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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL FRANCINE RODRIGUES PREVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NA ADOLESCÊNCIA MARÍLIA 2010 1 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL FRANCINE RODRIGUES PREVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NA ADOLESCÊNCIA Monografia apresentada ao Programa de Aprimoramento Profissional/SES, elaborada na Faculdade de Medicina de Marília em Enfermagem em Psiquiatria e Saúde Mental, sob a orientação do Prof. Dr. Adalberto Jesus Silva da Rosa. Área: Saúde Mental. MARÍLIA 2010 2 FRANCINE RODRIGUES PREVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NA ADOLESCÊNCIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Aprimoramento Profissional/SES, elaborado na Faculdade de Medicina de Marília em Enfermagem em Psiquiatria e Saúde Mental. Área: Saúde Mental. Comissão de Aprovação: _______________________________ Prof. Dr. Adalberto Jesus Silva da Rosa Supervisor/Orientador _______________________________ Profa. Dra. Roseli Vernasque Bettini Coordenador PAP (SES/Fundap) – Famema Data de Aprovação: _______________ 3 Agradecimentos Ao Prof. Dr. Adalberto Jesus Silva da Rosa, meu orientador, pelo apoio, incentivo e compreensão das minhas necessidades, contribuindo para a produção deste trabalho. A Helena e Josefina (Jô), bibliotecárias da FAMEMA, pela revisão das referências bibliográficas e por estarem sempre disponíveis e prestativas. Aos supervisores do Programa de Aprimoramento Profissional da FAMEMA, Márcia Aparecida Padovan Otani e Antônio Carlos Siqueira Júnior, pelo carinho e por estimularem minha busca pelo conhecimento. As aprimorandas de Enfermagem Psiquiátrica, Fernanda e Juliana pela amizade e companheirismo. A todos que contribuiram e colaboraram para que este trabalho pudesse ser realizado. 4 Resumo Este trabalho foi realizado com o objetivo de refletir sobre as medidas de prevenção ao uso de álcool e outras drogas na adolescência, considerando o início de uso destas substâncias pelo jovem em idade cada vez mais precoce. Este estudo mostra que a prevenção de riscos e medidas de proteção engloba um conjunto de ações que podem evitar problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas. A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica através do levantamento da produção científica sobre o tema entre os anos 2000 a 2009. Utilizou-se a base de consulta Lilacs (Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), onde foram selecionados 20 de um total de 78 artigos, sendo realizada a análise através de questões norteadoras. Os critérios de exclusão utilizados foram as teses, e as publicações anteriores ao ano 2000. De acordo com a análise dos artigos conclui-se que intervenções preventivas são necessárias envolvendo ações articuladas com a saúde, a educação, a família e a sociedade, orientando o adolescente e limitando a disponibilidade destas substâncias. Descritores: 1. Adolescente. 2. Transtornos relacionados ao uso de substâncias. 3. Prevenção & Controle. 5 Abstract This study was performed aiming a reflection on the preventive measures to the alcohol and other drugs’ use during the adolescence, considering earlier and earlier the beginning of these substances’ use by the adolescent. This study shows that the prevention of risks and preventive measures include a group of actions which can avoid problems due to the alcohol and other drugs’ use. The methodology used was the bibliography search through a survey on scientific production about the theme in the period from 2000 to 2009. It was used the Lilacs (Latin American and Caribbean Health Science Literature) database survey, where 20 among 78 articles were selected, and it was performed an analysis through the guiding issues. The exclusion criteria used were the theses and the previous publications to the year 2000. According to the analysis of the articles, it has been concluded that the preventive interventions are necessary involving articulated actions with health, education, family and society, instructing the adolescent and limiting the availability of these substances. Descriptors: 1. Adolescent. 2. Troubles related to the use of substances. 3. Prevention & Control. 6 Sumário 1 – INTRODUÇÃO.....................................................................................................07 2 – OBJETIVO............................................................................................................10 3 – METODOLOGIA...................................................................................................11 4 – CARACTERIZAÇÃO DOS ARTIGOS..................................................................13 5 – ANÁLISE..............................................................................................................16 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................30 REFERÊNCIAS..........................................................................................................31 7 1 Introdução A Organização Mundial de Saúde, define adolescência entre a faixa etária de 10 a 19 anos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2008). De acordo com Ramos; Pereira; Da Rocha (2001), a adolescência constitui um processo biológico de vivências orgânicas, no qual se antecipam o desenvolvimento cognitivo e a estruturação da personalidade, inclui a pré- adolescência , faixa etária de 10 a 14 anos e a adolescência , dos 15 aos 19 anos. Segundo Redston-Iselin (2001), a adolescência é considerada um período de transição, fase em que o indivíduo não é um adulto, mas também não é mais uma criança, período no qual as emoções vividas são intensas. Sendo importante período de transição, é marcado por complexas transformações biológicas, físicas, comportamentais e sociais, e os comportamentos de alcoolização nessa fase da vida, resultam no encontro do jovem em desenvolvimento com uma substância de efeitos nocivos, em contexto situacional incentivador e promotor do consumo (BARROSO; MENDES; BARBOSA, 2009, p. 347). A experimentação precoce e o uso freqüente de álcool e outras drogas pelos adolescentes podem estar relacionados a fatores sociais, culturais, econômicos, entre os quais se destacam a facilidade de acesso as essas substâncias, a falta de fiscalização e cumprimento das leis, e a alta permissividade e incentivo social, como o papel da mídia na veiculação de propagandas massivas sobre bebidas e cigarros, não havendo adequada advertência quanto às possíveis conseqüências (ALVES et al., 2005). De acordo com Alves e Kossobudzky (2002), a adolescência é considerada uma fase crítica, uma etapa da vida marcada por importantes transformações, podendo gerar instabilidades extremas. 8 Os adolescentes são contestadores e curiosos, consequentemente mais sujeitos a comportamentos de risco, os quais podem levar ao uso de álcool e outrasdrogas, atividade sexual precoce, algumas vezes com mais de um parceiro e desta forma se arriscando, podendo comprometer sua vida de maneira irreversível (ALVARESE; CARVALHO, 2006). Observa-se através da leitura de artigos, revistas e jornais que o álcool é a substância mais consumida entre os adolescentes, e que o início na vida desses adolescentes tem sido cada vez mais precoce, fato que me faz refletir sobre a importância de estudos recentes nessa área. Deste modo acredito que programas de prevenção e promoção da saúde são importantes e necessários para informar o adolescente sobre os riscos causados pelo uso abusivo do álcool e outras drogas. Sabe-se que o uso de substâncias psicoativas, como o álcool pode ser causado por fatores genéticos, psicológicos, familiares, e sócio-culturais e que esses fatores podem influenciar de forma positiva ou negativamente em relação ao uso e/ou abuso dessas substâncias. A prevenção voltada para o uso abusivo e/ou dependência de álcool e outras drogas pode ser definida como um processo de planejamento, implantação e implementação de múltiplas estratégias voltadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco específicos, e fortalecimento dos fatores de proteção (BRASIL, 2004, p. 26). De acordo com o Ministério da Saúde (Brasil, 2004), é possível identificar os principais fatores de risco e de proteção para o uso de álcool e outras drogas, entre os fatores de risco estão: baixa auto-estima, falta de autocontrole e assertividade, comportamento anti-social precoce, doenças pré-existentes, vulnerabilidade psicossocial; padrão familiar disfuncional; relações interpessoais onde os pares usam álcool ou drogas; e o ambiente escolar onde boa parte dos fatores de risco podem ser percebidos e entre os fatores de proteção destaca a apresentação de 9 habilidades sociais, flexibilidade, habilidade em resolver problemas, facilidade de cooperar, autonomia, responsabilidade e comunicabilidade; vinculação familiar- afetiva; relações interpessoais onde os pares não usam álcool ou drogas; e ambientes de ensino que evidenciam regras claras sobre a conduta considerada adequada, onde ocorre a participação dos estudantes em decisões sobre questões escolares. Segundo Mello (2008), a literatura de enfermagem sugere que o enfermeiro psiquiátrico e de saúde mental aproxime-se do adolescente, considerando seu movimento em relação à vida adulta. A enfermagem tem como responsabilidade no trabalho em saúde com adolescentes, a busca da ampliação da autonomia e co-responsabilização desses adolescentes no lidar com a vida e a prevenção de agravos (RAMOS; PEREIRA; DA ROCHA, 2001). O enfermeiro psiquiátrico assumindo seu papel como agente educador, pode intervir positivamente no trabalho em saúde com adolescentes atuando juntamente com a família e a comunidade, orientando e educando sobre a saúde. O que me motivou a escolher esse tema para a pesquisa foi o fato de que o álcool por ser uma substância lícita e por haver por parte dos estabelecimentos públicos a venda indiscriminada dessa substância, seu uso pelos adolescentes esta iniciando cada vez mais cedo e muitas vezes sendo o precursor, ou seja, a porta de entrada para o uso de outras substâncias psicoativas, conseqüentemente causando sérios prejuízos na vida desses adolescentes entre eles o grande risco de se tornarem adultos usuários problema e/ou dependentes dessas substâncias, razão pela qual acredito ser importante ações preventivas junto a este seguimento da população. 10 2 Objetivo 2.1 Objetivo Geral: • Conhecer a produção bibliográfica sobre a prevenção ao uso de álcool e outras drogas na adolescência, no Brasil. 2.2 Objetivos Específicos: • Identificar as ações preventivas relacionadas ao uso de álcool e outras drogas entre adolescentes; • Identificar os fatores de risco e de proteção trazidos pelos autores. 11 3 Metodologia Este estudo utiliza o recurso metodológico da pesquisa bibliográfica, que segundo Hitchcock e Hughes (1995, p. 37): Amplia e refina o conhecimento existente; ajuda a definir e clarificar as questões da pesquisa; permite a identificação de lacunas e de áreas pouco exploradas; ajuda a esclarecer aspectos teóricos, metodológicos e analíticos; permite a identificação de debates atuais e controvérsias (HITCHCOCK, G.; HUGUES, 1995 apud DE MOURA, FERREIRA e PAINE 1998, p. 37). A primeira etapa foi à determinação do tema a ser pesquisado e após o levantamento da bibliografia específica realizando a busca de artigos no formulário avançado na base de consulta Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Foram utilizadas duas estratégias de pesquisa, sendo que numa delas utilizou-se os termos prevenção and álcool$ and adolesc$ no campo palavras e português no campo idioma, e na outra estratégia utilizou-se os termos prevenção and álcool$ no campo palavras, “esc.anna nery rev.enferm” no campo revista e “S” no campo tipo de literatura. Na primeira estratégia de busca foram encontrados 69 artigos, e na segunda estratégia foram encontrados 09 artigos, totalizando 78, sendo que 04 deles apareceram nas duas estratégias de busca. Após a leitura dos resumos foram selecionados 20 artigos, seguindo os critérios de inclusão: a presença das palavras “prevenção”, “álcool” e/ou “alcoolismo” e “adolescente” no resumo dos artigos e “alcoolismo/prevenção&controle” em descritores e artigos publicados em língua portuguesa. HITCHCOCK, G.; HUGUES. Research and the teacher: a qualitative introduction to shool based research. Londres; Nova York: Routledge; 1995. apud DE MOURA, M. L. S., FERREIRA, M. C.; PAINE, P. A. Decisões preliminares. In:______. Manual de elaboração de projetos de pesquisa. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 1998. cap. 1, p. 21-55. 12 Além disso, foi considerado como critérios de exclusão as teses, e as publicações anteriores ao ano 2000. A caracterização dos artigos selecionados foi realizada seguindo os critérios descritos abaixo: • Ano de publicação dos artigos; • Formação acadêmica do primeiro autor; • Estado da Federação no qual foi realizada a pesquisa; • Tipo de metodologia utilizada pelos autores. Para a análise qualitativa do material selecionado foram elaboradas as seguintes questões norteadoras: 1 Quais as ações preventivas trazidas pelos autores na prevenção ao uso de álcool e outras drogas entre adolescentes? 2 Quais os fatores de risco e de proteção que podem estar relacionados ao uso do álcool e outras drogas entre adolescentes? 13 4 Caracterização dos artigos selecionados Com relação ao ano de publicação dos artigos selecionados, observou-se que no intervalo entre os anos de 2000 a 2009, houve um aumento significativo de publicações no ano de 2007, conforme demonstra o gráfico 1: Gráfico 1: Caracterização dos artigos por ano de publicação. 0 1 2 3 4 5 6 7 2001 2002 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Quantidade de Artigos Publicados Em relação á formação acadêmica e profissional do primeiro autor, foi possível identificar que os profissionais da Enfermagem foram os que mais publicaram artigos nesta área, permitindo-nos inferir que estes profissionais preocuparam-se em enfocar o tema, considerando a importância das ações de prevenção, conforme mostra o gráfico 2: 14 Gráfico 2: Caracterização da formação acadêmica e profissional doprimeiro autor. 30% 20% 5% 10% 20% 10% 5% Acadêmico de Enfermagem Acadêmico de Medicina Artigo Não Traz Assistente Social Enfermeiro Psicólogo Terapeuta Ocupacional No gráfico 3, podemos observar que os Estados de Federação que mais publicaram artigos nesta área foram respectivamente o Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro. Gráfico 3: Caracterização dos Estados de Federação dos artigos selecionados 10% 5% 10% 30% 5% 40% Bahia Mato Grosso Paraná Rio de Janeiro Rio Grande do Sul São Paulo 15 Quanto a metodologia utilizada pelos autores, observa-se que 60% dos artigos selecionados são trabalhos de pesquisa de campo e 40% são de pesquisa bibliográfica. Gráfico 4: Descrição da metodologia utilizada pelos autores. 40% 60% Pesquisa Bibliográfica Pesquisa de Campo 16 5 Análise Na análise das ações preventivas ao uso de álcool e outras drogas entre adolescentes trazidas pelos autores, foi possível identificar que ações desenvolvidas na escola são de grande importância (ALVES; KOSSOBUDZKY, 2002; CAVALCANTE; ALVES; BARROSO, 2008; COSTA et al., 2007; LOPES et al., 2007; TAVARES; BÉRIA; LIMA, 2001). Estas ações possibilitam orientar os adolescentes que estão em fases iniciais do problema com o uso de álcool e outras drogas, sendo que o maior conhecimento desse grupo permite desenvolver estratégias de prevenção mais suscetíveis de resposta, tendo em vista que a maioria da população passa pela escola em idade e circunstâncias favoráveis para a assimilação de novos hábitos e conhecimentos (TAVARES; BÉRIA; LIMA, 2001). Desta forma, a escola é considerada como espaço facilitador para a promoção da saúde e prevenção de riscos, espaço este privilegiado para desenvolvimento de programas com ações preventivas mais efetivas através da orientação, criando espaços para discussões e reflexão focalizando este tema, sensibilizando o adolescente para os riscos, as causas e conseqüências do uso abusivo de álcool e outras drogas, oferecendo informações, desenvolvendo atividades educativas e de conscientização (LOPES et al., 2007). Segundo o mesmo autor, o relacionamento professor-aluno pode oferecer oportunidades para que o adolescente manifeste suas dúvidas e anseios, favorecendo o diálogo e o estabelecimento do vínculo, propiciando que ocorram ações preventivas de maior impacto no que diz respeito ao uso de álcool e outras drogas, substituindo o enfoque repressor pelo de orientação ao adolescente e criando espaços para discussões, pois acredita-se que quanto mais conscientes e 17 orientados os adolescentes estiverem menores serão os riscos de se envolverem com álcool e outras drogas. Outro aspecto destacado nos artigos analisados é a proposta de programas preventivos realizados em escolas do ensino fundamental e médio os quais conseguem atingir um público de adolescentes que ainda não iniciaram ou que estão em fase inicial do uso de álcool ou outras drogas e, portanto ações desenvolvidas nessa fase tendem a ter maior sucesso e são mais suscetíveis de respostas positivas (ALVES; KOSSOBUDZKY, 2002; CAVALCANTE; ALVES; BARROSO, 2008; COSTA et al., 2007; LOPES et al., 2007; TAVARES; BÉRIA; LIMA, 2001). Os autores Déa et al. (2004); Pinton, Boskovitz e Cabrera (2005); Zalaf e Fonseca (2007) propõem ações preventivas desenvolvidas em escolas de nível superior como Faculdades e Universidades nestas podendo ser desenvolvidas ações que levam em consideração os pressupostos da Política de redução de danos, pois abordam adolescentes que geralmente encontra-se em uma fase onde o uso e abuso de substâncias como o álcool e outras drogas já se fazem presentes e conseqüentemente causando danos a esses adolescentes. Esses programas se caracterizam em permitir que o adolescente problematize sua relação com o álcool e outras drogas de forma reflexiva, melhorando sua qualidade de vida, possibilitando ao jovem conhecer melhor os efeitos e os riscos que o uso abusivo pode causar, reduzindo os comportamentos de risco através da divulgação de informações a respeito de drogas lícitas e ilícitas, sensibilizando o adolescente, embora reconheçam a abstinência como resultado ideal, a redução de danos aceita alternativas que possam reduzir os danos associados ao uso das substâncias (DÉA et al., 2004; ZALAF; FONSECA, 2007). 18 Também foi possível identificar que os autores Alavarse e Carvalho (2006); Guimarães et al. (2009), destacam o ambiente familiar e as inter-relações entre seus membros, pois a família é o primeiro ambiente social do indivíduo, é responsável pela formação de sua personalidade, é no ambiente familiar que se aprende valores éticos, padrões de condutas, crenças e modos de ver o mundo, habilidades para enfrentar as situações da vida, sendo ambiente favorável para orientar o adolescente em relação aos riscos do uso abusivo de álcool e outras drogas dificultando que outros ambientes exerçam influência de risco na adolescência. Ações preventivas na família podem ocorrer através de uma adequada comunicação familiar (GUIMARÃES et al., 2009). Conforme traz Figlie et al. (2004) e Guimarães et al. (2009), a comunicação familiar favorece a orientação através de um relacionamento afetivo entre pais e filhos, estabelecendo uma relação de confiança, favorecendo o vínculo ao invés de relações baseadas em ameaças e medo. Para Cavalcante, Alves e Barroso (2008), a família deve envolver-se de maneira que ela assuma seu papel como responsável pela saúde de seus membros. Outro aspecto que chama atenção nos artigos é o papel da sociedade em relação a prevenção ao uso dessas substâncias, são necessárias ações que proponham efetivamente o controle do consumo de álcool, através do estabelecimento de normas de controle social por meio de políticas públicas efetivas através do aumento dos preços das bebidas alcoólicas por meio de taxação; fiscalização de idade mínima para consumo, compra e venda de bebida alcoólica; restrição da disponibilidade do álcool ; delimitação de horários de funcionamento, sistema de licença e leis de zoneamento para pontos de venda de álcool e restringir 19 a existência desses estabelecimentos perto das escolas ( ALAVARSE ; CARVALHO, 2006; LOPES et al., 2007; VIEIRA et al., 2007). Há necessidade de restringir e controlar as propagandas que estimulam o uso de substâncias lícitas como o álcool, devido a elas trazerem um forte apelo em favor do seu consumo, essas são medidas trazidas por alguns autores como fatores preventivos ao uso de álcool e outras drogas entre adolescentes (ACAUAN; DONATO; DOMINGOS, 2008; ALAVARSE; CARVALHO, 2006; ALVES et al., 2005; COSTA et al., 2007; FONSECA, 2007; SILVA et al., 2007). As campanhas informativas veiculadas através da grande mídia (rádio, TV), devido ao seu longo alcance podem levar informações mais claras a respeito destas substâncias e suas graves conseqüências (FONSECA, 2007). Para os autores Costa et al. (2007) e Fonseca (2007), o contexto das campanhas educativas veiculadas pela mídia que enfatizam os aspectos negativos das substâncias, podem ter baixo impacto na mudança de comportamento e adesão as propostas preventivas, sendo necessária qualificação e adequação das informações. Outro aspecto identificado é o desenvolvimento de ações intersetoriais articuladas envolvendo a família, escolas, trabalho e recursos da comunidade como um todo, sendo assim possível identificar sinais precoces de comportamento de dependência, através do conhecimento das peculiaridades sobre o comportamentodo adolescente para que seja possível tomar providências com maiores chances de sucesso, sendo assim necessário desenvolver ações conjuntas, promovendo o vínculo, enfocando idéias direcionadas ao adolescente, considerando suas necessidades (ALAVARSE; CARVALHO, 2006; ALVES; KOSSOBUDZKY, 2002; 20 CAVALCANTE; ALVES; BARROSO, 2008; LOPES et al., 2007; SOUZA; FILHO, 2007). Outras ações preventivas trazidas por Cavalcante, Alves e Barroso, (2008) e Fonseca (2007), propõem programas de prevenção elaborados pela rede básica de saúde, viabilizando o acesso do adolescente aos serviços de saúde e informação, por ser a porta de entrada dos serviços em saúde, devem trazer o adolescente para as unidades a fim de favorecer o contato deste com a equipe de saúde e assim disponibilizar os serviços de apoio e acesso à informação. Silva et al. (2007), entendem que o Programa de Saúde da Família (PSF), que tem o enfermeiro a sua frente, e preconiza como fundamento tratar a família em sua própria moradia, propicia a implementação de práticas educativas através da conscientização em relação aos comportamentos de risco do adolescente podendo ser uma forma para prevenir o uso de álcool e outras drogas na adolescência. A implantação de políticas públicas mais abrangentes, especialmente voltadas para adolescentes, a fim de que essa população passe a se prevenir, sugerindo a necessidade de integrar a prevenção ao uso de álcool e outras drogas à de infecções sexualmente transmissíveis é defendida por um dos autores como medida de prevenção a ser adotada (BERTONI et al., 2009). Tentando identificar os fatores de risco e de proteção relacionados ao uso de álcool e outras drogas entre adolescentes foi possível observar nos artigos analisados que esses fatores podem ser identificados nos próprios indivíduos, em suas famílias, em seus pares, na escola, na comunidade e, em qualquer nível de convivência sócio-ambiental, os quais irão exercer influência no comportamento do adolescente. 21 Da mesma forma que se identifica os fatores de risco atuantes em cada um dos aspectos citados, os mesmos também podem atuar como fatores de proteção. Identificamos como fatores de risco em relação ao próprio indivíduo aspectos da subjetividade do adolescente e de seus conflitos, tanto individuais quanto familiares (COSTA et al., 2007; DÉA et al., 2004). O comportamento anti-social, adolescentes com fracos suportes, menos vínculos em atividades coletivas, a curiosidade e busca de novas experiências e a onipotência presente no comportamento do adolescente nesta fase do desenvolvimento (ALVES et al., 2005; COSTA et al., 2007; FIGLIE et al., 2004; ZALAF ; FONSECA, 2007). Para Costa et al. (2007) e Silva et al. (2007), problemas psicoemocionais como depressão, ansiedade exagerada, baixa auto estima e a insatisfação com a qualidade de vida, podem tornarem-se fatores de risco para o uso de álcool e outras drogas. Em relação a família, observa-se através da leitura dos artigos que há quase uma unanimidade entre os autores quanto a sua importância como fator de risco e/ou de proteção ao uso de álcool e outras drogas. De acordo com Almeida; Oliveira e Pinho (2008), a família está implicada no desenvolvimento saudável e não saudável dos adolescentes, juntamente com a escola e grupos de amigos, a família exerce grande influência na manifestação do uso de álcool e outras drogas. O ambiente familiar pode se constituir um fator de risco em casos de famílias desestruturadas, desorganizadas e disfuncionais, ou seja, aquelas nas quais existe uma comunicação inadequada e não se estabelecem regras e limites (FIGLIE et al., 2004; GUIMARÃES et al., 2009). 22 Segundo Guimarães et al. (2009), uma atmosfera familiar precária, sem laços estreitos e não havendo felicidade nesse ambiente, não se sentir aceito na família e a inabilidade das famílias em criar seus filhos poderão resultar em vínculos familiares precários, levando o adolescente a se envolver com grupos que fazem o uso de substâncias psicoativas. Pais e filhos com padrões de interação inadequados que acabam por promover agressividade e comportamento anti-social, aumentam o risco de envolvimento do adolescente com substâncias psicoativas ( FIGLIE et al., 2004). Alguns autores trazem que familiares com história de uso de álcool e outras drogas, exercem grande influência para que o adolescente se torne dependente dessas substâncias (ALVES et al., 2005; ALVES; KOSSOBUDZKY, 2002; COSTA et al., 2007; FIGLIE et al., 2004; GUIMARÃES et al., 2009; SILVA et al., 2007; VIEIRA et al., 2007). Segundo Figlie et al. ( 2004), ser filho de dependente químico pode ser risco aumentado para o consumo de substâncias psicoativas, pois crescer em uma família que possui um dependente químico é um desafio que poderá ajudar o adolescente a desenvolver capacidades para lidar com situações estressantes e resolver problemas, ou desestruturar seu desenvolvimento saudável. Outro aspecto identificado como um potencial fator de risco para o uso de álcool e outras drogas entre adolescentes é o consumo dessas substâncias na própria família ou em companhia dos pais (ALVES et al., 2005; CAVALCANTE; ALVES; BARROSO, 2008; FIGLIE et al., 2004; GUIMARÃES et al., 2009; SILVA et al., 2007; VIEIRA et al., 2007). Nota-se que muitos pais se preocupam com a possibilidade do filho usar algum tipo de substância ilícita e não percebe o uso do álcool como substância de abuso, percebendo risco somente na substância ilícita. 23 O comportamento dos pais em relação as substâncias, a exemplo do álcool, o fato do adolescente experimentar e consumir esta substância junto com a família, em ambiente protegido, transformando seu uso em algo comum, pode dar ao adolescente a falsa noção de que este ato não poderá acarretar maiores consequencias para sua vida ( ALAVARSE ; CARVALHO, 2006; FIGLIE et al., 2004). A violência familiar (maus tratos, brigas, agressões físicas no lar), ou seja, processos familiares estes que envolvem interações baseadas em ameaças e medo podem ser um preditor de problemas de comportamento, os quais são apontados por alguns autores fatores de risco para o uso de álcool e drogas entre adolescentes ( ALAVARSE ; CARVALHO, 2006; CAVALCANTE; ALVES ; BARROSO, 2008; COSTA et al., 2007; FIGLIE et al., 2004; GUIMARÃES et al., 2009; ZALAF ; FONSECA, 2007). De acordo com Figlie et al. (2004) e Guimarães et al. (2009), pais que não se interessam pelas atividades diárias de seus filhos (monitoramento parentais inadequados), não estipulam regras e limites aos mesmos, podem favorecer a indisciplina e manifestação de comportamentos inadequados. Para Figlie et al. (2004), a falta de afeto e a não participação dos pais no cotidiano de seus filhos estão associados ao fato de o adolescente unir-se a uma turma de companheiros que aceitam o comportamento de uso de drogas. Ainda relacionado a família, como fator de risco para o uso de álcool e outras drogas alguns autores apontam as dificuldades financeiras com privações econômicas extremas, as más condições de moradia e desemprego (COSTA et al., 2007; ZALAF; FONSECA, 2007). 24 No que se refere as relações interpessoais estas podem tornarem-se fatores de risco devido as dificuldades nos relacionamentos afetivos, o fato de ser mais susceptível a pressão dos pares, ou seja, influência dos amigos, colegas de escola, amigos usuários de drogas, inclusão em grupos com comportamentos inadequados, podem ser a principal forma de aquisição de substâncias psicoativas, sendo que esta influência nas relações interpessoais pode determinar maior ou menor vulnerabilidade para o consumo de álcool e outras drogas ( ALVESet al., 2005; ALVES ; KOSSOBUDZKY, 2002; CAVALCANTE; ALVES ; BARROSO, 2008; COSTA et al., 2007; DÉA et al., 2004; GUIMARÃES et al., 2009; SILVA et al., 2007; VIEIRA et al., 2007). Para Déa et al. (2004), o contexto sociocultural no qual o adolescente está inserido pode funcionar como reforçador para o uso de álcool e outras drogas, ou seja, ele é incentivado a fazer uso de substâncias dentro de um grupo tendo este comportamento com a finalidade de integração e socialização. Alguns autores apontam como fatores de risco no ambiente escolar as dificuldades na aprendizagem, queda ou baixo desempenho escolar, o absenteísmo a escola, bem como uma política de ensino falho e sem atrativos podendo constituir- se como fatores de vulnerabilidade para o uso de álcool e outras drogas (ALVES ; KOSSOBUDZKY, 2002; COSTA et al., 2007; SILVA et al., 2007; TAVARES; BÉRIA ; LIMA, 2001). Alguns autores trazem a importância dos fatores sociais entre eles o papel da mídia neste contexto, através da veiculação massiva de propagandas que tem no público adolescente um alvo vulnerável, essa cultura globalizante vem utilizando os meios de comunicação (internet, TV) como forma de massificação dos costumes, podendo interferir no comportamento do adolescente (ACAUAN; DONATO; 25 DOMINGOS, 2008; ALAVARSE; CARVALHO, 2006; CAVALCANTE; ALVES; BARROSO, 2008; COSTA et al., 2007). Desta forma acreditamos que lançam estilos e costumes de vida e conseqüentemente incentivam condutas que podem levar ao uso de substâncias psicoativas. Podem também se constituir fatores de risco a grande disponibilidade comercial de drogas lícitas, facilidade de acesso dessas substâncias, baixo preço, a omissão do poder público, a permissividade e aprovação da sociedade em relação a algumas substâncias, como a exemplo do álcool, o que torna a aquisição possível ao adolescente (ALAVARSE ; CARVALHO, 2006; CAVALCANTE; ALVES ; BARROSO, 2008; COSTA et al., 2007; PINTON; BOSKOVITZ ; CABRERA, 2005; SILVA et al., 2007; VIEIRA et al., 2007). Vivemos em um país com uma cultura onde é comum a compra de substâncias como o álcool por pais acompanhados pelos filhos, ou pelo próprio adolescente, embora a venda seja proibida para menores de 18 anos. Segundo trazem alguns autores isto se dá devido a normas sociais que estimulam o hábito de beber socialmente e a falta de fiscalização adequada para a venda, sendo comum a compra por menores de 18 anos (ALAVARSE ; CARVALHO, 2006; CAVALCANTE; ALVES ; BARROSO, 2008; COSTA et al., 2007; PINTON; BOSKOVITZ ; CABRERA, 2005). Acreditamos que torna-se necessário políticas de controle social mais efetivas, através de leis que façam com que estabelecimentos como bares estejam localizados fora da área de abrangência das escolas e que ocorra também um controle rigoroso da venda de substâncias para menores. Em relação ao trabalho alguns autores trazem que embora certos segmentos da sociedade considerarem o trabalho uma fonte de benefícios para o adolescente, 26 elevando sua auto-estima, responsabilidade, autonomia e preparação para a vida adulta, o cansaço decorrente do trabalho precoce reduz a capacidade de concentração, diminuindo os índices de freqüência escolar, e pode ser um fator de risco para o uso precoce de substâncias psicoativas (SOUZA ; FILHO, 2007). De acordo com Silva et al. (2007) “muitos ambientes de trabalho são favoráveis ao consumo de substâncias psicoativas”. Em relação aos fatores de proteção ao uso de álcool e outras drogas, identificamos que alguns autores trazem aspectos encontrados no indivíduo como as habilidades de competência pessoal, ou seja, habilidades de resistência ao consumo, a capacidade de resistir às pressões internas e externas que facilitam o uso de álcool e outras drogas (DE MICHELI; FISBERG ; FORMIGONI, 2004; FIGLIE et al., 2004). Esta capacidade de resistir as pressões externas e internas é apontada por Figlie et al. (2004), como característica de uma personalidade resiliente, que se caracteriza por saber lidar com o estresse, com situações de pressão e desafios, capacidade de lidar com desapontamentos, em geral demonstram capacidade de resolver problemas e interagir adequadamente com outras pessoas, o que pode explicar como alguns adolescentes conseguem lidar com grandes dificuldades na vida, enquanto outros podem se tornar vítimas de suas experiências. Os autores Alavarse e Carvalho (2006); Silva et al. 2007 e Souza e Filho (2007), destacam como fatores de proteção manter condutas saudáveis, desenvolvimento de auto- confiança e auto- estima; e ter responsabilidade pessoal. A família também atua como fator de proteção auxiliando o adolescente a desenvolver competências para lidar com situações estressantes e soluções de problemas (ALVES; KOSSOBUDZKY, 2002; FIGLIE et al., 2004). 27 O grupo familiar pode ensinar o adolescente a distinguir entre o certo e o errado, educar e orientar para a saúde e sobre as drogas visando a manutenção de condutas saudáveis, manter um relacionamento de confiança fazendo seus filhos se sentirem seguros e amados (ALAVARSE ; CARVALHO, 2006; CAVALCANTE; ALVES ; BARROSO, 2008; GUIMARÃES et al., 2009). Também são identificados como fatores de proteção relacionados à família a importância dos laços afetivos intrafamiliares, onde os problemas são conversados, ou seja, ocorre uma comunicação familiar que funciona para melhorar a relação entre pais e filhos pois sem uma relação de confiança e afeto entre pais e filhos, o adolescente não aceita a autoridade e estabelecimento de regras e limites colocados pelos pais ( FIGLIE et al., 2004; GUIMARÃES et al., 2009). Para Cavalcante, Alves e Barroso (2008), os pais devem se aproximar de seus filhos nessa fase conturbada de suas vidas, mantendo uma convivência familiar saudável. De acordo com Alavarse e Carvalho (2006), um ambiente familiar adequado, sem violência, onde os problemas são conversados, pais que se interessam pelos filhos, há menor probabilidade do uso de substâncias psicoativas. Segundo Guimarães et al. (2009), a família é um lugar privilegiado para a promoção da educação, mesmo que o adolescente passe a conviver mais em outros ambientes, como escola, clubes, shoppings, é no ambiente familiar que os valores morais e os padrões de conduta são adquiridos e se esses valores não são adquiridos adequadamente os outros ambientes poderão ter influência de risco na adolescência. Acreditamos que torna-se necessário que ocorram mudanças nas atitudes dentro das famílias, no que se refere aos hábitos de consumo de substâncias dentro 28 de casa, como o álcool, não incentivar o uso pelos adolescentes, e como fator fundamental orientar os filhos sobre os prejuízos causados pelo uso de álcool e outras drogas. A escola também pode funcionar como fator de proteção oferecendo um sistema escolar atraente (ALVES; KOSSOBUDZKY, 2002). O ambiente de ensino pode propiciar e permitir uma educação para a saúde consciente, participativa, através da orientação, discussões e conscientização do adolescente sobre o uso de substâncias psicoativas, sensibilizando e favorecendo a modificação de atitudes diante das substâncias psicoativas (ALAVARSE; CARVALHO, 2006; LOPES et al., 2007; PINTON; BOSKOVITZ; CABRERA, 2005). Neste sentido para Lopes et al. (2007), o professor é elemento fundamental nesta proteção através de ações simples como verbalizar expectativas positivas com relação ao aluno, estimular a continuação dos estudos, promoverem atividades criativas e extracurriculares para criação de vínculos entre alunos, escola, pais e comunidade, e desta forma a escola poderá atuar como veículo de informação adequada sobre a questão douso dessas substâncias. Alguns autores trazem como fator de proteção a prática de esportes, propiciando ao adolescente esporte e lazer acrescentando valores positivos ao seu desenvolvimento físico e emocional (ALAVARSE; CARVALHO, 2006; CAVALCANTE; ALVES; BARROSO, 2008; COSTA et al., 2007). Em contrapartida, Souza e Filho (2007) trazem que em um estudo realizado com estudantes constatou-se que a prática de esportes não é um fator protetor para restringir o uso de álcool e outras drogas e que ainda na sociedade tem-se a idéia de que manter o adolescente ocupado com essas atividades o impediria de contato com essas substâncias. 29 Para Alves e Kossobudzky (2002), resgatar o valor do trabalho por ele oferecer sentido a vida, é modo de alcançar uma posição social, possibilita o desenvolvimento de autonomia, integração social e satisfação profissional e pode funcionar como fator de proteção ao uso de álcool e outras drogas na adolescência. 30 6 Considerações finais Consideramos que este estudo foi efetivo para identificar as principais ações preventivas em relação ao uso de álcool e outras drogas na adolescência. Foi possível identificar que os adolescentes devem receber orientações a respeito dessas substâncias nos locais de seu convívio, como a escola, grupos de jovens, grupos de orientação em postos de saúde, na família, ou seja, nos locais onde eles possam se encontrar. As ações preventivas podem ser realizadas através de discussões, reflexões, conscientização do adolescente com o propósito de promover a mudança de comportamento, sendo que essas ações podem ser efetivas na tentativa de buscar diminuir o número de adolescentes que iniciam o uso dessas substâncias. Acreditamos que é importante estar atento para as peculiaridades e necessidades do adolescente, oferecendo o suporte adequado para suas demandas e que o contexto no qual ele está inserido é fundamental para o seu desenvolvimento biopsicossocial. 31 Referências ACAUAN, L.; DONATO, M.; DOMINGOS, A. M. Alcoolismo: um novo desafio para o enfermeiro. 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Orientador: Prof. Dr. Adalberto Jesus Silva da Rosa Trabalho de Conclusão de Curso (Programa de Aprimoramento Profissional) – Secretaria de Estado da Saúde, elaborado na Faculdade de Medicina de Marília em Enfermagem em Psiquiatria e Saúde Mental. Área: Saúde Mental. 1. Adolescente. 2. Transtornos relacionados ao uso de substâncias. 3. Prevenção & controle.
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