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A Diversidade Cultural
1. A diversidade cultural: etnocentrismo e relativismo cultural
2. O que é diversidade cultural? <ul><li>Engloba as diferenças culturais que existem entre as pessoas, como a linguagem, vestimenta e tradições, bem como a forma como sociedades organizam-se, a sua concepção da moral e da religião, a forma como eles interagem com o ambiente, etc... </li></ul>
4. Diversidade cultural <ul><li>Nenhuma cultura é superior ou inferior a outra, todas as culturas são formas genuínas de encarar o mundo e de viver humanamente </li></ul>
5. Declaração universal da diversidade cultural <ul><li>Defende que a diversidade cultural é um patrimônio comum da humanidade </li></ul><ul><li>incentiva o diálogo inter-cultural e o multiculturalismo como formas de garantir um desenvolvimento harmonioso das sociedades </li></ul>
7. Etnocentrismo <ul><li>Uma das diferentes formas de encarar a diversidade cultural é o etnocentrismo </li></ul>
8. <ul><li>O etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. </li></ul>
9. <ul><li>No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc. </li></ul>
10. Quais os perigos da atitude etnocêntrica? <ul><li>A negação da diversidade cultural humana (como se uma só cor fosse preferível ao arco-íris) e, sobretudo os crimes, massacres e extermínios que a conjugação dessa atitude ilegítima com ambições econômicas provocou ao longo da História. </li></ul>
11. <ul><li>Depois da Segunda Guerra Mundial e do extermínio de milhões de indivíduos pertencentes a povos que pretensos representantes de valores culturais superiores definiram como sub-humanos, a antropologia cultural promoveu a abertura das mentalidades, a compreensão e o respeito pelas normas valores das outras culturas. </li></ul>
13. O Racismo <ul><li>O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. </li></ul>
14. <ul><li>Onde existe a convicção de que alguns indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais, são superiores a outros. </li></ul>
15. <ul><li>A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade. </li></ul>
17. A Xenofobia <ul><li>Casos relacionados à xenofobia são de pessoas que sofrem preconceito e repudio em relação a sua nacionalidade, classe social e cor. </li></ul>
18. <ul><li>A xenofobia está intimamente ligada ao etnocentrismo e ao racismo, pois são práticas onde as pessoas se julgam de certo modo melhores que as outras, e que essas outras contaminam o ambiente em que vivem. </li></ul>
19. <ul><li>Quem é contra a imigração, diz que a presença de mão-de-obra estrangeira barata é um prejuízo econômico, por que atrasa a modernização, e cria problemas sociais – delinqüência e violência urbana. </li></ul>
22. Relativismo cultural <ul><li>O Relativismo Cultural é uma ideologia politico-social que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmos. </li></ul>
23. <ul><li>O relativismo cultural defende que o bem e o mal são relativos a cada cultura. O &quot;bem&quot; coincide com o que é &quot;socialmente aprovado&quot; numa dada cultura. Os princípios morais descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas normas da nossa sociedade. </li></ul>
25. Conclusão <ul><li>Com este trabalho concluímos que nenhuma cultura é mais importante que a outra. Que uma visão etnocêntrica não nos leva a nada no mundo globalizado de hoje. </li></ul>
26. <ul><li>Temos que abrir nossas mentes para o novo e não fechar os olhos para tudo que ocorre em nossa volta. </li></ul>
CULTURA 
Todos os grupos, até os mais primitivos, possuem costumes e crenças que são passados de geração em geração; essas características constituem o patrimônio cultural de cada povo.
Roque Barros Laraya (2002), define cultura como um complexo no qual estão incluídos conhecimentos e costumes de grupos. Hoje, podemos conceituá-la como o conjunto de costumes, crenças e normas que norteiam todos os seres humanos. Esses costumes são responsáveis pela forma com a qual nos comunicamos, relacionamos e vivemos em sociedade. Cada sociedade possui seus costumes, normas e condutas. Desde o momento em que uma criança é posta no mundo, inicia-se um processo de constituição do sujeito e, nesse processo, o sujeito aprende como se vestir, comer e se portar no seu grupo social.
Com a evolução dos indivíduos e a ampliação de seus campos sociais, ocorre a aquisição de costumes de outras culturas. Esse processo, conhecido como sincretismo, compreende a incorporação de uma cultura em outra, criando, com isso, novas formas de cultura. 
A existência de uma diversidade cultural faz com que criemos subculturas caracterizadas pelo conjunto de normas que só pertencem a essas subculturas. Estas se desenvolvem por diferentes formas, como por hobbies, profissão ou crenças. A partir desse movimento, são criadas uma linguagem própria e características, que diferem um pouco da cultura dominante. 
Podemos observar esse processo através do exemplo da vinda de outras culturas para o país, como a dos negros, italianos e portugueses. Por intermédio desses povos, adquiriram-se costumes que não eram nativos, como a culinária africana composta por iguarias como o vatapá e o angu. Outro aspecto também advindo da cultura africana e a crença em seus deuses. 
A cultura se desenvolveu junto com a sociedade, adequando-se às transformações, agregando novas normas e costumes para melhor harmonizar a sociedade. Essas regras são preservadas, porém, outras mudam e, nesse movimento, a sociedade vai se desenvolvendo. 
O Brasil é dotado de uma mistura de culturas que podem ser ouvidas nos versos de músicas de grandes cantores como Arnaldo Antunes: Em “Inclassificáveis”, ele diz: “aqui somos mestiços, mulatos, cafuzos, pardos, mamelucos, sararás-crioulos, guaranisseis e judárabes. Orientupis, orientupisameriquítalos, lusos, nipos, caboclos, orientupisiberibárbaros, indo- ciganagôs, somos o que somos - inclassificáveis”. 
Podemos observar como os processos culturais se apresentam. Esses choques de culturas nos levam a processos de intolerâncias, discriminações e preconceitos. 
Preconceito e discriminação são dois fundamentos distintos que muitas vezes são tidos como sinônimos. O preconceito, segundo Voltaire (2002), é uma opinião sem julgamento. Essa opinião pode ser de grande ajuda, como aquelas fornecidas às crianças, antes mesmo que elas possam entender o porquê. Esses preconceitos ajudam na formação das mesmas e auxiliam na manutenção do bem-estar dessas crianças. As outras formas de preconceito derivam de opiniões distorcidas, nas quais um falso juízo pode levar as pessoas a terem uma postura negativa em relação a indivíduos semelhantes. Algumas formas importantes de preconceito são: racial, sexual e xenofóbica. 
A discriminação é entendida como a distinção na qual segregamos indivíduos por serem de credo, raça ou gênero diferente daqueles que os excluem. 
A Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1966, em seu artigo 1º, conceitua discriminação como sendo: 
Qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha o propósito ou o efeito de anular ou prejudicar o reconhecimento, gozo ou exercício em pé de igualdade de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico,social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública. 
A discriminação, assim como preconceito, tem sua parte positiva que, para Castel (1998), caracteriza-se por fazer mais por aqueles que têm menos. Como exemplo, podemos citar o número de cotas para negros em universidades. Mas, por outro ângulo, estamos, com tal medida, contribuindo para a discriminação dessas pessoas, mesmo que positivamente estejamos propiciando a elas uma chance de maior integração. 
A diferença entre discriminação e preconceito reside no fato de que a discriminação tem sua origem no preconceito, ou seja, o preconceito motiva a discriminação. Segundo Santos (1999, p. 123). 
Discriminação é um conceito mais amplo e dinâmico do que o preconceito. Ambos têm agentes diversos: a discriminação pode ser provocada por indivíduos e por instituições e o preconceito, só pelo indivíduo. A discriminação possibilita que o enfoque seja do agente discriminador para o objeto da discriminação. Enquanto o preconceito é avaliado sob o ponto de vista do portador, a discriminação pode ser analisada sob a ótica do receptor. 
A partir desse fragmento, podemos compreender como os processos de discriminação e preconceito se distinguem, e como a base para ambos se encontra na motivação, esta, vista como combustível para tais manifestações. Interessante salientar a dualidade existente nessas manifestações, pois, ao mesmo tempo em que excluem, em determinado momento servem como mecanismo de equilíbrio - como visto na discriminação positiva - e de preservação - como descrito nas formas de preconceito onde há uma prevenção sobre determinados comportamentos que podem ser prejudiciais ao indivíduo, ou seja, o preconceito advém da aprendizagem, como veremos adiante. 
A seguir, veremos formas de preconceito e discriminação ligadas à cultura, como: intolerância religiosa e preconceito contra as etnias. 
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA 
A religião sempre esteve presente em nossa sociedade, tendo uma influência enorme na formação de nossa cultura. Podemos encontrar vestígios de religião nas leis que nos regem e em nossa educação, ou seja, em todas as esferas, a religião age como forma de controle, como um código no qual as sociedades e indivíduos estabelecem suas condutas. 
Um dos fenômenos que faz a intolerância religiosa ser tão sangrenta e cruel é o fanatismo. Fanatismo é o fenômeno no qual o indivíduo adota uma verdade como absoluta e a defende como se a sua origem fosse divina. A força desse fenômeno faz com que os indivíduos acometidos tentem convencer outras pessoas sobre aquela verdade, podendo utilizar, como forma de persuasão, palavras e atos de cunho violento. 
Montesquieu (1960), ao falar sobre o fanatismo religioso, diz que “a devoção inflama um coração inclinado à ternura, e dirige ao cérebro espíritos animais que também o inflamam, e daqui procedem os êxtases e os arroubos”. O credo em algo maior e a crença nessa verdade fazem com que as pessoas adotem posturas irredutíveis a outras verdades e contestações. O fanatismo faz com que indivíduos de uma sociedade rompam com seus princípios para atuar como peças de uma engrenagem maior. 
Como exemplo da desrazão causada pelo fanatismo, podemos citar uma história contada por Voltaire (2000, p. 106). 
Um dos mais espantosos exemplos de fanatismo foi uma pequena seita na Dinamarca, cujo princípio era o melhor do mundo. Esses crentes queriam obter a salvação eterna de seus irmãos; mas as consequências desse princípio eram singulares. Eles sabiam que todos os recém-nascidos que morrem sem batismo são condenados e que os que têm a felicidade de morrer imediatamente após receberem o batismo gozam da glória eterna. Saíam, pois, a estrangular os meninos e meninas recém-batizados que encontrassem. Certamente, era fazer-lhes o maior bem possível: a uma só vez eram preservados do pecado, das misérias desta vida e do inferno, e enviados infalivelmente ao céu. 
O fanatismo não está atrelado ao bem ou ao mal. Está, sim, ligado a uma verdade que acomete a alma, fazendo com que as pessoas cometam atos desmedidos, como os cometidos na Santa Inquisição, ou na noite de São Bartolomeu ou, mais recentemente, no ataque às torres gêmeas. Essas histórias nos mostram o quanto é temeroso esse fenômeno. 
A maior questão envolta do fanatismo não é a religião, mas sim, a crença infundada em uma verdade tida como absoluta e incontestável. Segundo Voltaire (1762), o fanatismo seria a peste da alma. Hitler, Stalin e Mussolini, todos estes foram fanáticos, acreditavam em algo irreal, e por essa crença mataram, mutilaram, degolaram milhões. A junção desse fenômeno com a política e com a religião nos trouxe um terrível mal, trouxe-nos as manifestações de intolerância religiosa que perduram até hoje. 
Historicamente, naquelas civilizações antigas não ocorriam muitas manifestações de intolerância religiosa, pois as religiões eram de características politeístas. Afinal, havia a crença em mais de um Deus, como na Grécia, com seus deuses olimpianos, ou no Egito, entre outras culturas antigas e suas crenças. A intolerância religiosa teve seus primórdios com o começo das religiões monoteístas. Com a crença em um só Deus, começaram a ocorrer as manifestações de intolerância. Para Rouanet (2003, p. 10). 
De modo geral, a intolerância religiosa era desconhecida na Antiguidade clássica, politeísta e, portanto, hospitaleira aos deuses de outras nações. A intolerância só se tornou possível com o advento do cristianismo, que afirmava a existência de um só Deus e de uma só revelação para a humanidade inteira. 
Hoje, as manifestações religiosas estão em ascendência, como em um passado não muito distante. Ao olharmos para nosso passado, deveríamos assimilar os acertos e corrigir os erros, mas não é isso que vem acontecendo. Podemos visualizar que a fé deriva de dois processos distintos: o primeiro, que se encontra em sua maioria no Ocidente, tem como característica o uso da religião, como em outrora, como força política. Os líderes religiosos podem ser encontrados, com facilidade, ocupando cargos, tanto no legislativo quanto no executivo. A religião voltou a ser utilizada como massa de manobra. 
O segundo processo encontra-se no Oriente e deriva do fanatismo, do radicalismo religioso. O Islã hoje tornou-se uma crença ofensiva em termos de fanatismo, e por tal, acaba levando ao povo árabe o estigma de terrorista. Por causa do fanatismo, o povo de origem árabe passou a sofrer um enorme processo de exclusão.
A religião sempre esteve atrelada à política de uma forma negativa. Na Idade Média, período em que o conhecimento sobre as religiões - principalmente sobre a religião católica - era muito raro, uma bíblia custava caro, era escrita em latim e, além disso, muitos ainda não sabiam ler. Consequentemente, os grandes senhores feudais e a Igreja começaram a usar a fé como forma de controle. Para Robespierre (1999, p.124) 
Dizem-se os reis as imagens da divindade(...) Será para torná-la odiosa? Dizem que a autoridade deles é sua obra. Não: Deus criou os tigres; mas os reis são obra-prima da concepção humana. Se eles invocam o céu, é para usurpar a terra; se nos falam da divindade, é para se colocarem no lugar dela: remetem a ela as preces dos pobres e os gemidos do infeliz; mas eles mesmos são os deuses dos ricos, dos opressores e dos assassinos do povo. 
A Igreja Católica adquiriu muitos bens e poderes, assim como os senhores feudais começaram a ter seu poder tido como divino, não cabendo a ninguém contestar tal poder. 
Em se falando de tais manifestações, o período de maior acentuação das mesmas foi a Idade Média, na qual se registram a Inquisição e as Cruzadas. Nesse período, o catolicismo se estabeleceu como religião pátria, a Inquisição na Espanha oprimiu os judeus, forçou-os à conversão ao cristianismo e, finalmente, expulsou-os da Península. Esta se tornaria uma prática comum em outras épocas e em outras nações. Para Locke (1978), a política e areligião não deveriam ter uma relação tão próxima, pois, por mais que o Estado tenha um poder repressivo, isso não é suficiente para impor uma religião à sociedade. A religião advém do espírito livre, não cabendo ao Estado impor a crença aos indivíduos. Segundo Locke (1978 p. 05-06). 
(...) não cabe ao magistrado civil o cuidado das almas, nem tampouco a quaisquer outros homens. Isto não lhe foi outorgado por Deus; porque não parece que Deus jamais tenha delegado autoridade a um homem sobre outro para induzir outros homens a aceitar sua religião. Nem tal poder deve ser revestido no magistrado pelos homens, porque até em seu coração nenhum homem menosprezou o zelo de sua salvação eterna a fim de abraçar em seu coração o culto ou fé prescritos por outrem, príncipe ou súdito. Mesmo se alguém quisesse, não poderia jamais crer por imposição de outrem.(...) 
Em segundo lugar, o cuidado das almas não pode pertencer ao magistrado civil, porque seu poder consiste totalmente em coerção. Mas a religião verdadeira e salvadora consiste na persuasão interior do espírito, sem o que, nada tem qualquer valor para Deus, pois é a natureza do impedimento humano, que não pode ser obrigado por nenhuma força externa. 
Seguindo a lógica desse pensamento, podemos constatar como a intolerância tem uma relação estável com o poder; a religião é usada como um mecanismo pelo qual se pode controlar uma enorme parcela da população. A intolerância advém desses mecanismos que empurram as pessoas, umas contra as outras. Hoje, podemos observar a quantidade de líderes religiosos e políticos. 
Na França, em meados Em nosso panorama atual devemos rever alguns conceitos em prol de uma maior sociabilidade. Encontramos no campo de intolerância religiosa um fenômeno conhecido como sincretismo, onde ha uma inclusão de crenças e valores em outra cultura, esse fenômeno e antigo. Segundo Miranda (2001, p. 109)
O termo ‘sincretismo’ tem sua origem em Plutarco e caracterizava uma união das cidades cretenses, normalmente inimigas, diante de ameaças externas. Desde o renascimento, a palavra serve para designar, positiva e negativamente, compilações sintéticas de cunho cultural. Na época do confessionalismo se tornou um conceito antiecumênico, até emergir no século XIX como um instrumento utilizado nas ciências da religião. Aí então foi empregado com a finalidade descritiva ou polêmica, no estudo histórico do cristianismo, já que este, em seu desenvolvimento, absorveu elementos culturais e religiosos de seu contexto.
Temos como exemplo de sincretismo a cultura grega que, com o avanço do império romano, passou a utilizar os deuses da cultura dominante, mas mantendo a crença em seus próprios deuses. Assim, Ares, que era tido como Deus da guerra na cultura grega, é substituído por Júpiter, entre outros deuses do plantel olimpiano. O processo de sincretismo pode ser visto como uma mescla de culturas onde há uma imposição da cultura dominante sobre a mais fraca.
A função do sincretismo não e só a de criar uma resistência perante uma cultura dominante, é também a possibilidade de surgimento de novas formas do saber religioso. Ferreti (2004) nos diz que o sincretismo pode ser entendido como um processo de aperfeiçoamento religioso, no qual uma doutrina religiosa engloba uma perspectiva divergente daquela que lhe serve como base. Podemos citar Ferreti (2004, p. 24). 
(...) que o sincretismo cultural reflete a presença de elementos barrocos na cultura brasileira, elementos que foram importantes no passado e continuam atuantes até hoje. Nossas festas populares, como alguns autores comentam, são festas barrocas, com a junção de elementos culturais de origens diversas. (...) Nelas podemos encontrar paralelismos, misturas e convergências de culturas, decorrentes dos brancos, dos negros e dos indígenas que fertilizaram nossa cultura nos instrumentos musicais, nos cânticos, nas danças, nas vestimentas, na alimentação, na alegria e na capacidade de reorganização de festas. 
O resultado desse processo é a perda parcial da identidade de certas culturas e religiões, principalmente da religião afro, que foi bastante desfragmentada com o passar dos anos. O negro que vivia no Brasil no período colonial sofreu muito com essa perda de identidade e cultura, perda essa ainda encontrada nos dias atuais. Para Prandi (1996, p. 39-40). 
O negro podia contar com um mundo negro, fonte de uma África simbólica, mantido vivo pela vida religiosa dos terreiros, como meio de resistência ao mundo branco, que era o mundo do trabalho, do sofrimento, da escravidão, da miséria. (...) O sincretismo se funda neste jogo de construção de identidade. O candomblé nasce católico quando o negro precisa ser brasileiro. (...) As novas condições de vida na sociedade brasileira industrializada fazem mudar radicalmente o sentido sociológico do candomblé.
Se até poucas décadas atrás ele significava uma reação à segregação racial numa sociedade tradicional, em que as estruturas sociais tinham mais o aspecto de estamentos que de classes, agora ele tem o sentido de escolha pessoal, livre, intencional: alguém adere ao candomblé, não pelo fato de ser negro, mas porque sente que o candomblé pode fazer sua vida mais fácil de ser vivida, porque talvez se possa ser mais feliz, não importa se branco ou negro. 
No Brasil, que é dotado por uma diversidade cultural enorme, esse fenômeno fica mais aparente. Quando pensamos nas diversas religiões ativas em nosso país, podemos perceber como o povo brasileiro carrega uma bagagem religiosa imensa, e isso pode ser visto em nossas músicas e na nossa literatura, como na obra de Guimarães Rosa (1986, p. 126) em Grande Sertão Veredas: 
Eu cá, não perco ocasião de religião. Aproveito de todas. Bebo água de todo rio... Uma só, pra mim, é pouca, talvez não me chegue. Rezo cristão, católico, embrenho a certo; e aceito as preces de compadre meu Quelemém, doutrina dele, de Cardérque. Mas, quando posso, vou no Mindubim, onde um Matias é crente, metodista: a gente se acusa de pecador, lê alto a Bíblia, e ora, cantando hinos belos deles. (...) Olhe: tem uma preta, Maria Leôncia, longe daqui não mora, as rezas dela afamam muita virtude de poder. Pois a ela pago, todo mês – encomenda de rezar por mim um terço, todo santo dia, e nos domingos, um rosário. 
Nessa obra, fica evidente como o Brasil abrange uma enorme gama de religiões e, por isso, podemos perceber o sincretismo de forma mais clara. As religiões que mais utilizam esse fenômeno são as de origem africana, por encontrarmos uma grande resistência em seu credo e costumes. 
As religiões africanas foram trazidas com os escravos. Importados do velho mundo, ao chegarem ao Brasil, os escravos sofreram com o domínio da religião católica a qual, por ser de origem monoteísta, não aceitava a crença em outros deuses que não fossem o seu próprio Deus. Com isso, os escravos passaram a chamar seus deuses pelos nomes dos santos católicos; o seu culto foi mascarado para que, com isso, eles não recebessem sanções. Assim, as religiões de origem africana começaram a ser discriminadas e excluídas pela sociedade. Mesmo com a criação do Estado laico, o panorama não mudou para essas religiões, muitos espíritas foram discriminados e marginalizados pelo seu credo.
E, ainda nos dias atuais, temos certo preconceito em relação aos credos de origem africana. Tende-se a associar as pessoas seguidoras do credo africano a coisas ruins; chamam-nas de feiticeiras, bruxas, entre outros adjetivos pejorativos e, com isso, a intolerância tende a crescer. Podemos reforçar essa idéia, registrando um trecho de um livro escrito pelo Bispo Edir Macedo, onde este compara os deuses de origem africana aos demônios, excitando seus fiéis a atos de intolerância. Macedo (1990, p. 9,10, 31)
No candomblé, Oxum, Iemanjá, Ogum e outros demônios são verdadeiros deuses (...). Na umbanda, os deuses são os orixás, (...)Na realidade, orixás, caboclos e guias, sejam lá quem forem,tenham lá o nome mais bonito, não são deuses. (...) são espíritos malignos sem corpo, ansiando por achar um meio para se expressarem neste mundo, não podendo fazê-lo antes de possuírem um corpo (...)Todas as pessoas que se alimentam dos pratos vendidos pelas famosas baianas estão sujeitas, mais cedo ou mais tarde, a sofrer do estômago. Quase todas essas baianas são filhas-de-santo ou mães-de-santo que "trabalham" a comida para terem boa venda. 
Assim, podemos perceber como o processo de exclusão se liga a manifestações de intolerância religiosa - uma das maiores mazelas - que incita irmãos contra irmãos, filhos contra pais, jogando Estados contra Estados. 
O fanatismo e o poder se encontram na base das manifestações religiosas. Estas se ligam e tornam a intolerância religiosa uma forma de exclusão muito prejudicial. Quantos em nossa sociedade são excluídos por sua religião? Há menos de um ano, foi divulgado pela mídia que, na comissão técnica do então técnico da seleção brasileira – Dunga - formado por cristãos, não se permitia a inclusão de profissionais de outro credo, independentemente de suas habilidades e competências. 
  
PRECONCEITO ÉTNICO 
Raça - palavra que utilizamos para distinguir indivíduos da nossa sociedade - não tem sua origem na constituição biológica do sujeito, como a etnia o tem. Sua fundamentação se dá através da cultura, política e economia, ou seja, a origem da palavra raça está nas dinâmicas das relações sociais, às quais todos os indivíduos estão sujeitos. Para Ianni (2004, p. 03).
A “raça” não é uma condição biológica como a etnia, mas uma condição social, psicossocial e cultural, criada, reiterada e desenvolvida na trama das relações sociais, envolvendo jogos de forças sociais e progressos de dominação e apropriação. 
Racionalizar os indivíduos de uma sociedade é uma forma de rotulá-los e discriminá-los, para que, com isso, se possa fazer uma espécie de pirâmide social que tenha como base, não as capacidades de cada indivíduo, mas sim, sua etnia. Ianni (2004, p. 24) nos diz que: 
O racista fundamenta em argumentos que parecem consistentes e convincentes a sua “taxionomia” e “hierarquização”, distinguindo, delimitando, segregando ou estranhando o “outro”: negro, árabe, judeu, índio chinês, oriental e assim por diante. São estereótipos, signos, símbolos mobilizados ao acaso das situações elaboradas no curso de anos, décadas, séculos, com os quais o “branco”, “dolicocéfalo”, “europeu”, “ariano”, “norte-americano”, “ocidental” explica, legitima, racionaliza ou naturaliza a sua posição e perspectiva privilegiadas, de controle de instrumentos de poder. 
Podemos observar esse fenômeno de forma mais clara, ao pensarmos em nosso país, que tem um enorme espaço territorial e abriga uma grande gama cultural. E, por ele possuir essa diversidade cultural, acabamos criando preconceitos para com as outras regiões do nosso país. É comum ouvirmos nas ruas que baianos são preguiçosos, paraíbas só servem para os trabalhos de esforço, gaúchos são homossexuais e cariocas são malandros. 
A palavra raça é a responsável pela segregação, pela exclusão e pelas matanças. Mas, por que usamos como critério para distinção a raça? A seguir vamos estudar algumas manifestações de preconceitos e discriminações mais contundentes na história da nossa sociedade, como: o holocausto que levou à morte mais de cinco milhões de judeus, e a escravidão imposta aos negros e índios.
O preconceito étnico tem marcado a nossa sociedade durante centenas de anos, os judeus estão entre os povos que mais sofreram com essas manifestações. O preconceito contra os judeus, conhecido como antissemitismo, teve seu maior momento com a Segunda Guerra, nos campos de concentrações alemãs, onde foi morto cerca de um terço de toda a população judaica. Essa tragédia foi tida como um dos maiores genocídios da história. Mas, por que a morte de tantas pessoas?
Segundo Hobsbawm (1994), a Alemanha daquele período passava por uma grande crise. O povo alemão que, por décadas, viveu à mercê das outras nações, agora contava com pessoas dispostas a lutar por ele. Hitler foi visto como o grande salvador, que poderia mostrar ao mundo a supremacia alemã. A partir desse movimento, foi concebido um novo modelo, modelo esse baseado em raças, onde os arianos seriam a raça dominante, aqueles que deveriam dominar a terra, e para isso, se fazia necessária a morte de todos aqueles que não pertenciam àquela raça, pois a existência de raças tidas como inferiores poderia gerar uma mistura a qual enfraqueceria a raça superior. Segundo Hitler (1939, p. 125). 
O papel do mais forte é dominar. Não se deve misturar com o mais fraco, sacrificando assim a grandeza própria. Somente um débil de nascença poderá ver nisso uma crueldade, o que se explica pela sua compleição fraca e limitada. Certo é que, se tal lei não prevalecesse, seria escusado cogitar de todo e qualquer aperfeiçoamento no desenvolvimento dos seres vivos em geral. 
Esse instinto que vigora em toda a Natureza, essa tendência à purificação racial tem por consequência, não só levantar uma barreira poderosa entre cada raça e o mundo exterior, como também uniformizar as disposições naturais. 
Analisando a postura hitleriana, entendemos que, para ele, não estava em questão a morte de indivíduos, mas sim, a disputa entre raças. E, como os arianos eram a raça superior, nada mais natural do que a aniquilação das raças inferiores. Podemos observar que seu pensamento tinha como base teorias sobre a evolução. 
Charles Darwin, em seus estudos, desenvolveu a teoria da evolução das espécies, na qual ele preconizava que os mais aptos sobreviveriam, enquanto os menos hábeis estariam fadados ao fim. Mas sua teoria era voltada para as espécies animais. Tempos após sua morte, Francis Galton, entre outros cientistas, criou, com base na evolução de Darwin, a teoria da Eugenia, que tinha como pressuposto a manutenção de raças tidas como superiores e a extinção de raças tidas como inferiores. Essa teoria foi um dos pilares para a criação do nazismo, como também foi utilizada para justificar crueldades feitas contra negros e índios. O fanatismo em torno desse movimento é enorme. Hitler e seus seguidores causaram um mal incalculável, drástico ao nosso mundo. 
Dentre tantos genocídios relacionados à etnia, o que sempre é lembrado é a crueldade e fanatismo de seus líderes; mas quase nunca sabemos de onde surgiram tais ideias que impulsionaram esses sádicos a cometerem atos sombrios que acabaram por levar ao crepúsculo diversas etnias. Esses pensadores escreveram teorias que resultaram em diversos genocídios, como: o Conflito nos Bálcãs, o qual colocou em choque as várias nacionalidades que compunham a Iugoslávia, levando-a ao seu esfacelamento; o processo de independência da Bósnia, que colocou croatas, sérvios e muçulmanos em conflito, resultando em uma limpeza étnica dos não sérvios na região; a Guerra do Kosovo, na qual a população que ansiava por direitos para os povos de origem albanesa foi massacrada; o massacre ocorrido em Ruanda, onde milhares de tutsis foram mortos por hutus. 
Todos esses genocídios se juntam, aos ocorridos na colonização das Américas, processo este que levou à morte 70 milhões de índios nativos. Esses conflitos nos revelam um panorama terrível, onde as questões étnicas geram uma dialética de intolerância e exclusão que nos leva à total degradação social. 
No Brasil, o racismo se apresenta de forma silenciosa. O povo brasileiro não assume que é preconceituoso. Embora não negue a existência de preconceitos, prefere transferir a outros o atributo em questão, negando, com isso, que seja detentor de tal qualidade. Um grande escritor brasileiro cujo nome é Nelson Rodrigues em seus versos já nos falava: 
Não caçamos pretos, no meio da rua, a pauladas, como nos Estados Unidos. Mas fazemos o que talvez seja pior. A vida do preto brasileiro é toda tecida de humilhações. Nós tratamos com uma cordialidadeque é o disfarce pusilânime de um desprezo que fermenta em nós, dia e noite. 
O silêncio é a pior forma de preconceito. Ao transferirmos para outrem a responsabilidade pelas ações que se estabelecem nas dinâmicas das relações sociais, consequentemente estamos nos destituindo da culpa. Com isso, torna-se difícil o combate a esse preconceito, que se reflete, por exemplo, nas relações que temos com o povo de descendência africana: não se atiram pedras ou se fazem discursos racistas, porém, exclui-se essa raça, à medida que se lhe privam as oportunidades. Segundo o IBGE (2006), entre 15 milhões de analfabetos no país, cerca de 10 milhões são negros ou pardos. Essa amostragem nos dá a real dimensão desse racismo silencioso. Precisamos deixar de pensar que o racismo é algo distante e começar a combatê-lo, para que possamos, assim, reduzir o processo de desigualdade e exclusão que hoje se encontram em uma enorme latência em nossa sociedade. 
CONCLUSÃO 
Em suma maioria a intolerância se mostra presente através de informações passadas de forma distorcida para uma massa de indivíduos ignorantes que acabam por comprar uma ideia errada, fazendo com que se de inicio a uma caça as bruxas como aconteceu em Salem (1622), ou através do processo de bode expiatório onde um grupo resolve culpar algo ou alguém por suas frustações. Esse e o segundo artigo de uma serie de artigos que pretendo publicar com o tema exclusão. 
  
REFERÊNCIA 
CASTEL, R. As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. Rio de Janeiro: Vozes, (1998). 
FERRETI, S. F. Sincretismo, religião e culturas populares. Goiânia: Ellos,(2004). 
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HOBSBAWM, E. Era dos Extremos. São Paulo: Cia das Letras, (1994). 
IANNI, O. A Dialética das Relações Raciais. Rio de Janeiro: Vozes (2004). 
LARAIA, R.B. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, (2002). 
LOCKE, J. Carta Acerca da Tolerância. São Paulo: Abril Cultural, (1978). 
MACEDO. E. Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios? Rio de Janeiro: Gráfica Universal, (1990). 
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ROUANET, P.S. O Eros da diferença. São Paulo: Jornal Folha de São Paulo, (2003). 
SANTOS, I. A. A. Discriminação: uma Questão de Direitos Humanos. Brasília: Larraya, (1999). 
VOLTAIRE. Tratado acerca da tolerância: a propósito da morte de Jean Calas. São Paulo: Martins Fontes, (2000).
A Xenofobia é um tipo de preconceito caracterizado pela aversão, hostilidade, repúdio ou ódio aos estrangeiros, que pode estar fundamentado em diversos fatores históricos, culturais, religiosos, dentre outros.
A xenofobia corresponde a um problema social baseado na intolerância e / ou discriminação social, frente a determinadas nacionalidades ou culturas.
A xenofobia gera violência entre as nações do mundo, desde humilhação, constrangimento, e agressão física, moral e psicológica. Tudo isto promovido principalmente pela não aceitação das diferentes identidades culturais.
Inicialmente o termo “xenofobia” foi incorporado aos estudos da psicologia com o intuito de nomear um transtorno psiquiátrico de pessoas que sofrem com o medo excessivo aos estrangeiros.
É considerado um tipo de aversão irracional aos estrangeiros, o que gera demasiada angústia e ansiedade nos pacientes. Nesses casos, o tratamento é feito por meio de terapia comportamental.
SOCIOLOGIA
Xenofobia
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A Xenofobia é um tipo de preconceito caracterizado pela aversão, hostilidade, repúdio ou ódio aos estrangeiros, que pode estar fundamentado em diversos fatores históricos, culturais, religiosos, dentre outros.
A xenofobia corresponde a um problema social baseado na intolerância e / ou discriminação social, frente a determinadas nacionalidades ou culturas.
A xenofobia gera violência entre as nações do mundo, desde humilhação, constrangimento, e agressão física, moral e psicológica. Tudo isto promovido principalmente pela não aceitação das diferentes identidades culturais.
Inicialmente o termo “xenofobia” foi incorporado aos estudos da psicologia com o intuito de nomear um transtorno psiquiátrico de pessoas que sofrem com o medo excessivo aos estrangeiros.
É considerado um tipo de aversão irracional aos estrangeiros, o que gera demasiada angústia e ansiedade nos pacientes. Nesses casos, o tratamento é feito por meio de terapia comportamental.
Para o filósofo grego Sócrates (469 a.C-399 a.C.) o conceito de “estrangeiro” não existe, na medida em que analisamos sua célebre frase: “Não sou nem ateniense, nem grego, mas sim um cidadão do mundo”.
Sócrates define assim alguém que abdica de sua nacionalidade e pensa na humanidade como um todo, não importando com a cultura, religião, costume, tradições, raça, etc.
Do grego, o termo "xenofobia" é formado por dois termos: “xénos” (estrangeiro, estranho ou diferente) e “phóbos”, (medo), que corresponde literalmente, o medo do diferente.
Etnocentrismo e Racismo
A xenofobia está relacionada com diversos tipos de conceitos que englobam a discriminação, formada pelo sentimento de superioridade entre os seres humanos. Dessa forma, o etnocentrismo e o racismo são dois conceitos associados a determinados tipos de discriminações.
O etnocentrismo está pautado no pensamento de superioridade de uma cultura sobre a outra (preconceito cultural). Já o racismo designa um tipo de preconceito associado as raças, etnias ou características físicas dos indivíduos (preconceito racial).
Para saber mais, veja Etnocentrismo e Racismo.
Xenofobia no Mundo
Na América, os Estados Unidos é considerado um dos países mais xenófobos, de forma que dificulta a entrada de imigrantes no país, sobretudo, de mexicanos e dos latinos em geral.
Importante salientar que as migrações do século XXI, diferentemente do século anterior, estão pautadas na busca de novas oportunidades em que o estrangeiro fixa-se no país de destino.
Isso ocorre em maior parte nos países do hemisfério norte que recebem imigrantes vindos do hemisfério sul em busca de trabalho e melhores condições de vida. O imigrante pode ser coagido por diferentes atitudes hostis dos discriminadores, desde desrespeito às suas crenças, hábitos, sotaques, aparência física, condições socioeconômicas, etc.
Estudos recentes apontam que a Europa tem se destacado no tema da xenofobia, onde esta é considerada crime e violação dos Direitos Humanos. Ocorrem ali ainda muitos casos de discriminação, (mesmo entre os europeus), sendo alguns dos alvos de atos xenófobos os imigrantes asiáticos, africanos e latinos.
Xenofobia na Europa
Estudos informam que os casos de Xenofobia na Europa têm aumentado consideravelmente nos últimos anos. Muitos pesquisadores acreditam que a crise econômica, pelo qual muitos países europeus estão passando, reflete diretamente no sentimento de rejeição e aversão ao estrangeiro.
Assim, o excesso de estrangeiros, caracterizado pelos novos fluxos migratórios vindos de diversos países, corroboram a busca por melhores oportunidades de estudos, trabalho, moradia, etc.
Ao pensar no lado do residente, fica claro que a maior preocupação está no nacionalismo. Alguns temem a perda de sua identidade nacional, como costumes e tradições.
Vale atentar para o holocausto, um dos acontecimentos de exterminação em massa de judeus Alemanha Nazista, demostra o sentimento denominado “antissemitismo”, ou seja, o ódio pela raça judia.
Para saber mais, leia: Antissemitismo e Holocausto.
Xenofobia no Brasil
O Brasil também não fica de fora quando o assunto é xenofobia, embora os brasileiros demostrem curiosidade àquilo considerado diferente, ou seja, o que vem de fora.
Entretanto, se pensarmos que o país possui dimensõescontinentais, o sentimento de superioridade ocorre entre as diversas regiões do país.
É possível, por exemplo, sulistas se considerarem superiores aos nordestinos, que apresentam maior população negra, condições mais precárias de vida e acesso aos temas básicos de saúde, cultura, educação.
Diante disso, podemos considerar o conceito de “bairrismo” que vai de encontro com o de xenofobia, uma vez que representa o apego à sua cultura, discriminando, muitas vezes as outras.

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