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avaliação nutricional em crianças

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Avaliação na 
Educação Infantil 
O processo precisa considerar o percurso trilhado pelos pequenos, 
sem julgamentos, notas ou rótulos e fornecer elementos para a 
equipe repensar as práticas 
por: 
KP 
 
Karina Padial 
01 de Outubro 2014 - 12:00 
 
 
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As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil 
(DCNEI) determinam, desde 2009, que as instituições que atuam 
nessa etapa de ensino criem procedimentos para a avaliação do 
desenvolvimento das crianças. Esse processo não deve ter como 
objetivo a seleção, a promoção ou a classificação dos pequenos e 
precisa considerar "a observação crítica e criativa das atividades, das 
brincadeiras e interações das crianças no cotidiano" e empregar 
múltiplos registros. Tais apontamentos, no entanto, ainda geram 
dúvidas e interpretações equivocadas. Por isso, não são raros casos de 
aplicação de provas para turmas de 3 anos, como relatou Rita Coelho, 
coordenadora-geral de Educação Infantil do Ministério da Educação 
(MEC), no 1º Seminário Nacional de Avaliação da Educação Infantil, 
realizado em São Paulo. 
 
Outra estudiosa do tema, Gabriela Portugal, professora da 
Universidade de Aveiro, em Portugal, acrescenta que a avaliação 
nessa etapa, geralmente, é dominada pelo uso de instrumentos 
normativos, direcionados para a identificação das deficiências das 
crianças e que não atentam para os componentes social, cultural e de 
interação inerentes ao processo de ensino e de aprendizagem. "Há um 
desafio importante e atual, o abandono de práticas descontextualizadas 
que ignoram a individualidade das crianças e a procura de abordagens 
que captem a unicidade e a autenticidade de cada uma delas, 
considerando o desenvolvimento dentro dos contextos e das rotinas", 
ressalta Gabriela. 
Em 2012, o grupo de trabalho do MEC sobre essa temática publicou o 
documento Educação Infantil: Subsídios para Construção de uma 
Sistemática de Avaliação, em que aponta que hoje se sabe que a 
meninada não se desenvolve toda da mesma maneira e que ela sofre a 
influência da realidade cultural e social em que está inserida. A 
utilização de instrumentos pontuais leva à rotulação e ao estigma dos 
pequenos, quando o foco precisa estar em como eles agem durante as 
práticas e interações possibilitadas na escola. 
 
Os riscos de avaliar mal não param por aí. Ao dizer que uma criança 
não se comporta como deveria, pode-se deixar de ver os avanços que 
ela já alcançou. Ao pensar, por exemplo, que ela está adquirindo a 
habilidade de se equilibrar apenas se for bem em um teste realizado 
com cordas, pode-se ignorar o fato de que ela consegue subir e descer 
do trepa-trepa sem nenhum problema. Além disso, instrumentos 
classificatórios favorecem que o professor direcione seus esforços, 
buscando que a turma seja treinada para obter sucesso em uma ação 
específica, o que é um grave problema. 
 
"A criança não pode se sentir integrada a uma escola que lhe 
proporciona uma situação constante de prova, de teste, onde a tensão 
se mantém e onde ela e sua família são prejulgadas e 
responsabilizadas pelo fracasso", alerta Jussara Hoffmann, mestre em 
avaliação educacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro 
(UFRJ), no livro Avaliação e Educação Infantil - Um Olhar Sensível e 
Reflexivo sobre a Criança (152 págs., Ed. Mediação, tel. 51/3330-
8105, 42 reais). 
 
Por tudo isso, é fundamental a construção de um modelo que leve em 
conta o processo educacional, baseado em informações recolhidas ao 
longo do tempo por meio de situações significativas no contexto das 
atividades realizadas pelos meninos e pelas meninas e que atenda ao 
que eles conhecem e são capazes, sem nunca serem penalizados pelo 
que ainda não sabem. 
 
Esses pontos pressupõem um planejamento que guie todos no sentido 
da concepção de avaliação que se quer implementar, a formação em 
serviço dos professores e a elaboração de instrumentos que consigam 
registrar o percurso realizado e dividir os avanços com as famílias. 
Com o objetivo de colaborar com essa reflexão e com a transformação 
de tudo isso em ação efetiva, esta reportagem esmiúça cada uma das 
etapas desse ciclo que se retroalimenta constantemente. 
O ciclo da avaliação na Educação Infantil 
 Concepção e planejamento 
 Formação 
 Instrumentos 
 Socialização das informações 
Concepção e planejamento 
Diretrizes revelam a análise que se deseja fazer 
 
Escuta das crianças No CMEI Yeda Barradas Carneiro, em Salvador, a turma também ajuda na escolha 
das produções 
O projeto político-pedagógico (PPP) da instituição de Educação 
Infantil deve ser pensado de maneira a promover situações que 
desafiem o que cada menina ou menino já sabe, possibilitar que eles 
se apropriem de diferentes linguagens e saberes, assegurar que 
manifestem seus interesses, desejos e curiosidades e valorizar as 
produções individuais e coletivas. Para se chegar a isso, é necessário 
que o processo educativo contemple a avaliação e, por meio dela, a 
constante reflexão sobre os resultados alcançados. "A ação pedagógica 
só vai favorecer o desenvolvimento dos pequenos se, primeiro, for 
planejada; segundo, colocada em prática; terceiro, avaliada; e, quarto, 
replanejada", afirma Marlene Oliveira dos Santos, representante do 
Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (Mieib), em 
Campo Grande. 
 
No CMEI Yeda Barradas Carneiro, em Salvador, que tem turmas até 5 
anos, a diretora Lininalva Queiroz afirma que a avaliação realizada 
revela os princípios educacionais da instituição. "Para manter o foco 
no desenvolvimento da criança, precisamos respeitar a individualidade 
dela e a escutar, tanto ao buscar sua fala como, principalmente, 
observando atentamente suas expressões, manifestações e 
aprendizagens", diz. Catarina de Souza Moro, pesquisadora da 
Universidade Federal do Paraná (UFPR) e integrante do grupo de 
estudos do MEC sobre avaliação da Educação Infantil, considera essa 
escuta fundamental. É possível conversar com os pequenos, perguntar 
sobre determinadas atividades, saber o que eles mais gostaram e pedir 
a ajuda deles no momento de organizar o portfólio de produções. 
"Experiências nesse sentido já nos mostraram que eles conseguem 
fazer uma apreciação crítica sobre as próprias produções. Eles falam 
coisas como ‘antes eu não sabia escrever meu nome’ ou ‘olha como eu 
desenho bem melhor hoje’", diz. Além de permitir que eles expressem 
algumas opiniões sobre suas experiências, essa situação dá pistas 
sobre como eles veem suas aprendizagens. 
 
As premissas que integram o PPP também devem refletir na definição 
dos procedimentos que norteiam a avaliação. Esse cuidado está 
presente nos planos, anual e semestrais, e no planejamento dos 
professores do CMEI Yeda Barradas Carneiro. "Com esses 
instrumentos, conseguimos refletir se as práticas e as estratégias estão 
adequadas aos objetivos que queremos alcançar", afirma a 
coordenadora pedagógica Aline Assis. 
Formação 
Clareza sobre como e por que olhar para a turma 
 
Reuniões pedagógicas A coordendora Elisângela (à esquerda), de São José dos Campos, planeja 
encontros para discutir avaliação 
Uma vez que a instituição entende que a avaliação faz parte do 
processo educativo, cabe ao coordenador fazer com que as diretrizes 
sejam apropriadas pelos docentes. Esse é o primeiro ponto que um 
plano de formação sobre o tema tem de contemplar. Com essa 
sensibilização realizada, deve-se iniciar a reflexão sobre o que se 
pretende observar e que critérios levar em conta. Boa parte da 
discussão se baseia no currículo da instituição.Nas EMEIs Maria José Guido, Jardim Morumbi e Rio Comprido, 
todas em São José dos Campos, a 90 quilômetros de São Paulo, que 
formam o núcleo Região 10, a coordenadora pedagógica Elisângela 
Siqueira elaborou, junto com os professores, indicadores para os 
diferentes eixos da Educação Infantil. Eles orientam as observações e 
os registros e são retomados, frequentemente, a fim de que sejam 
analisados e aprimorados. Em encontros sobre o tema, a coordenadora 
discutiu diversos tipos de documentação, como o relatório de 
adaptação, o portfólio de imagens e os pareceres. Pouco antes do fim 
do semestre, quando a equipe deveria produzi-los, ela retomou o 
assunto, mais focada na forma como eles seriam apresentados aos 
pais. 
 
Outro ponto fundamental para análise é como fazer o 
acompanhamento das crianças. Uma das possibilidades é o 
coordenador orientar a equipe docente a fazer uma programação para 
cobrir diferentes aspectos ao longo de um determinado período. Cabe 
incluir uma atividade com materiais, outra coletiva, no parque, uma 
roda de leitura e um passeio. Essa sistemática permite avaliar as áreas 
mais bem-sucedidas e o que ainda requer ajustes. 
 
A reflexão constante também implica não aceitar o trabalho como 
encerrado. Considerar questões como "Que problemas a turma 
apresentou com as estratégias que eu sugeri?" e "O que aprendi com 
essa experiência?" ajudam na problematização. Nesse momento, o 
gestor pode trazer um olhar de fora da situação, fazendo perguntas que 
levem a uma análise crítica. 
 
Como se vê, a formação não termina quando a ação é iniciada. Pelo 
contrário, ela fornece elementos para que o gestor atue no sentido de 
aperfeiçoar as práticas e o próprio processo avaliativo. "Quando os 
registros são compartilhados com a coordenação, ela pode identificar 
elementos da atuação docente que precisam de intervenções e que se 
transformam em novos objetos de estudo", afirma a pesquisadora 
Catarina. Por essa razão, Elisângela faz questão de ler todos os 
relatórios individuais e coletivos produzidos pelos 22 docentes e 
escrever devolutivas sobre eles. No final do ano passado, por 
exemplo, ela percebeu que os professores não estavam se 
aprofundando no eixo de Música. Por isso, o período letivo já 
começou com formações sobre o tema. 
Instrumentos 
Muito mais que meros formulários 
"A observação e o registro permitem a avaliação contínua e 
processual. Por meio deles, docentes e coordenadores pedagógicos 
acompanham o que está sendo construído no dia a dia das turmas", 
aponta o livro O Trabalho do Professor na Educação Infantil (420 
págs., Ed. Biruta, tel. 11/3081-5741, 59 reais), organizado por Zilma 
Ramos de Oliveira, coordenadora do Instituto Superior de Educação 
Vera Cruz (ISE Vera Cruz). Os dois instrumentos são os mais 
defendidos por estudiosos da área porque respeitam a individualidade 
dos pequenos, consideram o contexto em que eles estão inseridos e 
são realizados pelos adultos que mediam as ações. 
 
Com a observação, o educador tem a oportunidade de conhecer cada 
um, as reações, os hábitos alimentares, as brincadeiras preferidas e 
vários outros detalhes. Por isso, ela é uma grande aliada na avaliação 
dos bebês e colabora para que se compreenda a forma como se 
expressam mesmo antes de falar convencionalmente. 
 
O livro organizado por Zilma aponta três características fundamentais 
na observação. A primeira, o foco, pressupõe que se tenha um objeto 
de análise, que pode ser a criança, o grupo, uma situação ou uma 
atividade. A segunda, o objetivo, indica que é importante que ela 
aconteça para que se conheça melhor algum aspecto da aprendizagem. 
E a terceira, a continuidade, se explica pelo fato de que o 
desenvolvimento infantil não se esgota ou não está limitado a um 
episódio pontual. São elas que asseguram que esse instrumento não 
vai ser utilizado apenas para que o professor preencha formulários 
com sim e não, e que gere subsídios para repensar a ação educativa. 
 
A observação pode ser realizada de duas maneiras. Em uma delas, o 
olhar fica livre para notar o que está acontecendo naquele momento e 
a outra é mediada por uma pauta que, portanto, pressupõe uma 
antecipação e um planejamento. No Espaço da Vila, em São Paulo, as 
perguntas que orientam a análise das turmas até 3 anos são elaboradas 
coletivamente pela coordenação e a equipe docente (veja alguns 
modelos utilizados por lá). Durante uma situação de desafios motores, 
por exemplo, os professores ficam atentos a aspectos como se o bebê 
engatinha, mantém-se de pé com apoio e desloca-se apoiado na 
parede. 
 
Obviamente, a memória não é suficiente para guardar tantas 
informações. Por isso, temos de lançar mão dos registros. Eles são 
fundamentais para que o educador anote tudo o que lhe chama a 
atenção e o que os pequenos revelam. É importante que o coordenador 
instrua os docentes a anotar, de preferência, simultaneamente à 
observação, o nome da criança, a idade e os locais e os horários em 
que determinado fato aconteceu. Só assim, ao final de um período, ele 
conseguirá dar sentido para anotações diárias que podem, a princípio, 
lhe parecer desarticuladas. A organização dos registros, no entanto, 
pode ser feita de diversas maneiras. Um caderno em que cada folha 
seja reservada a um bebê é uma boa opção. 
 
"Eles representam a análise e a reconstituição da situação vivida pelo 
educador na interação com as crianças. Ao registrar o que observa, ele 
reflete sobre a evolução do seu próprio trabalho e sobre suas posturas 
pedagógicas", afirma Jussara Hoffmann, em seu livro. Além disso, 
segundo ela, um registro bem feito possibilita que se retome essas 
anotações e veja se as intervenções elaboradas com base nele surtiram 
algum efeito. 
 
O coordenador também precisa lembrar o grupo dos diferentes tipos 
de registro. Por exemplo, se o ano começa e o professor conhece 
pouco a turma, um bom instrumento para a análise é a ficha de 
adaptação, na qual se pode registrar preferências e reações que cada 
um manifesta no primeiro contato com uma situação nova. 
 
A documentação não é composta somente de material escrito. Fotos, 
vídeos, áudios e as produções nas múltiplas linguagens devem ser 
guardados e organizados. Silvana Augusto, coordenadora de projetos 
do Instituto Avisa Lá, em São Paulo, comenta, no livro O Trabalho do 
Professor na Educação Infantil, que uma gravação sobre tudo o que 
foi dito pelas crianças em uma roda de conversa colabora para 
observar como elas se comunicam e como as ideias sobre determinado 
tema vão se modificando. 
 
O vídeo, por sua vez, traz a ação com todas as variáveis que 
interferiram no desenvolvimento da atividade e permite que aquele 
momento seja visto várias vezes, captando percepções sobre os 
pequenos que não foram possíveis na observação direta. E a foto ajuda 
a refletir sobre a organização do espaço e sobre detalhes, como os 
gestos durante uma pintura ou desenho. Lembre que quando as 
imagens forem selecionadas para compor o relatório final, elas 
precisam estar acompanhadas da data em que a situação foi registrada 
e de um comentário (se não há o que falar, reflita se ela é realmente 
necessária). 
 
Para Marlene, do Mieib, esse processo precisa ter polifonia, ou seja, 
múltiplas vozes. "O olhar sobre a meninada é enriquecido quando, 
além do professor, outros adultos que acompanham suas 
aprendizagens são ouvidos", diz. Na Creche-Escola Paulo Rosas, em 
Recife, que atende crianças até 4 anos, duas vezes por semestre, os 
docentes e os auxiliares se reúnem para discutir o desenvolvimento de 
cada menino e menina.Em muitos desses encontros, participam outros 
funcionários, como a cozinheira que é envolvida na conversa sobre 
alimentação e a equipe de limpeza que contribui na discussão sobre o 
desfralde. "A troca de informações, que resulta em uma avaliação 
coletiva, amplia a reflexão sobre nossas ações", afirma a coordenadora 
pedagógica Marcela de Cássia Melo Figueiredo. 
Socialização das informações 
Cuidado! Esse documento é público 
Dividir impressões O vídeo, produzido pela equipe da creche de 
Recife, mostra aos pais a vivência das crianças 
 
Toda a documentação reunida embasa a elaboração de relatórios que 
mostram o desenvolvimento dos pequenos, a interação deles com as 
várias linguagens e a convivência com os colegas e os educadores. 
"Ela representa a memória ressignificada da história vivida pela 
criança na instituição e favorece a continuidade do processo 
avaliativo", diz Jussara Hoffmann. 
 
Por meio do relato construído pelo professor com a orientação do 
coordenador, o percurso de aprendizagem da meninada pode e deve 
ser compartilhado com os demais educadores e com as famílias. Isso é 
fundamental, por exemplo, para garantir que um professor, ao assumir 
uma turma, conheça o que se passou com cada um dos meninos e das 
meninas no ano anterior. Por isso, vale arquivá-lo na escola durante 
todo o tempo de permanência da criança. Nas EMEIs da Região 10, 
em São José dos Campos, antes do início do período letivo, quando o 
docente é informado sobre o grupo com o qual vai trabalhar, ele 
recebe, junto com as fichas de matrícula, o relatório individual do ano 
anterior. "Eles ficam com o documento ao longo de todo o ano para 
que possam consultar sempre que necessário", diz Elisângela. 
 
Os pais também devem ter acesso ao relatório. Ali, eles conseguem 
visualizar o caminho trilhado pelo filho e os avanços que ele vem 
obtendo. Além disso, esse material colabora para prestar contas sobre 
o que foi realizado. Na Creche-Escola Paulo Rosas, em Recife, é 
durante a reunião de pais que a troca acontece. "Não fazemos apenas 
uma entrega, é um momento de conversa e discussão", ressalta 
Marcela. Primeiro, o professor atende individualmente às famílias e, 
com base no relato, fala sobre os desafios propostos, os avanços e as 
habilidades que foram conquistadas. Depois, os responsáveis 
participam de uma apresentação coletiva, em que os docentes contam 
sobre as experiências do grupo. Para isso, muitas vezes, eles 
apresentam vídeos. 
 
Outra estratégia possível é enviar o parecer para casa, permitindo que 
os pais façam a leitura antes do encontro. Dessa maneira, eles chegam 
para a conversa já com dúvidas e apontamentos. Independentemente 
da forma como o compartilhamento é feito, deve-se reservar um 
espaço para a fala ou a escrita dos responsáveis. 
 
O fato de o relatório ser um objeto de apreciação coletiva tem de ser 
lembrado durante a construção dele. Leninha Ruiz, formadora na área 
de Educação Infantil e blogueira de GESTÃO ESCOLAR, sugere que 
se mantenha o foco nas conquistas de cada um. De acordo com ela, 
não se deve comparar as aprendizagens como se todos fossem iguais, 
porque os ritmos são distintos. Além disso, é preciso cuidado na hora 
de escolher as palavras e transmitir as ideias para que o material não 
soe pejorativo nem estigmatize alguém. 
 
Além dos pais, o coordenador também precisa realizar uma leitura 
atenciosa do relatório e preparar uma devolutiva individual para os 
professores. Nesse momento, vale refletir sobre questões como: "Os 
objetivos norteadores do desenvolvimento da criança estão 
presentes?", "Evidencia-se a participação dela nas atividades?", 
"Privilegia-se o percurso trilhado?", "Percebe-se suas ações 
individuais?" Assim, a ação avaliativa não fica estática e colabora para 
continuar alimentando o ciclo de reflexão nessa etapa do ensino.

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