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caso concreto 5

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Fls.
5
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BRUSQUE/SC.
PAULO SOBRENOME, brasileiro, viúvo, militar da reserva, portadora da carteira de identidade nº, expedida pelo, inscrita no CPF/MF sob o nº, residente e domiciliada na rua Bauru, 371 Brusque/SC, email:, por intermédio de seu advogado, documento comprobatório anexo (doc 03), com endereço profissional, nesta cidade, endereço que indica para os fins do artigo do CPC, propor a presente
AÇÃO DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO CUMULADO COM DANOS MORAIS.
Pelo procedimento comum, em litisconsórcio necessário, em face de JUDITE SOBRENOME, brasileira, solteira, advogada, portador da carteira de identidade nº, expedida pelo, inscrito no CPF/MF sob o nº, residente e domiciliado na Rua dos Diamantes, 123, Brusque, e-mail:, e de JONATAS, espanhol, comerciante e sua esposa JULIANA, brasileira, ambos residentes na Rua Jirau, 366, Florianópolis/SC, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
 
 I – DOS FATOS:
1.1. Ocorre que o Sr. Paulo, já qualificado devidamente em alhures, era proprietário de um imóvel de veraneio situado a Rua Rubi, 350, na cidade de Balneário Camboriú/SC, e outorgou procuração com poderes especiais e expressos para alienação à sua irmã, Judite, advogada. 
1.2. No decorrer dos fatos, em 15 de dezembro de 2016, Judite, utilizando-se da procuração outorgada por seu irmão em novembro de 2011, alienou o imóvel em questão para Jonatas, e sua esposa Juliana.
1.3. Entretanto, antes da concretização do negócio jurídico, a procuração havia sido revogada pelo o senhor Paulo em 16 de novembro de 2016.
1.4. O titular do cartório do 1º ofício de notas onde foi lavrada a procuração, bem como sua irmã, foram devidamente notificados da revogação em 05 de dezembro de 2016, exatos dez dias anterior a alienação.
1.5. O autor só veio a ter ciência da alienação no dia 01 de fevereiro de 2017, ao chegar no aludido imóvel e perceber que o mesmo estava ocupado por Jonatas, e sua esposa Juliana.
1.6. Diante da revogação do instrumento procuratório, o autor pleiteia a anulação do negócio jurídico. 
II – DA PRIORIDADE
2.1. Para fins do presente pedido, o autor vem requerer prioridade na tramitação com base no estatuto do idoso, conforme documento anexo que comprova que é pessoa idosa, contando com mais de 60 (sessenta) anos. Razão pela qual tem prioridade da tramitação da demanda, nos termos do art. 71 da lei 10741/2013 (Estatuto do idoso) e do artigo 1048, inciso I, do CPC. 
Art. 71 É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
Art. 1048 Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais:
I – Em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º, inciso XIV, da lei 7.713, de 22 de dezembro de 1988;
III – DOS FUNDAMENTOS
3.1. DO DANO MORAL:
3.2. Ressalta o art. 5º, caput e inciso XXII, da Constituição Federal que o direito à propriedade é inviolável, não podendo ser turbado sem a observância do devido processo legal.
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade(...)
XXII – é garantido o direito de propriedade;
3.3. No dano patrimonial, busca-se a reposição em espécie ou em dinheiro pelo valor equivalente, de modo a poder-se indenizar plenamente o ofendido, reconduzindo o seu patrimônio ao estado em que se encontraria se não tivesse ocorrido o fato danoso; com a reposição do equivalente pecuniário, opera-se o ressarcimento do dano patrimonial. Assim, disposto nos artigos 186 e 927 do código civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
3.4. A conceituação do Dano moral encontra-se de uma forma ampla no meio doutrinário. Portanto, o consenso, é de que, um bem quando lesionado deva ser ressarcido, sendo ele patrimonial, assim como, extrapatrimonial, não devendo ultrapassar os limites constitucionais, para evitar o enriquecimento sem causa. Todavia, há de observar as restrições que a lei impõe para um cuidado com o bem jurídico alheio, evitando lesionar o outro da mesma forma que não gostaríamos que nos ocorresse. Assim aduz Cavalieri Filho, sobre o ato ilícito decorrente do não cuidado dos preceitos legais:
“Cavalieri Filho (2010, p. 11) esclarece que o “ato ilícito” seria a conduta humana contrária à ordem jurídica, em função da violação de um dever jurídico preexistente”.
3.5. DA NULIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
3.6. Registre-se, desde logo, que o negócio jurídico firmado no caso ora sob análise, carece de anulabilidade na celebração da avença referida, uma vez que a procuração outrora outorgada já estava revogada pelo autor à época da venda.
É nítido que o negócio jurídico estava viciado pela ilegalidade.
Ilegalidade esta expressa pelo ato do mandatário deposto, que exercera mandato sem acatamento aos preceitos obrigatórios que se pode extrair dos arts. 657, 661 § 1º, 662, parágrafo único e 682, inciso I, do código civil, quais sejam, ter poderes suficientes para a execução do ato, 
Art. 657 A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.
661 O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.
§ 1º para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos.
Art. 662 Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar.
Parágrafo único: A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e retroagirá à data do ato.
Art. 682 Cessa o mandato:
I – pela revogação ou pela renúncia;
3.7. A doutrina ensina que: 
“Numa compra e venda, por exemplo, os elementos essenciais são a coisa, o preço e consentimento. Faltando um deles, o ato não existe.” ." (Curso de Direito Civil, Washington de Barros Monteiro, 1o Volume, pág. 399, 2a edição, ed. Saraiva).
 
3.8. Nesse sentido, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, têm tido o seguinte entendimento:
 APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CONSTITUTIVA. ANULAÇÃO DE ATO JURÍDICO. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. NEGÓCIO REALIZADO POR PROCURAÇÃO EM CAUSA PRÓPRIA. ALIENAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO. PROCEDÊNCIA EM PRIMEIRO GRAU. I - COMPRA SIMULADA. AUSÊNCIA DE INTENÇÃO DE VENDA. NEGÓCIO QUE VISA A GARANTIA DE EMPRÉSTIMO USURÁRIO. MANDATO OUTORGADO QUE CONFIGURA PACTO COMISSÓRIO. ATO VICIADO. ART. 765, CC/1916. REVOGAÇÃO DE UMA DAS PROCURAÇÕES OUTORGADAS ANTES DA ESCRITURAÇÃO DA ALIENAÇÃO. NEGÓCIO JURÍDICO INVÁLIDO. II - TERCEIRO COMPRADOR. RESIGNAÇÃO COM SITUAÇÃO DO IMÓVEL. PESSOA QUE, MESMO COM O IMÓVEL REGISTRADO EM SEU NOME, NÃO EXERCE A POSSE. PARTICULARIDADES DO CASO QUE PERMITEM A EXTENSÃO DOS EFEITOS DA NULIDADE À CADEIA DE NEGÓCIOS. III - SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. I - Demonstrado nos autos que a compra e venda entre a autora e o primeiro réu, escriturada por meio de procuração em causa própria, objetiva, em verdade, a garantia de empréstimo usurário, caracterizando negócio simulado, mister o reconhecimento de sua anulabilidade. Na mesma toada, nulo, também, o mandato outorgado,por caracterizar evidente pacto comissório, incidindo a restrição do art. 765 do Código Civil de 1916, vigente à época. - Não há olvidar, ainda, que o financiamento sobre o bem foi quitado, como forma de possibilitar a venda a terceiro, mediante a utilização de procuração já revogada, eivando de vício de existência o negócio, pois ausente manifestação de vontade imprescindível à sua realização. II - Diante da ausência de defesa robusta quanto a validade do negócio, das dúvidas que surgem do quadro probatório acerca da efetiva realização da segunda compra e venda, e da resignação com a posse da autora, não buscando fazer valer sua situação formal de senhor do imóvel para retirá-la do bem - situação que permanece há mais de 14 (quatorze) anos -, possível a extensão da invalidade da primeira compra e venda à esfera jurídica do terceiro adquirente. (TJSC, Apelação Cível n. 2006.011876-9, de Joinville, j. 26-10-2010).
Desta forma, diante do exposto, não restam dúvidas que diante de uma procuração revogada anterior à alienação do imóvel. É devido a invalidade da compra e venda do imóvel, retornado ao seu status quo, e concomitante à indenização por danos morais por ter tido o bem sofrido a turbação.
III - DO PEDIDO
Diante do exposto requer a Vossa Excelência: 
3.1. A citação do réu para responder a presente sob pena de revelia e confissão se não o fizer; 
3.2. Que seja julgado procedente o pedido de anulação do negócio jurídico; 
3.3. A condenação da ré ao pagamento de dano moral por ter sido lesionado o seu bem; 
IV - DAS PROVAS
4.1. Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do réu.
V - DO VALOR DA CAUSA
5.1. Dá-se à causa o valor de R$20.000,00 (vinte mil reais).
Pede deferimento.
Local, (Dia), (Mês) de (Ano).
Nome do Advogado
OAB/UF nº ...
Rol de documentos anexos:
(Doc)
1. (fls. 7) Declaração de hipossuficiência;
2. (fls 8) Procuração;
3. (fls.9) Documentos pessoais da autora;
4. (fls. 10) Alvará de soltura;
5. (fls. 11) Tabela Fipe;
6. (fls. 12) recibo de compra e venda.
	
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