Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PERSONALIDADE Aula I O que é personalidade? Conjunto singular de traços de comportamento consistentes a um indivíduo. O que é um traço de personalidade? Uma disposição duradoura a comportar-se de determinada forma em uma diversidade de situações. Adjetivos como honesto, digno de confiança, temperamental, impulsivo, desconfiado, ansioso, excitável, dominador e amigável descrevem tendências que denominam traços de personalidade. Gordon Allport - catalogou 4500 traços de personalidade Teorias fatoriais da personalidade: Delineamento matemático da estrutura da personalidade que reflete uma síntese de características básicas, considerando-se suas principais propriedades e as relações entre elas. A personalidade pode ser entendida como um conjunto de padrões estáveis das dimensões afetivas, cognitivas e comportamentais dos seres humanos. Modelo dos cinco fatores dos traços de personalidade: Modelo desenvolvido por Robert MCCrae e Paul Costa, via análise fatorial para chegar a um modelo mais simples de cinco fatores da personalidade. A maior parte dos traços de personalidade é decorrente de apenas cinco deles de maior ordem, que ficaram conhecidos como os “Cinco Grandes”. BIG FIVE: Um dos modelos mais difundidos para descrever a estrutura da personalidade dentro da teoria dos traços, sobretudo da personalidade adulta do ponto de vista psicométrico, é o modelo dos Cinco Grandes Fatores da personalidade, também conhecido como Big Five, considerado uma teoria explicativa e preditiva da personalidade humana e de suas relações com a conduta. Extroversão (Emocionalidade positiva): as pessoas com pontuação alta em extroversão são caracterizadas como extrovertidas, sociáveis, alegres, assertivas e gregárias. Neuroticismo (emocionalidade negativa): as pessoas com pontuação alta em neuroticismo tendem a ser ansiosas, hostis, nervosas, inseguras e vulneráveis. Abertura a experiências: a abertura está associada à curiosidade, flexibilidade, fantasias vívidas, imaginação, sensibilidade artísticas e atitudes não convencionais. Simpatia/Amabilidade: as pessoas com alta pontuação em simpatia tendem a ser solidárias, confiantes, cooperativas, modestas e sinceras. Consciência (restrição): as pessoas conscientes tendem a ser diligentes, disciplinadas, bem organizadas, pontuais e confiáveis. Um dos pioneiros no desenvolvimento do modelo dos CGF foi McDougall e que, na década de 30, sugeriu que a análise da linguagem de uma população ajudaria a entender a sua personalidade, propondo um modelo na qual ela poderia ser analisada a partir de cinco fatores independentes. A atual predominância do modelo dos cinco grandes fatores é a sua replicabilidade. Os cinco fatores já foram encontrados independentemente do país, dos instrumentos de medição utilizados e da pessoa que é avaliada. Avaliação: Cinco escalas aprovadas no Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (Satepsi): Avaliam os fatores separadamente: Escala Fatorial de Ajustamento Emocional/Neuroticismo (Hutz & Nunes, 2001) Escala Fatorial de Socialização (Nunes & Hutz, 2007b) Escala Fatorial de Extroversão (Nunes & Hutz, 2007a), Contemplam os cinco fatores: Revised NEO Personality Inventory (NEO-PI-R), Bateria Fatorial de Personalidade, de autoria de Nunes, Hutz e Nunes (2010). Para que avaliar a personalidade? Os traços de personalidade podem ser usados para resumir, prever e explicar a conduta de um indivíduo, sendo assim a explicação para o comportamento da pessoa será encontrada nela, e não na situação, o que sugere algum tipo de processo ou mecanismo interno que produza o comportamento. Embora considerados parte constante, devido ao fato de representarem uma tendência, de forma a se poder afirmar a presença de traços ou tendências da personalidade, os traços não são imutáveis. Os traços de personalidade seriam características psicológicas que representam tendências relativamente estáveis na forma de pensar, sentir e atuar com as pessoas, caracterizando, contudo, possibilidades de mudanças, como produto das interações das pessoas com seu meio social. Abordagens: Abordagem psicodinâmica: baseia-se nas forças mentais inconscientes. Abordagens comportamental: baseia-se na premissa de que a psicologia científica deveria estudar somente o comportamento observável. Abordagens humanista: baseia-se em enfatizar as qualidades únicas dos seres humanos, especialmente sua liberdade e seu potencial para crescimento pessoal. Abordagens biológica: Observa a hereditariedade da personalidade, aspectos evolucionistas/genéticos. Aula II - Freud Estrutura da personalidade em 3 componentes: Id, Ego e Superego. Id: Fonte de toda a energia psíquica, tornando-se o principal componente da personalidade. Impulsionado pelo princípio do prazer. Caso não haja gratificação imediata, o resultado é um estado de ansiedade ou tensão Nas crianças assegura que as necessidades sejam atendidas. Ego: Regido pelo princípio da realidade O ego se desenvolve a partir do id e garante que os impulsos do id possam ser expressos de uma forma aceitável no mundo real. Os impulsos do id podem ser satisfeitos através de um processo de gratificação atrasada – o ego acabará por permitir o comportamento, mas apenas no momento e lugar apropriados. Superego: Último componente da personalidade a se desenvolver Senso de certo e errado Mantém todos os nossos padrões morais internalizados e ideais que adquirimos dos pais e da sociedade Níveis de consciência: Consciente: tudo aquilo em que estamos conscientes em determinado momento. Pré-consciente: memórias acessíveis a qualquer momento Inconsciente: elementos instintivos e material reprimido. Inacessíveis à consciência. Angústia e mecanismos de defesa: A personalidade se desenvolve em resposta a quatro fontes importantes de tensão: (1) processos de crescimento fisiológico, (2) frustrações, (3) conflitos e (4) ameaças. Como uma consequência direta de aumento de tensão emanando dessas fontes, a pessoa é forçada a aprender novos métodos de reduzir a tensão. Isto é o desenvolvimento da personalidade. Mecanismos de defesa: reações inconscientes, que protegem uma pessoa de emoções desagradáveis Desenvolvimento psicossexual: Fase Oral: Investimento libidinal na boca Pulsão: energia produzida fisiologicamente por uma necessidade do corpo, anexada a um conteúdo mental -> tem como objetivo evitar o desprazer Fase anal: Fase fálica: Complexo de édipo Medo de castração Fase de latência Primeiro esboço das características sociais do indivíduo. Fase genital: Direcionamento da atividade pulsional para atividades artísticas e produtivas. Recalque: esquecimento/amnésia de processos traumáticos da consciência Regressão: apresentação de características de fases anteriores Projeção: processo de atribuir características próprias e difíceis de lidar caso fossem conscientes à outros ou ao mundo ao redor. Racionalização: explicação posteriores de determinado evento, cobrindo o desejo inicial. Sublimação: produção artística ou intelectual para redirecionar o investimento pulsional Fixação: Envolve uma impossibilidade de progredir de um estágio ao seguinte, conforme o que seria esperado. Ela pode ser ocasionada devido à excessiva gratificação de necessidades em determinado estágio ou à excessiva frustração dessas necessidades. De qualquer forma, os remanescentes das fixações na infância afetam a personalidade adulta. Aula III - Winnicott Conceito geral: a criança nasce indefesa. É um ser desintegrado, que percebe de maneira desorganizada os diferentes estímulos provenientes do exterior. O bebê nasce também com uma tendência para o desenvolvimento. A tarefa da mãe é oferecer um suporte adequado para que as condições inatas alcancem um desenvolvimento ótimo. Holding(ou sustentação): Protege contra a afronta fisiológica. Deve levar em consideração a sensibilidade epidérmica da criança – tato, temperatura, sensibilidade auditiva, sensibilidade visual, sensibilidadeàs quedas e fato de que a criança desconhece a existência de tudo o que não seja ela própria. Inclui toda a rotina de cuidados ao longo do dia e da noite. A sustentação compreende o fato físico de sustentar a criança nos braços, e que constitui uma forma de amar. A mãe funciona como um ego auxiliar. Surge na mãe o estado de “preocupação materna primária” para se identificar com as necessidades do bebê. Verdadeiro e falso self: O ser humano nasce como um conjunto desorganizado de pulsões, instintos, capacidades perceptivas e motoras que conforme progride o desenvolvimento vão se integrando, até alcançar uma imagem unificada de si e do mundo externo. (Bleicmar e Bleicmar, 1992). O dever da mãe é prover o bebê de um ego auxiliar que permite a ele integrar suas sensações corporais, os estímulos ambientais e suas capacidades motoras nascentes. Se a mãe não fornece a proteção necessária ao frágil ego do recém-nascido, ele interpretará como ameaça a sua continuidade existencial e que todas as suas percepções e atividades motoras são apenas uma resposta diante do perigo que se vê exposto Cria uma proteção fabricada para substituir a que faltaO sujeito vai se envolvendo em uma casca, às custas da qual cresce e se desenvolve o self (o indivíduo vai se desenvolvendo como uma extensão da casca, como uma extensão do meio atacante). “Mãe boa” é a que responde a onipotência do lactante. O self verdadeiro começa a adquirir vida, através da força que a mãe, ao cumprir as expressões da onipotência infantil, dá ao ego débil da criança. A mãe que “não é boa” é incapaz de cumprir a onipotência da criança, pois coloca no lugar dos gestos da criança o seu próprio gesto (gera da submissão ou acatamento) a submissão constitui a primeira fase do self falso e é própria da incapacidade materna para interpretar as necessidades da criança. O self falso age como uma defesa do verdadeiro (protege sem substituir). Nos casos mais graves, o self falso substitui o real e o indivíduo. O self falso se encontra representado por toda a organização da atitude social cortês e bem educada. O falso self, especialmente quando se encontra no extremo mais patológico da escala, é acompanhado geralmente por uma sensação subjetiva de vazio, futilidade e irrealidade. O objeto transicional: Primeira posse do não-ego da criança Caráter de intermediação entre mundos interno e externo. Servirá para que o sujeito possa experimentar com essas situações, e para ir demarcando seus próprios limites mentais em relação ao externo e ao interno. Primeiro contato da criança com o mundo externo: seio materno. No princípio há ilusão de onipotência, e o seio é entendido como sendo parte do seu próprio corpo. Alcançada esta onipotência ilusória, a mãe deve ir desiludindo a criança, pouco a pouco e fazendo com que o bebê adquira a noção de que o seio é uma “possessão”, no sentido de um objeto, mas que não é ele (“pertence-me, mas não sou eu”). Características comuns aos obj transicionais: a criança afirma uma série de direitos sobre o objeto; o objeto é afetuosamente ninado e excitadamente amado e mutilado; deve sobreviver ao ódio, ao amor, e à agressão (é muito importante que o objeto sobreviva à agressão, possibilitando a criança neutralizá-la, dando-lhe, posteriormente, um fim construtivo, ao notar que esta não destrói os objetos). No futuro se reflete nas muitas das atividades criativas do homem, como as artes, a música, etc. que “representam” o mundo interno para o exterior e, em certo sentido, “representa” a realidade para si mesmo. Desenvolvimento psíquico: Dividido em 3 etapas sucessivas: a da integração e personalização, a da adaptação à realidade e a de pré-inquietude ou crueldade primitiva. AULA IV Rogers https://psicologadrumond.wordpress.com/2013/08/15/carl-rogers-e-a-acp-abordagem-centrada-na-pessoa/ “As pessoas usam sua experiência para se definir.” Conhecimento Forma de testar hipóteses, especulações e conjecturas em relação a sistemas de referência externos. Aprender a aprender No entanto em uma cultura sempre em transformação, o aprender a aprender ou “facilitação da mudança” é chave não só para nossa sobrevivência, como também para uma existência significativa. uma aprendizagem deve ser significativa, isto é, deve ser algo significante, pleno de sentido, experiencial, para a pessoa que aprende -> auto-iniciada, penetrante, avaliada pelo educando e marcada pelo desenvolvimento pessoal. Self Autoconceito que a pessoa tem de si mesma,que é baseada em experiências passadas, estímulos presentes e expectativas futuras. É mutável, pois as pessoas são capazes de crescimento e desenvolvimento pessoal O “funcionamento ótimo” é sinônimo das noções de adaptação psicológica perfeita, da maturidade e da abertura total à experiência Um indivíduo com funcionalidade integral possui determinadas características, dentre elas: Abertura à experiências: pouca utilização dos sinais de alerta (que restringem a percepção da experiência) Vive no presente: busca se realizar a todos os momentos Confiança nas experiências e julgamentos internos: confiança na capacidade de tomar decisões. Self ideal: Conjunto de características que o indivíduo gostaria de ter. Pode ser tornar um obstáculo no desenvolvimento pessoal -> a diferença entre o real e o ideal pode ser um indicador de desconforto, neurose e insatisfação. Aceitação do self real sinaliza saúde mental -> somente a partir do reconhecimento de suas características reais é possível buscar meios eficazes para o desenvolvimento Congruência e Incongruência Um alto grau da congruência significa que a comunicação (o que se está expressando), a experiência (o que está ocorrendo em nosso campo) e a tomada de consciência (o que se está percebendo) são todas semelhantes. Incongruência é definida não só como inabilidade de perceber com precisão mas também como inabilidade ou incapacidade de comunicação precisa. As psicoterapias trabalham sobre este sintoma de incongruência, na medida em que ajudam as pessoas a se tornarem mais conscientes de suas ações, pensamentos e atitudes. Tendência a auto atualização: Todos os seres humanos têm o impulso inato de desenvolverem plenamente suas potencialidades É este impulso que conduz todo o organismo a desenvolver-se, tornar-se autônomo, amadurecer a tendência a expressar-se e ser responsável por ativar todas as capacidades do organismo, na medida em que tal ativação valoriza o organismo ou o self. Crescimento Psicológico: Tendência de resolução dos conflitos internos, já que as pessoas podem experienciar e se conscientizar de seus desajustamentos através da experimentação das incoerências entre suas experiências reais e seu autoconceito Aceitar-se a si mesmo é um pré-requisito para uma aceitação mais fácil e genuína dos outros. A tendências em direção à saúde são facilitadas por qualquer relação interpessoal na qual um dos membros esteja livre o bastante da incongruência para estar em contato com seu próprio centro de autocorreção. Obstáculos ao crescimento psicológico: Iniciados na infância com o aparecimento da necessidade amor e atenção. Comportamentos ou atitudes que negam algum aspecto do Self são denominados “condições de valor” e são obstáculos básicos à precisão de percepção e à tomada de consciência realista, e são um impedimento para o indivíduo viver plenamente no presente e estar aberto às experiências. As condições de valor criam uma discrepância entre o Self e o autoconceito. Para mantermos uma condição de valor temos que negar determinados aspectos de nós mesmos. Relacionamentos Sociais: Os relacionamentos mais precoces podem ser congruentes ou servir como foco de condições de valor, enquanto os relacionamentos posteriores podem restaurar a congruência ou mesmo retardá-la. Qualquer relação íntima a longo prazo, são focalizadas sobre quatro elementos básicos: Dedicação e compromisso: Nós dois nos comprometemos a cultivar juntos o processo mutável de nosso atual relacionamento, porqueeste relacionamento está enriquecendo nosso amor e a nossa vida e nós queremos que ele cresça Comunicação e expressão de sentimentos: Arriscar-me-ei tentando comunicar qualquer sentimento persistente, positivo ou negativo, ao meu companheiro, com a mesma profundidade com que o percebo em mim, como uma parte presente e viva em mim. Em seguida, arriscar-me-ei ainda mais tentando compreender, com toda a empatia de que eu for capaz, a sua resposta, seja acusativa e crítica, seja compartilhante e auto-reveladora“. A comunicação tem duas fases igualmente importantes: a primeira é expressar a emoção. A segunda é permanecer aberto e experienciar a resposta do outro Não-aceitação de papéis: Viveremos de acordo com as nossas opções, com a sensibilidade orgânica mais profunda de que somos capazes, mas não seremos afeiçoados pelos desejos, pelas regras e pelos papéis que os outros insistem em impor-nos Tornar-se um Self separado: Eu talvez possa descobrir mais do que sou realmente em meu íntimo e chegar mais perto disso sentindo-me, às vezes, encolerizado ou aterrado, às vezes amante e solícito, de vez em quando belo e forte ou desordenado e medonho, sem esconder de mim mesmo esses sentimentos. Eu talvez possa estimar-me como a pessoa ricamente variada que sou. Talvez possa ser espontaneamente mais essa pessoa. Nesse caso, poderei viver de acordo com os meus próprios valores experimentados, conquanto tenha consciência de todos os códigos da sociedade. Nesse caso, poderei ser toda esta complexidade de sentimentos, significados e valores com meu companheiro suficientemente livre para dar o amor, a raiva e a ternura que existem em mim. É possível, então, que eu venha a ser um participante real de uma união, porque estou em vias de ser uma pessoa real. E espero poder incentivar meu companheiro a seguir o seu caminho na direção de uma personalidade única, que eu gostaria imensamente de partilhar. Aula V Perls Crescimento Psicológico: Saúde e maturidade psicológicas: capacidade de transferir o apoio e regulação ambientais para um auto apoio e auto regulação. Todo organismo possui a capacidade de realizar um equilíbrio ótimo consigo e com seu meio Organismo como um todo: Os seres humanos são organismos unificados e não há diferença entre atividade física e mental. Na terapia, o que o paciente faz - como ele se movimenta, fala e assim por diante - fornece tanta informação ao seu respeito quanto o que ele pensa ou diz Não há divisão interno-externo: efeitos de um são refletidos no outro e vice-versa. Num indivíduo saudável esse limite é fluido, sempre permite contato e afastamento do meio: contatar constitui a formação de uma gestalt, afastar-se representa seu fechamento. A neurose acarreta processos disfuncionais de contato e afastamento que causam distorção na existência do indivíduo enquanto organismo unificado. As necessidades dominantes emergem como figura contra o fundo da personalidade total, a ação é dirigida para a satisfação de uma necessidade dominante. Ênfase no aqui e agora: Gestalt terapia não investiga o passado com a finalidade de procurar traumas ou situações não resolvidas, mas sim para tornar consciente a experiência presente, acreditando que as situações e/ou problemas não resolvidos no passado emergirão sem dúvida, como parte de mesma A Preponderância do Como Sobre o Porquê: Se um indivíduo compreende como faz alguma coisa, está compreendendo a ação em si. O por quê é irrelevante Conscientização: Estar consciente é prestar atenção às figuras emergentes de sua própria percepção. Evitar a tomada de consciência é enrijecer o livre fluir natural do delineamento figura e fundo. Três tipos de consciência: consciência de si mesmo, consciência do mundo e consciência entre (um tipo de zona intermediária). A situação inacabada ou não resolvida sempre emerge se o indivíduo estiver consciente do que está experenciando a cada momento. A maioria das pessoas interrompe esta consciência quase que imediatamente após a conscientização de algo desagradável, estabelecendo assim, uma fuga. Esta fuga impede o indivíduo de encarar e trabalhar esta experiência desagradável, ela permanece inacabada. Dinâmica Patológica: Crescimento Psicológico: Saúde e a maturidade psicológicas como sendo a capacidade de emergir do apoio e da regulação ambientais para um auto-apoio e uma auto-regulação. Neurose se divide em 5 camadas camada dos clichês ou da existência dos sinais, inclui todos os sinais de contato: “bom dia”, “oi”, “o tempo está bom, não é?” camada dos papéis ou jogos é a camada do “como se” em que as pessoas fingem que são aquelas que gostariam de ser camada do impasse, também denominada de camada da anti-existência ou do evitar fóbico, aqui experimentamos o vazio, o nada: é o ponto em que, para evitarmos o nada, geralmente interrompemos nossa tomada de consciência e retrocedemos à camada dos papéis camada implosiva ou da morte, alcançamos se formos capazes de manter nossa autoconsciência no vazio da camada anterior, experenciando esta camada contraimo-nos e comprimimo-nos – implodimos camada explosiva, última das camadas, que atingimos se pudermos ficar em contato com esta morte, a tomada de consciência neste nível constitui a emergência da pessoa autêntica, do verdadeiro self, da pessoa capaz de experenciar e expressar suas emoções Obstáculos ao crescimento: A fuga da conscientização e a consequente rigidez da percepção e do comportamento como os maiores obstáculos ao crescimento psicológico. quatro mecanismos neuróticos básicos que impedem o crescimento e operam basicamente na 2ª e 3ª camada da neurose Introjeção: ou “engolir tudo” é o mecanismo pelo qual os indivíduos incorporam padrões, atitudes, modo de agir e pensar que não são deles próprios, tornando-os divididos, desintegrados. Projeção: num certo sentido é o oposto da introjeção, é a tendência de responsabilizar os outros pelo que se origina no self, um repúdio pelos seus próprios impulsos, desejos e comportamentos. Confluência: os indivíduos não experenciam nenhum limite entre eles mesmos e o meio ambiente, tornando impossível um ritmo saudável de contato e fuga. Também impossibilita a tolerância das diferenças, pois não diferenciam entre si mesmo e as outras pessoas. Retroflexão: significa literalmente “voltar-se de forma ríspida contra”, indivíduos retroflexores se voltam contra si mesmos, dividem-se e tornam-se sujeito e objeto de todas as suas ações, são o alvo de seu comportamento. Aula VI Jung Principais conceitos: Complexos São uma reunião de imagens e ideias, conglomeradas em torno de um núcleo derivado de um ou mais arquétipos, e caracterizadas por uma tonalidade emocional comum. Contribuem para o comportamento e são marcados pelo AFETO, quer uma pessoa esteja ou não consciente deles. São fenômenos bastante naturais e necessários à vida psíquica que se desenvolvem ao longo de linhas positivas como também negativas. Inconsciente Um conceito-limite psicológico que abrange todos os conteúdos ou processos psíquicos que não são conscientes, isto é, que não estão relacionados com o eu de modo perceptível. Ele entende que pela impossibilidade de se conhecer o inconsciente diretamente, e pela experiência das inúmeras manifestações deste, pode-se afirmar que o Ego, o centro da parte consciente da psique, seria uma pequena parte imersa num vasto inconsciente. Inconsciente pessoal: “engloba as aquisições da existência pessoal: o esquecido, o reprimido, o subliminalmente percebido, pensado e sentido.” Também engloba materiais psicológicos que não chegaram a ter importância suficiente para serem conscientes, mas que foram apreendidos pelo indivíduo. É representado pelos sentimentos e idéias reprimidas, desenvolvidas durante a vida de um indivíduo. Inconsciente Coletivo: O inconsciente coletivo não se desenvolve individualmente, ele é herdado. É um conjunto de sentimentos, pensamentos e lembranças compartilhadas por toda ahumanidade. É um reservatório de imagens latentes, chamadas de arquétipos ou imagens primordiais, que cada pessoa herda de seus ancestrais. A pessoa não se lembra das imagens de forma consciente, porém, herda uma predisposição para reagir ao mundo da forma que seus ancestrais faziam. Função Compensatória do Inconsciente: Não é possível conhecer exatamente a natureza da camada inconsciente da psique, entretanto foi possível classificar a manifestação de seus produtos na mente consciente. INCOMPLETO Self e Individuação É o gerador de todo potencial energético que sustenta a psique humana. Logo, ele é o organizador dos processos psíquicos, trabalhando em prol do equilíbrio de todos os aspectos do inconsciente A individuação é constante, não é um lugar em que o indivíduo chega, mas um processo que passa a viver, de forma contínua, justamente porque o inconsciente é imensurável. Dos processos do inconsciente, ora em atitude de compensação, ora em movimento de oposição a atividade consciente, Jung (2008b) constatou que existe como pano de fundo na vida dos indivíduos uma força que os leva a realizar a totalidade do ser. Para ele, os processos inconscientes se relacionam de forma complementar a atitude consciente para que seja formada a totalidade que chamou de si-mesmo, ou self. Tipos Psicológicos Ego: é “um dado complexo formado primeiramente por uma percepção geral do nosso corpo e existência e, a seguir, pelos registros de nossa memória. É o que dá a noção de diferenciação. Consciência: é nossa forma imediata de percepção do mundo e de nós mesmos, por meio do ego, que ao longo de sua formação armazena os registros de memória. Funções psicológicas da conciência: o pensamento; o sentimento; a intuição; e a sensação Cada indivíduo utiliza uma das funções da consciência predominantemente e conscientemente em atitudes extroverdidas ou introvertidas. Veja que ao entender o funcionamento de nossa atitude consciente, é possível identificar as forma com que, na maioria das vezes, nossos conteúdos inconscientes se manifestarão. Este entendimento serve como um mapa de diretriz, para se ter acesso indireto ao nosso inconsciente. Se por exemplo perceber que a função principal é o pensamento extrovertido, saberá que os conteúdos do inconsciente geralmente usarão a via do sentimento introvertido para se expressar. Quanto mais unilateral estiver se utilizando do julgamento lógico, típico do pensamento, tanto mais autônomo e primitivo estarão se manifestando conteúdos inconscientes por meio do julgamento sentimental. Anima, Animus e Persona: Anima: “a imagem do sujeito, tal como se comporta em face dos conteúdos do inconsciente coletivo ou então é uma expressão dos materiais inconscientes coletivos, que são constelados inconscientemente pelo sujeito.” ou ainda que ela é “uma imagem coletiva de mulher no inconsciente do homem, com o auxílio da qual ele pode compreender a natureza da mulher.”. Esta imagem se forma no âmbito do mundo interno, ela guia a atitude interna, no mundo inconsciente, e por isso é formada diante da estrutura coletiva do inconsciente do indivíduo, aquela formada pelas categorias e possibilidades herdadas durante a evolução psíquica da história da humanidade. É nesta realidade que se encontra a característica arquetípica da anima, por meio da qual preenchemos com nossas experiências individual as possibilidades femininas herdadas de nossos ancestrais. Persona: Esta seria nossa postura perante a sociedade em geral, seja no trabalho, na faculdade ou em outros grupos sociais. Quanto mais dissociada de nosso eu interior, mais será utilizada como uma máscara, por meio da qual vestiremos qualidades que na realidade não possuímos, mas que não obstante atribuímos à nossa personalidade social. “assim como a experiência diária nos autoriza a falar de uma personalidade externa, também nos autoriza a aceitar a existência de uma personalidade interna. Este é o modo como alguém comporta em relação aos processos psíquicos internos, é atitude interna, o caráter que apresenta ao inconsciente. Denomino persona a atitude externa, o caráter externo; e a atitude interna denomino anima, alma.” Sombra: Encontramos na sombra os aspectos mais repugnantes de nosso ser, que por não serem aceitos são relegados ao inconsciente. É a parte negativa da personalidade, isto é, a soma das propriedades ocultas e desfavoráveis, das funções mal desenvolvidas e dos conteúdos do inconsciente pessoal. tudo aquilo que foi reprimido durante o desenvolvimento da personalidade, por não se adequar ao ideal de ego. Se você teve uma educação crista, com o ideal do ego de ser benevolente, moralmente reto, gentil e generoso, então certamente você precisou reprimir todas as suas qualidades que fossem a antítese desse ideal: raiva, egoísmo, loucas fantasias sexuais e assim por diante. Todas essas qualidades que você seccionou formariam a personalidade secundária chamada “sombra”. Arquétipos: os arquétipos são conjuntos de “imagens primordiais” originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo. Aula VII Wilhem Reich Importância de desenvolver uma livre expressão de sentimentos sexuais e emocionais dentro do relacionamento amoroso maduro. Ideias de Reich: Livre distribuição de anticoncepcionais para qualquer pessoa e educação intensiva para o controle da natalidade. Completa abolição das proibições com relação ao aborto. Abolição da distinção legal entre casados e não-casados; liberdade de divórcio. Eliminação de doenças venéreas e prevenção de problemas sexuais através da educação sexual. Treinamento de médicos, professores etc., em todas as questões relevantes da higiene sexual. Tratamento, ao invés de punição, para agressões sexuais. Caráter: É composto das atitudes habituais de uma pessoa e de seu padrão consistente de respostas para várias situações. Inclui atitudes e valores conscientes, estilo de comportamento (timidez, agressividade e assim por diante) e atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e movimentação do corpo). Se forma como uma defesa contra a ansiedade criada pelos intensos sentimentos sexuais da criança e o consequente medo da punição. Couraça caracterológica: Evolui a partir do momento que as defesas do ego se tornam mais cronicamente ativas e automáticas. Inclui a soma total de todas as forças defensivas repressoras organizadas de forma mais ou menos coerente dentro do próprio ego. Se formaria numa defesa contra a ansiedade dos sentimentos sexuais da criança e seu medo de punição. Ele se forma em torno do ego, sendo o resultado do conflito das exigências pulsionais com o mundo externo Couraça Muscular: Cada atitude de caráter tem uma atitude física correspondente e que o caráter do indivíduo é expresso corporalmente sob a forma de rigidez muscular ou couraça muscular. Caráter Genital: Adotou-o para se referir especificamente à pessoa que adquiriu potência orgástica. Para ele a potência orgástica era a capacidade de abandonar-se, livre de quaisquer inibições, ao fluxo de energia biológica, era a capacidade de descarregar completamente a excitação sexual reprimida por meio de involuntárias e agradáveis convulsões do corpo. Bioenergia: A mobilização e a descarga de bioenergia são estágios essenciais no processo de excitação sexual e orgasmo. Ele chamou a isto de Fórmula do Orgasmo, um processo de quatro partes o qual Reich julgava ser característico de todos os organismos vivos. - Tensão Mecânica - Carga Bioenergética - Descarga Bioenergética - Relaxamento Mecânico Depois do contato físico, a energia se acumula em ambos os corpos e, por fim, é descarregada no orgasmo, o qual se constitui essencialmente num fenômeno de descarga da bioenergia. O ato sexual teria a seguinte sequência: 1. Órgãos sexuais se entumecem de fluido - tensão mecânica 2. Resulta uma intensa excitação - carga bioenergética. 3. Excitação sexual descarregada em contrações musculares - descarga bioenergética. 4.Segue-se um relaxamento físico - relaxamento mecânico Obstáculo do crescimento: Couraça: O indivíduo encouraçado seria incapaz de dissolver sua couraça e, portanto, seria incapaz de expressar as emoções biológicas primitivas. Ele conhece a sensação de agrado mas não aquela de prazer orgônico. Ele não pode emitir um suspiro de prazer e, se tentar, irá produzir um gemido, um berro reprimido ou um impulso para vomitar. Ele é incapaz de deixar sair um grito de raiva ou imitar um punho atingindo o colchão com raiva. Repressão Sexual: Outro obstáculo ao crescimento é a repressão social e cultural dos instintos naturais e da sexualidade do indivíduo. Reich sentia que esta era a maior fonte de neuroses e que ela ocorre durante as três principais fases da vida, ou seja, durante a primeira infância, puberdade e idade adulta. Self: É o núcleo biológico saudável de cada indivíduo. A maioria das pessoas não está em contato com o Self por causa da couraça física e das defesas psicológicas. O Terapeuta: Além de treino na técnica terapêutica, o terapeuta deve ter feito um progresso considerável em seu crescimento e desenvolvimento pessoais. Ao trabalhar tanto psicológica quanto fisicamente com um indivíduo, o terapeuta deve ter superado todos os medos de sons sexuais abertamente emitidos e do "ondular orgástico", livre movimento de energia no corpo Motivação para mudança: Reich se esforçou continuamente para tornar seus pacientes mais conscientes de seus traços neuróticos de caráter. Ele imitava com frequência suas características, gestos ou posturas, ou fazia com que seus pacientes repetissem ou exagerassem uma faceta habitual do comportamento, por exemplo, um sorriso nervoso. À medida que os pacientes cessavam de tomar como certa sua constituição de caráter, aumentava sua motivação para mudar. Meta da terapia: Deveria ser a libertação dos bloqueios do corpo e a obtenção de plena capacidade para o orgasmo sexual, o qual sentia estar bloqueado na maioria dos homens e das mulheres. Aula VIII Skinner Personalidade: Não se pode entender a personalidade como uma coisa estática, mas sim como a representação de um repertório comportamental, desenvolvido a partir de uma história pessoal em resposta aos estímulos do meio, passados ou presentes. Se as contingências são mutáveis, o comportamento também o será. Embora existam fundamentos biológicos para o comportamento, que são estabelecidos na concepção, para o analista do comportamento, a maioria das diferenças individuais emerge das diferentes histórias de desenvolvimento que cada uma teve e das contingências atuais. Deste modo, rejeitam-se as teorias de personalidade que dão ênfase às estruturas internas, estáveis e duradouras, que levam à percepção do comportamento das pessoas como razoavelmente imutável com o tempo e através das diferentes situações. Acredita-se que mudanças nas condições ambientais, externas ou internas, modificam o modo como a pessoa se comporta. Pensar em comportamento imutável, para o behaviorismo radical, seria absurdo, visto que o comportamento é “um processo, e não uma coisa”. Os traços não são as causas do comportamento; são meros termos descritivos aplicados a uma classe geral de respostas que parecem ter alguma coisa em comum, mas que nada dirão a respeito da função do comportamento Contingência: Pode significar qualquer relação de dependência entre eventos ambientais ou entre eventos comportamentais e ambientais”. Serve para enfatizar como a probabilidade de um evento pode ser afetada ou causada por outros eventos, ou seja, qual a probabilidade de um evento ocorrer na presença ou ausência do outro. Por exemplo: João poderá ir ao zoológico se fizer a lição de casa. Fazer a lição de casa é o comportamento que terá como consequência a ida ao zoológico. A importância em analisar contingências é a de identificar elementos presentes em uma determinada situação, verificando a existência ou não de relação de dependência entre eles. Reforço: O reforço é o princípio fundamental do comportamento operante, pois reforçar significa fortalecer, isto é, aumentar a frequência/probabilidade da ocorrência do comportamento. Reforço positivo: O reforço positivo ocorre com a apresentação de um estímulo reforçador. Por exemplo: um operador de telemarketing que trabalha realizando contato telefônico para a venda de um dado produto, pode intensificar seu trabalho se o supervisor apresentar uma campanha com premiação para os operadores que alcançarem uma determinada meta. Neste caso, a premiação é o estímulo reforçador que aumentará a frequência de contatos telefônicos por parte dos operadores, a fim de alcançarem a meta estabelecida. Reforço negativo: O reforço negativo ocorre quando uma resposta produz a retirada ou evita a apresentação do estímulo aversivo. Pode-se exemplificar o reforço negativo, citando um exemplo simples: uma criança que apresenta baixa frequência em escovar os dentes após as refeições, pode passar a fazê-lo com maior frequência para evitar uma bronca dos pais. Punição: Na punição, o efeito não é aumentar a frequência/probabilidade da resposta, mas enfraquecê-la ou suprimi-la temporariamente. Ela é uma das formas mais antigas de controle conhecida pelo homem. Entretanto, mesmo que a punição possa enfraquecer uma resposta, não a elimina permanentemente do repertório do indivíduo. (ex.: lixo no chão, multa no RJ) Condicionamento operante: As mudanças no comportamento por causa de suas consequências. Condicionamento controlado por regras e comportamento modelado por contingência: O comportamento controlado por regras requer o comportamento verbal de outra pessoa, enquanto que o comportamento modelado por contingências exige somente interação com contingências. Muitos dos comportamentos são, inicialmente, controlados por regras, pois são instruídos, ou seja, estão sob o controle de estímulos verbais. Por exemplo: para fazer um bolo, normalmente utiliza-se uma receita. Os comportamentos dos quais não se sabe, necessariamente, “falar a respeito”, ou descrever como foram adquiridos, são comportamentos modelados por contingências. Por exemplo, uma pessoa que saiba pintar sem nunca ter passado por um curso específico de pintura, pode simplesmente dizer que “sabe como fazer, mas não sabe dizer como o faz”. Este é um típico exemplo de comportamento modelado por contingências. Em geral o comportamento governado por regras é aprendido mais rapidamente do que o comportamento adquirido por exposição às contingências. Momento em que o sujeito pode apresentar várias personalidades: A personalidade é um sistema de respostas funcionalmente unificado. Isto é, os comportamentos que um indivíduo adquire em sua casa compõem uma personalidade e os comportamentos que este mesmo indivíduo adquire no trabalho compõem outra personalidade, ambas co-existindo num mesmo organismo, porém manifestando-se conforme as exigências do meio. Neste caso, a personalidade está organizada ao redor de um estímulo discriminativo, pois o organismo busca reforço em ocasiões específicas. Outras variáveis, tais como a privação ou as variáveis emocionais ou a utilização de substâncias psicoativas, também podem estabelecer diferentes tipos de personalidade, ou sistemas funcionalmente unificados de respostas. No caso da privação, como exemplo, pode-se citar um indivíduo privado de sexo que passa a perceber certos estímulos do ambiente como “apelos” sexuais, mesmo quando o contexto não apresenta qualquer relação com este tema. Uma pessoa que sofre com a perda de um ente querido e, por isso, deixa de entrar em contato com determinados reforçadores, passando a apresentar importantes mudanças no seu repertório comportamental usual. Este fato exemplifica a ocorrência de uma variável emocional. Críticas aos testes de personalidade: Muitos testes de personalidade, utilizados como base para a previsão de comportamentos, são aplicados sem que se conheçam as variáveis que atuarão sobre os seus resultados. Uma expressão do “traço de dominância” pode ser dadana presença de uma certa pessoa (como estímulo) que responde de maneira submissa, mas a resposta pode ser muito diferente se emitida na presença de uma figura igualmente dominante. A dominância, portanto, depende obviamente da situação específica na qual a pessoa emite a sua resposta. Proposta: A proposta da análise do comportamento é entender os eventos causadores e mantenedores do comportamento, a partir da história de reforçamento ou punição sofrida pelo indivíduo. Isto é, a partir das contingências. “O behaviorismo radical enfatiza o contexto e significado. Tire algo do seu contexto e ele perderá o seu significado. Ponha este algo em um novo contexto e ele significará outra coisa” Por isso, não se pode entender a personalidade como uma coisa estática, mas sim como a representação de um repertório comportamental, desenvolvido a partir de uma história pessoal em resposta aos estímulos do meio, passados ou presentes. Se as contingências são mutáveis, o comportamento também o será. Deve-se procurar entender a relação existente entre o comportamento e as variáveis que estão atuando no meio, papel este desempenhado pelo analista do comportamento através da análise funcional. Aula IX TCC - Beck e Ellis Fundamentos teóricos: A maneira como os indivíduos percebem e processam a realidade influenciará a maneira como eles se sentem e se comportam. Há pensamentos nas fronteiras da consciência que ocorrem espontânea e rapidamente e são uma interpretação imediata de qualquer situação. São chamados de pensamentos automáticos e são distintos do fluxo normal de pensamentos observado no raciocínio reflexivo ou na livre associação. São geralmente aceitos como plausíveis, e sua exatidão é aceita como verdadeira. Objetivo terapêutico: reestruturar e corrigir esses pensamentos distorcidos e colaborativamente desenvolver soluções pragmáticas para produzir mudança e melhorar transtornos emocionais. Esquemas: Esquemas são regras ou padrões específicos que regem o processamento da informação e, consequentemente a ação. Estes esquemas são formados ao longo da vida começando bem cedo a tomarem forma a partir das crenças (centrais) das quais basicamente são compostos. O esquema constitui, portanto, o fundamento que molda os estímulos e os torna cognições, ou seja, funciona extraindo, codificando e diferenciando dados do mundo, avaliando as situações e suas experiências, e faz isto a partir de uma matriz de esquemas. Beck ainda afirma que os esquemas são estruturas relativamente estáveis que constituem basicamente a personalidade dos indivíduos. Os esquemas de indivíduos bem ajustados permitem avaliações realistas, ao passo que os de indivíduos mal ajustados levam a distorções da realidade, que, por sua vez, geram um transtorno psicológico. Os esquemas são adquiridos precocemente no desenvolvimento, agindo como "filtros " pelos quais as informações e experiências atuais são processadas. Essas crenças são moldadas por experiências pessoais e derivam da identificação com outras pessoas significativas e da percepção das atitudes das outras pessoas em relação ao indivíduo .Crenças: Entendimento mais básico sobre EU, O MUNDO e o FUTURO. Esquemas de crenças disfuncionais: Desamparo – Pessoa se acha incapaz/ frágil/ vulneráveis – Pensamentos automáticos: sou incapaz; não tenho jeito/ sou fraco. Desamor – Pessoa se acha incapaz de receber amor/intimidade – P.A.: Não me encaixo; Não vão gostar de mim... Desvalor – Pessoa se acha moralmente ruim, algo dela é inaceitável – P.A.: Sou mal; Sou ruim... Procedimentos e Técnicas: Paciente e terapeuta trabalham como uma equipe para avaliar as crenças do paciente, testando-as para verificar se estão corretas ou não e modificando-as de acordo com a realidade. Em segundo lugar, o terapeuta usa o questionamento socrático como um meio de guiar o paciente em um questionamento consciente que permitirá que este tenha um insight sobre seu pensamento distorcido, um procedimento chamado descoberta guiada. Ao longo de todo tratamento, utiliza-se a abordagem colaborativa e psicoeducativa, com experiências específicas de aprendizagem desenhadas com o intuito de ensinar os pacientes a: 1) monitorar e identificar pensamentos automáticos; 2) reconhecer as relações entre cognição, afeto e comportamento; 3) testar a validade de pensamentos automáticos e crenças nucleares; 4) corrigir conceitualizações tendenciosas, substituindo pensamentos distorcidos por cognições mais realistas; e 5) identificar e alterar crenças, pressupostos ou esquemas subjacentes a padrões disfuncionais de pensamento Segundo Ellis, o princípio fundamental está sustentado no pressuposto de que as circunstâncias não perturbam as pessoas, mas as pessoas perturbam-se pela sua visão das circunstâncias.
Compartilhar