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Raciocínio Lógico

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Universidade Estácio de Sá
Redação Forense
Luiz Carlos Sá
Raciocínio Lógico 
A persuasão torna-se então uma prática de comunicação "calculada" em função de um resultado. Ela se enquadra no pensamento estratégico, leva em conta as vulnerabilidades do outro, ao mesmo tempo em que pensa e administra seu próprio arsenal de meios. Abastece-se no armazém da retórica, muito bem fornido por diferentes correntes, desde os sofistas, Aristóteles e os mestres da arte retórica. Recorre à "psicologia das profundezas", que a informa sobre os sistemas de defesa do eu, os processos de identificação, a teoria das emoções, o jogo dos desejos e das necessidades, ou as molas da ansiedade. (Bellenger,1987:8)
A petição inicial deve ser um silogismo. Entende-se por silogismo um argumento dedutivo formado de três proposições encadeadas de tal forma que das duas primeiras encerra-se uma terceira. Essas proposições são chamadas de "premissa maior", "premissa menor” e “conclusão”.
 O silogismo apresenta dois aspectos: o formal e o material. O formal é composto pela premissa maior, pela premissa menor e pela conclusão. Trata-se da expressão, independente do conteúdo. Observe o silogismo clássico para melhor compreensão:
"Todo homem é mortal.
Ora, Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal".
As premissas e a conclusão são proposições articuladas pelo enunciador, cujo objetivo é afirmar ou negar uma determinada alegação. O aspecto material, dependente do conteúdo, pode ser apodítico, dialético ou sofístico. 
Entende-se por apodítico o silogismo que contém premissas verdadeiras e apresenta uma conclusão igualmente verdadeira. Tem-se como exemplo o silogismo apresentado acima. 
Como a premissa maior é verdadeira, a conclusão provável, isto é, a dialética. Esta se evidencia no processo argumentativo, quando a assertiva apresentada pelo argumentador é aceita pela maioria dos homens comuns em função de ser a assertiva provavelmente verdadeira. Observe este exemplo:
 " O fiador paga os alugueres atrasados do afiançado.
 Ora, Omar é fiador.
 Logo, Omar pagará os alugueres� atrasados de seu afiançado."
Note-se que esse silogismo articula um raciocínio aceito pela maioria dos homens comuns. Sabe-se que se o locatário não pagar os alugueres ao locador, quem responde pelo pagamento é o fiador. 
O silogismo sofístico é aquele que tem por objetivo apresentar uma proposição falsa como verdadeira. É uma forma de ludibriar, enganar o ouvinte. Leia atenciosamente este exemplo:
 "Toda gata mia; 
 Ora, minha namorada é uma gata;
 Logo, minha namorada mia."
Observe-se que o raciocínio apresentado tem por objetivo ludibriar o receptor da mensagem, tentando convencê-lo de que a namorada de alguém tem a capacidade de miar. O raciocínio partiu de uma premissa verdadeira, contudo, a premissa menor e a conclusão são inválidas, porque o termo "gata" não foi bem interpretado. Nesse caso, o substantivo "gata" significa mulher muito bonita e não a fêmea do gato. 
Quando se trata da petição inicial, o raciocínio deve ser o mesmo, ou seja, o raciocínio silogístico na hora de organizar o pensamento. O silogismo da petição inicial pode ser elaborado da seguinte maneira:
"O fato e os fundamentos jurídicos: premissa maior;
Fundamento legal: premissa menor;
Pedido: conclusão."
A retórica clássica classificou pelo menos três raciocínios discursivos específicos que permeavam a produção da persuasão, na condução das idéias e opiniões (Citelli, 2004): Raciocínio Apodítico; Raciocínio Dialético; Raciocínio Retórico. 
a) Raciocínio Apodítico: Carrega o tom de uma “verdade inquestionável”. A argumentação é fechada, não deixando sequer margem para contestar-se a verdade do emissor. Normalmente, usa-se o verbo no infinitivo. Ex: “Zupavitin, a sopa que emagrece 1 quilo por dia”. Raciocínio implícito: se você quer emagrecer, deve tomar Zupavitin. 
b) Raciocínio Dialético: Busca quebrar a inflexibilidade do raciocínio apodítico, apontando para uma conclusão possível, mas sendo, na realidade, uma forma de direcionar o raciocínio para uma conclusão ser mais possível do que outra. A argumentação é meio fechada e meio aberta. O enunciado já contém a verdade final desejada pelo emissor. Ex: “Você poderia comprar várias marcas de sabão em pó. Mas há uma que lava mais branco”. Raciocínio implícito: se você desejar ter roupas mais limpas e bonitas, deve comprar o meu produto. 
c) Raciocínio Retórico: Assemelha-se ao raciocínio dialético, mas, diferentemente deste, busca uma adesão menos racional, e mais emocional. Sua argumentação também é meio fechada e meio aberta. Ex: “No Dia das Mães, não se esqueça de passar na H.Stern. Afinal, quem mais do que a sua mãe para merecer um presente desses?”. Raciocínio implícito: sendo a sua mãe um ser único, que você ama, sendo ela uma “jóia rara”, nada melhor do que presenteá-la com outra raridade: um produto H.Stern. 
	Silogismo - Grego ‘syllogismo’, “ligação”.
Duas proposições (premissas), delas resultando numa terceira: a conclusão.
Ligação de dois termos, por meio de um terceiro. 
* Sofisma -> ‘sóphisma’. Raciocínio intencionalmente falso. Fálacia, logro.
*Paralogismo -> Raciocínio sem o propósito de enganar, mas que pode induzir ao erro. 
d) Raciocínio Apagógico (ao absurdo): É o argumento que procura demonstrar a falsidade de uma proposição, levando-a ao extremo e chegando a conclusão inaceitável ao senso comum. Exemplo: "A outra preliminar, atinente à ilegitimidade passiva, apreciou-a o ilustre Julgador. Decidiu, contudo, que o Banco XIS S/A e a XIS Promotora de Negócios Ltda. são do mesmo grupo econômico e que há relação de "causa e efeito" entre um e outro. Ora, não é porque compõem o mesmo grupo econômico que as duas empresas - uma companhia, outra limitada; uma sujeita ao controle do Banco Central, outra não; uma com diretoria e conselho de administração, outra com gerência, etc. - são a mesma coisa. O raciocínio da sentença, se levado ao extremo, conduziria a absurdos deste jaez�: a Petrobrás S/A e o Banco do Brasil S/A, que têm o mesmo controle, federal, são pessoas jurídicas do mesmo grupo - logo tanto faz ajuizar a demanda contra um, ou contra outro...". Premissa menor provável leva a uma conclusão também provável.
e) Raciocínio Analógico: è baseado em semelhanças nas quais de um ou de alguns fatos analisados de maneira superficial, infere-se uma conclusão particular em virtude de uma comparação pelas características de semelhança. Exemplo: “Janaína ganhou uma caixa de bombons e ela acabou em meia hora. A Carla Patrícia comprou uma caixa de bombons da mesma marca. Logo, Carla Patrícia vai acabar com os seus bombons em meia hora”. Generalização com base em ponto de semelhança apresentada por elementos de totalidades diferentes.
Argumento - É a expressão material do raciocínio. Constitui-se das proposições que formam o “antecedente” e o “conseqüente” do raciocínio. No argumento, é importante a disposição das proposições e dos termos usados para facilitar a conclusão e a aceitação do fundamento exposto. É uma prova que serve para convencer alguém afirmando-se ou negando-se um fato.
Raciocínio – consiste em encadear um ou mais juízos de forma a tirar uma conclusão.
Argumento – expressão verbal de um raciocínio.
A petição inicial deve ser redigida com idéias concatenadas, isto é, articuladas entre si. Em outras palavras, a petição deve apresentar uma premissa maior (introdução), uma premissa menor (desenvolvimento) e uma conclusão (a própria conclusão da inicial que, neste caso, é o pedido). Assim, ao elaborar a petição inicial, o operador do Direito precisa primar pela estrutura redacional.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BELLENGER, Lionel. A persuasão e suas técnicas.Tradução: Waltensir Dutra, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987.
BUZZI, Arcângelo R. Introdução ao pensar: O Ser, o Conhecimento, a Linguagem. 22a. ed. Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 1994.
CITELLI, Adilson. Linguagem e Persusão. 1a. ed. São Paulo: Ática, 1985. (Série Princípios).
DUCROT, Oswald. O dizer e o dito. Revisão da Tradução: Eduardo Guimarães. Campinas, SP: Pontes, 1987.
GARCIA, Othon M. Comunicação em Prosa Moderna. 17a. ed. Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getúlio Vargas, 1997.
GUIMARÃES, Eduardo. Texto e argumentação: um estudo de conjunção do português. Campinas/SP: Pontes, 1987.
PERELMAN, Chaïm. Le Champ de l’argumentation. Presses Universitaires de Bruxelles, 1970.
LURIA, Alexandr Romanvich. Pensamento e Linguagem: as últimas conferências de Luria. Tradução: Diana Myriam Lichtenstein e Mário Corso; supervisão de trad.: Sérgio Spritzer. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. 
WEBBIBLIOGRAFIA
VIANA, Joseval. O silogismo da petição inicial. Disponível em http://www.abdir.com.br/doutrina/ver.asp?art_id=&categoria= Linguagem Forense.  Acesso em: 4 de janeiro de 2010
� Conquanto aluguel seja mais recente, com o plural aluguéis, também é correta a forma mais antiga aluguer, que tem por plural alugueres.
Observam José de Nicola e Ernani Terra que "ambas as formas são aceitas como corretas", esclarecendo que aluguel "é de uso mais comum no Brasil", ao passo que aluguer "é muito empregada em Portugal e na linguagem jurídica".
� Natureza ou qualidade fundamental; tipo específico; conjunto de traços ou características
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