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Prof. Alberto Ferreira Donatti Fisiologia Humana O Sistema Nervoso Os Componentes Celulares do Sistema Nervoso No início do século XIX, a célula foi reconhecida como a unidade fundamental de todo organismo vivo; *Até boa parte do século XX, no entanto, que os neurocientistas concordam que o tecido nervoso, como todos os outros órgãos, é constituído por estas unidades fundamentais. Os estudos histológicos de Cajal, Golgi e de seus sucessores levou a um concenso de que as células nervosas do sistema nervoso podem ser divididos em célula nervosa (neurônio) e as células de suporte ou as neuróglias (ou células da glia). Neurônio Célula da Glia Neurônio Propriedades comuns dos neurônios: Gerar e propagar atividades elétricas (impulso nervoso). Comunicam-se entre si por meio de sinapses nervosas químicas ou elétricas. Processar digitalmente os sinais elétricos integrando potenciais elétricos excitatórias e inibitórios. Comunicam-se com células efetuadoras musculares ou glandulares. A maioria dos neurônios possui três regiões por funções especializadas: corpo celular (perikaria), dendritos (do grego, déndron = árvore) e axônio (do grego, áxon = eixo). Corpo Celular O corpo celular é o centro metabólico do neurônio, responsável basicamente pelas seguintes funções: Contém núcleo e o citoplasma com as organelas citoplasmáticas usualmente encontradas em outras células; -Síntese de todas as proteínas; - Processos de degradação e regeneração de constituintes neuronais, inclusive membranas*; A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente variáveis, conforme o tipo de neurônio; Dendritos Geralmente são curtos e ramificam-se profusamente (semelhante a galhos de árvore) em ângulo agudo, em dendritos menores; Os dendritos são responsáveis por receber estímulos, traduzindo-os em alterações de potencial de repouso da membrana; Os dendritos e a soma constituem a maior área receptiva de contatos sinápticos de outros neurônios; Axônio Pode ser definido como um prolongamento longo e fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal; O axônio pode ser dividido em várias colaterais, as quais podem retornar para o corpo celular; O axônio pode ser seguido por distintas regiões como cone de implantação , o segmento inicial, axônio propriamente dito e a terminação axonial; Os segmentos se diferem em morfologia da membrana e o conteúdo das organelas; Cone de implantação: possui fragmentos da substância de Nissl, grande quantidade de ribossomos; Segmento inicial: região responsável pela geração do potencial de ação inicial denominado zona gatilho (tudo ou nada*); Axônio: pode variar de tamanho e pode projetar para uma ou mais estruturas no SNC. Encontra os microtúbulos*; Terminação axonial: o axônio sofre uma arborização na sua porção terminal, realizando conexões com outros neurônios ou com células efetoras; Tipos de Neurônios Os neurônios podem ser divididos em quatro diferentes tipos, encontrados no sistema nervoso de diferentes animais. Neurônio unipolar: este tipo possui um axônio mas não há presença de dendritos. Neurônio pseudo-unipolar: os corpos celulares se localizam no gânglio sensitivo, os neurônios possuem um axônio e um simples dendrito fundidos próximos ao corpo celular. Neurônio bipolar: somente dois prolongamentos deixam o corpo celular, um axônio e um dendrito (neurônios bipolares da retina). Neurônio multipolar: neurônios que possuem um axônio e muito dendritos. Tipos de Neurônios Cerebelo Cortex cerebral Medula Gânglio sensitivo Retina Invertebrado POLARES MULTIPOLARES Resumo Impulso Nervoso Neuróglia Tanto no sistema nervoso central como no periférico, os neurônios se relacionam coletivamente com células denominadas de neuróglia ou glia; São células mais abundantes do sistema nervoso, podendo variar de 1:10 ou 1:50. As funções bem definidas das células gliais são: - Manutenção do meio iônico das células nervosas; - Modulação da taxa de propagação do sinal nervoso; - Modulação da atividade sináptica pelo controle de captação de neurotransmissores; - Auxiliando (ou impedir, em alguns casos) na recuperação de lesões neuronais; - Proporcionando sustentabilidade, nutrição e orientação para neurônios. Neuróglia do Sistema Nervoso Central No sistema nervoso central, a neuróglia compreende: astrócito, oligodentrócitos, microgliócitos e as células ependimais; astrócitos oligodentrócitos microgliócitos Astrócitos: são abundantes e caracterizados por inúmeros prolongamentos. Estes astrócitos são caracterizados por possuírem “pés vasculares” , apoiam- se em capilares sanguíneos (nutrição) e possuem prolongamentos que envolvem as sinapses (isolamento e sustentação). Nutrição Neuronal Metabolismo aeróbico O encéfalo tem 2% do cérebro e recebe 15% do debito cardíaco, consome 20% de O2 e 25% de glicose total usada pelo corpo. . Oligodentrócitos: possuem poucos prolongamentos, também possuem pés vasculares. Dependendo da localização, pode ser definido como satélite – localizado junto ao pericário ou dendrito e o fascicular - encontrado junto as fibras nervosas. São responsáveis por formar a bainha de mielina no sistema nervoso central. Microgliócitos: são células pequenas e alongadas co núcleo denso e também alongado de contorno irregular. São encontrados tanto na substância cinzenta como a branca, tendo função principal de fagocitose. Estudos mostram que o microgliócitos possui origem em células de defesa do corpo (monócito). Neuróglia do Sistema Nervoso Periférico A neuroglia periférica compreende as células satélites e as células de Schwann Possui função de isolamento (cél. Satélites - nos gânglios sensitivos e autonômicos) e de regeneração (cél. Schawnn - injúria). Uma característica importante destas células, é que elas envolvem somente um único neurônio (Schwann - axônio). Estas células são derivadas da crista neural (embriologia) e equivalem aos oligodentrócitos do SNC. Sinalização Neuronal Introdução O Sistema Nervoso é notavelmente adaptado em adquirir, coordenar e disseminar informação sobre o corpo e do seu ambiente. Neurônios dentro do Sistema Nervoso Central e Periférico realizam estas funções através de um sofisticado sistema de geração de sinais elétricos e químicos. Os mecanismos celulares e moleculares que dão aos neurônios habilidades de sinalização também são alvos de processos patológicos que comprometem as funções do sistema nervoso. Então é fundamental o entendimento dos mecanismos patológicos para o desenvolvimento de novas abordagens para o diagnóstico e tratamento. I - Sinal Elétrico das Células Nervosas A célula nervosa transmite informações através de sinais elétricos que envolvem mecanismos baseados no fluxo de íons através da membrana plasmática. Membrana Plasmática II – Excitabilidade Celular Nas células excitáveis (células nervosas e músculos lisos, cardíacos e estriados), determinados estímulos causam mudanças transitória no potencial de repouso. Ou seja, quando um estímulo alcança a membrana ocorre alteração no potencial de repouso da membrana, gerando sinal elétrico na célula. Estímulo Externo Membrana Neuronal Potencial de Repouso Potencial de Ação O sinal elétrico é a base da transferência deinformação no sistema nervoso. Potencial de Receptor: um estímulo externo como a luz, som e calor causa a ativação do neurônio sensorial. Potencial Sináptico: ativação dos dendritos, pelos axônios terminais, causa uma rápida alteração do potencial de repouso da membrana. A melhor forma de observar estes sinais é o uso de um microeletrodo intracelular que mensura o potencial elétrico através da membrana plasmática neuronal. Este microeletrodo é uma peça de tubo de vidro com uma ponta muito fina, ligada a um condutor elétrico e ligada a um aparelho de osciloscópio (registra a voltagem na membrana). Potencial de Ação POTENCIALDE AÇÃO: alteração transitória na diferença de potencial elétrico da membrana de neurônios (e de células musculares) cuja duração e amplitude são fixas. No laboratório, pode ser eliciado inserindo um microeletrodo de estimulação no neurônio. O microeletrodo gera uma corrente de polaridade positiva, na qual o potencial de membrana do neurônio vai se tornando mais positivo do que o de repouso (negativo). Em certo nível de estímulo (limiar), o potencial de ação acontece. Os estudos sobre a eletrofisiologia dos neurônios começaram com Hodgkin e Huxley (gigantes de lula). Não há diferença de potencial elétrico (DP=0mv) quando os eletrodos está do lado de fora. Eletrodo de registro Eletrodo de referência Quando o eletrodo (vermelho) atravessa a membrana, o voltímetro acusa a existência de uma DP de - 60mV sendo que a face interna da membrana citoplasmática é negativa em relação à externa . Ao estimular o neurônio (com uma corrente elétrica), o voltímetro acusa alteração transitória do potencial de membrana, seja em forma de ondas de despolarização de baixa amplitude ou na forma de um potencial de ação, conforme a intensidade do estimulo . Despolarizaçã o Potencial de ação Fases do Potencial de ação Abertura dos canais de Na: influxo (entrada) de Na DESPOLARIZAÇAO -o influxo é favorecido pelos gradiente químico do ion e do gradiente elétrico -o influxo de cátions inverte completamente a polaridade da membrana, até o ENa Abertura dos canais de K: efluxo (saída) de K REPOLARIZAÇAO -o efluxo é favorecido pelos gradiente químico do ion e do gradiente elétrico que se inverteu - como o fechamento desses canais é lento, ocorre HIPERPOLARIZAÇAO. O estado de repouso é recuperado pela atividade da ATPase Na/K Fase de abertura dos Canais Voltagem Dependente Responsável pela determinação e manutenção do gradiente químico de Na e de K EXTRA INTRA Na+ K+ Na+ K+ (Ativo) Bomba Na+K+ K+ K+ canal K+ Na+ Na+ canal Na+ ++++++++ - - - - - - - - ++++++++ - - - - - - - - Resumo POTENCIAL DE AÇÃO Potencial de repouso Hiperpolarizaçâo POTENCIALDE AÇÃO: alteração transitória na diferença de potencial elétrico da membrana de neurônios (e de células musculares) cuja duração e amplitude são fixas. D e s p o la ri z a ç ã o R e p o la riz a ç ã o Tempo Potencial de Membrana Resumo Limiar È a inicialização do potencial de ação em um determinado nível particular. Além disso, o potencial de ação nunca ocorre sem um estímulo despolarizante que leva a membrana a este nível particular. Esta despolarização ou “Gatilho” pode um ou vários eventos. Por que o potencial de ação "decola" em um determinado nível de despolarização? Este efeito pode ser entendido por comparação subjacente a eventos como uma explosão química. O calor exógeno (análogo a despolarização inicial do potencial de membrana) estimula a reação química exotérmica, que produz mai calor na qual aumenta mais a reação (feedback) levando a uma explosão. Em princípio, a mesma coisa ocorre com o limiar do potencial de ação. Um aumento da entrada de sódio e pouca saída de potássio até alcançar o potencial de ação ou a “explosão”. Esta reação se propaga para áreas subjacentes ao local inicial e a reação se propaga... Propagação do potencial de Ação O potencial de ação iniciado em um determinado ponto do neurônio, seja ela nos dendritos, na soma ou até na porção inicial do axônio, tende a se propagar em direção a terminação axônial. Estímulo Direção da propagação do PA Chegada da excitação Zona de gatilho Potencial de membrana em função do local CONDUÇAO OU PROPAGAÇAO DO IMPULSO NERVOSO Potencial de ação em axônios amielínicos Potencial de ação em axônios mielínicos Potencial de ação em axônios mielínicos Vs amielínicos
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