobertores que a empresa poderá produzir.
A CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA
No ponto A, indica-se uma situação em que toda a capacidade produtiva da empresa está operando para a produção de toalhas. Nesse caso, a produção de cobertores fica zerada, pois todos os recursos produtivos estão sendo alocados para a produção das toalhas, permanecendo zerada a disponibilidade de recursos para a produção de cobertores. O ponto F indica outro extremo, ou seja, quando toda a capacidade produtiva da empresa está voltada para a produção de cobertores. Nesse caso, a produção de toalhas seria nula. Desta forma, os pontos B, C, D e E indicam outras possíveis combinações intermediárias de produção. Podemos, agora, unir os pontos de A até F. A curva resultante das combinações dos pontos no gráfico é a chamada Curva de possibilidades de produção. A curva demonstra todas as combinações possíveis da empresa, entre toalhas e cobertores. A representação gráfica do que foi descrito está acima, ilustrada no Gráfico 2.
As demais possibilidades de produção da empresa estão nos pontos B, C, D e E, são possibilidade de produção que alocam os recursos produtivos na produção dos dois bens: toalhas e cobertores. No ponto B da curva, a empresa opera com a capacidade de produzir 7.500 toalhas e 1000 cobertores. Já no ponto C, produziria 6500 toalhas e 2000 cobertores. No ponto D a empresa produziria 5000 toalhas e 3000 unidades de cobertores, e no ponto E produziria 3000 unidades de toalhas e 4000 unidades de cobertores. Perceba que cada vez que se aumenta a produção de um bem, diminui-se a produção de outro bem.
O fenômeno chamado de eficiência produtiva da empresa acontece somente se a curva do gráfico estiver situada sobre a linha do ponto A até o F, que neste caso a produção de cobertores aumentará somente se houver uma diminuição na produção de toalhas.
2.1	O CUSTO DE OPORTUNIDADE
O custo de oportunidade é o termo utilizado para expressar os custos que se referem às alternativas que foram sacrificadas para a produção de um determinado bem.
Basicamente, o custo de oportunidade significa uma melhor alocação dos recursos para a produção de um bem que poderia gerar um melhor ganho no uso alternativo dos recursos. Assim, temos que a transferência dos fatores de produção de determinado bem para a produção de outro bem, implica um custo de oportunidade, e isto significa o sacrifício de deixar de produzir parte de um bem para produzir mais de um outro bem. Na ciência econômica, toda vez que fazemos a opção por uma determinada escolha e não outra, diz-se que ela implica em um custo de oportunidade. O custo de oportunidade é o termo utilizado para expressar os custos que se referem às alternativas que foram sacrificadas.
Custo de oportunidade representa o sacrifício em deixar de produzir um bem para elevar a produção de outro bem.
2.2	O	DESEMPREGO	REPRESENTADO	NA	CURVA	DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO
Continuando com o exemplo da empresa, podem ocorrer casos em que ela esteja operando abaixo da sua capacidade, sendo assim, os fatores de produção estarão ociosos, gerando por consequência o desemprego de parte dos trabalhadores. Ao observarmos o gráfico a seguir, isso ocorre precisamente localizado no interior da curva de possibilidade de produção, especificamente no ponto G. Neste ponto, a produção de ambos os produtos, cobertores e toalhas, podem ser aumentadas até chegarem ao desenho da curva, utilizando esses fatores de produção que são ociosos no ponto G. Com um aumento na produção de cobertores e a mesma quantidade de toalhas, poderemos passar do ponto G para o ponto C, ou para o ponto E com uma maior produção de toalhas e a mesma de cobertores, ou no ponto D com o aumento de ambos os produtos.
GRÁFICO 3 – CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO NO CASO OCIOSO
Existem ainda pontos que podem localizar-se fora da curva de possibilidade de produção, tais como o ponto H, descrito na ilustração. Estes pontos são inatingíveis, já que envolvem uma combinação da elevação de dois produtos, em que a empresa não poderá produzir por ter os fatores de produção e tecnologias necessários. Estes pontos localizados para além da curva de possibilidade de produção serão alcançados somente se houver um aumento de tecnologia, fatores produtivos, ou ainda, por meio de inovação tecnológica que possa vir a viabilizar uma maior produção de determinado produto. No caso da empresa, um exemplo de aumento de produtividade por meio de tecnologia, ou ainda por meio da aquisição de novas máquinas e equipamentos que possibilitem mais rapidez nas atividades e uma maior produtividade na empresa poderiam alcançar o ponto H.
3	A CURVA DA POSSIBILIDADE EM NÍVEL DE UMA ECONOMIA
Para simplificar o entendimento, estudaremos uma economia hipotética que produza apenas dois bens econômicos: alimentos e automóveis.
Vamos imaginar que essa sociedade tenha disponível uma quantidade fixa de fatores de produção, uma quantidade fixa de trabalhadores e uma quantidade fixa de empresas e instrumentos necessários à produção (terra, trabalho, capital etc.). Quanto ao grau de conhecimento e à tecnologia, este permanecerá constante, sendo imutável durante nossa análise. Vamos supor também que a mão de obra empregada e os demais fatores produtivos podem ser empregados na produção de alimentos e na produção de automóveis em diferentes combinações de ambos.
QUADRO 5 – POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO DE UMAECONOMIA HIPOTÉTICA
	
ALTERNATIVA
	ALIMENTOS (EM MILHÕES DE
TONELADAS)
	AUTOMÓVEIS (UNIDADES)
	CUSTO DE OPORTUNIDADE
	A
	0
	500
	50
	B
	1
	450
	100
	C
	2
	350
	150
	D
	3
	200
	200
	E
	4
	0
	
GRÁFICO 4 – CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO DE UMA ECONOMIA
Observa-se ainda que os custos de oportunidade podem ser crescentes, quando uma sociedade sacrifica quantidades cada vez maiores de um bem para aumentar a produção de outro bem. Este custo de oportunidade está representado no gráfico nos pontos 100, 150 e 200. Cada vez que a sociedade deseja produzir mais toneladas de alimentos, ela terá que sacrificar a produção de automóveis.
3.1	ALTERAÇÕES	NA	CURVA	DE	POSSIBILIDADE	DE PRODUÇÃO
As alterações na curva de possibilidade que localizam-se à direita da curva de possibilidade de produção, neste caso o ponto G, não eram possíveis de serem alcançadas, dada a condição tecnológica e a disponibilidade limitada de fatores de produção. Todavia, podem ocorrer mudanças quanto à capacidade de produção, devido a diferentes fatores ao longo do tempo, como um aumento de inovações tecnológicas. Neste ponto ocorrerá um aumento nas instalações e no número de fábricas, de trabalhadores e instrumentos de produção, entre outros, que vão determinar a mudança e o aumento da possibilidade de produção da economia que se dá por meio de constantes inovações tecnológicas. A curva de possibilidade de produção deslocar-se-á para a direita, como podemos observar no gráfico a seguir.
GRÁFICO 5 – DESLOCAMENTO DA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO
Como podemos visualizar, a curva de possibilidade de produção está completa no ano de 2010, operando com as suas combinações abaixo do ponto G.
A introdução de novas tecnologias e o aperfeiçoamento das linhas de montagem podem causar mudanças na curva de possibilidade de produção.
Na produção dos dois bens, automóveis e alimentos, poderá ocorrer mudanças na curva de possibilidade de produção de ambos. Todavia, a inclinação será maior naquele bem em que as possibilidades de produção forem mais favoráveis na direção de um bem do que na de outro.
3.2	ALTERAÇÕES NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO: O CRESCIMENTO E O DILEMA ENTRE A ESCOLHA ENTRE BENS DE CONSUMO E BENS DE CAPITAL
Nós já vimos que a produção de bens e serviços tem a finalidade de atender às necessidade ilimitadas das pessoas, são os bens de consumo, mas não produzem somente para as pessoas, são produzidos também bens com a finalidade de produzir outros bens, estes são os chamados bens de capital.
GRÁFICO 7 – CURVA DE POSSIBILIDADE DE PORDUÇÃO ENTRE BENS DE CONSUMO E BENS DE CAPITAL
O ponto A refere-se ao ano de 2010 e representa uma situação atípica, na qual são utilizados todos os recursos na produção unicamente de bens de capital. Neste ponto, a economia produz muitas máquinas e equipamentos para a utilização em fábricas e não produz nenhum bem de consumo, o que não é interessante para a maior parte da população, já que esta tem demanda por bens de consumo (como roupas, alimentos, eletrônicos etc.).
Já o ponto B representa outra situação atípica, todos os fatores de produção estão alocados para a produção de bens de consumo. Neste ponto, a produção de bens de consumo tem função de atender às demandas da população. O que acontece neste ponto é que somente produz-se bens de consumo e nenhum bem de capital está sendo produzido.
Fica claro, portanto, que uma sociedade, além de produzir bens de consumo e também bens de capital, não serve só para substituir eventualmente os equipamentos obsoletos, mas também para manter e ampliar a capacidade produtiva de uma economia.
No ano de 2016 ocorre um deslocamento da curva de possibilidade de produção para a direita, alcançando o ponto D, aí pode-se observar que houve um aumento na possibilidade de produção tanto dos bens de capital como dos bens de consumo. Fica claro que é necessário um sacrifício no consumo presente para que no futuro se ampliem as possibilidades.
Tópico 4:
2	O FLUXO REAL DA ECONOMIA
O primeiro e mais simples fluxo real da economia consiste em uma economia hipoteticamente simples e composta apenas por dois agentes: as famílias e as empresas. Nesse esquema, as famílias são detentoras de força de trabalho e dos fatores produtivos que oferecem para as empresas, já as empresas, para fazer sua produção de bens e serviços, necessitam de mão de obra. Assim, as empresas remuneram as famílias pela mão de obra e fatores de produção oferecidos na forma de salários.
FIGURA 5 – FLUXO REAL DA ATIVIDADE ECONÔMICA
3	O FLUXO MONETÁRIO
O fluxo monetário são todas as transações financeiras que acontecem entre os agentes econômicos. Toda vez que um serviço, um bem ou uma mercadoria é passada de um agente para outro, é efetuado o pagamento por meio de moeda que media as trocas.
FIGURA 6 – FLUXO MONETÁRIO
o fluxo monetário busca demonstrar como se dá a remuneração entre os agentes, nesse caso, as famílias e as empresas.
É importante frisar que o fluxo monetário da economia só se torna possível com a presença de moeda (meio de troca/reserva de valor), que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para pagar os bens e serviços. De forma resumida, o fluxo monetário envolve o pagamento de bens e serviços por parte dos compradores, às empresas, e a consequente remuneração dos fatores de produção, às famílias. 
4	FLUXO CIRCULAR DA RENDA
O fluxo real e o fluxo monetário de uma economia. No próximo ponto, vamos compreender como ocorre a interligação entre o fluxo real e monetário, que resulta no que se conhece em economia, como o fluxo circular da renda. Primeiramente, trazemos o fluxo circular da renda em uma economia fechada, e posteriormente, um exemplo de uma economia aberta e com governo.
4.1 FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA FECHADA SEM GOVERNO
O fluxo circular da renda, representado na figura a seguir, surge da interligação dos fluxos reais e dos fluxos monetários de uma economia e busca demonstrar a forma como ela se movimenta e como os agentes transacionam entre si.
FIGURA 7 – FLUXO CIRCULAR DA RENDA DE UMA ECONOMIA FECHADA SEM GOVERNO
O fluxo circular da renda ilustra de forma simplificada como em uma economia de mercado ajusta os preços à oferta e à demanda das famílias e a oferta e a demanda das empresas. Neste fluxo, são dois agentes econômicos que transacionam entre si: as famílias e as empresas. E são dois mercados que compõem este fluxo: o mercado de bens de consumo e serviços e os recursos produtivos.
É por meio das quantidades demandadas de determinado produto que o empresário vai saber se deve produzir mais ou menos de um determinado bem. É a solução do problema econômico: “o que produzir”! Assim, cria-se um fluxo real (no esquema, observe a flecha vermelha) de bens, produtos e serviços das empresas para as famílias. E de outro lado, cria-se um fluxo monetário (no esquema, a flecha azul) das famílias para as empresas como pagamentos pelos produtos comprados (PASSOS; NOGAMI, 2012).
A parte de baixo do esquema do fluxo circular da renda mostra como se formam os preços dos recursos produtivos no mercado de fatores de produção.
FLUXO	CIRCULAR	DA	ATIVIDADE	ECONÔMICA	DE UMA ECONOMIA ABERTA
Nesta situação, temos três agentes econômicos ofertando e demandando bens e serviços. E são novamente dois mercados que compõem este fluxo: o mercado de bens de consumo e serviços e os recursos produtivos. Você já estudou o fluxo circular da renda entre as famílias e as empresas no tópico anterior, a diferença é que agora o governo aparece como o terceiro agente econômico.
FIGURA 8 – FLUXO CIRCULAR DA RENDA MODELO COM GOVERNO
5	VAZAMENTOS E INJEÇÕES NO FLUXO DE RENDA
Os vazamentos no fluxo circular da renda correspondem à parcela da renda das famílias que não se destinam diretamente ao consumo. Podemos apontar três: a poupança (S), os impostos (T) e as importações (M). Já as injeções no fluxo circular da renda são os mecanismos que compensam estes vazamentos. São mecanismos quepermitem o retorno desta renda e seu reinvestimento na economia. Vejamos melhor como isso acontece.
5.1	VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – A POUPANÇA
A poupança representa um vazamento de recursos do fluxo circular da renda, e esses recursos, para evitar uma crise, devem ser reinventados na economia.
5.1.1 As injeções no fluxo circular da renda provenientes da poupança
As famílias (ou indivíduos) que têm recursos financeiros de sobra são estimulados a aplicá-los no mercado financeiro em troca de uma remuneração. É justamente por meio desse mecanismo que o mercado financeiro recolhe o que se chama de vazamentos do fluxo circular da renda, que ocorre devido a “uma sobra” nos rendimentos das famílias.
Ao recolher estes rendimentos, o mercado financeiro os oferece em forma de empréstimos, que serão utilizados por empresários para estimular os investimentos. Assim, o recurso é injetado novamente no fluxo circular da renda. Podemos observar assim a importância da poupança, no sentido de financiar os empréstimos e investimentos.
5.2	VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – OS TRIBUTOS
Uma parte considerável da renda das famílias é gasta com o pagamento de impostos ao governo. Isso representa mais um vazamento do fluxo circular da renda.
5.2.1 As injeções no fluxo circular da renda provenientes dos impostos
 Os impostos recolhidos pelo governo são injetados novamente no fluxo circular da renda. Depois de recolher o dinheiro das famílias e das empresas, eles são investidos na sociedade de várias formas. Por exemplo, com a realização de obras de infraestrutura, construção de escolas, universidades, investimento em saúde, entre tantas outras despesas públicas. Além disso, o governo compra insumos, é responsável pelo pagamento do funcionalismo público, realiza a transferência às famílias por meio de programas sociais e políticas públicas, paga as aposentadorias etc. Estas e outras atividades do governo se resumem a seus gastos, mas também significam injeções na economia dos recursos anteriormente retirados.
5.3	VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – AS IMPORTAÇÕES
Além da poupança e dos impostos, existe outro vazamento do fluxo circular da renda: os gastos das famílias com as mercadorias importadas. A compra de mercadorias produzidas fora do país favorece a produção naquele determinado país e desestimula a produção no país de domicílio. Importando produtos, o indivíduo envia parte da sua renda para o exterior. Por outro lado, se a demanda por mercadorias importadas for muito grande, é possível que a demanda por mercadorias nacionais caia e algumas empresas quebrem.
5.3.1	As injeções no fluxo circular da renda proveniente – caso das importações
Para este vazamento, o governo dispõe de injeções de recursos. Nesse caso, existem as injeções de recursos no fluxo circular da renda que decorrem das exportações. Quando determinado país exporta mercadorias, ele atrai renda externa. Essa renda estimulará a demanda agregada e provocará um aquecimento na atividade econômica dentro do país.
 Por outro lado, se o volume de exportações for muito maior que o de importações, a tendência é ocorrer inflação, devido ao fato de que a produção nacional poderá não dar conta de suprir a elevação no consumo interno, que se originarão do excesso de renda resultantes das exportações. A seguir, podemos analisar um resumo do fluxo circular da renda, dos respectivos vazamentos e injeções.
FIGURA 9 – FLUXO CIRCULAR DA RENDA COM OS VAZAMENTOS E AS INJEÇÕES
Conforme ilustrado no esquema acima, os vazamentos do fluxo circular da renda são três: a poupança (S), os impostos (T) e as importações (M). Depois de estudar até aqui, você ainda pode se perguntar como isso acontece, ou como na prática acontecem os vazamentos no fluxo de renda. Imaginemos que o seu salário seja R$ 3.000,00.
Além disso, você pode optar por guardar parte do seu salário na poupança. Suponhamos então, que você guarde mais R$ 200,00 mensais, pois deseja comprar um automóvel no futuro. Tomando esta decisão, você estará optando por não consumir ou não gastar parte da sua renda. Seu salário, que era de R$ 3.000,00, agora é de R$ 3.000,00 – 200,00 – 200,00.
Com dinheiro sobrando, você decide comprar um computador. Acontece que ele é importado da China. Digamos que você parcelou sua compra, cuja parcela é de R$ 200,00 mensais. Temos então, um gasto com importação no valor de R$ 200,00 (por mês). Essa parte do seu salário não está sendo gasta dentro do país de origem, mas sim, no exterior.
No final das contas, do seu salário inicial sobrou R$ 2.400,00 para gastar com bens e serviços na economia de seu país. O restante (impostos + poupança + importação) corresponde a vazamentos no fluxo de renda. Para que isso não aconteça, o governo cria mecanismos ou gastos que compensem cada um dos vazamentos. Isso denomina-se injeções na economia.
Acabamos de ver como é importante o governo no fluxo da renda. Essa gestão de injetar novamente os vazamentos é dinamizada por meio da gestão das políticas econômicas feitas pelo governo.
Tópico 5 :
2	PRÉ-HISTÓRIA E ANTIGUIDADE CLÁSSICA
A rigor, não se pode admitir a existência de um pensamento econômico até o fim da Idade Média. Até então, a economia era tão pouco relevante que não exigia pensar-se sobre ela. Mesmo assim, reconhece-se que, entre outros, Aristóteles na Grécia Antiga, e Santo Agostinho e São Tomás de Aquino na Idade Média, referiram-se a temas econômicos. Termo oikonomia provém do grego e significa “cuidado com a casa”: oikos equivale à casa e nomos é o mesmo que cuidado.
3	IDADE MÉDIA
Podemos dizer que o pensamento medieval tinha um caráter prático e dependente da moral cristã. Neste sentido, a igreja procurava moralizar todas as ações das pessoas. E o mesmo ocorria com a prática econômica. Neste período, esta instituição reconheceu a dignidade do trabalho, condenou as taxas de juros (usura), pregou o “justo preço”, a moderação e o equilíbrio dos atos econômicos.
4	MERCANTILISMO
O mercantilismo foi uma doutrina econômica que surgiu entre o fim da Idade Média e a época de triunfo do laissez-faire, portanto, entre 1500 e 1770, época de expansão comercial e marítima de nações europeias. Podemos apresentar como seus representantes, Jean-Baptiste Colbert (1619-1683) e Sir William Petty (1623- 1687). A grande preocupação destes pensadores era entender como tornar uma nação mais rica.
Os mercantilistas consideravam que a riqueza de uma nação provinha da acumulação de metais preciosos: ouro e prata.
Podemos dizer que esta é a base do pensamento mercantilista. Por isso mesmo, a fim de aumentar o estoque de metais preciosos, defendiam um maior estímulo ao comércio exterior por meio de uma balança comercial favorável.
O contexto histórico do surgimento do mercantilismo foi marcado pela desintegração do feudalismo e pela formação do capitalismo mercantil.
I. Transformações intelectuais: foi um período de mudanças na forma de se pensar o mundo. O método científico (ligados à observação e à experiência) tomava o lugar das antigas maneiras de explicar a realidade, as produções artísticas e literárias se modificaram, entre tantas outras.
II. Transformações religiosas: cresceu o processo de laicização do pensamento, ganharam maior evidência os argumentos que exaltavam o individualismo, até restrições a algumas práticas econômicas (como a cobrança de juros e o lucro) perderam força.
III. Transformações no padrão de vida: os padrões de vida da população também se modificaram. A preocupação com o material, pelo desejo de bem- estar difundiram-se (melhor alimentação, casas confortáveis, viagens, troca de experiências).
IV. Transformações políticas: neste período houve o aparecimento do Estado moderno, que coordenava os recursos materiais e humanos e que foi aglutinador das forças da nobreza, do clero, dos senhores feudais, da burguesia.
V. Transformações geográficas: a navegação e seu aprimoramento permitiram a descoberta de “novos mundos” (Américas, por exemplo).
VI. Transformações econômicas:todas as mudanças também se refletiram no aumento do afluxo de riquezas, surgiram novos centros de comércio, cidades se avolumavam, intensificou-se o processo de exploração das colônias, ente outros.
 O mercantilismo surgiu como uma doutrina capaz de substituir os preceitos feudais, promover o nacionalismo, dar importância aos mercadores, e ainda, justificar a política de expansão marítima e militar, característica desta época histórica.
O comércio exterior e protecionismo. O comércio exterior deeria ser estimulado, por meio da balança comercial favorável. Internamente, era preciso proteger as matérias-primas e os bens manufaturados. Além disso, era necessária uma política capaz de restringir a saída de matérias-primas.
O colonialismo. Defendia-se uma política de dominação e exploração de colônias e de monopólio do comércio colonial em benefício próprio, ou seja, da metrópole (Política colonial mercantilista).
Comércio Interno e incremento da população. De certa maneira, se estimulava o comércio interno, porém, através de concessões de monopólio e privilégios comerciais. Favoreciam uma população numerosa, fornecedora de mão de obra barata e abundante. Não preocupava-se com seu bem-estar.
Grande intervenção do Estado. As atividades econômicas tinham forte controle e direção do Estado. Este concedia privilégios de monopólios a setores ligados ao comércio externo. A livre entrada no comércio interno era
restringida.
5	FISIOCRACIA
A Fisiocracia foi uma doutrina econômica liberal que teve seu auge no século XVIII Formulou, pela primeira vez, de maneira sistemática e lógica, uma teoria do liberalismo econômico. Mais precisamente, apareceu na França no final da época mercantilista, tendo seu início determinado em 1756. A escola fisiocrata durou pouco e já em 1776 havia perdido muita força, principalmente com o advento das ideias que viriam a ser a base do pensamento econômico clássico.
Assim como os mercantilistas, os fisiocratas queriam entender como uma nação poderia tornar-se rica. Só que para eles, a fonte das riquezas de um país estava na terra. Sem a provisão de matérias-primas da natureza não se geraria qualquer valor. Podemos ressaltar como principais representantes desta corrente de pensamento, o médico francês François Quesnay (1694-1774) e Anne-Robert- Jacques Turgot (1727-1781).
5.1	OS FISIOCRATAS – CONTEXTO
A fisiocracia surgiu como uma reação ao mercantilismo no momento histórico de muitas contradições, marcado pela dissolução dos últimos resquícios feudais e de ascensão da burguesia.
Por um lado, o comércio se consolidou, o uso de moeda (em detrimento do escambo) se generalizou, grandes cidades surgiram, as primeiras indústrias se desenvolveram, novos métodos de produção ganharam lugar, bem como a consolidação de uma classe de comerciantes – a burguesia – como protagonistas dos processos socioeconômicos.
Do outro lado, como resquícios da velha ordem sociopolítica, havia muito controle governamental sobre as atividades mercantis. As atividades econômicas (ligadas ao comércio, agricultura, indústria) eram sobrecarregadas de impostos, tarifas e pedágios. A nobreza e o clero ainda gozavam certo prestígio e se beneficiavam das riquezas geradas pela sociedade.
Podemos resumir os preceitos da fisiocracia do seguinte modo:
Terra (agricultura/natureza) como fonte de riqueza. Somente a agricultura era produtiva, pois criava excedentes. A indústria e o comércio eram úteis, mas, estéreis, pois reproduziam o valor consumido (matéria-prima e produtos
de subsistência).
Ideia de ordem natural. As sociedades humanas estavam sujeitas a leis da natureza. As atividades humanas deveriam estar em comunhão com estas leis.
Intervenção mínima do Estado. Economicamente, o direito natural das pessoas era desfrutardo seu próprio trabalho. Assim, o Estado não deveria intervir nos assuntos econômicos além do mínimo: proteger a vida e a
propriedade, mantento a liberade.
Oposição às restrições feudais, mercantilistas e governamentais. Deveria existir liberdade de negócios interna e livre-comércio no exterior. Laissez-faire, laissez-passer, que significa "deixar fazer, deixar passar"
Impostos deveriam ser cobrados apenas dos propretários de terras. Como a agricultura era a fonte de riqueza, somente os donos das terras deveriam pagar os impostos (os nobres e a igreja eram donos das terras, neste período histórico).
Oposição ao consumo de luxo. Os fisiocratas consideravam o consumo de luxo uma barreira à acumulação de capital.
Consideração da economia como um todo integrado. Esta premissa é bem descrita na Tableau Economique, de Quesnay. Basicamente, divide a sociedade em três classes: os proprietários de terra (nobreza e clero), os produtores (agricultores) e as "classes estéreis" (demais cidadãos). Assim, existiria uma circulação de renda entre essas três classes: proprietários e produtores compravam produtos e serviços dos demais grupos. Essa renda retornava com a negociação dos produtos agrícolas.
6	A ESCOLA CLÁSSICA
Podemos datar o início da Escola Clássica em 1776, e seu marco foi a publicação da obra “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith. A doutrina clássica também é conhecida como liberalismo econômico. Sendo assim, são seus pilares: a) a liberdade pessoal; b) a propriedade privada; c) a iniciativa industrial e controle individual da empresa; d) a doutrina do laissez-faire, laissez-passer.
A expressão “laissez-faire, laissez-passer” quer dizer “deixar fazer, deixar passar”. Essa expressão era uma espécie de“palavra de ordem” do liberalismo econômico, cujo intento era a absoluta liberdade de produção de comercialização dos produtos e serviços. Surgiu ainda com os fisiocratas (século XVIII) e foi defendida primeiramente de uma forma mais radical na Inglaterra. Tal postura econômica diferia completamente daquela mercantilista. Com o advento e consolidação do capitalismo, tornou-se importante mecanismo do liberalismo econômico, no que diz respeito às críticas à intervenção do Estado na economia (SANDRONI, 1999).
Os economistas clássicos consideravam naturais as categorias como dinheiro, capital, lucro, salário, propriedade privada, entre outras, uma vez compreendidas, elas se eternizariam. Suas principais ideias devem ser entendidas em seu contexto histórico, já que ganharam corpo em meio à desestruturação do antigo regime feudal. Como vimos anteriormente, é um período de grandes transformações: culturais, religiosas, políticas, econômicas, científicas, entre tantas outras. Além do mais, as ideias desta escola ganharam força no século XVIII, quando a Inglaterra assumiu a supremacia no comércio e indústria. Período este, da Revolução Industrial.
a. Princípio do “laissez-faire, laissez-passer” e crença no autoajuste do mercado: para os economistas clássicos, o melhor governo era aquele que menos governava. Por isso, defendiam o Estado mínimo, com poucas funções e que não intervisse na economia. As forças de mercado, livre e competitivo, deveriam orientar a produção, a troca e a distribuição das mercadorias e serviços. Para estes pensadores, a economia se ajustava automaticamente e tendia ao equilíbrio.
b. Harmonia de interesses: os clássicos sustentavam que o indivíduo, ao buscar satisfazer seu próprio interesse, acaba servindo aos interesses da sociedade. Isso, é claro, em uma economia concorrencial.
c. O trabalho como fonte de valor: para os clássicos, a fonte da riqueza estava no trabalho. Além disso, eles ressaltavam a importância de todas as atividades econômicas no processo de geração de riqueza: a agricultura, o comércio, e principalmente, a indústria.
d. Objetivavam a promoção do máximo crescimento e desenvolvimento econômico: isto, de certa maneira, estava associado à crença de que os indivíduos, supostamente, tinham como desejo inato acumular riquezas como um fim em si mesmo.
e. Noção da economia como um todo e regida por leis naturais: os clássicos viam a economia como um todo interligado. Além disso, acreditavam existirleis naturais que a regiam. Assim, era importante descobri-las.
f. Partiam de um método de análise: um dos grandes legados dos clássicos foi ter oferecido um método de análise da economia, bem como das leis que dela fazem parte.
6.1	PRINCIPAIS	PRECURSORES	DA	ESCOLA	CLÁSSICA: ADAM SMITH
Adam Smith é considerado o fundador da Escola Clássica e como vimos anteriormente, é tido, por muitos, como o “pai” da economia moderna. Ele nasceu em 1723, na Escócia.
Smith se distinguiu daqueles que trataram de temas econômicos antes dele, como os fisiocratas e os mercantilistas.
Notou que havia ligações entre as principais classes sociais, entre os setores de produção, a distribuição da riqueza, da renda, o comércio, a circulação da moeda, questões relativas aos preços e ao processo de crescimento econômico das nações.
•	O trabalho como fonte das riquezas das nações.
•	A importância da divisão do trabalho: A divisão do trabalho, para ele, era estimulada pela ampliação dos mercados e era um elemento gerador de aumento da produtividade, e com isso, da própria riqueza (pois o trabalhador se especializa em uma atividade, poupava-se tempo e se abria espaço para o uso das máquinas).
•	A ideia da “mão invisível” e da autorregulação do mercado/economia: Adam Smith sustentava ser necessário deixar agir a livre concorrência, de modo que os agentes econômicos encontrariam o equilíbrio de maneira natural, através de uma “mão invisível”. Com esta teoria defendia que todos os agentes, na busca por lucrar ao máximo, acabavam promovendo o bem-estar de toda a sociedade. Portanto, via o mercado, única e exclusivamente, como regulador das decisões econômicas de uma nação.
•	A defesa do laissez-faire, laissez-passer - não intervenção do Estado: como considerava que o mercado e a economia se ajustavam automaticamente, defendia que o Estado não intervisse na economia. O Estado deveria apenas a) proteger contra-ataques externos; b) estabelecer a justiça; c) construir obras e instituições necessárias à sociedade (não lucrativas); d) emitir papel moeda; e) controlar a taxa de juros, em alguns casos.
•	enfatizava o crescimento e o desenvolvimento, que seriam ocasionados pela divisão do trabalho, pelo aumento da produtividade e pela ampliação dos mercados.
6.2	PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: DAVID RICARDO
 David Ricardo (1772 -1823). Ricardo fez fortuna ainda jovem operando na bolsa de valores. Após Adam Smith, tornou-se a principal figura das ideias desenvolvidas pela Escola Clássica. Ele demonstrou as possibilidades da utilização do método abstrato e enfatizou temas relacionados à distribuição da renda. 
Teoria do valor-trabalho: o valor de uma mercadoria era determinado pela quantidade de trabalho nela incorporada. E esse tempo de trabalho incluía o tempo de trabalho na elaboração do bem, acrescido do trabalho incluído nas matérias-primas, acrescido do trabalho incluído nos bens de capital.
Teoria das vantagens comparativas: Ela consistia na demonstração de que os países deveriam se especializar na produção de bens que eram mais capazes de produzir. Mesmo que um país seja mais eficiente do que outro na produção de todos os bens, esse país deve se especializar e exportar o produto cujo custo é comparativamente o mais baixo. E da mesma maneira deve importar o que tiver o custo relativo (de produção interna) mais caro. Seguindo esta lógica, haveria vantagens para ambas as economias. Por isso, denominam-se estes preceitos de teoria das vantagens comparativas. 
Teoria da renda da terra: com esta teoria, Ricardo considerava duas hipóteses: primeiro, que a terra tinha diferenças quanto a sua fertilidade. Dessa maneira, existiam espaços mais férteis e outros menos férteis. Portanto, o uso das terras poderia se ordenar a partir da terra mais fértil para a menos fértil. A segunda hipótese é que a concorrência sempre igualaria a taxa de lucro dos fazendeiros capitalistas, que arrendavam as terras dos proprietários.
6.3	PRINCIPAIS	PRECURSORES	DA	ESCOLA	CLÁSSICA: JEAN-BAPTISTE SAY
Jean-Baptiste Say (1767 - 1832) formou o que ficou conhecido como corrente liberal otimista, também denominada como Escola Liberal Francesa. Para Say, o preço ou valor de troca de qualquer mercadoria era dependente de sua utilidade.
O preceito principal da Lei de Say é que toda oferta cria sua própria demanda. Assim, de acordo com estes pressupostos, nunca poderia existir uma demanda insuficiente ou um excesso de mercadorias na economia. De forma isolada, caso algum ramo da indústria fosse acometido por superprodução (erros de cálculo etc.), haveria outros setores com escassez. A queda nos preços num setor e aumento em outros levariam as firmas a realocar a produção, levando ao equilíbrio.
6.4	PRINCIPAIS	PRECURSORES	DA	ESCOLA	CLÁSSICA: THOMAS MALTHUS
Com relação à teoria malthusiana da população, este pensador acreditava que o crescimento da população iria superar a capacidade produtiva da terra, o que geraria fome e miséria. Para ele, a população, quando não controlada, aumentava geometricamente (1, 2, 4, 8, 16, 32, ...). Por outro lado, a produção de alimentos aumentava aritmeticamente (1,2,3,4,5, 6, ...). É claro que, por esta ótica, a “conta não fechava”, já que uma parcela da população iria passar por dificuldades de sobrevivência. Mais tarde esta teoria foi superada, já que Malthus não considerou o papel das inovações tecnológicas no processo produtivo.
6.5	PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: JOHN STUART MILL
John Stuart Mill (1806 - 1873). Seguidor de Ricardo, tentou integrar a teoria do valor-trabalho com a perspectiva utilitarista, que via a utilidade como formadora dos preços.
Para este pensador, a teoria do valor-trabalho seria válida caso a razão entre capital e trabalho fossem as mesmas em todas as fábricas. Sendo assim, os custos para a produção seriam proporcionais ao trabalho incorporado em todos os tipos de mercadorias. Também concordava que os princípios da produção de riqueza baseavam-se em leis naturais, ou seja, imutáveis.
7	MARXISMO
O contexto que se seguiu à Revolução Industrial e à consolidação do modo capitalista de produção foi marcado por inúmeros problemas socioeconômicos. Por um lado, se havia superado por completo os resquícios do feudalismo. A consolidação do novo modo de produção, com base na indústria, acarretou inúmeros problemas, entre eles: pobreza das massas, desemprego, super exploração, inchaço das cidades, poluição, desigualdades, entre muitos outros. Nesta vasta obra é realizada uma crítica aos clássicos da economia (pressupostos de Adam Smith e os demais que o sucederam) e é claro, se constrói cientificamente uma profunda análise do modo capitalista de produção. Por isso, podemos dizer que uma das características deste pensador era justamente não conceber os fenômenos socioeconômicos através de leis naturais e eternas. Isto é, estes fenômenos são produtos das ações humanas, e, portanto, não se repetem em todos os momentos históricos. E isso é diferente do pensamento clássico, que muitas vezes procurava dar um sentido de naturalidade ao modo de produção capitalista. 
•	O capital como relação social : Para ele, o capital era uma relação social, uma relação de produção que surgiu com o aparecimento de duas classes sociais distintas: uma que se apropria dos meios de produção, ou seja, a burguesia, e outra que tinha apenas a sua força de trabalho para vender, isto é, os trabalhadores.
•	Mercadoria como valor de uso e valor de troca: para este pensador, o preço das mercadorias era definido pelo tempo de trabalho socialmente necessário a sua produção. As mercadorias tinham valor de uso (que corresponde à utilidade dela, para que ela serve) e valor de troca (isto é, a possibilidade de ser trocada/vendida por outra).
•	O conceito de mais-valia: este corresponde ao trabalho excedente e não pago, que é apropriado pelo dono dos meios de produção. A mais-valia é produzida no processo de produção e finalizada na circulação, isto é, quando a mercadoria é vendida.
•	Exército industrialde reserva: corresponde ao contingente de trabalhadores sem emprego. Para Marx, um contingente de desempregados era uma característica do modo de produção capitalista, e, portanto, muito importante para a continuidade do processo de acumulação de capital. O exército industrial de reserva era produto do capitalismo e agia como um regulador dos salários. Além disso, era necessário à medida que deixava à disposição mão de obra complementar (MARX, 1987).
•	Acumulação de capital: este processo é a força motriz do modo de produção capitalista. É o processo de valorização do valor. No processo de produção, o dinheiro inicialmente investido na produção de mercadorias, ao final do processo, retornava com acréscimo (por exemplo, pensemos em um capitalista que tenha investimento de R$ 1.000,00 na produção de 10.000 lápis. Após a produção e venda, teve um retorno de R$ 2.500,00. Logo, aos R$ 1.000,00 iniciais foram acrescidos outros R$ 1.500,00). No processo de acumulação, parcela do excedente criado (para Marx, através da mais-valia) era reinvestida no processo produtivo novamente.
•	Acumulação primitiva: Este processo nada mais era do que o processo de separação do produtor direto (o trabalhador) da propriedade das condições de seu trabalho, um processo que transforma, por um lado, os meios sociais de subsistência e de produção em capital, e por outro, os produtores diretos em trabalhadores assalariados (MARX, 1987). A acumulação primitiva era caracterizada por processos violentos e permitiu a superação dos entraves feudais e a ascensão do capitalismo.
8	OS ECONOMISTAS NEOCLÁSSICOS (OU MARGINALISTAS
Marcado por inúmeras mudanças e também pelo crescimento de problemas socioeconômicos, como o desemprego, por oscilações econômicas e até mesmo por guerras. Cresceram também os movimentos teóricos de negação aos preceitos clássicos, os movimentos socialistas, movimentos sindicais, entre outros. São importantes representantes neoclássicos: Léon Walras (1834 - 1910), W. S. Jevons (1835 - 1882), Carl Menger (1840 - 1921), A. Marshall (1842 - 1924), V.Pareto (1848 - 1923).
UADRO 6 – IDEIAS DOS ECONOMISTAS NEOCLÁSSICOS
7
	
1
	A abordagem neoclássica/marginalista privilegiava a microeconomia. Neste sentido, os agentes econômicos, de maneira individual, assumiam o centro das discussões. A abordagem marginalista não se preocupava com a economia agregada, mas sim, com a tomada de decisão individual, com as condições de mercado para um único tipo de bens, com a formação de preços, com as decisões das empresas, com a produção e custos das empresas isoladas, com
a maximização do lucro, entre outros.
	
2
	Defendia a ideia laissez-faire, laissez-passer, isto é, de que os mercados se autorregulavam, e, portanto, o Estado não deveria intervir na economia. Sem interferências nas leis econômicas (que para eles, eram naturais), se
alcançariam os benefícios sociais máximos.
	
3
	A ideia de equilíbrio na economia. Como os marginalistas sustentavam que os mercados se autorregulavam, afirmavam que a economia tendia sempre
ao equilíbrio. Sendo assim, as crises seriam apenas temporárias.
	4
	Enfatizam o lado da oferta. Para os marginalistas, era a oferta que determinava
a demanda.
	
5
	A ideia da concorrência perfeita. Os economistas neoclássicos baseavam sua análise em um sistema econômico pautado pela concorrência perfeita. Neste sentido, existiriam muitos compradores, muitos vendedores (empresários pequenos, individualistas e independentes), produtos homogêneos e preços uniformes. Assim, nenhum agente econômico teria a capacidade de influenciar os preços de mercado. Além disso, as decisões eram pautadas pela
racionalidade e pelo pleno acesso à informação.
	
6
	A ideia de utilidade marginal. A utilidade de cada bem relacionava-se a sua capacidade de satisfazer as necessidades humanas. À medida que se consome um bem, diminui a satisfação ou a utilidade de cada unidade adicional
consumida desse bem.
Defesa da racionalidade nas decisões dos indivíduos. Os marginalistas defendiam que os indivíduos seriam racionais quanto as suas decisões. Indivíduos e empresas buscavam a alocação ótima de recursos. Além disso, sustentavam que as pessoas buscavam maximizar o prazer e minimizar o desprazer.
9	KEYNESIANISMO 
Tinha grandes preocupações com as implicações práticas das teorias econômicas. Foi um homem de negócios, diretor de companhias de seguro e investimento, assessor de grande influência do Tesouro Britânico, diretor do Banco da Inglaterra. A crise de 1929, conhecida como a “Grande Depressão”, foi o período de maior crise econômica de nível mundial do século XX. Ela teve início em 1929, cujo ápice foi a quebra da bolsa de valores de Nova York. No primeiro momento, atingiu a economia norte-americana, a Europa, em seguida, os países latino-americanos, asiáticos e africanos. Embora Keynes seja considerado o“pai” da macroeconomia, o economista polonês Michal Kalecki chegou aos mesmos resultados, também por volta dos anos 1930. Enquanto Keynes baseou sua investigação nos pressupostos da economia neoclássica, Kalecki partiu dos pressupostos marxistas. Este pensamento inaugurou uma modalidade de intervenção do Estado na economia, que não atingia totalmente a autonomia da iniciativa privada. 
O princípio da demanda efetiva: o princípio da demanda efetiva/agregada atentava para a proporção da renda gasta em consumo e investimento. Para promover o equilíbrio macroeconômico com emprego, faz-se necessário atentar para o lado da procura. Um dos fatores fundamentais pelo volume de emprego era o nível de produção nacional de determinada economia, que era determinado pela demanda efetiva.
II.	Ênfase na macroeconomia: a ênfase do keynesianismo está nos grandes agregados macroeconômicos: emprego, demanda efetiva, produto interno bruto, inflação, taxa de juros, nível de consumo agregado, entre outros.
III.	Contrário à Lei de Say: para os keynesianos, o mercado não se autorregulava sempre. Dessa maneira, era necessária a intervenção estatal (através de gastos públicos) para estimular a demanda efetiva da economia e reequilibrá-la.
IV.	Preocupação com o curto prazo: o pleno emprego era apenas uma das tantas situações possíveis em uma economia, e ao contrário dos neoclássicos, era possível alcançar o equilíbrio de uma economia com desemprego no mercado de trabalho.
	NEOCLÁSSICOS
	KEYNESIANISMO
	A oferta determina a demanda.
	A demanda determina a oferta.
	O equilíbrio de uma economia baseava- se no pleno emprego dos recursos
produtivos.
	É possível alcançar o equilíbrio sem o pleno emprego dos recursos produtivos.
	Propõe soluções de longo prazo para os
problemas econômicos.
	Propõe uma análise e solução de curto
prazo.
	Ênfase na microeconomia.
	Ênfase na macroeconomia.
	
A crença na autorregulação do mercado.
	O mercado não se autorregula sempre, sendo necessária a intervenção do Estado na economia, com base em uma política de
estímulo à demanda efetiva.
	
Contrário à intervenção do Estado na economia.
	Favorável à intervenção do Estado na economia, em casos de crise econômica e de necessidade de resoluções de outros
problemas macroeconômicos.
A estagflação pode ser entendida como uma situação de estagnação econômica, com baixos ou mesmos índices negativos de crescimento, combinado com altos níveis de inflação e desemprego. O pensamento monetarista é tido como uma espécie de antítese do pensamento keynesiano. Para eles, era preciso deixar a preocupação com a demanda e enfatizar a oferta. O Estado deveria se afastar da economia e deixar as forças de mercado funcionar. Teria que haver inversão de ênfase entre aspectos estruturais e conjunturais. Para os monetaristas, controlar o estoque de moeda, com o intuito de manter uma oferta monetária estável, era o que permitiria um controle do processo inflacionário, e é claro, levaria as economias ao equilíbrio.
Para os novos clássicos, as pessoas teriam acesso a inúmeras informações econômicas.Sendo assim, compreendiam o funcionamento da economia, bem como os impactos de políticas monetárias e fiscais. Com isso, conseguiam prever as ações do governo quanto ao uso da política econômica. Esta então, tornar-se-ia ineficaz.
Além destes, vale citar os institucionalistas, que incorporaram à discussão dos agregados macroeconômicos novos elementos: o papel da tecnologia e das instituições, para eles, muitas instituições sociais e de poder que influenciam na formação dos preços e na alocação de recursos na economia. Assim, o mercado não seria o único a influenciar os preços e as demais variáveis econômicas.
Unidade 2 
Tópico 1: INTRODUÇÃO
Na análise microeconômica, desses três questionamentos fundamentais, devemos observar que a microeconomia se concentra no estudo e pesquisa do comportamento do consumidor e da empresa conforme a dinâmica própria do mercado.
CONCEITO DE MICROECONOMIA
A microeconomia analisa o comportamento tanto do consumidor como da empresa, ela faz todo um estudo analítico das atividades econômicas dos agentes econômicos que interagem no mercado para satisfazer suas necessidades, sejam de consumo, no caso das famílias, sejam de produção, no caso das empresas. Em uma economia de mercado, essas atividades econômicas acontecem na dinâmica da troca comercial por meio da precificação de todos os bens e serviços a serem procurados pelos agentes no mercado. Assim, o “mercado” atua como mediador de troca dos interesses dos agentes econômicos.
Podemos dizer que a microeconomia analisa o comportamento individual dos agentes econômicos essenciais para uma economia de mercado, isto é, o comportamento das famílias (consumidores) e das empresas (centros produtivos e de comercialização).
•	Como os diferentes níveis de preços praticados no mercado levam as famílias a consumir um maior ou menor volume de um determinado produto ou serviço.
•	Como os diferentes níveis de preços praticados no mercado levam as empresas a oferecer mais, ou inclusive menos, de um determinado produto ou serviço.
•	Quais são os motivadores que levam as famílias a consumir determinado produto ou serviço? Isto é, motivadores que visam satisfazer suas necessidades e/ou “desejos”.
•	Quais são os motivadores que levam as empresas (entidades produtivas) a oferecer no mercado um determinado produto ou serviço aos consumidores? Devemos observar que o motivador em comum, para todas as empresas, é a geração de lucro.
Em resumo, por meio da microeconomia, podemos visualizar e analisar o comportamento econômico dos agentes econômicos essenciais para uma economia de mercado pelas ações dos consumidores que procuram satisfazer suas necessidades.
Esta condicional é conhecida como “coeteris paribus”, fundamental à análise microeconômica. A expressão “coeteris paribus” vem do Latim e quer dizer: todas as demais condições ficam constantes. Segundo Vasconcellos (2011, p. 29): [...] para poder analisar um mercado isoladamente, supõe todos os demais mercados constantes. Ou seja, supõe que o mercado em estudo não afeta nem é afetado pelos demais. ” Essa condição “coeteris paribus” tem como objetivo básico verificar o impacto de variáveis econômicas isoladas, independentemente dos efeitos das outras.
LEI DA DEMANDA: O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
O que é a lei da procura? Em poucas palavras, podemos dizer que é o comportamento natural dos seres humanos no momento de procurar, comprar e consumir um determinado produto no mercado, conforme os níveis de preços apresentados.
Então, a procura de determinado produto define- se como as diversas possibilidades de quantidades que os consumidores estarão dispostos e aptos a adquirir em função dos preços praticados no mercado em um determinado período de tempo e em função da utilidade (satisfação intrínseca) deste produto para o consumidor. Isto é uma das bases de análise comportamental do consumidor e da lei da procura, o conceito de utilidade do consumidor “[...] baseia- se na Teoria do Valor Utilidade. Supõe-se que, dada a renda e dados os preços de mercado, o consumidor, ao demandar um bem ou serviço, está maximizando a utilidade ou satisfação que ele atribui ao bem ou serviço. É também chamada de Teoria do Consumidor.
COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES
O preço como limitante ao consumo: o consumo de um produto está vinculado ao nível de preços deste no mercado. Assim, quanto maior o preço, menor será o volume de consumidores dispostos e efetivamente “aptos” para comprar e consumir um determinado produto.
O fator da escolha de produtos substitutos: se um produto está caro demais para um determinado grupo de consumidores, logo estes terão a tendência de procurar produtos semelhantes. Em termos econômicos, quer dizer que quando o nível de preços de um determinado produto aumentar, os consumidores diminuem a procura deste produto, em contrapartida, aumentam a procura de produtos semelhantes ou similares, ou seja, o consumidor rapidamente possui a tendência à substituição por outro que seja mais barato.A utilidade marginal decrescente: o que acontece quando você come a primeira bolacha do pacote? Ela será bem gostosa, ou seja, a utilidade intrínseca, a satisfação desta primeira unidade será bem alta. E a segunda unidade? Também será gostosa, mas menos do que a primeira. A satisfação em consumir vai diminuindo conforme comemos mais, concorda? Ou seja, a utilidade ou satisfação de consumir vai decrescendo à medida que consumimos e adicionamos mais uma unidade. Esta situação é conhecida, na economia, como a utilidade marginal decrescente. Neste sentido, o consumidor possui a tendência de comprar e consumir unidades adicionais se os preços registrarem baixas, caso contrário, ele não estará interessado em adquirir novas unidades desse produto. Comparativamente, se você levar para casa 400 gramas de queijo colonial especial que possui um preço de R$ 60,00 o quilo, no momento de consumi-lo provavelmente fará um consumo moderado. Assim, cada pedaço consumido terá uma utilidade marginal decrescente alta, pois se comer demais sua consciência lhe dirá que é caro exagerar na ingestão desse produto.
VARIÁVEIS DA ESTRUTURA DA DEMANDA
a) Riqueza e distribuição da renda: em uma economia de mercado, as famílias possuem renda disponível para o consumo. Algumas possuem maior renda disponível (renda familiar da classe média-alta e alta), outras possuem renda média (renda familiar da classe média) e outras possuem menor renda disponível (renda familiar da classe média-baixa e baixa). Essas diferenças da renda familiar da população geram diversos produtos a serem procurados em função da renda disponível.
b) Preço de bens substitutos: o consumidor, conforme sua renda, se achar caro demais um produto, terá a tendência natural de procurar produtos substitutos/semelhantes que possam satisfazer sua necessidade/desejo. Exemplificando: se a safra de arroz ficou abaixo do normal, provavelmente o preço desse produto no mercado aumentará e alguns consumidores trocarão parcialmente o consumo desse carboidrato por outro, aumentando a procura de outros carboidratos, tal como a batata ou mandioca.
c) Fatores de temporada e climáticos: se, por ventura, houver uma seca prolongada, a safra de uma série de produtos agrícolas (arroz, trigo, feijão, mandioca etc.) será prejudicada, logo, haverá escassez e preços altos destes produtos. Considerando os fatores de temporada, existem produtos de estação tanto por fatores de hábitos do consumidor como dos ciclos produtivos.
d)	Propaganda: atualmente, a maioria das empresas brigam pela diferenciação de seus produtos no mercado, assim, o meio para criar uma diferenciação efetiva é a propaganda. Com isso, as empresas podem criar hábitos específicos e preferências pelo consumo de marcas determinadas.
e)	Hábitos e preferências do consumidor: a utilidade (satisfação) no consumo de produtos/serviços é intrínseca para cada indivíduo e cada cultura. Com certeza, no Brasil existe preferência pelos pratos que possuam feijão, entretanto, um consumidor europeu possui o hábito

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