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Curso NOVO CPC - MÓDULO I AULA 07 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

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Página 2 de 18 
	
Este material de apoio foi especialmente preparado por monitores capacitados com 
base na aula ministrada. No entanto, não se trata de uma transcrição da aula e não 
isenta o aluno de complementar seus estudos com livros e pesquisas de jurisprudência. 
 
MÓDULO I 
 
AULA 07 (HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS) 
PROFESSORA ROGÉRIA DOTTI 
 
ESCLARECIMENTOS INTRODUTÓRIOS: o NCPC ampliou muito a previsão legal sobre 
honorários advocatícios, a desestimular demandas e recursos infundados. Certo que 
existem críticas a fazer, mas, por outro lado, há muitos pontos positivos a serem 
destacados, a exemplo da motivação das decisões judiciais. 
 
DEVER DE FUNDAMENTAÇÃO: em relação aos honorários advocatícios, também na 
decisão judicial que os fixa deverá existir uma motivação específica. Esse dever já 
existe desde a Constituição Federal de 1988 (art. 93, IX). 
 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, 
disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
(...) 
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar 
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou 
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do 
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (...). 
 
O art. 11 do NCPC repete quase que literalmente o aludido dispositivo constitucional, 
estabelecendo também a sanção de nulidade para as decisões judiciais não 
fundamentadas. 
 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, 
e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a 
presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou 
do Ministério Público. 
 
	
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A grande novidade em relação a esse tema é que, pela primeira vez, o sistema 
processual civil traz as hipóteses nas quais não se considerará fundamentada uma 
decisão judicial, seja ela um acórdão, uma sentença ou uma decisão interlocutória. 
Nesse sentido, o NCPC preferiu prever situações concretas nas quais não serão 
consideradas fundamentadas as decisões judiciais (art. 489, §1º). Um bom exemplo é a 
chamada “decisão coringa”, prevista no inciso III do mencionado dispositivo legal. 
 
Art. 489. (...) 
§1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem 
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo 
concreto de sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, 
em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar 
seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento 
se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente 
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em 
julgamento ou a superação do entendimento. (...) 
 
Outro inciso que chama atenção é o IV, através do qual se considera não fundamentada 
a decisão judicial que não enfrentar todos os argumentos deduzidos pelas partes. Isso 
porque a jurisprudência praticamente pacificada é no sentido de que o julgador não teria 
que enfrentar todos os argumentos. Isso mudou totalmente a partir da entrada em vigor 
do Novo Código de Processo Civil. 
 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS: o termo “honorário”, como adjetivo, significa “aquilo 
que tem qualidade”, “honras”, “glórias”. Na conotação substantiva, significa a 
remuneração dos profissionais liberais. Há muito mais do que uma mera semelhança 
léxica entre o termo em suas conotações adjetiva e substantiva. A atividade da 
advocacia sempre foi considerada nobre, por se tratar de uma pessoa que ia à Corte 
defender um direito alheio, ou seja, defender algo muito importante para um terceiro. 
Existe, portanto, uma nobreza em relação a essa atividade. Nesse sentido, a 
remuneração do advogado deve fazer jus a essa dignidade. Daí porque o Novo Código 
busca resgatar essa valorização da atividade do advogado, tendo em vista que, 
lamentavelmente, não raro são vistas decisões judiciais fixando verba honorária em 
valor ínfimo ou irrisório, a desmerecer o trabalho do profissional liberal que se dedicou 
	
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a determinada demanda judicial. Para tanto, o NCPC traz critérios mais objetivos para a 
fixação de honorários advocatícios. E isso é um ponto bastante elogiável. 
 
PREVISÃO NO NCPC: os percentuais de 10 a 20% do valor da causa já são conhecidos 
do nosso sistema de 1973. A diferença é que, com o NCPC, esses percentuais são 
aplicáveis a praticamente todas as causas. No caput do art. 85 já existe uma grande 
novidade em relação ao sistema anterior. 
 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do 
vencedor. (...) 
 
O CPC/73 não tinha essa previsão expressa, o que fez com que se formasse um 
entendimento jurisprudencial no sentido de que os honorários pertenciam à parte, e não 
ao advogado. Mesmo após o Estatuto da OAB (Lei Federal nº 8.906/94, art. 23), ainda 
existiu divergência sobre o tema, havendo quem entendesse que esse dispositivo seria, 
inclusive, inconstitucional. 
 
Art. 23. Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou 
sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para 
executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando 
necessário, seja expedido em seu favor. 
 
Daí a importância do art. 85 do Novo Código, que prevê expressamente que os 
honorários serão pagos ao advogado da parte vencedora, e não ao vencedor 
simplesmente. 
 
Deve-se ressaltar, ainda, que o termo “sentença”, nesse caso, deve ser interpretado de 
forma ampla, a abranger toda e qualquer decisão judicial que fixe honorários, como, por 
exemplo, é o caso da decisão interlocutória de mérito (decisões parciais de mérito – art. 
356). 
 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos 
pedidos formulados ou parcela deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. 
§1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a 
existência de obrigação líquida ou ilíquida. 
	
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§2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida 
na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, 
ainda que haja recurso contra essa interposto. 
§3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução 
será definitiva. 
§4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o 
mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da 
parte ou a critério do juiz. 
§5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de 
instrumento. 
 
O art. 85, § 2º, do NCPC, esclarece que o percentual de 10 a 20% incidirá sobre o valor 
da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre 
o valor atualizado da causa. 
Art. 85. (...) 
§2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte 
por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não 
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: 
I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação doserviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
(...) 
 
Isso é muito importante porque, na sistemática de 1973, a fixação dos honorários ficava 
restrita ao valor da condenação, implicando em graves problemas em todos aqueles 
casos nos quais não havia condenação, tal como ocorre nas hipóteses de improcedência, 
por exemplo. Além disso, podem ser citadas as sentenças constitutivas ou meramente 
declaratórias. Nesses casos, teria que haver uma apreciação equitativa do juiz, 
incidindo, portanto, o §4º, do art. 20, do CPC/73. 
 
CPC/73: Art. 20. (...) 
§4º Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que 
não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, 
embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação 
equitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do parágrafo 
anterior. 
 
Isso, infelizmente, acabava representando uma grande parte das decisões judiciais que, 
não estando presas a critérios objetivos, refletiam alto grau de subjetivismo do julgador 
e, muitas vezes, fixavam honorários em patamares irrisórios e destacados da 
	
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importância e da dignidade do trabalho do advogado. Disso decorre a importância do 
art. 85, § 6º, do Novo Código, que exige a atenção do Poder Judiciário para com os 
critérios objetivos estabelecidos nos §§ 2º e 3º mesmo nos casos de improcedência ou 
sentença sem resolução de mérito. 
 
Art. 85. (...) 
§6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se 
independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de 
improcedência ou de sentença sem resolução de mérito. (...) 
As exceções são poucas, mas existem e são encontradas no § 8º do mesmo dispositivo. 
 
Art. 85. (...) 
§8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, 
ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos 
honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 
2º. (...) 
 
Em resumo, a fixação com base nos §§ 2º e 3º, do art. 85, do NCPC, servirá para quase 
a totalidade dos casos, à exceção das causas com valor inestimável, irrisório ou muito 
baixo, exigindo a apreciação equitativa do julgador. 
 
Art. 85. (...) 
§2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte 
por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não 
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: 
I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
§3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários 
observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes 
percentuais: 
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação 
ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos; 
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação 
ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos 
até 2.000 (dois mil) salários-mínimos; 
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da 
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) 
salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos; 
	
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IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da 
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) 
salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos; 
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação 
ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-
mínimos. (...) 
 
Outra novidade do Novo Código ocorre em relação à forma de incidência dos 
honorários advocatícios. Nesse sentido, o §1º, do art. 85. 
 
Art. 85. (...) 
§1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de 
sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos 
recursos interpostos, cumulativamente. (...) 
 
Duas, portanto, as grandes novidades em relação a essa forma de incidência, quais 
sejam: (i) fixação de honorários no cumprimento provisório de sentença (§ 1º). Sob a 
égide do CPC/73, houve uma pacificação do entendimento jurisprudencial no sentido de 
que não haveria incidência de honorários no cumprimento provisório de sentença. O 
NCPC, como se vê, muda expressamente essa realidade; (ii) sucumbência recursal (§§ 
1º e 11), inclusive em relação aos tribunais superiores, observados os limites de 10 a 
20%. 
 
Art. 85. (...) 
§11 O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados 
anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau 
recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§2º a 6º, sendo 
vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao 
advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos 
§§2º e 3º para a fase de conhecimento; (...) 
 
Em relação aos limites para a fixação de honorários na fase recursal, há uma crítica ao 
NCPC no sentido de que deveria haver uma ampliação dessa fixação máxima de 20% 
para o caso de recurso, tendo em vista que houve discussão no Congresso Nacional 
sobre a fixação máxima de 25%. Não passou essa alteração, mantendo-se os 20% como 
patamar máximo, mas houve significativo avanço no tratamento da matéria. Como os 
honorários geralmente são fixados, na prática, entre 10 e 15%, em primeiro grau de 
jurisdição, sempre haverá um pouco para majorar na esfera recursal, fato que, espera-se, 
diminuirá a interposição de recursos manifestamente infundados. 
 
	
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Existem também outros dispositivos importantes, tal como o art. 90, § 4º do NCPC, que 
estabelece a redução dos honorários de sucumbência pela metade quando houver o 
reconhecimento jurídico do pedido pelo réu. 
 
Art. 90. (...) 
§4º Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir 
integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela 
metade. 
 
No mesmo sentido, há também o art. 827, § 1º, que trata da execução: 
 
Art. 827. (...) 
§1º No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos 
honorários advocatícios será reduzido pela metade. (...) 
 
São formas que o legislador encontrou para desestimular demandas infundadas ou, ao 
menos, promover uma solução mais rápida do litígio. 
 
HONORÁRIOS EM DEMANDAS NAS QUAIS A FAZENDA PÚBLICA FOR PARTE: neste ponto 
também existe uma alteração significativa. Até então, quando a Fazenda Pública era 
vencida na demanda, prevalecia o entendimento de que os honorários deveriam ser 
fixados de forma equitativa. Por outro lado, sendo, a Fazenda Pública, vencedora, havia 
a fixação de honorários com base em percentual sobre a condenação. Não existia, 
portanto, uma paridade de tratamento entre advogados públicos e privados nesse 
sentido. O Novo Código corrige essa incongruência através do art. 85, § 3º, que 
estabelece regras para as demandas nas quais a Fazenda Pública for parte, pouco 
importando de ela for vencida ou vencedora. 
 
Art. 85. (...) 
§3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários 
observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes 
percentuais: 
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação 
ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos; 
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação 
ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimosaté 2.000 (dois mil) salários-mínimos; 
	
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III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da 
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) 
salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos; 
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da 
condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) 
salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos; 
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação 
ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-
mínimos. (...) 
 
Existem, portanto, diversas “faixas” de percentuais, de acordo com o valor da 
condenação ou do proveito econômico obtido (critérios objetivos): 
PERCENTUAL	DE	HONORÁRIOS	 VALOR	DA	CONDENAÇÃO	OU		
DO	PROVEITO	ECONÔMICO	OBTIDO	
10	a	20%	 Até	200	salários	mínimos	
08	a	10%	 Acima	de	200	até	2.000	salários	mínimos	
05	a	08%	 Acima	de	2.000	até	20.000	salários	mínimos	
03	a	05%	 Acima	de	20.000	até	100.000	salários	mínimos	
01	a	03%	 Acima	de	100.000	salários	mínimos	
Interessante notar que esse escalonamento segue, de certa forma, aquele da tabela do 
imposto de renda, no sentido de a aplicação do percentual se dar de forma dinâmica em 
relação a cada “faixa”, até que se “esgote”, por assim dizer, o valor da condenação ou 
do proveito econômico obtido, na conformidade do que estabelece o § 5º do mesmo 
dispositivo. 
 
Art. 85. (...) 
§5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o 
benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao 
valor previsto no inciso I do § 3º, a fixação do percentual de honorários deve 
observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim 
sucessivamente. (...) 
 
Num caso hipotético de condenação no valor de 1.500 salários mínimos, por exemplo, o 
percentual de 10 a 20% irá incidir nos 200 “primeiros” salários mínimos e o percentual 
seguinte, de 08 a 10%, no valor remanescente de 1.300 salários mínimos, no caso. O 
valor dos honorários será o correspondente à soma dos resultados parciais dessas 
“faixas”. O cálculo fica um pouco complexo, mas o dispositivo merece aplausos porque 
traz uma maior paridade entre advogados públicos e privados no tocante ao recebimento 
dos honorários de sucumbência. 
 
	
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Dentro desse tópico, vale a pena citar também o § 7º do art. 85, que desestimula a 
impugnação infundada por parte da Fazenda Pública no cumprimento de sentença que 
enseje a expedição de precatório: 
 
Art. 85. (...) 
§7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a 
Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha 
sido impugnada. (...) 
 
FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS POR APRECIAÇÃO EQUITATIVA: É importante destacar que a 
fixação de honorários por apreciação equitativa do juiz não é extinta pelo NCPC, mas 
sim restringida às hipóteses nas quais for inestimável ou irrisório o proveito econômico 
ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo (art. 85, § 8º). Trata-se de uma 
exceção na nova sistemática processual civil. 
 
Art. 85. (...) 
§8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, 
ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos 
honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 
2º. (...) 
 
HONORÁRIOS NAS AÇÕES DE INDENIZAÇÃO POR ATO ILÍCITO CONTRA PESSOA: existe 
regra expressa no NCPC no sentido de que o percentual de honorários incidirá sobre a 
soma das prestações vencidas, acrescida do valor de 12 (doze) prestações vincendas (art. 
85, § 9º). Já era praticamente o entendimento jurisprudencial sobre a questão, mas agora 
está definitivamente positivada a matéria. 
 
Art. 85. (...) 
§9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de 
honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 
(doze) prestações vincendas. (...) 
 
HONORÁRIOS NOS CASOS DE PERDA DO OBJETO: nesses casos, nos quais não há 
propriamente sucumbência, diz expressamente o art. 85, § 10, que os honorários serão 
devidos por quem deu causa à demanda, em claro prestígio ao princípio da causalidade 
(ex.: ação de despejo na qual ocorre a desocupação voluntária do imóvel no curso do 
processo). 
 
	
Página 11 de 18 
	
Art. 85. (...) 
§10 Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de 
honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 
(doze) prestações vincendas. (...) 
 
HONORÁRIOS NA FASE EXECUTIVA: quando se fala em desestímulo a demandas 
infundadas, importante lembrar a regra contida no art. 523, § 1º, do NCPC, que repete 
muito do contido no art. 475-J, do CPC/73, acrescendo à dívida do inadimplente uma 
multa de 10% sobre o valor da condenação, além de honorários de advogado também de 
10%, aí uma novidade no dispositivo do Novo Código. 
 
Art. 523. (...) 
§1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será 
acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado 
de dez por cento. (...) 
 
CPC/73: Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia 
certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o 
montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por 
cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso 
II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação. (...) 
 
SUCUMBÊNCIA RECURSAL: vem prevista no art. 85, § 11, que fala em “tribunal”, dando 
a entender se tratar de qualquer decisão de tribunal, incluindo, portanto, os tribunais 
superiores. 
Art. 85. (...) 
§11 O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados 
anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau 
recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo 
vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao 
advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos 
§§ 2º e 3º para a fase de conhecimento. (...) 
 
Mister se faz destacar que o limite de 20% se refere apenas à fase de conhecimento. 
Além disso, nem todos os recursos gerarão majoração de honorários. Somente haverá 
sucumbência recursal quando a decisão recorrida comportar fixação de honorários. 
Nesse sentido, o recurso de agravo de instrumento, por exemplo, não comportará 
majoração de honorários na fase recursal. 
 
Em síntese: haverá majoração de honorários nos recursos interpostos contra as decisões 
prolatadas com base nos arts. 485 e 487 do NCPC. 
	
Página 12 de 18 
	
 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - indeferir a petição inicial; 
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das 
partes; 
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor 
abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válido e regular do processo; 
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa 
julgada; 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando 
o juízo arbitral reconhecer sua competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por 
disposição legal; e 
X - nos demais casos prescritos neste Código. 
§1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada 
pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. 
§2º No caso do §1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente 
as custas,e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das 
despesas e dos honorários de advogado. 
§3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e 
IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito 
em julgado. 
§4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, 
desistir da ação. 
§5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa 
pelo autor depende de requerimento do réu. 
§7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos 
deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. 
 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou 
prescrição; 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na 
reconvenção; 
b) a transação; 
	
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c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do §1º do art. 332, a prescrição e a 
decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes 
oportunidade de manifestar-se. 
 
A sucumbência recursal inaugura verdadeiro fator financeiro de desestímulo à 
interposição de recursos infundados a partir do NCPC. Dentro da sistemática do 
CPC/73, a única desvantagem econômica para o recorrente, no caso de ser mantida a 
decisão recorrida, era a incidência de correção monetária e juros de mora. 
 
NATUREZA ALIMENTAR DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS E VEDAÇÃO DA 
COMPENSAÇÃO DE HONORÁRIOS NOS CASOS DE SUCUMBÊNCIA PARCIAL: isso vem 
expressamente reconhecido pelo art. 85, § 14, na esteira do que já havia decidido o STF 
sobre a matéria. 
 
Art. 85. (...) 
§14 Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, 
com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, 
sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. (...) 
 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. PRECATÓRIO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 
NATUREZA ALIMENTAR. PRECEDENTES. O Supremo Tribunal Federal 
tem entendimento pacífico de que os honorários advocatícios sucumbenciais 
possuem natureza alimentar. Precedentes. Agravo regimental a que se nega 
provimento. 
(STF, AI 622055 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira 
Turma, julgado em 10/02/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-043 
DIVULG 05-03-2015 PUBLIC 06-03-2015) 
 
Daí porque alguns doutrinadores têm defendido a possibilidade de penhora de salário e 
poupança para o pagamento dos honorários advocatícios de sucumbência, nos termos do 
que autoriza o art. 833, § 2º, do NCPC. 
 
Art. 833. São impenhoráveis: (...) 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os 
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem 
como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao 
sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os 
honorários de profissional liberal, ressalvado o §2º; (...) 
	
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X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 
(quarenta) salários-mínimos; (...) 
§2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de 
penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua 
origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-
mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, §8º, 
e no art. 529, §3º. 
 
De acordo com o art. 529, § 3º, do NCPC, deve ser observado, mesmo no caso de 
pagamento de prestação alimentícia, o limite de 50% dos ganhos líquidos do executado, 
em prestígio ao princípio da dignidade da pessoa humana. 
 
Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou 
gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o 
exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância 
da prestação alimentícia. (...) 
§3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de 
execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de 
forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à 
parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. 
 
Além disso, o supramencionado art. 85, § 14 também veda expressamente a 
compensação de honorários em caso de sucumbência parcial, em clara oposição ao que 
estabelece o enunciado nº 306 da Súmula do STJ que, por conta disso, deverá ser 
cancelada. 
 
STJ, Súmula 306. Os honorários advocatícios devem ser compensados 
quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do 
advogado à execução do saldo sem excluir a legitimidade da própria parte. 
 
Esse enunciado já vinha há muito sendo combatido pela doutrina, justamente porque 
não se trata de uma compensação, uma vez que credor (advogado da parte vencedora – 
Estatuto da OAB, Lei Federal nº 8.906/94, art. 23) e devedor (parte contrária vencida) 
não se confundem na mesma pessoa. 
Estatuto da OAB: Art. 23. Os honorários incluídos na condenação, por 
arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito 
autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o 
precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor. 
 
	
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HONORÁRIOS EM FAVOR DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS: a partir do NCPC, será 
possível o levantamento de honorários em favor da sociedade de advogados que, por ser 
pessoa jurídica, goza de alguns benefícios tributários. Isso de forma alguma retirará o 
caráter alimentar da referida verba sucumbencial (art. 85, § 15). 
 
Art. 85. (...) 
§15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe 
caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na 
qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no §14. (...) 
 
TERMO INICIAL DOS JUROS DE MORA NA FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS: 
outra questão bastante discutida na doutrina e na jurisprudência é resolvida pelo art. 85, 
§ 16 do Novo Código, que estabelece que, “quando os honorários forem fixados em 
quantia certa, os juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da 
decisão”. 
 
HONORÁRIOS NA ATUAÇÃO EM CAUSA PRÓPRIA: o art. 85, § 17 do NCPC estabelece 
essa possibilidade de forma expressa. 
 
Art. 85. (...) 
§17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria. 
(...) 
 
POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO DE AÇÃO AUTÔNOMA PARA A DEFINIÇÃO E 
COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS: outra questão bem 
relevante que causará alteração no entendimento do STJ (Enunciado nº 453) diz respeito 
à possibilidade de ajuizamento de ação autônoma para a definição e cobrança de 
honorários advocatícios sucumbenciais quando a decisão transitada em julgado tenha 
sido omissa nesse ponto (art. 85, § 18). 
 
STJ, Súmula 453. Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão 
transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação 
própria. 
 
Art. 85. (...) 
§18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos 
honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e 
cobrança. (...) 
	
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Trata-se, inclusive, de disposição coerente com a noção de coisa julgada estampada pelo 
Novo Código no art. 503, caput. Ora, se não há decisão expressa sobre honorários, não 
há por que se impedir uma ação autônoma para definir essa questão (que não fez coisa 
julgada). 
 
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de leinos limites da questão principal expressamente decidida. 
 
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA DOS ADVOGADOS PÚBLICOS: também sobre isso o 
NCPC trouxe uma disposição expressa no art. 85, § 19, ainda que dependa de 
regulamentação específica. Isso porque, sob a égide do CPC/73, o STJ havia firmado o 
entendimento de que esses honorários pertenciam à pessoa jurídica de direito público, e 
não aos advogados públicos. 
 
Art. 85. (...) 
§19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos 
termos da lei. 
 
ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
ESPECIAL. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA. VERBA 
INTEGRANTE DO PATRIMÔNIO PÚBLICO DO ENTE ESTATAL. 
PRECEDENTES. Nos termos da jurisprudência do STJ, "a titularidade dos 
honorários advocatícios de sucumbência, quando vencedora a administração 
pública direta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, ou 
as autarquias, as fundações instituídas pelo Poder Público, ou as empresas 
públicas, ou as sociedades de economia mista, não constituem direito 
autônomo do procurador judicial, porque integram o patrimônio público da 
entidade" (REsp 1.213.051/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 14/12/2010, DJe 
08/02/2011.). Agravo regimental improvido. 
(STJ, AgRg no REsp 1243084/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 09/11/2015) 
 
DIREITO INTERTEMPORAL: por se tratar de uma norma processual, o NCPC se aplicará 
imediatamente a todos os processos em curso. No que diz respeito aos honorários, já 
existe inclusive um entendimento do STJ no sentido de que incidirá a lei vigente no 
momento de fixação dos honorários advocatícios sucumbenciais. 
 
I. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. 
	
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PRESCRIÇÃO. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL. 
SÚMULA 284/STF. INCIDÊNCIA DOS JUROS MORATÓRIOS SOBRE 
OS COMPENSATÓRIOS. POSSIBILIDADE. SÚMULA 102/STJ. JUROS 
MORATÓRIOS. APLICAÇÃO DA LEI VIGENTE AO TEMPO DO 
TRÂNSITO EM JULGADO. ART. 15-B DO DECRETO-LEI 3.365/41, 
INSERIDO PELA MP 1.901-30/99. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 
FIXAÇÃO. APLICAÇÃO DA LEI VIGENTE AO TEMPO EM QUE 
PROLATADA A SENTENÇA. 1. A pretensão recursal, no tocante à alegada 
prescrição da ação, não se encontra fundamentada em nenhuma das hipóteses 
de cabimento do recurso especial. O recurso especial somente é admitido 
quando a decisão recorrida contrariar tratado ou lei federal ou negar-lhes 
vigência, julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal 
ou der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro 
Tribunal. Incide, portanto, o princípio contido na Súmula 284/STF. 2. "A 
incidência dos juros moratórios sobre os compensatórios, nas ações 
expropriatórias, não constitui anatocismo vedado em lei" (Súmula 102/STJ). 
3. O art. 15-B do Decreto-Lei 3.365/41 determina a incidência dos juros 
moratórios a partir de 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o 
pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição, 
orientação, inclusive, que se harmoniza com a mais recente jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, no sentido de afastar a mora imputada à Fazenda 
Pública nas hipóteses em que o pagamento é realizado dentro das 
determinações constitucionalmente estabelecidas no art. 100 da CF/88 
(regime de precatórios). 4. A obrigação de efetuar o pagamento da 
indenização nasce com o trânsito em julgado da sentença, a partir de quando 
a Fazenda Pública passa a incidir em mora. A lei aplicável, portanto, no que 
tange ao termo inicial de incidência dos juros moratórios, é a vigente nesse 
momento. 5. A orientação desta Superior Corte de Justiça, invocando o 
princípio tempus regit actum, firmou-se no sentido de que a fixação dos 
honorários advocatícios rege-se pela lei vigente ao tempo em que prolatada a 
sentença que os impõe. 6. Proferida a sentença em 28 de maio de 2004, deve 
o percentual dos honorários advocatícios amoldar-se aos novos limites 
estabelecidos pela nova redação do art. 27, § 1º, do Decreto-Lei 3.365/41. 
II. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. 
VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO 
DE ERRO MATERIAL. MATÉRIA DE PROVA. SÚMULA 7/STJ. 1. Não 
viola o art. 535 do CPC, tampouco nega a prestação jurisdicional, o acórdão 
que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos 
trazidos pelo vencido, adotou, entretanto, fundamentação suficiente para 
decidir de modo integral a controvérsia. 2. Ainda que por fundamentos 
diversos, o aresto atacado abordou todas as questões necessárias à integral 
solução da lide, concluindo, no entanto, que a questão relativa à dimensão da 
área a ser indenizada não foi oportunamente deduzida no recurso de apelação 
apresentado pelos expropriados, tampouco nos inúmeros embargos de 
declaração opostos. 3. A questão relativa à alegada existência de erro 
material, por ensejar o reexame do contexto fático-probatório, em especial a 
prova pericial produzida, esbarra no óbice previsto na Súmula 7/STJ, cuja 
redação é a seguinte: "A pretensão de simples reexame de prova não enseja 
recurso especial." III. Recurso especial do Município de São Paulo 
parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido. Recurso 
especial de MORVAN SAADE e OUTROS parcialmente conhecido e, nessa 
parte, desprovido. 
(STJ, REsp 1045666/SP, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 02/09/2008, DJe 18/09/2008) 
	
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O NCPC certamente trará muitos pontos positivos para o dia-a-dia dos advogados. 
 
“As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca 
mudem”. (Chico Buarque).

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