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MANUAL SEMESTRAL - Contratos - Prof. Piazzetta

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CONTRATOS
(Aula 1- 28/07/2016)
Conceito: Contrato é um acordo de vontades, destinado a criar, extinguir ou modificar relações jurídicas obrigacionais. 
Contrato é um negocio jurídico e pode ser avaliado sobre 3 planos:
Existência 
Validade
Eficácia 
Existência: 
Partes 
Objeto
Manifestação de vontade
Parte não e sinônimo de pessoas, e sim polo de interesses, portanto deve haver dois polos de interesse. É possível um contrato com 30 pessoas e 2 partes, partes significa polo de interesses e não pessoas. 
Objeto: dividido em: mediado= bem e imediato= conduta. 
Manifestação de Vontade: que pode ser escrita, falada, etc. enquanto a vontade é intima e não manifesta não há contrato, por isso para haver contrato é preciso ter uma vontade manifesta, seja verbal ou escrita. 
Validade: se uma das partes do contrato for absolutamente incapaz o contrato é nulo, se for relativamente incapaz o contrato é anulável. O objeto precisa ser licito, possível e determinável; o agente precisa ser capaz e seguir a forma prescrita ou não defesa em lei. Subdividida em:
Nulidade: são mais graves, vícios de ordem publica, podendo ser alegados a qualquer momento por qualquer interessado. Art. 166 e 167.
É nulo o negocio jurídico quando: VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. Quando o código civil me proíbe de algo, mas não diz qual será a sanção, a sanção será a de nulidade. Isso é uma regra geral. 
Anulação: são menos graves, convalidam, prescrevem e o interesse é particular e não de ordem publica. Art. 171
Eficácia: se algo existe e é valido, a consequência natural é que gere efeitos. Então se o negocio jurídico existe e é valido ele produz efeitos. Existem exceções: termo, encargo e condição, que são institutos que impedem a eficácia do negocio jurídico. Também tiram a eficácia a teoria da imprevisão e casos fortuitos ou de força maior. 
(Aula 2- 01/08/2016)
Principio da Autonomia da vontade: é um princípio de empoderamento da vontade particular, temos a liberdade de contratar. A liberdade contratual/ autonomia da vontade era tida como soberana, quase que absoluta. 
Autonomia privada: surge do lado da autonomia da vontade, a diferença é sutil, enquanto a autonomia da vontade é a liberdade de contratar, a autonomia priva é a liberdade de contratar, nos limites da lei. Assim, desempoderamos a vontade, que deixa de ser soberana e absoluta, tem uma moldura na qual ela precisa se encaixar. 
Principio Pacta Sunt Servanda: o contrato é lei entre as partes, é a força obrigatória dos contratos. Quer dizer que aquilo que eu contratei me vincula, me amarra. Esse principio típico do estado liberal, vem limitar a atuação do estado a força coercitiva daquilo que se contratou. Esse principio empodera de ver a vontade, já que o que eu contrato é obrigatório. Esse principio ainda é importante atualmente, mas de forma suavizada, maleável. O contrato é obrigatório sim, mas não a qualquer preço. 
O fundamento do Pacta é a Autonomia. O contrato só me obriga porque eu sou autônoma, livre e igual para contratar. Se eu sou livre e escolho contratar, nada mais justo do que cumprir, por isso seu fundamento é a autonomia, liberdade de contratar. 
Nossa autonomia/liberdade contratual diminuiu hoje, pois: 
Os contratos que firmamos hoje em dia são contratos de adesão, que é aquele contrato em que não posso negociar as clausulas, ou eu assino inteiro ou não assino. 
Os contratos que firmamos hoje são cada vez mais cativos e de longa duração, por muito tempo somos clientes de telefonia, banco, plano de saúde, etc. 
Nós, enquanto sociedade e indivíduos, temos a noção de que aquilo que contratamos é essencial. 
Ex: quero ter uma telefonia móvel, procuro a tim, tento negociar uma clausula, não consigo, vou para vivo, claro, oi e assim sucessivamente e não consigo negociar nenhuma clausula, e ai concluo que vou viver sem celular? Não, pois é algo essencial para o trabalho/vida, então me sinto obrigada a aceitar as clausulas e assinar o contrato. 
Dessa forma, existe liberdade, mas ela é limitada. Então se nossa autonomia esta enfraquecida, obviamente que preciso enfraquecer também a obrigatoriedade do contrato, por isso o pacta sunt servanda não é mais tao obrigatório. Mas não quer dizer que ele não é importante, é sim, mas está suavizado. 
Principio da Relatividade dos efeitos contratuais: contrato diz respeito exclusivamente as partes contratantes, os efeitos que ele gera são só na vida dos contratantes. 
É típico também do estado liberal. Contrato só interessa ao contratante e contratado, o estado só pode interferir se for para fazer cumprir. Esse princípio quase não tem mais espaço no pensamento jurídico atual. Pois dizer que o contrato só interessa a quem contratou é mentira, é impossível que não gere consequências a sociedade e economia que ele se insere. E é por isso que hoje ele quase não tem mais espaço. 
Principio Rebus Sic Stantibus: “no mesmo estado de coisas”. Se a realidade do mundo externa ao contrato mudar de forma drástica, e essa mudança gerar desequilíbrio no contrato, terei que rever esse contrato. Quer dizer então que a vida externa ao contrato pode mudar, e se essa mudança afetar o contrato, este terá que ser revisto. Por ele conseguimos entender que o contrato é um organismo vivo e deve se amoldar ao tempo, fazendo com que seja necessário revisa-lo. 
Esse princípio surgiu após a 2GM que foi uma época em que tudo mudou drasticamente, e cumprir contratos depois da guerra poderia se tornar inviável nas clausulas de antes, precisando ser reequilibrado. É típico de um estado social. 
Ele inspirou o surgimento da teoria da imprevisão, mas rebus sic stantibus não é sinônimo de teoria da imprevisão.
Principio da Boa-fé: Subdivide-se em Boa fé objetiva e boa fé subjetiva. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
A boa fé é norma de ordem publica, visualiza-se isso em “os contratantes são obrigados a”, independente de qual for o contrato, independente da vontade das partes. Pois é uma norma de ordem publica, cogente, se houver conflito, prevalece a boa fé. 
A boa fé é retroativa, pois só surgiu em 2002, e em relação aos contratos anteriores a boa fé incide de forma retroativa. 
A boa fé incide em todas as etapas da vida do contrato, antes, durante e mesmo depois da extinção do contrato. 
Boa fé Subjetiva: INTENÇÃO.
Investigamos a intenção do agente, o que ele pretendia. 
Boa fé se presume, todos estão presumidamente inocentes até que se prove o contrario, por isso é uma presunção relativa, pois admite prova em contrário. É difícil provar o contrario na boa fé subjetiva, pois muitas vezes a boa fé esta no intimo do agente, e permanece com suas intenções na esfera intima, não exterioriza isso, quando exteriorizar, como com um e-mail, ai sim será possível provar. 
Boa fé Objetiva: CONDUTA.
A conduta do agente é avaliada de forma externa, se esta de acordo ou não com 4 deveres de conduta impostos pela boa fé objetiva:
Dever de Informar: as partes tem o dever de informar sobre tudo aquilo que possa interferir na vida contratual
Dever de Cooperar: cooperar para o adimplemento. 
EX: faço um contrato de compra e venda do meu carro com o Renan as 11:35, vai me pagar 35 mil com a entrega de um malote de dinheiro com notas de 100 reais em Barueri ao meio dia, um contrato desse tipo colide com o dever de cooperar com o adimplemento, pois é difícil ele retirar o dinheiro e chegar em Barueri em menos de meia hora. 
EX: Renan vai pagar esse dinheiro por meio bancário, mas os bancos entram em greve, ligo para a prof para pagar de outra forma e ela bate o pé dizendo que não, não pode, pois ele tem o dever de cooperar com o adimplemento e achar outra forma de pagamento viável. Não é um favor, é um dever.
 
Dever de segurança: dever de proteger a segurança física e econômica. 
 Segurança física Ex: nãoposso vender meu carro sabendo que o motor dele esta fundido sem avisar, pois coloco em risco a segurança física do meu contratante. 
Segurança econômica: aquele jeitinho malandro de fazer algo contando com a ignorância do outro colide com a falta de dever de segurança, ex: tento vender meu gol por 150 mil, eu aceito, o comprador também, tudo bem? Não, não pode, quebra com o dever de segurança. 
Dever de confiança: confiança é sinônimo de legitima expectativa. Para ter uma expectativa legitima é necessário que sigam 4 fatores: conduta; lei; elementos externos.
Conduta: EX: Tenho um cliente que é mensalista no cliente, no contrato esta estabelecido que ele paga a quantia de 9 mil reais todo dia 10 de cada mês, ele é cliente a 5 anos, e nesses 5 anos ele depositou no dia 1 de cada mês os 9 mil reais. Num determinado mês após esses 5 anos, passa dia 1, 2 3, 4, 5 e ele não depositou ainda, ligo para ele e digo que a partir dai começa a incidir juros e mora. Ele diz que não pois no contrato diz que o pagamento é feito dia 10, mas não, pois a conduta reiterada dele fez surgir uma legitima expectativa que é uma fonte de direito subjetivo, de receber no dia 1. A conduta reiterada é capaz de reescrever o contrato. 
Lei: Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. Se a lei me aponta o direito, obviamente que terá uma legitima expectativa.
Elementos externos: noção do homem médio, dizer que nas circunstâncias haviam uma serie de elementos externos/realidade que fariam com que percebesse que qualquer pessoa teria o direito. 
 
(Aula 3- 04/08/2016)
3 funções da Boa-fé: 
Função Hermenêutica: vou me servir desses deveres para interpretar meu contrato, de modo mais favorável. Verifico no contrato se há alguma omissão, contradição, obscuridade, faço a interpretação de modo mais favorável a esses deveres. 
EX: vou vender meu carro e há uma estipulação de pagamento via doc e outra dizendo que tem que ser em malote de dinheiro, duas cláusulas que se contradizem, então posso interpretar que possa ser pago das duas formas. 
Criação de Obrigações/direitos subjetivos: no caso concreto cada um daqueles deveres vai significar algo palpável, concreto e isso vira verdadeira obrigação (dar, fazer, não fazer) que surge naquele contrato, por isso função criadora. Essas funções tem por fonte a incidência do 
Papel objetivo, que incide em todos os contratos.
E se esta não for cumprida posso entrar com uma demanda para ação para cumprimento de obrigação, esta demanda para cumprimento de obrigação tem um rito processual privilegiado, a parte é intimada desde logo para cumprir. Por isso, da boa fé objetiva nascerão verdadeiras obrigações que poderão ter respaldo jurídico para serem cumpridas. 
Limitadora: possibilidade de ingressar com uma demanda declaratória de nulidade. Tem por fonte as clausulas (diferente da criadora que é as condutas). Sempre que der será retirado as clausulas nulas para não ter que anular o contrato. Nulidade é a pena civil mais grave, não convalida, é de ordem publica, pode ser alegada por qualquer interessado a qualquer momento. 
Se o contrato for uma relação de consumo o próprio CPC já diz que é nulo, mas se for um contrato cível entre duas empresas, duas pessoas, o caminho é mais longo, e envolve a interpretação conjunta dos artigos q166 inciso VII e combinado com o art. 422. 
Regra geral: “Art. 166 VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção” significa que quando o legislador me proíbe, mas não der sanção, a sanção será nulidade. 
“Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”.
Quando o código diz que os contratantes são obrigados a agir com boa fé, é porque não pode ter contratos sem boa fé, mas não diz sanção, e quando o legislador proíbe e não dá sanção, é a nulidade. 
Contrato é acordo de vontades, mas diante da boa fé objetiva a vontade não tem muita vez, são atropelados por esses deveres que a boa fé objetiva traz. A vontade é importante para que um contrato nasça, mas não é o cerne do contrato. 
 6- Principio da Função Social: 
A ideia de função social foi trazida para nosso ordenamento jurídico pelo texto constitucional, e o texto constitucional trouxe a ideia de função social para os 3 ramos do direito: função social da propriedade, da empresa e do contrato. Cada uma delas tem uma função diferente, mas seu ponto comum é a ideia de preocupação social, coletiva na esfera privada. 
Função social do contrato 
“Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.” Função social é norma de ordem publica, portanto não depende de clausula, inclusive se tiver uma clausula que infrinja a função social, ela será derrubada. Incide de forma retroativa, por ser de ordem publica, por isso incide nos contratos que vieram antes. (2.035). 
Toda conduta humana gera externalidade, e os contratos também geram externalidade, colocando em cheque o principio da relatividade, que diz que o contrato é uma caixinha fechada que só diz respeito as partes. Podendo ser a externalidade positiva ou negativa.
EX: quero vender meu ap, firmo com a Ana um contrato de compra e venda, duas particulares, será que eu e a Ana temos o dever de promover externalidades positivas? Não, pois o dever de promover externalidades primordialmente é do estado, e isso é uma relação privada. Se isso fosse um dever seria exigido de todo e qualquer contrato, inclusive dos particulares. Por isso cumprir função social do contrato NÃO é promover o bem.
Cumprir função social do contrato não é promover o bem, a função social do contrato traz uma serie de obrigações negativas, de não fazer, ao invés de positivas. Não preciso fazer o bem, mas não posso fazer o mal, tenho que me abster de externalidades negativas. Contrato as obrigações são de não fazer (negativa), não gerar externalidade negativa em 3 aspectos: social, ambiental e econômico. Se eu não gerar essas externalidades negativas, meu contrato cumpriu a função social. 
Se meu contrato colidir com alguma dessas externalidades:
1 possibilidade: posso entrar com uma ação constrangendo o sujeito a se abster daquilo, não fazer.
2 possibilidades: é gerar a nulidade das clausulas daquele contrato ou até mesmo do contrato todo para que não infrinja a função social, o caminho argumentativo para isso será o mesmo da boa fé objetiva, 166 inciso VII e 421. Nulidade só pode ser feita com clausulas, e não com condutas. 
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 Formação de um contrato 
Como nasce e Quando nasce e Onde nasce? 
 Etapa de Negociação Preliminar:
Se o contrato nasce de um acordo de vontades, pode haver uma etapa de negociação, geralmente quando o contrato envolve algo mais complexo e de valor maior, podendo durar anos essa etapa de negociação. 
Após a fase de negociação, exemplo que tenha durado 3 anos essa negociação, num contrato de 20 paginas, só voltaremos a essa parte caso haja um problema de hermenêutica, pois a partir de muito negociar e nasce o contrato ela passa ter uma importância menor. 
Mas e se após esses 3 anos de negociação não há a assinatura do contrato, há um rompimento apesar de todos os investimentos feitos em projetos, estudos, gastando muito dinheiro. 
Posso obrigar ele a contratar comigo? Não. As negociações não geram direito de obrigar o outro a contratar. 
Posso pedir uma reparação de danos? Talvez. Pela responsabilidade civil, na modalidade subjetiva. A qual preciso comprovar a existência de 3 requisitos: Dano, que pode ser material, dividido em danos emergentes(art 402) e lucros cessantes; Nexo causal , relação direta entre o prejuízo e a conduta; Culpa, 90% dos casos não provam culpa pelo exercício regular de direito de querer contratar ou nao, o único jeito de provar culpa é através da quebra da boa fé, especialmente o dever de informar e a confiança (legitima expectativa). 
(Aula 4 - 08/08/2016)
Etapa de Policitação
Partes: 
Policitante: sujeito que elabora a proposta de contrato
Oblato: destinatário de uma proposta, aquele que recebe a proposta de contrato. 
EX: Ana interessada em vender o apartamento, propõe a vivi vender o apartamento. Ana é a policitante, e Vivi é o oblato.
Requisitos para que eu possa chamar algo de proposta:
Proposta de contrato deve ser Clara: deve ficar claro que aquilo é uma proposta de contrato, intenção de contratar. 
Proposta deve ser Dirigida: significa que vai haver um oblato especifico a quem eu me dirijo. Diferente de uma oferta ao publico, a diferença é que pro oblato manda um e-mail e para oferta coloco um cartaz oferecendo, então diante de uma proposta ela deve ser dirigida.
Proposta deve ser séria: pela boa fé tenho dever de não agir de forma a induzi-la a erro, essa proposta esta aqui para afastar como proposta todas as vezes que a professora diz em sala para exemplos que quer vender seu carro, não preenche o requisito seriedade. No mais, se eu faço uma proposta tenho dever de agir com lealdade, confiança e não posso depois me escusar, dizer que não quero mais. 
Proposta deve conter os elementos mínimos do futuro contrato: então simplesmente dizer que estou vendendo meu ap, não é um contrato. Mas dizer que to vendendo a alguém e especificar preço e objeto é sim uma proposta. E depende do objeto, se for uma compra e venda os objetos mínimos é objeto especificado e preço, no comodato muda, e assim vai. 
Prazo:
A proposta pode ser com ou sem prazo.
Presença: 
A proposta pode ser feita entre presentes ou ausentes. O critério não é contato físico para se classificar algo como presente e ausente. O critério é o conhecimento direto e imediato da proposta. Uma proposta será entre presente se o oblato dela conhecer de forma direta e imediata. Quando não pode conhecer é entre ausentes. Presente será quando esta junto fisicamente, por Skype, facetime, telefone. Ausentes no caso de carta, e-mail. 
EX: prof telefona para um sujeito que esta na china e faz uma proposta de venda do ap, isso é entre presentes ou ausentes? Presentes. A forma telefônica já traz o conhecimento da proposta, não precisa necessariamente estar fisicamente perto. 
EX: Carta é o exemplo exato de ausente, pois até que chegue há um lapso de tempo, portanto a proposta não é imediata. E-mail também é entre ausente, pois a tecnologia tem um tempo entre o envio e a entrega do e-mail. 
EX: OAB. 
Vinculação:
Se há uma proposta o proponente se obriga àquilo que propôs. A proposta vincula o policitante. 
“Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.”
Quando há formulação de uma proposta aquilo que foi proposto, via de regra, passa a te vincular. Essa regra têm algumas exceções. Sou obrigada àquilo que proponho, mas não a tudo. 
“Se o contrario não resultar doa termos dela” se entre iguais for colocado no contrato que aquela proposta não vincula, não obriga. 
“Da natureza do negociou das circunstancias do caso” são muitas que serão estudadas a seguir, limites temporais a essa vinculação. 
Limites temporais: 
Proposta entre presentes SEM PRAZO: Na proposta entre presentes qualquer conduta diferente do aceite imediato desvincula o policitante. 
EX: prof no meio da aula oferece um copo de agua por dois reais à patrícia, patrícia não falou nada, a prof andou um pouco e ai a patrícia disse que queria. Nesse momento a prof não esta mais vinculada àquela proposta 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
 I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante.
Proposta entre presentes COM PRAZO:
EX: prof oferece o Vade Mecum à Bianca, dizendo que se ela quiser que a procure ate o fim da aula. Passando o fim da aula ela não esta mais obrigada. Então a proposta entre presentes com prazo vincula até o fim do prazo. 
Proposta entre ausentes COM PRAZO:
Artigo 430 e artigo 434 inciso III deixa claro que o legislador errou no artigo 428 sobre isso. Dentro do prazo estipulado é necessário chegar o sim. 
Proposta entre ausentes SEM PRAZO:
“Art. 428, II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente”
Diz que mesmo sem prazo não é eterno o vinculo, há um tempo razoável, mas não da um tempo certo, então apenas diante do caso concreto e analisando as circunstancias é que vou poder dizer que tempo razoável é esse. 
Retratação:
“IV – se, antes dela (a proposta), ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte (oblato) a retratação do proponente.” 
Entre presentes não tem como fazer isso, fez a proposta ta feito, não tem como me retratar antes. Então só é possível entre ausentes. Retratação retira a minha vinculação, desde que seja prévia ao recebimento da proposta, ou ao mesmo momento. 
EX: mando uma carta fazendo uma proposta de venda do apartamento, mas antes de chegar a carta com a proposta eu me arrependo e ligo para o oblato me retratando, e isso me desvincula, se ele nem viu a proposta não tem nenhuma expectativa como teria se ele tivesse visto. 
Oferta:
A oferta ao publico é feita a oblatos indeterminados. 
Com oblatos indeterminados é uma proposta entre ausentes. 
Só posso revoga-la se na própria oferta tiver uma ressalva dizendo que pode ser revogada 
“Art. 429. Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.”
Se sujeita ao cumprimento com o primeiro que aparecer, me vinculo a cumprir se eu não tiver revogado. 
Aceitação:
Vontade do oblato. A regra é a Aceitação Expressa (não necessariamente por escrito, mas sim inequivoca). Apesar de ser a regra, o artigo 432 traz outras duas possibilidades de aceitação, são exceções: 
“Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.”
Se não for comum a aceitação expressa, será possível a Aceitação Tácita, silenciar porem agir. EX: na sala dos profs. tem copinhos de agua, o prof não precisa ligar para o reitor e dizer que aceita o copo de agua, simplesmente vai lá e pega, não é comum que ligue aceitando. A conduta reiterada é ir pegar o copo. A aceitação tácita é o bastante para nascer contrato apenas nos contrato em que não é comum a aceitação expressa. 
Dispensa (aceitação): 
O proponente expressamente dispensa a aceitação, e diz: “se não quiser negue”. Nesse caso o contrato vai surgir quando não há negativa. Próprio proponente dispensa a aceitação, é silencio total, ausência de negativa, só tme lugar quando há uma praxe reiterada das partes. 
EX: a casa 15 dias viajo para Itapema, sempre na quarta a mais de 5 anos e sempre fico no mesmo hotel, chega essa quarta e mando e-mail pro hotel dizendo que estarei indo e é para reservar o quarto e caso não haja vaga que eu seja avisado. Eu proponho um contrato e digo que caso não quiser negue. Chego no hotel, vejo o e-mail e houve recebimento e como não houve recusa, há aceitação, pois esta é dispensada diante de uma conduta reiterada previa. Pela ausência de negativa surge um contrato. 
(Aula 5 - 11/08/2016)
Continuação aceitação:
Aceitação Tardia: 
Hipótese na qual o oblato aceita e a sua aceitação chega fora do prazo.
EX: havia uma proposta de contrato, cujo prazo vencia no dia 15 de agosto, supomos queo oblato desejando firmar o contrato, se precaver de todos os cuidados ao seu alcance. Oblato expede sua aceitação no dia 08 de agosto (sendo tempo razoável, suficiente para que chegue dentro do prazo), mas por um motivo alheio a vontade de oblato, como extravio da correspondência ou greve dos correios, venha a chegar essa aceitação somente no dia 16 de agosto, um dia depois do prazo. A proposta ainda assim obriga o proponente? 430 resolve essa circunstância. 
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
Chegou fora do prazo NÃO forma o contrato, mesmo que por circunstância imprevista. Proponente não fica obrigado mesmo que por motivo imprevisto, só tem o dever de informar o oblato, podendo responder por perdas e danos, de acordo com o artigo 430, dever de boa fé por parte do proponente. . 
Pois se eu proponente pude verificar que a data foi dia 8 e houve um problema, meu dever imposto pelo 430 é de agir com cooperação, cumprindo dever de informar, protegendo a confiança, agindo de acordo com o principio da boa fé objetiva, ligo pro oblato e digo que vi que ele quer aceitar mas sinto muito a carta só chegou hoje, então pra avisar eu fechei contrato com outro. Então o que o artigo impõem é um dever de informar, pois a circunstancia foi imprevista e o oblato pode pensar que a carta chegou em tempo e esta tudo certo, por isso o proponente tem o dever de cooperação de avisar o oblato. Se não cumpre esse dever de informar, talvez possa responder por perdas e danos (se o oblato provar perdas e danos). 
Aceitação fora do prazo faz com que o proponente (se perceber) tenha o dever de informar. Mas se o oblato colocou no correio essa aceitação um dia antes, o proponente ainda sim tem o dever de informar? Não, pois o dever de informar o oblato é só porque foi imprevisível e tinha certeza que chegaria dentro do prazo, pra protegera expectativa do oblato, mas um dia antes é previsível que não chegue e por isso não gera expectativa por parte do oblato, não tem o proponente o dever de informar. Fundamental é que a carta seja recebida dentro do prazo. 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta
“III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido recebida a resposta dentro do prazo dado”
Aceitação Modificada: 
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
Essa aceitação fora do prazo, com adições, restrições ou modificações não é tida como aceitação, mas sim como contra proposta, e assim é tida como nova proposta, e ai oblato e proponente mudam de lugar, quando o oblato diz ”aceito comprar, mas se for por 700 mil”, oblato passa a ser proponente, e o proponente passa ser oblato. Contra proposta gera essa mudança entre oblato e proponente. 
Momento de surgimento do contrato: 
Quando acontece entre presentes, sei exatamente o momento que ele aceitou, e é naquele momento que nasceu o contrato. 
Entre ausentes tem vários momentos possíveis de nascimento do contrato, existem 2 teorias para observar isso. 
1 momento possível: quando o oblato declara sua aceitação, externaliza sua decisão 
2º momento: quando expede
3º momento: quando chega, recepção
4º momento: quando policitante conhece.
Quando nasce o contrato?
Teoria da informação: que é o momento 4, de conhecimento do policitante. Para que nasça um contrato não basta que declare, não basta expedir, não basta receber, enquanto o proponente não sabe do sim, não nasce o contrato. Contrato só nasce quando o policitante recebe a carta, abre, lê e sabe que alguém quis. O problema dela é que poderia ser alegado que o oblato redigiu, mando no prazo e chegou no prazo e o proponente dizer que recebeu, mas não leu porque o cachorro comeu, ou se deteriorou, então essa teoria coloca muito poder na mão do proponente, por isso não foi adotada pelo nosso legislador. 
Teoria da declaração: Momento 1. No momento que o oblato decide aceitar e externaliza sua aceitação, a vontade contratual já existe no mundo, e, portanto, já há contrato. O fato do proponente ter declarado, e o olbato ter exteriorizado a é bastante para dizer que nasceu um contrato. Mas também é considera inviável, poiso oblato pode alegar que no momento recebeu a carta ele disse que aceitaria, e a irmã dele viu então já esta no mundo e nasceu o contrato, coloca muito poder na mão do oblato. Por isso, não é viável. 
Regra Geral: Teoria da declaração na vertente da expedição: contrato nasce no momento que o oblato expede sua aceitação. Essa teoria foi adotada como regra geral.
Exceção: Teoria da recepção: contrato só nasce no momento que a carta chega no seu destino, não precisa abrir e ler, basta que chegue. Teoria adotada como exceção. 
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: 
I – no caso do artigo antecedente;
“Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. ”
EX: fora expedida a aceitação do contrato no dia 08, mas depois de expedir o oblato mudou de ideia. No dia 09, antes da chega da carta, o oblato liga para o policitante e manifesta a sua retratação, dessa forma o proponente não tem nenhuma expectativa e assim faz com que o contrato não se forme. 
II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; 
Posso por na minha proposta uma ressalva que entre nós o contrato só nasce com a chegada do sim, mas na própria proposta posso criar uma exceção a regra, e dizer que só nasce quando da recepção. 
III – se ela (aceitação) não chegar no prazo convencionado.
O prazo convencionado era dia 8, meu oblato expediu (colocou no correio) 8, mas a recepção só se deu fora do prazo da proposta, chegando só no dia 12. Então o contrato nasce na sua expedição desde que chegue dentro do prazo. Nem nasce se chegar fora do prazo, deixa de ser obrigatória a proposta. 
 A data do nascimento do contrato entre ausentes é a sua EXPEDIÇÃO. 
Onde nasce o contrato? É importante por duas razoes:
1- Para definição de foro, quando as partes silenciam sobre a escolha de foro será o local de nascimento do contrato.
2- Saber onde nasceu o contrato é importante para definição de lei aplicável. Pois quando estivermos diante de um contrato internacional haverá a duvida sobre qual lei incidirá para resolver aquela litigância. Contrato será internacional quando observado fluxo de riquezas entre fronteiras, ex: comprar no Paraguai. Se nesse contrato o foro escolhido pelas partes, ou pela lei (local de nascimento do contrato), for o estatal brasileiro, juiz brasileiro fecha os olhos, pois diz que as partes não podem escolher qual o foro, e determina que o foro será o local de nascimento do contrato. 
 “Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto”. 
Ex: se eu firmo com o Renan um contrato de venda do meu ap, ninguém tem dúvida que o local de nascimento foi Curitiba e que o foro será Curitiba. Mas e se o contrato é entre ausentes, nasce entre carta ou e-mail, qual será o foro? 
 “§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. ”
(Aula 6 – 15/08/2016)
Classificação
Obrigações: feixe obrigacional, como se distribuem esses feixes obrigacionais, e muitas vezes não é verdade que unilateral tem haver como parte, pois aqui será sobre feixe obrigacional, independem no número de partes. 
Unilateral quando só há obrigação para uma das partes envolvidas, essa classificação não é purista porquê de fato nenhum contrato vai ter obrigação só para uma das partes, se pensarmos na boa fé objetiva, nós diremos que pelo menos esta será dirigida para ambas as partes. As obrigações clausulares se dirigem apenas uma das partes. 
Ex: doação pura e simples.
	
Bilateral quando houver feixe obrigacional para ambasas partes. Para que seja bilateral há de ser sinalagmatica (relação de causalidade entre as obrigações, embricamento, só pago o preço porque a anal aura me transfere o carro, e ela só me transfere o carro porque eu pago o preço) e equivalente (equilíbrio entre os feixes obrigacionais). 
Ex: compra e venda entre a prof e a Ana Laura, prof tem obrigação de entregar o bem e a Ana pagar o preço por este. 
Imperfeito (bilateral ou unilateral) suponhamos que a prof decidiu doar seu carro para o Adilson com o encargo dele doar 100 reais para o criança e esperança, neste caso há obrigações para ambas as partes, não é bilateral pura e simples pois não tem signalagma e nem equivalência, pois o motivo da doação não é pelo encargo, e também não pode haver equivalência pois não é uma compra e venda por exemplo. É por isso que é a imperfeição das duas, pois nessas situações não se encaixa nem uma nem em outra. 
Plurilaterais é quando os feixes obrigacionais estão dirigidos a um fim em comum, externo as relações individuais das partes, caracterizando um contrato social, uma pessoa jurídica. Há um fim maior, um fim em comum em que todos contribuem para este existir, pode haver a solidariedade. 
Ex: clube de futebol, talvez seja bilateralidade, prof ficou em dúvida. 
Efeitos 
Exceção do contrato não cumprido, cai em latim e pode ser visto como “exceptio non adinpleti contractus”. Traz uma regra moral para a esfera dos contratos, não aponte o dedo para o outro antes de fazer sua parte, ninguém pode cobrar do outro antes de cumprir sua obrigação. Incide independente da vontade das partes, especificamente em todo o contrato bilateral ou imperfeito, independente de clausula. Não faz sentido em contratos unilaterais, então não se incide nesses, e nem nos plurilaterais, pois neste a finalidade que interessa é o fim comum a que ele se destina. 
Clausula resolutória implícita, resolução é a possibilidade de extinguir o contrato diante do inadimplemento, pois diante deste nasce o direito de reivindicar a extinção de um contrato. Apenas nos casos de bilateralidade e imperfeição, pois na unilateral se exige o cumprimento e não sua resolução. Incide de pleno direito em todo e qualquer contrato bilateral e imperfeito. 
Vantagens 
Oneroso é quando há vantagem a ambas as partes.
Gratuito é quando apenas uma das partes possui vantagem. 
Será que todo bilateral é oneroso? Precisamos substituir a palavra pelo seu conceito, então todo contrato que prevê obrigações para ambas as partes também dará vantagem para todas as partes, se partir da premissa que tem que haver a equivalência das obrigações, sim da vantagem. Então é verdade. 
Será que todo unilateral é gratuito? Aqui a resposta é não, pois substituindo as expressões pelos seus conceitos, temos obrigação para um só, e vantagem para um só também, porem a resposta é não pois existe o tipo unilateral oneroso, onde há obrigação só para um, mas vantagem para os dois. 
Será que todo gratuito é unilateral? Isto é verdade, pois todo aquele que só da vantagem a um, só prevê obrigações para o outro, pois afinal se a obrigações fosse dos dois teria que haver vantagem para os dois por obsequio. 
#Contratos reais são aqueles contratos que só nascem com a entrega do objeto, não nascem com o acordo de vontades,
Ex: contrato de mutuo (empréstimo). Este contrato só nasce com a entrega do objeto, quando eu deposito na conta do Adilson os 50 mil reais, fazendo com que assim nasça sem obrigações para mim, e apenas ele será obrigado pois tem que devolver em 50 parcelas com juros. É unilateral, porém tem vantagem para ambas as partes, tornando - se assim oneroso. 
Efeitos 
Hermenêuticos: pode ser interpretado de maneira estrita ou extensiva. (Art, 114, 113 ou 112). Nos negócios gratuitos vai ser estrita e nos onerosos será extensiva. 
Ex: faço um contrato de compra e venda do meu carro com a sâmara, e ela paga 30 mil reais assim que eu entregar o carro, quando ela vai ver tem vários acessórios, na semana seguinte vou entregar e tiro todos os acessórios do meu carro. Então conforma a boa-fé ela tinha a legitima expectativa do carro vir com todos os acessórios e partindo deste ela pode requerer os acessórios. 
Em um contrato de doação, a prof pode tirar os acessórios, pois o negócio gratuito é interpretado de forma restrita, e não extensiva como no primeiro. Pois o legislador entende que a vantagem é exclusiva de quem vai receber o carro, pois esse contrato já nasce desiquilibrado, portanto a interpretação é estrita. 
Vicio é a perda por defeito físico e evicção é a perda por defeito jurídicos, e todos incidem em todos os contratos onerosos. Se eu perder uma coisa advinda de doação, você não perde efetivamente, só deixa de ganhar, e é por isso que esses institutos não protegem diante de um negócio gratuito. 
Concilium fraude, se incide quando o sujeito aliena patrimônio para se reduzir a insolvência, quando isso acontece nasce para os credores a possibilidade de anular essa transferência com o nome de ação pauliana, ação por meio da qual reivindico a alienação do negócio que concretiza fraude ao credor. Se for doação é mais fácil anular, se vender é mais difícil, pois o legislador pensa no terceiro agindo de boa-fé. Se o negócio pelo qual eu me desfiz do patrimônio o credor pode requerer a anulação mesmo sem provar o concilium fraude, pois quem recebeu só deixou de ganhar. Mas se for compra e venda, e fiquei insolvente porque vendi, só será anulado provando concilium fraude do adquirente desse terceiro, provar se ele sabia ou deveria saber.
Art. 158/1592
Previsibilidade posso ou não posso prever o conteúdo exato das obrigações? A maioria dos contratos são do tipo comutativo. 
Comutativo é aquele no qual eu posso prever o conteúdo das obrigações desde logo. 
Aleatório é aquele que não consigo prever exatamente o conteúdo das obrigações. Pode ser de duas modalidades 
Naturalmente aleatório que é quando da natureza dele eu não consigo prever o conteúdo do outro feixe obrigacional. Ex: jogos de apostas como mega sena, eu sei que paguei 2 reais na minha aposta, mas não sei se terá contrapartida e se houver não sei de quanto vai ser, contratos de seguro, não há um exato feixe obrigacional, pois você não sabe quando e como irá usar (se para roubo ou batidas). – eu não saberei antever o que ocorrerá e se ocorrerá algo.
Acidental que decorre da vontade das partes, então o contrato acidentalmente aleatório é aquele que as partes decidiram transformar em aleatório. Podem fazer isso diante de duas circunstancias:
recair sobre coisa futura, ex: suponhamos que no término da aula a prof vai para a praia afim de comer camarão, aí vai e pergunto p pescador se tem camarão fresco, aí a prof pergunta se ele poderia ir, neste caso ela estabelece um combinado onde ele vai e joga a rede e não importa o que venha ela paga 150 reais pelo o que vier. Ela transformou um contrato comutativo em aleatório, e pode fazê-lo pois recai em coisas futuras. Há a participação do risco integral. Contratos acidentalmente aleatórios por recair em coisas futuras na modalidade emptio spei (comprador assume o risco total pela existência).– Art. 458. 
- Dolo: precisa provar que ouve o dolo, para que o combinado deixe de existir.
Posso também assumir um risco parcial, pela quantidade configurando empitio rei sperate. Se eu limito meu risco a uma determinada quantidade eu só pago se esse existir. Art.459 caput e parágrafo único. Há a participação de risco parcial.
- Conduta dolosa ou culposa me exime do pagamento.
2) exposta a risco de deixar de existir – prof é colecionadora de vasos raros chineses, então ela encontra um que que ela não tem ainda, com uma senhora lá na faixa de gaza, o objeto não é futuro pois já existe, mas está exposto o risco de não mais existir pelo lugar em que está. Então ela entra em contato com a senhora pois quer comprar o vaso, ou eu pago 100 mil e faço comutativo e se o vaso quebrar eu não pago, ou posso participar do risco com ela, concordando assima pagar 80 mil pelo o que chegar já que está exposta a risco, pago até se chegar quebrado, só não pago se ela já soubesse que iria quebrar, agindo assim com dolo. Risco emptio spei, pois é sobre a existência da coisa. Art. 460/461. 
- Conduta dolosa e culposa exime do pagamento.
Vicio (perda por defeito físico) e evicção (perda por defeito jurídico): só existem nos contratos comutativos.
Lesão: não incide em contratos aleatórios, somente em contratos cumulativos. 
- De regra não incide a teoria da imprevisão (só incidira se recair sobre elemento comultativo). Exemplo: o contrato fechado com o dólar a R$ 3,00 no valor de 50 mil (comultativo) mas após a intervenção militar no Brasil o dólar sobre para 15 reais, a teroa irá vir porque o elemento imprevisível recaiu para algo que está fora da aleatoriedade pode haver a aplicabilidade da teoria, pedindo a revisão. 
Classificação: 
Negociação: possibilidade ou não 
 Negociado – partes livremente negociam e estipulam as clausulas
 Adesão: pacificado - liberdade de vontade do sujeito está em dizer sim ou não, ainda que ajam clausulas de escolha o contrato continua sendo de adesão; 99% dos contratos de consumo também são de adesão, mas pode ocorrer que não é porque o contrato seja de adesão que ele será de consumo. 
Hermenêutica: Art 423 – indubio pro aderente
Renuncia – Art 424: direito disponível, portanto, pode-se abrir mão a qualquer momento.
Definitividade
2.1) Definitivo: aquele que está apto a produzir plenos efeitos desde logo.
2.2) Preliminar: promessa de um contrato futuro.
2.2.1) Requisitos – Art 462: tudo definido entre as partes e a menção ao contrato futuro. 
2.2.2) Inexecução
a) Exigir – Art 463/464: caso não exista a clausula de arrependimento, pode o juiz a pedido da outra parte pedir a obrigatoriedade do contrato. 
b) Perdas e danos – Art 465: função de reparar o lesado
Vicio Redibitório 
Vicio e evicção são dois institutos que visam garantir qualidade naquilo que se compra.
Conceito: qualidade física de determinado negócio, mas isso só ocorre entre particulares (iguais), quando se adquire algo com defeito oculto que torna o bem impróprio ao uso ou lhe diminui o valor, defeito pré-existente 
Direitos
- Redibir ou quantiminoris 
- Boa-fé: do adquirente é fundamental (Art. 443)
- Estimatoria
			3) Procedimento 
			4) Clausula 
			5) Hasta 
			6) Decadência: prazos para redibir ou quantiminorar (perda do direito em si)
			- Regra: Art 445, Caput			
*Móvel: Prazo de 30 dias
			
*Imóvel: Um ano, a contar da data efetiva de entrega
			- Posse:
			*Móvel: Posse prévia do que se está adquirindo, mudança do termo inicial, pois não se pode contar o prazo da entrega do objeto, pois se isso acontecer a posse prévia não deixa acontecer o direito de redibir ou quantiminorar. Metade do tempo, 15 dias
			*Imóvel: A partir da assinatura do contrato, da aquisição. Metade do tempo: 6 meses
- Critica da doutrina: 
7) + Oculto: defeito que por sua natureza só se apresenta mais tarde. 
- Regra
*Móvel: Prazo de até 180 dias para que o defeito que é mais oculto venha a aparecer.
Ex – O defeito apareceu no 180º dia, após isso é dado mais 30 dias para redibir ou quantiminorar. 
			*Imóvel: Prazo de um ano, mais um ano para redibir ou quantiminorar.
- Posse: 
*Móvel: 90 dias para descobrir, mais 15 dias de prazo no caput.
			*Imóvel: da assinatura do contrato, seis meses e depois da ciência mais seis meses para redibir ou quanitminorar.
PRAZO DO CAPUT. ART 445
8) Garantia: Entre particulares não existe a necessidade de garantia contratual, mas pode ocorrer, boa-fé objetiva (informar) – sob pena de decadencia, Art. 446.
Trabalho em sala
No primeiro caso concreto, a conduta de descartes de produtos químicos no córrego local por parte de José, infringe a função social, uma vez que esta é uma norma de ordem pública, portanto não depende de clausula. Neste contrato, há uma clausula que previa o modo de descarte, no entanto por ser uma norma de ordem pública (Art., 2035, p. único), mesmo que tenha uma clausula esta será derrubada quando infringe a função social. Este princípio da função social diz que um contrato não pode gerar externalidades negativas em três aspectos: social, ambiental e econômico, e o descarte gera externalidade negativa no ambiente. Por mais que o contrato tenha sido firmado com o código civil de 1916, anterior ao princípio da função social ainda assim é aplicado pois este age retroativamente. 
Joana poderia propor uma demanda de cumprimento de obrigação fundamentando-se na boa fé objetiva, uma vez que quebra com um dos quatro deveres de conduta impostos pela boa fé objetiva, o dever de segurança física. 
Neste caso, Miguel poderia usar em sua defesa a quebra do dever de confiança, dentro da boa-fé objetiva. Dever de confiança é sinônimo de legitima expectativa e para ter legitima expectativa é necessário seguir três fatores: conduta, lei e elementos externos. No momento em que Pedro consente durante quatro anos com o serviço de Miguel ser feito através de seu escritório, sua conduta reiterada reescreve o contrato e Pedro não pode mais cobrar de Miguel o que já foi acordado incialmente. 
Neste caso, Antônio poderia afirmar que existia responsabilidade pré-contratual, visto que houve uma legitima expectativa de assinatura do contrato e eu poderia utilizar os e-mails recebidos como meio de prova. Assim, fica provado que a assinatura do contrato gerou danos por culpa do Rafael visto que este anuiu com as despesas, gerando assim prejuízos para Antônio. Portanto há uma relação direta entre o prejuízo de Antônio e a conduta de Rafael (nexo de causalidade), e há culpa, pois, rompe com o princípio da boa-fé, especialmente o dever de informar e o dever de confiança. Assim, Antônio poderá propor demanda de reparação de danos materiais oriundos da não assinatura do contrato. 
Como dito o artigo 430, o posicionamento da Rafaela foi correto visto que chegando a carta de aceitação fora do prazo, mesmo que por motivos imprevisíveis, o contrato não se forma. Tendo Isabel agido com diligencia seria dever de Rafaela informar aquela que não houve formação do contrato para proteger expectativa e confiança do oblato. 
Se a retratação chegou antes da aceitação não se forma contrato pois se aplica a exceção do artigo 434. Caso a carta tivesse chego ao seu destino no dia 28/08/2015, dentro do prazo previsto, o contrato teria se formado, isso está de acordo com a teoria da expedição em que a formação do contrato ocorre no momento que o oblato expede sua aceitação, 25/08/2015.
6.1. Explique os requisitos da policitação e aponte as figuras intervenientes neste instituto, bem como, a classificação quanto a presença e ao prazo. 
R= A policitação é a proposta de um contrato, entre os polos de vontade, o policitante (que elabora as propostas) e o oblato (destinado da proposta). Caracteriza-se essa proposta os requisitos: clareza (onde não há dúvida na intenção de contratar), dirigida (deve haver um oblato especifico), séria e deve conter elementos mínimos do futuro contrato. Quanto a presença a policitação classifica-se entre presentes e ausentes. O critério para presentes é o conhecimento imediato e direto da proposta pelo oblato (sem lapso de tempo), e para ausentes com lapso de tempo. Quanto ao prazo, ele pode nascer ou não na policitação.
6.2. Explique a regra de vinculação da policitação.
R= De acordo com o Art. 427, 1ª parte o proponente se obriga com a proposta do contrato. 
6.3. Explique a exceção quanto á força vinculante das propostas no que atine aos próprios termos delas.
R= A segunda parte do Art. 427 expõe a exceção quanto a força vinculante do contrato, pois as partes podem estabelecer a não vinculação da proposta. Essa exceção também abrange a natureza do negócio, ou das circunstancias do caso. 
6.4. Explique os limites temporais de vinculação das propostas entre ausentes e entre presentes, com e sem prazo.
R= A vinculação entrepresentes sem prazo desvincula-se caso o oblato não aceite imediatamente. Entre presentes e com prazo, a vinculação dura enquanto o prazo durar. Em relação aos ausentes com prazo, a vinculação dura enquanto durar o prazo, é importante ressaltar que nesse caso não basta que o oblato envie a aceitação, ela deve chegar ao policitante dentro do prazo. Se não chegar dentro do prazo, estima-se um tempo razoável, mas não a vinculação perpetua, ou seja, desvincula-se se tiver tempo decorrido tempo suficiente para chegar a resposta para o preponente e ela não chegou. 
6.5. Explique a hipótese de retração previa ou simultânea. 
R= A retratação acontece entre ausentes, pela falta de conhecimento direto da proposta, que pode ocorrer previamente (se chegar antes do conhecimento da proposta pelo oblato) ou simultaneamente (chegar junto com a proposta), de acordo com o Art. 428, IV, CC.

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