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AULA 01
Aula 1: Princípios e Práticas em Orientação Educacional
O conceito etimológico de educação vem dos vocábulos latinos educare e educere. O primeiro apresenta-nos o sentido de guiar, nortear, orientar o indivíduo. O segundo, o buscar as potencialidades do indivíduo no sentido de fazê-las vir de dentro para fora.
A orientação educacional tem sua trajetória iniciada pela área de orientação vocacional, voltada para a escolha de uma profissão, tem como seu precursor Frank Parsons, em 1908, Boston, EUA. Tinha como configuração o aconselhamento. Em relação às escolas, ela surge em 1912, Detroit, EUA, com Jesse Davis. Sob a influência americana, em especial o counseling, o Brasil viveu suas primeiras experiências em orientação na década de 20, iniciadas com os trabalhos de Robert Mange, engenheiro suíço, que iniciou em 1924, no Liceu de Artes e Ofícios, em São Paulo, os primeiros trabalhos para criação de um serviço de seleção e orientação profissional para os alunos do curso de mecânica. Em 1931, Lourenço Filho criou o primeiro serviço público de orientação profissional no Brasil. Ainda muito voltado aos desejos da época, uma vez que focava nas aptidões naturais como forma de endosso e valorização das atividades sociais. Outro dado marcante é o Manifesto dos Pioneiros, de 1932. Ele representa as causas e princípios educacionais face ao momento vigente que, se por um lado tinha um ideário dos pressupostos liberais e, portanto, a busca de uma educação integral com base nas aptidões naturais, por outro, buscava um trabalho mais dinâmico e mais ativo para seus alunos. Dois anos após o manifesto, a Associação Brasileira de Educação oferece o primeiro curso de extensão sobre orientação educacional.
Na década de 80, continua o trabalho da busca de uma identidade para o orientador, assim como de um referencial que atendesse às reais necessidades, dentro de um contexto mais democrático que o país começava a viver, deixando de lado as questões do ajustamento para refletir questões desta realidade.
Assim, a Orientação Educacional passou por vários períodos que podem ser assim sintetizados:
Período Implementar: compreende o período de 1920 a 1941 e está associada à orientação profissional, preponderando a seleção e escolha profissional.
Período Institucional: de 1942 a 1961: caracterizado pela exigência legal da Orientação Educacional nos estabelecimentos de ensino e nos cursos de formação dos orientadores educacionais. Nesse período, há a divisão funcional e institucional. Surge a escola pública;
Período Transformador: de 1961 a 1970: pela Lei 4.024/61, a Orientação Educacional é caracterizada como educativa, ressaltando a formação do orientador e fixando as Diretrizes e Bases da educação nacional.
Período Disciplinador: de 1971 a 1980: conforme a Lei 5.692/71, a Orientação Educacional é obrigatória nas escolas, incluindo o aconselhamento educacional. O Decreto 72.846/73, regulamentando a Lei 5.564/68, sobre o exercício da profissão de orientador educacional, disciplina os passos a serem seguidos.
Período Questionador: de 1980 a 1990: o orientador discute suas práticas, seus valores, a questão do aluno trabalhador, enfim a sua realidade no meio social. A prática da orientação volta-se para a concepção de educação como ato político.
Período Orientador: a partir de 1990: a orientação volta-se para a "construção" do cidadão comprometido com seu tempo e sua gente, trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do diálogo.
A orientação educacional, hoje, caracteriza-se por um trabalho muito mais abrangente no sentido de sua dimensão pedagógica. Possui caráter mediador junto aos demais educadores, atuando com todos os protagonistas da escola no resgate de uma ação mais efetiva e de qualidade.
A presença do Orientador Educacional, como qualidade pedagógica da escola, fundamenta-se na condução de processos de liberdade, quando este profissional entende que seu papel é de proporcionar práticas intersubjetivas em que a diferença seja vista como possibilidade de crescimento pessoal, social e de libertação. Podemos citar Atividades a serem planejadas, pelo OE, com propósitos bem definidos: 1- Palestras com Profissionais sobre a Sexualidade, como tema transversal ao Currículo Escolar 2- Visitas à Instituições de atendimento a portadores de deficiências, para novo olhar as possibilidade de Inclusão 3- Debate sobre a Maioridade Penal, a partir de entrevista esclarecedora , com Advogados. Visando os propósitos de liberdade e desenvolvimento, refletidos acima, podemos considerar coerentes as atividades apresentadas.
AULA 02
Aula 2: A Orientação Educacional e a Legislação Educacional
O estudo da orientação associado ao conhecimento da legislação educacional brasileira torna-se importante para os profissionais da área em formação como instrumento de compreensão do desenvolvimento e evolução da própria Orientação Educacional. A partir da leitura de documentos legais, tais como; a Constituição, as Leis Orgânicas de Ensino, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, é possível perceber como a Orientação Educacional é vista pelos legisladores.
Como forma de cumprimento dos dispositivos educacionais assinalados na Constituição de 1937, o então Ministro da Educação, Gustavo Capanema, institui um conjunto de reformas chamadas de Leis Orgânicas:
 
• Lei Orgânica do Ensino Industrial em 1942 (Decreto-lei 4073)
• Lei Orgânica do Ensino Secundário em 1942 (Decreto-lei 4244)
• Lei Orgânica do Ensino Comercial em 1943 (Decreto-lei 6141)
Em seguida, no governo de José Linhares, o então Ministro da Educação, Leitão Cunha, institui novas leis Orgânicas que complementam as anteriores:
 
• Lei Orgânica do Ensino Primário em 1946 (Decreto-lei 8259)
• Lei Orgânica do Ensino Normal em 1946 (Decreto--lei 8530)
• Lei Orgânica do Ensino Agrícola em 1946 (Decreto-lei 9613)
Na Lei Orgânica do Ensino Industrial de 1942, pela Reforma Capanema, é instituído oficialmente o Serviço de Orientação Educacional no Brasil, tendo o objetivo de correção e encaminhamento dos alunos-problemas.
“É instituído o Serviço de orientação Educacional, com a finalidade de correção e encaminhamento dos alunos-problemas e de elevação das qualidades morais, através de um regime de autonomia que facilita a educação social dos escolares. Referiu-se, ainda, a Lei, à facilitação da escolha profissional, esclarecendo e aconselhando, em cooperação com a família”. (MAIA; GARCIA, 1995, p. 15). Nesta perspectiva, observa-se seu caráter adaptador, visando à inserção e adaptação do indivíduo às necessidades da sociedade, mediante a sua incorporação de valores morais.
Na Lei Orgânica do Ensino Secundário de 1942, temos como destaque a apresentação da função da Orientação Educacional como apoio ao ensino e orientação profissional e de lazer a partir de aconselhamentos. Demonstra um caráter vocacional voltado para a escolha do Ensino Superior.
Na Lei Orgânica do Ensino Comercial de 1943 temos como destaque a apresentação da orientação com o caráter preventivo atuando também nas questões de ensino, saúde, ajustamento do indivíduo às normas estabelecidas na sociedade e orientação na escolha profissional, compreendendo a sua ação como meio de solução de problemas do aluno.
Na Lei Orgânica do Ensino Agrícola de 1946, a Orientação apresenta-se a partir do caráter preventivo, sendo a orientação profissional um ajustamento do indivíduo à profissão estabelecida pelo mercado de trabalho. Nesse decreto verificamos principalmente o aparecimento da expressão “Orientação Profissional”, a estipulação das funções do orientador e a indicação de articulação com o corpo docente.
Segundo Grinspun (2006), a Orientação Educacional revela-se como um mecanismo dos legisladores para ajustar a população no campo educacional às demandas do mercado de trabalho e da sociedade quanto à estratificação das classes sociais. Outro aspecto relevante na evolução histórica da Orientação Educacional no Brasil refere-se à própria legitimação do papeldo orientador mediante a legislação brasileira, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação da Educação Nacional e outras relacionadas ao tema, seguindo os modelos americano e francês.
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961 (Lei 4024/61) verifica-se um capítulo destinado à Orientação Educacional fixando a formação de orientadores para os cursos primários e secundários, porém com ênfase dela para o Ensino Médio. É instituída a Orientação Educativa e Vocacional, em cooperação com a família, com a preocupação de ajustamento do indivíduo ao ambiente da escola, do trabalho e à própria sociedade. No tocante à formação do orientador, sua fundamentação baseava-se em conteúdos psicológicos como forma de construção de uma prática voltada para uma ideologia liberal do desenvolvimento da individualidade e de aptidões. Logo, o orientador ocupa papel central dentro do ambiente escolar para a aplicabilidade da diretriz educacional do país.
Em 1968 tem-se a regulação do exercício da profissão de Orientação Educacional a partir da Lei 5564/68, proporcionando a sua profissionalização baseada numa perspectiva psicológica e preventiva e tendo a finalidade não apenas de orientação profissional, mas também de auxiliador do desenvolvimento integral do indivíduo.
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1971 (Lei 5692/71), que possui como eixo norteador a qualificação para o trabalho, é declarada a obrigatoriedade da Orientação Educacional nos estabelecimentos de ensino de 1° e 2° graus em cooperação com professores, a família e a comunidade, visando um aconselhamento vocacional que favoreça a escolha profissional conforme as necessidades do mercado de trabalho.
Nesse contexto, Grinspun (2006) acrescenta que:
“O Decreto-lei 69.450/71 e a Res. 2/72 fixaram outras atividades para a Orientação Educacional; o Parecer 339/72 ressaltou a importância da sondagem de aptidões, com isso reforçando o uso de técnicas apropriadas para o conhecimento das “vocações” dos alunos” (BRASIL, Parecer 339/72, p.146).
Em seu corpo textual não encontramos menção objetiva sobre a Orientação Educacional como na lei anterior, exceto a abordagem dada para a formação deste profissional: “Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.” (BRASIL, Lei 9394, 1996).
Outro aspecto relevante refere-se à instituição da gestão democrática no ensino público, que em sua concepção preconiza a participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola, possibilitando ao orientador uma prática educativa mais política no ambiente escolar.
A Orientação Educacional foi durante muito tempo associado a um caráter preventivo e ajustamento do indivíduo tanto aos problemas detectados nas áreas de ensino, saúde e moral, às normas preestabelecidas pela a sociedade como também aos de orientação profissional, a partir de uma ideologia de individualidade e aptidões fundamentada em teorias psicológicas. 
Isso demonstra que sua presença no ambiente escolar não se institui a partir de uma necessidade da escola, mas sim como uma necessidade dos legisladores de implementar seus ideais e sua concepção de educação.
Hoje, percebemos que a prática da Orientação Educacional faz-se presente no cotidiano escolar perante as necessidades desta como agente de transformação e mediação do fazer pedagógico e do processo de aprendizagem. 
Nesse aspecto, Grinspum (2006) diz que:
“A Educação é uma prática social, e a orientação deve ser vista como uma prática que ocorre dentro da escola, mas cujas atividades podem e devem ultrapassar seus muros; uma prática que caminha no sentido da objetividade, da subjetividade da Educação” (GRINSPUM, 2006, p. 20).
Sendo assim, destacamos que, atualmente, a Orientação não se limita a uma atuação burocrática, mas sim a uma atuação pedagógica com a finalidade de promover uma educação de qualidade pautada na cidadania e no desenvolvimento integral do aluno.
O "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova" lançado em 1932, por educadores comprometidos com um movimento de renovação da educação brasileira, representou as causas e princípios educacionais face ao momento vigente que, se por um lado tinha um ideário dos pressupostos liberais e, portanto, a busca de uma educação integral com base nas aptidões naturais, por outro, buscava um trabalho mais dinâmico e mais ativo para seus alunos.
 
O Manifesto defendeu uma educação pública, gratuita, laica e obrigatória. Dois anos após o manifesto, a Associação Brasileira de Educação ofereceu o primeiro curso de extensão de Orientação Educacional.
Leia o fragmento a seguir: "é declarada a obrigatoriedade da Orientação Educacional nos estabelecimentos de ensino de 1° e 2° graus em cooperação com professores, a família e a comunidade, visando um aconselhamento vocacional que favoreça a escolha profissional conforme as necessidades do mercado de trabalho". Este trecho pertence à: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1971 (Lei 5692/71).
AULA 03
Aula 3: A Orientação Educacional e as Relações Interpessoais no Cotidiano da Escola
A família e seu processo de participação na escola:
A escola precisa encontrar caminhos para atender às expectativas da sociedade a respeito da sua atuação. A família aparece como grande parceira nesta busca de uma educação de qualidade, para tanto a escola precisa estabelecer relações mais flexíveis e menos autoritárias entre educadores e sua clientela escolar. Esta mudança de ação estabelece situações de aprendizagem de mão dupla: ora a escola estende sua função pedagógica para fora, ora a comunidade influencia os destinos da escola.
A presença dos responsáveis e comunidade no interior da escola não é nenhuma novidade. Historicamente, tem sido estimulado por vários interesses, dentre eles pedagógicos e políticos. 
No Brasil, nos anos a partir de 1920, as teses reformistas defenderam a abertura da escola para os pais e famílias que foram denominados comunidades, atingindo as classes populares já que as elites tinham condições sociais privilegiadas. A partir de 1970, no regime autoritário, a participação dos pais passou a ser compulsória mediante regulamentação e a obrigatoriedade da criação de alguns canais de comunicação, com regras burocráticas estabelecendo uma condição de “cidadania sob controle” (SPÓSITO ,1990, p. 52-56). Assim, foram marcadas estas propostas de aproximação ao longo do tempo, geralmente com a mesma intenção, voltadas para questões sanitárias ou assistencialistas, como cortina de fundo para interesses políticos.
Atualmente, buscamos uma escola de qualidade e diante de tantos entraves na educação, evasão escolar, falta de recursos, fracasso escolar, a escola percebe que não pode mais ficar fechada ao mundo exterior e isolada de suas influências. Chega-se à ideia que a educação é um empreendimento social coletivo e que, embora tenha sua própria realidade, ela não pode se manter à margem do contexto na qual se insere. É necessário estreitar a parceria entre escola/família/comunidade.
A estrutura da família mudou de paradigma cuja escola custa para abrir os olhos. A família não é mais da década passada onde comumente víamos a estrutura: pai, mãe e filhos. Hoje temos diversas estruturas de famílias: em processo de separação, famílias monoparentais, famílias reconstituídas, famílias construídas por casais homossexuais e muitos outros modelos que surgem todos os dias. 
Outro fato marcante é a saída da mulher para o mercado de trabalho para garantir a entrada de recursos financeiros necessários à manutenção e à sobrevivência das famílias. A tendência, portanto, é a família, diante de tantas variações, continuar apresentando esse processo dinâmico de transformações que todavia ocorre em todas as instânciasda sociedade. Enquanto fenômeno social, o processo educativo não pode estar desvinculado de tudo que ocorre fora da escola, em especial o ambiente familiar. Porém, as maiores dificuldades estão relacionadas à falta de atitudes dialógicas, de convivência, verdadeiramente humana. Em suma, da participação efetiva na vida escolar.
A comunicação como caminho para a eficácia nas relações:
A escola, por muitas vezes, age de maneira autoritária, distanciando sua prática dos reais anseios de todos os envolvidos. A resposta para melhoria da estrutura de comunicação está no afeto onde a escola estabelece um relacionamento solidário, vivo, respeitando, como diz Wallon, a dimensão afetiva. A partir do afeto, os canais de comunicação tornam-se meios para um melhor relacionamento. A escola, então, compreende melhor o significado humano em todas as dimensões. Com esta visão, o Orientador Educacional estabelece um espaço de convivência e socialização tão importante para a democratização do ensino e minimização dos espaços de conflito.
Essa multiplicidade de fatores exige um trabalho de articulação e integração para que ações individuais contribuam efetivamente na consecução dos objetivos pedagógicos da escola. O orientador educacional é corresponsável pelo sucesso ou o fracasso de uma boa comunicação e, consequentemente, por uma relação interpessoal  de qualidade, pois trabalha incentivando e articulando o trabalho coletivo. Ao iniciar o processo de coordenação de um grupo, ele  precisa: dar informações claras, organizar o tempo, o espaço, a rotina, as tarefas  para facilitar o processo de inclusão das pessoas na equipe. As relações pedagógicas, bem como seus objetivos, não podem ser entendidas separadamente das relações interpessoais, já que estas se imbricam e se implicam mutuamente.
AULA 04
Aula 4: A Orientação Educacional e os Desafios Presentes no Contexto Escolar
Segundo Grinspun (2006), proporcionar o debate e a reflexão sobre a questão cultural poderá auxiliar o aluno no desvelamento de sua história cultural e social a partir do desenvolvimento de projetos, pesquisas e planos de ação que promovam o conhecimento e a reflexão sobre a cultura da comunidade escolar. Assim, mediante o envolvimento do aluno com a sua própria cultura desencadeará a compreensão dos valores e tradições, como também o desenvolvimento da visão da realidade que está em seu entorno. Percebemos a necessidade de a escola possuir uma proposta política pedagógica que contemple e valorize o aspecto cultural, sendo eixo norteador de um currículo.
A promoção de uma educação pautada no desenvolvimento da cidadania exige também o reconhecimento que a comunidade escolar é plural e diversificada, sendo necessário a oferta de oportunidades igualmente para todos os alunos e o rompimento com a prática de reprodução da diferença e desigualdade social.
Segundo Grinspun (2006), compete aos sistemas de ensino o estímulo do exercício da cidadania, preocupando-se com a formação de sujeitos participativos e conscientes de seu papel na formação e transformação da sociedade. Logo, urge a concepção e desenvolvimento de um currículo que englobe conhecimentos ligados ao campo racional, mas também sentimentos e valores ligados ao campo emocional.
A formação do indivíduo de forma integral com base numa educação inclusiva com princípios democráticos e de qualidade está associada a uma visão da comunidade escolar de forma plural. Esta concepção de certa forma é recente e ainda está em processo.
“A cultura escolar predominante nas nossas escolas se revela como “engessada”, pouco permeável ao contexto em que se insere, aos universos culturais das crianças e jovens a que se dirige e a multiculturalidade das nossas sociedades” (CANDAU, 2010, p. 53)
Atualmente, já desponta um novo olhar sobre a temática: a interculturalidade. Essa corrente amplia a percepção referente à cultura, pois propõe não somente o reconhecimento da diversidade cultural e sim o diálogo e a interrelação entre as diversas culturas, como nos destaca Candau: “Nesse sentido, trata-se de um processo permanente, sempre inacabado, marcado por uma deliberada intenção de promover uma relação dialógica e democrática entre as culturas e os grupos involucrados e não unicamente de uma coexistência pacífica num mesmo território. Esta seria a condição fundamental para qualquer processo ser qualificado de intercultural.” (CANDAU, 2010, p. 56) Conforme assinalado, há no espaço escolar a manifestação de conflitos no seu cotidiano como forma de resistência ou de intolerância ao outro e ao diferente. Uma dessas manifestações que frequentemente solicitam a presença da Orientação Educacional é a questão da indisciplina dos alunos.
Devemos destacar que o papel da Orientação Educacional ao longo da sua trajetória evolutiva sempre esteve associado ao atendimento individual com caráter preventivo a partir de uma perspectiva psicológica, o qual tinha como objetivo o ajustamento do aluno ao meio social e, consecutivamente, às normas estabelecidas.
Hoje, para Grinspun (2006), a Orientação Educacional possui uma ação mais abrangente e política, não se limitando à prática assinalada anteriormente. Sua atividade possui um aspecto mediador juntamente com os outros educadores e membros do contexto escolar na busca da compreensão dos fenômenos ocorridos e solução conjunta pautada na criticidade, nos direitos humanos e na ética profissional.
Verificamos que o tratamento da escola, no tocante à indisciplina, deve ser refletido de forma coletiva por toda a comunidade escolar englobando ações não somente relacionadas a posturas, como também em sua organização estrutural quanto ao projeto político pedagógico valorizando a pluralidade. 
Como visto, as instituições de ensino possuem estruturas rígidas que muitas vezes ficam alheias às questões do contexto social e principalmente quanto ao fator da diversidade cultural.
A valorização da formação do indivíduo de forma integral, incluindo o aspecto cognitivo e o aspecto emocional, torna-se uma necessidade para que este vivencie experiências para a constituição de sua identidade e a compreensão da sua realidade. Nessa perspectiva, o orientador é visto como agente de mediação desse processo no tocante ao estímulo do resgate da cultura brasileira no ato educativo, mediante o desenvolvimento de projetos de caráter interdisciplinar que favoreçam o conhecimento das variadas manifestações culturais existentes.
Segundo Grinspun (2006), em relação às transformações do contexto social, compete à Orientação Educacional auxiliar o aluno em três pontos básicos: perguntar, pesquisar e criar, sendo esses pilares para uma educação que garanta a sua emancipação e vivência no mundo.
De acordo com o dicionário Aurélio temos a seguinte definição: "Tendência a considerar as normas e valores da própria sociedade ou cultura como critério de avaliação de todas as demais". Esta definição se aplica à: ETNOCENTRISMO.
Analise as assertivas e assinale a(s) alternativa(s) que aponta(m) as ações corretas do Orientador Educacional no seu fazer pedagógico. I. Na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a entrada do orientador em sala pode ser o momento da rotina para tratar de temas sensíveis ao grupo: como a chegada ou a despedida de um colega, a substituição do professor ou a preparação para uma atividade extraescolar, como um passeio ao zoológico ou a visita a um museu. II. Realizar rodas de conversa com os alunos e o professor, a fim de escutar as demandas da turma, analisá-las e resolver coletivamente os conflitos que surgem. III. Nos anos finais do Ensino Fundamental e no Médio, a presença do orientador pode se destinar a atividades que auxiliem os alunos a fazer o uso adequado do tempo, do caderno, da agenda e dos livros, além de promover discussões sobre a realização da lição de casa e as estratégias de estudo. Essas aulas visam estimular a prática dos conteúdos procedimentais - aqueles que favorecem a apropriação do conhecimento conceitual. IV. Contribuir com a formaçãodo aluno em sala de aula, discutindo a gestão dos conflitos do dia a dia, os chamados conteúdos atitudinais, tais como as brigas do intervalo, o descuido com os espaços coletivos e o desrespeito entre os alunos.
AULA 05
Aula 5: A Orientação Educacional e a dificuldade de aprendizagem
O estudo da aprendizagem centrou-se em aspectos diferentes, de acordo com as diversas correntes da Psicologia e com as diferentes perspectivas que cada uma defendia. Dessas teorias, as que adquiriram maior relevo foram:
- As comportamentalistas (behavioristas) - a aprendizagem é 
vista como a aquisição de comportamentos expressos através 
de relações mais ou menos mecânicas entre um estímulo e 
uma resposta, sendo o sujeito relativamente passivo neste 
processo.
- As cognitivistas – a aprendizagem é entendida como um processo 
dinâmico de codificação, processamento e recodificação da 
informação. O estudo da aprendizagem centra-se nos processos 
cognitivos que permitem estas operações e nas condições 
contextuais que as facilitam. O indivíduo é visto como um ser que 
interage com o meio e é graças a essa interação que ele aprende.
- As humanistas - a aprendizagem baseia-se essencialmente no 
caráter único e pessoal do sujeito que aprende em função das suas 
experiências únicas e pessoais. O sujeito que aprende tem um papel 
ativo neste processo, mas a aprendizagem é vista muitas vezes 
como algo espontâneo.
PIAGET:
A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.
- O desenvolvimento intelectual partiu da ideia que os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio.
- O desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico.
- A atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento "total" dos organismos.
- É uma teoria de etapas, que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.
WALON:
- Foi o primeiro a levar não só o corpo da criança, mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa.
- Valorizou o aprendizado integral (intelectual, afetiva, social).
- As emoções têm um papel preponderante no desenvolvimento da pessoa.  É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino.
PAULO FREIRE:
- A aprendizagem deve levar os alunos a entender sua situação de oprimidos e agir em favor da própria libertação.
- Deve desenvolver a criticidade dos alunos e propor a educação como forma para despertar a consciência dos oprimidos.  
- Pretende habilitar o aluno a "ler o mundo", trata-se de aprender a ler a realidade (conhecê-la) para em seguida poder reescrever essa realidade (transformá-la).
Quatro FUNÇÕES DA EDUCAÇÃO:
Função mantenedora: a continuidade da conduta humana se realiza através da aprendizagem.
Função socializadora: o indivíduo, à medida que se sujeita à educação, transforma-se em um ser social, identifica-se com o seu grupo, com as suas regras e seus códigos.
Função repressora: permite a continuidade do homem histórico, garante também a sobrevivência do sistema específico que rege a sociedade.
Função transformadora: a educação revela formas peculiares de expressão revolucionária.
Paín (2007), no livro Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem, também divide a aprendizagem em dimensões. São elas:
- Dimensão biológica do processo de aprendizagem;
- Dimensão cognitiva do processo de aprendizagem;
- Dimensão social do processo de aprendizagem.
Para finalizar, a aprendizagem sofre ainda a influência de condições internas e externas da aprendizagem, que dialogam o tempo inteiro e, assim, não permitem a dicotomia da noção do esquema estímulo--resposta. Apenas para melhor observação, as externas são definidas a partir do campo do estímulo e as internas que definem o sujeito. Assim como é difícil definir aprendizagem, a definição do conceito de dificuldade na aprendizagem também é complexa. Raramente as dificuldades de aprendizagem têm origens apenas cognitivas e que comumente eram testadas a partir dos testes de QI. Tínhamos, então, o aluno-problema e rotineiramente lhe era atribuído a razão do fracasso, pois se considera apenas que existia algum comprometimento no seu desenvolvimento psicomotor, cognitivo, linguístico ou emocional, que são observados na escola, através de dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, da fala, da leitura, da escrita, do raciocínio ou das habilidades matemáticas. Porém, há outros tipos de fatores que se relacionam a essa problemática: desde a desestruturação familiar, sem poder desconsiderar as condições de aprendizagem que a escola oferece a esse aluno, até os outros fatores intra-escolares que favorecem a não aprendizagem.
Existem problemas de aprendizagem que são produzidos nas relações e no marco da instituição escolar. São alguns exemplos:
- Resistência às normas disciplinares
- Problemas de integração
- Desqualificação do professor
- Inibição
Diferente dos problemas de aprendizagem que supõem baixo nível intelectual, não permitindo ao sujeito aproveitar suas possibilidades. Ambos os casos levam ao fracasso escolar, mas necessitam de intervenções diferenciadas que podem ser: médica, psicológica, pedagógica, entre outras.
Cabe ao orientador preocupar-se principalmente em construir situações de ensino que possibilitem aprendizagem, buscar os meios, as técnicas e as instruções adequadas para favorecer a aprendizagem.
O fracasso escolar está associado às dificuldades de aprendizagem escolar, as quais se manifestam principalmente entre crianças do segmento popular. É um tema que desperta interesse desde o final do século XVIII, quando médicos já se preocupavam em estudar o tema. Assim, o fracasso escolar teria como causa a anormalidade orgânica. Grinspun (2006) destaca algumas concepções relevantes quanto à explicação do fracasso escolar, as quais são apresentadas como estudos sobre o tema ao longo dos anos. Com a corrente psicopedagógica, o fracasso escolar era explicado a partir da medição da inteligência, destacando-se os estudos de Binet e Claparède, sendo o primeiro o criador da escala métrica da inteligência infantil. Com a influência das teorias psicanalíticas, o fracasso escolar estava relacionado ao problema de ajustamento ou de aprendizagem escolar, na qual o aluno com anormalidade escolar era considerado “criança-problema”, sendo tal anormalidade oriunda do ambiente sócio-familiar.
Segundo Grinspun (2006), a evolução histórica da análise do fracasso escolar pode ser definida pelas seguintes teorias:
Teoria psicológica, na qual o fracasso escolar é devido às características individuais do aluno, sendo ele incapaz de adaptar-se à escola.
Teoria da carência cultural, na qual o fracasso escolar é decorrente das influências de fatores extraescolares, levando o aluno a uma deficiência cultural.
Teoria das diferenças culturais, na qual o fracasso escolar é explicado a partir da padronização da escola que não reconhece as diferenças culturais, promovendo a marginalização das camadas populares no ambiente escolar.
Teoria crítico reprodutivista, na qual o fracasso escolar é motivado à desigualdade social exercida por condicionantes sociais.
Fatores intraescolares, nos quais o fracasso escolar é explicado pela própria organização do sistema escolar e a promoção da seletividade.
Teorias estruturais, na qual o fracasso escolar é visto como responsabilidade de todos osmembros do processo educacional.
O papel do Orientador Educacional, na dimensão contextualizada, diz respeito, basicamente, ao estudo da realidade do aluno, trazendo-a para dentro da escola, no sentido da melhor promoção do seu desenvolvimento. A Orientação Educacional não existe para padronizar os alunos nos paradigmas escolhidos como ajustados, disciplinados ou responsáveis.
AULA 06
Aula 6: O planejamento em Orientação Educacional
O planejamento é um processo contínuo que auxilia e orienta a tomada de decisão sobre determinada situação ou realidade, visando à eficiência e à eficácia da prática pedagógica. O planejamento é um instrumento fundamental para a sistematização de ações significativas sobre uma determinada realidade, pois possibilita uma visão mais objetiva e integral quanto à real necessidade da execução da ação e a sua finalidade. O planejamento constitui-se numa estratégia para a superação do improviso.
• Planejamento – ação de planejar, processo.
• Plano e Projeto – são as descrições resultantes do planejamento e especificadoras das decisões tomadas e do curso de ação a seguir (LÜCK, 1991, p.33).
Podemos destacar alguns aspectos importantes na concepção do planejamento, os quais se relacionam entre si:
Racionalidade: emprego do raciocínio para solução de problemas, a partir do estabelecimento de relações entre dados elementos;
Tomada de decisão: estabelecimento de um compromisso de ação efetiva e transformadora embasada numa visão crítica da realidade;
Futurismo: orientador para o futuro, considerando dados do passado e do presente.
O planejamento em Orientação Educacional possibilita uma significação de sua prática dentro do contexto escolar. É a partir dele que verificamos o seu sentido e perspectiva frente às necessidades de dada instituição. Logo, percebemos que a sua organização está vinculada à concepção de educação da própria unidade escolar. Segundo Lücke (1991), na década de 80, percebe-se uma crise no sentido da Orientação Educacional. Com o estabelecimento da antiorientação, surge uma visão negativa que desconsidera o papel do orientador nas escolas, devido à associação dele a uma atuação limitada e tecnicista. Sendo assim, fez-se necessário uma revisão das ações da Orientação Educacional, a qual sucedeu a partir do desenvolvimento de uma visão mais política sobre a sua própria atuação. Hoje, vivenciamos um período de reconstrução da Orientação Educacional que visa à reflexão do seu papel na escola mediante a fixação de sua identidade, da afirmação da importância de sua prática no contexto educacional, sendo extremamente importante a prática de um planejamento integrado ao fazer pedagógico da escola. Nesse contexto, Lücke (1991) destaca que a organização da Orientação Educacional deve contemplar uma prática dinâmica e interativa no ato educativo, já que se transforma devido à interação de variados aspectos que surgem na prática pedagógica. Assim, classifica as funções da Orientação em dois grupos que interagem entre si: funções de organização e funções de implementação. As funções de organização são definidas como todas as atividades desenvolvidas que visam à preparação, ordenação e sistematização quanto às ações de auxílio e de transformação desejada, nas quais estão incluídas a pesquisa de dados, o planejamento e avaliação. As funções de implementação são definidas como as atividades elaboradas que visam impulsionar uma transformação no meio, nas quais estão incluídas o aconselhamento, o acompanhamento, a coordenação, a consultoria, o encaminhamento, e a orientação em grupo. Conforme já salientado, o planejamento em Orientação Educacional não pode ser organizado de forma isolada, sendo necessária sua integração à concepção de educação proposta pela unidade escolar, ou seja, sua dimensão filosófica, política, social e pedagógica. Tais dimensões, apesar de serem enumeradas isoladamente, no contexto manifestam-se de forma articulada.
Nessa perspectiva, compete ao Orientador Educacional o planejamento de ações que tenham a finalidade de discussão e reflexão sobre as dimensões da escola para a construção de um projeto político-pedagógico que valorize o aluno como ser ativo e sujeito do seu processo de ensino-aprendizagem.
Vale lembrar que o projeto político-pedagógico da escola trata-se de um planejamento que orienta as ações da escola em sua totalidade, ou seja, é a própria identidade da escola. É a partir da construção do projeto político-pedagógico que a escola constrói a sua autonomia, sendo um espaço onde todos se tornam responsáveis pelo processo de ensino-aprendizagem, canalizando atitudes para uma educação plena e de qualidade.
PLANO ANUAL DE AÇÃO:
Levantamento e descrição da realidade: Revela o conhecimento e a descrição do contexto que é destinada a ação como a caracterização dos alunos (quantidade, turma, faixa etária, realidade socioeconômica entre outros) e a caracterização da escola (localidade, proposta pedagógica, recursos humanos e estruturais entre outros).
Análise da realidade: Revela o estabelecimento de prioridade e alternativa de ação a partir da demanda da realidade de dado contexto para que sejam validados os objetivos e a própria elaboração do plano.
Estipulação de objetivos: Revela que toda ação tem intencionalidade visando à produção de resultados eficazes e a transformação de uma realidade.
Especificação da ação: Revela as estratégias de desenvolvimento do plano, inclusive a previsão de cronograma do mesmo.
Avaliação: Revela a transformação de dada realidade devido ao desenvolvimento do plano e a própria reflexão sobre ação para uma nova tomada de decisão.
“o principal papel da Orientação será ajudar o aluno na formação de uma cidadania crítica, e a escola na organização e realização de seu projeto pedagógico” (GRINSPUN, 2006, p. 33).
Assinale, dentre os itens que seguem quais os movimentos que deram início a educação para a massa trabalhadora: Revolução Francesa e no século das luzes (iluminismo).
AULA 07
Aula 7: A Orientação Educacional e o Trabalho Integrado no Contexto Escolar
Primeiros passos para a democratização do ensino, foi há 200 anos com a revolução francesa e a independência dos estados unidos, aí começaram a pensar em educação para a massa trabalhadora. No brasil, foi com o processo de industrialização que a escola tomou mais importância. Outro fato marcante no processo de democratização da escola foi o Movimento dos pioneiros da educação nova, em que defendiam a escola publica, gratuita e laica. A gestão participativa é também chamada de democrática ou colegiada. O administrador, o supervisor escolar e o orientador compõem a equipe técnico-administrativa. Portanto, a ação do Orientador Educacional deve estar em conformidade com o Projeto Político-Pedagógico da escola, sendo também um sujeito ativo no processo de ensino--aprendizagem, facilitando e promovendo, junto com os demais educadores, a construção ou ampliação de conceitos dos alunos através da reflexão e da interação com os seus pares e sua realidade.
AULA 08
Aula 8: A Orientação Educacional e o mundo do trabalho
A partir de 1902, o histórico da Orientação Profissional mundial inicia-se com a criação do centro de orientação profissional de Munique. Entre 1907 e 1909 acontece o marco oficial da orientação profissional com a criação do centro de orientação norte-americano e a publicação do livro de frank parsons. As décadas de 1920 e 1950 foram marcadas por fortes expressões no campo da OP tais como a psicologia diferencial e a psicometria – testes de inteligência, aptidões, habilidades, interesses e personalidade (teoria do traço e fator); a terapia centrada no cliente (rogers); teoria do desenvolvimento e as teorias psicodinâmicas. O histórico da OP no brasil ocorreu por volta da década de 20, em 1924 com a criação do serviço de seleção e OP – alunos do liceu de artes e ofícios de SP.
TEORIA PSICOLÓGICAS: ANALISAM OS FATORES INTERNOS QUE EXPLICAM A ESCOLHA PROFISSIONAL
- TEORIA TRAÇO E FATOR: - Inicia a área da orientação profissional, fundamentandosua prática em testes vocacionais, pois acredita que as aptidões, interesses e características da personalidade do indivíduo são inatos.
- Usa instrumentos para medir as aptidões, inventariar ou testar os interesses e descrever a personalidade do indivíduo.
TEORIAS PSICODINÂMICAS: - Têm o objetivo de explicar a formação da personalidade e a escolha profissional do indivíduo.
- São fundamentadas na psicanálise, ou seja, no desenvolvimento afetivo sexual do indivíduo, pois acreditam que a constituição da personalidade ocorre a partir das relações dos impulsos da mesma com o meio.
TEORIAS DESENVOLVENTISTAS: - Surgem em 1950 como crítica à teoria traço e fator.
- Acreditam na concepção de desenvolvimento vocacional, o qual se processa durante toda a vida do indivíduo por meio de etapas evolutivas.
TEORIAS DECISIONAIS: - São fundamentadas nos pressupostos da administração de empresas e da economia.
- Têm o objetivo de dar racionalidade à escolha profissional, que se dá a partir de análise (preditiva, avaliativa e decisória) dos elementos que intervêm na mesma.
- Definem que o orientador profissional deve colaborar com o indivíduo durante a análise dos elementos que intervêm na escolha profissional.
TEORIAS GERAIS: entendem que a escolha profissional é determinada ora por fatores psicológicos ora por fatores socioeconômicos, justapondo as teorias anteriores.
Em oposição a essas teorias, propõe-se uma nova classificação, observando mais de uma variante, determinante na escolha profissional sem o perigo de cair na classificação de Crites, que obrigaria um posicionamento cuja variável é mais importante (individual ou socioeconômica). São 3 grupos:
Teorias tradicionais (abordagem liberal): 
Teorias críticas:
Teorias para além da crítica:
AULA 09
Aula 9: A Orientação Educacional e a Formação Continuada do Professor
Em relação à formação do educador, destaca-se a Lei de diretrizes e bases da educação nacional (Lei nº 9.394/1996), na qual temos a especificação de um dos fundamentos da formação dos profissionais da educação: “a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho” (Art. 61, Parágrafo único, Inciso I) e ainda a valorização dos profissionais da educação mediante “aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim” (Art. 67, Inciso II) entre outros. OBJETIVO: “propiciar aos professores o aprofundamento das temáticas educacionais, o que lhes servirá de apoio numa reflexão sobre a prática educativa, promovendo assim a construção contínua de competências profissionais.” (p.30)
Nesse sentido, como visto, destaca-se a formação continuada, também conhecida como educação continuada. Esta pode ser compreendida como um processo de reflexão sobre as práticas cotidianas a partir de uma fundamentação teórica que possibilite ao professor uma melhor percepção e compreensão do seu fazer pedagógico.
A concepção de participação coletiva no meio escolar é uma prática recente na realidade da educação brasileira, a qual é legitimada pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que determina como um dos seus princípios a gestão democrática nos estabelecimentos de ensino da esfera pública, como é visto no art. 206, inciso VI. A ação da Orientação Educacional deverá ter ênfase na compreensão do aluno como um ser global e o processo educativo de forma crítica. Para isso, é fundamental que em sua ação fique estabelecida a garantia de um tempo/espaço no meio escolar para a formação continuada do professor como forma de reflexão do processo de ensino e aprendizagem.
A formação continuada do professor, como processo de reflexão crítica, possibilita a fundamentação teórica de sua dinâmica da sala de aula ou de seu cotidiano escolar. Essa fundamentação teórica facilita a própria compreensão do educador de sua função no processo de ensino e aprendizagem no tocante ao objetivo da efetiva aprendizagem do aluno e, consecutivamente, nos meios utilizados para este objetivo.
AULA 10
Aula 10: A Orientação Educacional e Formas Alternativas de Educação
Com a regulamentação da profissão do Orientador Educacional a partir do Decreto n° 72.846, de 26 de setembro de 1973, tivemos a instituição de seu objeto: “Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao educando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas” (Art. 1°) A formação do Orientador Educacional é concebida pelos cursos de Pedagogia, mediante os níveis de graduação e de pós-graduação. Com a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação (licenciatura) em Pedagogia pela Resolução CNE/CP nº1, de 15 de maio de 2006, verificamos que a atividade profissional do Pedagogo amplia-se para espaços diferenciados, conforme o trecho destacado: trabalhar, em espaços escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo (Art. 5, inciso IV). Isso proporciona ao Orientador Educacional novas possibilidades de atuação e demonstra sua relevância para o desenvolvimento de processos educativo dentro ou fora das escolas, em ambientes como: 
associações;
empresas;
hospitais; 
igrejas; 
organizações não governamentais e outros.
Segundo Holtz (2006), o pedagogo, atualmente, como especialista da ciência da educação, é responsável por orientar o comportamento e a aprendizagem das pessoas visando à sua formação e transformação, atuando como mediador dos processos educativos em qualquer ambiente onde estes se deem.
As formas alternativas da educação são compreendidas como as atividades educativas desenvolvidas em estabelecimentos de ensino ou não, as quais possuem autonomia em sua organização e funcionamento. As formas alternativas de educação têm sua origem nos movimentos sociais, principalmente da década de 80, que inspirados em ideais democráticos promoveram práticas educativas populares em espaços variados e não exclusivamente na escola formal.
No entanto, é na década de 90 que a educação não-formal atinge um destaque maior no campo educacional e nas políticas públicas, mediante as transformações na sociedade e no mundo do trabalho que exigem a construção de novas habilidades além da dimensão escolar. É nesse período que se destaca a atuação das organizações não governamentais (ONGs) na área da educação comunitária como instrumento de promoção de educação permanente. São classificadas como Educação a distancia e Educação comunitária.
O Orientador Educacional destaca-se como um profissional que tem sua prática fundamentada na relação de auxílio ao ato educativo, independente da forma como este é concebido, a partir de variados procedimentos que garantam sua efetividade e significação para uma determinada realidade.

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