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20/10/2017 1 CURSO: Direito DISCIPLINA: Processo Penal-II UNIDADE – IV DA LIBERDADE PROVISÓRIA (2017.2) Prof. Esp. Júlio Ugalde julio.ugalde@uniron.edu.br DA LIBERDADEDIREITO 1) CONCEITO É o instituto pelo qual se concede o direito a um indivíduo, em determinadas situações, de em liberdade aguardar o final do processo. (AVENA) É a liberdade concedida ao indiciado ou réu, preso em flagrante, que, por não necessitar ficar segregado, em homenagem ao princípio da presunção de inocência, deve ser liberado, sob determinadas condições, para responder ao processo. (NUCCI) DA LIBERDADEDIREITO 1) CONCEITO É o instituto que substitui a custódia cautelar, atual ou iminente, com ou sem fiança (ou outra MC do 319), nas hipóteses de flagrante legal homologado. (MIRABETE, com adaptações). É um estado de liberdade, circunscrito em condições reservas, que impede ou substitui a prisão cautelar, atual ou iminente. (TÁVORA/ALENCAR) 20/10/2017 2 DA LIBERDADEDIREITO 1) CONCEITO A Liberdade provisória é uma medida alternativa, de caráter substitutivo em relação à prisão preventiva. É uma forma de evitar que o agente preso em flagrante tenha sua detenção convertida em prisão preventiva. (AURY LOPES JR.) DA LIBERDADE 1 CONCEITO DIREITO OBS.: (i) É um direito subjetivo constitucional do réu/investigado, CF, 5º LXVI. (ii) O está delegado obrigado a concedê-la, após a lavratura do flagrante, todas as vezes que verificar possível. (iii) A liberdade provisória é um direito constitucional que não pode ser negado se estiverem presentes os motivos que a autorizam (RANGEL). (iv) Relaxamento de Prisão e Revogação??? DA LIBERDADE 2 FUNDAMENTO LEGAL DIREITO CF, 5º, LXVI: Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. 20/10/2017 3 DA LIBERDADE 3 NATUREZA JURÍDICA DIREITO É uma contracautela. É o inverso da prisão provisória, que é a cautela. É uma liberdade não definitiva, visto que é possível ser revogada a qualquer tempo, pelo não cumprimento das condições estabelecidas. DA LIBERDADEDIREITO 4 ESPÉCIES 4.1 LIBERDADE PROVISÓRIA EM QUE É VEDADA A FIANÇA Trata-se da espécie do instituto em que a lei impõe a concessão da liberdade ao investigado cabível sempre após a prisão em flagrante, com a obrigatória imposição de qualquer das cautelares dos arts. 319 e 320, CPP, exceto fiança. (PACELLI) Nesse caso, a Lei (CPP, 323 e 324) proíbe/impede a fiança, nunca a liberdade! DA LIBERDADE DIREITO 4 ESPÉCIES 4.1 LIBERDADE PROVISÓRIA EM QUE É VEDADA A FIANÇA OBS.: a) Lei 11.343/06, art. 44 (LAD): vedação a LP: declarado inconstitucional: STF, HC 104.339/SP. admitem LP, a ser analisado pelo juiz b) Lei 9.034/95, art.º 7º: (LCO): vedava LP: revogado pela Lei 12.694/12 → 12.850/13: admitem LP, a ser analisado pelo juiz. c) Lei 8.072/90, 2º, II (LCH): alterado, 11.464/07: veda fiança apenas. d) Lei 10.826/03, 21 (LPA): vedava a LP: declarado inconstitucional, STF: ADIN 3.112/DF; CPP: afiançáveis. e) Lei 9613/98, 3º (LLD): vedava a LP. Com a Lei 12.683/12 deixou de existir a vedação: admitem LP, a ser analisado pelo juiz. 20/10/2017 4 DA LIBERDADEDIREITO 4 ESPÉCIES 4.2 LIBERDADE PROVISÓRIA COM FIANÇA Trata-se da espécie do instituto em que a lei impõe a concessão da liberdade ao investigado obrigatoriamente mediante fiança, além de outra mediada cautelar, caso entenda o juiz necessário. (PACELLI) Nesse caso o juiz avalia que é incabível a prisão preventiva. DA LIBERDADEDIREITO 4 ESPÉCIES 4.2 LIBERDADE PROVISÓRIA COM FIANÇA OBS.: (i) Autoridade Policial (CPP, 322) Deve conceder a liberdade provisória mediante fiança, nos casos de crimes punidos com PPL máxima igual ou inferior a 04 anos. (ii) Autoridade Judicial O juiz pode conceder a liberdade provisória permitida: sem fiança, com fiança ou com outra medida cautelar, se for o caso do CPP, 321. DA LIBERDADEDIREITO 4 ESPÉCIES 4.3 LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA Trata-se da espécie do instituto em que a lei impõe a liberdade, por ser inadequada ou incabível a preventiva, sendo que o juiz, a concede com qualquer outra medida cautelar (CPP, 319, 320), por julgar desnecessária ou incabível fiança. (PACELLI) 20/10/2017 5 DA LIBERDADEDIREITO 4 ESPÉCIES 4.4 LIBERDADE PROVISÓRIA VINCULADA Trata-se da espécie do instituto em que a lei impõe a liberdade condicionada ao comparecimento obrigatório a todos os atos do processo, sob pena de revogação (art. 310, parágrafo único). É a liberdade provisória sem a necessidade de pagamento de fiança, mas que se impõe condições. Cabimento: PF homologada de infração penal cometida sob uma excludente de ilicitude (CP, 23). DA LIBERDADEDIREITO 4 ESPÉCIES 4.4 LIBERDADE PROVISÓRIA VINCULADA OBS.: (i) Não cabe, em princípio, qualquer outra medida cautelar, desde que se cumpra as obrigações resultantes da vinculação. (PACELLI) (ii) No caso da aplicação do CPP, 321, o juiz pode vincular ou não a liberdade a outras MC. Se não houver necessidade de nenhuma MC do 319/320, não há necessidade de vinculação. DA LIBERDADEDIREITO 4 ESPÉCIES 4.4 LIBERDADE PROVISÓRIA VINCULADA OBS.: (iii) LIBERDADE PROVISÓRIA VINCULADA SEM FIANÇA EM CASO DE POBREZA É a LP que ocorre no caso do CPP 350, sendo necessário, para a sua concessão: • Que a infração admita fiança; • Que o réu seja pobre; • O réu cumpra as obrigações do CPP, 327 e 328, ou medida cautelar alternativa. 20/10/2017 6 DA LIBERDADE 4 ESPÉCIES 4.4 LIBERDADE PROVISÓRIA VINCULADA DIREITO OBRIGAÇÕES: Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada. Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado. DA LIBERDADE 4 ESPÉCIES 4.4 LIBERDADE PROVISÓRIA VINCULADA DIREITO OBRIGAÇÕES: Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; V - praticar nova infração penal dolosa. DA LIBERDADE 4 ESPÉCIES 4.4 LIBERDADE PROVISÓRIA VINCULADA DIREITO OBRIGAÇÕES: Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; V - praticar nova infração penal dolosa. 20/10/2017 7 DA LIBERDADE 5 LIBERDADE PROVISÓRIA – OBSERVAÇÕES FINAIS DIREITO 5.1 Outras hipóteses de cabimento a) Lei 9.099/96, 69, parágrafo único b) Lei 11.343/06, 28 c) CTB, 301 DA LIBERDADE 5 LIBERDADE PROVISÓRIA – OBSERVAÇÕES FINAIS DIREITO 5.2 Recurso a) Concessão de LP sem fiança: Recurso em sentido estrito (CPP, 581) b) Denegação da LP: Habeas Corpus DA LIBERDADE 6 FIANÇA DIREITO 6.1 CONCEITO É a medida cautelar prestada em prol da liberdade. 6.1.1Natureza Jurídica: É cautelar; uma garantia; uma caução; não é pagamento. 20/10/2017 8 DA LIBERDADE 6 FIANÇA DIREITO 6.2 HIPÓTESES DE CABIMENTO Pela Lei 12.403/11, todos os crimes admitem fiança, em regra, salvoquando a lei veda (proíbe) ou a impede. (CPP, 323, 324) DA LIBERDADE 6 FIANÇA DIREITO 6.3 HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO (VEDAÇÕES LEGAIS) a) CPP, 323 (são crimes inafiançáveis) 1º) crimes de racismo; Art. 5º, XLII, da CF; Lei 7.716/89 (Lei do Racismo). 2º) os crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; Art. 2º, II, da Lei 8.072/90 (LCH) 3º) os crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; CF, 5º, IXLV. Lei 12.850/2013. DA LIBERDADE 6 FIANÇA DIREITO 6.3 HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO (VEDAÇÕES LEGAIS) b) CPP, 324 (situações de IMPEDIMENTO à fiança) 1ª) Hipótese de anterior quebra da fiança: a LP mediante fiança é sempre vinculada a condições do CPP, 327, 328, 341, referidas pelo CPP, 350. 2ª) Prisão civil e prisão militar: tais prisões têm por escopo compelir o preso a fazer algo ou puni-lo disciplinarmente. 3º) Quando presentes os motivos que autorizam a prisão preventiva: a PP é incompatível com a LP; se não estiverem presentes os requisitos da PP cabe LP. 20/10/2017 9 DA LIBERDADE 6 FIANÇA DIREITO 6.4 VALOR DA FIANÇA (CP, 325) A fiança deve ser fixada conforme as regras do CPP, 325: 1 – 100 sm: PPL </= 04 anos 10 – 200 sm: PPL > 04 anos Deve ser consideradoainda o (326): • condições financeiras do agente; • vida pregressa; • periculosidade; OBS.: (i) CPP, 325, §1º, I: a fiança pode ser diminuída até 2/3 ou sofrer acréscimo de 1.000 (mil) vezes (III). DA LIBERDADE 6 FIANÇA DIREITO 6.4 VALOR DA FIANÇA (CP, 325) OBS.: (ii) CPP, 330: a fiança pode ser prestada: - depósito - hipoteca (CC, 1.473) DA LIBERDADEDIREITO 6 FIANÇA 6.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE FIANÇA 1ª) Cassação: 338/339. Ocorre quando: a) não foi cabível fiança; 338 Ex.: fiança concedida para crime hediondo; ou porque o réu é reincidente em crime doloso; b) houver inovação na classificação do crime (339) Ex.: foi concedida pelo delegado pelo crime de Lesão seguida de morte (129, §3º), ocorrendo denúncia o MP entende que se trata homicídio qualificado (121,§2); o juiz ao receber a inicial, concordando com a tese da acusação cassa a fiança. 20/10/2017 10 DA LIBERDADEDIREITO 6 FIANÇA 6.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE FIANÇA 1ª) Cassação: 338/339. Efeitos: a) restituição do valor pago; b) substituição por outra medida cautelar diversa da prisão (319) ou decretação de prisão preventiva (se for o caso do 312). DA LIBERDADEDIREITO 6 FIANÇA 6.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE FIANÇA 2ª) Reforço de fiança (idoneidade): 340. Ocorre quando: a) fixado pelo valor inferior ao patamar previsto; b) depreciado o valor do bem dado como garantia; c) há inovação na classificação do delito. O afiançado é chamado ao reforço da fiança. Se não reforçar o valor, sofrerá os mesmos efeitos da cassação. DA LIBERDADEDIREITO 6 FIANÇA 6.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE FIANÇA 3ª) Quebramento: 341 Ocorre quando o afiançado descumpre as obrigações legais: •regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, semmotivo justo; •deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; •descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; •resistir injustificadamentea ordem judicial; •praticar nova infração penal dolosa. 20/10/2017 11 DA LIBERDADEDIREITO 6 FIANÇA 6.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE FIANÇA 3ª) Quebramento: 341 Efeitos: 346/343 Perda definitiva da metade do valor pago; devolução da metade do valor; Substituição por outra medida cautelar diversa da prisão (319) ou decretação de prisão preventiva (se for o caso do 312). DA LIBERDADEDIREITO 6 FIANÇA 6.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE FIANÇA 4ª) Perdimento: 344 Ocorre quando o afiançado é condenado (definitivamente) e se evade do distrito da culpa, quando tem determinada a sua prisão (NUCCI). Efeito: Perda da totalidade da fiança 345 (recolhido ao Tesouro Nacional – Fundo Penitenciário Nacional), após desconto de custas e encargos do acusado. DA LIBERDADEDIREITO 6 FIANÇA 6.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE FIANÇA 5º) Restituição: 336, 337/347. a) sentença absolutória com trânsito em julgado: integral restituição, salvo se for o caso de aplicação do 336, p.u). b) sentença condenatória definitiva: desconto das custas, multas e valor relativo à satisfação do dano. 6º) Recurso: Concessão, cassação, negativa, arbitramento, quebramento, reconhecimento da inidoneidade ou perdimento: cabe RESE (581, V e VII). Se ocorrer dentro da sentença, cabe APELAÇÃO, por força do 593, §4º. 20/10/2017 12 REFERÊNCIASDIREITO OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 21. Ed. São Paulo: Atlas, 2017. NUCCI, Guilherme de Sousa. Código de Processo Penal comentado. 16. Ed. São Paulo: Forense, 2017 LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 13. Ed. São Paulo: Saraiva, 2016. TÁVORA, Nestor e ALENCAR, Rosmar. Curso de Direito Processual Penal. 12ª Ed. Bahia. JusPODIVM, 2017. AVENA, Noberto. Processo Penal esquematizado. 9. Ed. São Paulo: Método, 2017. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo penal. 16 Ed. São Paulo: Saraiva, 2013. CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 24. Ed. São Paulo: Saraiva, 2016. MESSA, Ana Flávia. Curso de direito processual penal. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2014. REIS, Alexandre Cebrian Araújo. GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito processual penal esquematizado. 5.ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2016.
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