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Paper VI Eja no Sistema Penitenciario

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EJA NO SISTEMA PENITENCIÁRIO
Andresa Nandi Gomes
Bruno de Medeiros Marques
Camila Cardoso Goulart
Jaqueline Nandi da Silva
Lauriete Ribeiro Fernandes
Lizete Israel Guarezi
Prof. Aline Bittencourt Domingos 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia (Turma PED 1029) – Seminário Interdisciplinar VI
29/09/2016
RESUMO
Nesse artigo, temos como objetivo estingar o EJA no Sistema Penitenciário. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é a modalidade educativa que se adéqua à realidade do sistema penitenciário, uma vez que as características dos alunos do EJA oferecido no sistema regular de ensino se assemelham em grande medida com a realidade social da população carcerária. Neste sentido, percebe-se que a problemática que se instaura no sistema prisional é que a educação se organiza de forma precária e sem uma institucionalização na rede de ensino, como prevê a Lei de Execução Penal. E isto talvez explique o percentual tão baixo de presos que participam de atividades educacionais. A abordagem, no decorrer deste trabalho, se amplia nas situações sobre a educação de jovens e adultos no sistema prisional na relação com o histórico do direito à educação, segundo o sistema jurídico vigente no país para pessoas privadas da liberdade.
Palavras-chave: Reeducação. Oportunidade. Alfabetização.
 1 INTRODUÇÃO
	A educação introduzida nos centros penitenciários é de suma relevância não só para àqueles que estão sobe à pena restritiva de liberdade, mas também para toda a sociedade, uma vez que, inserindo conhecimento para as pessoas que tiveram um comportamento antissocial, reprovado por toda a sociedade, será mais evidente a tentativa de se reeducar tais indivíduos, proporcionando assim melhor convívio quando em retorno à sociedade e permitindo maior possibilidades para o mercado de trabalho.
	 A educação é um dos meios de promover a integração social e a aquisição de conhecimentos que possibilitam aos reclusos assegurar um futuro melhor quando recuperar a liberdade. Essa questão talvez seja aceita pelos apenados que aceitam que o encarceramento tem uma finalidade que vai além do castigo, da segregação e da dissuasão e que, portanto, aceitam por si e aprovam o aspecto reformador do encarceramento, em especial as atividades de educação profissional e as informações sobre oportunidades de emprego.
	Segundo Paulo Freire, “A educação em espaços de privação de liberdade pode ter principalmente três objetivos imediatos que refletem as distintas opiniões sobre a finalidade do sistema de justiça penal.”.
Manter os reclusos ocupados de forma proveitosa;
Melhorar a qualidade de vida na prisão;
Conseguir um resultado útil, tais como ofícios, conhecimentos, compreensão, atitudes sociais e comportamento, que perdurem além da prisão e permitam ao apenado o acesso ao emprego ou a uma capacitação superior, que, sobretudo, propicie mudanças de valores, pautando-se em princípios éticos e morais. Essa educação pode ou não se reduzir ao nível da reincidência. Já os demais objetivos formam parte de um objetivo mais amplo do que a reintegração social e o desenvolvimento do potencial humano.
	As ações educativas devem exercer uma influência relevante na vida do interno, criando oportunidades para que molde sua identidade, buscando, compreender e aceitar-se como indivíduo social; e construir seu projeto de vida, definindo assim seus caminhos para a sua vida em sociedade. Assim como devem existir educação escolar e a educação profissional dentro do espaço carcerário como política de execução penal, hoje, também defendemos que deve existir uma proposta político-pedagógica orientada na sócia- educação, cujo objetivo seja preparar o apenado para o convívio social.
2 BREVE HISTORICO DO EJA NO BRASIL
	A primeira ideia de educação de adultos no Brasil deu-se no período colonial. Os filhos dos colonos e os mestiços tiveram suas primeiras instruções através das escolas de ordenação criadas pelo Padre Manuel de Nóbrega. 
Os jesuítas acreditavam que não seria possível converter os índios sem que eles soubessem ler e escrever. Até aqui se verifica a importância da alfabetização – catequização – na vida dos adultos, para que as pessoas “não-infantis” não só servissem a Igreja Católica – uma das instituições-mor da época –, como também para o trabalho (SOUZA, 2007).
	Com a expulsão dos jesuítas no século XVIII, desorganizou-se o ensino até então executado. A responsabilidade de educação ficou por conta de o Estado legislar, sobre o ensino no Brasil. Novas ações sobre a educação de adultos ocorrem na época do Império. Foram abertas escolas noturnas para ensino de adultos; estas tinham baixa qualidade, e os cursos, normalmente, eram de curta duração. A Constituição Imperial de 1824 reservava a todos os cidadãos a instrução primária gratuita. Só a partir da década de 1930 que a educação básica de adultos começou a demarcar melhor seu lugar na história da educação no Brasil. 
	
	Pode-se dizer então que :
Educação de Jovens e Adultos viveu um processo de amadurecimento que veio transformando a compreensão que dela tínhamos poucos anos atrás. A Educação de Jovens e Adultos é melhor percebida quando a situamos hoje como Educação Popular (GADOTTI; ROMÃO, 2005, p.15).
	Nesse envolto, a sociedade passava por grandes mudanças, como o crescimento no processo de industrialização e o crescimento dos centros urbanos. A oferta de ensino era gratuita, acolhendo setores sociais cada vez mais diversos. O crescimento da educação foi estimulado pelo governo federal, que começou a projetar diretrizes educacionais para todo o país. 
	Na década de 1940 foi um período de muitas mudanças na educação de adultos, quando houve iniciativas políticas e pedagógicas, como os surgimentos das primeiras obras dedicadas ao ensino supletivo, o lançamento da CEAA – Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos, fazendo com que houvesse uma preocupação com a elaboração de materiais didáticos para adultos.
	
	 Em 1945, com o fim da ditadura de Vargas, o país começou a viver uma grande revolução no campo da política, e a sociedade passou por momentos de grandes crises. Houve diversas críticas quanto aos adultos analfabetos. Passou-se a buscar uma educação para todos a fim de que o desenvolvimento se tornasse possível, o que fez com que a educação de adultos ganhasse destaque na sociedade. 
	Em 1950, foi realizada a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNEA), marcando, assim, uma nova fase nas questões relacionadas à educação de adultos. Sua equipe organizadora compreendia que a ação alfabetizadora era insuficiente, devendo priorizar a educação de crianças e jovens, para os quais a educação ainda poderia significar alteração em suas condições de vida. 
	Ainda em 1950 e começo de 1960, o educador Paulo Freire surge no cenário nacional com uma proposta de alfabetização consciente, que fosse um modelo de libertação das classes oprimidas. Em 1963, Paulo Freire apresenta o Plano Nacional de Alfabetização (PNA). Porem, João Goulart, presidente naquele momento, sofre um golpe político liderado pelos militares brasileiros, e Freire, por conta de suas ideias consideradas subversivas pelo novo governo, é exilado. 
	Diante do grave problema do analfabetismo no Brasil e das pressões externas, o governo militar lança, a partir de 1967, o MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização –, o qual cresceu por todo território nacional, variando sua atuação. Esse movimento resiste durante toda a atuação dos militares, sendo extinto com o fim da ditadura, vindo, em seguida, a Fundação Educar e o Plano Nacional de Alfabetização e Cidadania, ambos extintos em poucos anos, antes de alcançarem as metas esperadas. 
	A partir de 1995, surgiu no cenário da EJA nacional o Programa Alfabetização Solidária, iniciativa que busca parcerias com pessoas físicas e jurídicas. O Programa Alfabetização Solidária foi criticado pelos estudiosos da educação queo compreenderam como uma tentativa de passar a responsabilidade do público para o privado. Em janeiro de 2003, o MEC anunciou que a alfabetização de jovens e adultos seria uma prioridade do novo governo. Dessa forma, foi criada a Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo, cuja meta era erradicar o analfabetismo durante o mandato de quatro anos do governo Lula. Para cumprir essa meta foi lançado o programa Brasil Alfabetizado, por meio do qual o MEC contribuiria com os órgãos públicos Estaduais e Municipais, instituições de ensino superior e organizações sem fins lucrativos para o desenvolvimento de ações pró-alfabetização. 
	É importante ressaltar que as iniciativas governamentais sempre olharam de cima para baixo, não considerando os sujeitos da educação, dentre eles, educadores e educandos, e nem a relação entre eles. Ainda há muito que se caminhar para se alcançar a educação em que acreditamos. Uma educação que valorize as experiências de seus sujeitos, que parta das realidades vivenciadas por estes. É realmente estarrecedor poder comprovar que, em pleno século XXI, não exista um método pronto para a EJA. 
	Apesar de parecer contraditório, o termo “método Paulo Freire”, na verdade, ensina que o professor desenvolve um método a partir da turma e do meio em que ela está inserida, ou seja, esse método vem contra as cartilhas previamente elaboradas com lições infantilizadas, as quais, em nenhum momento, levam em consideração as experiências vividas por jovens e adultos, visto que estes já chegaram à escola com uma bagagem de conhecimentos adquiridos no decorrer de sua vida, que, conforme Freire, de maneira nenhuma pode ser desconsiderada ou ignorada.
A valorização dos conhecimentos prévios dos alunos, a sua “leitura de mundo”, dá o suporte para o desenvolvimento da oralidade, base da aprendizagem da leitura e da escrita. É preciso dar voz aos jovens e adultos, resgatar suas histórias, seus “causos”, fazê-los interagir com os textos, levantando hipóteses, validando-as ou não, mesmo que a leitura inicial seja realizada pela voz do alfabetizador. É nessa interação entre os seus conhecimentos prévios e os conhecimentos presentes nos textos que os alfabetizandos vão construindo os seus possíveis sentidos (GADOTTI; ROMÃO, 2005, p. 85).
3 O EJA NO SISTEMA PENITENCIARIO
	A educação no sistema penitenciário é iniciada a partir da década de 1950. Na Constituição Federal de 1988, no artigo 208, diz que é dever do Estado proporcionar a educação para todos, inclusive para os que não tiveram acesso na idade própria. Da mesma maneira, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Federal nº. 9394, de 20 de dezembro de 1996, no artigo 1º, incentiva a criação de propostas de educação para promover igualdade de condições para o acesso e a permanência do aluno no processo educativo. O Artigo 5º reza que o Ensino Fundamental é um direito público subjetivo de todos os cidadãos. E, o Artigo 37º, específico para a EJA, que expressa que “a Educação de Jovens e Adultos será destinadas àqueles que não tiveram acesso ou continuadas os estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria”.	.
	A educação é um direito social garantido pela Constituição (BRASIl, 1988, art 6º e 205) e não um privilégio. Portanto, entende-se que a educação prisional não está excluída desse direito conforme o art 1º, inciso III, art 5º, § 2º. Quanto ao trabalho educacional, a educação nos presídios faz parte da Educação de Jovens e Adultos (EJA), porém com objetivos específicos que vão além da EJA em outros espaços e para pessoas que estão em liberdade. Esse tipo de educação deve promover melhores perspectivas de futuro aos detentos, diminuir a ociosidade, melhorar a qualidade de vida na prisão, preparar o indivíduo para reinserção na sociedade com conhecimentos, atitudes e valores que subsidiem seu desenvolvimento. De acordo com o Decreto nº 7.626, de 24 de novembro de 2011.os objetivos da educação prisional estão descritas assim:
I - executar ações conjuntas e troca de informações entre órgãos federais, estaduais e do Distrito Federal com atribuições nas áreas de educação e de execução penal;
II - incentivar a elaboração de planos estaduais de educação para o sistema prisional, abrangendo metas e estratégias de formação educacional da população carcerária e dos profissionais envolvidos em sua implementação;
III- contribuir para a universalização da alfabetização e para a ampliação da oferta da educação no sistema prisional;
IV - fortalecer a integração da educação profissional e tecnológica com a educação de jovens e adultos no sistema prisional;
V - promover a formação e capacitação dos profissionais envolvidos na implementação do ensino nos estabelecimentos penais; e
VI - viabilizar as condições para a continuidade dos estudos dos egressos do sistema prisional.
Parágrafo único. Para o alcance dos objetivos previstos neste artigo serão adotadas as providências necessárias para assegurar os espaços físicos adequados às atividades educacionais, culturais e de formação profissional, e sua integração às demais atividades dos estabelecimentos penais (BRASIL, 2011, art 4º)
		
	O Sistema Penitenciário Brasileiro não consegue o seu principal objetivo que é a ressocialização dos seus detentos. A superlotação, as precárias e insalubres instalações, a falta de capacitação dos funcionários responsáveis pela reeducação, são sem dúvidas, alguns dos principais fatores que contribuem para o desastre do sistema penitenciário brasileiro no tocante a recuperação social dos seus internos.	
	Partindo desses fatos é possível constatar que a privação da liberdade não favorece a ressocialização. Desta forma é necessário que seja feito algo no sentido, de resolver ou pelo menos, de minimizar ao máximo esse equívoco. Para isso se faz necessário o desenvolvimento de programas educacionais dentro do sistema penitenciário voltados para Educação básica de Jovens e Adultos que visem alfabetizar e, sobretudo, trabalhar para a construção da cidadania do apenado. 
 	Outro ponto a ser aqui considerado é o perfil da população penitenciária no Brasil, que segundo os dados do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça, a maior parte da massa carcerária deste país é de jovens com menos de trinta anos e de baixa escolaridade (97% são analfabetos ou semianalfabetos). O restante são pessoas que não tiveram condições de terminar os estudos por razões diversas inclusive por iniciarem no crime ainda cedo.
	Porem a partir desse quadro pode confirmar que a criminalidade estar intimamente ligada à baixa escolaridade e ambas a questão econômica e social. Portanto é preciso ser desenvolvidos dentro das prisões projetos educacionais que trabalhe para a conscientização dos educandos, fazendo-os o reconhecer a realidade e ver qual seu lugar na história. Pois uma pessoa que nasceu na miséria e não teve acesso a uma educação efetiva ou a de nenhum tipo, não pode agir com se não respondessem pelos seus atos.
	
	A educação dentro do sistema penitenciário deve trabalhar e priorizar os conceitos fundamentais, como família, amor, dignidade, liberdade, vida, morte, cidadania, governo, eleição, miséria, comunidade, dentre outros. 
	O sistema penitenciário necessita de uma educação que se preocupe prioritariamente em desenvolver a capacidade crítica e criadora do educando, capaz de alertá-lo para as possibilidades de escolhas e a importância dessas escolhas para a sua vida e consequentemente a do seu grupo social. Isso só é possível através de uma ação conscientizadora capaz de instrumentalizar o educando para que ele firme um compromisso de mudança com sua história no mundo. 
Em sua análise Paulo Freire (1980, p. 26) afirma que:
A conscientização é[...]um teste de realidade. Quanto mais conscientização, mais “dês-vela” a realidade, mais se penetra na essência fenomênica do objeto, frente ao qual nos encontramos para analisá-lo. Por esta mesma razão, a conscientização não consiste em“estar frente à realidade” assumindo uma posição falsamente intelectual. A conscientização não pode existir fora da “práxis”, ou melhor, sem o ato ação-reflexão. Esta unidade dialética constituí, de maneira permanente, o modo de ser ou de transformar o mundo que caracteriza os homens.
	A conscientização trabalha a favor da revelação de uma realidade e é a partir dela que uma educação dentro do sistema penitenciário vai dar o passo mais importante para uma verdadeira readaptação de seus educandos, na medida em que conseguir superar a falsa premissa de que, “uma vez bandido, sempre bandido”.
3.1 COMO DEVE SER O PROFESSOR PARA TRABALHAR NAS PENITENCIARIAS
	
	O professor deve ser sensível e crer nas pessoas e em sua capacidade de se refazer, compreendendo-o com um ser em evolução, que tem vivencias e potencialidades a serem reconhecidas. O papel do professor prisional é o de olhar o detento que esta marcado por sua ação impensada, com uma visão respeitosa, uma visão diferenciada. Quando o detento sente que a amizade sincera por parte do professor, essa amizade que não quer nada em troca, é que se inicia o processo de confiança entre ambos, dando assim a dialógica, recuperando assim pequenos valores.
	Os professores devem estar atentos aos erros dos presos e procurar intervir e orientar sempre que necessário, mostrando o porquê é importante a mudança no comportamento para conquistar, lutar e ter direito a dignidade. Além disso, é preciso trabalhar valores, limites, responsabilidades, reflexão entre outros, fazendo que os detentos acreditem que eles possam buscar por seus objetivos, recuperando assim a reestruturação social.
	Os professores devem ser qualificados, com formação especifica, para uma melhor interação com os apenados, pois são seres humanos que querendo ou não estão fragilizados, marginalizados pela sociedade e que estão entre grades por uma questão de exclusão da sociedade. Uma pratica pedagógica muito bem aceita pelos detentos e o lidar com eles com amor, delicadeza, agindo sempre com naturalidade, mas não se esquecendo de ser sincero e elogiar sempre que for oportuno, sempre estimulando e valorizados de forma otimista que o vejam ver o quanto são merecedores de uma nova oportunidade.
	Pensando desta forma se podemos dizer que o conhecimento é mais bem adquirido quando se a afetividade entre o professor e o aluno detento, pois criasse uma atmosfera de segurança entre ambas às partes envolvidas. A transmissão do saber e a aprendizagem acontecem assim de forma simultânea com a compreensão entre educação a ser ensinada e a vivencia de vida de cada individuo envolvido nesse contexto.
	Mas se pensarmos bem será que vale a pena investir nos detentos? Será que eles querem mesmo aquilo ou estão só ali porque são obrigados? Depois de lê bastante sobre o assunto podemos afirmar que sim, vale apena investir nesses indivíduos, pois nesse espaço o professor consegue transmitir suas intenções de transformações. A escola faz com que haja uma socialização e um resgate dos valores perdidos na sociedade.
	Querendo ou não o professor é responsável por aqueles que educam. Se o professor que tem liberdade para estar com os apenados não fizer a diferença dentro do presidio quem o fara. A lei e a justiça são lentas e para a sociedade enquanto estão presos não são ameaça para ninguém. 
	Sabe-se também que muitos presos agarram a oportunidade de estudar dentro dos presídios porque aqui fora não tiveram esta chance, e quando aliados com um professor que os incentivam a crescer eles fazem deste momento de aprendizado uma forma de enxergar uma nova perspectiva de vida após a reclusão. A educação dentro do presidio proporciona à reintegração do sujeito a sociedade.
	Faz-se necessário o desenvolvimento de novos programas educacionais para o sistema penitenciário onde se priorize a alfabetização e a construção da cidadania aos presos. A conscientização deve ser prioritária para que haja transformação na vida do preso, pois através de reflexões é que se vai conseguir formar novos cidadãos. Cabe aos órgãos competentes ter um olhar mais aprumado a esse contexto de reeducação dentro das prisões.
	
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	A verdade é que o Estado não trata o preso como um ser humano, mas como uma coisa. O Estado e a sociedade deveriam se juntar na perspectiva de recuperar aquele indivíduo, já que é sempre possível recuperá-lo. Neste sentido é que existe uma série de mecanismos a disposição do Estado e que devem ser utilizados na busca de ressocializar o preso, porém esses mecanismos de reabilitação do preso, como a educação, atividades laborais que a própria lei de execução penal prevê não são colocadas em prática com a intensidade que deveriam ter e a sociedade, por sua vez, o condena e o exclui, não lhe dando qualquer oportunidade de reabilitação quando ele torna-se egresso do sistema prisional.
De quanto se viu até agora, pode-se deduzir que a cadeia é a verdadeira universidade do crime e a prisão atinge o condenado ou preso em sua integridade física e moral. O ócio que impera nos presídios é o constante convite para aqueles delinquentes de maior gravidade persistir no mundo enganoso do ilícito. A realidade prisional merece sofrer uma transformação, sob pena de perpetuar-se no fracasso a que se destina. Assim, entende-se que o trabalho e a educação de qualidade precisam ser urgentemente inseridos, formal e eficientemente, no interior dos estabelecimentos prisionais, dando uma perspectiva ao recluso que ao cumprir sua pena poderá exercer uma atividade laboral digna na sociedade.
O drama penitenciário é muito preocupante e necessita de ações governamentais urgentes. O trabalho, como fator educativo, se transformaria em lucros sociais, além de reaproximar o sentenciado da sociedade e da sua família.
Educar o homem é a medida mais apropriada e eficaz para o seu progresso e desenvolvimento enquanto indivíduo e ser social. Inserir o homem no mercado de trabalho é proporcionar-lhe as condições para viver dignamente no meio social.
Neste caso, é imperioso que o Estado construa penitenciárias dotadas de bibliotecas, promova palestras e debates, crie postos de trabalhos não apenas para ocupar o tempo do preso, mas para ensinar-lhe uma profissão que propicie seu exercício tão logo readquira sua liberdade. Não parece difícil a aplicação dessas medidas, bastando, para tanto, vontade política dos responsáveis pela implementação de políticas públicas, pois projetos e programas já existem, basta aperfeiçoá-los e colocá-los em pratica.
	
6 REFERÊNCIAS
BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives G. Comentários à Constituição do Brasil. Vol. 1, cap. 25. São Paulo: Saraiva, 1988
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Presidência da República.
BRASIL. Parecer CNE/CEB Nº 4/2010. Diretrizes Nacionais para a oferta de educação de jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais. Brasília, DF: MEC/CNE/SECAD, 2010.
BRASIL. Decreto nº 7.626, de 24 de novembro de 2011. Brasília: Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 16. ed. São Paulo/SP: Paz e Terra, 2000.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
_____________ Conscientização: :teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire.3ª ed. São Paulo : Moraes, 1980.
FREIRE, Paulo. Pedagogia dos sonhos possíveis. Ana Maria Araújo Freire (org.). São Paulo: Editora Unesp, 2001.
GADOTTI, Moacir; ROMÃO, José E. Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e
proposta. São Paulo: Cortez, 2005.
SOUZA, M. A. Educação de jovens e adultos. Curitiba: Ibepx, 2007.

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