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PRINCÍPIOS DE MECÂNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS AULA 2 Prof. Marcus Oliveira Filho CONVERSA INICIAL Olá, caro aluno! Seja bem-vindo à segunda aula de Princípios de Mecânica e Resistência dos Materiais. Nesta aula serão apresentados os procedimentos necessários para construir o Diagrama de Corpo Livre de corpos rígidos e identificar os principais tipos de apoios existentes. Veremos também quais são as equações de equilíbrio que regem os problemas de estática e como utilizá-las para resolver esses problemas. Vamos começar? Antes de começar, assista à introdução do professor Marcus Oliveira Filho, acessando o material on-line! CONTEXTUALIZANDO Você já reparou em como os guindastes são capazes de içar quantidades elevadas de cargas sem tombar para os lados? Os guindastes são indispensáveis para a indústria e a construção civil. Eles substituem a força de muitos homens de forma prática e inteligente. Quer conhecer os conceitos físicos de estática que permitem que os engenheiros projetem estas máquinas de forma segura? Então, vamos descobrir ao longo da aula! Problematização Em um torneio de queda de braço (também conhecido por braço de ferro), dois competidores encontram-se numa situação de equilíbrio estático. Os dois fazem força em sentidos contrários, mas não conseguem encostar o braço do oponente na mesa. Essa situação ocorre porque: a. Os dois competidores são igualmente fortes. b. Há um desequilíbrio entre as forças dos dois participantes. c. Basta um equilíbrio de momentos para que não haja movimento. d. Há um equilíbrio de momentos e de forças no sistema. e. O tamanho do braço dos participantes não tem influência sobre o equilíbrio. Já sabe qual é a resposta correta? Então, confira os comentários do professor sobre a resolução dessa questão! A alternativa correta é a (d), pois, para que haja uma situação de equilíbrio estático, é necessário que a resultante de forças e momentos do sistema seja igual a zero. A alternativa (a) está errada, porque um equilíbrio de forças não é o suficiente para garantir que não haja movimento. As alternativas (b) e (c) estão incorretas, pois um desequilíbrio entre as forças provocaria movimento. A alternativa (e) está errada porque o tamanho do braço dos participantes altera o chamado braço do momento, influenciando as condições de equilíbrio. PESQUISE Tema 1: Equilíbrio de um corpo rígido Imagine um corpo sujeito a um sistema externo de força e momento de binário que é o resultado dos efeitos das forças gravitacionais, elétricas, magnéticas ou de contato causadas pelos corpos adjacentes. HIBBELER (2012) As forças internas causadas pelas interações entre partículas dentro do corpo não são mostradas na figura porque essas forças ocorrem em pares colineares iguais e, portanto, são canceladas, uma consequência da terceira lei de Newton. Já sabemos que o sistema de forças e momento de binário que atuam sobre um corpo podem ser reduzidos a uma força resultante e um momento de binário resultante equivalentes em qualquer ponto 𝑂 arbitrário, dentro ou fora do corpo. HIBBELER (2012) Se essa força e momento de binário resultantes são ambos iguais a zero, então dizemos que o corpo está em equilíbrio. Matematicamente, o equilíbrio de um corpo é expresso por: 1. 𝐅R = 𝐅 = 0 2. (𝑴𝑅)𝑂 = 𝑴𝑂 = 0 A primeira dessas equações afirma que a soma das forças que agem sobre o corpo é igual a zero. A segunda equação diz que a soma dos momentos de todas as forças no sistema em relação ao ponto 𝑂, somada a todos os momentos de binário, é igual a zero. Essas duas equações não são apenas necessárias para o equilíbrio; elas são também suficientes. Para mostrar isso, considere a soma dos momentos em relação a algum outro ponto, como o ponto 𝐴 da figura a seguir: HIBBELER (2012) Para que haja equilíbrio, precisamos que: 𝑴𝐴 = 𝑟 × 𝑭𝑅 + (𝑴𝑅)𝑂 = 𝟎 Como 𝑟 0, essa equação é satisfeita apenas se as equações 1 e 2 forem satisfeitas, ou seja, se 𝑭𝑅 = 𝟎 e (𝑴𝑅)𝑂 = 𝟎. Ao aplicarmos as equações de equilíbrio, assumiremos que o corpo permanece rígido. Na verdade, entretanto, todos os corpos deformam quando sujeitos a cargas. Embora esse seja o caso, muitos dos materiais usados em Engenharia, como o aço e o concreto, são muito rígidos e, portanto, sua deformação normalmente é muito pequena. Consequentemente, quando aplicamos as equações de equilíbrio, em geral podemos assumir, sem introduzir qualquer erro significativo, que o corpo permanecerá rígido e não deformará sob a carga aplicada. Desse modo, a direção das forças aplicadas e seus braços de momento com relação a uma referência fixa permanecem invariáveis antes e após o corpo ser carregado. Para saber mais sobre equações de equilíbrio e equilíbrio em duas dimensões, acesse o material on-line! Tema 2: Reações de apoio Antes de apresentarmos um procedimento formal para desenhar um Diagrama de Corpo Livre (DCL), vamos analisar os vários tipos de reações que ocorrem em apoios e pontos de contato entre corpos sujeitos a sistemas de forças coplanares: Se um apoio impede a translação de um corpo em uma determinada direção, uma força é desenvolvida no corpo nessa direção. Se a rotação é impedida, um momento de binário é exercido sobre este corpo. Vejamos alguns exemplos: Exemplo 1: Considere uma viga apoiada sobre um rolete: HIBBELER (2012) Repare que este apoio impede que a viga translade (ou movimente-se) na direção vertical. Dessa forma, o rolete exercerá uma força sobre a viga nessa direção. HIBBELER (2012) Exemplo 2: A viga pode ser apoiada de uma forma mais restritiva por meio de um pino: HIBBELER (2012) O pino passa por um furo na viga e duas folhas que estão fixas no solo. Ele impede a translação da viga em qualquer direção φ e, portanto, exerce uma força sobre a viga nessa direção. HIBBELER (2012) Para analisar problemas, é mais fácil representar essa força 𝐹 por suas duas componentes retangulares 𝐹𝑋 e 𝐹𝑌. HIBBELER (2012) Exemplo 3: A maneira mais restritiva de apoiar a viga é usar um apoio fixo. HIBBELER (2012) Esse apoio impede tanto a translação quanto a rotação da viga. Para fazer isso, uma força e momento de binário devem ser desenvolvidos sobre a viga em seu ponto de conexão. HIBBELER (2012) Vamos conferir outros tipos comuns de apoio encontrados em situações práticas? É necessário que você conheça cada um destes símbolos usados para representar esses apoios e os tipos de reações que exercem sobre seus membros em contato. Tipos de conexão Reação Número de incógnitas 1. cabo Uma incógnita. A reação é uma força de tração que atua para fora do membro na direção do cabo. 2. Ligação sem peso Uma incógnita. A reação é uma força que atua ao longo do eixo e ligação. 3. rolete Uma incógnita. A reação é uma força que atua perpendicularmente à superfície no ponto de contato. 4. rolete ou pino confinado em ranhura lisa Uma incógnita. A reação é uma força que atua perpendicularmente à ranhura. 5. apoio oscilante Uma incógnita. A reação é uma força que atua perpendicularmente à superfície no ponto decontato. 6. superfície de contato lisa Uma incógnita. A reação é uma força que atua perpendicularmente à superfície no ponto de contato. 7. membro conectado a um pino por um anel sobre haste lisa ou Uma incógnita. A reação é uma força que atua perpendicularmente à barra. 8. pino liso ou dobradiça ou Duas incógnitas. As reações são duas componentes da força, ou a intensidade e a direção da força resultante. Note que e não são necessariamente iguais (normalmente não, a menos que a barra mostrada seja uma reação como em 2). 9. membro fixo conectado ao colar em haste lisa Duas incógnitas. As reações são o momento de binário e a força que age perpendicularmente à barra. 10. Apoio fixo ou engaste ou Três incógnitas. As reações são o momento de binário e as duas componentes da força, ou o momento de binário e a intensidade e direção da força resultante. HIBBELER (2012) Na videoaula disponível no material on-line, o professor Marcus Oliveira Filho irá: Revisar os tipos de apoio mais comuns Falar sobre os suportes reais Falar sobre modelos Vamos acompanhar! Tema 3: Diagrama de Corpo Livre Para aplicar as equações de equilíbrio corretamente, é necessário que tenhamos uma especificação completa de todas as forças externas conhecidas e desconhecidas que atuam sobre o corpo. Desenhar um Diagrama de Corpo Livre (DCL) é a melhor maneira de considerar essas forças. Esse diagrama é um esboço na forma do corpo, que o representa isolado (ou livre) de seu ambiente. Nesse esboço, representam-se todas as forças e momentos de binário que o ambiente exerce sobre o corpo, de modo que esses efeitos possam ser considerados quando as equações de equilíbrio são aplicadas. Um entendimento completo de como desenhar um DCL é de primordial importância para a resolução de problemas em mecânica. No tema anterior, discutimos sobre os principais tipos de apoio encontrados. Para esboçarmos um DCL corretamente, é necessário aprender um pouco sobre forças internas, peso e centro de gravidade. Forças internas Como vimos anteriormente, as forças internas que atuam entre partículas adjacentes em um corpo sempre ocorrem em pares colineares, cancelando-se mutuamente. Dessa forma, elas não criam um efeito externo sobre o corpo. Por esta razão, não incluímos as forças internas no DCL. Veja, por exemplo, o motor da figura a seguir e seu DCL: HIBBELER (2012) As forças internas entre todas as peças conectadas – como parafusos e porcas – se cancelarão, pois formam pares colineares iguais e opostos. Apenas as forças externas 𝑇1 e 𝑇2, exercidas pelas correntes e o peso W do motor são mostradas no DCL. Peso e centro de gravidade Quando um corpo está dentro de um campo gravitacional, cada uma de suas partículas possui um peso específico. Esse sistema de forças pode ser reduzido a uma única força resultante que age em um ponto específico. Essa força resultante é chamada de peso 𝑾 do corpo e a posição de seu ponto de aplicação é chamada de centro de gravidade. Nos exemplos e problemas que se seguem, se o peso do corpo é importante para a análise, essa força será citada no enunciado do problema. Quando o corpo é uniforme, ou feito do mesmo material, o centro de gravidade estará localizado no centro geométrico ou centroide do corpo. Se o corpo é constituído de uma distribuição não uniforme de material, ou possui uma forma incomum, a localização de seu centro de gravidade 𝐺 será dada ou terá que ser calculada, como veremos adiante. Procedimento para análise Para desenhar um DCL de um corpo rígido, as etapas a seguir devem ser realizadas: Desenhe a forma esboçada – imagine que o corpo está isolado (ou livre) de suas restrições e conexões, e desenhe sua forma. Mostre todas as forças e momentos de binário – identifique todas as forças externas e momentos de binário conhecidos e desconhecidos que atuam sobre o corpo. Em geral, as forças encontradas se devem a cargas aplicadas, reações ocorrendo nos apoios ou em pontos de contato com outros corpos e peso do corpo. Identifique cada carga e dimensões dadas – as forças e momentos de binário que são conhecidas devem ser indicadas com suas intensidades e direções corretas. Indique as dimensões do corpo necessárias para calcular os momentos das forças. Exemplo: vamos desenhar um DCL da viga uniforme, cuja massa é 100 kg. HIBBELER (2012) Resolução: o DCL da viga é mostrado na figura a seguir. Como o suporte em A é fixo, a parede exerce três reações sobre a viga, representadas como 𝐴𝑋, 𝐴𝑌e 𝑀𝐴. As intensidades dessas reações são desconhecidas e seu sentido foi assumido. O peso da viga, 𝑊 = 100 (9,81), 𝑁 = 981𝑁, atua através do centro de gravidade da viga 𝐺, que está a 3m de 𝐴, já que a viga é uniforme. HIBBELER (2012) Confira a resolução de mais alguns exemplos que o professor Marcus Oliveira Filho dará na videoaula, acessando o material on-line! Tema 4: Equações de equilíbrio Anteriormente, desenvolvemos as duas equações que são necessárias e suficientes para o equilíbrio de um corpo rígido, que são 𝑀𝑂 = 0 e 𝐹 = 0. Quando um corpo está sujeito a um sistema de forças, todas situadas no plano 𝑥– 𝑦, então as forças podem ser decompostas em suas componentes 𝑥 e 𝑦. Consequentemente, as condições para o equilíbrio em duas dimensões são: 𝐹𝑋 = 0 𝐹𝑌 = 0 𝑀𝑂 = 0 Onde 𝐹𝑋 e 𝐹𝑌 representam as somas algébricas, respectivamente, das componentes 𝑥 e 𝑦 de todas as forças agindo sobre o corpo e 𝑀𝑂 representa a soma algébrica dos momentos de binário e os momentos de todas as componentes de força em relação ao eixo 𝑧. Esse eixo é perpendicular ao plano 𝑥– 𝑦 e passa pelo ponto arbitrário 𝑂. Conjuntos alternativos de equações de equilíbrio Embora as equações apresentadas anteriormente sejam mais frequentemente usadas para resolver problemas de equilíbrio bidimensionais, conjuntos alternativos de três equações de equilíbrio independentes também podem ser usados. Esses conjuntos alternativos consistem em substituir uma ou as duas equações de equilíbrio de forças por equações de equilíbrio de momentos em relação a outros pontos, mantendo três equações independentes. Considere o corpo a seguir, sujeito à ação de 4 forças externas: HIBBELER (2012) Além do conjunto de equações já apresentado, os seguintes conjuntos de equações poderiam ser utilizados para resolver este problema de equilíbrio: Conjunto 1: 𝐹𝑋 = 0 𝑀𝐴 = 0 𝑀𝐵 = 0 Conjunto 2: 𝐹𝑌 = 0 𝑀𝐴 = 0 𝑀𝐵 = 0 Conjunto 3: 𝑀𝐴 = 0 𝑀𝐵 = 0 𝑀𝐶 = 0 Na prática, devemos buscar pelo conjunto de equações que facilite os cálculos, diminuindo a chance de erro e o tempo necessário para a resolução dos problemas. Por meio da resolução de exercícios adquirimos a percepção de qual conjunto de equações é mais conveniente para ser utilizado. Procedimento para análise – Os problemas de equilíbrio de forças coplanares para um corpo rígido podem ser resolvidos usando o seguinte procedimento: Esboce o DCL do corpo em estudo, incluindo todas as informações pertinentes, conforme apresentado no tema anterior. Apliquea equação de equilíbrio de momento, 𝑀𝑂 = 0 em relação a um ponto 𝑂 localizado na intersecção das linhas de ação das duas forças desconhecidas. Assim, os momentos dessas incógnitas são iguais a zero em relação a 𝑂 e uma solução direta para a terceira incógnita pode ser determinada. Ao aplicar as equações de equilíbrio de força, 𝐹𝑋 = 0 e 𝐹𝑌 = 0, oriente os eixos 𝑥 e 𝑦 ao longo das linhas que fornecerão a decomposição mais simples das forças em suas componentes 𝑥 e 𝑦. Se a solução das equações de equilíbrio produzir um escalar negativo para uma intensidade de força ou momento de binário, isso indica que o sentido é oposto ao que foi assumido no DCL. Agora, aproveite para revisar o conteúdo referente ao DCL e conferir a solução de algumas equações de equilíbrio acompanhando o professor Marcus Oliveira Filho no material on-line! Tema 5: Formulação de problemas O assunto abordado nesta aula é um dos mais importantes em todo o estudo da Estática. Saber construir um DCL e aplicar as equações de equilíbrio corretamente é imprescindível para que continuemos avançando na disciplina. A melhor forma de solidificarmos esses e conceitos e sanarmos as dúvidas é por meio da solução de problemas. Por isso, neste tema serão apresentados mais exemplos resolvidos sobre o assunto, para que pratiquemos juntos. Vamos lá! Exemplo 1: o membro mostrado na figura está conectado por um pino em 𝐴 e apoia-se em um suporte liso em 𝐵. Determine as componentes horizontal e vertical da reação no ponto 𝐴. HIBBELER (2012) Resolução: DCL – a reação 𝑁𝐵 é perpendicular ao membro em 𝐵. As componentes horizontal e vertical da reação são representadas em 𝐴. HIBBELER (2012) Equações de equilíbrio – somando os momentos em relação a 𝐴, obtemos uma solução direta para 𝑁𝐵: 𝑀𝐴 = 0 – 90𝑁. 𝑚– 60𝑁(1𝑚) + 𝑁𝐵(0,75𝑚) = 0 𝑵𝑩 = 𝟐𝟎𝟎𝑵 Usando este resultado: 𝐹𝑋 = 0 𝐴𝑋– 200. 𝑠𝑒𝑛 30° = 0 𝐴𝑋 = 100𝑁 𝐹𝑌 = 0 𝐴𝑌 – 200 𝑐𝑜𝑠 30° – 60 = 0 𝐴𝑌 = 233𝑁 Exemplo 2: a chave de caixa é usada para apertar o parafuso em 𝐴. Se a chave não gira quando a carga é aplicada ao cabo, determine o torque ou momento aplicado ao parafuso e a força da chave sobre o parafuso. HIBBELER (2012) Resolução: DCL – Como o parafuso age como um apoio fixo, ele exerce componentes de força 𝐴𝑋, 𝐴𝑌 e um momento 𝑀𝐴 sobre a chave em 𝐴. HIBBELER (2012) Equações de equilíbrio ∑𝑀𝐴 = 0 𝑀𝐴 − [52 ( 12 13 )] (0,3 𝑚) − (30 sen 60𝑜)(0,7 𝑚) = 0 𝑴𝑨 = 𝟑𝟐, 𝟔 𝑵. 𝒎 ∑𝐹𝑥 = 0 𝐴𝑥 − 52 ( 5 13 ) 𝑁 + 30 cos 60𝑜 = 0 𝑨𝒙 = 𝟓 𝑵 ∑𝐹𝑦 = 0 𝐴𝑦 − 52 ( 12 13 ) 𝑁 − 30 sen 60𝑜 = 0 𝑨𝒚 = 𝟕𝟒 𝑵 Observe que 𝑴𝑨 precisa ser incluído nessa soma de momentos. Esse momento de binário é um vetor livre e representa a resistência à torção do parafuso sobre a chave. Pela terceira lei de Newton, a chave exerce um momento igual – mas oposto – sobre o parafuso. Além disso, a força resultante sobre a chave é: 𝑭𝑨 = √(𝟓)𝟐 + (𝟕𝟒)² = 𝟕𝟒, 𝟏 𝑵 Exemplo 3: Determine as componentes horizontal e vertical da reação sobre o membro no pino 𝐴 e a reação normal no rolete 𝐵 da figura: HIBBELER (2012) Resolução: DCL – o pino em 𝐴 exerce duas componentes de reação sobre o membro, 𝐴𝑥 e 𝐴𝑦. HIBBELER (2012) Equações de equilíbrio – a reação 𝑁𝐵 pode ser obtida diretamente somando os momentos em relação ao ponto 𝐴, já que 𝐴𝑥 e 𝐴𝑦 não produzem momento algum em relação a 𝐴. ∑𝑀𝐴 = 0 𝑁𝐵 cos 30 𝑜 (1,8 𝑚) − 𝑁𝐵 sen 30 𝑜 (0,6 𝑚) − 3750 𝑁(0,9 𝑚) = 0 𝑵𝑩 = 𝟐𝟔𝟖𝟏 𝑵 Usando este resultado: ∑𝐹𝑥 = 0 𝐴𝑥 − (2681 𝑁) sen 30 𝑜 = 0 𝑨𝒙 = 𝟏𝟑𝟒𝟎, 𝟓 𝑵 ∑𝐹𝑦 = 0 𝐴𝑦 + (2681 𝑁) cos 30 𝑜 − 3750 𝑁 = 0 𝑨𝒚 = 𝟏𝟒𝟐𝟖, 𝟐 𝑵 Vamos verificar mais um exercício resolvido? Acesse o material on-line! Engenheiros e arquitetos utilizam as equações de equilíbrio estático para projetar obras ousadas, como as que envolvem grandes vãos livres. Vão livre é a distância entre dois pontos de apoio de uma cobertura. Quanto maior o tamanho do vão livre, maior o desafio construtivo envolvido. Você sabia que o prédio com maior vão livre flutuante do mundo em concreto protendido fica no Brasil? Projetado por Oscar Niemeyer, o prédio localiza-se no estado de Minas Gerais! Pensando em diagramas de corpo livre e equações de estática, você é capaz de imaginar as dificuldades de projeto envolvidas nesta obra? Leia mais sobre esse assunto! http://www.iof.mg.gov.br/index.php?/acao-do-governo/acao-do- governo-arquivo/Palacio-tem-o-maior-vao-livre-do-mundo.html http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/154/caixa-suspensa- palacio-projetado-por-niemeyer-apresenta-o-maior-vao-286670-1.aspx NA PRÁTICA Os engenheiros encarregados de projetar guindastes preocupam-se com o ângulo de abertura máximo que a lança pode fazer com a vertical: Quando o guindaste está carregado, ele entra na iminência de tombar quando a lança atinge um ângulo crítico. Como você faria para determinar este ângulo? Se, por outro lado, o ângulo 𝜃 máximo fosse fixado em 70𝑜, que outros parâmetros de projeto teriam que ser fixados para que o guindaste opere de forma segura? Para resolver este problema, você deve perceber que trata- se de uma questão de Estática. É necessário que você estabeleça quais são os parâmetros importantes a serem considerados (pesos e geometrias) e quais podem ser desprezados. A seguir, um DCL do guindaste deverá ser esboçado, indicando todas as informações que você julgue necessárias. Por fim, conjuntos de equações de equilíbrio devem ser utilizadas para encontrar as incógnitas desejadas. Resolução do Caso O primeiro passo para resolver este problema é ter a percepção de quais parâmetros são importantes e quais são desprezíveis para representar o problema de forma adequada. Certamente, o peso da carga 𝑃𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎, o peso da lança 𝑃𝑙𝑎𝑛ç𝑎 e o peso do veículo 𝑃𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 devem ser incluídos ao modelo. As reações normais nas rodas do veículo também devem ser incluídas, pois são elas que equilibram os pesos do guindaste no eixo 𝑦. A seguir, deve ser esboçado um DCL do guindaste, considerando as geometrias importantes para análise de resultante de forças e de momentos. Após analisar o DCL, deve-se perceber que, à medida que a lança do guindaste abre e o 𝜃 aumenta, diminui-se a força de reação normal sobre a roda 2. Quando essa força é zero, o guindaste está na iminência de tombar. Aplicando essa condição (𝑁𝑟𝑜𝑑𝑎 2 = 0), e resolvendo um conjunto de equações de equilíbrio, pode-se encontrar o ângulo 𝜃 máximo para a situação de equilíbrio estático. Nesse caso, como não temos forças atuando no eixo 𝑥, seria necessário considerar equações de equilíbrio de momentos em relação a mais de um ponto. Se o ângulo 𝜃 fosse fixado, o projetista poderia trabalhar alterando outras geometrias, como os comprimentos 𝑎 e 𝑏 da lança ou o peso do veículo. Estando todos esses parâmetros fixados, determina-se qual é o peso máximo da carga que o guindaste pode suportar de forma segura, levando-se em conta, ainda, um coeficiente de segurança. Essa informação é fornecida pelo fabricante e o usuário deve respeitá-la para manter a segurança. Muitas vezes, inclusive, a empresa que adquire um guindaste o faz levando em conta se a capacidadede carga atende às necessidades da aplicação desejada. SÍNTESE Nesta aula, aprendemos sobre os principais tipos de apoio encontrados, como construir diagramas de corpo livre para corpos rígidos e quais são os conjuntos de equações envolvidos em problemas de equilíbrio. Ao final desta aula, o aluno deve sentir-se apto a interpretar, modelar e resolver situações e problemas reais através da metodologia ensinada, fazendo as considerações pertinentes e necessárias. Para adquirir confiança e corrigir eventuais equívocos, é necessária a prática extensiva através de exercícios do livro texto, o “Estática – Mecânica para Engenharia”! Até a próxima aula! Referências HIBBELER, R. C. Estática – Mecânica para engenharia. 12. ed. Pearson, 2011. MERIAM, J. L.; KRAIGE, L. G. Mecânica - Estática. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
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