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Introdução
	A clamidiose é uma doença infecciosa causada pela bactéria intracelular obrigatória Chlamydophila pisittaci que infecta muitas espécies de aves silvestres, domésticas e exóticas, principalmente psitacídeos podendo acometer mamíferos inclusive humanos. Segundo Oliveira (2008) os termos clamidiose ou psitacose devem ser utilizados para denominar a enfermidade nos psitacídeos e o termo ornitose para a enfermidade nas demais aves. Porém, em outro trabalho Ferreira (2009) denomina a clamidiose como termo utilizado para referenciar a doença nas aves e psitacose nos seres humanos.
	Esta doença é considerada a principal zoonose transmitida por aves silvestres. É uma doença de distribuição universal que não apresenta sazonalidade. Em alguns casos pode ser considerada uma enfermidade de caráter ocupacional, uma vez que, a maior parte dos humanos acometidos trabalha em abatedouros, granjas, lojas de animais, etc. 
	A manifestação clínica da doença varia conforme a virulência do agente envolvido, a concentração da cepa infectante, da espécie aviária afetada, dos fatores relativos ao hospedeiro e ao ambiente.
	A transmissão pode ser vertical ou horizontal. A última ocorre por meio da eliminação do agente nas fezes e secreções dos animais doentes ou portadores, que posteriormente contaminam outros animais e humanos por inalação ou ingestão do agente. Pode ocorrer infecção subclínica, superaguda, aguda ou crônica, caracterizada por infecção intestinal, ocular ou sistêmica.
	 A importância para a saúde pública é dada devido à popularidade das aves como animais de estimação e a proximidade entre os seres humanos e esta classe animal tanto como animais de produção quanto como de companhia.
	A taxa de mortalidade é extremamente variável, pois os sorotipos que causam doença subclinica em determinadas espécies aviárias podem causar doença letal em outras. Em criatórios a mortalidade é maior em aves jovens e pode ser associada a infecções ou ao estresse sofrido por estes animais.
Etiologia
O agente etiológico da clamidiose aviária pertence a ordem Chlamydiales, família Chlamydiaceae e ao gênero Chlamydophila psittaci . São bactérias obrigatoriamente intracelulares presentes em aves, répteis e mamíferos. Este microrganismo possui um ciclo de desenvolvimento que se completa em 48 horas após passar pelas etapas de ataque e penetração na célula, transformação, crescimento, multiplicação, maturação e liberação de corpo elementar. É sensível ao calor, aos compostos de amônia quartenária, formalina, peróxido de hidrogênio a 3%, álcool 70% e de antibióticos, principalmente os derivados de tetraciclina (doxiciclina)
São descritos seis sorotipos para Chlamydophila psittaci que são classificados de A a F. O genótipo A é endêmico entre psitacídeos, causando infeccção sistêmica de caráter agudo ou crônico. O sorotipo B tem maior importância em pombos, mas já foi diagnosticado em perus e outras espécies. O isolamento do genótipo C foi realizado em patos e gansos já o D foi encontrado em perus. O sorotipo E juntamente com o C e D são considerados de maior risco como doença ocupacional em funcionários de granjas e de abatedouros avícolas. O ultimo genótipo que se refere ao F, foi isolado apenas de periquitos. É importante salientar que um determinado hospedeiro pode ser infectado simultaneamente por diferentes sorotipos, uma vez que estes genótipos não são específicos dos grupos citados anteriormente.
A clamidiose causada pela bactéria citada anteriormente é conhecida também como psistacose ou febre dos papagaios, quando restrita aos pscitacideos. Ornitose é referida quando acomete diversas espécies de aves domésticas e selvagens. O termo mais utilizado é clamidiose, pois os genótipos de C. psittaci isolados de pscitacideos e não pscitacideos são responsáveis pelo mesmo tipo de doença nas diversas aves, nos humanos e nos mamíferos.
Transmissão/Patogenia
	Nas aves o período de incubação da doença pode variar de alguns dias a várias semanas, podendo estender-se por anos, principalmente nos psitacídeos.
A transmissão da clamidiose aviária ocorre predominantemente por inalação de aerossóis contaminados com secreções nasais, oculares, cloacal que são eliminadas pelas aves infectadas. O agente se encontra em maior concentração nas secreções respiratórias e cloacais, pois na primeira ocasião o sistema respiratório superior é o sitio de instalação primário do microrganismo e nas aves adultas portadoras é detectado mais comumente via cloaca. 
A transmissão vertical foi descrita em galinhas, patos, gaivotas e psitacídeos, porém a maioria dos ovos infectados não eclode. No ninho os pais podem ser fontes de contaminação para os filhotes.
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos da doença dependem da espécie, idade, estado imunológico da ave, grau de infecção, via de transmissão, virulência do sorotipo envolvido e eventual presença de infecções secundárias. Por serem variáveis existe a classificação dos sinais em superaguda, aguda, crônica e subclínica. 
A forma superaguda, que é observada em animais jovens é caracterizada pela ausência de sinais clínicos antes do óbito. A aguda que acomete comumente os psitacídeos (araras, papagaios), caracteriza-se por alterações nos sistemas respiratórios (dispnéia), digestivo (diarréia), geniturinário, reprodutivo (infertilidade, morte embrionária) e nervoso (convulsões, tremores), sendo comum a observação de outros sinais inespecíficos tais como, apatia, sonolência, anorexia, asas pendentes, desidratação, conjuntivite. Na forma crônica os sinais clínicos são bem discretos (conjuntivite ocasional, alterações respiratórias sutis) e consequentemente a doença pode não ser observada por inexperiência. Por fim a forma subclínica é caracterizada pela inexistência de sinais clínicos, sendo comum em aves adultas expostas a cepas de média e baixa virulência. A característica mais importante desta ultima forma é que estes animais são considerados portadores, podendo eliminar a bactéria de forma intermitente por vários meses contaminando outras aves e o ambiente. Neste caso as aves podem apresentar alterações inespecíficas tais como, perda de peso, alterações no empenamento, infecções bacterianas secundárias e queda no desempenho reprodutivo.
Alterações Anatomopatologicas
	Na clamidiose aviária, as lesões serão correspondentes à forma clínica apresentada pela ave. Na necropsia as lesões mais comuns relatadas para estas espécies quando são acometidas por esta doença, são aerossaculite, esplenomegalia, enterite, peritonite, pericardite, broncopneumonia e sinusite.
Além da esplenomegalia podem ser observados focos necroticos esbranquiçados ou não no baço e este com consistência friável. Os sacos aéreos podem apresentar membranas espessadas e de aparência turva recobertos por exsudatos, fibrinopurulentos. A enterite é caracterizada pela congestão no trato intestinal. A pericardite é evidenciada pela inflamação de natureza purulenta, serosa ou fibrinosa que acomete o saco pericardio. A hepatomegalia também pode ser observada nas aves.
As alterações histopatologicas são discretas ou inespecíficas Microscopicamente observa-se depleção linfóide, plasmocitose, hipoplasia do ducto biliar e histiócitos, fibrose e infiltrados mononucleares (infecções crônicas) dentre outros. Entretanto, um sinal considerado patognomônico para clamidiose aviária é a observação ao microscópio da presença do corpúsculo de inclusão ou corpos de Levintall-Collie-lillie (LCL), estes podem ser encontrados em muitos órgãos, porém é mais comumente encontrado em membranas serosas.
Diagnóstico
	Na clamidiose, assim como em outras doenças o diagnóstico é obtido por meio do histórico clínico do animal, do exame físico detalhado sinais clínicos apresentados dentre outros fatores. Porém para o diagnóstico definitivo da clamidiose aviária é realizado o isolamento e/ou a detecção do agente etiológico. O isolamento pode ser realizado em cultura de células ou no saco vitelino de ovos embrionados de galinha de 6 a7 dias de incubação, com posterior identificação da Clamydophila psittaci por meio de colorações de Gimenez, Macchiavello ou Stamp ou utilizando-se anticorpos fluorescente. O material para ser realizado este procedimento é derivado de swabs da conjuntiva, orofaringe, traquéia, cloaca, fezes, ou ainda tecidos de aves suspeitas. Por ser uma zoonose este método só pode ser realizado em laboratórios com elevados níveis de biosegurança e por técnicos treinados.
	A detecção direta de Chlamydiacea pode ser realizado também com uso de testes imunoenzimáticos (ELISA), imunofluorescencia direta (IFD) e reações de cadeia de polimerase (PCR). É importante ressaltar que os dois primeiros testes podem demonstrar resultados falso-positivos devido a reações cruzadas com outros microrganismos. Além destes testes, também podemos utilizar a sorologia para detectar anticorpos anti- C. psittaci. O teste sorológico mais usado é o de reação de fixação do complemento que é realizado com antígeno especifico de grupo.
Como diferencial para esta doença são citados a salmonelose, micoplasmose, pasteurelose e colibacilose.
Tratamento e Controle
	A clamidiose é uma doença de notificação obrigatória aos órgãos de saúde publica em diversos países do mundo. A adoção de medidas eficazes no controle dessa enfermidade é prejudicada em função do grande numero de espécies hospedeiras, da elevada incidência de infecções persistentes e da ocorrência comum de portadores inaparente.
	O tratamento com o uso de antibióticos ainda é a principal medida instituída, por permite a eliminação do agente pela ave, contudo se for insuficiente pode ocorrer recidiva, pois o animal continua suscetível a reinfecções com o mesmo sorotipo ou com sorotipos diferentes. O medicamento de escolha para quadros de clamidiose é a doxiciclina, que pode ser utilizada tanto em administração intramuscular, subcutânea ou oral. Por via oral pode ser colocado junto com a ração. Outros antibióticos como, por exemplo, a clortetracilclina ou oxitetraciclina também são utilizados. Durante este procedimento e eliminação de materiais infectados (fezes e papel de fundo de gaiola) e a desinfecção são medidas de controle úteis para eliminação da bactéria reduzindo assim o risco de reinfecções. Além disso se faz necessário a quarentena, manejo nutricional e sanitário adequados são fundamentais para prevenir a disseminação do agente em um plantel. A necropsisa deve ser realizada com cautela e as carcaças contaminadas devem ser descartadas de modo adequado fazendo uso de vazios sanitários nas propriedades (granjas e abatedouros) evitando-se assim contaminações ambientais, de outros animais e humanos. Para estes últimos é recomendado o uso de avental, luvas, máscaras e óculos durante o manejo destes animais. Esta medida é importante visto que a doença é uma zoonose.
Conclusão
	A clamidiose é uma zoonose importante para a saúde pública uma vez que a criação de aves como animais de estimação tem sido crescente e a doença apresenta caráter ocupacional. Portanto o diagnóstico precoce e a prática de métodos de prevenção são essenciais para o controle desta enfermidade. 
Referências Bibliográficas
GRESPA, A. Clamidiose em Calopsitas: perfil do proprietário e ensaio terapêutico. São Paulo, 2009
OLIVEIRA, F. et al. Clamidiose. Revista cientifica eletrônica de Medicina Veterinária, ano VI, n°11, São Paulo, 2008.
REVOLLEDO, L. e FERREIRA, A. J. P. Patologia Aviária. Ed. 1. Manole: Barueri – SP, 510 p. 2009.
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