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apostila Administrativo 2017.2 PROª SABRINA

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Curso Completo de Direito Administrativo
Profª. Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha
Atualizada em julho/2017
Esta apostila não é de autoria pessoal, pois foi produzida através das obras de doutrinadores administrativistas dentre eles: Celso Antonio Bandeira de Mello, Maria Sylvia Zanella di Pietro, Hely Lopes Meirelles, Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Diorgenes Gasparini, Marçal Justen Filho, Marcello Caetano, Alexandre Freitas Câmara, José Cretella Júnior e tomou por base a apostila do Prof. Marcos Flávio, com os devidos acréscimos pessoais.
	Ponto 1 - O Estado e suas funções - noções indispensáveis
		
		Antes de adentrarmos nos pontos específicos, se faz premente que tenhamos algumas noções indispensáveis sobre a estrutura do Estado.
		O Poder é manifestação da soberania. Tem razão Michel Temer ao dizer que se equivocam os que utilizam a expressão "tripartição dos poderes". É que o poder tem por características a unidade, a indivisibilidade e a indelegalibilidade. A distinção que existe é entre funções e entre os órgãos que desempenham tais funções.
		A vontade estatal ou governamental, segundo a teoria clássica sistematizada por Montesquieu, manifesta-se através dos Poderes do Estado. O princípio da separação dos poderes foi inicialmente concretizado na Constituição dos Estados Unidos de 1787. Tornou-se com a Revolução Francesa um dogma constitucional, a ponto da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em um de seus artigos, declarar que não teria constituição a sociedade que não assegurasse a separação de poderes e os Direitos do Cidadão. Montesquieu, pensador Francês, em sua obra “O Espírito das Leis” (em 1748) expõe a técnica da separação de poderes. O inovador princípio da separação dos poderes exerceu influência e ainda exerce sobre o moderno Estado de Direito, como princípio constitucional de maior importância em oposição ao antigo regime absolutista. OBS: Vale ressaltar que a idéia não foi dele, pois desde Aristóteles e depois Look, que este pensamento vinha sendo amadurecido. Montesquieu apenas sistematizou e se consagrou pela obra já citada.
Atualmente, essa teoria seria melhor denominada de separação das funções do Estado. As FUNÇÕES se constituem em especialização de tarefas governamentais à vista de sua natureza. Sua finalidade é limitar e controlar (uns pelos outros) o funcionamento do Poder. É o chamado mecanismo de freios e contrapesos (pode aparecer na prova: sistema de checks and balances). A partir da aplicação dos princípios gerais que regem a concepção do sistema de freios e contrapesos na Constituição da República, não é possível deduzir controles entre os poderes que não estejam expressos no texto constitucional.
Funções típicas (precípuas) X Funções atípicas (secundárias)
	Órgão/Funções
	TÌPICA
	ATÌPICA
	LEGISLATIVO
	LEGISLAR e FISCALIZAR
	JULGAR
ADMINISTRAR
	EXECUTIVO
	 ADMINISTRAR
	JULGAR
LEGISLAR
	JUDICIÁRIO
	JULGAR
	ADMINISTRAR
LEGISLAR
								 				
							
		Legislar e Fiscalizar constitui funções típicas do Poder Legislativo. A Constituição brasileira prevê detalhadamente a elaboração de leis através do processo legislativo (arts. 59 a 69) e de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial (arts. 70 a 75). As funções atípicas do Poder Legislativo são administrar (art. 51, IV; 52, XIII) e julgar (art. 52, I e II).
		A Função Jurisdicional ou Jurisdição (dizer o direito) visa aplicar a lei ao caso concreto para solucionar litígios (conflitos de interesse caracterizados por pretensão resistida), impondo a validade do ordenamento jurídico de forma coativa, mediante provocação da parte interessada, sempre que os interessados não cumpram a lei espontaneamente. Compete ao Poder Judiciário. As funções atípicas deste Poder são as de administrar (art. 96, I, c, f) e legislar (art. 96, I , a).
		A Função Administrativa, típica do Poder Executivo, diz respeito à realização de atos concretos voltados a satisfação das necessidades coletivas, tais como a gestão ordinária dos serviços públicos de interesse da coletividade. Legislar constitui função atípica deste Poder (art. 62 e 68). Dito de forma mais completa por José Afonso da Silva (Curso. pág. 112) o Poder executivo exerce a função executiva, que engloba função de governo e a função administrativa. A função de governo está relacionada com atribuições políticas, co-legislativas e de decisão. A função administrativa compreende as atividades de intervenção, fomento, polícia administrativa e serviço público. Outra função atípica do Executivo é a jurisdicional, quando julga seus servidores nos processos administrativos disciplinares, por exemplo.
Obs: fazer observação sobre o controle dos atos administrativos pelo Poder Judiciário.
PONTO 2 – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 
2.1 – INTRODUÇÃO: conceito, natureza e fins.
	São várias as concepções doutrinárias sobre o conceito do Direito Administrativo, de onde surgiu algumas teorias:
Legalista: um conjunto de leis administrativas;
Poder Executivo: é a reunião de atos do Executivo;
Serviço Público: a disciplina, organização e regência da prestação de serviço público;
Teleológica ou finalística: o sistema de princípios que norteiam o atendimento dos fins do Estado;
Negativista: o ramo do direito que regula toda a atividade que não seja legislativa e jurisdicional.
 
	Em síntese: A Administração Pública é um conjunto de pessoas jurídicas, distribuídas em órgãos, através de agentes públicos com atribuição legal para o exercício da função administrativa que se materializa em toda atividade concreta que o Estado realiza, para a consecução dos interesses da coletividade que rege (bem-estar coletivo), revestida das prerrogativas do regime jurídico de direito público. Como não há uma unanimidade nos conceitos, citaremos abaixo de alguns doutrinadores:
Direito Administrativo é conjunto de normas e princípios que regem a atuação da Administração Pública. Inclui-se entre os ramos do direito público, por tratar primordialmente da organização, meios de ação, formas e relações jurídicas da Administração Pública, um dos campos da atividade estatal (Odete Medauar, Direito Administrativo Moderno, 5ª edição, 2001, editora Revista dos Tribunais, p. 29).
Direito Administrativo é ramo do direito público que disciplina a função administrativa e os órgãos que a exercem (Celso Antônio Bandeira de Mello, 19ª edição, 2005, editora Malheiros, p. 33).
Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado (Hely Lopes Meirelles, 24ª edição, 1999, atualizada por Eurico Andrade Azevedo, editora Malheiros, p. 34).
	Podemos conceituar o Direito Administrativo como o ramo do direito público dotado do conjunto de regras e princípios aplicáveis à estruturação e ao funcionamento das pessoas e órgãos integrantes da administração pública, às relações entre esta e seus agentes, ao exercício da função administrativa, especialmente às relações com os administrados, e à gestão dos bens públicos, tendo em conta a finalidade geral de bem atender ao interesse público.
	O objeto do direito administrativo abrange todas as relações internas à administração pública, regidas por regras de direito público e suas relações externas seja com os administrados, seja com os contratados, regidas regras de direito público ou privado a depender da situação.
	O direito administrativo pátrio não se encontra codificado, ou seja, em um único instrumento normativo, como ocorre com outros ramos do direito. Temos um imenso conjunto normativo espalhado dentro da nossa ordem jurídica que vai desde a Constituição Federal, indo até os atos infralegais em todas as unidades Federativas.
2.2 – Fontes do Direito Administrativo:
	As fontes do direito administrativotêm sido apresentadas de forma contraditória pela doutrina. Basicamente, a principal fonte deste ramo do direito público é a LEI (primária), norma escrita superior dentre todas e impessoal, além de outros atos normativos, abrangendo, assim, desde as normas constitucionais até as instruções, circulares e demais atos decorrentes do poder normativo estatal.
	Outras fontes, secundando a lei, inspiram o direito administrativo, a saber: a jurisprudência, a doutrina, os princípios gerais do direito e os costumes.
	É por certo muito difícil conceituar as fontes do Direito. Sendo fonte o lugar de onde provém alguma coisa, a expressão “fonte do direito” não pode ser entendida senão como o lugar de onde são oriundos os preceitos jurídicos. As fontes podem ser classificadas em formais e materiais. Fontes formais são aquelas que possuem força vinculante, sendo, obrigatórias para todos. São as responsáveis pela criação do direito positivo. Já as fontes materiais não têm força vinculante, servindo apenas para esclarecer o verdadeiro sentido das fontes formais. 	
Lei é regra escrita, geral, abstrata, impessoal, que tem por conteúdo um direito objetivo no seu sentido material e, no sentido formal, todo ato ou disposição emanada do Poder Legislativo. 
Costume é toda norma de caráter geral definida pelo uso ou prática reiterada e sancionada pela coação em virtude da convicção comum, partilhada pelos órgãos do Estado, da sua obrigatoriedade.
	Vale ressaltar que nos países continentais a facilidade de legislar faz com que, de fato, seja quase impossível a formação de uma norma consuetudinária. Os preceitos administrativos nascem logo da lei ou, quando comecem a formar-se por espontâneo e natural consenso da Administração e do público, depressa vêm a ser consagrado por lei. Entendo que esse raciocínio pode ser estendido ao Brasil.
	Marcello Caetano questiona se a Jurisprudência e a doutrina são fontes do direito, considera a Jurisprudência como a orientação seguida na resolução de casos concretos e conclui que a jurisprudência é uma forma de fixar o sentido da lei, isto é, de interpretá-la e, só por exceção, pode ser modo de criação e revelação do Direito, através do suprimento dos casos omissos em termos de constituir um costume jurisprudencial.
	Sobre a doutrina, entende que desempenha dois papéis: o de auxiliar os órgãos de aplicação do Direito (a própria Administração e o Poder Judiciário) e o de influenciar os órgãos de criação do Direito (Poder Legislativo). Em qualquer destes papéis, a doutrina desempenha um papel de segunda linha: lança idéias, discute teses, comenta casos, constrói sistemas e procura aliciar adesões para que as conclusões propugnadas se convertam em decisões práticas. Conclui o autor que a doutrina não é por conseguinte uma fonte imediata de Direito, embora seja uma força geradora de soluções jurídicas. 
	Minha opinião. Eu entendo que no Brasil a Jurisprudência pode ser tomada como fonte do Direito face a eficácia contra todos e o efeito vinculante produzido nas ações diretas de inconstitucionalidade (ADINs) e nas ações declaratórias de constitucionalidade (ADECONs) relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (CF/88, art. 102, §2º). Este aspecto, foi ainda mais realçado com a Emenda Constitucional nº 45/2004, ao estabelecer que o STF possa adotar SÚMULAS com efeito vinculante que terão por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas constitucionais sobre as quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica (CF, art. 103-A).
	Sobre o costume cabe classificá-los secundo as espécies existentes: ”I - contra legem, é o costume, não admitido pelo ordenamento, contrário ao preceito de lei. Esta jamais será revogada, por mais antigo que aquele seja, vez que o desuso não conduz á perda de eficácia da lei; II – praeter legem, é aquele que é prévio à Lei, ou seja, decorre da deficiência, do que tem origem na lacuna da lei; III – secundum legem, é aquele que complementa a lei e por ela é textualmente invocado”. Portanto, em nosso ordenamento jurídico não será aceita se o costume contrariar a lei. 
	Nos termos da Lei de Introdução ao Código Civil: quando a lei for omissa o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito, etc.
	Podemos concluir que a Lei é a fonte primordial e imediata do Direito Administrativo e que o costume, embora reconhecido como fonte do direito administrativo, não poderá contrariar a lei, para ser validamente invocado. Quanto à doutrina pode-se conceituá-la como fonte material, ou seja, secundária, utilizando-se para explicar o sentido das fontes formais. Sobre a Jurisprudência já pode ser considerada como fonte formal, em face da possibilidade da edição pelo STF das súmulas de efeito vinculante. 
2.3 – Formação do Direito Administrativo.
	Os soberanos não se submetiam a nenhuma regra, a não ser aos caprichos de sua própria vontade. Neste sentido, pode-se dizer que o direito administrativo é uma conquista dos regimes republicanos e democráticos, com a sujeição não só do povo, mas também dos governantes a certas regras gerais.
	Os governantes passaram a ser controlados pela estrita legalidade em todos os seus atos. (Princípio da Reserva Legal).
2.4 – Interpretação das normas administrativas. IMPORTANTÍSSIMO
	Toda interpretação administrativa deverá atender as seguintes normas:
os atos administrativos têm presunção de legitimidade, salvo prova em contrário; presunção relativa;
O interesse público prevalece sobre o interesse individual, respeitadas as garantias constitucionais; e
A administração pode agir com certa discricionariedade, desde que observada a legalidade.
PONTO 3 – PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
	Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturas subseqüentes. Neste sentido, são os alicerces, os fundamentos da ciência.
	Os Princípios básicos da Administração estão previstos na Constituição Federal (art. 37), mas a eles somam-se outros expressos ou implícitos na Carta Magna, bem como os doutrinários, todos indispensáveis à aplicação, seja na elaboração como na aplicação das normas legais.
Interesse Público – primário é o bem-estar coletivo, que nem sempre coincide com o interesse público secundário, referente aos órgãos estatais;
Supremacia do interesse público – que sempre estará acima do interesse privado;
Princípios Constitucionais (art. 37, caput) L I M P E:
Legalidade – ao administrador somente é dado realizar o quanto previsto na lei; reserva legal absoluta;
Impessoalidade – porquanto a atuação deve voltar-se ao atendimento impessoal, geral, ainda que venha a interessar a pessoas determinadas, não sendo a atuação atribuída ao agente público, mas à entidade estatal;
Moralidade – que encerra a necessidade de toda a atividade administrativa, bem assim de os atos administrativos atenderem a um só tempo à lei, à moral, à equidade, aos deveres de boa administração;
Publicidade – que torna cogente e obrigatória a divulgação e o fornecimento de informações de todos os atos da Administração, seja de forma interna ou externa, em regra, pois existem exceções permitidas pela própria lei.
Eficiência – impõe a necessidade de adoção pelo administrador, de critérios técnicos, ou profissionais, que assegurem o melhor resultado possível. Abolindo-se qualquer forma de atuação amadorística, obrigando também a entidade a organizar-se de modo eficiente. Não basta prestar o serviço público, é necessário que se preste da melhor maneira possível.
Princípios doutrinários:
Indisponibilidade – não cabe ao administrador determinar seus atos que serão calcados sempre nas disposições legais. Os bens,direitos e interesses públicos são confiados a ele apenas para sua gestão, nunca para a sua disposição.
Continuidade do Serviço Público – os serviços públicos não podem sofrer paralisações; é uma atividade ininterrupta. Deste princípio decorrem sub-princípios, tais como:
Proibição de greve geral;
Necessidade de suplência, delegação, substituição, etc;
Impossibilidade dos contratados alegarem a exceptio non adimpleti contractus;
Faculdade de utilizar os equipamentos dos contratados;
Admite-se a encampação da concessão de serviço público;
Admite-se a extinção do contrato de concessão por força da caducidade.
Autotutela – deve a Administração rever os seus próprios atos, seja para revogá-los (quando inconvenientes), seja para anulá-los (quando ilegais). É o controle interno exercido dentro de cada esfera administrativa.
Tutela ou Controle finalístico – é o exercido apenas sobre os fins para o qual foi criada a entidade de colaboração com a Administração Direta. É o controle externo finalístico.
Controle judicial – está calcado no princípio da inafastabilidade da jurisdição, onde nenhuma lesão ou ameaça a direitos poderá ser excluída a apreciação do Poder Judiciário. Lembrar das duas exceções. 
Motivação – é a necessária indicação dos pressupostos de fato e dos pressupostos de direito, a compatibilidade entre ambos e a correção da medida encetada para a prática dos atos administrativos. O detalhamento, fundamentação ou justificativa, será maior ou menor conforme o ato seja vinculado ou discricionário.
Razoabilidade – ao administrador não é dado interpretar ou aplicar a lei que autoriza a sua atuação segundo seus valores pessoais, mas a partir da perspectiva do resultado que corresponda à concretização da justiça. O princípio não é decorrente da racionalidade, mas da razoabilidade, e atua como limitação ao exercício do Poder. Seria a congruência lógica entre as situações postas e as decisões administrativas. Vai se atrelar às necessidades da coletividade, à legitimidade, à economicidade, etc.
Proporcionalidade – este princípio obriga a permanente adequação entre os meios e os fins, banindo-se medidas abusivas ou de qualquer modo com intensidade superior ao estritamente necessário. O administrador público está obrigado a sacrificar o mínimo para preservar o máximo de direitos.
Igualdade – também conhecido como princípio da isonomia, estabelece que o administrador público terá que tratar a todos de forma isonômica, para realizar a vontade da lei. É sempre bom lembrar que esta isonomia é apenas objetiva, formal.
Hierarquia – é a possibilidade de orientação, fiscalização e delegação aos subalternos como forma de facilitar a execução dos serviços públicos. A doutrina costuma dirigir apenas ao Executivo e hoje, depois da emenda Constitucional nº 45, ao Judiciário; porém, vale ressaltar que em todas as esferas públicas, independentemente do Poder que estejamos falando haverá o exercício da função administrativa, seja de forma típica, seja de forma atípica.
Poder-dever de agir ou dever-poder de agir - o administrador público está gerenciando o que não é seu e sob a égide da lei, assim está obrigado a agir conforme os ditames legais, não tendo opção de escolhas.
Especialidade – as entidades estatais não podem abandonar, alterar ou modificar os objetivos para os quais foram constituídas. Sempre atuarão vinculadas e adstritas aos seus fins ou objeto social. Ex: não se admite que uma Autarquia criada para o fomento do turismo possa vir a atuar, na prática, na área da saúde, ou em qualquer outra diversa daquela legal e estatutariamente fixada.
Presunção de legitimidade, de legalidade ou de veracidade – para concretizar o interesse público que norteia a atuação da Administração, suas decisões são dotadas do atributo da presunção de legitimidade e de legalidade, tornando-as presumivelmente verdadeiras quanto aos fatos e adequadas quanto à legalidade.
Princípio da ampla defesa e do contraditório – Trata-se de exigência constitucional, prevista no art. 5º, inciso LV: "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".
Contraditório – é a garantia que cada parte tem de se manifestar sobre todas as provas e alegações produzidas pela parte contrária.
Ampla defesa – é a garantia que a parte tem de usar todos os meios legais para provar a sua inocência ou para defender as suas alegações.
Princípio da segurança jurídica – O princípio também pode ser nominado como o da estabilidade das relações jurídicas, e tem em mira garantir certa perpetuidade nas relações jurídicas estabelecidas com ou pela Administração. Ao administrador não é dado, sem causa legal que justifique, invalidar atos administrativos, desfazendo relações ou situações jurídicas. Este princípio veda a aplicação retroativa de nova interpretação de lei no âmbito da Administração Púbica. Além da exigência constitucional, art. 5º, XXXVI, de ter que respeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
Conforme consta do art. 2º, inciso XIII, das respectivas leis: 
Nos processos administrativos serão observados, entre outros, critérios de interpretação da norma administrativa de forma que melhor garanta o atendimento de fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
PONTO 4 – ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
	Administração Pública em sentido amplo abrange os órgãos de governo, que exercem função política, e também órgãos e pessoas jurídicas que exercem função meramente administrativa. Dentro deste contexto a função política deve ser entendida como a encarregada de fixar as políticas públicas e a função meramente administrativa, a encarregada de executar as políticas públicas. Podemos resumir o conceito genérico de Administração pública da seguinte forma: onde quer que o Estado esteja, agindo nesta qualidade.
	
	Administração Pública em sentido estrito só inclui os órgãos e pessoas jurídicas que exercem função meramente administrativa, de execução dos programas de governo. Ficam excluídos os órgãos políticos e as funções políticas, de elaboração das políticas públicas.
	Administração Pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico é o conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes que o nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública, não importando a atividade que exerçam, desde que, de alguma forma desempenhem função administrativa.
	O Brasil adota o critério formal de administração pública, juridicamente, aquilo que nosso direito assim considera, não importa a atividade que exerça. Daí ser integrada pelo que se denomina Administração Direta e Indireta.
	Administração Pública em sentido material, objetivo ou funcional representa o conjunto de atividade que costumam ser consideradas próprias da função administrativa, ou seja, o que é realizado e não obrigatoriamente quem a exerce. Daí, serem usualmente apontadas como atividades próprias da Administração Pública: serviço público (prestações concretas que representam melhorias à população em geral), polícia administrativa (quando o estado restringe ou condiciona a atividade privada em prol do coletivo), fomento (incentivos à iniciativa privada de utilidade púbica, como concessão de benefícios ou incentivos fiscais) e intervenção (abrangendo toda forma de intervenção do estado no setor privado, exceto a sua atuação direta como agente econômico.
	A organização político-administrativa brasileira compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos nos termos da Constituição (CF/88, art. 18, caput). 
	
	A administração Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...”(CF/88, art. 37, caput) 
	Assim, em uma primeira classificação a AdministraçãoPública compreende a: 
Administração Federal; 
Administração Estadual, 
Administração do Distrito Federal e
Administração Municipal. 
Cada uma destas Administrações se subdivide em: 
Administração Direta e 
Administração Indireta. 
	O regime jurídico-administrativo tem fundamento em dois postulados básicos (e implícitos), a saber, o princípio da supremacia do interesse público e o princípio da indisponibilidade do interesse público. Do primeiro derivam todas as prerrogativas especiais de que dispõe a administração pública, as quais a ela são conferidas tão somente na estrita medida em que necessárias à satisfação dos fins públicos. Tais prerrogativas consubstanciam os chamados poderes administrativos, que serão tratados no próximo capítulo.
	Como decorrência da indisponibilidade do interesse público, a Constituição e as leis impõem ao administrador público alguns deveres específicos e peculiares, preordenados a assegurar que a sua atuação se dê em benefício do interesse público, são os chamados deveres administrativos. A doutrina de um modo geral enumera como alguns dos principais deveres impostos aos agentes administrativos pelo ordenamento jurídico:
Poder-dever de agir – implica ao mesmo tempo um poder para desempenhar as correspondentes funções públicas e um dever de exercício dessas funções. Enquanto no direito privado o poder de agir é mera faculdade, no direito administrativo é uma imposição. Em decorrência disso, os poderes administrativos são irrenunciáveis e a omissão do agente, diante de situação que exigem sua atuação, acarretará abuso de poder, pela omissão ilegal.
Dever de eficiência – erigido a princípio constitucional, traduz-se na exigência de elevado padrão de qualidade na atividade administrativa, que perpassa por atuação pautada na celeridade, perfeição técnica, economicidade, coordenação, controle, entre outros atributos.
Dever de probidade – exigência de uma atuação pautada na ética, honestidade e boa-fé, em consonância com o princípio da moralidade administrativa. A CF no seu art. 37, § 4º reza que sem prejuízo da ação penal cabível, os atos de improbidade acarretarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, não se aplicando aos agentes políticos segundo a tese do STF, que estão sujeitos ao regime dos crimes de responsabilidade.
Dever de prestar contas – como mero gestor de bens e interesses alheios (POVO), os agentes públicos ou quem faças as vezes, deverão prestar contas de tudo que faz e administram sob pena de responsabilidade, tudo com fundamento na CF no art. 70 e seu parágrafo único.
4.1 - ADMINISTRAÇÃO DIRETA
A Administração Direta é o conjunto dos órgãos integrados na estrutura da chefia do Executivo e na estrutura dos órgãos auxiliares da chefia do Executivo. 
Atenção: Ao falarmos da Administração Direta é inevitável citarmos os órgãos públicos.
UMA PALAVRA SOBRE OS ÓRGÃOS PÚBLICOS
	Para Hely Meirelles órgãos públicos “são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem”. Por isso mesmo os órgãos não têm personalidade jurídica nem vontade própria, que são atributos do corpo e não das partes". 
	Sabemos que personalidade jurídica significa a possibilidade de assumir direitos e obrigações. Os órgãos desprovidos de personalidade jurídica própria são entes despersonalizados.
 	Assim, os órgãos, na área de suas atribuições e nos limites de sua competência funcional, expressam não a sua própria vontade, mas, a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam por seus atos, manifestados através de seus agentes (pessoas físicas).
	
	No entanto, e isto é muito importante, embora não tenham personalidade jurídica, alguns órgãos podem ter prerrogativas funcionais próprias que, quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até mesmo por mandado de segurança. Essa prerrogativa é denominada de capacidade judiciária ou capacidade processual.
	Importante: cabe ressaltar, porém, que essa excepcional capacidade processual só é aceita em relação aos órgãos mais elevados do Poder Público, de natureza constitucional, quando defendem suas prerrogativas e competências. Beneficia os chamados órgãos independentes e autônomos, não alcançando os demais órgãos hierarquizados (superiores e subalternos). 
	Classificação: são várias as classificações adotadas na teoria dos órgãos, porém vamos utilizar a do saudoso Hely Lopes Meirelles por entendermos a mais completa e a que mais é utilizada pelas bancas examinadoras de concursos.
Quanto a sua estrutura, os órgãos podem ser: simples ou complexos;
Simples: também denominado unitários, são constituídos por um só centro de competência. Ex: Juízo de primeiro grau.
Composto: reúnem em sua estrutura diversos órgãos, como resultado da desconcentração administrativa. É o que ocorre com os Ministérios e as Secretarias.
Quanto a sua atuação funcional, os órgãos podem ser: singulares ou colegiados;
Singulares: também denominado unipessoal, são aqueles que as decisões são atribuídas a um único agente, seu chefe e representante. Ex: Presidência da República.
Colegiado: também denominado pluripessoais, são aqueles que as decisões se dão mediante obrigatória manifestação conjunta de seus membros. Ex: Os Tribunais e o Congresso Nacional.
Quanto à posição estatal, os órgãos podem ser: independentes, autônomos, superiores ou subalternos.
Independentes: são os diretamente previstos no texto Constitucional, representando os Poderes Estatais e são representados por agentes políticos. Ex: Câmara dos Deputados, Senado Federal, Presidência da República, STF, STJ e demais Tribunais, Ministério Público, Tribunais de Contas etc. 
Autônomos: situam-se na cúpula da Administração, hierarquicamente logo abaixo dos órgãos independentes, possuindo ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, pois são órgãos diretivos. Ex: Ministérios, Secretarias de Estados, a Advocacia- Geral da União etc.
Superiores: são aqueles que possuem competências de direção, controle e decisão, porém estão sujeitos ao controle hierárquico de uma chefia mais alta e não possuem autonomia administrativa e financeira. Ex: Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes etc.
Subalternos: são todos aqueles que apenas executam as ordens recebidas e detêm reduzido poder decisório. Ex: as seções de expediente, de pessoal, de material, de portaria etc.
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA: 
Existência de vínculo de subordinação, denominado de hierarquia, que liga os órgãos que a compõem - tal vínculo parte do chefe do Executivo para seus auxiliares diretos e destes para seus subordinados, no âmbito dos órgãos que chefiam, e assim por diante;
Generalidade e diversidade de atribuições. 
4.2 - ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
4.2.1 Composição
		A Administração Indireta se constitui das entidades dotadas de personalidade jurídica própria e compreende as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as associações públicas (consórcios Públicos).
	
4.2.2 Características básicas da administração indireta: 
	 
Inexistência de vínculo de subordinação, ou seja, inexistência de hierarquia, entre as entidades e a Administração Direta (Pessoa Jurídica de Direito Público que as criou). Os poderes centrais exercem um controle (o nome desse controle varia entre os autores: controle administrativo, tutela, supervisão ministerial, supervisão, controle finalístico etc) apenas nos termos e limites expressos em lei, uma vez que não há hierarquia entre as integrantes da Administração Indireta e o ente federado que as instituiu. Para fins de concurso este controle não se assemelha ao controle hierárquico.
Especialidade das atribuições de cada entidade;
4.2.3 - O controle administrativo sobre as entidades da Administração Indiretavisa: 
A realização dos objetivos fixados na lei que autorizou a sua criação;
A harmonia com a política e a programação do Governo no setor de atuação da entidade;
A eficiência administrativa.
DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
	DescEntralização é a distribuição de competências entre Entidades de uma para outra pessoa, ou seja, pressupõe a existência de duas pessoas, entre as quais se repartem as competências.
	DescOncentração é a distribuição de competências entre Órgãos dentro da mesma pessoa jurídica, para descongestionar, desconcentrar, um volume grande de atribuições e permitir o seu mais adequado e racional desempenho.
4.2.4 – AUTARQUIA: características 
 
criada por lei específica: 
	CF/88, art. 37, com redação dada pela EC nº 19, de 04.06.1998: 
XIX: "somente por lei específica poderá ser criada autarquia" e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
pessoa jurídica de direito público que inicia-se com a vigência da Lei que a criou; Posteriormente, há a necessidade de serem adotadas diversas providências concretas para possibilitar a efetiva entrada em operação da autarquia. O decreto de “instalação” ou “implantação” aprova e veicula o regulamento da entidade, sua estrutura regimental, o seu quadro de cargos e funções ou autoriza o Ministro de Estado, ou a própria diretoria da entidade, a aprovar o regimento interno da autarquia.
o seu pessoal é ocupante de cargo público (estatutário), no entanto, após a Emenda Constitucional nº 19/98, poderá admitir pessoal no regime de emprego público; Obs: na apreciação da Adin 2135/DF – 02/08/07 o STF suspendeu a eficácia da Ec nº 19 por violar o devido processo legislativo não tendo sido apreciada em dois turnos pela Câmara dos Deputados. Assim, o caput do art. 39 da CF está suspenso, voltando a vigorar a redação anterior que falava expressamente em regime jurídico único, até a decisão de mérito.
regime tributário - imunidade de impostos no que se refere ao patrimônio renda e serviços relacionados a suas finalidades essenciais (CF/88, art. 150, VI, "a", e §2º).
desempenha serviço público descentralizado, atividades típicas de Estado
Patrimônio – seu patrimônio inicial é formado a partir da transferência de bens, móveis e imóveis, do ente federado que a criou, que passam a pertencer a autarquia até o dia de sua extinção. Extinguindo-se a autarquia, todo o seu patrimônio é reincorporado ao ativo da pessoa política a que ela pertencia. 
	A criação e extinção de autarquias deve ser feito pelo mesmo modo, devido o princípio da simetria das formas jurídicas, e é de iniciativa privativa dos chefes do executivo, em face do disposto no art. 61, § 1º, II, “e” da CF. Se outro Poder estatal desejar criar uma autarquia, a iniciativa da lei respectiva será do Poder correspondente.
	Ex: Banco Central do Brasil – BACEN; Instituto Nacional de Seguro Social – INSS; Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA; Comissão de Valores Imobiliários – CVM; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA; os Conselhos fiscalizadores de profissões regulamentadas são autarquia, exceto a OAB por decisão do STF (ADIn 3.026/DF, rel. Min. Eros Grau. 08/06/06). 
Controle do desempenho – será realizado apenas o controle finalístico pela Entidade Estatal que a criou, pela ausência de hierarquia e por serem pessoas jurídicas distintas da pessoa política instituidora. Elas são criadas para exercerem competências específicas, com autonomia administrativa. É oportuno registrar que, sem prejuízo desse controle finalístico, também denominado de controle ministerial, previsto em lei, as autarquias – bem como as demais entidades da administração indireta, e mesmo os órgãos da administração direta – têm a possibilidade de ampliar sua autonomia gerencial, orçamentária e financeira, mediante a celebração de contrato de gestão com o Poder Público, nos termos do § 8° do art. 37 da CF. 
	O contrato de gestão tem por objetivo a fixação de metas de desempenho para a entidade, a qual se compromete a cumpri-la, nos prazos estipulados, fazendo jus, em contrapartida, à mencionada ampliação de autonomia. O atingimento das metas estabelecidas será aferido pelo Poder Público segundo critérios objetivos de avaliação de desempenho descritos no próprio contrato de gestão. As autarquias que celebram este contrato de gestão poderão, através de decreto, ser qualificadas como agências executivas, nos termos da Lei 9.649/98, no seu art. 51, que também prever esta possibilidade para as fundações públicas. 
	A Lei acima citada reza: O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:
	I – ter o plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
	II – ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
Juízo competente – as autarquias federais, nos litígios comuns, sendo autora, rés, assistentes ou oponentes, têm sua causas processadas e julgadas na Justiça Federal (CF, art. 109,I);
Privilégios processuais – gozam de todos os privilégios processuais outorgados à Fazenda Pública;
Prescrição quinquenal – as dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias prescrevem em cinco anos;
Imunidade tributária – gozam da chamada imunidade tributária recíproca, que veda a instituição de impostos sobre seu patrimônio, SUS rendas e sobre os serviços que elas prestem, desde que estejam vinculados a suas finalidades essenciais, ou às que destas decorram (CF, art. 150, VI, a”, e § 2º). OBS IMPORTATE: O STF tem decidido que a imunidade também alcança a exploração, pela autarquia, de atividades estranhas aos seus fins próprios, desde que a renda decorrente dessa exploração seja integralmente destinada à manutenção ou ampliação das finalidades essenciais da entidade.
Responsabilidade Civil – extracontratual ou objetiva.
4.2.5 - FUNDAÇÃO PÚBLICA: características 
	Pela nova perspectiva que envolve esta temática, podemos conceituar a Fundação Pública como a entidade da Administração indireta, instituída pelo poder público mediante a personificação de um patrimônio que, dependendo da forma de criação, adquire personalidade jurídica de direito público ou personalidade jurídica de direito privado, à qual a lei atribui competências administrativas específicas, a serem definidas em lei complementar (sua vocação teórica são atividades de interesse social). 	
	Identificamos, portanto, três elementos essenciais no conceito de fundação:
a figura do instituidor, que faz a doação patrimonial, ou seja, separa um determinado patrimônio para destiná-lo a uma finalidade específica;
o objeto consistente em atividade de interesse social;
a ausência de fins lucrativos.
criação autorizada por Lei específica e Lei complementar irá definir as áreas de sua atuação - CF/88, art. 37, XIX, com redação da EC nº 19, de 04.06.1998; + art. 41, V do CC.
Patrimônio personalizado
é pessoa jurídica de direito público ou privado;
o seu pessoal é ocupante de cargo público (estatutário), no entanto, após a Emenda Constitucional nº 19/98, poderá admitir pessoal no regime de emprego público; Obs: na apreciação da Adin 2135/DF – 02/08/07 o STF suspendeu a eficácia da Ec nº 19 por violar o devido processo legislativo não tendo sido apreciada em dois turnos pela Câmara dos Deputados. Assim, o caput do art. 39 da CF está suspenso, voltando a vigorar a redação anterior que falava expressamente em regime jurídico único, até a decisão de mérito do STF. 
o regime tributário é de imunidade de impostos no que se refere ao patrimônio renda e serviços relacionados a suas finalidadesessenciais (CF/88, art. 150, VI, "a", e §2º).
Regime jurídico da Fundação de Direito Público – tendo em conta o entendimento jurisprudencial e doutrinário dominante segundo o qual as fundações públicas com personalidade jurídica de direito público são, simplesmente, uma espécie do gênero autarquia (fundação autárquica ou Autarquia fundacional), não há dúvida de que a essas entidades são estendidos os mesmos poderes, privilégios e restrições que a ordem jurídica confere às autarquias, anteriormente estudadas.
Regime jurídico da Fundação de Direito Privado – diante das inúmeras controvérsias doutrinárias e muito pouca jurisprudência conclusiva sobre as Fundações Públicas de direito privado só é possível apontar algumas características próprias destas fundações que as distinguem das fundações públicas de direito público:
Só adquirem personalidade jurídica com a inscrição dos seus atos constitutivos no registro público competente;
Não podem desempenhar atividades que exijam o exercício de poder de império, como os atos autoexecutórios, de poder de polícia etc;
Não têm poder normativo;
Seus bens não se enquadram como bens públicos. Apesar disso, se estiverem prestando serviço público, pelo princípio da continuidade não podem ser penhorados.
Não estão sujeitas ao regime de precatórios judiciais;
Não podem ser sujeitos ativos tributários, ou seja, exigir tributos; e
Não têm a prerrogativa de cobrar suas dívidas mediante o processo especial de execução judicial estabelecido na Lei 6.830/80.
A resposta para a questão se a fundação pública obedece ao regime jurídico público ou ao regime jurídico privado, a despeito da celeuma que envolve o tema, depende da análise da lei instituidora, contudo, ainda que regida pelo direito privado, a fundação instituída pelo Poder Público terá de sujeitar-se a determinadas normas públicas, tal qual se dá com as sociedades de economia mista e empresas públicas.
4.2.6 - EMPRESA PÚBLICA: características 
tem sua criação autorizada por lei específica - CF/88, art. 37, XIX, com redação dada pela EC nº 19; 
é pessoa jurídica de direito privado - titular de direitos e obrigações próprios distintos da pessoa que a instituiu;
o seu pessoal é ocupante de emprego público, e necessita realizar concurso público para investidura.
o seu regime tributário é o mesmo das empresas privadas (CF/88, art. 173, §1º, II, e §2º);
explora predominantemente atividade econômica (art. 173, CF/88) ; embora também possa prestar serviços públicos (CF/88, art. 175);
não estão sujeitas a falência – A Lei nº 11.101/05, que disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, é literal em seu Art. 2o :“Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista”;
	Forma de organização societária - qualquer das formas admitidas em direito; 
Composição do capital - a titularidade do capital é pública. No entanto, desde que a maioria do capital com direito a voto permaneça de propriedade da União, admite-se a participação de outras pessoas de direito público interno a exemplo de Estados e Municípios, bem como de suas entidades da administração indireta. 
Foro para solução dos conflitos - justiça federal (CF/88, art. 109,I)
4.2.7 - SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
tem sua criação autorizada por lei específica - CF/88, art. 37, XIX, com redação dada pela EC nº 19;
 é pessoa jurídica de direito privado - titular de direitos e obrigações próprios distintos da pessoa que a instituiu;
	Forma de organização societária - unicamente sob a forma de sociedade anônima;
Composição do capital - a titularidade do capital pode ser pública e privada;
Foro para solução dos conflitos - justiça estadual do local do conflito (súmula 556 STF)
 
Obs: “as sociedades de economia mista só têm foro na Justiça federal, quando a União intervém como assistente ou opoente”. Súmula 517 do STF.
o seu pessoal é ocupante de emprego público, e necessita realizar concurso público para investidura.
o seu regime tributário é o mesmo das empresas privadas (CF/88, art. 173, §1º, II, e §2º);
explora predominantemente atividade econômica (art. 173, CF/88); embora também possa prestar serviços públicos (CF/88, art. 175);.
não estão sujeitas a falência – A Lei nº 11.101/05, que disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, é literal em seu Art. 2o :“Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista”, qualquer que seja o seu objeto;
regime jurídico – é de natureza híbrida se sujeitando ao direito privado e ao direito público a depender da natureza de seu objeto e de suas atividades-fim desenvolvidas.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE SOCIEDADE E EMPRESA PÚBLICA PELA PERSPECTIVA DE SUAS ATIVIDADES
	EP e SEM – ATIVIDADES ECONÔMICAS
	EP e SEM – SERVIÇOS PÚBLICOS
	Criação autorizada em lei específica (CF, art. 37, XIX)
	Criação autorizada em lei específica (CF, art. 37, XIX)
	Personalidade Jurídica de direito privado
	Personalidade Jurídica de direito privado
	Sujeição a controle finalístico (tutela) pela Administração Pública Direta
	Sujeição a controle finalístico (tutela) pela Administração Pública Direta
	Atividade sujeita predominantemente ao regime de direito privado (CF, art. 173)
	Atividade sujeita predominantemente ao regime de direito público (CF, art. 175)
	Não podem gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas privadas (CF, art. 173, § 2º). Vedação não aplicável no caso de monopólio.
	
Podem gozar de privilégios fiscais exclusivos.
	Não fazem jus à imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, “a”, e § 2º).
	Fazem jus à imunidade tributária recíproca (STF)
	Exigência de concurso público para a contratação de pessoal (CF, art. 37,II)
	Exigência de concurso público para a contratação de pessoal (CF, art. 37,II)
	Pessoa permanente sujeito a regime trabalhista (empregados públicos, regidos pela CLT).
	Pessoa permanente sujeito a regime trabalhista (empregados públicos, regidos pela CLT).
	Remuneração do pessoal não sujeita ao teto constitucional, exceto se a entidade receber recursos públicos para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, XI, e § 9º ).
	Remuneração do pessoal não sujeita ao teto constitucional, exceto se a entidade receber recursos públicos para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, XI, e § 9º ).
	É inconstitucional a exigência de aprovação prévia do Poder Legislativo como condição para a nomeação, pelo Chefe do Poder Executivo, de dirigentes da entidade (STF). 
	É inconstitucional a exigência de aprovação prévia do Poder Legislativo como condição para a nomeação, pelo Chefe do Poder Executivo, de dirigentes da entidade (STF). 
	Sujeitas a controle pleno pelo Poder Legislativo (CF, art. 49, X).
	Sujeitas a controle pleno pelo Poder Legislativo (CF, art. 49, X).
	Todos os seus atos estão sujeitos a controle de legalidade ou legitimidade pelo Poder Judiciário, desde que provocado (CF, art. 5º, XXV).
	Todos os seus atos estão sujeitos a controle de legalidade ou legitimidade pelo Poder Judiciário, desde que provocado (CF, art. 5º, XXV).
	Sujeitas a controle pelos tribunais de contas, inclusive à “tomada de contas especiais” (CF, art. 71, II),
	Sujeitas a controle pelos tribunais de contas, inclusive à “tomada de contas especiais” (CF, art. 71, II),
	Não sujeitas ao art. 37, § 6º, da CF (responsabilidade civil objetiva).
	Sujeitas ao art. 37, § 6º, da CF (responsabilidade civil objetiva).
	Não sujeitas a licitação para contratos relativos a suas atividades-fim. Sujeitas a licitação nas demais hipóteses. Previsão constitucional de regime próprio de licitação. (CF, art. 173, § 1º, III). 
	
Sujeitas a licitação sem quaisquer peculiaridades.
	Não sujeitas a falência (Lei 11.101/05, art. 2º, I)
	Não sujeitasa falência (Lei 11.101/05, art. 2º, I)
	
Seus bens não se enquadram como bens públicos; estão sujeitos a regime de direito privado.
	Seus bens não se enquadram como bens públicos, mas os que forem diretamente empregados na prestação do serviço público podem sujeitar-se a restrições próprias dos bens públicos.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE SOCIEDADE E EMPRESA PÚBLICA
forma de organização societária: a sociedade de economia mista só poderá ser Sociedade Anônima, ficando submetida às regras contidas na Lei 6.404/1976, disciplinadora da matéria. A empresa pública poderá estruturar-se sob qualquer das formas admitidas em direito (sociedade por cotas de responsabilidade limitada, sociedade anônima, etc).
composição do capital: a sociedade de economia mista é constituída por capital público e privado. A empresa pública é constituída apenas por capital público. 
foro judicial: para solução dos conflitos da empresa pública federal é a justiça federal; da sociedade de economia mista é a justiça estadual (CF/88, art. 109, I) com (súmula 556 STF).
DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E AS EMPRESAS PÚBLICAS 
	A atuação do Poder Público com Estado-empresário é excepcional, só admissível “quando necessária aos imperativos de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei” (CF, art. 173, caput) e no caso de atividades econômicas sujeitas a regime constitucional de monopólio (CF, art. 177).
CF/88 Art. 173.................................................................. 
       
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios
da administração pública;
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
§ 2.º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.
	-------------------------------------------------------------------------------------------------
§ 4.º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 5.º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
4.2.8 – ASSOCIAÇÃO PÚBLICA: NOVA ENTIDADE DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
	A Lei nº 11.107/2005 dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum. O citado diploma legal apresentou um novo integrante da Administração Indireta, trata-se da associação pública, pessoa jurídica de direito público. Explica-se: o consórcio público poderá constituir uma associação pública ou uma pessoa jurídica de direito privado. Quando constituir uma pessoa jurídica de direito público, esta integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.
Lei nº 11.107/2005 Art. 6º --------------------------------------------------------------------------§ 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.
	Eis um tema importantíssimo. Está criada uma nova pessoa jurídica, uma associação pública, com personalidade jurídica de direito público, integrante das Administrações Indiretas dos Estados, Municípios e da União, quando estes formarem consórcios públicos. No, entanto, dispõe o art. 1º, § 2o, que a União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.
	Prevista no art. 241 da CF, foi regulamentada através do Decreto 6.017 de 17.01.07 e será constituído mediante contrato, cuja celebração dependerá de prévia subscrição de protocolo de intenções dos entes públicos aderentes.
4.2.9 – AGÊNCIAS REGULADORAS
Alguns questionamentos fundamentais:
a) As agências integram a Administração Pública? SIM
b) As agências são uma espécie nova de pessoa jurídica? NÃO, elas são as já conhecidas autarquias, só que em regime especial. 
	As agências reguladoras em verdade são as conhecidas Autarquias, integrantes da Administração Indireta, qualificadas como Autarquias em regime especial, cuja principal atribuição é regulamentar e controlar a prestação dos serviços públicos quando delegados a empresas privadas através dos instrumentos da concessão e da permissão. Praticamente, a única peculiaridade das agências reguladoras e o que as tornam “especiais” é o fato de os seus dirigentes serem nomeados pelo Presidente da República, após a aprovação pelo Senado Federal, com garantia de mandato com prazo determinado. 
É importante transcrever o art. 4º da Lei 11.182/05, para demonstrar a vagueza e generalidade do legislador ao tratar sobre esta figura:
A natureza de autarquia especial conferida à ANAC é caracterizada por independência administrativa, autonomia financeira, ausência de subordinação e mandato fixo de seus dirigentes.
	São exemplos de autarquias em regime especial o Banco Central do Brasil – ACEN e a Universidade de São Paulo – USP. As agências reguladoras federais (ANATEL, ANEEL, ANP, ANA, ANTT, ANAC ETC), foram todas idealizadas para terem maior autonomia perante o Poder Executivo, quando comparadas às demais autarquias, sujeitas ao “regime geral” do Decreto-Lei 200/67.
	Faz-se mister diferençar “agências reguladoras” de “agências executivas”: aquelas têm sido criadas sempre como autarquias sob o regime especial (pelo menos as federais) e só estão obrigadas a celebrar contrato de gestão se houver tal exigência na respectiva lei instituidora; estas podem set autarquias “comuns” ou “especiais”, ou ainda fundações públicas, que obrigatoriamente celebram contrato com o Poder Público e podem, ou não, atuar na área de regulação.
	Comparações necessárias entre as agências reguladoras e as agências executivas.
	AGÊNCIAS REGULADORAS
	AGÊNCIAS EXECUTIVAS
	Não se trata de uma nova espécie de entidade integrante da administração pública indireta.
	Não se trata de uma nova espécie de entidade integrante da administração pública indireta.
	São autarquias sob regime especial.
	Podem ser autarquias ou fundações públicas.
	Trata-se de denominação utilizada pela doutrina e em leis administrativas.
	Trata-se de qualificação formal, prevista na Lei 9.649/98, art. 51 e 52.
	Não é uma qualificação formal, atribuída por algum ato administrativo, com consequências jurídicas definidas. O grau de autonomia da entidade depende dos instrumentos específicos que a respectiva lei instituidora estabelecer. 
	A qualificação formal como “agência executiva” tem consequências jurídicas definidas (ampliação de autonomia) e é conferida à autarquia ou à fundação pública mediante decreto.
	
Não existe a figura da “desqualificação” de agência reguladora.
	Pode ocorrer a desqualificação da entidade, mediante decreto, caso ela descumpra exigências estabelecidas na legislação ou no contrato de gestão. A desqualificação em nada afeta a natureza da entidade, que continua sendo a mesma autarquia ou fundação pública.
	Atuam especificamente naárea de regulação.
	Não é prevista alguma área específica de atuação.
	
Pode, ou não, haver norma, na lei instituidora, impondo a celebração de contrato de gestão com o poder público.
	A celebração de contrato de gestão com o poder público é condição obrigatória para a obtenção de qualificação. Exige-se, ainda, que a entidade tenha um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento.
	É possível uma agência reguladora ser qualificada como agência executiva, caso preencha os requisitos legais e requeira a qualificação.
	
Uma autarquia qualificada como agência executiva pode, ou não, ser uma agência reguladora.
5 – AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
5.1 – ORIGEM DOUTRINÁRIA: O TERCEIRO SETOR 
	Para Maria Sylvia Zanella di Pietro os teóricos da Reforma do Estado incluem as atividades desenvolvidas pelas Organizações Sociais e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público-OSCIP no chamado terceiro setor. O primeiro setor seria o do chamado setor público estatal propriamente dito. O segundo setor seria o das empresas privadas que exercem atividade econômica. O chamado terceiro setor seria conhecido como o setor público não-estatal.
	As Organizações Sociais são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, constituídas por particulares, assim qualificadas quando atendam aos requisitos previstos na lei federal nº 9.637, de 15.05.1998, e firmam com o Poder Público Contratos de Gestão. 
5.2 - CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS - lei federal nº 9.637, de 15.05.1998
Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
Não integram a Administração Pública (nem Direta, nem Indireta); 
É pessoa jurídica de direito privado, criada por particulares, sem fins lucrativos (art. 1º);
Formação de vínculo através de instrumento denominado de Contrato de Gestão, que será submetido ao Ministro de Estado da área de atividade (art. 6º);.
Poderão receber recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão (art. 12);
É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as Organizações Sociais com ônus para a origem (art. 14, caput);
É dispensável a licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão (lei 8.666/93, art. 24, XXIV);
A execução do contrato de gestão será fiscalizada pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada, cujos responsáveis ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, na utilização de recursos ou bens de origem pública por organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária (arts. 8º e 9º); 
O conselho de administração da Organização Social deve estar estruturado nos termos que dispuser o respectivo estatuto, e ser composto por 20 a 40% de seus membros por representantes do Poder Público (art. 3º, I, “a”). 
6 - ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO
	As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, também são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, constituídas por particulares, assim qualificadas quando atendam os requisitos previstos na lei federal nº 9.790, de 23.03.1999, e firmam com o Poder Público Termos de Parceria. 
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE Organização Social e OSCIP
Participação de agentes do Poder Público: obrigatória nas Organizações Sociais; permitida nas OSCIP;
Instrumento de formalização: contrato de gestão nas Organizações Sociais; Termo de parceria nas OSCIP;
Exigências de ordem contábil/fiscal: balanço patrimonial, demonstrativo do resultado do exercício, declaração de isenção do IR, entre outros para as OSCIP; não há tal exigência para as Organizações Sociais. 
Substituição na realização das atribuições da Administração Pública para as Organizações Sociais, o que não ocorre com as OSCIP.
7 - ENTIDADES PARAESTATAIS 
	O tradicionalíssimo Hely Lopes Meirelles, e neste aspecto, leia-se Fundação Carlos Chagas, entende por entidades paraestatais as pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública Indireta (empresas públicas, sociedades de economia mista, as fundações de direito privado instituídas pelo Poder Público), além destes os serviços sociais autônomos. Entende o autor que tais entidades constituem meio termo entre o público e o privado.
	Em meio à enorme divergência doutrinária, o administrativista Celso Antônio Bandeira de Mello, entende que a expressão abrange pessoas privadas que colaboram com o Estado desempenhando atividade não lucrativa e à qual o Poder Público dispensa especial proteção, colocando a serviço delas manifestações de seu poder de império, como o tributário, por exemplo. Não abrange as sociedades de economia mista e empresas públicas; trata-se de pessoas privadas que exercem função típica (embora não exclusiva do Estado), como as de amparo aos hipo-suficientes, de assistência social, de formação profissional (SESI, SESC, SENAI). 
	Para Maria Sylvia Zanella di Pietro, a expressão entidades paraestatais inclui além dos serviços sociais autônomos (SESI, SESC, SENAI), também as entidades de apoio (em especial as fundações, as associações e cooperativas), as chamadas organizações sociais e as organizações da sociedade civil de interesse público. 
Segundo a Jurisprudência do STJ (CC 41246 / SC; CONFLITO DE COMPETENCIA 2004/0001457-4): Os serviços sociais autônomos, embora compreendidos na expressão entidade paraestatal, são pessoas jurídicas de direito privado, categorizadas como entes de colaboração que não integram a Administração Pública, mesmo empregando recursos públicos provenientes de contribuições parafiscais.
O CONTRATO DE GESTÃO
	Estudamos que o contrato de gestão é o instrumento que estabelece o vínculo entre o poder público e as ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, conforme dispõe a Lei federal nº 9.637, de 15.05.1998.
	No entanto, o contrato de gestão é instrumento que também pode ser utilizado no âmbito da própria administração pública, neste caso, o contrato de gestão destina-se a ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta. 
Vejamos a previsão constitucional:
	 
CF/ Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."
PONTO 5 – REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
5.1 - CONCEITO
	São traços que tipificam o direito administrativo, colocando a administração pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa. Abrange o conjunto das prerrogativas (vantagens, privilégios) e restrições (que são os limites) a que está submetida a administração pública e que não se encontram nas relações entre particulares. 
5.2 – ALGUMAS DAS PRERROGATIVAS: 
a) Constituição dos particulares em obrigações por meio de ato unilateral (multas, por exemplo), bem como modificar, unilateralmente, situações estabelecidas.
	Exemplo 1: o § 1º do art. 65 da lei nº 8.666/93, de licitações e contratos, determina:
	“o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmascondições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato... “ 
	Exemplo 2: uso da propriedade particular, no caso de iminente perigo público, conforme determina a Constituição no art. 5º, XXV.
	Exemplo 3: ato de desapropriação (também conhecido por ato de expropriação ou ato expropriatório), autorizada pela Constituição, art. 5º, XXIV e 22, II. 
b) Os atributos dos atos administrativos: Presunção de legitimidade dos atos públicos que são plenamente lícitos até que se prove em contrário, cabendo a quem alegar o defeito a sua comprovação; Imperatividade dos atos administrativos que são impostos mesmo sem a concordância das partes envolvidas, bem como, de regra, a auto-executoriedade que desobriga a administração solicitar ordem judicial para suas ações; autorizam até mesmo, em alguns casos, e desde que observado o princípio da proporcionalidade, a utilização da força, coercibilidade. Exemplo: a vigilância sanitária pode apreender remédios falsificados e alimentos imprestáveis ao consumo. Neste exemplo temos caracterizado o exercício do Poder de Polícia da Administração Pública.
c) Exercício da autotutela - este princípio autoriza a Administração a rever seus próprios atos: ANULANDO-OS quando ilegais; ou REVOGANDO-OS quando apresentarem-se inconvenientes ou inoportunos. Evidentemente que este princípio não retira a possibilidade do Poder Judiciário anular os atos da Administração quando ilegais (Súmula 473 do STF).
c) Princípio da continuidade do serviço público – por este princípio o Estado, por desempenhar funções essenciais ou necessárias à coletividade, não pode deixar parar o serviço público. Daí decorre o inciso IX, art. 37, da Constituição Federal: contratação temporária (sem a realização de concurso público) para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. 
d) Processos Judiciais com prazos maiores para a Administração. 
O artigo 183 do novo CPC reza: “A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§2ª Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público”.
O prazo para apresentar contestação será computado em dobro e não mais em quádruplo, como determinava o art. 188 do CPC/73 buscando assim maior celeridade nas demandas judiciais em que atue a Fazenda Pública como parte.
É importantíssimo destacar que no antigo Código de Processo Civil, no seu artigo 188 se dava prazo em quádruplo para a Fazenda contestar e em dobro para recorrer. Com a atual legislação, a Fazenda Pública tem prazo em dobro para TUDO. 
	Podemos resumir dizendo: 
A Administração Pública e o particular (também chamado de administrado) não estão no mesmo pé de igualdade ou no mesmo nível. Dessa desigualdade ou supremacia decorrem privilégios. Sempre que houver conflito entre o interesse público e o particular, prevalecerá o interesse público. 
Todavia, o exercício das PRERROGATIVAS NÃO AUTORIZA a Administração a agir com arbitrariedade. Fica vedado o uso de tais instrumentos para atingir FINALIDADES que não sejam as do BEM COMUM. Caso isso aconteça os atos administrativos estarão viciados e poderão ser anulados. 
5.3 - RESTRIÇÕES: 
Concurso público para admissão aos cargos e empregos públicos;
Licitação pública para escolha de quem vai contratar com a Administração. 
As decisões do STF em sede de controle concentrado e com a edição de Súmulas com efeito vinculantes. 
As pessoas administrativas (autarquias, fundações, etc) não têm disponibilidade sobre os interesses públicos confiados à sua guarda e realização. Os interesses públicos não se encontram a livre disposição de quem quer que seja em um Estado Democrático de Direito.
Observância da Finalidade Pública - a Administração está sujeita a perseguir em todos os seus atos uma finalidade pública (interesse público), sob pena de nulidade do ato administrativo. 
Observância da Legalidade - a Administração em toda a sua trajetória há de estar submissa à Lei. Princípio da reserva legal.
Obrigatoriedade de dar Publicidade - a Administração há que ser transparente em sua atuação, dando publicidade aos seus atos para que possam produzir efeitos.
Observância da Impessoalidade - a Administração não pode agir baseada em critérios pessoais, subjetivos, discriminatórios. Tem que adotar critérios objetivos.
	Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o regime jurídico administrativo pode ser resumido em apenas dois Princípios essenciais:
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSE PARTICULAR;
INDISPONIBILIDADE, PELA ADMINISTRAÇÃO, DOS INTERESSES PÚBLICOS;
PONTO 6 – PODERES ADMINISTRATIVOS: USO E ABUSO DE PODER
	Os Poderes Administrativos são inerentes à Administração Pública e possuem caráter instrumental, ou seja, são instrumentos de trabalho essenciais para que a Administração possa desempenhar as suas funções atendendo o interesse público. Os poderes são verdadeiros poderes-deveres, pois a Administração não apenas pode como tem a obrigação de exercê-los.
- CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES
Poder Vinculado
Poder Discricionário
Poder Hierárquico
Poder Disciplinar
Poder Regulamentar
Poder de Polícia
6.1.1 - PODER VINCULADO 
	É o Poder que tem a Administração Pública de praticar certos atos "sem qualquer margem de liberdade". A lei encarrega-se de prescrever, com detalhes, se, quando e como a Administração deve agir, determinando os elementos e requisitos necessários.
Ex: A prática de ato (portaria) de aposentadoria de servidor público.
Poder vinculado ou regrado é aquele conferido a Administração para a prática de ato de sua competência, determinando os requisitos necessários à sua formação. 
A legalidade é o princípio basilar que norteia toda a seara do direito público impondo ao administrador a aplicação de seu comando de acordo com todos os elementos especificados no seu texto.
O poder vinculado atinge a atuação administrativa sempre que a manifestação do ato administrativo depender do preenchimento de requisitos que retiram do administrador qualquer margem de liberdade no que tange determinada medida, vez que a lei enunciou estritamente sobre a competência do agente, a finalidade a ser perseguida pelo ato, a forma de sua exteriorização, o motivo que lhe desencadeará execução e o objeto a ser atingido.
O agente público fica totalmente preso ao enunciado legal, dele não podendo se desviar, ultrapassar, ou omitir sob hipótese nenhuma.
Relegando qualquer dos elementos vinculantes do ato, este será nulo e assim poderá ser declarado pela própria Administração (autotutela) ou pelo Judiciário (Princípio da inafastabilidade da Jurisdição), porque a vinculação é matéria de legalidade.
Obs: Estabelecer a diferença entre Legalidade x Reserva Legal.
6.1.2 - PODER DISCRICIONÁRIO
	É aquele pelo qual a Administração Pública de modo explícito ou implícito, pratica atos administrativos com determinada margem de liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo. 
	A discricionariedade é a liberdade de escolha dentro de limites permitidos em lei, não se confunde com arbitrariedade que é ação contrária ou excedente da lei. 
	Ex: Autorização para porte de arma; Exoneração de um ocupante de cargo em comissão.
A Discricionariedade não poderá atingir qualquer requisito de validade do ato, já que é a lei que determina o espaço em que poderá incidir tal parcela de liberdade, pois existem elementos que mesmo em se tratando de atos discricionários são regrados por natureza, tais como competência do a agente, a finalidade pública ea forma de sua materialização no mundo jurídico.
O poder discricionário recai na seara do mérito administrativo no que se refere à seleção da conveniência, oportunidade e conteúdo naquilo que diz respeito ao objeto e motivo do ato, levando-se em consideração os critérios de boa administração e bom senso que devem conduzir toda a atividade da Administração. Pode-se com isso afirmar que a discricionariedade do poder é relativa e parcial, pois subsiste apenas no âmbito permitido pela lei.
Discricionariedade é liberdade de ação administrativa, dentro dos limites dispostos em lei, sendo inegável a legitimidade do instituto, que não há que se confundir com a arbitrariedade que é conduta excedente ou contrária a lei, sendo, portanto, ação ilegal e ilegítima. 
6.1.3 - PODER HIERÁRQUICO
Poder Hierárquico é aquele de que dispõe a Administração Pública para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo relação de subordinação entre os servidores de seu quadro de pessoal. No seu exercício dão-se ordens, fiscaliza-se, delega-se e avoca-se. 
A hierarquia é elemento típico da organização de toda Administração pública, estabelecendo a relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes do executivo imprescindível ao funcionamento adequado da atividade administrativa.
O poder hierárquico tem por objeto ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração Pública. Ordena as atividades da Administração, repartindo e escalonando as funções entre os agentes do poder, de modo que cada um possa exercer eficientemente seu encargo; coordena, entrosando as funções no sentido de obter o funcionamento harmônico de todos os serviços a cargo do mesmo órgão; controla, velando pelo cumprimento da lei e das instruções e acompanhando a conduta e o rendimento de cada servidor; corrige os erros administrativos, pela ação revisora dos superiores sobre os atos dos inferiores.
Desse modo, a hierarquia atua como instrumento de organização e aperfeiçoamento do serviço e age como meio de responsabilização dos agentes administrativos, impondo-lhes o dever de obediência. Os subordinados devem estrita obediência às ordens superiores a menos que estas se revelem manifestamente ilegais.
Do poder hierárquico decorrem faculdades implícitas para o superior, tais como a de dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, de delegar e avocar atribuições e a de rever os atos dos inferiores.
	Fiscalizar é vigiar permanentemente os atos praticados pelos subordinados, com o intuito de manter a legalidade, perenidade e celeridade do serviço; delegar é conferir a outrem atribuições que originariamente competiam ao delegante; avocar é chamar para si funções originariamente atribuídas a um subordinado; rever atos dos superiores hierárquicos é apreciar tais atos em todos os seus aspectos (competência, objeto, oportunidade, conveniência, justiça, finalidade e forma), verificando se o ato é passível de realizar legalmente e legitimamente seus fins.
6.1.4 - PODER DISCIPLINAR
	É aquele através do qual a lei permite à Administração Pública aplicar penalidades às infrações de seus servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa e ligadas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração, a exemplo dos que celebram contratos. O regime jurídico da licitação e dos contratos administrativos confere à Administração a prerrogativa de aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste, garantida a prévia defesa, no prazo de cinco dias úteis (§ 2º, art. 87)
	Maria Sylvia adverte que o pode disciplinar não abrange sanções impostas a particulares não sujeitos à disciplina interna da Administração, porque, nesse caso, as medidas punitivas encontram seu fundamento no poder de polícia do Estado.
	Poder disciplinar não se confunde com Poder Hierárquico. No Poder hierárquico a administração pública distribui e escalona as funções de seus órgãos e de seus servidores. No Poder disciplinar ela responsabiliza os seus servidores pelas faltas cometidas. 
O poder disciplinar confere a Administração a possibilidade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina de seus órgãos e de seus serviços.
	O poder disciplinar se relaciona intimamente com o poder hierárquico na medida em que no uso do poder hierárquico a Administração Pública distribui e escalona as suas funções executivas, cabendo ao poder disciplinar o controle do desempenho dessas funções e da conduta interna de seus servidores, responsabilizando-os, administrativamente, pelas faltas cometidas. Constata-se na atuação desse poder o interesse da Administração Pública de manter sob controle o funcionamento da máquina administrativa no que diz respeito à atividade de cada um de seus agentes, vez que as infrações funcionais por estes praticadas, podem ser punidas pela própria Administração através de sanções específicas.
A aplicação de tais medidas depende da regular apuração da falta disciplinar e da concessão da oportunidade de ampla defesa ao acusado, apesar de não estar a autoridade administrativa adstrita às formalidades processuais inerentes ao judiciário. Pode o agente competente se utilizar de meios simples e consentâneos com a finalidade de apurar a falta e impor a pena adequada. 
Inadmissível é que deixe de indicar claramente o motivo e os meios regulares usados para a verificação da falta, objeto de punição disciplinar, já que esses pressupostos estão claramente definidos nas normas que elucidam a sindicância e o processo administrativo disciplinar como procedimentos preparatórios para o exercício da faculdade punitiva.
A escolha da penalidade a ser aplicada ao agente infrator pode estar revestida do caráter vinculado ou discricionário. Quando a discricionariedade estiver presente na indicação da pena a ser a ser aplicada ao caso concreto, cabe ao administrador usar de critérios prudentes e ter em vista os deveres do infrator; sua relação com o serviço e a falta verificada, aplicando a sanção que julgar cabível, oportuna, conveniente e proporcional dentre as que estiverem enumeradas em lei ou regulamento.
Vale ressaltar, que a aplicação da pena disciplinar tem para o superior hierárquico o caráter de um poder-dever, uma vez que a condescendência na punição é considerada crime contra a Administração Pública (Código Penal, art. 320).
6.1.5 - PODER REGULAMENTAR
	A doutrina tradicional conceitua como aquele inerente aos Chefes dos Poderes Executivos (Presidente, Governadores e Prefeitos) para expedir decretos e regulamentos para complementar, explicitar (detalhar) a lei visando sua fiel execução. 
	Os regulamentos se dividem em:
quanto à eficácia, que podem ser internos e externos;
quanto ao objeto, que podem ser autônomo e de execução;
quando a execução se subdividem em: de interpretação; de organização e de complementação.
CF/88 Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”;	
	Sabe-se, no entanto, que o poder normativo cabe predominantemente, mas não exclusivamente, ao Poder Legislativo. Ao Poder Executivo (leia-se aos chefes de Poder Executivo) compete expedir regulamentos para fiel execução da lei. 
	Ocorre que a promulgação da Emenda Constitucional nº 32/2001, deu nova redação ao inciso ao inciso VI do art. 84. Vejamos:
 
Redação original:
CF/88 Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor sobre organização e funcionamento da administração federal, na forma da lei.
Redação dada pela EC nº 32/2001:
CF/88 Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República
VI – dispor mediante decreto sobre;
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos

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