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Curso NOVO CPC - MÓDULO I AULA 08 - LITISCONSÓRCIO

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Este material de apoio foi especialmente preparado por monitores capacitados com 
base na aula ministrada. No entanto, não se trata de uma transcrição da aula e não 
isenta o aluno de complementar seus estudos com livros e pesquisas de jurisprudência. 
 
MÓDULO I 
 
AULA 08 (LITISCONSÓRCIO) 
PROFESSOR THIAGO FERREIRA SIQUEIRA 
 
Temas que serão tratados: litisconsórcio unitário e necessário. 
 
LITISCONSÓRCIO (CONCEITO E FUNDAMENTOS): litisconsórcio é a presença de mais de 
um autor ou mais de um réu ou de mais de um autor e mais de um réu em um 
determinado processo, em outras palavras, é a pluralidade de partes nos polos da relação 
processual. Isso porque, os conflitos sociais podem envolver mais de dois sujeitos. Ex.: 
acidente automobilístico com várias vítimas, buscando a quantia indenizatória; um 
contrato com várias partes e uma delas quer rescindi-lo. O sistema processual prevê o 
litisconsórcio prestigiando os valores da economia processual (cada processo deve ter o 
maior rendimento ou aproveitamento possível) e da igualdade (as situações jurídicas de 
vários sujeitos diferentes serão resolvidas pelo mesmo juízo, no mesmo processo, o que 
permite que a solução dada a eles seja a mais uniforme). 
 
LITISCONSÓRCIO (CLASSIFICAÇÃO): (i) critério – a posição que se forma na relação 
processual: litisconsórcio ativo (mais de um autor no mesmo processo), litisconsórcio 
passivo (mais de um réu no mesmo processo) e litisconsórcio simultâneo, recíproco ou 
misto (caso se forme tanto no polo ativo quanto passivo do mesmo processo); (ii) 
critério – ao momento de formação: litisconsórcio inicial (já no momento da propositura 
da demanda); litisconsórcio ulterior (se forme no curso do processo). Ex.: o réu, por 
meio do chamamento ao processo, procura trazer outros devedores solidários; (iii) 
critério – regime de tratamento dado aos litisconsortes: litisconsórcio unitário (decisão 
de mérito deverá disciplinar de maneira idêntica ou uniforme as situações jurídicas de 
todos os litisconsortes ou litisconsórcio simples (pode haver decisões de mérito distintas 
no mesmo processo para os litisconsortes); (iv) critério – obrigatoriedade de formação 
ou não do litisconsórcio para garantir a regularidade da relação processual: 
litisconsórcio necessário ou litisconsórcio facultativo. Observação: são critérios 
classificatórios distintos, porque o CPC de 73 confunde as categorias do litisconsórcio 
necessário e unitário. 
	
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LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO: Exemplos: ação de anulação de casamento por 
impedimento proposta pelo Ministério Público em face dos cônjuges, sendo a decisão 
final de mérito idêntica para o marido e a esposa; ação de despejo em face dos dois 
locatários. E quais são as situações que impõe o regime jurídico da unitariedade? O 
CPC de 73 (art. 47) confunde com o litisconsórcio necessário e não impõe as situações 
de unitariedade. O NCPC tratou de modo separado os litisconsórcios necessário e 
unitário, deixando claro que são situações jurídicas tratadas por critérios distintos. 
 
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação 
jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os 
litisconsortes. 
 
Ele não confunde o litisconsórcio unitário com o litisconsórcio necessário e ainda 
aponta que a unitariedade decorrerá da natureza da relação jurídica deduzida em juízo. 
Na verdade, ainda sob a égide do CPC de 73, a doutrina conseguiu identificar a 
característica das situações de direito material deduzidas em juízo que levam à 
unitariedade. Assim, existirá litisconsórcio unitário quando todos os litisconsortes 
fizerem parte de única relação jurídica de direito material e ela seja entre eles incindível 
ou indivisível. Para identificar a situação de litisconsórcio unitário seria interessante 
colocar o direito discutido em juízo ao exame de dois questionamentos: (i) os 
litisconsortes discutem em juízo a mesma relação jurídica ou o mesmo direito? Se a 
resposta for não, ou seja, se estiverem discutindo relações jurídicas distintas, o 
litisconsórcio será simples. Ex.1: várias vítimas, em litisconsórcio ativo, contra a 
empresa de transporte. Nesse caso, cada qual está defendendo direito próprio, ainda que 
eles decorram do mesmo fato-base ou evento danoso. Então, os pedidos podem ser 
distintos: dano moral, estético, lucros cessantes. E a sentença poderá ter resultados 
distintos em relação aos litisconsortes. Ex.2: vários servidores públicos que estejam na 
mesma categoria funcional ajuízam uma ação em face da Fazenda Pública, visando um 
benefício funcional. Cada um desses servidores está na defesa de direito próprio. Então, 
a sentença poderá ter resultado distinto. Em suma, o primeiro dos requisitos que deverá 
estar presente para existir a unitariedade é a identidade de relação jurídica discutida 
entre os litisconsortes. Há situações excepcionais, em que, não obstante, os 
litisconsortes estejam envolvidos na mesma relação jurídica de direito material, ela 
comporta divisão entre eles e por isso, o julgamento de mérito pode não ser uniforme. É 
basicamente o litisconsórcio formado entre devedores solidários. 
Ex.: credor ajuíza demanda em face de dois devedores solidários. Isso porque, o CC 
possibilita a utilização das exceções pessoais por cada um dos devedores solidários 
(defesas que só aproveitam aquele devedor solidário), além de defesas comuns (ex.: 
inexistência ou nulidade da relação obrigacional). 
	
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CC/2002: Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, 
de alguns ou de todos os devedores. 
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais 
devedores, subsistirá a dos demais. 
 
Ex.: caso o credor tenha renunciado, por meio de acordo, a solidariedade em relação a 
um dos devedores solidários e, naquela mesma oportunidade, o devedor solidário paga a 
sua cota parte, esse deixa de ser responsável pela integralidade da dívida. E, no caso de 
ajuizamento de cobrança em face de todos os devedores, ela poderá ser procedente em 
relação a alguns deles, mas improcedente em relação ao beneficiado pela renúncia. E é 
por isso que se fala desse segundo requisito da incindibilidade da relação jurídica. E a 
ausência de algum desses requisitos, implica litisconsórcio simples. Com isso, é 
possível diferenciar o litisconsórcio simples e unitário. E a importância prática dessa 
distinção reside nas peculiaridades do regime jurídico: no litisconsórcio unitário, para 
garantir que o resultado seja idêntico para os litisconsortes, os atos de um litisconsorte 
podem repercutir sobre a esfera jurídica do outro litisconsorte, o que não ocorre no 
litisconsórcio simples. Ex.1: diante de uma sentença de procedência na ação de anulação 
de casamento, se apenas um dos cônjuges interpõe apelação, ela repercutirá na esfera 
jurídica do cônjuge que não recorreu. Ex.2: já no caso de improcedência da demanda 
ajuizada pelos vários servidores em face da Fazenda Pública para obter uma 
gratificação, o recurso de apenas um servidor não irá aproveitar para os demais, pois, 
nesse caso, não há risco de quebra da unitariedade. 
 
O Novo CPC deu um tratamento mais adequado do que o CPC de 73 sobre essa 
questão. 
 
CPC/73: Art. 48. Salvo disposição em contrário, os litisconsortes serão 
considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes 
distintos; os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os 
outros. 
 
Então, segundo esse dispositivo, os atos de um litisconsorte jamais iriam prejudicar ou 
beneficiar o outro litisconsorte, consagrando o princípio da autonomia dos 
litisconsortes. Porém, esse princípio não pode se aplicar ao litisconsórcio unitário, sob 
pena de quebra da unitariedade. Por isso, o NCPC deixa claro que no litisconsórciosimples, vige o princípio da autonomia dos litisconsortes. Porém, no litisconsórcio 
unitário os atos de um litisconsorte poderão beneficiar os demais. 
 
	
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Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte 
adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em 
que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão 
beneficiar. 
 
Ex.: o recurso interposto por um poderá beneficiar o outro litisconsorte unitário. O que 
não poderá ocorrer são efeitos prejudiciais. Ex.: o reconhecimento da procedência do 
pedido inicial não produzirá efeito para o litisconsorte que não renunciou, sob pena de 
quebra da unitariedade. Na verdade, os atos de disposição de direito, no litisconsórcio 
unitário, devem ser manifestados em conjunto por todos os litisconsortes. 
 
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO OU FACULTATIVO: o litisconsórcio será facultativo 
quando a sua formação é uma opção do autor da demanda por questões de conveniência. 
Há situações, porém, que a lei impõe a formação de um determinado litisconsórcio e 
esses são os casos de litisconsórcio necessário, sob pena de irregularidade do processo. 
O CPC de 73 confunde, no art. 47, os conceitos de litisconsórcio necessário e unitário e 
não permite que se saiba com clareza quando ele será necessário. Já o NCPC traz 
tratamento mais adequado, permitindo conhecer quando existirá litisconsórcio 
necessário. 
 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, 
pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença 
depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. 
 
Desse modo, há duas situações em que haverá litisconsórcio necessário: (i) por 
disposição de lei; (ii) pela natureza da relação jurídica controvertida. 
 
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO POR EXPRESSA DISPOSIÇÃO DE LEI: essa imposição 
independe da natureza da relação jurídica deduzida em juízo. Ex.1: no polo passivo da 
ação de usucapião deverão estar o sujeito em nome do qual está registrada a terra que se 
pretende usucapir (proprietário) e os confinantes; 
 
NCPC: Art. 246. (...) 
§3°. Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados 
pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio 
em condomínio, caso em que tal citação é dispensada. 
 
Ex.2: em face dos cônjuges em ações que versem sobre direitos reais imobiliários, ainda 
que pertencentes a um deles. 
	
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Art. 73. (...) 
§1°. Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o 
regime de separação absoluta de bens; 
 
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO PELA NATUREZA DA RELAÇÃO JURÍDICA 
CONTROVERTIDA: essa independe de disposição expressa em lei determinando a 
formação do litisconsórcio. E quais características devem estar presentes na relação 
jurídica controvertida para que o litisconsórcio seja, por força dela, necessário? Nos 
casos em que o litisconsórcio for unitário, em regra, ele também será necessário. Isso 
porque, como a decisão de mérito deverá regular de maneira uniforme a situação 
jurídica, em respeito ao contraditório, ampla defesa e acesso à justiça, todos deverão 
participar do processo. Há situações, todavia, de litisconsórcio necessário que não é 
unitário. Ex.: a ação de usucapião. Além disso, há casos excepcionais, de litisconsórcio 
unitário que não é necessário. Ex.: o Código Civil autoriza, nos casos de condomínio, 
que cada um dos proprietários possa ir a juízo na defesa da coisa comum. Desse modo, 
trata-se de litisconsórcio unitário (e com único resultado – defesa da coisa comum), mas 
que não é necessário. 
 
Há grande discussão doutrinária se existe litisconsórcio necessário no polo ativo. Isso 
porque, não se pode impedir que um litisconsorte necessário ajuíze demanda (princípio 
do acesso à justiça), mas, por outro lado, não se pode impor que o outro litisconsorte, 
que não deseja, exerça um direito que é subjetivo. A doutrina tende a responder que não 
há litisconsórcio necessário ativo. Mas, para o professor existem casos de litisconsórcio 
necessário ativo. Ex.: na promessa de compra e venda, com dois promitentes 
compradores e um promitente vendedor, se um dos promitentes compradores quer 
ajuizar demanda visando rescindir o contrato, não poderia o fazer sem a concordância 
do outro promitente comprador. 
 
E se não ocorrer a formação de um litisconsórcio necessário? Em primeiro lugar, caso o 
juiz verifique, no momento do ajuizamento da demanda, a situação de litisconsórcio 
passivo necessário, ele determinará que o autor promova a citação de todos os 
litisconsortes, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito. Entretanto, se 
o juiz não perceber que era caso de litisconsórcio necessário e proferir sentença de 
mérito, a solução adotada pelo Novo CPC é dúbia: (i) se era caso de litisconsórcio 
unitário, a sentença é nula em relação às partes que participaram ou não do processo. 
Ex.: sentença de anulação de casamento, originada de ação proposta em face de um 
cônjuge, será nula em relação a ambos (o presente e o ausente); (ii) se era caso de 
	
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litisconsórcio necessário simples, a sentença será ineficaz apenas para os que não 
integraram o contraditório. Então, ela produzirá seus regulares efeitos entre as partes, 
mas será inoponível em relação aos possíveis litisconsortes necessários que não 
participaram do processo. Ex.: na ação de usucapião em que não esteve presente um dos 
confinantes, não produzirá qualquer efeito em relação a ele, não podendo prejudicá-lo. 
 
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do 
contraditório, será: 
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam 
ter integrado o processo; 
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados. 
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz 
determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser 
litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo. 
 
Por fim, os instrumentos adequados para oposição do litisconsorte que não participou do 
processo e reconhecimento do vício processual é a petição simples (quando existir 
processo em curso) ou uma ação declaratória de inexistência da relação processual 
(quando inexistir processo em curso). A jurisprudência do STJ é no sentido de não 
cabimento da ação rescisória nesses casos, por falta de interesse processual (na 
modalidade necessidade).

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