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Mó Módulo 5
Visões do Meio Ambiente
O acentuar da presente crise ambiental, percepcionada de forma mais intensa a partir dos anos 1960, afastou do domínio da ficção a possibilidade de extinção da própria espécie humana. A gravidade da situação explica a ampla produção literária que tem vindo a alertar para os malefícios do nosso modelo de desenvolvimento e desencadeado a necessidade de repensar a postura da humanidade em relação ao planeta. Nela encontramos uma pluralidade de posições, nem sempre conciliáveis, que tendem a avaliar, de modo diferenciado, as causas e consequências da presente Bens Ambientais
O meio ambiente não é um bem corpóreo, na verdade, a água, o solo, o ar, a fauna, a flora, os ecossistemas e os monumentos de valor histórico-cultural, são em sua maioria os elementos corpóreos que compõem o meio ambiente.
Segundo Álvaro Luiz Valery Mirra, o meio ambiente “para o nosso direito, é um conjunto de relações e interações que condiciona a vida em todas as suas formas. É, pois, essencialmente incorpóreo e imaterial”.
Referidos bens ambientais, possuem conceitos e regimes jurídicos próprios, e normalmente são regidos por uma legislação particular, contudo, quando se pretende resguardar referidos bens, o objetivo é proteger o meio ambiente como um todo e não o elemento em si.
Tais elementos corpóreos e incorpóreos são vistos e considerados não de forma individual, mas como integrantes de uma cadeia, de forma a manter o equilíbrio ambiental, assim, quando da ocorrência de um dano este poderá atingir mais de um bem ambiental.
- Bens Ambientais – Desenvolvimento 
O bem difuso por possuir natureza transindividual, não possui titulares determinados, porém, estão ligados por circunstâncias de fato.
Assim, podemos concluir que o meio ambiente não constitui bem público estatal, pois todos são titulares de referido direito, o qual se reporta a toda a uma coletividade de pessoas indeterminadas.  “Quando o texto constitucional aí se refere a patrimônio público, significa o conjunto de bens de propriedade estatal, os bens públicos, nos quais não está inserido o meio ambiente. Este tem titularidade difusa, não estatal”.
Conforme nos instrui o ilustre jurista Celso Antonio Pacheco Fiorillo “O bem ambiental é, portanto, um bem que tem como característica constitucional mais relevante ser ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE DE VIDA, sendo ontologicamente de uso comum do povo, podendo ser desfrutado por toda e qualquer pessoa dentro dos limites constitucionais.”
Cabe asseverar ainda, que embora o artigo 20, incisos III, IV, V e VI, e artigo 26, incisos I, II, e III, da Constituição Federal disponha pertencer a União ou aos Estados, determinados bens ambientais tais como: lagos, rios, ilhas fluviais, mar territorial, entre outros, a verdade é que com o advento da Lei Federal 8.078, de l990, referidos bens que antes possuíam natureza pública, passaram a ter natureza difusa.
Diante de tais alterações, passou a caber aos entes federados a função de gestores de determinados bens ambientais, os quais pertencem ao povo.
Assim, por força do art. 23, estão todos os entes federados autorizados a atuar em defesa do meio ambiente, independentemente da titularidade do bem ambiental lesado.
Mais do que da União, dos Estados e dos Municípios, os bens ambientais são de natureza difusa commune omnium, ou seja, busca-se, assim, tutelar o patrimônio comum de todos e não o patrimônio de determinada pessoa jurídica de direito público.
crise ambiental e a estabelecer uma prioridade distinta entre os diversos problemas ambientais e suas respectivas soluções.
Apesar dessa pluralidade de posições, podem identificar-se três perspectivas principais acerca do modo de conceptualizar a relação do homem com a natureza. E embora vários autores acabem por fundamentar as suas ideias através de argumentos enquadráveis em mais do que uma perspectiva, a verdade é que a maioria se insere claramente em uma delas. São elas:
• A Antropocêntrica, que defende a centralidade indiscutível do ser humano e valoriza a natureza de um ponto de vista instrumental. Pode assumir duas tendências principais nem sempre conciliáveis. A primeira vê a natureza fundamentalmente como um recurso económico; a segunda destaca a sua importância na satisfação de uma multiplicidade de interesses que dão significado à vida humana, relevando o seu contributo para o desenvolvimento integral do ser humano em termos psicossomáticos. É nessa tendência que melhor se integra a tese da biofilia, proposta por Edward Wilson (1984), defensora de uma predisposição humana, de origem genética, impulsionadora de uma relação empática do ser humano para com os outros seres vivos.
• A Ecocêntrica, que defende o valor não instrumental dos ecossistemas e da própria eco-esfera, cujo equilíbrio pode obrigar a limitar determinadas atividades humanas. E perante a condição biológica e ecológica da espécie humana, considera-a parte integrante da natureza, ao contrário da afirmação dual típica do antropocentrismo. Inspira-se nas ideias de Aldo Leopold (1886-1948), autor da land ethic, que propôs o alargamento ético à comunidade de forma a incluir solos, água, plantas e animais, e em que a terra (land) é um sistema vivo merecedor de consideração moral. As teorizações de Baird Callicott (1989), Holmes Rolston III (1994) e Arne Naess (1989) são, independentemente das suas especificidades, inseridas nessa perspectiva.
• A Biocêntrica, que defende o valor intrínseco das outras formas de vida, independentemente do seu interesse para a espécie humana. Manifesta no seu seio uma importante diversidade argumentativa, podendo assumir um carácter limitado e confinado aos seres mais complexos, como no caso das teorizações de Peter Singer (2000; 2006) e Tom Regan (1983; 1995), ou extensivo e igualitário, como no caso da de Paul Taylor (1989).
- Visões do Meio Ambiente – Evolução
De entre os assuntos que têm sido postos a discussão com o desenrolar da presente crise ambiental, destacamos o leque de reflexões dedicado ao modo como os seres humanos se relacionam com os outros seres vivos nos mais diversos contextos. É nesse âmbito que se insere a presente abordagem acerca da existência de jardins zoológicos e parques afins.
Comecemos então por analisar os argumentos que melhor caracterizam cada uma das perspectivas ambientalistas para o tema em análise e que nos ajudam a repensar a pertinência desses espaços. Por meio dessa análise, vamo-nos aperceber como os mesmos fatos podem ser sujeitos a interpretações distintas, em que uma vantagem para uma perspectiva se pode transformar num inconveniente para outra. Essa reflexão revela-se fundamental pelo fato de os jardins zoológicos e parques afins constituírem locais a que se deslocam, com frequência, professores dos diferentes ciclos de escolaridade, sendo ainda escolhidos por muitas famílias como locais de lazer e/ou educativos.
A perspectiva antropocêntrica congrega a maior parte dos argumentos favoráveis a essas instituições e basta pensarmos no modo como são definidas: jardins zoológicos e parques afins são locais públicos que exibem animais com as finalidades recreativa e educativa. Ainda assim, é possível serem evocadas razões características dessa perspectiva contrárias à sua existência. Salientamos a esse propósito que foi durante o Iluminismo que surgiram as primeiras críticas, porque, historicamente, a manutenção de animais em cativeiro constituía um passatempo da aristocracia que por essa via afirmava o seu poder. Simultaneamente, essa excentricidade foi considerada vergonhosa, atendendo a que, ao mesmo tempo que se despendiam recursos com os animais cativos, muitos seres humanos morriam de fome (Baratay; Hardouin-Fugier, 2002, p. 73). No entanto, se essas razões podem eventualmente continuar a suscitar a adesão de algumas pessoas nos dias de hoje, são, como já afirmamos, as vantagens associadas a esses espaços que melhor caracterizam essa perspectiva. Chiszar, Murphy e Iliff (apud Maple, 1995) apresentam seis dessas vantagens,que tradicionalmente se lhe encontram associadas:
1 - Os zoos e aquários recebem entre 300 a 400 milhões de visitantes em cada ano, providenciando os benefícios de uma educação significativa, associada ao seu papel recreativo;
2 - Os zoos têm estado tradicionalmente ligados à educação pública, e a resposta favorável dos sistemas escolares é um indicador de que valorizam essa associação;
3 - Programas dedicados à sobrevivência de espécies focalizam atenção e recursos nos problemas da propagação em cativeiro de espécies ameaçadas e em perigo;
4 - As mostras dos zoos refletem uma consciência ecológica e um apoio público crescentes;
5 - Uma admirável história de sucesso em trabalho clínico, ciência básica e projetos de ampla escala têm acontecido, requerendo os esforços combinados e a cooperação de muitos zoos;
6 - Pelo menos doze espécies de animais foram salvas de extinção com os esforços combinados de muitos zoos do mundo.
Módulo 6
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ConConceito Legal de Meio Ambiente
Art. 3º, I da Lei 6938/91 - É o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem química, física e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
- A conceituação jurídico-legal da expressão "Meio Ambiente" 
O conceito de meio ambiente é unitário, na medida que é regido por inúmeros princípios, diretrizes e objetivos que compõem a Política Nacional do Meio Ambiente. Entretanto, quando se fala em classificação do meio ambiente, na verdade não se quer estabelecer divisões isolantes ou estanques do meio ambiente, até porque, se assim fosse, estaríamos criando dificuldades para o tratamento da sua tutela. 
Mas exatamente pelo motivo inverso, qual seja, de buscar uma maior identificação com a atividade degradante e o bem imediatamente agredido, é que podemos dizer que o meio ambiente, apresenta pelo menos 04 significativos aspectos. São eles:
1) natural;
2) cultural;
3) artificial e
4) do trabalho.
Desta forma, não estamos pretendendo fazer um esquartejamento do conceito de meio ambiente. Ao contrário, apenas almejamos dizer que as agressões ao meio ambiente (rectius= bem; ambiental= proteção da vida com saúde) podem se processar sob os diversos flancos que o meio ambiente admite existir.
Neste diapasão, releva dizer que sempre o objeto maior tutelado é a vida saudável e, se é desta forma, esta classificação apenas identifica sob o aspecto do meio ambiente (natural, cultural, trabalho e artificial) aqueles valores maiores que foram aviltados.
Aliás, como já tivemos oportunidade de salientar, esta divisão do meio ambiente não é de lege ferenda, vez que de lege lata está presente no Texto Constitucional. Portanto, para fins didáticos e de compreensão, podemos dizer que o meio ambiente recebe uma tutela imediata e outra mediata. Mediatamente, seria o próprio artigo 225 "caput", que determina o conceito de meio ambiente, bem ambiental, o direito ao meio ambiente, os titulares deste direito, a natureza jurídica deste direito, princípios de sua política (PNMA junto com a lei 6.938/81), etc. Assim, bastaria esta norma para que já se efetivasse por completo o direito em tela. Todavia, o legislador constituinte não parou por aí, já que procurou, por via destas divisões, que não são peremptórias ou estanques, alcançar a efetiva salvaguarda deste direito, fazendo, pois, o que didaticamente denominamos de tutela imediata."
- Meio ambiente artificial
Por meio ambiente artificial entende-se aquele constituído pelo espaço urbano construído, consubstanciado no conjunto de edificações (espaço urbano fechado) e dos equipamentos públicos (espaço urbano aberto). Assim, vê-se que tal "tipo" de meio ambiente está intimamente ligado ao próprio conceito de cidade, vez que o vocábulo "urbano", do latim urbs, urbis significa cidade e, por extensão, os habitantes da cidade. Destarte, há de se salientar que o termo urbano neste sede não está posto em contraste com o termo "campo" ou "rural", já que qualifica algo que se refere a todos os espaços habitáveis, "não se opondo a rural, conceito que nele se contém: possui, pois, uma natureza ligada ao conceito de território".
No tocante ao meio ambiente artificial podemos dizer que, em se tratando das normas constitucionais de sua proteção, recebeu tratamento destacado, não só no artigo 182 e segs. da CF, não desvinculado sua interpretação do artigo 225 deste mesmo diploma, mas também no art. 21, XX, no art. 5º, XXIII, entre outros.
Portanto, não podemos desvincular o meio ambiente artificial do conceito de direito à sadia qualidade de vida, bem como aos valores de dignidade humana e da própria vida, conforme já fizemos questão de explicar. Todavia, podemos dizer, para fins didáticos, que o meio ambiente artificial está mediata e imediatamente tutelado pela CF. Mediatamente, como vimos, a sua tutela expressa-se na proteção geral do meio ambiente, quando refere-se ao direito à vida no art. 5º, caput, quando especifica no art. 225 que não basta apenas o direito de viver, mas também o direito de viver com qualidade; no art. 1º, quando diz respeito à dignidade humana como um dos fundamentos da República; no art. 6º, quando alude aos direitos sociais, e no art. 24 quando estabelece a competência concorrente para legislar sobre meio ambiente, visando dar uma maior proteção a estes valores, entre outros. Assim, neste diapasão, de modo didático em relação ao meio ambiente artificial, poderíamos dizer haver uma proteção mediata. Reservaríamos a proteção constitucional imediata do meio ambiente artificial aos artigos 182, 21, XX e 5º, XXIII.
6.1 – Conceito legal de Meio Ambiente - Desenvolvimento
Ao cuidar da política urbana, a CF/88, invariavelmente, acabou por tutelar o meio ambiente artificial. E o fez não só voltada para uma órbita nacional como também para uma órbita municipal. Partindo do maior para o menor temos o art. 21, inciso XX:
"Compete a União:(...)
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos".
Tal competência da União terá por fim delimitar as normas gerais e diretrizes que deverão nortear não só os parâmetros, mas principalmente os lindes constitucionais da política urbana que os Estados e Municípios deverão possuir. Neste caso diz tratar-se de uma política urbana macroregional.
Todavia, em sede municipal, temos o artigo 182 da CF, que acaba por trazer a própria função da política urbana, como se vê:
"A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em Lei tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes".
Percebe-se que o próprio Texto Constitucional alude à existência de uma lei fixadora de diretrizes gerais e, ademais, desde já, estabelece o verdadeiro objetivo da política de desenvolvimento urbano, qual seja, o desenvolvimento das funções sociais da cidade e o bem-estar dos seus habitantes.
Invoca-se, de plano, que em sendo a cidade entendida como o espaço territorial onde vivem os seus habitantes, que inclusive o direito de propriedade deverá ser limitado, no exato sentido que deverá atender às suas funções sociais, como bem esclarece o art. 5º, XXIII da própria CF. Na verdade, o que ocorre é que em sede de direito à vida, que é o sentido teológico dos valores ambientais, matriz e nuclear de todos os demais direitos fundamentais do homem, não há que se opor outros direitos. Ao revés, todos os demais direitos surgem da própria essência do estar vivo.
Exatamente porque relacionado com o objetivo maior - vida - , a tutela do meio ambiente - onde se insere o artificial - há que estar acima de quaisquer outras considerações a respeito de outras garantias constitucionais como: desenvolvimento, crescimento econômico, direito de propriedade, etc. Isto porque, pelo óbvio, aquela é a essência e pressuposto de exercício de qualquer direito que possa existir, e, neste ponto, a tutelaambiental, por possuir a função de instrumentalizar a preservação de tal direito, deve, inexoravelmente, sobrepor-se aos demais.
Aduz-se, por exemplo, esta conclusão, quando de uma rápida leitura do artigo 170, que coloca a proteção ao meio ambiente como princípio da ordem econômica, ou ainda, mais expressa e diretamente, quando no artigo 5º, XXIII, atrelado à proteção do direito à vida estabelecido no caput, determina que a propriedade deverá atender a sua função social.
Com relação ao artigo 182, podemos desde já destacar que não se trata simplesmente de uma regra de desenvolvimento urbano mas também de estabelecer uma política de desenvolvimento, ou seja, assume fundamental importância na medida que deve estar em perfeita interação com o tratamento global reservado ao meio ambiente e a defesa de sua qualidade. Destarte, significa ainda que o desenvolvimento urbano deverá ser norteado por princípios e diretrizes que orientem a sua consecução, ou seja, por se tratar de matéria afeta ao meio ambiente, são estes, e não outros princípios, que deverão nortear sua implementação. Aliás, outro não é entendido quando de uma análise dissecada da norma in baila.
Dois são os objetivos da política de desenvolvimento urbano:
a) Pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e
b) Garantia do bem estar de seus habitantes.
a) em se tratando de desenvolvimento, que há de ser pleno, das funções sociais da cidade devemos nos reportar, inicialmente, ao art. 5º, caput, quando estabelece que todos possuem direito à vida, segurança, liberdade, igualdade e prosperidade; e, posteriormente ao art. 6º da CF, que estabelece e garante a todos os direitos sociais à educação, saúde, trabalho, lazer, segurança, previdência social, maternidade, infância, assistência aos desempregados, entre outros, e por fim, ao art. 30, VIII, que diz ser competência do Município, no que couber, o adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
Tudo isso, ligado ao fato de que possui o Município a competência suplementar residual (art. 30, I e II) em face das matérias estabelecidas no artigo 24, I, V, VI, VII, VIII, XII, XV, nos faz notar que a função social das cidades está ligada às normas citadas acima e, portanto, ao próprio artigo 225, de forma que o direito à vida com saúde, com lazer, com segurança, com infância, com a possibilidade de maternidade, com direito ao trabalho, com direito à propriedade, etc., devem ser condições sine qua non da própria existência da cidade. O não atendimento desses valores implica em dizer que a cidade não cumpre o seu papel.
Num sentido reverso, podemos ressaltar que, por se tratar de uma obrigação do Poder Público, a execução deste programa de desenvolvimento urbano, como bem diz o artigo 182, é um direito da coletividade municipal. O desatendimento desses preceitos implica em impor-se ao Poder Público a responsabilidade que daí decorre. Apesar da inequívoca conclusão a que chegamos, isso não elide o dever também da coletividade de preservar e defender o meio ambiente urbano, já que tal regra é orientada pelo artigo 225, e assume o caráter de norma geral.
b) com relação a garantia do bem estar dos seus habitantes, vale gizar que tal finalidade e objetivo da política de desenvolvimento urbano, assume o papel de um "plus" em relação ao desenvolvimento da função social das cidades. Isto porque não basta simplesmente que o Poder Público, na execução da referida política alcance os ideais elencados no parágrafo anterior, mas que, principalmente, estes valores traduzam e alcancem em relação aos seus habitantes, o patamar elevado de bem-estar. Percebe-se que com isso, não se cria um limite fixo de direito ao lazer, à saúde, à segurança, etc., justamente porque é tudo isso somado a sensação de bem-estar de seus habitantes. Não procede qualquer crítica ao conceito jurídico indeterminado, justamente porque a sua função é de buscar um "plus" na execução da política urbana.
Ao não se criar um patamar mínimo de garantia de valores sociais, está se exigindo, sempre, de forma permanente, a busca pelo Poder Público destes valores sagrados à coletividade. Outra consideração não menos importante, diz respeito ao uso do termo habitante que, agrega só aquele que é domiciliado ou residente na cidade, mas a qualquer indivíduo que esteja naquele território.
Módulo 7
Classificação do Meio Ambiente
O conceito de Meio Ambiente é, de certa forma, impreciso, visto que requer um conjunto de elementos não se resumindo apenas ao aspecto da Ecologia (strito sensu), mas envolvendo outros como o ambiente do trabalho e o da cultura, daí a razão desta classificação ser tão usada.
Vale acentuar também, a crítica feita pelos doutrinadores acerca da palavra “meio ambiente”, pois seria a união de dois termos com o mesmo significado “ aquilo que nos circunda”.A maioria entende que é assim, pois se quer causa um ênfase diante deste pleonasmo proposital.
A Classificação fica assim:
*MEIO AMBIENTE NATURAL
*MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL
*MEIO AMBIENTE CULTURAL
*MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
*MEIO AMBIENTE GENÉTICO OU PATRIMÔNIO GENÉTICO (NOVO)
- Meio Ambiente Natural
A ideia que se tem de Meio Ambiente Natural é justamente aquela ideia ligada a Ecologia, sendo o que se entende normalmente por Meio Ambiente. É o conceito estrito do mesmo.
A Ecologia, nas palavras de Edis Milaré, é um ramo da biologia, com status de ciência, que estuda os ecossistemas e sua relação e interação com os seres vivos e o seu meio.
– Classificação do Meio Ambiente – Desenvolvimento
- Meio Ambiente Natural
A ideia que se tem de Meio Ambiente Natural é justamente aquela ideia ligada a Ecologia, sendo o que se entende normalmente por Meio Ambiente. É o conceito estrito do mesmo.
A Ecologia, nas palavras de Edis Milaré, é um ramo da biologia, com status de ciência, que estuda os ecossistemas e sua relação e interação com os seres vivos e o seu meio.
A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (N° 6.938/81) no seu artigo 3° define o Conceito Legal de Meio Ambiente, vinculado ao seu aspecto puramente Natural: “I – meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
A nossa constituição também traz no seu artigo 225, um especial proteção a esse Meio Ambiente Natural:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.”
§ 1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
…
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.”
Nas palavras de Luis Sirvinskas, a Ecologia é a ciência que serve como base para o estudo do meio ambiente.No entanto, o meio ambiente possui abragência mais ampla, incluindo os aspectos provenientes da natureza, os elementos da formação da cultura de uma sociedade, a modificação artificial do ambiente natural por meio de construções e a interação do homem com o seu local de trabalho.O ambiente não pode ser estudado de modo isolado; depende, necessariamente, das informações trazidas pela ecologia e por outras ciências afins.
Módulo 8
Bens Ambientais
O meioambiente não é um bem corpóreo, na verdade, a água, o solo, o ar, a fauna, a flora, os ecossistemas e os monumentos de valor histórico-cultural, são em sua maioria os elementos corpóreos que compõem o meio ambiente.
Segundo Álvaro Luiz Valery Mirra, o meio ambiente “para o nosso direito, é um conjunto de relações e interações que condiciona a vida em todas as suas formas. É, pois, essencialmente incorpóreo e imaterial”.
Referidos bens ambientais, possuem conceitos e regimes jurídicos próprios, e normalmente são regidos por uma legislação particular, contudo, quando se pretende resguardar referidos bens, o objetivo é proteger o meio ambiente como um todo e não o elemento em si.
Tais elementos corpóreos e incorpóreos são vistos e considerados não de forma individual, mas como integrantes de uma cadeia, de forma a manter o equilíbrio ambiental, assim, quando da ocorrência de um dano este poderá atingir mais de um bem ambiental.
- Bens Ambientais – Desenvolvimento 
O bem difuso por possuir natureza transindividual, não possui titulares determinados, porém, estão ligados por circunstâncias de fato.
Assim, podemos concluir que o meio ambiente não constitui bem público estatal, pois todos são titulares de referido direito, o qual se reporta a toda a uma coletividade de pessoas indeterminadas.  “Quando o texto constitucional aí se refere a patrimônio público, significa o conjunto de bens de propriedade estatal, os bens públicos, nos quais não está inserido o meio ambiente. Este tem titularidade difusa, não estatal”.
Conforme nos instrui o ilustre jurista Celso Antonio Pacheco Fiorillo “O bem ambiental é, portanto, um bem que tem como característica constitucional mais relevante ser ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE DE VIDA, sendo ontologicamente de uso comum do povo, podendo ser desfrutado por toda e qualquer pessoa dentro dos limites constitucionais.”
Cabe asseverar ainda, que embora o artigo 20, incisos III, IV, V e VI, e artigo 26, incisos I, II, e III, da Constituição Federal disponha pertencer a União ou aos Estados, determinados bens ambientais tais como: lagos, rios, ilhas fluviais, mar territorial, entre outros, a verdade é que com o advento da Lei Federal 8.078, de l990, referidos bens que antes possuíam natureza pública, passaram a ter natureza difusa.
Diante de tais alterações, passou a caber aos entes federados a função de gestores de determinados bens ambientais, os quais pertencem ao povo.
Assim, por força do art. 23, estão todos os entes federados autorizados a atuar em defesa do meio ambiente, independentemente da titularidade do bem ambiental lesado.
Mais do que da União, dos Estados e dos Municípios, os bens ambientais são de natureza difusa commune omnium, ou seja, busca-se, assim, tutelar o patrimônio comum de todos e não o patrimônio de determinada pessoa jurídica de direito público.
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