Buscar

RESUMO Constitucional III Prof. Luiz Gustavo 2º BI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO 
Elaborado por Rodrigo Cunha Ribas 
DIREITO CONSTITUCIONAL III 
Este singelo resumo foi elaborado com o intuito de ajudar os alunos do 
professor Luiz Gustavo de Andrade a se prepararem para a prova deste 2° 
bimestre. Frise-se que esse trabalho é baseado somente nas anotações 
feitas pelo referido aluno em sala de aula, bem como na Constituição; de 
modo que o mesmo não é garantia de bom resultado na prova. 
CURITIBA 
2013 
1 
PARTE 1- ORDEM SOCIAL 
Disciplina os direitos sociais descritos no art. 6° da Constituição. 
CAPÍTULO I 
SEGURIDADE SOCIAL (SEGURO SOCIAL) 
Trata-se de uma garantia estatal contra eventos sociais adversos. 
Assim, o sujeito contribui (paga) para o Estado para que no caso de um 
eventual acidente que ele venha a sofrer, o qual o impossibilite para o trabalho, 
o ente estatal lhe pague uma áposentadoria (permanente) ou um auxílio-
doença (provisório)., 
A seguridade social é ad 	trada pelo Instituto Nacional do Seguro 
Social (INSS), e é dividida e três institutós: 'revidência, assistência e saúde. 
A previdência exige contraprestação do cidadão, ou seja, é preciso 
pagar o INSS para poder usufruir dela. 
A assistência se dá atrAvés _dos benefícios assistenciais de ajuda e 
socorro, os quais prescindem de contraprestação. O destinatário recebe um 
benefício de socorro e de ajuda, no valor de um salário mínimo. - 
A saúde é representada pelo fato de que o Sistema Único de Saúde 
(SUS) recebe dinheiro da Seguridade Social. Isso não significa que todo o 
dinheiro que o SUS recebe é oriundo da Seguridade, mas tão somente uma 
parte dos seus recursos advém dela. 
CAPITULO II 
PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCI L (art. 194 da CF) 
1. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE OU SOLIDARISMO 
Remete à ideia de qu odos êm que contribuir para com a Seguridade 
Social, ainda que isso não se dê na mesma proporção. 
Frise-se que aquele que contribuiu muito para a Seguridade pode 
usufruir menos do que aquele que praticamente não contribuiu para a mesma. 
Assim, o sujeito que contribuiu a vida inteira para o INSS e vem a falecer um 
2 
rAte 
mês depois de se aposentar, sem deixar nenhum herdeiro, vai usufruir apenas 
um mês de tudo o que contribui. Por outro lado, pode haver a situação em que 
o indivíduo contribuiu apenas um mês para o INSS e logo depois sofre um 
acidente, ficando inválido para o trabalho, passando a receber uma 
aposentadoria por invalidez; neste caso ele irá usufruir uma vida inteira mesmo 
tendo contribuído por apenas um mês. 
Note-se que não há nenhuma garantia de proporcionalidade no que diz 
respeito à contribuição para a Seguridade Social. 
2. PRINCIPIO DA UNIVERSALIDADE 
Os benefícios da Seguridade devem ser os mais amplos possíveis, 
abrangendo o maior número possível de pessoas, até mesmo aquelas que 
nunca contribuíram para ela. É o exemplo do benefício assistencial do idoso, 
onde o senhor que nunca contribuiu para o INSS pa,ssa a receber uma espécie 
de ajuda do Governo. ( 2. „).09 	 ) 
3. PRINCIPIO DA SELETIVIDADE OU DISTRIBUTIVIDADE 
Este princípio é destinado ao Legislador o qual deve selecionar a 
parcela da população que mais necessita da Seguridade, e criar benefícios a 
fim de suprir suas necessidades. É o exemplo do auxílio-reclusão, que é o 
benefício concedido à família do preso — pobre — que trabalhava antes de ir 
para a prisão. 
4. PRINCIPIO DA IRREDUTIBILIDADE 
Dispõe que os benefícios concedidos pela Seguridade Social não podem 
ser reduzidos. Este princípio se refere à irredutibilidade nominal (formal), que é 
aquela que remete à questão numérica do benefício, ou seja, se um 
determinado sujeito recebia R$ 800,00 de aposentadoria em 2012, em 2013 
seu benefício não poderá ser inferior a este valor. 
Há também a irredutibilidade real (material), que é aquela que leva em 
conta a desvalorização da moeda — a inflação. 
Lotclou 
CAPITULO III 
CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL (art. 195 da CF) 
Diz respeito aos obrigados a contribuir com a Seguridade Social. São 
eles: 	 COCÇAIAaj 
a) o empregador a empresa; note-se que o próprio empregador obtém 
vantagem desta contribuição, pois, imagine-se um bom funcionário que 
se acidenta; neste caso é o INSS que pagará o benefício ao acidentado, 
não o empresário; a empresa tem que contribuir sobre a folha de 
salários, sobre os demais serviços _a ela prestados por pessoa física, 
sobre a receita ou o fatura ento e sobre o lucro obtido; 
b) o trabalhador(lo 	al tem que pagar o INSS; os aposentados ri-o 
contribuem para a Seguridade Social; 
c) incide contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos: são 
representados pela Loteria Federal, onde a Mega-Sena, por exemplo, 
tem 	de sua receita destinada à Seguridade Social; 
d) os importadores de bens e serviços, os quais contribuem para a 
Seguridade através do PIS/PASEP-Importação e da COFINS- 
Importação. 	 .9,,,enizi>cytt40 osairça"-±g 
Frise-se que o empresário é chamado de contribuintet_enquanto que o 
empregado é chamado de segurado. 
Neste sentido, o segurado pode ser obrigatório que é aquele indivíduo 
obrigado a contribuir, visto que a contribuição para a previdência social é uma 
espécie de tributo. Cumpre ressaltar que tanto o empresádz quanto o 
empregado têm a obrigação de contribuir, havendo, porém, distinções quanto 
ao obrigado a recolher essa contribuição. Neste sentido, existem os se Laigas., 
obrigatórios comum, individual e especial. É importante entender a distinção 
entre estas três espécies de segurados (comum, individual e especial) a fim de 
saber quem tem a obrigação de recolher a contribuição. 
Por outro lado, o segurado pode ser facultativo, que remete ao sujeito 
que não é obrigado, por lei, a contribuir, mas ainda assim contribui, a fim de 
usufruir os benefícios da seguridade social. Os desempregados são exemplo 
de segurados facultativos. Pois por exemplo, pode haver a situação em que o 
4,4044,teifj4 
?Terz.-; 
indivíduo perde o emprego quanto está prestes a se aposentar; neste caso ele 
contribui para completar o tempo que precisa para se aposentar. Também os 
estagiários são um exemplo de segurados facultativos. Outro exemplo é o 
síndico de condomínio, quando não é equiparado a empregado; porém, se for 
feita tal equiparação, o síndico será um segurado obrigatório. 
1. OBRIGATÓRIO COMUM 
É aquele cuja obrigação de rec I 	a co tribuição para a previdência 
social pertence ao empregadorZu seja, es e que eve ir ao banco e recolher o 
INSS, tanto a parte referente à sua própria contribuição como a parte referente 
à contribuição do seu empregado. O chefe desconta parte do valor que 
recolheu da folha de pagamento do seu empregado. 
Porém, pode haver situações em que o empresário desconta a 
contribuição do seu empregado, mas não recolhe a mesma. Nesta hipótese o 
ártabalhador terá-o direito de -gê apdsentaf nOrtnialmente,,visto que a obrigação _ 	_ _ _ _ 
de recolher a contribuição não era sua, mas sim do seu chefe. Assim, caberá 
ao INSS propor uma ação regressiva em face do empresário que deixou de 
recolher a referida contribuição. 
Frise-se que o segurado obrigatório comum é aquele que está 
csybordinado a alguém.)Enquadram-se nesta classificação os empregados, 
empregados domésticos e trabalhadores avulsos. 
1.1. EMPREGADO 
"Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de 
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante 
salário" (art. 3° da CLT). Assim, caracteriza-se o empregado por este exercer (i) 
trabalho mediante subordinação, (ii) pessoalidade, (iii) onerosidade e (iv) 
habitualidade. 
1.2. EMPREGADO DOMÉSTICO ( 
Possui os mesmos requisitos dos empregados, com apenas duas 
diferenças: (i) trabalhano âmbito familiar e, no lugar da habitualidade, (ii) 
exerce trabalho contínuo, que é aquele que ocorre6-ês vezes por semana, ou 
mais; neste caso o sujeito é obrigado a contratar. Criaram essa classificação a 
5 
fim de distinguir as empregadas domésticas das diaristas, pois estas não 
preenchem o requisito da continuidade, ao passo que elas próprias terão a 
.01~., Lle fazer recolhimento para a se urica_tc_le. 
sky#'us 
1.3. TRABALHADOR AVULSO 
É o trabalhador portuário. Neste caso não há o requisito da 
pessoa/idade. 
O estivador é o segurado, o tomador é o contribuinte e o OGMO (órgão 
Gestor de Mão de Obra) é o responsável pelo recolhimento da contribuição. 
2. OBRIGATÓRIO INDIVIDUAL 
É aquele cuja obrigação de fazer o recolhimento para previdênciaférel% 
mesmo3É o exemplo do autônomo, que se não recolher sofrerá duas sanções: 
não se aposentar e, no caso de fiscalização, sofrer punição por sonegação. 
Pois, como já foi afirmado, a contribuição obrigatória para a seguridade social é 
uma espécie de tributo. 
No caso dos advogados (profissionais liberais), estes têm que pagar 
como individual e, na hipótese em que tenham empregados, como empregador 
(pessoa jurídica). 
3. OBRIGATÓRIO ESPECIAL 
É o trabalhador rural que trabalha em regime de economia familiar (art. 
195, § 8° da CF). Ressalte-se que não se trata de empregador nem de 
empregado rural, sendo algo parecido a um "autônomo rural". Na época da 
colheita o trabalhador rural pode contratar ajudantes, que são empregados 
transitórios, ou seja, não pode ter empregados permanentes. 
CAPÍTULO IV 
REGIMES DE PREVIDÊNCIA 
PA-) p-t-aptiro 
Existem dois regimes: o geral (RGPS) e os próprios. O primeiro é 
administrado pelo INSS, e diz respeito a todas as espécies de contribuições até 
aqui tratadas. Já osfeir—risi5V-WiciS:' remetem aos servidores públicos. 
6 
Assim, em regra, têm regime próprio os servidores concursados das 
pessoas jurídicas de direito público. É o exemplo dos servidores do Estado do 
Paraná, os quais contribuem para o Paraná Previdência. Uma das exceções se 
dá em alguns municípios pequenos, os quais não possuem estrutura suficiente 
para criar um regime próprio de previdência; neste caso os servidores públicos 
contribuem para o regime geral (INSS). 
Já os empregados públicos, os comissionados e os demais 
trabalhadores da iniciativa privada contribuem para o regime geral. 
Importante frisar que a previdência privada não se confunde com 
nenhum dos dois regimes aqui tratados, pois se trata de espécie de 
aposentadoria complementar, regulada pelo Código Civil. 
Há a hipótese em que o sujeito contribuiu um bom tempo para o regime 
geral e posteriormente é aprovado num concurso público. Neste caso a 
Constituição afirma ser possível a contagem do tempo em um regime e a 
aposentadoria em outro, ao passo que os diversos regimes irão se compensar 
financeiramente. Por exemplo: o INSS transfere todo o tempo de contribuição 
de um determinado indivíduo para o Paraná Previdência. 
Também é permitida a cumulação dos dois regimes, aonde aquele que é 
servidor público também atua na iniciativa privada. É o exemplo do professor 
universitário que é juiz de direito. Todavia, é vedado à pessoa que é filiada a 
regime próprio contribuir — com o intuito de usufruir — para o regime geral em 
caráter facultativo, ou seja, o servidor público só poderá contribuir para o 
regime geral caso esteja vinculado à iniciativa privada. 
CAPÍTULO V 
BENEFÍCIOS — PREVIDENCIÁRIOS OU ASSISTENCIAIS 
A seguridade social é um seguro pago pelo Estado. Os eventos que 
geram os benefícios a serem tratados neste tópico são aqueles dispostos no 
art. 201 da Constituição. 
7 
1. AUXÍLIO-DOENÇA 
É pago para o segurado Wrrporariamente-impossibilitado de exercer sua 
etividade prófi§sió-riaTTA referida situação de incapacidade é averiguada pelo 
INSS. 
Todavia, frise-se que não é qualq 	oença que dá direito a este 
benefício, mas tão somente aquela qu empregado por mais de 15 
dias. Neste sentido, quando o profissional é impossibilitado para o trabalho por 
não mais que 15 dias suas faltas são justificáveis. 
Os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, enquanto que os 
demais dias de pagamento do referido benefício são pagos pelo INSS; sendo 
que a cada 6 meses é feita uma perícia a fim de averiguar se o segurado 
continua impossibilitado ao trabalho. 
2. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 
Tem este benefício aquele empregado que se encontre 
permanentemente impossibilitado para o trabalho. 
É possível ser concedido de plano, ou seja, a prévia concessão do 
auxílio-doença não é requisito para a aposentadoria por invalidez. 
NaposentadOria pode-ser can-Cê-lã-a! Há hipóteses em que, no momento 
da perícia, o perito está seguro de que a pessoa encontra-se com a referida 
impossibilidade, mas, posteriormente, o indivíduo pode se recuperar, de modo 
que o INSS faz perícias periodicamente, a cada 6 meses. Porém, na prática, é 
difícil para o INSS saber que a pessoa se recuperou, ao passo que se o sujeito 
omitir tal inforMação será obrigado a restituir o INSS. 
O período de carência para o recebimento destes 2 primeiros benefícios 
(auxílio-doença e aposentadoria por invalidez) é de 12 contribuições (lano). A 
exceção a esta regra se dá quando o auxílio-doença ou a aposentadoria por 
invalidez forem acidentários, que são aqueles que decorrem de uma doença 
ocupacional, que é aquela adquirida em conseqüência do exercício do trabalho, 
como a LER (Lesão por Esforço Repetitivo), por exemplo; ou quando se tratar 
de acidente de trabalho. 
8 
3. APOSENTADORIA POR IDADE 
Por idade, os homens se aposentam aos 65 anos, enquanto que as 
mulheres aposentam-se aos 60 anos. 
No que diz res eito esta suposta desigualdade, o Constituinte optou 
por aplicar qual se justifica através de dois critérios: 
a) critério biológico em regra, a mulher tem menor resistência física para o 
trabalho ao longo do tempo, quando comparada aos homens; 
b) critério sociológico supostamente, a mulher está sujeita à dupla jornada 
de trabalho, pois exerce uma atividade laborai também em casa; 
importante ressaltar que atualmente este critério é questionável. 
O Constituinte estabeleceu um redutor de 5 anos para o trabalhador 
rural que trabalhe em regime de economia familiar (segurado obrigatório 
especial). 
Para se aposentar por idade, o período de carência 	ontribuições 
(15 anos). 
4. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO 
Os homens se aposentam com 35 anos de contribuição, enquanto que 
as mulheres aposentam-se com 30 anos de contribuição. 
Há um "adutor de 
dediquemeegral e 
professores do ensino infan 
m favor dos professores, desde que estes se 
o magistério, aplicando-se somente aos 
undamental e médio. °Ate, ax9 0 4° 
4 riccé 
iexclusivamente 
5. SALÁRIO-MATERNIDADE 
É um benefício concedido à segurada gestante. Importante frisar que 
não se confunde com a licença-maternidade, a qual é um direito trabalhista. O 
referido beneficio começa a ser pago a partir de 30 dias, a contar da data 
estimada para o parto. É pago de 120 a 180 dias. 
Frise-se que é um beneficio pago mediante compensação, ou seja, o 
empregador continua pagando o salário de sua empregada, obtendo 
compensação no pagamento da contribuição para a Seguridade Social. Não 
obstante isso quem paga, de fato, é o INSS. Importante ressaltar que o salário- 
9 
maternidade é uma exceção aos demais benefícios, visto que pode ser pago 
acima do teto do INSS. 
6. SEGURO DESEMPREGO 
É pago ao segurado em situação de desempreg 	 Neste 
sentido, alguém pode ficar desempregado ao (i) pedir demissão, ao (ii) ser 
demitido por justa causa ou ao (iii) ser demitido sem justacausa. Tem direito ao 
referido benefício o que se encontrar desempregado por esta última razão (iii). 
O seguro desemprego pode ser pago durante 3, 4 ou 5 meses. 
Receberão por 3 meses aqueles que trabalharam de 6 a 11 meses. Já aqueles 
que trabalharam de 12 a 23 meses receberão o benefício por 4 meses. Por fim, 
2 "--60 
os que trabalharam por mais de 24 meses receberão por 5 meses. Entretanto, 
atualmente, o INSS envia o desempregado para uma vaga de trabalho. 
Ressalte-se que pedir para não assinar a carteira a fim de continuar 
recebendo o seguro mesmo trabalhando é um ato ilícito. 
O período de carência é de 16 meses, a contar. da "I 'ma der5issão. 
2 7. SALÁRIO-FAMÍLIA Ç2 )!siza.
/11,--Gta 
Y ca—,45° V-6*"0 -- 	GLeA - 
-1.9 	• G1LJL ota.— 
É o benefício pago às famílias de baixa renda. Para recebê-lo, é 
necessário haver filhos de até 14 anos devidamente matriculados em 
instituição de ensino, bem como que os mesmo estejam com a vacinação em 
dia. A concepção de 075irendrdecorre de portarias que são editadas a cada 
ano. 
8. AUXILIO-RECLUSÃO 
É um benefício pago, no valor de um salário mínimo, à família do 
segurado preso. Á família tem que ser carente. Tal benefício existe em razão 
de a pena não dever passar da pessoa do réu. 
9. PENSÃO POR MORTE 
Recebem este benefício os dependentes do segurado falecido. 
Consideram-se dependentes os filhos de até 21 anos, bem como o 
companheiro ou cônjuge. Caso o filho seja incapaz, o benefício se estenderá 
para além dos 21 anos, até perdurar a incapacidade. Importante saber que o 
próprio segurado pode declarar quem são seus dependentes. Quanto ao 
10 
cônjuge ou companheiro, o benefício é pago enquanto perdurar a condição de 
dependência, ao passo que, teoricamente, se a beneficiária casar-se 
novamente deverá perder a pensão por morte, o que, atualmente, é bem 
questionável. Este benefício é pago (i) originalmente, quando o falecido não era 
aposentado; ou (ii) por conversão, quando aquele era aposentado. 
CAPÍTULO VI 
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS DEMAIS DIREITOS SOCIAIS 
1. SAÚDE (Cl/L"frert à.49- 61°0\ cí, 	DittAbi dulffiStk) 
De acordo com o art. 196 da CF, a saúde é direito de todos e o Estado 
tem esse(' 	Neste sentido se pode exigir do Estado o custeio de um 
determinado tratamento de saúde, independentemente do custo do mesmo? 
Para responder tal pergunta é importante lembrar que o Estado só pode retirar 
dinheiro dos cofres públicos com previsão legal para tanto; o que, no que diz 
respeito à saúde, significa que o Estado só poderia conceder os remédios 
inclusos na "lista" do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Esta situação traz à tona o conflito entre mínimo existencial e reserva do 
possível. Esta última é a legalidade orçamentária, ou seja, dentre todos os 
direitos sociais que o Estado é obrigado constitucionalmente a prestar ao 
cidadão só colocará em prática o que for possível, de acordo com suas 
reservas orçamentárias. Ocorre que, por ser típico do walfare Mate, o Estado 
brasileiro não tem dinheiro suficiente para atuar em todas as frentes 
abrangendo todos os casos. Por outro lado, o hiíriiri-lo.ex-igténeiálse-relacióna; 
orno printípio-da-clignidade-da;pessoa.humana; sendo uma gama mínima de ,_ 	- 	_ 
direitos necessários a uma sobrevivência digna, de modo que este mínimo o 
cidadão pode exigir do Estado, tendo previsão legal ou não. 
O direito à saúde, em regra, é o direito em essência ao mínimo 
existencial. Uma das exceções se dá nos casos de tratamentos experimentais, 
que são aqueles em que a medicina ainda não atestou a eficácia dos mesmos. 
Outra exceção se dará quando a pessoa puder custear o tratamento com seus 
próprios recursos (expensas); análise esta que deverá ser feita no caso 
concreto. Frise-se que neste caso o sujeito, mesmo possuindo recursos, tem 
direito à reserva do possível, ou seja, nada obsta que ele usufrua dos 
4M2V-t4"--')23/1\"9 	 11 
o etizebt 	 .ttett,übervtaA) 
medicamentos constantes na lista do SUS. Por fim, outra exceção diz respeito 
aos tratamentos estéticos. Todavia, o STJ decidiu que a cirurgia para mudança 
de sexo se enquadra no conceito de mínimo existencial; não obstante isso 
determinou que no momento essa cirurgia não fosse obrigatoriamente 
custeada pelo Poder Público, haja vista o mesmo não possuir tantos recursos a 
ponto de arcar com este tipo de cirurgia. 
O art. 198 da CF determina que os municípios devam aplicar 15% da c2 
receita de impostos em saúde, os estados 12% e a Uniãoyntre 5 e 10%. 
2. EDUCAÇÃO ri.- rt-eartAa- AO- Peoa4:A9 
Também traz à baila o conflito entre mínimo existencial e reserva do 
possível. Neste sentido, considera-se mínimo existencial a educação de nível 
fundamental e médio, ao passo que é considerada reserva do possível a 
educação de nível superior. 
A educação se pauta por alguns princípios constitucionais, dispostos no 
art. 206 da Constituição. São eles: 
a) princípio da liberdade de cátedra • dirigido principalmente aos 
pin• s. mas também às instituições de ensino. é a liberdade que o 
professor tem de externar seus pensamentos 	e de usar sua 
própria metodologia de ensino; tal princípi não é absoluto na medida 
que encontra restrição em outros princípios, bem como nas matrizes 
catállares.;__ 
b) princípio da liberdade de aprender e externar suas idéias • é dirigido aos 
alunos; 
c) princípio da qualidade e gratuidade do ensino público • o ensino tem que 
ser bom e gratuito; 
d) princípio da igualdade de acesso à educação • as pessoas devem 
concorrer aos serviços educacionais em igualdade de condições; rrã± 
aebates- -no- que-diz-respeito ao- ensino superior; na medida que o 
vestibular proporciona uma igualdade material de condições em razão 
da política de cotas, que são uma discriminação positiva. 
12 
) 	D 	=7 -25$ 
De acordo com o art. 212 da CF, a União tem que investir no mínimo 
da receita sobre impostos na /educação, enquanto que os estados e 
municípios devem investir no mínim 	a referida receita na educação. 
3. CULTURA 
É tratada no art. 215 da Constituição. A principal de forma de incentivo à 
cultura se dá por via indireta, através de incentivo fiscal, ao passo que o 
incentivo direto é verificado quando o Estado patrocina determinado evento 
cultural. O incentivo indireto, em apertada síntese, ocorre da seguinte maneira: 
o Estado certifica o evento; os promotores do mesmo vão até empresários 
buscar patrocínio; o empresário que aceitar terá isenção fiscal. Neste sentido, 
ler a Lei Rouanet (8.313/1991). 
4. DESPORTOS ft-9 	Z.2 
O Constituinte de 1988 constitucionalizou a Justiça Desportiva, a qual 
compõe o oder Executi;)visto que não exerce função jurisdicional, afinal, 
julga lides administrativas. Tal Justiça tem duas competências: 
a) aplicar as regras em competições desportivas; 
b) aplicar sanções disciplinares aos atletas e aos clubes. 
A primeira instância da Justiça Desportiva é representada pelas 
comissões disciplinares (COMISS), seguidas pelo Tribunal de Justiça 
Desportiva (TJD), e pela instância máxima: o Superior Tribunal de Justiça 
Desportiva (STJD). 	GD Cli-A-49-0 
A Justiça Desportiva é uma exceção Tern-p-or-ét-Trao grinelpio da 
inafastabilidade do Poder Judiciário. Por determinado período (60 dias) as 
decisões da referida Justiça não podem ser discutidas perante o Judiciário, de 
modo que as partes têm que se valer, durante o referido período, das 
instâncias da Justiça Desportiva. Tal exceção visa justamente afastar certas 
lides desportivas do Judiciário. 
5. CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
Os arts. 218 e 219 da CF tratam deste tópico. 
13 
 
12A, 111,49. 
 
r;2 
6. COMUNICAÇÃO SOCIAL 
É tratada no art. 220 da CF. Diz respeito à liberdade de imprensa, a qual 
decorre da liberdade de expressão. Ififlproibiçã-Cde censura'préviarBaseia-se no (i) direito de resposta, (ii) sigilo da fonte e na (iii) reparação do dano em 
caso de abuso. Tais pontos eram regulados pela Lei de Imprensa (5.250/1967), 
a qual foi declarada inconstitucional pelo STF, em razão do debate entre Folha 
de São Paulo e Igreja Universal do Reino de Deus. 
O direito de resposta diz respeito ao direito que a pessoa noticiada tem 
de fazer publicar a sua versão dos fatos, o que pode ser feito em duas 
hipóteses: 
a) quando a matéria jornalística for inveridica,, errônea e/ou ofensiva; 
b) quando o meio de comunicação não ouvir o noticiado; neste caso, o 
meio de comunicação é obrigado a publicar a notícia como a pessoa 
(noticiado) quiser; caso se publique o que a pessoa disse o direito de 
resposta é retirado dela. 
O sigilo da fonte se refere ao direito que o jornalista tem de não revelar a 
fonte de sua matéria jornalística, o que não o isenta de responsabilidade. 
A reparação do dano no que diz respeito à liberdade de imprensa, 
pauta-se por uma tutela reparatória, em detrimento de uma tutela inibitória. Isto 
significa que se deve deixar publicar e, se causar dano, buscar-se a reparação. 
Entretanto, a jurisprudência tem admitido algumas exceções, quando o réu tem 
sido um infrator reincidente, ou sja, quando tem abusado do direito à liberdade 
de imprensa. 	 tUfaltetéLÁZA7 
7. MEIO AMBIENTE 
É direito fundamental de 3° dimensão (difusos ou meta-individuais). 
CAPITULO VII 
FAMÍLIA 
É regulada nos arts. 226 e seguintes da Constituição. Existem 3 formas 
de se constituir uma família: através do casamento, da união estável ou por 
meio de família monoparental. 
14 
R021"-^-"•-e -^-` ^- r\"(\ 	Le-3A,cálotiâ- 
Segundo a CF, o homem e a mulher administrarão a família em 
igJTáldade-de-c-orid~ Antes da Carta de 1988, o homem exercia o chamado 
pátrio poder, pois era quem chefiava a família, ao passo que hoje há um poder 
familiar, que remete à igualdade material de condições no que diz respeito à 
administração da família. ".) 	CRIC 
Sabe-se que o art. 100, I do CPC dispõe que a mulher tem foro 
privilegiado em ação de separação dos cônjuges. Nada obstante isso o STF 
decidiu que o referido dispositivo é constitucional, haja vista que é um 
tratamento materialmente igual, pois a mulher - supostamente - tem 
na relação matrimonial, de modo que, se for proposta uma ação com vistas à 
separação, o homem deverá se deslocar até o foro do domicílio da mulher. 
Com o advento da Emenda Constitucional n. 66 de 2010, o dispositivo 
constitucional que trata da dissolu ão do casamento foi alterado. Antes dar..\ 
referida Emenda havia c adivócio. 	5..eipan-o-9e29 awvtizzve 
Assim, o legislador previa que a pessoa tinha que se separar por um 
ano, tendo em vista que a separação não colocava fim ao casamento, mas tão 
somente aos direitos e deveres inerentes ao mesmo, como vida comum, 
fidelidade etc; para somente então poder se divorciar. Com efeito, somerité-o-
flivórcio-colo-ca-firri-ardïãamento? ou seja, só após se divorciar a pessoa 
poderia vir a casar-se novamente. 
Ocorreu que este procedimento de obrigar a pessoa a refletir por no 
mínimo um ano - através da separação - paulatinamente começou a ser 
questionado, afinal, a maioria das pessoas, ao se separarem, já estavam 
decididas a dissolver o matrimônio, de modo que o efeito prático da separação 
era obrigar as pessoas a proporem duas ações, bem como esperar um ano. 
Desta forma, através da EC 66/2010, deixou de ser necessário se separar 
primeiro, aguardar um ano, para só depois poder se divorciar, ou seja, hoje o 
casal pode se divorciar quando bem entender. 
Todavia, sabe-se que o Código Civil ainda faz menção à separação (vide 
arts. 1571 e seguintes). Neste sentido há duas correntes que debatem quanto 
ao quadro atual do instituto da separação no ordenamento jurídico brasileiro. A 
primeira corrente, representada por Maria Berenice Dias, afirma que, tendo em 
vista o disposto na exposição de motivos da EC 66/2010, o referido instituto 
deixou de existir no ordenamento jurídico brasileiro. Por outro lado, a segunda 
15 
PI> 
odA.Va, ao 
.‘corrente, que é representada principalmente por Yussef Said Cahali, ct iff:r ta 
frça ,Je2,, 	111 	
ecAt 
que a separação continua existindo, porém, como uma faculdade, não mais 
como um pré-requisito ao divórcio. 
Importante saber que há duas formas de se divorciar. A primeira delas é 
o divórcio judicial, o qual é feito mediante ação judicial de divórcio. 
Obrigatoriamente o divórcio se dará por essa forma quando for litigioso ou se o 
casal tiver filhos incapazes — ainda que o divórcio seja cUriier—istrarr-, o que tem 
por finalidade verificar o cuidado do casal com os filhos no momento do 
divórcio. Outra forma é o divórcio extrajudicial, o qual é feito em tabelionato de 
notas (cartório) através de escritura pública, sendo necessário somente o 
auxílio de um advogado. Esta forma de divórcio é permitida quando for 
consensual e o casal não tiver filhos incapazes. 
Conforme já afirmado, também é possível constituir família por meio de 
união estável, que é convivência pública, contínua e duradoura, com o intuito 
de constituir família. 
Importante ressaltar que não existe tempo mínimo para se caracterizar 
uma união estável. Nesta, a pessoa passa a conviver como se casada 
estivesse, de modo que atrai para si os direitos e deveres da vida de casado, a 
qual pressupõe assistência moral e material recíproca. 
Há pouco tempo o STF decidiu que ocorreu uma inconstitucionalidade 
superveniente por omissão no que diz respeito à união estável entre pessoas 
do mesmo sexo; este argumento se sustenta face às mudanças da sociedade 
neste ponto, na medida que o Constituinte Derivado Reformador (Congresso 
Nacional) deveria ter agido nesse sentido, ou seja, ter emendado o § 3° do art. 
226 da CF, o qual cita expressamente que a união estável é reconhecida entre 
homens e mulheres. Segundo argumentação da Suprema Corte„r_nãn 
reconhecimento da união estável homoafetiva viola o princípio da dignidade da 
pessoa humana. Frise-se que, de acordo com o dispositivo citado há pouco, o 
legislador tem que facilitar a conversão da união estável em casamento, com 
vistas a garantir direitos, sobretudo em caso de dissolução do matrimônio. 
Neste sentido, o STJ decidiu que é possível o casamento de pessoas do 
mesmo sexo, o que tem como consequência a liberação da adoção de filhos 
por casais homoafetivos, bem como o direito a sucessão em caso de morte. 
Para efeitos de curiosidade, quando um casal homoafetivo adota um filho, na 
16 
certidão de nascimento constará, em regra, o nome de dois pais ou de duas 
mães. 
A Constituição também faz menção, em seu art. 226, § 4°, à família 
monoparental, que é aquela constituída por qualquer dos pais e seus 
descendentes. 
PARTE II - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
jurídico as normas que contrariem a Constituição Federal. Existe para manter a 
harmonia do sistema jurídico, uma vez que a Constituição é a "norma máxima", 
de modo que as demais normas têm que se conformar àquela. 
Ressalte-se que só existe controle de constitucionalidade em 
Constituições do tipo rígida. A Constituição brasileira é deste tipo porque, para 
emendá-la, possui /imitações materiais (cláusulas pétreas), limitação 
formal/procedimental (processo legislativo diferenciado para alterar a Carta 
Magna) e limitações circunstanciais (a CF não pode ser emendada na vigência 
de Estado de Sítio, Estado de Defesa ou Intervenção Federal). Numa 
Constituição rígida elenca-se um conjunto de valores mais importantes na 
sociedade, o qual deve ser protegido; também há hierarquia entre normas, 
Elife-firidoCem muito de ordenamentos que têm Constituição flexível, como 
ocorre na Inglaterra,onde lei ordinária revoga dispositivo constitucional. A 
referida hierarquia entre normas é tributária do princlpirda-supTéTn-WiflW: 
tõriStituiçãartno-qual-alCárta,Pol íticã-e-sTátiflia -Clà- t1 é-ma is-normas'. 
Via de regra é o Judiciário que atesta a inconstitucionalidade de um ato 
normativo. Entretanto, este entendimento gerou um grande debate entre 
Jürgen Habermas (procedimentalismo) e Ronald Dworkin (substancialismo). 
Habermas afirma gud e o controle de constitucionalidade é antidemocrático, visto 
que as leis são fruto da vontade popular, de modo que não pode o Judiciário - 
que não tem representantes eleitos - retirar uma lei do ordenamento jurídico. 
Assim, para saber se uma lei é inconstitucional basta verificar a questão 
procedimental, ou seja, se foi respeitado o processo legislativo. Por outro lado, 
O controle de constitucionalidade tem por fim expurgar-t-mundo, - 	 
17 
• 
Dworkin afirma que o controle de constitucionalidade privilegia o princípio 
democrático, afinal, o povo que fez a Constituição, a qual diz que o controle de 
constitucionalidade deve ser, em regra, álribüício:ão Judiciário:— o "Guardião da 
Constituição". Assim, faz-se o controle de constitucionalidade não somente 
analisando o respeito ao processo legislativo, mas também quanto ao 
conteúdo. Tal ponto de vista traz à tona o principio da presunção da 
constitucionalidade das leis, que traz uma presunção relativa — que admite 
prova em sentido contrário — quanto à constitucionalidade das leis, as quais só 
serão inconstitucionais quando, em regra, a Suprema Corte as retirarem do 
ordenamento. 
CAPÍTULO I 
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE 
1. TOTAL OU PARCIAL 
A primeira ocorre quando a léi:iniegralmente viola a Constituição. Já _a 
inconstitucionalidade parcial ocorre quando o Judiciário reconhece que apenas 
parte da lei é inconstitucional. Neste sentido, interessante imaginar uma lei com 
o seguinte conteúdo: 
Art. 1.° São direitos dos servidores públicos: 
I — férias; 
II — estabilidade; 
III —13° salário; 
IV— FGTS. 
Parágrafo único, Os ocupantes de cargo de comissão possuem os direitos dos 
incisos I a III. 
Sabe-se que os servidores públicos não têm direito a FGTS. Assim, no 
exemplo acima, deve-se propor uma ação direta de inconstitucionalidade 
(ADIN) perante o STF, a fim de excluir do ordenamento jurídico o inciso IV do 
referido artigo. 
Porém, é importante ressaltar que só é permitida a exclusão do bloco 
normativo inteiro. Neste sentido, note-se que o parágrafo único do artigo é 
inconstitucional somente em razão da letra "a" que está grifada, uma vez que 
se a mesma for trocada pela letra "e" o problema seria resolvido, afinal, o inciso 
18 
II não pode se aplicar aos comissionados, visto que estes não possuem 
estabilidade. AsSim, deve ser reconhecida a inconstitucionalidade parcial sem 
redução ou alteração do texto. O STF declara o parágrafo único parcialmente 
inconstitucional sem alterar nada em seu texto, mandando que o operador do 
direito interprete tal dispositivo conforme a Constituição. 
2. MATERIAL OU FORMAL 
Na primeira o conteúdo da lei viola o conteúdo da Constituição, a 
exemplo do que ocorreu no inciso IV do artigo citado no tópico anterior. Já na 
inconstitucionalidade formal há um vício no processo legislativo. Ressalte-se 
que quando a lei for formalmente inconstitucional ela será totalmente 
inconstitucional, mas nem toda lei totalmente inconstitucional decorre de um 
vício formal. 
3. AÇÃO OU OMISSÃO 
Na primeira o vício decorre do agir positivo do legislador. Já na 
inconstitucionalidade por omissão o vício decorre do fato de o legislador não ter 
feito a lei à época que deveria fazê-la; é o exemplo clássico do caso do direito 
de greve dos servidores públicos. É uma omissão que impede o exercício de 
dado direito, cabendo mandado de injunção para suprir tal 
inconstitucionalidade, a qual só existe em normas constitucionais de eficácia 
limitada. 
4. DIRETA OU INDIRETA 
Na primeira a lei cuja constitucionalidade é discutida tem como 
pressuposto de validade a Constituição, ou seja, é uma lei ou ato normativo 
primário. Na inconstitucionalidade indireta, entre a norma discutida e a Carta 
Magna, existe uma lei ou ato normativo (primário) que é pressuposto de 
validade do ato normativo secundário cuja constitucionalidade esteja em 
discussão. 
Sabe-se que a norma não é justa ou injusta, mas sim válida ou inválida, 
de acordo com o pressuposto de validade, o que Hans Kelsen chamava de 
silogismo jurídico. Assim, como já afirmado, na inconstitucionalidade direta 
analisa-se lei ou ato normativo primário '(leis, medidas provisórias etc.), ao 
19 
passo que na via indireta trabalha-se com ato normativo secundário (decretos, 
portarias, resoluções etc.), no qual se faz um controle de legalidade. O STF só 
faz controle concentrado de lei ou ato normativo primário, ou seja o Supremo 
só analisa inconstitucionalidade direta. 
5. ORIGINÁRIA OU SUPERVENIENTE 
A primeira se dá quando a lei é inconstitucional desde o seu nascimento, 
ou seja,. o vício atinge a lei desde sua origem. 
Já a inconstitucionalidade superveniente decorre de um fato posterior à 
existência da lei, como é o caso da antiga Lei de Imprensa. A princípio, a lei é 
constitucional, mas pode ocorrer de a nova Constituição não recepcioná-la. A 
lei também pode ser supervenientemente inconstitucional em razão de Emenda 
à Constituição. Neste caso, o STF entende que não cabe ADIN para declarar a 
inconstitucionalidade da lei, •visto que não há interesse de agir' (utilidade, 
necessidade e adequação). Com efeito, sabe-se que lei posterior revoga 
anterior (critério da temporariedade), logo, o Supremo entende que Emenda 
posterior revoga lei infraconstitucional com ela incompatível. 
CAPITULO II 
CONTROLE 
1. QUANTO AO MOMENTO 
Pode haver o controle preventivo ou o repressivo. O primeiro é feito 
antes de a lei entrar em vigor, ou seja, se dá durante o processo legislativo, de 
modo que é realizado,f em regra; somente pelo Executivo e/ou Legislativo. Com 
efeito, pode ocorrer quando a Comissão de Constituição e Justiça de uma das 
Casas faz um parecer pela inconstitucionalidade do projeto de lei (controle 
preventivo pelo Legislativo), ou quando o Presidente da República veta um 
projeto com a motivação2 de inconstitucionalidade do mesmo (controle 
preventivo pelo Executivo). O Judiciário pode, de forma excepcional, realizar o 
I O interesse de agir é uma das três condições da ação e é representado por um trinômio: 
utilidade, necessidade e adequação. As outras duas condições da ação são: legitimidade e 
possibikdade jurídica do pedido. 
O veto presidencial pode ser motivado politicamente, quando o projeto de lei for contrário ao 
interesse público; ou juridicamente, quando o projeto for inconstitucional. Vale lembrar que o 
veto pode ser parcial ou total. 
20 
• • 
• 
controle tpreventiVO), o que é feito mediante mandado de segurança impetrado 
por parlamentar perante o STF a fim de discutir vício de inconstitucionalidade 
formal, ou seja, vicio no processo legislativo. Sendo provida a ordem de 
segurança, o Supremo determina a anulação daquele processo legislativo. 
Por outro lado, o controle rejr,Fasivo3é feito, em regra, pelo Judiciário, e 
ocorre depois de a lei entrar em vigor. A exceção se dá no caso do art. 52, X da 
Cf, aonde o Legislativo fará este tipo de controle. 
2. SISTEMAS DE CONTROLE 
Há dois sistemas: o difuso e o concentrado. O primeiro surgiu nos 
Estados Unidos, em 1803, no famoso caso "Marbuty X Madison". Neste 
sistema o controle da constitucionalidade é difundido por todo o Judiciário, de 
modo que qualquer juiz pode realizá-lo. Já o controle concentradosurgiu na 
Áustria, em 1920, e foi criado por Hans Kelsen. Em tal sistema só um órgão 
pode reconhecer a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei. 
Dentre ambos, o Brasil optou por um sistema híbrido. 
3. VIAS DE CONTROLE 
O controle de constitucionalidade pode se dar pela via principal ou pela 
incidental. Na primeira, a declaração de constitucionalidade ou 
inconstitucionalidade de uma lei constitui o pedido da ação3, ou seja, é o 
objetivo da mesma. Já o controle pela via incidental (incidenter tantum) se dá 
quando o reconhecimento da constitucionalidade ou inconstitucionalidade de 
uma lei constitui a causa de pedir4. Assim, a questão da constitucionalidade da 
lei não é o objetivo (pedido) da ação. Porém, o juiz não conseguirá julgar a 
ação sem antes analisar se a lei é constitucional ou não. Por exemplo, um 
sujeito propõe uma ação com vistas a não pagar determinado imposto 
alegando que a lei que o instituiu é inconstitucional. Note-se que o objetivo da 
referida ação não é que a lei seja declarada inconstitucional, mas, ainda assim, 
o juiz não conseguirá julgar enquanto não fizer tal análise. 
3 O pedido ou objeto é um dos três elementos da ação. Os outros dois são a causa de pedir e 
as partes. 
4 A causa de pedir diz respeito aos fundamentos jurídicos da ação. No caso do controle pela via 
incidental o juiz terá que analisar determinado fundamento juridico para poder analisar o 
pedido. 
21 
O Brasil adotou o controle difuso pela via incidental e o controle 
concentrado pela via principal. No primeiro qualquer juiz pode analisar a 
constitucionalidade de uma lei, porém, 'só no caso concreto, produzindo efeito 
inter partes, de modo que a lei continua vigente. Já no controle concentrado só 
a Suprema Corte pode fazer o controle de constitucionalidade, uma vez que tal 
controle pode ser feito em abstrato, tendo efeito erga omnes e tirando a lei do 
mundo jurídico, ou seja, nenhum juiz poderá aplicá-la novamente. Todavia, em 
grau de recurso, o Supremo analisa a constitucionalidade de uma lei através do 
sistema difuso pela via incidental; neste caso a decisão tem efeito inter partes. 
Frise-se que no controle difuso pela via incidental, por ter correlação 
com a causa de pedir, a decisão quanto à constitucionalidade da lei aparecerá 
na fundamentação da sentenças, ao passo que no concentrado pela via 
principal aparecerá no dispositivo da sentença, visto que neste caso o controle 
de constitucionalidade juarda relação com o pedido 
CAPITULO III 
CONTROLE DIFUSO 
1. CLAUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (ART. 97 DA CF) 
Quando a discussão quanto à constitucionalidade ou 
inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo chegar pela primeira vez a 
um Tribunal de 2° grau°, o Relator do processo não poderá julgá-lo sozinho, 
mas deverá submetê-lo ao Plenário' do Tribunal. Assim, o processo é 
redistribuído para outro Relator, de modo que se o órgão Especial votar pela 
constitucionalidade da lei o processo retornará para o Relator originário, o qual 
deverá aplicar a lei em questão para julgar o processo, ou seja, aquele é 
obrigado a julgar conforme decidiu o Plenário. Com efeito, a Súmula Vinculante 
n° 10 do STF diz que é nulo o julgamento que não observa a reserva da 
cláusula de plenário. 
5 A sentença tem três partes: relatório, fundamentação e dispositivo. 
6 No Brasil são Tribunais de 2° grau: os Tribunais de Justiça (TJs), os Tribunais Regionais 
Federais (TRFs), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os Tribunais Regionais 
Eleitorais (TREs); ou seja, estes têm que observar a cláusula de reserva de plenário. 
7 O Plenário podé ser representado pelo Pleno, que é o órgão composto por todos os membros 
do Tribunal, ou pelo órgão Especial, que é composto pelos Desembargadores mais antigos. 
No TJPR a cláusula de reserva de plenário é consolidada pelo órgão Especial. Já no TRF da 
4° Região é o Pleno que consolida a referida cláusula. 
22 
• • 
• • 
2. COMUNICAÇÃO AO SENADO 
É tratado no já mencionado art. 52, X da Constituição. Quando o STF, 
em controle difuso pela via incidental reconhece a inconstitucionalidade de uma 
lei, ele deve comunicar isso ao Senado, para que este, querendo — por maioria 
absoluta —, suspenda os efeitos daquela. 
Note-se que se trata de uma exceção ao controle repressivo, o qual, em 
regra, é exercido somente pelo Judiciário, mas que, néste caso, acaba sendo 
exercido pelo Legislativo. 
Ocorre que na prática o Senado acaba não decidindo quanto à 
suspensão das leis declaradas inconstitucionais — pela via incidental — pelo 
Supremo, ou seja, "engaveta" os comunicados do STF. Tal postura por parte 
do Senado acabou gerando alguns problemas, os quais chegaram ao seu 
ápice na questão da vedação de progressão de regime quando o apenado é 
condenado por . tráfico de drogas, ou seja, com base na Lei de Crimes 
Hediondos ele deveria cumprir toda sua pena em regime fechado, o que é 
inconstitucional! Com efeito, começou a haver um grande número de habeas 
corpus sendo impetrados no STF, aonde este decidia pelo controle difuso. 
Como o Senado não se manifestava quanto aos comunicados que recebia do 
Supremo a este respeito, este decidiu que todos os outros Juízes do Brasil 
deveriam julgar igual neste ponto, ou seja, uma decisão pelo controle difuso 
teria efeito erga omnes; surge então o principio da iabstratização do controle 
.difuso. 
CAPITULO IV 
CONTROLE CONCENTRADO 
1. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE — ADI (ADIN) 
Pode ser proposta em face de lei ou ato normativo primário federal, 
estadual ou distrital. Note-se que não cabe ADI contra lei municipal e nem 
contra ato normativo secundário. 
Vale observar que o Distrito Federal possui as mesmas competências 
legislativas dos estados e municípios. Logo, só caberá ADI contra lei distrital 
23 
• quando esta versar sobre matéria de competência estadual, uma vez que não 
cabe ADI quando a lei distrital versa sobre matéria de competência municipal. 
Frise-se que, em regra, o Supremo só analisa — por meio de ADI — lei 
posterior à Constituição de 1988. 
1.1. LEGITIMADOS ESPECIAIS (ART. 103 DA CF) 
São legitimados especiais para propor uma ADI: 
1) Governador do Estado; 
2) Mesa da Assembléia Legislativa; 
3) confederação sindical; 
4) associação de classe de âmbito nacional. 
Esses só podem ajuizar uma ADI se demonstrarem nexo de pertinência 
temática. O que significa dizer que deve haver uma relação entre o pedido da 
ação e os fins institucionais do autor da ação. Assim, a associação que 
representa a classe dos engenheiros em âmbito nacional não poderá propor 
uma ADI que afetará a classe médica, por exemplo. Também não poderá o 
Governador do Estado do Paraná, por exemplo, propor uma ADI contra uma lei 
do Estado de São Paulo; exceto se tal lei estiver afetando o Paraná. 
A Constituição faz menção à confederação sindical, pois a ADI traz a 
premissa de que a entidade deve ter representatividade em âmbito nacional. 
1,2. LEGITIMADOS UNIVERSAIS (ART. 103 DA CF) 
São legitimados universais para propor uma ADI: 
1) Presidente da República; 
2) Mesa do Senado Federal; 
3) Mesa da Câmara dos Deputados; 
4) Conselho Federal da OAB; 
5) Procurador-Geral da República; 
6) partidos políticos. 
Esses podem sempre propor uma ADI, prescindindo de demonstração 
de nexo de pertinência temática. Logo, o Conselho Federal da OAB, por 
24 
411 
e 
exemplo, pode propor uma ADI sobre uma lei que não guarde relação alguma 
com ofício da advocacia. 
Quanto aos partidos políticos, esses têm que possuir representatividade 
no Congresso Nacional, ou seja, devem ter ao menos um membro eleito para o 
Congresso. A perda superveniente de representatividade não acarretaperda 
da legitimidade para a ADI em trâmite, de modo que o partido, ainda que esteja 
sem nenhum parlamentar, poderá continuar peticionando no processo. 
Caso a lei federal que estiver sendo discutida na ADI for revogada por 
outra lei, haverá carência de ação, pois não terá interesse de agir. Assim, a 
revogação da lei em trâmite, que está sendo discutida na ADI, implica em 
perda superveniente do interesse de agir, de modo que a ação será extinta 
sem resolução de mérito. 
1.3. EFEITOS DA DECISÃO 
A ADI tem eficácia erga omnes e também vinculante, uma vez que 
obriga todos os juízes do país a decidirem — no controle difuso — da mesma 
forma. Suponha-se que uma lei seja a causa de pedir de uma determinada 
ação e essa começa a ser discutida por meio de uma ADI no Supremo; esse 
decide pela inconstitucionalidade da referida lei; logo, na fundamentação da 
sentença o juiz a quo terá que julgar considerando a lei inconstitucional. Caso o 
juiz descumpra tal premissa, as consequências serão as mesmas do caso de 
descumprimento de súmula vinculante. Assim, caberá reclamação ao Supremo 
contra o juiz que decidiu contrariamente à Corte, sendo que a decisão será 
anulada, informando-se ao juiz que agora o que vale é a decisão do STF. 
Em regra, a ADI tem eficácia retroativa (ex tunc), de modo que "apaga" a 
lei do ordenamento jurídico, comb se ela não tivesse existido. 
Sabe-se que o ordenamento brasileiro, em regra, não admite 
repristinação, que é o retorno à vigência de uma lei revogada, em virtude da 
revogação da lei revogadora; isso tem que ser expresso, ou seja, a lei que 
revogou a lei revogadora tem que dizer que a lei revogada volta ao 
ordenamento. A exceção se dá no caso da ADI, aonde se for declarada 
inconstitucional a lei revogadora, "automaticamente" voltará a viger a lei 
revogada. Assim, imagine-se que a lei A diz que 2 + 2 é igual a 4; vem a lei B e 
25 
diz que 2 + 2 é igual a 5, revogando A; ocorre que a lei B é declarada 
inconstitucional pelo Supremo; logo, a lei A volta a vigorar. 
1.4. LIMINAR 
O STF pode deferir uma liminar ou medida cautelar na ADI. Se isso 
acontecer (i) a lei discutida terá seus efeitos suspensos e (ii) o Supremo pode, 
querendo, suspender o trâmite de todas as ações do país aonde se discuta 
aquela lei. 
1.5. QUORUM 
Para que o Supremo possa julgar uma ADI, é necessário um quorum de 
instalação de no mínimo dois terços, ou seja, 8 Ministros presentes, sendo que 
para ser julgada procedente ou improcedente é necessário maioria absoluta (6 
votos no mínimo). Caso, por exemplo, 5 votem pela inconstitucionalidade e 3 
pela constitucionalidade da lei, suspende-se a votação, para ser julgada 
quando tiver um número maior de Ministros, afinal, se todos estiverem 
presentes necessariamente haverá uma maioria absoluta. 
A propósito caso se decida pela constitucionalidade da lei a decisão só 
terá eficácia ema omnes e vinculante, uma vez que não haverá efeito retroativo 
(ex tunc) nem lei a repristinar. 
1.6. MODULAÇÃO DOS EFEITOS TEMPORAIS DA DECISÃO 
Caso julgue pela inconstitucionalidade da lei, o STF poderá modular os 
efeitos temporais dessa decisão, na medida em que poderá decidir que não 
haverá eficácia retroativa (ex tunc). Logo, modular significa fixar outro marco 
temporal de eficácia para a decisão. 
Imagine-se que uma lei que concedeu desconto de 20 cl/0 num dado 
imposto, por 5 anos, é declarada inconstitucional. Se o Supremo seguisse a 
regra, a decisão poderia ter eficácia retroativa, obrigando os contribuintes a 
pagarem o valor que obtiveram de desconto durante aqueles 5 anos. Contudo, 
o STF acaba decidindo que a decisão não obrigará as pessoas a restituírem os 
cofres públicos, ou seja, que não terá efeito retroativo. 
Para poder modular os efeitos temporais da decisão é preciso que 
estejam presentes dois requisitos: 
26 
1) estar presente razões de segurança jurídica, uma vez que a decisão 
tem que levar em consideração o ato jurídico perfeito, a coisa julgada 
e o direito adquirido resultantes da época em que a lei esteve 
vigente; 
2) quorum qualificado de dois terços, ou seja, 8 Ministros precisam votar 
pela modulação; caso não atinja esse quorum, 	decisão 
necessariamente terá eficácia ex func. 
1.7. INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO 
Trata-se da extensão dos efeitos da decisão, a fim de atingir outra lei ou 
ato normativo que não tenha sido objeto de ADI. Frise-se que não está previsto 
na Lei 9868/99, que regula a ADI, uma vez que se trata de uma construção 
jurisprudencial. 
Suponha-se que uma primeira lei diz que os funcionários públicos 
podem cumular 3•empregos e uma segunda lei diz que eles podem ter três 
salários. A primeira sendo declara inconstitucional é Óbvio que a segunda 
também o será. Logo, o STF estenderá os efeitos da decisão que declarou a 
primeira lei inconstitucional para a segunda lei. 
2. ADI POR OMISSÃO 
Serve para atacar inconstitucionalidade por omissão, aonde se discute o 
fato de a lei não ter sido feita. Tem os mesmos legitimados que a ADI. 
Possui 2 efeitos: (i) eficácia declaratória, na qual se declara a mora, a 
inadimplência do Poder Legislativo; (ii) eficácia mandamental, aonde se manda 
o Legislativo fazer a lei. Porém, na prática, nada acontece; de modo que é 
incomum o ajuizamento dessa ação, visto que a mesma não possui muita 
utilidade. 
3. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE — ADC 
Tem os mesmos legitimados da ADI. SÓ cabe ADC contra lei ou ato 
normativo federal. Em razão do princípio da presunção de constitucionalidade 
das leis é necessário o preenchimento de um requisito para propõ-Ia: deve 
haver controvérsia nó âmbito dos tribunais quanto à constitucionalidade de uma 
dada lei ou ato normativo. Isso visa gerar segurança jurídica, sendo que na 
27 
• 
• 
inicial deve-se comprovar a controvérsia, o que é feito anexando os acórdãos 
dos divergentes dos tribunais. Caso esse requisito não seja preenchido haverá 
carência de ação, uma vez que não estará presente o interesse de agir. 
A doutrina afirma que "a ADC é uma ADI de sinal trocado". Isso significa 
que uma ADI procedente equivale a uma ADC improcedente, bem como uma 
ADC procedente equivale a uma ADI improcedente, e vice-versa. As duas 
ações têm eficácia dúplice ou ambivalente. 
Caso sejam propostas uma ADI e uma ADC concomitantemente, as 
mesmas serão julgadas juntas, de modo que se a ADC for julgada 
improcedente a lei discutida será inconstitucional — e vice-versa — tendo todas 
as 4 eficácias da ADI (erga omnes, vinculante, ex tunc e repristinatória). 
4. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL — 
ADPF 
Trata-se de uma ação de caráter subsidiário, uma vez que só cabe 
quando não couber nenhuma das 3 ações citadas anteriormente (ADI, ADI por 
omissão e ADC). Logo, é uma via excepcional. 
Exemplo conhecido é o da Lei de Imprensa (5250/67), que foi julgada 
inconstitucional pelo STF, por meio de ADCT. Nesse caso não pode ser 
proposta uma ADI por que a lei era anterior à Constituição de 1988. 
Cabe também quando se quiser declarar a constitucionalidade de uma 
lei estadual, visto que não cabe ADC em face da mesma. 
Também pode ser proposta para declarar a inconstitucionalidade de uma 
lei municipal, uma vez que esta não pode ser objeto de ADI. 
Note-se que cabe ADPF tanto para declarar a constitucionalidade como 
para declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo primário. 
Frise-se que cabe liminar na ADPF e que os legitimados para propô-la são os 
mesmos da ADI. 
5. QUADRO SINÓPTICO 
28 
• 
• 
LEI 	OU 	ATO 
NORMATIVO 
LEGITIMADOS EFEITOS DA DECISÃO 
1) OBJETIVO — ADI 1) UNIVERSAIS 1) ADI PROCEDENTE 
Lei federal Presidente da RepublicaErga omnes 
Lei estadual Mesa do Senado Federal Vinculante 
Lei distrital Mesa 	da 	Câmara 	dos 
Deputados 
Retroativo (ex tunc) 
2) OBJETIVO - ADC Conselho Federal da OAB Repristinatório 
Lei federal Procurador-Geral 	da 
República 
2) ADI 
IMPROCEDENTE 
3) OBJETIVO — ADPF Partidos políticos Erga omnes 
Lei federal 2) ESPECIAIS Vinculante 
Lei estadual Governador do Estado 3) 	 ADC 
IMPROCEDENTE 
Lei distrital Mesa 	da 	Assembléia 
Legislativa 
Erga omnes 
Lei municipal Confederação sindical Vinculante 
Associação 	de 	das . 	de., 
âmbito nacional 
Retroativo (ex tunc) 
Repristinatório 
29 
	00000001
	00000002
	00000003
	00000004
	00000005
	00000006
	00000007
	00000008
	00000009
	00000010
	00000011
	00000012
	00000013
	00000014
	00000015
	00000016
	00000017
	00000018
	00000019
	00000020
	00000021
	00000022
	00000023
	00000024
	00000025
	00000026
	00000027
	00000028
	00000029

Outros materiais