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* Adaptações maternas à gestação Centro Universitário Estácio de BH Ensino Clínico II teórico Ana Corina Pacheco de Miranda * Diagnóstico de gravidez * * DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ Evidências Presuntivas de Gravidez Sintomas subjetivos: náuseas, distúrbios da micção, fadiga, sensação do movimento fetal Sinais: amenorréia, alteração do muco cervical, alteração das mamas, alteração da cor da mucosa vaginal (sinal de Chedwick), aumento da pigmentação cutânea, surgimento de estrias abdominais * Evidências Prováveis de Gravidez Aumento do abdômen Alteração no tamanho, formato e consistência do útero Amolecimento da cérvice Contrações de Braxton-Hicks Delimitação do feto Testes hormonais positivos (hCG) * Sinais Positivos de Gravidez Identificação da atividade cardíaca fetal Percepção dos movimentos fetais Reconhecimento pelo US ( a partir de 4 a 6 semanas) * CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL 1- Quando a (DUM) é conhecida e de certeza (ciclos regulares): Uso do calendário Uso de disco (gestograma) * 2- DUM desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ocorreu: Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considerar como DUM os dias 5, 15 e 25. Uso do calendário Uso de disco (gestograma) * * 3- Quando DUM e o período da última menstruação são desconhecidos: Determinar por aproximação, (MFU, TOQUE) e início dos MF (16 e 20 sem.) Até a 6a semana Não há alteração do tamanho uterino 8a semana útero com o dobro do tamanho normal 10a semana útero com o triplo do tamanho normal 12a semana enche a pelve de modo que é palpável na sínfise púbica * Cont. 16a semana fundo uterino entre a sínfise púbica e cicatriz umbilical; 20a semana fundo do útero na altura da cicatriz umbilical; 7. > 20a até 30 sem relação aproximada entre as semanas da gestação e a medida da AU. Quando não for possível determinar a IG clinicamente, solicitar o mais precocemente o exame de US * Cálculo para data provável do parto (DPP) A duração média da gestação é de 280 dias- 40 semanas- a partir da DUM O Cálculo da DPP pode ser feito: Calendário ou disco Utilizando a Regra da Näegele * Regra de Näegele Cálculo do dia: considerar o dia da DUM e somar 7 Cálculo do mês e ano: Para as DUM cujo mês esteja compreendido entre abril e dezembro, considerar o mês da DUM, diminuir 3 e somar 1 ao ano da DUM. Para as DUM cujo mês esteja compreendido entre janeiro e março, considerar o mês da DUM, somar 9 e manter o ano. Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número de dias do mês, passar os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 ao final do cálculo do mês. * Exemplos 1 - DUM 18/08/2007 DPP 25/05/2008 2- DUM 10/02/2008 DPP 17/11/2008 3- DUM 27/03/2008 DPP 03/01/2009 * Gestação (gestante) Parto (parturiente) Puerpério (puérpera) OMS = 15% das gestantes tendem a apresentar alguma intercorrência de maior gravidade, culminando na necessidade da conclusão da gestação por cesariana Estimativa = 40% das gestantes vivenciam alguma forma de morbidade Episódio do ciclo de vida das mulheres, vivenciado de modo fisiológico pela maioria delas. * * 280 dias ou 40 semanas ou 09 meses solares ou 10 meses lunares Período embrionário: da fecundação até o final da 12ª semana Período fetal: da 13ª semana ao nascimento (40ª semana) Nascimento prematuro (pré-termo): menos de 37 semanas Nascimento a termo: da 37ª à 42ª semana Nascimento pós-termo: a partir de 42 semanas 1 dia A partir da data da última menstruação (D.U.M.) * Fecundação * * Fecundação * Gestograma Regra de Nagele Exemplo: D.U.M. em 13/06/2013 E quando não se sabe a DUM? Início do mês = dia 05 Meio do mês = dia 15 Final do mês = dia 25 * D.U.M. Data atual Exemplo: D.U.M. em 13/06/2013 * Equivalência AU e IG: 20ª a 34ª semana (McDonald, 1906) * Adaptações Maternas “As modificações advindas da nidação ovular e de sua evolução são fruto da adequada adaptação do binômio materno-fetal após a aceitação de elementos paternos pelo organismo materno” Febrasgo, 2000 * Hormonais Imunológicas Anatômico-fisiológicas Metabólicas / Nutricionais ORGANISMO MATERNO Objetivo: Criar um ambiente favorável para o desenvolvimento do concepto. * Alta produção de hormônios (mais de trinta hormônios) Manutenção do corpo lúteo até o 4º mês de gestação secreção de progesterona Produção de hormônios Placentários (hCG, hGh, relaxina, inibinas etc) HORMONAIS * O sistema imunológico protege células, tecidos e órgãos percebidos como próprios e ataca e destroi material antigênico estranho ou reconhecido como “não próprio”. IMUNOSSUPRESSÃO DA GESTANTE Metade do embrião/feto provém do pai = corpo estranho (?) Queda imunológica tanto em número quanto em função de células. Ex.: Células NK – matadoras naturais e Linfócios T – células de memória Maior vulnerabilidade à doenças Ex.: H1N1; infecção urinária* IMUNOLÓGICAS * Vulva e Vagina Tumefação / Hipertrofia músculos lisos Consistência amolecida (afrouxamento do tecido conjuntivo) Tonalidade arroxeada (aumento da vascularização) - Vulva: Sinal de Jacquemier - Vagina: Sinal de Kluge Espessamento da mucosa vaginal * Colo do útero Coloração arroxeada Consistência amolecida – Sinal de Goodell Eversão do epitélio colunar (hiperplasia e hipertrofia de glândulas cervicais) – Ectocérvice friável e sangrante ao menor traumatismo * Corpo uterino Diminuição da consistência (especialmente istmo) – Sinal de Hegar Aumento assimétrico – Sinal de Piskacek Mudança da forma piriforme para globoso - Sinal de Nobile-Budin Torna-se abdominal – 12ª semana * Mamas Aumento volume a partir 5-6 semanas (hiperplasia elementos glandulares) Dolorosas e túrgidas Surgimento de delicadas veias abaixo da pele (Rede Haller) Aumento da pigmentação dos mamilos e aréolas - Sinal de Hunter Hipertrofia das glândulas sebáceas periareolares - Tubérculos de Montgomery * Sinal de Hunter – hiperpigmentação dos mamilos e aréolas Tubérculos de Montgomery – hipertrofia de glândulas sebáceas * VOLUME UTERINO * VOLUME UTERINO: PLACENTA A placenta é uma barreira * VOLUME UTERINO: LÍQUIDO AMNIÓTICO Provém da filtragem de plasma materno e fetal. Este é deglutido pelo feto e reabsorvido em seu trato intestinal, até chegar aos rins, onde é filtrado e excretado para a cavidade amniótica, fechando o ciclo; Normalmente claro e translúcido, de odor característico; Aumenta em volume à medida que a gestação evolui, podendo chegar a 1000 ml; A partir da 34ª semana, o volume diminui, podendo atingir 200 ml por volta da 41ª semana; Promove a maturação e desenvolvimento pulmonar do feto; Ajuda a evitar compressões no cordão umbilical e lubrifica a pele do feto; Oligoâmnio e Polidrâmnio * CORDÃO UMBILICAL Ligação entre placenta e umbigo do concepto Comprimento médio: 55cm Transporte de nutrientes, gases, substâncias... Contém: 2 artérias e 1 veia Composto por Geleia de Wharton (tecido conjuntivo especializado) Circulares de cordão Nó verdadeiro!!! * ANATÔMICAS * Pele Hiperpigmentação: - Linha alba abdome: Linha Nigra - Vulva, aréolas mamárias - Face e pescoço – cloasma gravídico ou melasma gravidarum Aumento vascularização da pele: eritema palmar, telangiectasias Estrias (abdome, mamas, coxas) - alteração do colágeno e hiperdistenção da pele * Disposição de alguns órgãos Bexiga e trato urinário (urgências urinárias e infecções) Intestino Coração Pulmão (respirações + profundas) Estômago ANATÔMICAS * Objetivo: Fornecimento de nutrientes e oxigênio ao concepto AUMENTO DA VOLEMIA: 30% a 40% (plasma – 45% e eritrócitos – 33% Hemodiluição – “anemia fisiológica”) Dificuldade no retorno venoso (inchaço) Débito cardíaco Resistência vascular periférica (PA) CIRCULATÓRIAS * Estado hiperdinâmico ↑ FC repouso – 10 a 15 bpm ↑ débito cardíaco – 30 a 40% Eleva-se diafragma – desvio lateral E do coração ↑ AE, VE e massa cardíaca ↓ PA (2° trimestre) ↓ PAD > ↓ PAS Síndrome da hipotensão em DD e DLD Edema e varizes MMII * Alterações respiratórias Aumento da ventilação – respiração mais profunda sem alterar o número ipm – Dispnéia fisiológica Aumento do volume corrente de 500 a 700 ml/min Redução do volume residual pulmonar Hiperventilação (↑ pO2 e ↓ pCO2) * Até a 24ª - 26ª semana: maior estoque de gordura no tecido adiposo (para suprir a pequena demanda fetal) A partir de 26ª semana: aumento da resistência à insulina METABÓLICAS E NUTRICIONAIS * Metabolismo de carboidratos Hipoglicemia de jejum – “parasitismo verdadeiro” Hiperinsulinemia – hiperplasia e hipertrofia de células β pancreáticas HPL (2ª metade) → ↑ resistência periférica à insulina → ↓ consumo celular glicose - Hiperglicemia pós prandial Gestação → estado potencialmente diabetogênico * Metabolismo de proteínas ↑ síntese proteica (para desenvolvimento fetal e das estruturas maternas ↑ utilização AA (↓ concentração plasmática) ↑ proteínas totais (valor absoluto) porém pela hemodiluição estão em concentração diminuída * Metabolismo hidroeletrolítico Retenção de sódio e água mediada pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona – Hiperaldosteronismo secundário da gravidez Aumento da volemia materna “Faz-se necessário o ajuste contínuo do volume sanguíneo materno ao aumento do leito vascular para garantir que uma corrente sanguínea, adequada e abundante, alcance o ventrículo esquerdo a todo momento” * Alterações urinárias Hipotonia e hipomotilidade da pelve renal, ureteres e bexiga (prostaciclinas e progesterona) Maior dilatação à D (Dextro-desvio uterino) Predisposição à ITU Polaciúria (1° e 3° trimestre) Incontinência urinária (alteração posição vesical e afrouxamento dos tecidos assoalho pélvico) * AUMENTO DA DÉBITO CARDÍACO SISTEMA DIGESTÓRIO Boca Diminuição do pH Hipertrofia gengiva (+50% gengivite) Hipertrofia papilas gustativas Esôfago Relaxamento musculatura lisa Esfíncter esofágico inferior Refluxo (+30% a 50%) Estômago Vesícula biliar ↑Tempo de esvaziamento Cálculo biliar Intestino * ALTERAÇÕES MATERNAS * Queixas frequentes Náuseas, vômitos e tonturas (sintomas comuns no início da gestação): Orientar a gestante para fracionar dieta (seis refeições leves ao dia); frituras, gorduras e alimentos com odores fortes ou desagradáveis, líquidos nas refeições e ingerir alimentos sólidos pela manhã antes de se levantar; * Queixas frequentes Pirose (azia): Orientar para evitar frituras e fumo, além da ingestão de café, chá preto, mates, doces, álcool; fracionar a dieta e ingerir leite frio * Queixas frequentes Cefaléia: a causa mais comum é a tensão emocional Afastar a possibilidade de pré-eclâmpsia após 20 semanas de gestação; conversar com a gestante sobre tensões e medos; * Queixas frequentes Edema: Quando limitado aos tornozelos decorre da pressão da veia cava inferior pelo útero, principalmente no final da gravidez; orientar para manter repouso em decúbito lateral ou com os MMII elevados. Na presença de edema generalizado ou de face e mãos estar alerta para a possibilidade de pré-eclâmpsia * Queixas frequentes Flatulência e constipação intestinal: Adotar dieta rica em resíduos (frutas cítricas, verduras, mamão, ameixa e cereais integrais); aumentar a ingestão de líquidos; evitar alimentos de alta fermentação (repolho, couve, ovo, feijão, leite e açúcar); encorajar exercícios e caminhadas. * Queixas frequentes Varizes: Evitar ficar de pé por tempo prolongado e repousar elevando os MMII; recomendar o uso de meias elásticas. * Queixas frequentes Câimbras: Orientar a gestante ficar de pé e descalça em superfície fria; massagear o músculo contraído e aplicar calor local. Gestação prova a aptidão física do organismo materno Alterações evidentes volume abdominal visível, estrias e alteração do coluna pelo aumento do abdome. Alterações não visíveis aumento do volume sanguíneo incremento de atividades de quase todos os sistemas e aparelhos do organismo. Todas as alterações observadas no organismo materno, durante a gestação se fundamentam em: a) alterações hormonais; b) alterações enzimáticas; c) presença do feto; e d) do aumento do volume uterino. hCG = hormônio da gonadotrogina coriônica hGh = hormônio do rescimento cloasma e da linha “nigrans” é resposta ao aumento da melatonina, cuja secreção é estimulada pelo aumento da progesterona. Náusea no começo da gravidez é outra condição que com freqüência pode ser manipulada nutricionalmente. As recomendações são as seguintes: Manter refeições pequenas, e evitar longos períodos sem alimentação; Beber fluidos entre as refeições, evitando durante; Evitar alimentos que sejam gordurosos, fritos ou muito condimentados.
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